LÍNGUA PORTUGUESA: Aula 1. Classes gramaticais;
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Sidney Martins
LÍNGUA PORTUGUESA:
Aula 1. Classes gramaticais;
As palavras do português podem ser enquadradas em dez classes gramaticais (ou classes de
palavras). São elas:
1. Substantivo 6. Artigo
2. Adjetivo 7. Numeral
3. Verbo 8. Conjunção
4. Advérbio 9. Preposição
5. Pronome 10. Interjeição
Neste capítulo, apresentamos uma visão panorâmica da maior parte dessas classes,
focalizando as relações que elas estabelecem entre si (por exemplo, o substantivo com o adjetivo, o verbo com o advérbio, etc.) e os significados dos conectores (conjunções e
preposições).
Visão geral: os critérios semântico, morfológico e sintático de classificação
As classes gramaticais podem ser definidas segundo três parâmetros: o critério semântico,
o critério morfológico e o critério sintático. Para entender esses critérios, é preciso saber que
eles estão diretamente associados a três componentes, ou subáreas, da gramática: Semântica,
Morfologia e Sintaxe.
Área Definição Exemplo
Semântica
Estuda o significado das
palavras e das frases.
Na frase Saí com você, a
palavra “com” indica
companhia
Morfologia
Estuda a estrutura
interna da palavra.
A palavra “mesa” está no
singular, porque não tem o
elemento -s.
Sintaxe
Estuda as relações entre
os constituintes das
sentenças.
Na frase Ele comeu muito, a
palavra muito está ligada à
forma verbal comeu.
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Conhecendo essas três subáreas da gramática, você poderá entender os três critérios
usados para definir as classes gramaticais. Vamos tomar como exemplo o advérbio.
Critério Definição de advérbio Exemplo
Critério semântico
O advérbio exprime
diferentes circunstâncias
Circunstância de tempo
(hoje, amanhã, etc.);
circunstância de lugar (aqui,
lá, etc.); circunstância de
modo (rapidamente,
tristemente, etc.), dentre
outras.
Critério morfológico
O advérbio é invariável,
porque não sofre flexão
(gênero, número, tempo,
modo). Por outro lado, pode
receber elementos que
indiquem grau (aumentativo,
diminutivo).
O advérbio não tem plural ou
feminino, mas tem
aumentativo
e diminutivo, que aparecem
no registro coloquial:
agorinha,
pertinho, lonjão...
Critério sintático
O advérbio se liga a verbos,
adjetivos e outros advérbios.
Comeu muito → advérbio de
intensidade ligado a verbo;
Está muito bonita → advérbio
de intensidade ligado a
adjetivo; Comeu muito
rapidamente → advérbio de
intensidade ligado a um
advérbio de modo.
As relações entre as classes de palavras
1. O substantivo e seus satélites
Exemplos:
1. Aqueles meus três amigos chegaram
2. Um livro do Zé ficou comigo
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3. Esses oito apartamentos serão vendidos.
4. Alguns poucos meninos pobres viajaram.
2. O advérbio e seus núcleos
Exemplos
1. Zé estudou demais.
2. Zé fez um plano de estudos árduo demais.
3. Zé estudou arduamente demais.
b) demais advérbios
Exemplos:
1. Francisco acordou tarde. (advérbio de tempo)
2. João apareceu aqui. (advérbio de lugar)
Diferença entre locução adjetiva e locução adverbial
A locução adjetiva e a locução adverbial têm a mesma estrutura mínima:
preposição + substantivo
Por isso, a única maneira de diferenciá-las é através do critério sintático. Veja:
Ela fez cara de medo. (de medo é locução adjetiva, pois está ligada ao substantivo cara)
Ela morreu de medo. (de medo é locução adverbial, pois está ligada à forma verbal morreu)
Aula 2. Acentuação gráfica, Ortografia e
semântica;
Quanto à acentuação tônica (sílaba mais forte), as palavras recebem as seguintes
classificações:
1. OXÍTONAS: A última sílaba é a tônica.
Ex. urubu, motel, marajá...
2. PAROXÍTONAS: A penúltima sílaba é a tônica.
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Ex. cigarro, janela, lápis...
3. PROPAROXÍTONAS: a antepenúltima sílaba é a tônica.
Ex. gramática, tóxico, semântica...
Casos Específicos de Acentuação:
a) Monossílabos tônicos: acentuam-se os terminados em: a(s), e(s), o(s)
Ex: má(s), ré(s), pó(s).
b) Oxítonos: acentuam-se os terminados em: a(s), e(s),o(s), em, ens
Ex: está(s), prevê(s), amém, reféns.
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c) Paroxítonos: acentuam-se os terminados em:
1) i(s), us: júri(s), vírus.
2) um, uns: álbum, álbuns.
3) on, ons: íon(s), prótons.
4) ôo, ôos: vôo(s).
5) r, x, n ou l: ímpar, látex, hífen, túnel.
6) ditongo: água, mágoa, série, ciência, órgão.
7) ps, ã(s): bíceps, ímã(s).
d) Proparoxítona: acentuam-se todas.
Ex. fósforo, partícula, álibi...
e) Hiatos: as vogais “i”, “u” receberão acento agudo quando forem
segunda vogal tônica de hiato e estiverem constituindo sílaba sozinhas ou acompanhadas de “s”.
Ex. baía, faísca, baú, balaústre...
SUPER OPA! REGRAS MODIFICADAS PELA REFORMA
ORTOGRÁFICA.
1 - Cai o acento dos ditongos abertos EI e OI nas palavras paroxítonas (sílaba tônica = penúltima).
Como era Como Ficou
idéia ideia
platéia plateia
jibóia jiboia
bóia boia
heróico heroico
Opa! Lembre-se de que a mudança só vale para as palavras paroxítonas (e não para as oxítonas ou monossílabos tônicos).
Ex: Contrói, Destrói, Dói, Fiéis.
Opa2! Quando a palavra paroxítona termina em R, o acento nos
ditongos ei e oi se mantém.
Ex: Méier, Destróier.
2. Cai o acento circunflexo nos hiatos com vogal repetida (OO; EE).
Como era Como ficou
Vôo Voo
Enjôo Enjoo
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Lêem Leem
Crêem Creem
Vêem Veem
3. Cai o acento nas vogais i e u antecedidas de ditongo decrescente nas palavras paroxítonas.
Como era Como ficou
Feiúra Feiura
Sauípe Sauipe
Opa! A regra de acentuação diz que I e U são acentuados em
HIATO (sozinhos na sílaba ou seguidos de S). Hiato é V + V. Nas palavras acima, o que temos é V + SV. Por isso, a regra do hiato
não deve mesmo se aplicar.
Note que a regra ainda se aplica em “Guaíba” ou “Guaíra”, uma vez que os ditongos são crescentes.
Opa2! Lembre-se de que a mudança só vale para as palavras
paroxítonas (e não para as oxítonas ou proparoxítonas). Ex: Tuiuiú, Piauí e Maiúscula.
4. Com relação ao U, caem o acento agudo e o trema nos ambientes
QUE/QUII, GUE/GUII
Como era Como ficou
Apazigúe Apazigue
Argúi Argui
Averigúe Averigue
Conseqüência Consequência
Lingüiça Linguiça
5. Acento Diferencial - deixa de existir a maioria dos casos de acento
diferencial; três casos ainda se mantêm.
