LONA 671 - 08/03/2012
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Curitiba, quinta-feira, 8 de março de 2012
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O único jornal-laboratório
DIÁRIOdo Brasil
Ano XIII - Número 671Jornal-Laboratório do Curso de
Jornalismo da Universidade Positivo
Curitiba, 8 de março de 2012
Música de Gilberto Gil serve de inspiração no caso da UPS. Pág. 2
Integração é a novidade da Central de Comunicação. Pág. 3
Professores estaduais pedem aumento de salárioP r o f e s s o r e s universitários do estado se reúnem em frente ao Palácio Iguaçu , em Cu-ritiba, e recebem resposta dos g o v e r n a n t e s duas horas após o início da mani-festação.
Pág. 3
Opinião Rede Teia
Divulgação
Polícia Civil está sob liminar que multará cada dia de greve. Pág. 4
GeralProfessores e alunos universitários se unem para reivindicar melhorias nas universidade estaduais.
Curitiba, quinta-feira, 8 de março de 2012 2 2 2 2
Assustador não é somente a necessidade de criar uma lei para que as mulheres, por direito e obviedade, recebam o mesmo salário dos homens ao ocuparem o mesmo cargo profissional. Absurdo é o projeto de lei do deputado Marçal Filho (PMDB-MS) ter sido apresentado em 2009 e surtido efeito somente três anos depois.
Há pouco mais de um século comemoramos o Dia In-ternacional da Mulher e só agora serão punidas as em-presas que não reconhecem o trabalho feminino e ainda superiorizam o masculino. Foi necessário um século, cem anos, alguns dias a mais para, finalmente, colocar em pauta algo tão óbvio. Escrever e afirmar que isso já deveria ter acontecido torna-se demasiadamente ridículo.
Mesmo com a vontade de acreditar que somos um povo lutador, sem preconceitos e nos enxergamos como iguais, ainda presenciamos gafes como esta: de termos silenciado e, pior, aceitado a situação desigual por tanto tempo. So-mos, na verdade, atrasados e arrogantes. Permanecemos conservadores e não queremos nos comprometer.
Agora é esperar que a presidenta Dilma Rousseff san-cione a lei, faça jus ao fato de ser a primeira mulher no car-go e reconheça cada trabalhadora brasileira. Para todos os outros 190 milhões de brasileiras e brasileiros, sobra pensar o dia 8 de março como um momento de reconhecimento de luta legítima, a luta pela liberdade e igualdade de gênero. Não dê flores apenas em um dia, respeite o ano todo.
Expediente
Editorial
Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vitória Peluso.
O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Joenal-ismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Com-prido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30Fone: (41) 3317-3044.
Opinião
Atrasado e arrogante
Oooouou, gente hipócrita!Laura Beal Bordin
“Nos barracos da cidade ninguém mais tem ilusãoNo poder da autoridade de tomar a decisãoE o poder da autoridade, se pode, não fazquestãoMas se faz questão, não consegue enfrentar o tubarão”.
Esse pequeno trecho da canção de Gilberto Gil foi a forma mais clara qu encontrei de expressar o que aconteceu e provavelmente continuará acon-tecendo nos próximos meses em Curitiba, na implantação das chamadas UPS (Unidade ParanáSeguro). Não há mais ilusão, não há mais confiança na polícia. E por quedeveria haver? Foram anos de abandono e quando a autoridade resolve fazerquestão de resolver um problema que sempre foi dela, acaba atingindo osmoradores com mais violência.
O caso do garoto de 19 anos que estava andando de bicicleta em se bairro, o Uberaba, quando foi questionado sobre algum tipo de arma e apanhou antes mesmo de poder dizer quem era e o que fazia ali é o retrato da políciabrasileira. Despreparada, autoritária eineficaz. Torturado, exata-mente como sefazia durante o período mais escuro da história brasileira, sem motivos, nemmandatos. Invadir e revirar casas de moradores sem au-torização judicial.Acredito que essa seja a frase mais clichê que já utilizei em um texto, mas...que segurança é essa?
