LPT I 2013Roseli

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ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________ CURSO ________________________________________________ SALA ____________ Profa. Roseli Cordeiro Cardoso Email: [email protected] 1º SEMESTRE DE 2013

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ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________

CURSO ________________________________________________ SALA ____________

Profa. Roseli Cordeiro Cardoso Email: [email protected]

1º SEMESTRE DE 2013

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NÃO SE DECEPCIONE! VOCÊ DESFRUTARÁ NO 1º. E 2º. SEMESTRES DE UMA DAS DISCIPLINAS FUNDAMENTAIS PARA SEU CURSO! MAS, POR QUE LEITURA E PRODUCAO TEXTUAL, SE A BASE DO MEU CURSO É INFORMÁTICA? MATRICULEI-ME EM COMPUTAÇÃO E NÁO EM COMUNICAÇÃO!

Desenho produzido por aluno da Ciência da Computação, unidade Memorial.

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PARA REFLETIR... “MIM QUER VAGA” – Para consultores, domínio do idioma deveria ter mais peso na contratação. (Folha de São Paulo - Cad. Empregos - 29/08/99).

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1. COMO LER TEXTOS

Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo adequado o

significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma sociedade letrada.

Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um

texto, prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é que

suas considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam.

Isso não é verdade, os textos trazem ideias reveladas explicitamente, ou de maneira implícita

(mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a outros textos e

ainda trazem idéias periféricas cuja função é dar sustentação à ideia central. Esses aspectos são a base

da interpretação e compreensão que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de leitura

e entendimento dos textos.

Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de enunciados,

muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-se então de

interpretação de textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da vida profissional.

Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho a criticidade, a

capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão

atributos importantes nessa concorrência.

( Russo, 2004:15)

Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é necessário

ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato com algumas

técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos.

2. ESTRATÉGIAS DE LEITURA I Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe:

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a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde foi

retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma primeira

sem interrupções para que se tome conhecimento do texto como um todo.

b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em relação a

uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo.

c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no

texto.

d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à compreensão

dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas.

e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os procedimentos

dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações .

f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, porcentagem,

longo prazo), a observação de elementos do contexto não linguístico como gravuras, gráficos, tabelas,

números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a disposição das imagens) nos

auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso conhecimento prévio, nosso

conhecimento de mundo.

Praticando as Estratégias de Leitura: diferentes tipos de textos

É importante que você conheça os gêneros textuais, isto é, tipos de textos. Quando um autor

escreve, ele tem objetivos para escrever daquela maneira. Você pode perceber que um poema possui

características diferentes de uma carta, da mesma forma que são diferentes de um artigo de revista ou

jornal, uma propaganda, um e-mail, etc. Estas diferenças estão na estrutura, que são ferramentas que o

auxiliam na interpretação dos mesmos. Quando você estiver lendo um texto, pense nos propósitos dele, o

motivo pelo qual ele foi escrito.

Veja os exemplos:

• Um anúncio tenta convencê-lo a comprar alguma coisa.

• Uma carta da faculdade pode informá-lo sobre algo.

• Um poema pode descrever algum lugar ou alguém.

• Um manual de um software lhe dá instruções de como fazer para instalá-lo no computador.

Dependendo do propósito de cada texto, métodos diferentes poderão ser utilizados para transmitir a

mensagem ao leitor.

Os textos podem ser classificados em: Persuasivos, Informativos, Instrutivos ou Descritivos.

Os TEXTOS PERSUASIVOS tentam te convencer a fazer algo.

• Uma propaganda (para que você compre algum produto ou adquira um serviço)

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• Um e-mail de um amigo que quer te convencer a fazer uma viagem no feriado prolongado.

Em geral, textos persuasivos utilizam palavras repetidas, letras maiúsculas, exclamações,

argumentações, apelo emocional e humor.

Os TEXTOS INFORMATIVOS querem avisá-lo ou contar a respeito de algo, passar alguma informação.

• Um artigo de jornal pode dar a informação sobre o resultado das eleições em sua cidade.

• Um site na Internet pode informar sobre filmes, notícias de esportes, ou outros assuntos de seu

interesse.

Os textos informativos não costumam ser repetitivos, sempre contém fatos e passam a informação de

maneira clara, introduz o assunto e então o desenvolve.

Os TEXTOS INSTRUTIVOS o instruem ou explicam como você deve fazer algo.

• Uma receita lhe dá as instruções de como cozinhar (preparar) algo.

• Um manual ensina os paços de como baixar suas fotos digitais no computador.

Os textos instrutivos são escritos como se o leitor estivesse conversando com o texto. A linguagem é

direta, geralmente usam verbos na forma imperativa (faça, abra, adicione) e também expressões como

(não tente, você deve). Muitas vezes utilizam figuras ou fotos para facilitar o entendimento.

Os TEXTOS DESCRITIVOS querem que você visualize o que eles estão descrevendo.

• Um livro pode querer que você imagine os personagens e os veja em sua mente.

• Um livro de viagem tentará fazer com que você imagine o local que ele está descrevendo.

Geralmente estes textos usam adjetivos e advérbios, fazem comparações do tipo (isto é igual àquilo)

para ajudar você a imaginar. Utilizam também os cinco sentidos: sentir, cheirar, parecer (olhar), soar

(som) e provar (sabor).

Este texto é uma adaptação de: British Broadcasting Corporation. Skillwise: Types of text Disponível em www.bbc.co.uk/skillswiswe/words/reading/typesoftext/index.shtml. Consultado em 07/08/08 EXERCÍCIOS : 1. Leia , com atenção, o texto abaixo e tente encontrar palavras adequadas para substituir as palavras

“estranhas” que você encontrar. Ao terminar o exercício, seu professor vai pedir para você ler o texto

substituindo as palavras “estranhas” pelas que você selecionou. Esteja pronto para justificar suas

escolhas.

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Uma situação muito charocada

Ontem eu estava na baca de mena zunica quando algo muito charocado me aconteceu.

Estávamos em uma boletinha, quando resolvi ir ao tineiro; quando voltei percebi que todas as pessoas

sulupiavam para mim e binavam; não me dolotei e continuei laminhando. Já tinha lotuado uns dois cricks

e laminhado por toda dara, quando uma zunica se aproximou e tritou que eu havia farenido de telar o

cíter da malta quando fui ao tineiro; o pior é que eu estava felhando uma fubépa felha!

2. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões:

CASINO AALBORG Velkommen til Danmarks mest venlige kasino

Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab med

festlige mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00. Entré DKK

50,00,-. Der er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge under 18 ar. (exercício

extraído de: Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003 p.18)

a) Que tipo de texto é este? ____________________________________________________

b) Qual é o objetivo deste texto? ________________________________________________

c) Quem você acha que estaria interessado em ler um texto deste tipo? ___________________

d) Há palavras parecidas com o português, ou com outra língua que você conhece? Quais são elas?

Copie-as do texto. _______________________________________________________________

4. Leia novamente o texto e tente encontrar respostas para estas perguntas:

a) Qual é o horário de atendimento do cassino? ____________________________________

b) Quanto custa o ingresso?___________________________________________________

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c) Qual é o telefone do cassino?________________________________________________

d) Quem pode frequentar o cassino?_____________________________________________

5. Suponhamos que você acaba de receber um cartão-postal de um amigo que está viajando. O cartão pegou chuva e algumas palavras desapareceram. Tente descobrir que palavra foi apagada em cada lacuna através da previsibilidade fornecida pelo contexto.

Querido_________________________, A viagem está sendo __________________ .Tenho____ divertido

bastante por aqui. Há muitas ______________ para fazer durante a

noite: vários bares, restaurantes, cinemas e teatros e

_______________ variedade de shows. A cidade é

________________ bonita, com uma geografia encantadora.

Ontem __________o Pão de Açúcar com meus primos. A subida do

bondinho dá um __________na barriga, mas vale a pena vencer o

medo. A _________ lá do alto do morro é fantástica!

Espero ________ tudo esteja bem aí com vocês. Volto __________

uma semana. Um grande abraço e até a ________________

a) Como você descobriu as palavras que faltavam? _________________________________________-

___________________________________

b) Apesar de o nome da cidade visitada pelo seu amigo não estar mencionada no cartão, ela pode ser

facilmente reconhecida. Que meios você utilizou para a dedução?

____________________________________________________________________________

c) De que modo seu conhecimento de mundo pode ajudá-lo a fazer inferências?

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

6. Apresente algumas estratégias que você utilizaria para deduzir o assunto de um texto nas seguintes

situações:

a) Você encontra um grupo de amigos conversando e descobre que perdeu metade da conversa.

___________________________________________________________________________

b) Você liga a televisão e ouve a notícia que lhe interessa pela metade.

___________________________________________________________________________

c) Você chega atrasado ao cinema e perde os primeiros minutos do filme.

____________________________________________________________________________

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IMPORTANTE Sugestões para responder melhor às questões dissertativas :

Leia atentamente, se necessário, várias vezes os enunciados das questões detectando os verbos-

comando que estruturam as questões.

Responda exatamente o que está sendo pedido, não tente “complementar” suas respostas com

informações desnecessárias achando que elas irão compensar o que você não souber responder.

Não se esqueça de que uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre

um texto, sendo assim, seja claro, coeso, coerente.

Suas respostas deverão ter, como em qualquer outro texto, um início um desenvolvimento e,

quando necessário, uma conclusão.

Não responda às questões utilizando frases inteiras de textos, leia atentamente o material que

esta sendo analisado e construa a resposta com o seu próprio discurso. Os recortes de frases devem ser

feitos apenas quando se tratar de verbos-comando como transcreva, retire etc.

Respeite o número de linhas especificado para as suas respostas. Não seja muito sucinto nem

muito prolixo – responda de maneira que você dê conta do que está sendo pedido.

Todo boa resposta geralmente se inicia com traços da questão que a originou.

Ex.: Pergunta: De acordo com o texto, qual o nível financeiro daquela população?

Resposta: De acordo com o texto, o nível financeiro daquela população é muito baixo.

Não use em suas respostas gírias e/ou construções típicas da linguagem coloquial.

ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas:

a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo.

b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto.

Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema

importância para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros muito

comuns como a extrapolação, a redução ou a contradição.

Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da

seguinte maneira:

Extrapolação

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Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando outros

elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à memória,

abandonando o texto que era o objeto de interpretação.

A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o

contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações

evocativas, por relações analógicas: uma ideia lembra outra semelhante e assim o pensamento se

encaminha para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir

pressupostos das ideias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda,

pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das ideias do texto, mas já pertencentes a outros

contextos, a outros campos de discussão.

Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa conquistar maior

lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que está em questão. Essa

clareza é necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de imaginação e de raciocínio,

porque os vôos para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção, serão realizados por um projeto

intencional, e não mais por incapacidade de reconhecer os limites de um texto colocado em questão, nem

por incapacidade de distinguir as próprias ideias das ideias apresentadas por um texto lido.