COMO ERA COMO FICOU, NOS DOIS CASOS
Para (preposição) X Pára (verbo “parar”) Para
Pêlo (do corpo) X Pelo (por + o) Pelo
Pólo (Ex: Pólo Sul) X Polo (preposição arcaica)
Polo
Pêra (fruta) X Pera (preposição arcaica) Pera
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Côa/Côas (verbo “coar”) X Coa (com + a) Coa
(e Coas)
Casos em que o acento diferencial se mantém
CASOS COM ACENTO DIFERENCIAL
Pôr (verbo) X Por (preposição)
Pôde (passado) X Pode (presente)
Vem / Tem (singular) X Vêm / Têm (plural)
EXEMPLOS
Quis pôr o seu envelope por cima do outro.
Um dia ele pôde; hoje não pode mais.
Ele sempre vem. X Eles sempre vêm.
O rapaz tem sorte. X Os rapazes têm sorte.
A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do
grego "ortho", que quer dizer correto, e "grafo", por sua vez, que significa escrita.
Ela se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a
Sintaxe são as partes que compõem a gramática.
Além de ser influenciada pela etimologia e fonologia das palavras, no que respeita à
ortografia existem convenções entre os falantes de uma mesma língua que visam
unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos ortográficos.
O ALFABETO A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons
da linguagem. Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é
chamado de alfabeto.
A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais:
K, W e Y.
EMPREGO DAS LETRAS K, W E Y
• Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).
• Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly, Darwin, darwinismo.
• Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas
estrangeiras: Kosovo, Kuwait, kuwaitiano. • Palavras estrangeiras não adaptadas para o
português: feedback, hardware, hobby.
USO DO X E DO CH O x é utilizado nas seguintes situações:
• Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe. • Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.
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• Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.
• Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame. Exceções:
1. A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch. 2. O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras
que dele derivem: enchente, encharcar, enchido.
Escreve-se com x
Escreve-se com ch
bexiga bochecha
bruxa boliche
caxumba broche
elixir cachaça
faxina chuchu
graxa colcha
lagartixa fachada
mexerico mochila
xerife salsicha
xícara tocha
USO DO H O h é utilizado nas seguintes situações:
• No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh! • Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.
• Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha. • Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.
Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente
geográfico "baía" é grafado sem h.
USO DO S E DO Z O s é utilizado nas seguintes situações:
• Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado ou circunstância: bondoso, feiosa, oleoso.
• Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.
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• Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.
• Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram. O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:
• Nos sufixos -ez / -eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - beleza, grande - grandeza.
• No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.
Escreve-se com s
Escreve-se com z
alisar amizade
análise aprazível
atrás azar
através azia
aviso desprezo
gás giz
groselha prazer
invés rodízio
jus talvez
uso verniz
USO DO G E DO J O g é utilizado nas seguintes situações:
• Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio, refúgio.
• Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem. O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:
• Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica. • Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.
Observações:
1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j:
(Que) eles/elas viajem. 2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é
substituído para j antes do a ou do o, de forma a que seja mantido o
mesmo som. Assim: afligir - aflija, aflijo; eleger - elejam, elejo; agir - ajam, ajo.
3. A cidade Mogi das Cruzes escreve-se com g. A pessoa que nasce ou que vive é chamada de "mogiano". No entanto, a palavra "mojiano" existe e, de
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acordo com o dicionário Michaelis significa "Relativo ou pertencente à
região que era servida pela antiga Estrada de Ferro Mojiana (de São Paulo a Minas Gerais)."
Escreve-se com g
Escreve-se com j
angélico anjinho
estrangeiro berinjela
gengibre cafajeste
geringonça gorjeta
gim jeito
gíria jiboia
ligeiro jiló
sargento laje
tangerina sarjeta
tigela traje
A semântica é o estudo dos significados, não só da palavra, mas das orações, frases, símbolos e imagens, entre outros significantes. Esse
estudo da gramática está muito associado com a sintaxe. Caso seja feita alguma alteração na base sintática, uma alteração de pontuação ou de
palavras, o significado de toda a frase muda, mas também pode acontecer de o significado de apenas uma palavra mudar. Podemos usar o exemplo
de um desenho de uma cadeira. A sintaxe seria o desenho em si, a semântica é o significado que aquele desenho traz: uma cadeira. Se
fizermos qualquer alteração no desenho, o significado da cadeira pode mudar. Se apagamos o encosto do desenho da cadeira o significado muda,
aquilo não é mais uma cadeira, e sim um banco.
O processo de significação é o que possibilita a comunicação. Não adianta
apenas ter a forma e a estrutura das palavras e frases, é preciso saber os significados delas para que o receptor da mensagem a compreenda com
perfeição. A sintaxe e a semântica são usadas em níveis mais específicos para a criação artística e publicitária. O autor pensa nos significados que
quer transmitir, depois busca a melhor maneira e quais ou melhores elementos para fazer com que essa mensagem seja entendida. No estudo
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da gramática relacionado ao significado das palavras e frases, é preciso
levar em consideração três aspectos: sinonímia, antonímia e homonímia.
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
A sinonímia e a antonímia são aspectos muito importantes na hora de se
estudar os significados de uma palavra ou frase. Sinônímia é a relação entre dois ou mais significantes que possuem o mesmo significado, ou
seja, sinônimos são palavras diferentes que possuem o mesmo sentido. Antônimos são dois significantes que possuem significados opostos.
Palavras que se contradizem são antônimas entre si.
EXEMPLOS: “Morto” e “falecido” são sinônimos, pois ambos os termos têm
o mesmo significado. “Bondoso” e “malvado” são antônimos, pois seus
significados se opõem.
HOMÔNIMOS E POLISSEMIA
A homonímia é um aspecto muito importante e variado na gramática portuguesa, pois além de contemplar a escrita, também traz aspectos da
sonoridade das palavras. Os homônimos são significantes parecidos que possuem significados diferentes, ou seja, palavras parecidas ou iguais na
pronúncia, escrita ou nas duas coisas, mas com significados divergentes. Normalmente os homônimos são generalizados como polissêmicos, mas a
polissemia tem leves diferenças dos homônimos. A lista abaixo traz os
definições e exemplos de tipos homônimos e de polissemia.
• Homógrafas: São palavras homônimas que possuem a escrita igual,
mas são diferentes na pronúncia. EXEMPLO: Em “eu almoço tarde” e
“o almoço está pronto”, a palavra “almoço” (verbo) e “almoço”
(substantivo) tem a mesma grafia, mas não é pronunciada da mesma
maneira.
• Homófonas: São palavras homônimas que possuem a pronúncia
igual, mas distinguem-se na grafia. EXEMPLO: “Cinto”(substantivo) e
“sinto” (verbo) possuem a mesma oralidade, mas a escrita é diferente.
• Perfeitas: São palavras homônimas que tanto são homógrafas quanto
homófonas. EXEMPLO: “cedo”(do verbo ceder) e “cedo”(advérbio de
tempo) são escritas e pronunciadas igualmente, mas não têm o mesmo
significado.
• Paronímia: Palavras com grafia diferente, mas pronúncia muito
parecida. EXEMPLO: “descriminar” e “discriminar” têm pronúncias
muito próximas, mas a primeira palavra significa “tirar a culpa”, a
segunda quer dizer “diferenciar”.
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• Polissemia: Ocorre quando uma mesma palavra tem mais de um
significado. EXEMPLO: A palavra “graça” em “fez uma graça” e em “é
de graça” tem significados diferentes em cada uma dessas frases. Na
primeira remete a algo engraçado; na segunda, a algo que não tem
custo, que é gratuito.
