LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem em ... tica · PDF...
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*Marcelo Luiz de Resende é Pedagogo, especialista em Psicopedagogia, Associado à ABPp-Seção Goiás pelo número 12.0824/15.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem em face à novas
Diretrizes Curriculares. XXIV Encontro Regional de Psicopedagogia: Escola –
Currículo e Aprendizagem. Associação Brasileira de Psicopedagogia – Seção
Goiás, ABPp-GO, 20-21 de maio de 2016.
Resenha Crítica da Palestra, ministrada pelo Professor Doutor em Educação
Cipriano Luckesi.
Marcelo Luiz de Resende*
No dia 20 de maio aconteceu o XXIV Encontro Regional de Psicopedagogia,
promovido pela Diretoria da ABPp-GO, Associação Brasileira de Psicopedagogia,
Seção Goiás, na cidade de Goiânia. Entre os temas, estava a palestra proferida pelo
Professor Cipriano Carlos Luckesi, “Avaliação da Aprendizagem em face às novas
Dirertrizes Curriculare” onde Luckesi abordou a necessidade de uma análise e
renovação na instrumentalização da avaliação como forma de obtenção do nível de
aprendizagem do aluno.
Luckesi afirmou categoricamente durante sua palestra, que “avaliar é um ato de
investigar a qualidade”. Completando ainda que “avaliação é investigar a qualidade da
nossa ação para construir um resultado melhor”. Ou seja, o teórico enfatizou que avaliar
não é simplesmente atribuir notas. Mas reconhecer em que momento da aprendizagem
está o aluno. Se a avaliação for usada apenas para criar estereótipos por meio de notas,
não cumpre com o objetivo do processo educacional que é ensinar.
Para o teórico, avaliar é um momento de diagnóstico da aprendizagem, não uma
tortura ou ameaças pedagógicas.
Luckesi fez um parâmetro evolutivo da avaliação, que iniciou desde as
metodologias mais rígidas, como aplicadas por Cômenio, considerado o Pai da Didática
Moderna. Luckesi ressaltou a importância do mesmo, mas salientou que os métodos de
Comênio para verificação da aprendizagem eram rígidas ( em conformidade com a
època em que viveu) e para ele, seus alunos tinham que ter aquisição da informação de
maneira total e integral. A classificação do melhor era o objetivo central.
Neste ponto, Luckesi convida a todos os professores presentes no evento para
uma reflexão: Comênio não estava errado em propor que seus alunos aprendessem. Mas
chamou atenção pela forma que a avaliação era concebida, visualizada e que perdura até
hoje. Tem melhor nota quem sabe responder mais e acertadamente. É uma questão um
tanto óbvia, segundo ele, entretanto quando se analisa, o que fazer com quem não
*Marcelo Luiz de Resende é Pedagogo, especialista em Psicopedagogia, Associado à ABPp-Seção Goiás pelo número 12.0824/15.
consegue ter “sucesso no exame”? O que se deve fazer? Exclui-lo? Delegá-lo à
margem? É o que acontece nos dias atuais? Luckesi acrescenta provocando: por que
repetimos exames como se fossem avaliações?
Excelente orador, Luckesi conseguiu manter a atenção de todos durante a sua
palestra, sempre inserindo exemplos de sua própria trajetória acadêmica, com humor e
sabiamente pertinente, apresentou uma forma, uma proposta diferenciada para a
avaliação. Uma avaliação que inclua, todos, e não exclua niguém.
A avaliação é o ato de acompanhar e reorientar a aprendizagem do
educando, seja de um ponto de vista processual, ou seja, de um ponto
de vista acumulativo, tendo em vista a obtenção do melhor resultado
possível. Por acumulativo, aqui, estou entendendo não as médias de
notas ou conceitos que podem ir sendo acumuladas ao longo do
tempo, mas sim a articulação entre um conhecimento prévio, que
serve de base para um passo novo conhecimento; ou seja, um todo
formando um processo majorante de aprendizagens. A aprendizagem
nova assenta-se sobre uma base anterior. Aí, então, temos acumulação
de aprendizagens, o que propicia o desenvolvimento. Os registros
sucessivos podem e devem revelar o caminhar das aprendizagens do
educando em seu crescimento. Caso os registros tenham por objetivo
observar o processo de aprendizagem do educando e sua conseqüente
reorientação (em caso de necessidade), de fato, subsidiam uma
avaliação formativa; porém, caso esses registros representem
classificações sucessivas do estudante, subsidiarão muito pouco o que
possa significar uma "avaliação formativa". Nesta segunda hipótese,
subsidiarão muito mais a idéia de classificação do que de formação.
Deste modo, à pergunta --- "Conceitos e notas podem servir a um
projeto de avaliação formativa?" --- pode-se responder --- "Depende.
Se forem utilizados como recursos tão somente de registros dos
resultados sucessivos de um processo, dizemos que sim. Se forem
utilizados como recursos de classificações sucessivas, dizemos que
não". (LUCKESI, 2006)
A avaliação concebida por Luckesi, foi apresentada no Encontro Regional de
Psicopedagogia de maneira clara, objetiva e enriquecedora.
Na citação, foi extraída do website do Teórico onde há diversos textos sobre
avaliação escolar. Pertinente momento para que todos os profissionais da educação
possam repensar avaliação.
Percebo que por mais eficaz que tenha proferido a palestra, causa desconforto
em alguns professores, pela insegurança: sem nota o que farei? “Notas são as únicas
coisas que consegue manter o aluno controlado”, diria um ou outro professor. Luckesi
também esclarece isso, dizendo aos presentes que mudanças são lentas, e na educação
levam tempo. Mas é preciso que aconteçam. Uma mudança de valorização entre
avaliação classificatória para uma avaliação formativa, que permite conscientizar onde
*Marcelo Luiz de Resende é Pedagogo, especialista em Psicopedagogia, Associado à ABPp-Seção Goiás pelo número 12.0824/15.
está a dificuldade na aprendizagem e assim procurar saná-la, demanda muita pesquisa,
vontade de mudar os contextos políticos e sociais que a avaliação está alicerçada.
Tudo que ocorre na sociedade, nesse mundo tão veloz em mudanças e
informações rapidamente geradas, torna-se imprescindível observar qual a finalidade da
educação. E com isso, o que espera-se da avaliação? Tais repostas poderão ajudar
profundamente o Projeto Político Pedagógico da escola. Professores, percam o medo da
palavra “política”, nesse caso, se trata da alma discurssiva do homem, inerente a nossa
capacidade de analisar e filosofar sobre o mundo em que vivemos e a nossa organização
social e seus poderes. Partidarismo já é outra questão, insere-se na politicagem que não
estimula crescimento espiritual. Mas desordem. Isso tudo alicerçado na filosofia, diante
da palestra de Luckesi.
Luckesi entrega uma oportunidade enriquecedora para profissionais da
Educação, no que diz respeito a formação do professor, a necessidade de se olhar para a
história da educação. Encerra a palestra pedindo que todos profissionais da educação
sejam mais críticos, contribuem para uma educação inovadora nesse novo século.
Bibliografia.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Uso de notas e conceitos podem servir a um projeto de
avaliação formativa? Disponível em:
http://www.luckesi.com.br/pergunda_e_respostas_questao_10.htm
Sobre Comênio. Disponível em :http://revistaescola.abril.com.br/formacao/pai-didatica-
moderna-423273.shtml
Para reflexão sobre avaliação formativa. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/discurso-vazio-466745.shtml?page=6