Redução Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de redução

ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se o inverso:

aborda-se apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. Seria privilegiar

um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro mas não é suficiente diante do conjunto, ou então que se

torna falso porque passa ser descontextualizado. Desse modo, o leitor detém-se a um aspecto menos

relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as relações principais. Reconhecer os processos

de redução representa também um salto de qualidade em nossa capacidade de ler e entender textos,

assim como em nossa capacidade de perceber e compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo

seus elementos e suas relações.

Contradição O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não

percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a perda

de uma passagem no desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro

tende a ser mais facilmente reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias expressas pelos textos -

os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma alternativa

apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras do texto, mas com um sentido

contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso provavelmente escolherá essa alternativa, por ser a mais

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“parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente, mas “ao pé da letra”, elementos

presentes no texto.

EXERCÍCIO 1

Leia atentamente o texto que se segue. Faça a primeira leitura, a de entrar em contato, e, depois,

faça a segunda leitura, captando as ideias centrais. Procure fazer um pequeno resumo do texto. Em

seguida, você deverá indicar ideias erradas que traduzam erros de extrapolação, redução e contradição.

Internet e eleições * Joaquim Falcão Especial para a Folha de S. Paulo Nas últimas eleições, a Justiça não permitiu internet na campanha eleitoral. Agora, o Senado permitiu. A Câmara dará a palavra final até o dia 3 de outubro. As eleições nunca mais serão as mesmas. Por múltiplas razões. Primeiro, o eleitor estará mais mobilizado e proativo. Jornais, revistas, rádio e televisão estabelecem comunicações de mão única. Deles para os eleitores. A internet é comunicação de mão dupla. Ou tripla. Dos eleitores com os candidatos, com os meios de comunicações e sobretudo entre si. Aliás, todos entre si. E, como o projeto não estabeleceu qualquer restrição às redes sociais — Orkut, Facebook, MySpace, UolK, Twitter —, nessas redes a campanha já começou. Não é preciso o cidadão esperar convenções de partidos ou escolha de candidatos. Uma consequência do cidadão mais proativo (sic) é que deverão aumentar as denúncias infundadas contra candidatos e partidos, bem como as defesas apaixonadas. Aumentarão as mentiras e os desmentidos. Todos ficarão mais expostos. Como a difusão é imediata, podem chegar a milhares e milhões de eleitores, o dano ou benefício é também imediato. Para os casos de injúria, calúnia e difamação haverá sempre o recurso da ida à Justiça. Que será sempre insuficiente. Porque é sempre a posterior. Quem terá que distinguir a mentira da verdade eletrônica será o próprio eleitor. A disputa ocorrerá na própria internet. De blogs contra blogs. De site contra site. De rede contra rede. A internet é uma arena. Um longo aprendizado da cidadania responsável está apenas começando. É verdade que rádio e televisão atingem mais brasileiros do que a internet. E que ainda é pequeno o uso da internet em casa. Mas o crescimento da internet é o maior de todas as mídias. A tendência é crescente e inevitável. Em julho, o número de usuários cresceu cerca de 10% em relação a junho. De 33 milhões para mais de 36 milhões. Sem contar as lan houses. A liberação da internet terá consequência de mão dupla: aumentará a participação dos cidadãos nas eleições e ao mesmo tempo estimulará mais usuários no dia a dia da internet. Segundo, é que o voto do eleitor jovem vai crescer em importância. Eles são quem mais usa internet. Representam mais do que 20% dos eleitores. A internet deve estimular a inclusão do jovem na política. Seus valores e interesses referentes, por exemplo, a sexo, família, ecologia e cultura são diferentes. Os jovens são mais atingidos na oferta e redução de emprego. Partidos e candidatos terão que ter propostas específicas para eles. Terceiro, o uso da internet como infraestrutura para o financiamento popular do candidato e do partido também deve crescer. Não instantaneamente, é claro. Mas a internet agiliza a doação individual eletrônica através de transações bancárias, contas de telefone e cartões de créditos. São doações mais fáceis, rápidas, legais e de maior controle pela Justiça. Esse foi o diferencial decisivo na campanha de Obama. Sua campanha custou US$ 744,9 milhões, dos quais US$ 500 milhões arrecadados via internet.

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A contribuição média foi de US$ 77 por cidadão. Ou seja, R$ 145. O peso relativo das doações de campanha das empresas deve cair. Com microdoações pulverizadas, os candidatos estarão menos dependentes de um grupo, ou daquela empreiteira. Sem falar que será difícil a Justiça controlar a interferência ilegal de sites localizados em outros países. A internet é global. O risco, pequeno talvez, é de exportar a campanha eleitoral, para sites globais onde a lei brasileira não chega. Até agora o Senado manteve a liberdade mais ampla, a não ser para sites empresariais, onde, em nome da imparcialidade, limitou a propaganda em sites de pessoas jurídicas, que não sejam provedores de internet e de informações ou sites de pesquisa, e em sites de órgãos governamentais. E regulou também o acesso aos debates. O desafio maior da lei ao regular os meios de comunicação na campanha eleitoral é justamente este: por um lado, manter a experiência brasileira de sucesso de controlar a participação excessiva do poder econômico e do poder dos governos nas campanhas. De outro, assegurar voto livre e liberdade de expressão a todos. *Publicado originalmente em: Folha de S. Paulo, Brasil, 17/9/2009. Disponível em <www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1709200913.htm>. Joaquim Falcão é professor de direito. Disponível em http://praticandogenerostextuaisnaescola.blogspot.com.br/p/coletanea-de-artigos-de-opiniao-da.html Acesso em 27/08/2012

DICA IMPORTANTE: Ao analisar um texto dissertativo, identifique inicialmente o argumento principal, aquele que fundamenta a opinião exposta. Em seguida, identifique as consequências decorrentes do que está sendo afirmado e por fim, a conclusão, que é a reafirmação do argumento principal.

EXERCÍCIO 2 - TESTES

UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL

Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médico e louco todos temos

um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.

Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.

É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções

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graves e com indicação precisa. Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos tudo sem saber dos riscos que corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação. (Dr. Geraldo Medeiros -Veja - 1995)

1) Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única afirmação correta é:

a) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos. b) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedicam. c) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação; d) condena a pouca seriedade daqueles que consomem remédio por conta própria. e) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de manter-se a juventude. 2)O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi: a) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se. b) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda “livre” de remédios. c) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedicação. d) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da automedicação. e) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas. TEXTO II “Certa manhã, meu pai me convidou para dar um passeio no bosque. Eu aceitei com prazer. Depois de um tempo, paramos para descansar numa clareira.Após um breve silêncio, ele me perguntou: - Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa? Apurei os ouvidos por alguns segundos e respondi: - estou ouvindo o barulho de uma carroça – Isso mesmo – disse meu pai – Uma carroça vazia ... – Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos ? – perguntei a ele. – Ora, - respondeu meu pai - , é muito fácil saber que uma carroça está vazia : quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz. Tornei-me adulto e, até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, de maneira inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo- Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...”: Rangel, 2002 in : Metacompetência , Mussak Eugênio I - a experiência dos mais velhos não é determinante para a vida dos mais novos. II - pessoas com pouco conteúdo, geralmente, são aquelas que mais produzem verbalizações esvaziadas de sentido e sem fundamento. III - A proposta do autor é apenas ensinar que as carroças podem deixar de fazer barulho caso coloquemos peso nelas. 1.Após a leitura das proposições acima, assinale a alternativa que corresponde à interpretação correta do texto: (a) I (b) II (c) III (d) I e II (e) I e III

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Leia COM ATENÇÃO os quadrinhos abaixo:

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Estudo de texto I Um mundo afogado em papel

Na sociedade digital, o homem gasta muito mais folhas do que antes dos computadores

Sobre a mesa do jovem executivo, um moderno computador, com processador mais que veloz de

1,1 megahertz e memória de 60 gigabites, capaz de armazenar todos os documentos que escreve e os

dados que precisa consultar, enviar com presteza sua correspondência e ainda guardar as fotos das

últimas férias. Pode-se supor que, com esse computador, internet, câmera digital e scanner a seu dispor,

esse executivo não precise mais de armários de arquivo ou de gavetas. Mas pilhas de papel, livros e

cartões sobre a mesa provam uma enorme contradição: o mundo digitalizado está se afogando em papel.

Quando os primeiros PCs começaram a ser comercializados, em 1980, o consumo mundial de

papel registrado pela Organização das nações Unidas para a Alimentação e agricultura (FAO) era de 190

milhões de toneladas. Em 1990, já era de 240 milhões e, hoje, chega perto de 300 milhões de toneladas.

Essa diferença pesa não só nos sacos de lixo, mas também ameaça áreas florestais, rios, solo e ar.

[...] Segundo relatório de uma das maiores empresas de consultoria em papel e impressão da

Europa, a Pira Internacional, a demanda por alguns tipos de papel pode aumentar em até 70% nos

próximos oito anos. Entre os mais cotados para estrelas do consumo estão o papel escritório (aquele

usado em impressoras comuns, em casa ou no trabalho) e os que servem para embalagem.

Só há queda de demanda para o papel-jornal. As razões para essas previsões estão, não por

coincidência, ligadas diretamente ao desenvolvimento das tecnologias digitais. “Se uma pessoa lia um

jornal há cinco anos, hoje pode ler dez na Internet e, portanto, imprimir páginas desses dez jornais”

comenta Luís Fernando Tedesco, gerente de marketing de suprimentos da Hewlett-Packard do Brasil.

[...] Até hoje ninguém conseguiu criar um substituto tão prático quanto as fibras de papel de

celulose diluídas em água e prensadas, receita criada pelo oficial da corte chinesa T’sai Lun, no ano 105

d.C. Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, tentam há

anos finalizar o projeto do e-paper. A idéia é criar um material semelhante à tela de cristal líquido, fino e

flexível, que possa exibir imagens e textos gerados por um chip que receberia as informações e as

“imprimiria”. Essas “folhas” poderiam ter seu conteúdo apagado e re-escrito a qualquer hora. Mas isso

ainda é ficção.

Para os representantes da indústria de celulose e papel, o impacto do aumento do consumo

previsto é contornável, “hoje se busca a produtividade de florestas, a redução de perdas com o

fechamento do ciclo da água e a diminuição de gastos com energia, usando resíduos de madeira como

combustível”, diz Marcos Vettorato, diretor industrial da Companhia Suzano de Papel e Celulose. Esses

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cuidados diminuem o impacto ambiental, salvaguardam o estoque de matérias-primas e reduzem custos.

[...]

Dois lados da folha

Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o crescimento da

demanda, a pressão sobre as florestas nativas aumenta, principalmente no Sudeste Asiático. É mais

barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos.

No Brasil a adaptação do eucalipto ao clima e ao solo faz do cultivo uma alternativa vantajosa.