HIPERÔNIMO E HIPÔNIMO
Os hiperônimos e hipônimos são como um conjunto e seus elementos da matemática. Os hiperônimos são palavras que têm sentindo mais
abrangente, como um conjunto que agrupa os seus elementos. Os hipônimos, por outro lado, são como os elementos que estão dentro deste
conjunto, são palavras com um significado mais específicos. Ambos são termos da semântica moderna, e são importantes, por exemplo, para que
evitemos repetições excessivas num texto ou mesmo na fala. EXEMPLOS: A palavra “automóvel” é o hiperônimo de “carro”, “moto” e “caminhão”.
As palavras “barata”, “mosca” e “besouro” são hipônimos de “inseto”.
Aula 3. Transitividade Verbal e
noções de análise sintática do
período simples;
Verbo transitivo
É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse
verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:
S. Simples Predicado
As crianças precisam de carinho.
1 2
1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto) O verbo transitivo pode ser:
a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao
verbo diretamente, sem preposição obrigatória. Por Exemplo:
Nós escutamos nossa música favorita.
b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao
verbo indiretamente, com preposição obrigatória. Por Exemplo:
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Eu gosto de sorvete.
c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no
verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.
Por Exemplo:
Ela contou tudo ao namorado.
VERBO INTRANSITIVO
É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.
Por exemplo: O avião caiu.
O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras informações, como:
local: O avião caiu sobre as casas da periferia.
modo: O avião caiu lentamente.
tempo: O avião caiu no mês passado.
Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se compreenda a informação básica.
Verbo de ligação
É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.
O verbo de ligação pode expressar:
a) estado permanente: ser, viver. Por Exemplo:
Sandra é alegre. Sandra vive alegre.
b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se. Por exemplo:
Mamãe está bem. Mamãe encontra-se bem.
c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se. Por exemplo:
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Júlia ficou brava.
Júlia fez-se brava.
d) continuidade de estado: continuar, permanecer. Por exemplo:
Renato continua mal. Renato permanece mal.
e) estado aparente: parecer. Por exemplo:
Marta parece melhor.
Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:
1 - O jovem anda devagar. (anda = verbo intransitivo, expressa uma ação).
2 - O jovem anda preocupado.(anda= verbo de ligação, expressa um estado).
A análise dos termos da oração estabelece-se numa nítida hierarquia entre
os termos, classificados como: essenciais, integrantes e acessórios.
1.1. TERMOS ESSENCIAIS
Sujeito
Predicado
Predicativo (do sujeito ou do objeto)
1.2. TERMOS INTEGRANTES
Complementos verbais (objeto direto e indireto)
Complemento nominal
Agente da passiva
1.3. TERMOS ACESSÓRIOS
Adjunto Adnominal
Adjunto Adverbial
Aposto
1. SUJEITO
É o termo a que o verbo faz referência e com o qual concordará. Tem como núcleos o substantivo (ou palavra substantivada) e os pronomes
substantivos. Jamais se separa do predicado por vírgula ou vem precedido de preposição. Apresenta-se na ordem direta (antes do verbo) ou indireta ( após o verbo). O sujeito classifica-se em:
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a) SIMPLES - o sintagma nominal apresenta apenas um núcleo.
Ex: Os dias nublados entristecem as pessoas.
b) COMPOSTO - o sintagma nominal apresenta mais de um núcleo.
Ex: Pai e filho sempre foram amigos.
c) OCULTO/DESINENCIAL/ELÍPTICO
Ex: Na próxima semana, viajaremos com a nossa família.
d) INDETERMINADO - é aquele que não está expresso na oração e não pode ser reconhecido por elementos fornecidos por nenhum outro termo.
Nessas orações, em que só o predicado está expresso, não se pode ou não se quer determinar sobre quem recai a ação. Casos de indeterminação
do sujeito:
1) Emprego de verbo (intransitivo, transitivo indireto ou de ligação) na 3ª pessoa do singular + partícula SE (índice de indeterminação do sujeito).
Ex: Precisa-se de carpinteiros.
2) Emprego de verbo na 3ª pessoa do plural, sem nenhuma referência
dentro do texto.
Ex: Atropelaram um cachorro na esquina.
OPA! ORAÇÃO SEM SUJEITO (ou SUJEITO INEXISTENTE)
É aquela que não possui nenhum ser ao qual o predicado possa ser
atribuído. O que importa, nesse caso, é o processo verbal em si. Os verbos das orações sem sujeito são chamados de IMPESSOAIS.
Tais verbos serão sempre mantidos na 3ª pessoa do singular, uma vez que não há sujeito com o qual concordar. Quando acompanhados de
verbos auxiliares, transmitem a eles a sua impessoalidade.
Ex: Havia poucas flores naquele jardim.
Devia haver poucas flores naquele jardim.
Casos de impessoalidade do verbo
a) Verbo HAVER exprimindo EXISTÊNCIA ou OCORRÊNCIA.
Ex: No meio do caminho, sempre haverá uma pedra.
b) Verbos HAVER e FAZER indicando tempo decorrido.
Ex: Há três meses não o vejo.
Deve fazer dois anos que tudo começou.
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c) Verbo SER nas indicações de tempo.
Ex: Já são duas horas.
Hoje são 22 de abril.
Agora é tarde.
d) Verbos que exprimem fenômenos da natureza (No sentido denotativo)
Ex: Choveu muito naquela cidade.
Opa! No sentido conotativo (linguagem figurada), há sujeito.
Ex: Choveram broncas na aula.
2. PREDICADO
É a parte da oração que contém a informação, a declaração a respeito
do sujeito. Basicamente, pode-se informar a respeito do sujeito uma ideia de ação, praticada ou sofrida, ou uma ideia de estado.
A partir disso, pode-se dizer que o núcleo informativo de um
predicado pode ser um verbo ou um nome. Há também predicados que têm um verbo e um nome como núcleos ao mesmo tempo. Os predicados classificam-se em:
a) PREDICADO VERBAL - é aquele que contém um verbo significativo (transitivo ou intransitivo). Tem como núcleo o verbo e não há nele nenhum predicativo.
Ex: As luzes da cidade surgiram à frente de todos.
b) PREDICADO NOMINAL - é aquele que contém um verbo de ligação e, consequentemente, um predicativo do sujeito. Tem como núcleo o predicativo.
Ex: As luzes da cidade estavam apagadas.
c) PREDICADO VERBO-NOMINAL - é aquele que contém um verbo significativo e um predicativo (do sujeito ou do objeto). Tem como núcleos o verbo e o predicativo.
Ex: O tribunal julgou culpado o réu.
3. PREDICATIVO
É o termo da oração que indica uma característica que se atribui ao sujeito ou ao objeto. O predicativo classifica-se em:
a) PREDICATIVO DO SUJEITO - é o termo que se liga ao sujeito,
atribuindo-lhe estado ou qualidade. Aparece em predicados nominais
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(com verbos de ligação) ou verbo-nominais (com verbos intransitivos ou
transitivos).
Ex: Aqui eu não sou feliz. / Ela baixou os olhos, amuada.
b) PREDICATIVO DO OBJETO - é o termo que se refere ao objeto, atribuindo-lhe um estado ou qualidade. Concorda com o objeto em gênero
e número. Pode vir precedido das preposições como, por, para, de. Ocorre, principalmente, com verbos do tipo: declarar, nomear, julgar,
chamar, ver, eleger, consagrar, considerar, achar, ter, tomar, fazer, deixar e dar.