Hoje, me sinto mais segura sem a presença da polícia do que perto dela.Realmente espero que as UPS deem certo. Mas os fatos mostram diferente.Acredito que terminaremos com uma polícia dentro do bairro, autorizada a batere torturar sem questionar.
O que falta é a autoridade perceber que o “delinquente” é apenas um produto de sua omissão. E que a força deve ser a última forma de exercer opoder. O que falta é a população entender que o verdadeiro tubarão não é o traficantedo bairro nem o “trombadinha” que rouba para usar drogas. O verdadeiro tubarãocompactua com tudo isso, e no fim, comanda tudo isso no conforto de seu arcondicionado. E no fim, não faz questão de mudar a situação. Gente estúpida!
Espaço
do
Leitor
Danilo Gergete - 7º período do curso de jornalismo da Universidade Positivo
Na edição do LONA de ontem, fui logo ler a matéria que falava sobre
os jogos da Libertadores da América. Como todo bom brasileiro, futebol
é paixão e a Libertadores é o torneio que todos querem ver. Achei que na
reportagem iria encontrar alguma resposta do motivo e o que falta para a
FOX Sports começar a integrar as principais Tv’s a cabo. Porém acabei a
matéria decepcionado, o tema é muito bom, o enfoque poderia ser melhor,
mas a falta de fonte deixou a matéria sem credibilidade. Só falaram de pos-
síveis acordos e não chegaram onde o leitor queria, saber como fazer para
poder acompanhar os jogos. Podiam ter enfocado mais os prejuízos que os
clubes vão sofrer na questão financeira
Curitiba, quinta-feira, 8 de março de 2012 3
Depois de se reunirem no Palácio Iguaçu, manifestantes conseguem ter suas reivindicações realizadas
Professores estaduais reivindicam seus direitos em passeata
Por volta das 10h 30min desta quarta-feira (7),aconteceu uma mani-festação de professores de universidades estad-uais do Paraná.A passeata teve inicio na Praça Santo Andrade e terminou em frente ao Palácio Iguaçu.
Segundo o professor da Universidade Estadual dePonta Grossa (UEPG), Marcelo Ubiali Ferraci-oli, os manifestantes rei-vindicamequiparação dos
Matheus PimentelVictor MorauJúlio Rocha
salários dos docentes das universidades estaduais com os dostécnicos ad-ministrativos e professo-res de universidades fed-erais, para evitarevasão de professores estaduais. “Outra reivindicação é a recomposição integralda verba do custeio das uni-versidades, que foi corta-do ano passado”, finaliza-Ferracioli.
Duas horas depois do ato, representantes doSin-dicato Nacional dos Do-centes das Instituições de Ensino Superior (ANDES)anunciaram aos manifes-tantes o resultado das ne-
gociações com o governo. Dentreas reinvindicações aceitas estão:- Contratações de concur-sos pendentes foramlib-eradas- O fluxo contínuo das contratações foi reestab-elecido- Recomposição integral das verbas de custeio.
Sobre o reajuste sala-rial, a secretaria vaitrab-alhar durante essa semana para discutir a nova pro-posta que deverá serapre-sentada no dia 17 de mar-ço. Caso isso não aconteça uma nova manifestaçãoes-tá marcada para o dia 20.
Em uma entrevista com o aluno da UEPG, Luis Felipe Genaro, pergunta-mos sobre a paralisação eo qual a opinião dele sobre as reivindicações. ‘’A questão de educação noBrasil nunca foi levada a sério [...] O que o gov-ernador fez, diminuindo 38% dasverbas das uni-versidades estaduais foi algo lamentável’’, disse o aluno.
Vários alunos também tiveram uma grandepar-ticipação nesse manifesto. Eles estiveram no Palácio
Iguaçu com osprofessores e também ajudaram nas negociações. Caravanas foram organizadas emto-das as universidades es-taduais rumo a Curitiba.