Como o e-paper ainda é uma promessa e o escritório sem papel, uma ficção, a saída para evitar

problemas futuros é reduzir o consumo. Parece simplório lembrar que uma folha de papel tem dois lados,

mas se todos os 115 bilhões de folhas gastas anualmente em impressões caseiras ( cerca de 119

milhões de quilos de papel) fossem usadas e reusadas, 1,3 milhão de árvores não precisariam ser

cortadas. São números para pensar.(Cristina Charão. Galileu, São Paulo,n.130, maio 2002, p. 48-50)

Questões

1. Destaque do texto a frase que representa a ideia (tese) defendida pelo autor do texto. Que contradição pode ser identificada na frase que você destacou? Comente.

2. O trecho abaixo foi retirado do texto. Leia-o e, a seguir, responda ao que se pede.

“Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o crescimento da demanda, a pressão sobre as florestas nativas aumenta, principalmente no Sudeste Asiático. É mais barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos.” A leitura atenta do trecho permite pressupor qual a maneira mais fácil de reduzir custos. Qual seria ela?

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3. Qual da ideias abaixo explica por que o e-paper é mencionado no texto. Comente sua resposta. • O e-paper é mencionado como mais uma tecnologia digital que não foi capaz de contribuir para a

diminuição do consumo de papel. • O e-paper é mencionado como uma tecnologia digital que substituiria as telas e impressoras

atuais. • O e-paper é mencionado como uma tecnologia digital que finalmente contribuiria para a

diminuição do consumo de papel.

Estudo de texto II

Fragilidades...Homens, máquinas e sistemas... Orlando Morais

Interessante, manuseando o “Aurélio Eletrônico” seqüencialmente acessei as palavras abaixo, capturando em seguida as suas definições, mas, por que e para que isso? Vejam só: - Homem: indivíduo pertencente à espécie animal que apresenta o maior grau de complexidade na escala evolutiva; o ser humano. - Computador: Máquina capaz de receber, armazenar e enviar dados, e de efetuar, sobre estes, seqüências previamente programadas de operações aritméticas (como cálculos) e lógicas (como comparações), com o objetivo de resolver problemas. - Mainframe: Palavra de origem inglesa, de main, 'principal', + frame (work), 'moldura, estrutura'; termo originalmente aplicado, nas décadas de 1960 e 1970, ao conjunto do processador central e memória principal dos computadores, em informática: Computador de grande porte, geralmente compartilhado por diversos usuários por meio de terminais e periféricos. - Sistema (de processamento de dados): Em informática, é o conjunto complexo e organizado de procedimentos e equipamentos, geralmente baseado em circuitos eletrônicos, capaz de manipular e transformar dados segundo um plano determinado, produzindo resultados a partir da informação representada por esses dados. - Frágil: Fácil de romper ou quebrar; de estrutura frágil. Era o meu subconsciente em ação, talvez em razão de alguns comentários recentes sobre a “fragilidade do sistema de informática do Detran-MT”, entre outros, que ficaram ecoando na cabeça, pelo fato do sistema haver sido “burlado” por homens que roubando senhas, manusearam computadores que se encontram interligados em rede a um mainframe que processa os dados de um dos sistemas dedicados do Governo, no caso o sistema que controla algumas das atividades do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso.

Aí passamos a prospectar, buscando onde poderíamos constatar a alegada fragilidade. Seria na máquina, computador, que foi desenvolvido pelo próprio homem? ; Talvez seja no tal mainframe que também não passa de um computador “metido a besta” que “cresceu” bem mais que os conhecidos computadores pessoais, mas que mesmo assim, também foi concebido pelo homem? Ou seria no sistema em utilização, que tem uma história de mais de 20 (vinte) anos e que armazena, sem notícia de perdas de informação, todos os registros dos órgãos oficiais, e que também foi desenvolvido e é mantido pelo homem?

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Matematicamente e até a lógica determinada pela insistente aparição do homem nas hipóteses elencadas, acabam por apontar uma grande fragilidade, talvez a maior que poderíamos identificar.

O grande problema continua sendo a fragilidade humana, a sua estrutura moral que se rompe para levar alguma vantagem sem medir conseqüências, prejudicando toda uma sociedade, e conforme o “tratamento” da divulgação coloca em dúvida as instituições e, em cheque a condução de trabalho conjunto de homens e mulheres, técnicos(as) e políticos(as), que se juntaram sob a liderança do Governador Blairo Maggi, com compromissos firmados em praças públicas, de trabalhar pela implementação de mudanças e pela quebra de paradigmas que ajudem a consolidar Mato Grosso em seu grande papel de celeiro, como nas escritas de Dom Bosco.

Reunimos a equipe de casa, ficando tranqüilos e com a moral elevada, confiando nas Delegacias Especializadas, que cada vez mais vêm se aprimorando na utilização de Tecnologias, sejam elas do Século I ou do XXI, o que importa são os resultados, a eficiência...

Com relação aos tais comentários, concluímos que faltou um pouco de reflexão antes de massificá-lo, até porque fazer análises mais apuradas dos fatos, ouvindo e entendendo algumas fontes é sempre uma boa prática profissional. Portanto, em nada prejudicou, ou abalou, os nossos princípios éticos e profissionais.

De qualquer forma, fica o alerta geral, já que o velho dito popular: “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém....” continua valendo, ou não? (disponível em www.secom.mt.gov.br/conteudo)

1) Qual a intenção do autor do texto em manusear o “Aurélio Eletrônico” ? 2) Retire do 5º. parágrafo uma frase que traduza a ideia central apresentada pelo autor. 3)Identifique o objetivo do autor ao apresentar seu ponto de vista.

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Acordo Ortográfico – Resumo Geral

Obs.: É interessante, antes de explanar as mudanças, fazer uma revisão rápida sobre os conceitos de oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, além dos conceitos de prefixo e radial. Mudanças no alfabeto – Acréscimo das letras K, W e Y. Trema (¨) – sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada, não existirá mais em língua portuguesa. Ex. : Aguentar X aguentar Bilíngue X bilíngue Cinquenta X cinqüenta Obs.: Continuará aparecendo, porém, nas palavras estrangeiras. Acentuação gráfica

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos ei e oi das palavras paroxítonas (quando a última sílaba é a mais forte ao ser pronunciada ).

Ex.: Coréia – Coreia - Andróide – androide - Apóia – apoia - Bóia – boia- Geléia – geleia

Obs.: Palavras oxítonas (quando a última sílaba é a mais forte ao ser pronunciada) terminadas em eis, eu, éus, oi, óis, continuam sendo acentuadas. Ex.: papéis, heróis, heróis, troféu, troféus.

2. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Ex.: abençôo – abençoo Crêem – creem Enjôo - enjoo

3. Não se usa mais o acento diferencial (acento usado para modificar sentido da palavra).

Ex.: Ele pára o carro. – Ele para o carro.

Ele foi ao pólo Norte – Ele foi ao pólo Norte.

Ela gosta de jogar pólo. - Ela gosta de jogar polo.

Essa gata tem pêlos. – Essa gata tem pelos.

Comi uma pêra. – comi uma pera.

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OBs.: Permanece o acento diferencial em pôde / pode; pôr / por e nas formas que diferenciam singular e plural dos verbos ter e vir e seus derivados (manter, deter, conter, convir, intervir, advir etc.)

Hífen 4. Permanece nas palavras com prefixos diante da letra H. Ex.: anti-higiênico; co-herdeiro; mini-

hotel. Exceção: subumano.

5. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Aeroespacial; agroindustrial; anteontem; antieducativo; autoescola; coautor; semiaberto; etc.

Exceção: o prefixo co em geral se aglutina (se junta) com o radical, mesmo quando se inicia com o: coobrigar; coordenar; cooperar.

6. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o radical começa com consoante diferente de r e s. Ex.: anteprojeto; antipedagógico; autopeça; autoproteção, microcomputador; seminovo; etc.

Obs.: Com o prefixo vice usa-se sempre hífen.

7. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o radical começa por r ou s. nesse caso deve-se duplicar essas letras. Ex.: antirrábico; antirracismo; biorritmo; neossimbolista; neorrealismo; etc.

8. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o radical começar com a mesma vogal. Ex.: anti-ibérico; anti-imperialista; contra-ataque; micro-ônibus; etc.

9. Quando o prefixo terminar em consoante, usa-se hífen se o radical iniciar com a mesma consoante. Ex.: hiper-requintado; inter-racial; inter-regional; sub-bibliotecário; etc.

10. Com os prefixos circum e pan, usa-se hífen diante de palavra iniciada em m, n e vogal. Ex.: circum-navegação; pan-americano.

11. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Ex.: hiperacidez; hiperativo; interescolar; superamigo etc.

12. Usa-se sempre o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró. Ex.: pré-vestibular; pré-história; ex-aluno; além-mar; pós-graduação; etc.

13. Deve-se usar o hífen para ligar palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Ex.: ponte Rio-Niterói; Rio-São Paulo; etc.

14. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Ex.: girassol; mandachuva; paraquedas; pontapé; etc.

Fonte: SILVA, Maurício. O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – o que muda, o que não muda. São Paulo: Contexto, 2009.

ELABORAÇÃO DE SEMINÁRIO

TRABALHO EM GRUPO: Dividam-se em grupos e escolham um tema de seu interesse sobre o qual

devem ser selecionados três textos, sendo um deles obrigatoriamente de arte: poesia, crônica, filme,

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pintura, escultura, charge etc. Selecionados os textos, vocês devem, com base no que foi estudado,

proceder à análise do ponto de vista do autor, o objetivo do texto e os recursos utilizados pelo autor para

atingir esse objetivo. A sequência das apresentações será decidida por sorteio.

Apresentação de um seminário Durante a exposição, podem ocorrer fatos não previstos. Por exemplo, o público pode não

compreender bem o conteúdo da exposição; um aparelho audiovisual pode não funcionar; um integrante

do grupo pode faltar ou ficar nervoso e esquecer o texto; uma cartolina pode cair da parede; etc. Por isso,

é preciso estar atento a vários aspectos simultaneamente e, de acordo com a necessidade, introduzir

modificações e improvisar soluções a fim de alcançar o melhor resultado possível.

A seguir, relacionamos alguns dos aspectos que devem ser observados.

Sequência e andamento da exposição 1. Abertura: Geralmente o professor faz uma apresentação inicial breve e dá a palavra ao apresentador

Faz isso com palavras como “Vocês agora vão assistir ao seminário preparado por fulano...”.

2. Tomada da palavra e cumprimentos: o apresentador deve, primeiramente, colocar-se à frente da

plateia, cumprimentá-la, e tomar a palavra.