Ex: Dr. Juca achou o negócio ótimo.
OPA!!!
1) Segundo vários gramáticos, o predicativo do objeto indireto só ocorre
com o verbo chamar, significando cognominar, atribuir um nome a.
Ex: Chamei-lhe de bobo.
2) Pode ocorrer predicativo do sujeito em frases com voz passiva sintética ou analítica. Nesse caso, o predicado será verbo-nominal e o predicativo
da voz passiva será analisado como o da voz ativa correspondente.
Ex: O jovem foi encontrado ferido pelo policial. / O policial encontrou o jovem ferido.
4. COMPLEMENTOS VERBAIS
a) Objeto Direto (substantivo ou pronome substantivo) – é o termo que
completa o sentido de um verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio de preposição obrigatória. É importante que só encontremos o
objeto direto depois de sabermos qual é o sujeito.
Ex: Recebi o prêmio.
Recebi o quê? o prêmio.
O.D.
a.1) Objeto Direto Preposicionado - o objeto direto pode apresentar-se preposicionado em alguns casos. Cuidado para não confundi-lo com o
objeto indireto.
Principais Casos:
a) COM PRONOME PESSOAL TÔNICO:
Ex: Ele não auxilia a mim.
b) PARA EVITAR AMBIGUIDADE:
Ex: Ao guarda o ladrão matou.
c) COM O PRONOME QUEM (INTERROGATIVO OU RELATIVO):
Ex: A quem convidaste?
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d) COM A PREPOSIÇÃO DE COM SENTIDO PARTITIVO:
Ex: Ele bebeu do meu vinho.
e) COM OS PRONOMES REFERENTES A PESSOAS (NINGUÉM, ALGUÉM, OUTROS, TODOS)
Ex: A menina a todos encantava.
f) COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO:
Ex: Colocaram a Vossa Excelência em má situação.
a.2) Objeto Direto Interno ou Cognato - quando representado por
palavra que repete a ideia já expressa pelo verbo.
Ex: Ele viveu uma vida gloriosa.
a.3) Objeto Direto Pleonástico - quando aparece repetido sob a forma de pronome oblíquo.
Ex: Esta esperança jamais a terei
b) Objeto Indireto (substantivo ou pronome substantivo) - é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, ligando-se a ele com o auxílio obrigatório de uma preposição: A, COM, DE, EM, PARA, POR,
SOBRE.
Ex: O peixe depende da água.
5. COMPLEMENTO NOMINAL - termo que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre
preposicionado.
Ex.: Agiu favoravelmente a ambos.
O fumo é prejudicial à saúde.
Tenho confiança em ti.
6. AGENTE DA PASSIVA - termo que, na voz passiva, pratica a ação
expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.
Ex.: As ruas foram lavadas pelas chuvas.
Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.
Opa!
1 – A voz passiva é privativa dos verbos TD;
2 – O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por preposição (por,
per, de);
3 – A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente da ação
expressa pelo verbo;
4 – A voz passiva analítica ou verbal pode apresentar agente da passiva, mas a
voz passiva sintética ou pronominal nunca apresentará agente da passiva.
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Ex.: Cabral descobriu o Brasil. (VA) O Brasil foi descoberto por Cabral. (VPA)
Vendem-se flores. (VPS) Flores são vendidas. (VPA)
7. ADJUNTO ADVERBIAL - é o termo da oração que se relaciona ao verbo, ao
advérbio ou ao adjetivo a fim de acrescentar a um desses elementos uma
circunstância qualquer. Os advérbios e as locuções adverbiais desempenham a
função de adjunto adverbial
Ex: A prova de matemática foi muito fácil.
8. ADJUNTO ADNOMINAL - termo de valor adjetivo que serve para especificar
ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser expresso por:
a) Adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.
b) Locução Adjetiva: Era um homem de consciência.
c) Artigo: O mar era um lago sereno e azul.
d) Pronome Adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
e) Numeral : Casara-se havia duas semanas.
f) Oração Adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe pelo rosto.
g) Pronome Oblíquo: "...te beijar a boca de um jeito que te faça rir...”
9. APOSTO - é o termo usado para explicar, enumerar, recapitular ou especificar
o seu antecedente. O núcleo do aposto é representado por um substantivo ou
palavra substantiva. Classifica-se em:
a) Aposto Explicativo: explica um termo anterior.
Ex: Londrina, cidade paranaense, é muito linda.
b) Aposto Enumerativo: enumera um termo anterior.
Ex: Dois países não assinaram o acordo: Brasil e Chile.
c) Aposto Recapitulativo: resume um termo anterior.
Ex: Os amigos, os parentes, os professores, todos o ajudaram.
d) Aposto Especificador: especifica um termo anterior.
Ex: A cidade de Fortaleza é muito visitada por turistas.
10. VOCATIVO - é o termo da oração usado para chamar, pelo nome, apelido
ou característica, o ser com quem se fala. O vocativo também é uma função
substantiva. Ele, como termo independente que é, não faz parte do sujeito nem
do predicado e aparece sempre isolado por pontuação, geralmente a vírgula.
Ex: Sossega, coração, não desesperes.
Pai, afasta de mim esse cálice.
Aula 4. Regência Verbal e Nominal;
Sidney Martins
Regência Verbal
1- Agradar
a) no sentido de acariciar – VTD.
Ex.: Não é bom agradar demais as crianças.
b) no sentido de satisfazer, causar agrado. (preposição a) – VTI. Para o CEBRASPE também pode ser VTD, pois a banca adota o dicionário de regência do Celso Pedro Luft.
Ex.: O sítio agradou ao fazendeiro.
Ex.: Este chapéu lhe agradará.
2 – Aspirar
a- no sentido de cheirar, sorver: sem preposição - VTD. Ex.: Maradona aspirou o ar puro da manhã.
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a - VTI. Ex.:
Aspirava ao cargo de promotor de vendas.
3 – Assistir
a) no sentido de dar assistência, ajudar: com ou sem preposição – VTD ou VTI. Assim é aceito pelo CEBRASPE.
Ex.: O médico assistia os (aos) lutadores machucados
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a - VTI. O objeto indireto não pode ser representado por lhe(s), apenas por a ele(s) a ela(s):
Ex.: Assistimos ao filme
Ex.: A criança assistiu ao espetáculo inteiro.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a - VTI. Admite substituição pelos pronomes lhe(s), a ele(s), a ela(s).
Sidney Martins
Ex.: Assiste ao homem o direito de permanecer calado. (Assiste-lhe ou
assiste a ele.)
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
4- Chamar
a) no sentido de convocar, sem preposição – VTD.
Ex.: A direção chamou os professores.
b) no sentido de apelidar, denominar, caracterizar – VTD ou VTI. É verbo transobjetivo (objeto + predicativo do objeto). Esse predicativo pode aparecer ou não com a preposição de.
Ex.:
Chamei-o de tolo.
Chamei-o tolo.
Chamei-lhe de tolo.
Chamei-lhe tolo.
5. Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao ortopedista./ Cheguei a Brasília.
6- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o fenômeno da crase.
b) no sentido de acarretar: sem preposição. Ex.: O valor da casa custou-me tudo o que tinha.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: sem preposição. Ex.: Imóveis custam caro.