Divulgação
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Curitiba, quinta-feira, 8 de março de 2012
Policiais civis negociam melhores
salários com o Estado
4 Geral / Segurança
Sindicato das Classes Policiais Civis informa que a categoria, pressionada por liminar da Justiça, dificilmente entrará em greveMatheus PimentelVictor MorauJúlio Rocha
O ano de 2012 teve seu inicio marcado pelo surto de greves no território na-cional. Funcionários pú-blicos, principalmente, da área de segurança, mobili-zaram-se para exigir seus direitos.
Policiais Militares de vários municípios da Ba-hia entraram em uma greve, que durou 12 dias e gerou conflitos no estado. Essa paralisação serviu de incentivo para que outras acontecessem no país. No Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros e as policias militar e civil também de-cretaram greve.
Em Curitiba, cobrador-es e motoristas de ônibus de Curitiba e Região Met-ropolitana fizeram uma paralisação por dois dias para exigir salários mel-hores. Os policiais civis também manifestaram a possibilidade de entrar em greve.
Vendo os conflitos que ocorreram em outros esta-dos, é normal que o povo curitibano se assuste com a possibilidade de uma
greve policial na cidade. De acordo com o sin-
dicato, por enquanto qualquer forma de mani-festação está fora de cogi-tação, pois a polícia está sob uma liminar que mul-tará em R$ 100 mil cada dia de greve. As negocia-ções ainda estão aconte-cendo entre o sindicato da Polícia Civil (Sinclapol) e o Estado.
O Sinclapol ambiciona um salário inicial de R$ 5.750, porém a última pro-posta do governo foi de R$ 3.400, apenas para poli-ciais de segunda a quarta classe. Uma nova assem-bleia pode ser convocada para discutir os termos.
Como a greve afetaria a sociedade?
Em 2001, uma paral-isação dos Policiais Civis aconteceu na Bahia. “Sem investigação, emissão de identidade, laudos de ar-rombamento, perícia, ante-cedentes criminais e veícu-los, a sociedade não tem a quem recorrer”, escreveu o portal de notícias Radar em uma matéria da época.
Sendo a Polícia Civil responsável pelo funcio-namento das delegacias, estas ficariam desativas ou debilitadas. Como acon-teceu esse ano no Ceará, levando o exército a ocu-par as delegacias.
Em uma breve con-versa com a asses-
soria de imprensa dos Policiais Civis de Cu-ritiba foi esclarecido que, se a greve de fato acontec-er, a sociedade irá sofrer as consequências.
Qual a diferença entre a Polícia Civil e a Polícia
Militar?
Uma dúvida frequente é sobre em que área que a Polícia Civil atua. Ambas são estaduais. A Polícia Civil judiciária investiga-tiva. Já a Polícia Militar está diretamente ligada ao combate. Seus policiais são ostensivos e andam fardados.
Segundo uma matéria
publicada em novembro de 2008 pela revista Veja, a Polícia Civil é responsável pela emissão de boletins de ocorrência, expedição de Cédula de Identidade e de Atestado de Antecedentes Criminais e de Residência. Cabe também à Polícia Civil a fiscalização de cer-tas atividades comerciais e a autorização para a real-ização de grandes eventos.
Já a Polícia Militar cui-da do policiamento pre-ventivo, é ela que faz as rondas ostensivas em todas as suas modalidades, que vão desde patrulhamento escolar a radio patrulha-mento aéreo.
Greves legais x ilegais
A greve é um direito de todos os trabalhadores, porém ela precisa seguir alguns regulamentos, como manter uma equipe para evitar a paralisa-ção total de serviços que causem danos irreparáveis, a responsabilização por atos praticados no curso da greve. Se estes regulamen-tos não forem cumpridos, a greve se torna ilegal, su-jeita a punições definidas pelo Ministério Público.
Divulgação
Policiais Civis se reúnem no Sinclapol para debater estratégias.