3. Apresentação do tema: o apresentador diz qual é o tema, fala da importância de abordá-lo nos dias de

hoje, esclarece o ponto de vista sob o qual irá abordá-lo e, no caso de se tratar de um tema amplo,

delimita-o, isto é, indica qual aspecto dele será enfocado. Por exemplo, se o tema é a poluição do meio

ambiente, a delimitação pode consistir em enfocar apenas a poluição dos rios. Esse momento do

seminário tem em vista despertar na platéia curiosidade sobre o tema.

4. Exposição: o apresentador segue o roteiro traçado, expondo cada uma das partes, sem atropelos. Ao

término de cada uma, deve perguntar se alguém quer fazer alguma pergunta ou se pode ir adiante. Na

passagem de uma parte para a outra, deve dar a entender que não há ruptura, e sim uma ampliação do

tema. Para isso, deve fazer uso de certos recursos lingüísticos, como Outro aspecto que vamos

abordar... Se há esses aspectos negativos, vamos ver agora os aspectos positivos...

5. Conclusão e encerramento: o apresentador retoma os principais pontos abordados, fazendo uma

síntese deles; se quiser, pode mencionar aspectos do tema que merecem ser aprofundados em outro

seminário; pode também deixar uma mensagem final, algo que traduza o seu pensamento ou o

pensamento do grupo ou de um autor especial. No final, agradece a atenção do público e passa a palavra

a outra pessoa.

6. Tempo: o apresentador deve estar atento ao tempo previsto e, de acordo com o andamento do

seminário, ser capaz de introduzir ou eliminar exemplos e aspectos secundários, caso haja necessidade,

a fim de se ajustar ao tempo estipulado.

Postura do apresentador

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1. O apresentador deve preferencialmente ficar em pé, com o roteiro nas mãos, olhando para o fundo da

sala. Sua presença deve expressar segurança e confiança.

2. A fala do apresentador deve ser alta, calma, bem-articulada, com palavras bem pronunciadas e

variações de entonação, a fim de que a exposição não fique monótona.

3. Ao olhar para o roteiro, o apresentador deve fazê-lo de modo rápido e sutil, sem que seja necessário

interromper o fluxo da fala ou do pensamento. Além disso, ao olhar o roteiro, não deve abaixar

demasiadamente a cabeça, afim de que a voz não se volte para o chão. O roteiro deve ser rapidamente

o1hado, e não lido (a não ser no caso de leitura de uma citação), pois tal procedimento gera1mente torna

a exposição enfadonha.

4. O apresentador nunca deve falar de costas para a platéia, mesmo que esteja escrevendo na lousa ou

trocando uma transparência no retroprojetor. Nessas situações, deve ficar de lado e falar com a cabeça

virada na direção do público, a fim ·de que sua voz seja ouvida por todos.

5. O apresentador deve se mostrar simpático ao público e receptivo a participações da plateia.

Uso da linguagem Nos seminários, predomina a variedade padrão da língua, embora possa haver maior ou menor

grau de formalismo, dependendo do grau de intimidade entre os interlocutores. Assim:

1. O apresentador deve evitar certos hábitos da linguagem oral, como a repetição constante de

expressões como tipo, né?, tá? e ah?..., pois elas prejudicam a fluência da exposição.

2. O apresentador deve estar atento ao emprego de vocábulos e conceitos específicos da área

pesquisada e explicar ao público seu significado sempre que houver necessidade.

3. Durante a exposição, o apresentador deve fazer uso de expressões de reformulação, isto é, aquelas

que permitem explicar de outra forma uma palavra, um conceito, ou uma idéia complexa. As mais

comuns são: isto é, quer dizer, como, por exemplo, em outras palavras, vocês sabem o que é isso? Deve

também fazer uso de expressões que confiram continuidade ao texto, como além disso, por outro lado,

outro aspecto, apesar disso, etc.

Apresentação de um seminário em grupo Além das orientações dadas anteriormente, a exposição em grupo exige atenção quanto a mais

alguns aspectos específicos.

1. Cada integrante do grupo pode ficar responsável pela apresentação de uma das partes do seminário.

Entretanto, entre a exposição de um participante e a de outro deve haver coesão, isto é, não pode

haver·contradição entre as exposições nem ser dada a impressão de que uma fala é independente de

outra. Cada exposição deve retomar o que já foi desenvolvido e acrescentar, ampliar. Além disso, devem

ser empregados elementos lingüísticos de coesão, como "Além das causas que fulano comentou,

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vejamos agora outras causas, menos conhecidas...", "Vocês viram as consequências desse problema no

meio urbano; agora, vão conhecer as conseqüências, do mesmo problema no meio rural...".

2. O grupo todo deve se "especializar" no assunto em foco. Além de conferir maior segurança às

exposições individuais, isso permite também que todos respondam com tranqüilidade a qualquer

pergunta feita pelo público.

3. Devem ser evitadas atitudes que desviem a atenção do apresentador, como conversas entre os

membros do grupo, conversas entre um membro do grupo e uma pessoa da platéia, movimentos, ruídos

ou brincadeiras que atrapalhem a exposição. Não há obrigatoriedade de que todos fiquem em pé

enquanto um dos integrantes do grupo faz sua apresentação.

4. Enquanto um dos apresentadores expõe, os outros podem contribuir manuseando os equipamentos

(transparências, vídeo), trocando cartazes, apagando a lousa ou simplesmente ouvindo.

Enriquecendo o seminário com recursos audiovisuais A principal linguagem de um seminário é a verbal. Contudo, o uso de recursos audiovisuais, como

cartazes, transparências em retroprojetor, filmes, slides, datashow, etc., podem tornar o seminário mais

agradável ou facilitar a transmissão de um volume maior de informações.

O uso desses recursos exige, porém, certos cuidados:

1. O equipamento deve ser testado previamente, para prevenir a ocorrência de falhas técnicas durante a

exposição.

2. O apresentador deve lembrar que tais recursos têm a finalidade de servir de apoio à exposição oral e,

portanto, não a substitui. Assim, ao fazer uso de uma transparência, por exemplo, ele deve aproveitá-la

para reunir ou esquematizar as informações que vem apresentando, em vez de simplesmente ler o que

está escrito nela. A alternância de exposição oral com o uso de recursos audiovisuais geralmente dá

leveza ao seminário. (Cereja, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português Linguagens Ed. Atual) Em seguida, vocês têm a ficha de avaliação com os critérios que devem ser observados durante a apresentação. Destaque-a e entregue a seu professor no dia de seu seminário.

ATENÇÃO:A ATRIBUIÇÃO DA NOTA DE CADA TÓPICO PODERÁ VARIAR

CURSO - TURMA - UNIDADE- SALA- TEMA - NOME DO ALUNO RA

FICHA DE AVALIAÇÃO DE SEMINÁRIO – LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL PROFESSORA _________________________________________________

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ORGANIZAÇÃO COMENTÁRIOS Integração do grupo (0.25) Uso de roteiro (0.25) CONTEÚDO COMENTÁRIOS Informações (seleção qualitativa e quantitativa do material coletado) (0.5)

Estrutura do texto ( introdução/desenvolvimento/conclusão)(1.0)

Firmeza no conhecimento do conteúdo (1.0) DISCURSO COMENTÁRIOS Adequação da linguagem (formal/ informal/ inculta)(0.5)

Boa dicção (entonação, timbre, altura) (0.5) Clareza na exposição ( encadeamento das partes) (0.5)

POSTURA COMENTÁRIOS Empatia (0.25) Cumprimento do tempo previsto (0.25) RECURSOS AUDIOVISUAIS COMENTÁRIOS Utilização correta dos recursos

GRAMÁTICA DE USO

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?

POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual.

Por que você não foi à festa?

Gostaria de saber por que você não foi à festa.

POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.

Você não foi à festa, por quê?

PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: PERDE 1.0 PONTO QUEM ATRAPALHAR O SEMINÁRIO DOS COLEGAS COM

BARULHOS OU ATITUDES INADEQUADAS.

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Não fui à festa porque estava doente.

PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo.

Quero saber o porquê de tanta gritaria.

A FIM DE ou AFIM?

A FIM DE – Com intuito

Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.

AFIM – Com afinidade - São pessoas afins.

ONDE ou AONDE?

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).

Onde está o meu carro?

AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).

Aonde você vai agora?

HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.

A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de.

Falávamos acerca de sua demissão.

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)

Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.

Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”

HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.

Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.

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TAMPOUCO ou TÃO POUCO?

TAMPOUCO – Também não.

Não compareci a festa tampouco ao almoço.

TÃO POUCO – Muito pouco.

Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.

A ou HÁ?

A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.

Ele chegará daqui a duas semanas.

A cidade fica a 20 km daqui.

Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.

HÁ – Indica tempo decorrido, passado.

Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.

Saiu há pouco do Rio de Janeiro.

A PAR ou AO PAR?

A PAR – Estar ciente de, sabedor.

Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).

O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).

MENOS ou MENAS?

Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.

A forma MENAS, não existe.

MÁS, MAS ou MAIS?

MÁS – Ruins.

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Essas pessoas são muito más.

MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.

A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.

MAIS – Antônimo de menos.

O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.

MAL ou MAU?

MAL – Antônimo de bem.

A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom.

Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.

AO INVÉS DE ou EM VEZ DE?

AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.

Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.

EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de.

Em vez de José, Carlos esteve presente.

A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?

A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou

substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.

A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)

No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)

A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis /patamares em

relação ao que se fala.

As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.

Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.

A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?

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A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.

A princípio havia um homem e uma mulher.

EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.

Em princípio, sou contra a pena de morte.

Ou use simplesmente: Em tese, sou contra a pena de morte.

EM CORES

O pronunciamento do presidente foi filmado em cores ontem.

Conserta-se TV em cores.

NA RUA

Todos moramos em algum lugar e não a algum lugar.

Roberto residia na rua Augusta.

EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?

O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório.

Fazemos entregas em domicílio.

Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.

Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).

SITO A ou SITO EM?

Nosso escritório situa-se na Avenida Brasil.

SE NÃO ou SENÃO?

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.

Devolva o relatório se não estiver de acordo.

SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.

Não vejo outra alternativa senão concordar.

SENÃO – Substantivo, significando contratempo.

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O show não teve nenhum senão.

PORISSO ou POR ISSO?

NÃO existe a forma PORISSO.

A forma correta é POR ISSO.

É por isso que você não vai mais errar.

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.

Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.

DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.

Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.

COM CERTEZA OU CONCERTEZA?

Com certeza, é com certeza, separado!

CONTUDO OU COM TUDO?

COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do

pronome ISSO.

Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!

CONTUDO – Introduz uma ideia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por

entretanto, porém, todavia, mas.

Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.

DERREPENTE OU DE REPENTE?

Só existe a forma DE REPENTE.

INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?

Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser

grafado com Z.

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OQUE OU O QUE?

Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.

A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente.

QUIS OU QUIS?

O verbo querer deve ser grafado com S, assim:

Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...

AGENTE OU A GENTE?

AGENTE – é substantivo.

Este é o AGENTE 007.

Ele é um AGENTE da Polícia Federal.

A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.

- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?

- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.

EU ou MIM?

O Eu é sempre o sujeito da frase enquanto que o MIM NUNCA será o sujeito. Em outras

palavras, MIM NÃO FAZ NADA!!

João traga um livro para mim.

João traga um livro para eu ler.

ATENÇÃO!

Quando a frase apresentar a preposição ENTRE, a escolha deverá ser o MIM.

Não há divergências entre MIM e você.

Somos muito amigas, por isso entre você e MIM não poderá haver segredos.

OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?

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As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.

Exercícios

1. Chorarei muito __________________ voltares. (senão – se não)

2. Não faz nada ________________ estudar. (senão – se não)

3. Não estou ___________________ conversar neste momento. (a fim de – afim)

4. O casal tem comportamento _________________, vivem muito bem. (afim de – afim)

5. Eu não estou ________________ do assunto. (a par – ao par)

6. A moeda americana caminha _____________ com a moeda inglesa. (a par – ao par)

7. Ele correu, por isso ______________ muito. (suou – soou)

8. Sua voz ______________ bem alto. (suou – soou)

9. O funcionário foi transferido para uma outra _________________.(sessão – seção – cessão)

10. Naquele dia, todos aguardavam a presença do economista para, na Câmara Municipal, iniciar a

_________________. (sessão – seção – cessão)

11. Espera-se que o conjunto de cordas realize um ________________ nos próximos dias. (conserto –

concerto)

12. O _______________ deste aparelho de televisão é caríssimo. (conserto – concerto)

13. O político foi __________________ por corrupção. (caçado – cassado)

14. Só na ____________ tentativa o motorista conseguiu estacionar o veículo. (sexta – cesta)

15. Ele não sabia pregar uma _______________ na parede. (taxa – tacha)

16. Complete com o pronome adequado (eu/mim): a - Diga-me logo o que é para _______ trazer. b - Para _______ , bastam dois copos. c - Entre ______e ela sempre houve interesse mútuo. d - Sem _______ nada será assinado. 17. Preencha as lacunas com por que, porque, por quê ou porquê. 1. O funcionário não instalou os cabos, _________________? 2) _________________ eles não elaboram o projeto? 3) Os alunos não se saíram bem _________________ estavam despreparados. 4) Os administradores resolveram os problemas, _____________ são profissionais. 5) Elas quiseram saber o _______________do aumento nos preços. 18. Complete as frases com Senão ou Se não 1. Feche o arquivo, ______________ o computador ficará carregado. 2. Ninguém, ______________ o programador, conseguiu detectar a falha no sistema. 3. Quem poderia ser ______________ nosso gerente? 4. Os problemas não são ______________ um desafio. 5. ______________ acordar mais cedo, perderá o ônibus.

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19. Empregue "ouve" ou "houve", de acordo com o sentido das frases: 1. Se não falar baixinho, alguém _____________nosso segredo. 2. Não ____________ nenhum erro de cálculo, o saldo está correto. 3. Meu chefe não ____________ muito bem. 4. No ano passado ____________ uma série de atentados no mundo.

20. Complete com Há ou A: 1. ____________ dias que não trabalhamos no projeto. 2. Daqui ____________ alguns dias iniciarei em meu novo emprego. 3. Esteve em outros países ____________ um mês. 4. O gerente dirigiu a palavra ____________ toda equipe 5. Foi ____________ Florianópolis a trabalho. 21. Complete corretamente as frases com MAL ou MAU. 1 Aquela atendente estava muito ____________ vestida. 2. Aquele sorvete me fez ____________, fiquei resfriada. 3. ____________ tiveram tempo de chegar da escola, tiveram que trabalhar. 4. O instalador escolheu ____________ os equipamentos. 5. A recepcionista estava de ____________ humor. 22. Substitua a forma de tratamento A Gente pelo pronome Nós. Faça as alterações que forem necessárias. 1. A gente já trabalhou naquela empresa _________________________________________________________________ 2. A gente hoje está atrasado. _________________________________________________________________ 3. A gente só vê equipamento destes em grandes empresas. _________________________________________________________________ 4. E se a gente não finalizar a tarefa? _________________________________________________________________ 5. Depois a gente marca um encontro com elas. _________________________________________________________________

23. Complete com MAS, MÁS ou MAIS, conforme convenha:

1. Eu sabia do problema, ____________ não tinha autorização para resolvê-lo. 2. As ____________ instalações geram muitos danos. 3. É uma peça pequena, ____________ muito cara. 4. Para este trabalho, o programa Excel é ____________ indicado do que o Word. 5. Pode sair, ____________ chegue cedo.

GRAMÁTICA DE USO – TESTE I

1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles podem ser

considerados ____________.

a) emigrantes b) imigrantes

2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas casas

pelo governo italiano.

a) eminência b) iminência

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3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores

_____________-se em encher o tanque do seus automóveis.

a) apressaram b) apreçaram

4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas mais

descuidados.

(I) a) infligirem (II) a) infligem

b) infringirem b) infringem

5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos sequestrados pelas FARC.

a) intercessão b) interseção

6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de prisão

preventiva.

a) mandado b) mandato

7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o fim de seu

(II).

(I) a) empossar (II) a) mandado

b) empoçar b) mandato

8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam.

a) soam b) suam

9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados

aumentos.

a) taxas b) tachas

10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas tem se

intensificado devido às constantes blitze policiais.

(I) a) tráfego (II) a) tráfego

b) tráfico b) tráfico

11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo.

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34

a) expectadores b) espectadores

12. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer

agressões de outras presas.

(I) (a) mandado (II) (a) sela

(b) mandato (b) cela

13. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas as pistas

de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos.

(I) a) comprimentos (II) a) comprimento

b) cumprimentos b) cumprimento

14. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro.

a) assessórios b) acessórios

16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido __________, o ex-

presidente elegeu-se senador na última eleição.

a) cassados b) caçados

15. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de almoço

gratuito para estudantes de baixa renda.

(I) a) deferido (II) a) deferem (III) a) seção

b) diferido b) diferem b) sessão

c) cessão

GRAMÁTICA DE USO – TESTE II 1. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime.

a) por que b) por quê c) porque d) porquê

2. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação.

(I) a) por que (II) a) por que

b) por quê b) por quê

c) porque c) porque

d) porquê d) porquê

3. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?!

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35

a) por que b) por quê c) porque d) porquê

4. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não interferem nas

investigações.

a) por que b) por quê c) porque d) porquê

5. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus artigos.

a) a fim b) afim

6. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de crianças da

classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa.

(I)a) Há cerca de (II) a) há cerca de (III) a) há cerca de

b) Acerca de b) acerca de b) acerca de

c) Cerca de c) cerca de c) cerca de

7. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital nos

últimos meses.

(I) a) haja visto (II) a) tráfego

b) haja vista b) tráfico

8. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro recomendado pela

professora.

(I) a) tampouco (II) a) tampouco

b) tão pouco b) tão pouco

9. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas reservas

para uma (III) espacial.

(I) a) A (II) a) a (III) a) viagem

b) Há b) há b) viajem

c) hão

10. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III) acabei sendo

efetivado.

(I) a) faz (II) a) Em princípio (III) a) mais

b) fazem b) A princípio b) más

c) mas

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36

11. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais, (II)

pessoas seguem as medidas de prevenção.

(I) a) ao par (II) a) menas

b) a par b) menos

12. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de terem

perdido muitas aulas.

(I) a) mal (II) a) mal

b) mau b) mau

13. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola.

(I) a) seção (II) a) ao invés de

b) sessão b) em vez de

14. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à dengue.

a) a nível b) em nível

15. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.”

a) em domicílio b) a domicílio

16. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida Higienópolis.

(I) a) na (II) a) na

b) à b) à

17. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser devolvida e

reposta por outro produto.

a) Senão b) Se não

18. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi cancelada.

a) Porisso b) Por isso

19. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu colocá-los

em prática.

a) ao encontro dos b) de encontro aos

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37

20. _____________ o diretor não vai mudar de ideia. Sabemos o quanto ele é irredutível.

a) Com certeza b) Concerteza

21. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na internet, os

canais por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o jovem atual pode crescer

melhor preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II), alguns jovens ainda se negam a

estudar.

(I) a) Contudo (II) a) Contudo

b) Com tudo b) Com tudo

22. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e portões eram

(II) até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança.

(I) a) acendiam (II) a) serrados (II) a) derrepente

b) ascendiam b) cerrados b) de repente

23. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para passear.

(I) a) quis (II) a) quisessem

b) quiz b) quizessem

24. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas.

(I) a) a gente (II) a) a gente

b) agente b) agente

25. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte de armas

por qualquer indivíduo.

(I) a) plebicito (II) a) opnião (III) a) há cerca

b) plebiscito b) opinião b) acerca

26. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem.

(I) a) optaram (II) a) corrupto

b) opitaram b) corrupito

PENSE !!!!!!

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38

................................................................................................................................................................

TÓPICO FRASAL

A ideia central do parágrafo é enunciada através do tópico frasal. Esse período orienta ou governa

o resto do parágrafo e dele nascem outros períodos secundários. É considerado o período mestre, que

contém a palavra-chave. Reconhecer o tópico frasal auxilia o leitor a identificar o caminho, o raciocínio do

escritor.

Como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto. Além disso, o tópico

frasal corresponde a enunciação argumentável, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do

escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou apresentar um

raciocínio completo.

A ideia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de

outros períodos que explicam ou detalham a ideia central.

EXERCÍCIOS 1. Elabore o tópico frasal a partir da palavra-chave.

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a) trânsito

b) eleição

c) meio ambiente

d) comunicação

2. Leia os parágrafos que seguem e assinale a alternativa correta.

A - O amor e o casamento têm seus provérbios. Todo homem apaixonado é poeta. Quem ama o feio

bonito lhe parece. Amor e tosse não dá para esconder. Se você quer elogio, morra; se quer crítica, case-

se. (Nelson Carlos Teixeira)

1. O tópico frasal do parágrafo é:

a. Todo homem apaixonado é poeta.

b. O amor e o casamento têm seus provérbios.

c. Se você quer elogio, morra; se quer crítica, case-se.

d. Amor e tosse não dá para esconder.

B - O português tem três tipos de predicado. Num, o núcleo da declaração é o verbo. Por isso se chama

verbal. Noutro, a palavra-chave é o nome. Daí receber o nome de nominal. Noutro, ainda, misturam-se os

dois. É o predicado verbo-nominal. Tem um núcleo verbal e outro nominal.