7 - Esquecer/lembrar
a- Quando não forem pronominais: sem preposição - VTD. Ex.: Esqueci o
casaco dele.
b- Quando forem pronominais: preposição de - VTI. Ex.: Lembrei-me de todas as respostas
8 – Informar/certificar/cientificar/notificar/avisar /prevenir/ comunicar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas
construções:
1) Alguém de algo – VTDI.
Sidney Martins
Ex.: Informou todos do acidente.
2) Algo a alguém – VTDI.
Ex.: Informou a todos o acidente.
Ex.: Avisei-o de que eu faltaria.
9- Namorar – não se usa com preposição - VTD. Ex.: Elisa namora Otávio.
10- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a - VTI. Ex.: O bom filho obedece aos pais./ O candidato desobedeceu ao regulamento
11 - Pagar/ perdoar
a) Se o objeto é a coisa que sofre a ação do verbo: sem preposição – VTD.
Ex.: Ela pagou a conta de luz.
Ex.: O professor perdoou os erros do aluno
b) Se o objeto é pessoa que recebe a ação do verbo: são regidos pela preposição a – VTI.
Ex.: Perdoei a todos.
Ex.: O cliente pagou ao dono da loja.
Ex.: Cristo perdoou aos pecadores.
12- Preferir – Exigem um complemento sem preposição e outro com preposição a – VTDI
Ex: Prefiro futebol a vôlei
É errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes,
mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.
13 – Querer
a) no sentido de desejar: sem preposição.
Ex.: Quero a risada mais gostosa
b) no sentido de querer bem, ter afeto: usa-se com a preposição a.
Ex.: Quero muito aos meus primos.
14- Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com - VTI. Ex.: Sempre
simpatizei com você.
15 – Visar
a) no sentido de mirar ou dar visto: sem preposição – VTD.
Sidney Martins
Ex.: Visou o alvo com precisão.
Ex.: Visaram os cheques.
b) no sentido de objetivar: preposição a – VTI. Para o CEBRASPE também pode ser VTD, pois a banca adota o dicionário de regência do Celso Pedro Luft.
Ex.: Viso a uma nova vida.
Aula 5. Crase;
A palavra crase provém do grego Krasis e significa “fusão”, “junção”. Em português, ocorre a crase com as vogais idênticas a + a. Tal fusão é
indicada por meio do acento grave (à). Pode ocorrer a fusão da preposição a com: artigo feminino (a / as), pronomes (aquele (s)/ aquelas (s)/
aquilo), pronome relativo (a qual/ as quais) ou com os demonstrativos (a / as = aquela/ aquelas).
prep. art. prep. art.
Fui a + a feira. Retornamos a + as praias.
Fui à feira. Retornamos às praias.
Fui a + aquele lugar.
Fui àquele lugar.
Regra geral.
Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição “a” e o termo posterior admitir o artigo “a” ou “as”.
Eu me referi a + a diretora.
Eu me referi à diretora.
Alguns casos merecem destaque:
1. A crase obviamente “não” ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de artigo feminino. É o caso:
a) dos substantivos masculinos:
Andamos a cavalo.
Íamos a pé.
b) dos verbos no infinitivo:
Não tenho nada a declarar.
Sidney Martins
Começamos a sofrer.
c) da maioria dos pronomes:
Entreguei a Vossa Excelência.
Diga a ela.
OPA: Alguns pronomes admitem artigos, como: senhora, dona, mesma, própria, senhorita e madame (e também outra e outras).
Com isso, poderá ocorrer crase.
Ex.: Estou-me referindo à mesma pessoa.
(ao mesmo homem)
d) de palavras femininas “no plural” precedidas de um a:
Dirigi-me a pessoas desconhecidas.
OPA: Nesses casos, o a é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido genérico. Quando são usados em sentido
específico, os substantivos passam a ser precedidos do artigo as; ocorrerá então, a crase:
Ex.: Você está se referindo a vidas humanas?
Você está se referindo às vidas de nossos companheiros?
e) Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas
femininas ou masculinas:
Cara a cara / Gota a gota / Dia a dia
2. Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fazer a verificação da ocorrência por meio da troca do termo regente:
Ex.: Vou à Bahia. Vim da Bahia. / Estou na Bahia.
Vou a Fortaleza. Vim de Fortaleza. / Estou em Fortaleza.
OPA: Merecem destaque as palavras casa (no sentido de lar,
moradia) e terra (no sentido de chão firme) que só admitirão crase, se estiverem especificadas.
Ex.: Cheguei a casa. / Cheguei à casa das minhas primas.
A tripulação da GOL desceu a terra. / A aeromoça da GOL chegou à
terra de seus tios.
3. O acento grave, indicativo de crase, é usado nas expressões adverbiais e nas locuções prepositivas e conjuntivas de que participam palavras
femininas.
Sidney Martins
à tarde à proporção que à força de
à toa à procura de às escondidas
à noite à direita às ordens
1º OPA: Incluem-se nessas expressões as indicações de horas especificadas: à meia-noite, às duas horas, às três e quarenta.
2º OPA: Merece destaque a expressão “à moda de”, que pode estar
subentendida:
Ex.: Você fez um gol à (moda de) Pelé.
4. A crase é FACULTATIVA diante dos nomes próprios femininos, e após a preposição “até” que antecede substantivos femininos, e ainda, no caso
dos pronomes possessivos femininos.
Ex.: Dei um recado a Atadolfa. Dei um recado a Atadolfo.
Dei um recado à Atadolfa. Dei um recado ao Atadolfo.
Vou até a praia. Vou até o parque.
Vou até à praia. Vou até ao parque.
Refiro-me a minha amiga. Refiro-me a meu amigo.
Refiro-me à minha amiga. Refiro-me ao meu amigo.
Aula 6. Tipos de Sujeito,
Concordância Verbal e Nominal;
I. CONCORDÂNCIA NOMINAL
É o estudo das relações sintáticas existentes entre um núcleo (de natureza
substantiva) e seus determinantes.
MEU ------------ > CÃO < ------------
BRAVO
MEUS ------------ > CÃES <------------
BRAVOS
Principais casos de Concordância Nominal:
1. Adjetivo após vários substantivos:
a) mesmo gênero – O adjetivo vai para o plural ou concorda com o último
substantivo
Ex: Casa e igreja antigas (concordância gramatical)
Sidney Martins
Casa e igreja antiga (concordância atrativa)
b) gêneros diferentes – O adjetivo concorda com o último ou vai para o plural
Ex: Prédio e casa antiga
Prédio e casa antigos (o gênero masculino prevalece)
2. Adjetivo antes de vários substantivos
A concordância só poderá ser atrativa
Ex: Longa novela e filme.
3. Mesmo
a) Quando pronome, concorda com o substantivo (= próprias)
Elas mesmas irão lá.
b) Quando advérbio, é invariável (= realmente; de fato)
Elas irão mesmo lá.
4. Anexo
É adjetivo. Logo, concorda com o substantivo ao qual se refere.
Ex: As cartas estão anexas ao contrato.
Opa! A locução adverbial EM ANEXO é invariável. Ela é repudiada pelos
gramáticos, mas não podemos ignorá-la.
As cartas estão em anexo.
Seguem em anexo os documentos.
5. Bastante
a) Quando pronome indefinido, variável (referindo-se a substantivo)
Ex: Eles fizeram bastantes críticas ao projeto
b) Quando advérbio, invariável (referindo-se a verbo, advérbio ou adjetivo)
Ex: Eles estudaram bastante.
Eles chegaram bastante tarde.
Eles permanecem bastante irritados.
6. Meio
a) Quando numeral, concorda com a palavra à qual se refere. (= metade)
O alcoólatra só bebeu meia garrafa
b) Quando advérbio, invariável. (=mais ou menos)
A criança ficou meio cansada.
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7. É bom/ é proibido/ é necessário + substantivo
a) Se o substantivo está acompanhado de determinante (artigo ou pronome)
→ bom, necessário, proibido e outros adjetivos concordam com o substantivo.
Ex: É permitida a entrada de crianças. / A cerveja é gostosa.
b) Se o substantivo NÃO está acompanhado de determinante (artigo ou
pronome) → bom, necessário, proibido e outros adjetivos ficam no masculino
e singular.
Ex: É permitido entrada de crianças
Cerveja é gostoso.
II. CONCORDÂNCIA VERBAL
É o estudo das relações sintáticas existentes entre o verbo e o seu sujeito.
1. REGRA GERAL – O verbo concorda com o núcleo do sujeito.
Ex: A flor murchou. As flores murcharam.
Surgiu uma dúvida. Surgiram várias dúvidas.
2. SUJEITO COMPOSTO
Antes do verbo → verbo no plural.
Ex: Céu e terra passarão
Depois do verbo → verbo no plural ou concorda com o primeiro.
Ex: Sabes/Sabemos tu e eu. Cansei/Cansamos eu e ela.
Com núcleos ligados por ou → verbo no plural (exceto se houver exclusão)
Ex: Aída ou Eva estão em casa? Um ou outro ficará na chefia.
3. SER
a) hora, data, distância → verbo concorda com o número seguinte.
Ex: É uma hora. São 3 de maio. Da porta à rua são dez metros.
b) quantidade (muito pouco) → verbo no singular.
Ex: Dois minutos é pouco tempo. Dois quilos foi demais.
4. EXPRESSÕES COLETIVAS
Coletivo + plural → verbo no singular.
Ex: Um enxame de abelhas africanas aterrorizou a cidade.
A maioria de, a maior parte de + plural → verbo no sing./plural.
Ex: A maior parte das mulheres protestou/protestaram.
Sidney Martins
5. MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE
Verbo concorda com número seguinte.
Ex: Mais de um bar fechou. Cerca de cem bares fecharam.
6. VERBOS IMPESSOAIS
6.1 – Haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer.
Ex: Haverá dúvidas em concordância.
6.2 – Verbos que expressam fenômenos da natureza em sentido denotativo
(real).
Ex: Choverá muitos dias seguidos (sentido real)
Opa! Em sentido figurado, há sujeito.
Ex: Choverão muitos exercícios. (sentido figurado)/ Choveram
granizos no sul. (Catacrese)
6.3 – Fazer: indicando tempo transcorrido ou clima
Ex: Faziam dez dias que eu não te via (erro!)
Fazia dez dias...(certo)
Fará dez dias de calor. (certo)
7. PRONOME APASSIVADOR “SE”
Vale a regra geral: verbo concorda com sujeito
Ex: A lei é cumprida./ Cumpre-se a lei
As leis são cumpridas./ Cumprem-se as leis.
8. QUEM e QUE
Sou eu quem → verbo concorda com quem ou seu antecedente.
Ex: És tu quem faz/fazes. Fomos nós quem venceu/vencemos.
Sou eu que → verbo concorda com antecedente de que.
Ex: És tu que fazes. Fomos nós que vencemos.
Aula 7. Pontuação, Colocação
Pronominal;
Sidney Martins
USO DA VÍRGULA
- Dentro de uma oração:
1 - É recomendável o uso da vírgula
a) Para separar termos de idêntica função (coordenados)
Ex: Escolheram um garoto-propaganda feio, atrapalhado, desajeitado,
carente.
Bois, cavalos, bezerros e vacas vivem em harmonia aqui.
Opa! Quando ligados por E, não se usa vírgula.
Ex: Pedro estuda e trabalha.
b) Nas indicações de local e data
Ex: Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2019.
c) A vírgula separa o adjunto adverbial deslocado do seu lugar normal
Ex: Na virada do século, a operária Luiza trabalhava na fábrica têxtil Bangu.
Opa! Quanto maior a extensão, maior a obrigatoriedade em isolar o adjunto
adverbial por vírgula para a gramática tradicional. Contudo, para o CESPE
o adjunto adverbial deslocado com 3 ou mais palavras tem vírgula
obrigatória e para a FCC o tamanho do adjunto adverbial deslocado não
importa. A FCC considera a vírgula facultativa sempre nesses casos.
Ex: Ontem, (facultativa para qualquer banca) estudei Direito
Administrativo.
Na semana passada, (Facultativa para banca FCC e obrigatória para banca
CESPE) estudei Direito Constitucional.
d) Para isolar o Objeto pleonástico (enfático)
Ex: Esse dinheiro, nunca vou voltar a vê-lo.
e) Para isolar o vocativo
Ex: Mãe, acabei!
f) Para isolar certos tipos de aposto (sobretudo o explicativo)
Ex: A minha espingarda, a melhor do mundo, nunca falha.
Sidney Martins
g) Para indicar a elipse do verbo
Dizem que os homens decidem com o cérebro; as mulheres, com o coração.
h) Para isolar palavras e expressões intercaladas que servem para resumir,
incluir, excluir, retificar, exemplificar.
Ex: Esse caso, por exemplo, pode ser resolvido rapidamente.
Em suma, sua função era fazer comida.
i) Para separar, quando deslocadas, as conjunções adversativas (mas, porém,
todavia, contudo, entretanto, no entanto) e as conclusivas (logo, portanto,
pois, por conseguinte)
Ex: Tenho certeza; não darei, portanto, o braço a torcer.
O trabalho é árduo; ele, porém, não pára
2 - É proibido o uso da vírgula
a) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu objeto.
Ex: Os índios, acreditaram, nos invasores. (errado)
b) Entre o nome o seu adjunto adnominal.
Ex: A preocupação, do rapaz era enorme. (errado)
c) Entre o nome e seu complemento nominal.
Ex: A rua é paralela, ao rio (errado)
- Entre orações
1 – Usa-se a vírgula para:
a) Para separar as orações coordenadas
Ex: Foi lá no porão, pegou três oitão, deu tiro na mão do próprio irmão.
b) Para separar a oração subordinada adjetiva explicativa
Ex: João, que não se sentia bem, caiu no chão.
c) Para separar as orações subordinadas adverbiais deslocadas
Ex: Quando meu time voltar a ganhar, eu compro a camisa.
USO DO PONTO E VÍRGULA
Sidney Martins
1 - Usa-se o ponto-e-vírgula para:
a) Separar orações que tenham vírgulas em seu interior.
Ex: Ela agia correto; ele, errado.
b) Separar os itens de uma enumeração:
Ex: O time estava escalado...
c) Para enfatizar ideias adversativas ou conclusivas
Ex: Estudou; portanto mereceu.
USO DOS DOIS-PONTOS
1 – Usam-se dois pontos para:
a) Introduzir uma fala, uma citação
Ex: A manchete estampava: “a meninha morreu”
b) Anunciar uma enumeração
Ex: Três meninas elegantes: cobra, jacaré e elefante.
c) Introduzir um exemplo:
Ex: um monossílabo tônico: pé.
d) Anunciar um esclarecimento ou explicação de termo anteriormente dito:
Ex: Ele é impaciente: não sabe ouvir.