1. O tópico frasal do parágrafo é:

a. A palavra-chave é o nome

b. Noutro, ainda, misturam-se os dois

c. O português tem três tipos de predicado

d. É o predicado verbo-nominal

2. Destaque o tópico frasal dos trechos abaixo.

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a) As palavras, como os remédios, podem matar. O artigo indefinido é um deles. Medicamento de tarja

preta deve ser usado com redobrado cuidado. Ele amortece a força do substantivo, tornando-o vago,

impreciso e desmaiado. Em 99% das frases, o pequenino é dispensável. Seja sovina ao empregá-lo. Seu

texto ganhará em graça e elegância.

b) Na cidade, há pequenos delitos para todos os gostos. Um deles: furto nos sinais de trânsito. Outro:

embaraço à livre circulação de pessoas pelos muros de mercadorias armados pelos camelôs. Mais um:

extorsão mediante ameaça — declarada ou tácita — praticada pelos flanelinhas. É um imposto a mais

que os cariocas já se acostumaram a pagar. Em dias de jogo no Maracanã, chegam a cobrar R$ 10 ou

R$ 20. O último, mas não menos importante: a cidade, loteada pelo crime organizado, também é vítima

do mapeamento de suas ruas e esquinas feito pelo pequeno delinquente. (texto adaptado do Jornal do Brasil).

O PARÁGRAFO - ESTRUTURA

O parágrafo é uma unidade de composição do texto em que é desenvolvida uma idéia central a que se agregam outras secundárias, estabelecendo entre si sentido e lógica. Muito comum em textos dissertativos, o parágrafo-padrão estrutura-se em tópico frasal, desenvolvimento e conclusão. Introdução: também conhecida denominada tópico frasal, é formada de uma ou de duas frases curtas

que expressam, de maneira sucinta, a idéia principal do parágrafo, definindo seu objetivo.

Desenvolvimento: corresponde à ampliação do tópico frasal, à sua fundamentação ou que o esclarecem

( exemplos, detalhes, demonstração e fatos, comparações, referências históricas ou científicas).

Conclusão: nem sempre presente, especialmente em parágrafos mais simples e curtos, a conclusão

retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.

OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente um tópico frasal.

Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que constituem o

parágrafo.

A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de hierarquias. Um

jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bill Gates, o

mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o Mercado mundial de programas de

computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o endereço

eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas terem as próprias redes internas de comunicação

eletrônica. Pode-se prever que haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis

hierárquicos. A comunicação está correndo solta, livre de rédeas. Ultrapassa os organogramas.

Tópico frasal

conclusão

desenvolvimento

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EXERCÍCIOS 1. Divida o parágrafo em introdução, desenvolvimento e conclusão – utilize barras.

Vantagens e riscos da nanotecnologia ao meio ambiente

“A manipulação da matéria na escala nanométrica, num bilionésimo de metro, tem produzido

efeitos positivos na área ambiental. As resinas magnéticas têm a capacidade de remover metais de um

meio aquoso, o que pode ser utilizado no tratamento de efluentes. As nanopartículas são capazes de

remover contaminantes onde não há eficácia de outros processos químicos. Há quem defenda a

nanotecnologia como a garantia de que o mundo atingirá, enfim, o desenvolvimento sustentável.

Entretanto, ao mesmo tempo que as vantagens dessa tecnologia são nítidas para o meio ambiente,

alguns especialistas começam a atentar para o impacto dos nanomateriais na saúde do ser humano e na

natureza. Tornando-se, assim, necessário o estudo contínuo desse novo processo.”

(adaptadohttp://www.mct.gov.br/html/template/frame)

2. Leia atentamente o texto abaixo e responda ao que se pede.

Viver em sociedade

A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas

às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.

Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante

muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a

grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens

produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia.

Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos,

a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem

espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer

sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas

crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.

Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse

modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por

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exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum

lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco

tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar

e trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse

sozinha por muito tempo.

Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas

necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse

fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa

humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas.

A sociedade organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas

possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que

nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos

igualmente entre todos.

Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus

direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e

suas responsabilidades sociais.

(DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)

a) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto?

b) Releia o primeiro parágrafo e responda: qual é a sua função em relação aos demais parágrafos

que formam o texto?

c) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de

convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados?

d) Qual a função do último parágrafo? Que ideias ele defende?

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1. Desenvolva e conclua os seguintes tópicos frasais.

a) Dois são os principais motivos que contribuem para o empobrecimento acelerado da

sociedade____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

b) Nos últimos dez anos, a internet tornou-se necessária a todas as pessoas que desejam ser bem

sucedidas

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

2. Dadas as conclusões, escreva o início do parágrafo expondo a idéia principal a ser tratada e o

seu desenvolvimento.

a)__________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

________________________, por isso o Brasil está nestas condições!

b)__________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

______________________________________________________________. É justamente diante de

tudo isso que precisamos urgentemente reorganizar toda a estrutura das vias públicas da cidade de São

Paulo.

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Elaboração de parágrafos: 1) Tema: "Nossas palavras são o que somos?" Será que, quando emitimos as palavras, no dia-a-dia, realmente estamos sendo sinceros? Demonstramos às outras pessoas aquilo que realmente sentimos, ou tentamos passar uma imagem diferente do que somos?

2) Tema: "Os homens de fato se comunicam por meio dos computadores ou apenas trocam informações?” Ocorre realmente a comunicação (emissor, receptor, mensagem, canal, código, referente) entre os homens, ou há somente pessoas "batendo papo", mandando e-mails a amigos, ou deixando "sites" na internet, sem ter a certeza de que alguém verá?

TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL

A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum,

em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.

Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o

mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da

linguagem ou do texto não-verbal.

É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa

(leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se

estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de

mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de linguagem.

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A utilização de recursos não-verbais na comunicação é frequente e exige que o leitor esteja atento

a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -

com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos

gráficos, dos sinais de trânsito, charges.

Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo. Produza um parágrafo para apresentar sua

opinião acerca da informação transmitida.

Exercícios

Para a próxima semana, traga uma revista cuja capa apresente a linguagem não verbal associada à

linguagem verbal. Analise-a e comente a mensagem transmitida.

COESÃO TEXTUAL

Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento,

pelo sentido, pelas relações entre as idéias que criam uma trama de significados a que damos o nome de

textualidade. Esse encadeamento é a coesão textual.

Uma das maneiras de se alcançar a coesão textual se dá pela recuperação de elementos de uma

oração em orações posteriores.

USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS PARA COESÃO TEXTUAL

Relações lógicas Palavras e expressões articuladoras que podem ser usadas

Adição, sequência de informações

E, nem, não só mas também, não só como também, bem como etc.

Oposição de ideias Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não etc.

Alternativas, escolhas Ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja

Conclusão Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para concluir, finalmente, em resumo

(http://www.patodelaranja.com/colunistas/clauro/cla_070205.php)

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Causa, justificativa ou explicação de um fato

Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que, visto que, já que etc.

Contradição e concessão Ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, conquanto que, se bem que, por mais que, posto que etc.

Condição ou hipótese necessária para que se realize um fato

Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que, caso etc.

Conformidade de um pensamento com outro

Conforme, segundo, consoante

Finalidade ou objetivo do fato Para que, a fim de que,

Proporcionalidade À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto mais, quanto menos

Tempo Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que, desde que, depois que, sempre que, assim que, previamente, subsequentemente, simultaneamente, recentemente

Evidências adicionais Ademais, além disso, igualmente importante, adicionalmente, também

EXERCÍCIOS

1. Reúna as frases em um só período, observando as relações sugeridas. Escreva duas possibilidades

para cada item.

a) causa

Não consegui tirar meu passaporte essa semana.

A Polícia Federal estava sem os formulários e sem os impressos.

b) conclusão

Aquele que sobe por favor deixa sempre rastro de humilhação.

Devemos ter sempre coragem e confiança em nosso próprio esforço.

c) fim

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Os salários precisam subir.

Haver recuperação do mercado consumidor.

2. Relacione as ideias dos três grupos de sentenças abaixo, em um só período, articulando as sentenças

da maneira que julgar mais adequada. Faça isso três vezes, dando relevância , alternadamente, a cada

uma das ideias.

a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova Constituição.

b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil.

c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil.

3. Faça o mesmo exercício, agora apenas uma vez, obedecendo à indicação entre parênteses.

a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (ideia principal)

b) O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo.

c) O fogo destrói o excesso de material combustível acumulado no chão.

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4. Abaixo temos alguns fragmentos de textos que apresentam algum tipo de incoerência. Aponte-os e

discuta a razão dessas incoerências.

a) Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje e talvez

para sempre. Mas não gosto da sua família: repressora, preconceituosa, preocupada em manter as

milenares tradições chinesas. O pior é que sou brasileira, detesto comida chinesa e não sei comer

com pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o nome do Sheing. No dia do seu

aniversário, já fazia dois anos de namoro, ele ganhou coragem e me convidou para jantar em sua

casa. Eu não podia recusar e fui. Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas

histórias da família e da China, comi tantas coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema eu

e o Sheing.

b) O quarto espelha características de seu dono: um esportista, que adorava a vida ao ar livre e não tinha

o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda a parte, havia sinais disso: raquetes de tênis,

prancha de surf, equipamento de alpinismo, skate, um tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas

sobre uma mesinha, as obras completas de um poeta inglês.

13. ORGANIZAÇÃO DE RESUMOS

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49

RESUMO

Resumo é uma condensação fiel das idéias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto

significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:

a) cada uma das partes essenciais do texto;

b) a progressão em que elas se sucedem;

c) a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.

O resumo é, pois, uma redução do texto original, procurando captar suas idéias essenciais, na

progressão e no encadeamento em que aparecem no texto.

Quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não

cabem, num resumo, comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado.

Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto original,

construindo uma espécie de "colagem". Essa "colagem " de fragmentos do texto original não é um

resumo. Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto. A

reprodução de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido.

Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do texto. Não

é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura.

É evidente que o grau de dificuldade para resumir um texto depende basicamente de dois fatores:

a) da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, sua estruturação sintático-semântica, suas

relações lógicas, o tipo de assunto tratado, etc.);

b) da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o repertório de informações que

possui, a familiaridade com os temas explorados).

O uso de um procedimento apropriado pode diminuir as dificuldades de elaboração do resumo.

Aconselhamos as seguintes passadas:

1. Ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo ao fim. Já vimos que um texto não é um aglomerado

de frases: sem ter noção do conjunto, é mais difícil entender o significado preciso de cada uma das

partes.

Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder genericamente à seguinte pergunta:

do que trata o texto?

2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão, para

compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e para captar o

sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos ocultos). Nessa leitura,

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50

deve-se ter a preocupação sobretudo de compreender bem o sentido das palavras relacionais,

responsáveis pelo estabelecimento das conexões (assim, isto, isso, aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua, ele,

ela, etc.).

3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de idéias que tenham

alguma unidade de significação.

Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de segmentação a divisão em

parágrafos. Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada que a dos parágrafos, mas como

início de trabalho, o parágrafo pode ser um bom indicador.

Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar um critério

de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto (as oposições entre os personagens,

as oposições de espaço, de tempo).

Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a idéia ou as idéias centrais de

cada fragmento.

4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos mas encadeá-los

na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles.