Colocação dos pronomes átonos.
Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos),
como todos os outros monossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de
alguma palavra próxima. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições
na oração: antes do verbo; no meio do verbo; depois do verbo.
a) antes do verbo: nesse caso, ocorre a próclise, e dizemos que o pronome
está proclítico:
Ex.: Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.
b) no meio do verbo: nesse caso, ocorre a mesóclise, e dizemos que o
pronome está mesoclítico. A mesóclise só é possível com o verbo no futuro
Sidney Martins
do presente ou no futuro do pretérito do indicativo:
Ex.: Revelar-te-ei os verdadeiros motivos.
Ex.: Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.
c) depois do verbo: nesse caso, ocorre a ênclise, e dizemos que o pronome
está enclítico:
Ex.: Revelaram-me os verdadeiros motivos.
Apresentamos, a seguir, algumas orientações acerca da colocação dos
pronomes oblíquos átonos.
Ênclise
A ênclise ocorre normalmente:
a) com o verbo no início da frase.
Ex.: Comenta-se que ele deverá recebe o prêmio.
b) com o verbo no imperativo afirmativo.
Ex.: Alunos, apresentem-se ao diretor.
c) com o verbo no gerúndio.
Ex.: Modificou a frase, tornando-a ambígua.
Opa!!!
Caso o gerúndio venha precedido pela preposição em, ocorrerá a
próclise.
Ex.: Em se tratando de cinema, prefiro filmes europeus.
d) com o verbo no infinitivo impessoal.
Ex.: Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.
Próclise
A próclise ocorre geralmente em orações em que antes do verbo haja:
a) palavra de sentido negativo (não, nada, nunca, ninguém, etc.)
Ex.: Nunca me convidam para festas.
b) conjunção subordinativa
Ex.: "Quando te encarei frente a frente não vi o meu rosto." (Caetano Veloso)
c) advérbio
Ex.: Assim se resolvem os problemas.
Sidney Martins
Opa! Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por
vírgula), ocorrerá a ênclise.
Ex.: Assim, resolvem-se os problemas.
d) pronome indefinido
Ex.: Tudo se acaba na vida.
e) pronome relativo
Ex.: Não encontrei o caminho que me indicaram.
f) Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas
e exclamativas e nas orações optativas (orações que exprimem um desejo).
Ex.: Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra
interrogativa);
Ex.: Quanto me custa dizer a verdade! (oração iniciada por palavra
exclamativa);
Ex.: Deus te proteja. (oração optativa).
g) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição.
Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui.
h) Com formas verbais proparoxítonas.
Ex.: Nós lhes desobedecíamos sempre.
i) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas alternativas antes
do verbo*
Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. / Não foi nem se lembrou de mim.
*nem, não só/apenas/somente...mas/como (também/ainda/senão)...,
tanto... quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer... quer..., já... já...
Mesóclise
A mesóclise só pode ocorrer quando o verbo estiver no futuro do presente ou
no futuro do pretérito do indicativo.
Ex.: Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria.
Ex.: Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.
Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo
venha precedido de alguma palavra que exija a próclise, esta será de rigor.
Ex.: Não me convidarão para a solenidade de posse da nova diretoria.
CASOS FACULTATIVOS
01. Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra atrativa.*
Sidney Martins
Ex.: Aquilo me deixou triste / Aquilo deixou-me triste. *este (e variações),
isto; esse (e variações), isso; aquele (e variações), aquilo.
02. Conjunções coordenativas (exceto aquelas mencionadas nos
casos de próclise) antes do verbo sem palavra atrativa.
Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se dirigiu a mim. Corri
atrás da bola, mas me escapou. / Corri atrás da bola, mas escapou-
me.
03. Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome pessoal reto e
de tratamento) antes do verbo sem palavra atrativa.
Ex.: Eu te amo. / Eu amo-te. Sua Excelência se queixou de você. / Sua
Excelência queixou-se de você. OPA! Com verbos monossilábicos, a eufonia
ordena que se use a próclise, segundo o Gramático Manoel Pinto Ribeiro: “Eu
a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”
04. Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou numeral) antes do
verbo sem palavra atrativa.
Ex.: Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam ou Os três amam-
se. OPA! Para banca IBFC nesse caso a ênclise é obrigatória. Portanto, caberia
apenas a frase: Camila ama-te.
05. Infinitivo não flexionado precedido de “palavras atrativas” ou das
preposições “para, em, por, sem, de, até, a”.
Ex.: meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era não incomodá-lo.
Calei-me para não o contrariar. / Calei-me para não o contrariá-lo.
Corri para o defender. / Corri para defendê-lo. Acabou de se quebrar o painel.
/ Acabou de quebrar-se o painel. Sem lhe dar de comer, ele passará mal. /
Sem dar-lhe de comer, ele passará mal. Até se formar, vai demorar muito.
/ Até formar-se, vai demorar muito. Erro agora em lhe permitir sair? /
Erro agora em permitir-lhe sair? Por se fazer de bobo. Enganou a muitos. /
Por fazer-se de bobo, enganou a muitos.
Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções verbais e nos
tempos compostos
Nas locuções verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no
gerúndio, o pronome oblíquo átono pode ser colocado, indiferentemente,
depois do verbo auxiliar (com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois
do verbo principal (com hífen).
Ex.: Quero-lhe apresentar os meus primos que vieram do interior.
Quero lhe apresentar os meus primos que vieram do interior.
Quero apresentar-lhe os meus primos que vieram do interior.
Ex.: Ia-lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ia lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ia dizendo-lhe as razões d a minha desistência.
Sidney Martins
Caso haja antes da locução verbal palavra que exija a próclise, o pronome
oblíquo poderá ser colocado, indiferentemente, antes do verbo auxiliar ou
depois do verbo principal.
Ex.: Não lhe quero apresentar os meus primos que vieram do interior.
Não quero apresentar-lhe os meus primos que vieram do interior.
Nos tempos compostos e nas locuções verbais em que o verbo principal está
no particípio, a colocação dos pronomes oblíquos átonos será feita sempre
em relação ao verbo auxiliar e nunca em relação ao particípio, podendo
ocorrer a próclise, a mesóclise ou a ênclise, conforme as orientações
apresentadas anteriormente.
Ex.: Havia-lhe contado os verdadeiros motivos da minha desistência.
Nunca o tinha visto antes.
Ter-lhe-ia procurado, se tivesse tempo.
Ex.: Ficou tímido, porque se sentiu rejeitado pelos colegas.
Se não o convidarem, sentir-se-á rejeitado pelos colegas.
Nas locuções verbais e nos tempos compostos, quando se coloca o pronome
oblíquo átono depois do verbo auxiliar, pode-se usar o hífen ou não.
Ex.: Vou-te devolver o livro amanhã.
Vou te devolver o livro amanhã.
Aula 8. Período Composto por
Coordenação e Período Composto por
Subordinação.
Como já sabemos, período é a frase organizada em orações.
Dependendo do número de orações que o compõem, o período pode ser
simples ou composto.
Período Simples: é formado por uma única oração, organizada em torno de
um verbo ou uma locução verbal.
Ex.: "Minha vida era um palco iluminado." (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa)
Ex.: Amanhã poderá chover.
A oração que forma um período simples recebe o nome de oração absoluta.