Exercício:

Leia atentamente o texto abaixo e elabore um resumo de, no máximo, dez linhas.

Na verdade, por que desejamos, quase todos nós, aumentar nossa renda? À primeira vista, pode

parecer que desejamos bens materiais. Mas, na verdade, os desejamos principalmente para impressionar

o próximo. Quando um homem muda-se para uma casa maior num bairro melhor, reflete que gente de

“mais classe" visitará sua esposa, e que alguns pobretões deixarão de frequentar seu lar. Quando manda

o filho a um bom colégio ou a uma universidade cara, consola-se das pesadas mensalidades e taxas

pensando nas distinções sociais que tais escolas conferem a pais e filhos. Em toda cidade grande, seja

na América ou na Europa, casas iguaizinhas a outras são mais caras num bairro que noutro,

simplesmente porque o bairro é mais chique. Uma das nossas paixões mais potentes o desejo de ser

admirado e respeitado. No pé em que estão as coisas, a admiração e o respeito são conferidos aos que

parecem ricos. Esta é a razão principal de as pessoas quererem ser ricas. Efetivamente, os bens

adquiridos pelo dinheiro desempenham papel secundário. Vejamos, por exemplo, um milionário, que não

consegue distinguir um quadro de outro, mas adquiriu uma galeria de antigos mestres com auxílio de

peritos. O único prazer que lhe dão os quadros é pensar que se sabe quanto pagou por eles;

pessoalmente, ele gozaria mais, pelo sentimento, se comprasse cromos de Natal, dos mais piegas, que,

porém, não lhe satisfazem tanto a vaidade.

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51

Tudo isso pode ser diferente, e o tem sido em muitas sociedades. Em épocas aristocráticas, os

homens eram admirados pelo nascimento. Em alguns círculos de Paris, os homens são admirados pelo

seu talento artístico ou literário, por estranho que pareça. Numa universidade teuta é possível que um

homem seja admirado pelo seu saber. Na índia, os santos são admirados; na China, os sábios. O estudo

dessas sociedades divergentes demonstra a correção de nossa análise, pois em todas encontramos

grande percentagem de homens indiferentes ao dinheiro, contanto que tenham o suficiente para se

sustentar, mas que desejam ardentemente a posse dos méritos pelos quais, no seu meio, se conquista o

mérito. (RUSSELL, Bertrand. Ensaios céticos. 2. ed. São Paulo, Nacional, 1957. p. 67-8. In: FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. (1995). Para

entender o texto: leitura e redação. 11. ed. São Paulo: Ática.)

Bibliografia ABAURRE, Maria Luiza et alii. (2003). Português: língua e literatura. 2. ed. São Paulo: Moderna. ABREU, Ântônio Suarez. (2001). Curso de Redação.11ª ed. São Paulo: Ática. CASTRO, Adriane Belluci Belório de et alii .(2000). Os degraus da leitura. São Paulo: Edusc. EMEDIATO, Wander (2004). A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo: Geração editorial. FARACO, Carlos Alberto & TEZZA, Cristóvão. Prática de texto: língua portuguesa para nossos estudantes. 7. ed. Petrópolis: Vozes,1999. FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 11. ed. São Paulo: Ática, 1995. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. PACHECO, Agnelo de Carvalho. A dissertação: teoria e prática. 19 ed. São Paulo: Atual, 1988. SAVIOLI, Francisco Platão et alii. Coleção Anglo de Ensino. São Paulo: Anglo, 2004. SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997. TERRA, Ermani & NICOLA, José de.( Gramática, literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1997. VIANA. Antônio Carlos et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. São Paulo. Scipione, 2004.

ANEXOS ERRO NA ACENTUAÇÃO DE ALGUMAS PALAVRAS

Em algumas situações, a acentuação altera não só a classe gramatical, mas também o sentido da

palavra.

influência influencia

pronúncia pronuncia

tecnológico tecnologia

maquinaria maquinária não existe

mês meses

vocês Voces, vocêis, voçês não existem

secretária secretaria

ERRO NA PRONÚNCIA DE ALGUMAS PALAVRAS

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PRONÚNCIA CORRETA PRONÚNCIA ERRADA

Aeronáutica Areonáutica

Bandeja Bandeija

Emagrecer Esmagrecer

Progresso Pogresso

Coincidência Conhicidência

Advogado Adevogado

Mortadela Mortandela

Bicarbonato Bicarbornato

Problema Poblema, probrema, ploblema

Salsicha Shalchicha

Próprio Póprio

Sobrancelha Sombrancelha

Perturbar Pertubar

Frustrado Frustado

Cabeleireiro Cabelereiro, cabeleileiro

Entretela Entertela

Engajamento Enganjamento

Mendigo Mendingo

Meteorologia Metereologia

Ignorante Inguinorante

Reivindicação Reinvidicação

Privilégio Previlégio

Superstição Supertição

Lagartixa Largatixa

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Receoso Receioso

Digladiar Degladiar

Subsídio Subzidio

Rubrica Rubrica

Disenteria Desinteria

Empecilho Impecilho

Estupro Estrupo

Beneficente Beneficiente

Irrequieto Irriquieto

Prazerosamente Prazeirosamente

Misto Mixto

Caderneta Cardeneta

Xifópagos Xipófagos

Dignitário Dignatário

Cinqüenta Cincoenta

Asterisco Asterístico

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Como estudante da Língua Portuguesa, você já sabe que nosso idioma sofreu algumas alterações ortográficas com o objetivo de minimizar as diferenças existentes entre os países que tem como idioma oficial a língua portuguesa. Esse pode ser considerado um primeiro passo em direção à unificação da língua. UM POUCO DA HISTÓRIA

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 16 de dezembro de 1990, em Lisboa. Participaram do acordo Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiní-Bissau, Moçambique e Timor Leste. Especialmente no Brasil, o acordo foi aprovado em 18 de abril de 1995 pelo Decreto Legislativo nº 54.

NO BRASIL

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As alterações devem entrar em vigor a partir de 2010. Recentemente, o Ministério da Educação ( MEC) publicou uma resolução no Diário Oficial exigindo que os livros didáticos que serão destinados às escolas públicas estejam de acordo com essas novas normas. O mesmo documento autoriza as editoras a já fazerem as adaptações necessárias já em 2009, já que a partir de 1º de janeiro de 2009, o acordo deve entrar em vigor.

Embora o documento oficial do Acordo não seja claro em alguns aspectos, julgamos imprescindível que o revisor conheça as alterações e as possa colocar em prática em sua atividade profissional.

ALTERAÇÕES

O alfabeto passa a ter 26 letras, reintroduziram-se as letras k, w e y.

O trema ( ¨ ) não é mais utilizado nos grupos gue, gui, que ,qui para marcar a pronúncia do u , mas permanece nas palavras estrangeiras:

Lingüiça Linguiça Müller

Retira-se o acento dos ditongos abertos ói e éi apenas das palavras paroxítonas: Asteróide asteroide

Nas oxítonas, o acento permanece: papéis

As formas êem e ôo não são mais acentuadas:

enjôo, lêem enjoo, leem

Não são mais usados os diferenciais em: pára / para péla(s) / pela(s) pêlo(s) / pelo(s)

Permanece o diferencial entre pôde e pode de pretérito e presente respectivamente.

Permanece o diferencial entre pôr e por. Não há alterações nos verbos ter e vir e seus derivados.

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Não se usa mais o acento agudo no u tônico nas formas arguis, argui, arguem.

Verbos terminados em quar, quir e guar usados, no Brasil, com o i e o u tônicos recebem acento:

enxáguo, delínques

EMPREGO DO HÍFEN Se antes da reforma já não havia consenso acerca do emprego do hífen, depois do acordo a situação continua levantando polêmicas. Vejamos que se apresenta atualmente:

Sempre se usa hífen antes do h: anti-herói

Prefixo terminado em vogal Sem afim diante de vogal diferente: antiaéreo. Sem afim diante de consoantes, exceto r e s, com as últimas, dobra-se o r

e o s: anteprojeto, antissocial. Com afim diante da mesma vogal: micro-ondas.

Prefixo terminado em consoante Com hífen diante da mesma consoante: inter-relação. Sem afim diante de consoante diferente e vogal: intercomunicação,

superimportante.

Prefixo sub Com afim diante de r: sub-raça. Sem hífen diante de h que deve ser omitido: subumano.

Prefixos circum e pan Com hífen diante de palavra iniciada com m, n, vogal: pan-americano,

circum-navegação. Prefixo co Com hífen: cooperar, cooptar.

Prefixo vice: Com hífen: vice-presidente.

Prefixos sem, aquém, além, ex, recém, pós, pré, pró Com hífen: pós-graduação, ex-aluno.

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Palavras que perderam a noção de composição Sem hífen: pontapé, paraquedas.

Bibliografia: TUFANO, Douglas. Michaelis. São Paulo. Melhoramentos.1ed., 2008.

01/08/2007 - 19h14

Veja como evitar gafes e mal-entendidos nas mensagens eletrônicas da Folha Online Etiqueta na rede O e-mail é um meio de comunicação diferente dos demais. Ao redigir suas mensagens, observe as instruções a seguir e crie uma impressão de eficiência e profissionalismo. Cuidados na redação: A facilidade para escrever e enviar uma mensagem estimula a informalidade. Aproveite esse benefício sem cair no desleixo: dedique tempo para redigir e-mails com clareza e objetividade se não quiser confundir (ou aborrecer) o destinatário. Tente ser objetivo e separar os assuntos com clareza Sem excessos: Além de irritantes, mensagens longas e repetitivas dificilmente conseguem transmitir as informações desejadas com eficiência e rapidez. Moderação no texto; Na hora de escrever um e-mail, pode ser tentador incluir todas as pessoas conhecidas na lista de destinatários. Lembre-se de que sua mensagem é apenas mais uma na caixa de entrada e, se quiser que seja lida com atenção, ela terá de ser bem elaborada. Além disso, se você envia para 25 pessoas uma mensagem que precisa de cinco minutos para ser lida, irá consumir mais de duas horas do tempo alheio. Tenha em mente que na tela a leitura torna-se mais fácil se o texto vier em parágrafos curtos. Em nome da clareza: Se você quer que seu e-mail seja lido, dedique tenção para a identificação do assunto. Em vez de tentar resumir o conteúdo no título, escreva a mensagem primeiro, leia-a e depois elabore a identificação. Prefira usar poucas palavras, pois frases longas demais não aparecem inteiras na caixa de identificação de diversos programas de gestão de e-mail. Identifique o assunto com até 50 caracteres Escrita objetiva: Aprenda a escrever mensagens de leitura fácil e a transmitir o que é importante sem desperdiçar o tempo das pessoas Como responder: Mantenha a mesma identificação do assunto (em uma resposta, ela virá precedida da sigla "Re:"), pois a medida facilita a organização por tema na hora de arquivar os assuntos. Para redigir a resposta, acrescente seus comentários no início do texto, insira algumas observações ao longo da mensagem e delete o que não tiver importância. Se cada pessoa que ler e devolver a mensagem adicionar um bloco de texto no início, o e-mail corre o risco de ficar imenso. Passo a passo 1. Para enviar e-mails apenas informativos, use PSC (para seu conhecimento). 2. Nesse tipo de e-mail, você pode usar também a sigla PSI (para sua informação).

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Clareza ao comunicar: Ao contrário do que ocorre com cartas, os e-mails são informais e em geral têm um tom coloquial. No entanto, alguns destinatários podem interpretar de maneira errada. Ao escrever, pense em quem vai ler e reserve a intimidade para os amigos. Seja objetivo e aumente as chances de ser compreendido Abreviações: Como cada vez mais pessoas compõem suas mensagens em movimento, às vezes usando o celular como teclado, aumenta a tendência ao uso de abreviações. A necessidade de facilitar o processo deu origem a uma linguagem rica em siglas e palavras de fácil identificação, como "msg" em vez de "mensagem" e "vc" no lugar de "você". Não se sinta obrigado a utilizar esse "idioma" e reserve a linguagem codificada para mensagens enviadas para quem compreende e para mensagens informais. Só abrevie palavras se tiver certeza de que o leitor da mensagem as entende Símbolos com significado: No início da era do e-mail, foram desenvolvidos sinais gráficos destinados a transmitir uma mensagem de humor, chamados de smileys ou emoticons. Em geral, apontam o tom do texto, como indiferença ou preocupação, por exemplo. Existe uma grande variedade desses símbolos, mas os mais usados estão descritos no quadro ao lado. Vale lembrar que nem todas as pessoas conhecem o significado dos emoticons e há quem os considere infantis. Evite usá-los em e-mails profissionais. Tom correto: Ao escrever um e-mail para uma pessoa pela primeira vez, pode ser difícil saber qual tratamento dar e como encerrar a mensagem. Aposte na neutralidade: use "Caro (fulano)" e termine com "Um abraço". Reserve formas mais próximas (como "querido" ou "um beijo") para destinatários que você conhece bem. Tente solucionar questões difíceis por telefone ou pessoalmente O perigo das emoções: Quando estiver nervoso ou alterado, preste o dobro de atenção nas mensagens que pretende enviar, pois algumas vezes um e-mail que você julga inofensivo pode conter emoções que não precisam ser transmitidas. Escrever com neutralidade em momentos de agitação não é fácil, e a leitura feita pelo destinatário pode agravar ainda mais a situação. Se tiver dúvidas, elabore uma mensagem "difícil" mas não envie: faça uma leitura atenta depois de um intervalo. Nos e-mails profissionais, evite ironias Em busca de ajuda: Se você se sente cansado ou sob pressão, pode ser útil pedir a opinião de um colega antes de mandar uma mensagem. Mostre o e-mail para uma pessoa não envolvida e peça seu parecer sincero.

Adaptado de http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u316916.shtml 07/08/2007

DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA

O primeiro mito que deve ser desfeito na relação entre fala e escrita é o de que a fala é o lugar da

informalidade, da liberdade, do dizer tudo e da forma que quiser, e a escrita, por sua vez, é o lugar da

realização formal, controlada e bem elaborada.

“A perspectiva da dicotomia estrita tem o inconveniente de considerar a fala

como o lugar do erro e do caos gramatical, tomando a escrita como o lugar da norma e

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do bom uso da língua. Seguramente, trata-se de uma visão a ser rejeitada”. (Marcuschi,

2001: 28)

Na verdade, fala e escrita são duas realizações possíveis de uma mesma língua que tanto podem

ser elaboradas quanto informais. O que determinará o grau maior ou menor de formalidade é o contexto

em que o falante ou escritor estará inserido.

O que existe é uma maior valorização da escrita pela sociedade, justamente pelo fato de esta ser

aprendida e desenvolvida em uma instituição social que é a escola. Entretanto, assim como a fala não

possui uma propriedade negativa, a escrita também não é uma modalidade privilegiada, ou seja, não

existe superioridade de uma modalidade em relação à outra.

Sendo assim, fala e escrita são duas práticas sociais que se realizam em um continuum e não de

maneira dicotômica.

“Isso equivale a dizer que tanto a fala como a escrita apresentam um continuum de

variações, ou seja, a fala varia e a escrita varia. Assim, a comparação deve tomar

como critério básico de análise uma relação fundada no continuum dos gêneros

textuais para evitar as dicotomias estritas”. (Ibidem: 42).

As diferenças entre língua oral e língua escrita permitem traçar um quadro contrativo dos

componentes básicos dessas modalidades.

Quanto à... Fala Escrita

Interação Interação face a face. Mesmo contexto

situacional.

Interação à distância (espaço temporal).

Contexto situacional diverso.

Planejamento Simultâneo ou quase simultâneo à

produção. Anterior à produção.

Criação Coletiva, administrada passo a passo. Individual.

Memória Impossibilidade de apagamento. Possibilidade de revisão.

Consulta Sem condições de consulta a outros textos. Livre consulta.

Reformulação A reformulação pode ser promovida tanto

pelo falante como pelo interlocutor.

A reformulação é promovida apenas pelo

escritor.

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Acesso Acesso imediato às reações do interlocutor. Sem possibilidade de acesso imediato.

Processamento

O falante pode processar o texto,

redirecionando-o a partir das reações do

interlocutor.

O escritor pode processar o texto a partir

das possíveis reações do leitor.

Processo de

Criação

O texto mostra todo o seu processo de

criação.

O texto tende a esconder o seu processo

de criação, mostrando apenas o

resultado.

Adaptado de Fávero (2000:74)

A importância da boa comunicação interna De: Diretor Presidente Para: Gerente Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17h, o Cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, usando capacete de segurança, ocasião em que eu, pessoalmente, explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu, sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido o filme Documentário sobre o Cometa Halley. De: Gerente Para: Supervisor Por ordem do Diretor-Presidente, na sexta-feira às 17h, o Cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica, a olho nu. Se chover, por favor, reúnam os funcionários, todos com capacete de segurança e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 78 anos. De: Supervisor Para: Chefe de Produção A convite de nosso querido Diretor, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nu às 17h no refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o raro problema da chuva na segurança. O Diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica. De: Chefe de Produção Para: Mestre Na sexta-feira às 17h, O Diretor, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer nu no refeitório da fábrica para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado um show sobre a segurança na chuva. O Diretor levará a banda para o pátio da fábrica. De: Mestre Para: Funcionários Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 17h, pois o Diretor e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme Dançando na Chuva. Caso comece a chover mesmo, é para ir ao refeitório de capacete na mesma hora. O show ocorre a cada 78 anos.

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Aviso Geral Nesta sexta-feira, o Chefe da Diretoria vai fazer 78 anos e liberou geral para festa

às 17h no refeitório. Vão estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e seus

cometas. Todo mundo vai estar nu e de capacete, porque a banda é muito louca e

o rock vai rolar até o pátio, mesmo com chuva.

(http://www.marcolino.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=17)

Estudo de texto Gerundismo

Modismos linguísticos?! Marcos Bagno

Revista Caros Amigos – Maio/2009 Recentemente, recebi mensagem de um jornalista que pretendia escrever uma matéria sobre “modismos linguísticos”. Como sempre acontece quando esses profissionais tentam tratar de linguagem, a mensagem estava recheada de equívocos. É claro que entre os supostos “modismos” que ele listava aparecia o tal do “gerundismo” que, como eu já disse antes, existe tanto quanto a mula-sem-cabeça. A simples nomeação do fenômeno demonstra cristalinamente a total incompreensão do que realmente acontece. Seria mais do que recomendável (acho que deveria ser obrigatório) que os cursos de jornalismo (que na minha modesta opinião formam especialistas em nada) tivessem pelo menos um ou dois semestres de teoria e análise linguística, para que os futuros profissionais da mídia dissessem um pouco menos de besteira sobre língua em geral, e sobre o português em particular.

Por que o “gerundismo” não existe? Porque o gerúndio está onde sempre esteve no português. O que causa estranheza (ou até repulsa) da parte de alguns é o uso, não do gerúndio, coitado, mas de vários verbos auxiliares encadeados. Quando alguém diz “o senhor pode estar experimentando a roupa” ou “amanhã vou estar enviando o documento”, o que ocorre é o acúmulo de auxiliares, quando, imaginam alguns, bastaria dizer “o senhor pode experimentar” ou “vou enviar”. Qual a origem dessa construção? Atribuí-la à influência do inglês é uma batatada do tamanho de um bonde. Estamos aqui diante do que se chama aspecto verbal, isto é, categoria semântica que expressa detalhes qualitativos ou quantitativos internos de uma determinada ação, processo ou estado. Também pode ser definido como a posição que o falante assume com relação ao evento ou ação que está expressando. No caso do falso “gerundismo”, o que está em jogo é o chamado aspecto contínuo ou durativo, por meio do qual se expressa uma ação prolongada no tempo. Assim, se ninguém estranha ouvir “hoje estou trabalhando”, não tem por que estranhar “amanhã vou estar trabalhando”. Já ouvi alguém chamar isso de “futuro do gerúndio”, mais uma bobagem de quem não tem instrumentos de análise adequados. Alguns linguistas interpretam o uso de vários auxiliares, sobretudo na fala de prestadores de serviço,

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atendentes do comércio etc., como um recurso modalizador, uma forma de tornar menos rude uma expressão de comando. Uma questão de polidez? A verdade é que ainda faltam mais investigações sofre o fenômeno, antes de podermos estar oferecendo interpretações mais conclusivas.

O que me deliciou na mensagem do jornalista foi que em dado momento ele escreveu: “Irei fazer uma matéria sobre modismos linguísticos”. Ora, se fôssemos aceitar o conceito de “modismo”, decerto teríamos de aplicá-lo também a esse “irei fazer” que aparece ali. Afinal, essa construção nasceu justamente de uma tentativa dos mais letrados de fugir do futuro simples (“farei”), reconhecidamente moribundo no português do Brasil, e do futuro perifrástico (“vou fazer”) considerado indigno de ser usado na distorcida noção de “escrita” que teima em assombrar nossas ideias sobre língua. Assim, surgiu o “irei fazer”, que só figura em textos escritos hipermonitorados ou na fala que pretende ser “formal”, reprodução oralizada de algum texto escrito. Modismo? Não. Novamente, uma questão de aspecto, uma questão de discurso. Ah, se os jornalistas gostassem de estudar!

Disponível em http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=426 Acesso em 27 de fevereiro de 2012. Agora responda:

a) Qual é o ponto de vista defendido pelo autor?

b) Quais são os argumentos utilizados por ele para defender seu ponto de vista?

c) Você considera o texto convincente e persuasivo? Por quê?

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d) Identifique a palavra-chave do texto.