Período composto: é formado por mais de uma oração. Dependendo de como
as orações se relacionam, pode ser:
Sidney Martins
- composto por coordenação: é formado exclusivamente por orações
coordenadas.
Ex.: No outro dia tomei o trem / , peguei no sono / e acordei na estação
oração coord. assindética oração coord. assindética
oração coordenada sindética aditiva
Ex.: Cheguei cedo ao teatro / , mas não arranjei um bom lugar.
oração coord. assindética oração coordenada sindética
adversativa
- composto por subordinação: é formado de oração principal e oração(ões)
subordinada(s) à principal.
Ex.: Um relance de olhos revelou-me / que sua fisionomia não era estranha.
oração principal oração subordinada
Ex.: Não conheço a pessoa / que ela estava procurando.
oração principal oração subordinada
I. Orações Coordenadas
Orações coordenadas são aquelas que, no período, não exercem função
sintática umas em relação às outras. Uma oração coordenada, portanto,
nunca será termo das outras coordenadas com as quais se relaciona.
Ex.: Acordei cedo / , tomei o café / , paguei a conta / e deixei o hotel.
oração coordenada oração coordenada oração coordenada oração coordenada
Verifique que, no exemplo acima, temos quatro orações sintaticamente
independentes; cada oração é, do ponto de vista sintático, uma unidade
autônoma.
1. Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas
As orações coordenadas sindéticas classificam-se, de acordo com a conjunção
que as introduz, em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas.
a) aditivas: exprimem ideia de soma, adição. As principais conjunções
aditivas são: e, nem, mas também, mas ainda.
Ex.: Pedro estuda / e trabalha.
or. coord. assindética or. coord. sind. aditiva
b) adversativas: exprimem ideia de adversidade, oposição, contraste. As
principais conjunções adversativas são: mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, no entanto.
Ex.: Pedro trabalha muito / , mas ganha pouco.
Sidney Martins
or. coord. Assindética or. coord. sind. adversativa
c) alternativas: exprimem ideia de alternância, escolha. Haverá alternância
quando a ocorrência de um fato implicar a não ocorrência de outro. As
principais conjunções alternativas são: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer,
já...já, seja... seja.
Ex.: Venha agora / ou perderá a vez.
or. coord. assindética or. coord. sind. alternativa
d) conclusivas: exprimem ideia de conclusão. As principais conjunções
conclusivas são: logo, portanto, então, pois (posposto ao verbo).
Ex.: As árvores balançam / , logo está ventando.
or. coord. Assindética or. coord. sind. Conclusiva
e) explicativas: exprimem idéia de explicação, justificação, confirmação. As
principais conjunções explicativas são: pois (anteposto ao verbo), porque,
que.
Ex.: Venha imediatamente / , pois sua presença é indispensável.
or. assindética or. coord. sind. Explicativa
2. O papel das conjunções
Como já foi dito no em Conjunção, é fundamental notar que o contexto
determina o tipo de relação estabelecido pela conjunção, pois uma mesma
conjunção pode estabelecer relações diferentes entre orações.
a) Pedro trabalha de dia e estuda à noite.
b) Pedro queria viajar nas férias e não podia.
c) Siga este conselho e terá sucesso.
Observe que, em a, a conjunção e estabelece relação de adição entre as duas
orações. Já em b e c essa mesma conjunção assume outros matizes,
indicando adversidade e explicação, respectivamente. As frases b e c
equivalem, respectivamente, a:
Pedro queria viajar nas férias, mas não podia.
Siga este conselho, pois terá sucesso.
3. Orações Intercaladas
Sidney Martins
Orações intercaladas (também conhecidas como orações interferentes) são
orações independentes que não pertencem à sequência do período.
As orações intercaladas são utilizadas para um esclarecimento, um aparte,
uma citação.
Ex.: Eu - retrucou o advogado - não concordo.
oração intercalada
Ex.: "- Tem razão, Capitu / , concordou o agregado./ Você não imagina
como a Bíblia é cheia de expressões cruas e grosseiras." (Machado de Assis)
As orações intercaladas vêm separadas por vírgula ou travessões.
Relações de subordinação entre orações
e entre termos da oração.
II. Orações Subordinadas
No período composto, as orações se relacionam de tal modo que umas podem
exercer funções sintáticas em relação a outras. Toda oração que exerce uma
função sintática em relação à outra denomina-se oração subordinada. As
orações subordinadas, conforme a função sintática que exerçam, classificam-
se em substantivas, adjetivas ou adverbiais.
a) substantivas: exercem as funções próprias de um substantivo (sujeito,
objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto).
As subordinadas substantivas são introduzidas, em geral, pelas conjunções
integrantes que e se, as quais não desempenham nenhuma função sintática.
b) adjetivas: exercem a função sintática de adjunto adnominal, comumente
exercida pelo adjetivo. As subordinadas adjetivas são introduzidas por
pronomes relativos - que, quem, quanto, como, onde cujo (e flexões), o qual
(e flexões). Os pronomes relativos desempenham diferentes funções
sintáticas na oração por eles introduzida.
c) adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial, característica
do advérbio. As subordinadas adverbiais são introduzidas pelas conjunções
subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo,
consequência, causa, comparação, concessão, proporção, condição,
conformidade e finalidade. Tais conjunções não desempenham função
sintática.
1. Orações Subordinadas Substantivas
Sidney Martins
As orações subordinadas substantivas, conforme a função sintática que
desempenham, classificam-se em subjetivas, objetivas diretas,objetivas
indiretas, predicativas, completivas nominais ou apositivas.
a) subjetivas: exercem a função de sujeito do verbo da oração principal.
I: Seu casamento / é urgente.
sujeito
II: Que você case / é urgente.
or. subord. subst. subjetiva or. principal
No exemplo I, em que temos um período simples, o núcleo do sujeito é
representado por um substantivo - casamento. No exemplo II, um período
composto formado de duas orações, o sujeito da oração principal é
representado por uma oração - que você case - que exerce a mesma função
sintática do substantivo casamento no exemplo I. A essa oração, que exerce
a função sintática de sujeito de outra oração, dá-se o nome de oração
subordinada substantiva subjetiva:
-oração subordinada, por quê?
Porque exerce uma função sintática subordina-se a outra
- substantiva, por quê?
Porque exerce uma função própria do substantivo
- subjetiva, por quê?
Porque exerce a função sintática de sujeito da oração principal
Note as ocorrências mais frequentes de orações subordinadas substantivas
subjetivas:
Ex.: É provável/ que ele chegue ainda hoje.
Ex.: Convém / que ele chegue ainda hoje.
Ex.: Conta-se / que ele chegará ainda hoje.
Or. Principal Or. Sub. Substantiva Subjetiva
OPA! Quando há oração subordinada substantiva subjetiva, a oração
principal apresenta o verbo na terceira pessoa do singular e não possui sujeito
nela mesma.
b) objetivas diretas: exercem a função sintática de objeto direto do verbo da
oração principal:
Ex.: Espero / que você case.
Ex.: Desejo / que ele volte.
Sidney Martins
or. principal or. subord. subst. objetiva direta
c) objetivas indiretas: exercem a função sintática de objeto indireto do verbo
da oração principal.
Ex.: Necessitávamos / de que nos ajudassem.
Ex.: Gostaria / de que todos me apoiassem.
or. principal or. subord. subst. objetiva indireta
Nesses exemplos os verbos da oração principal exigem uma preposição, a
qual antecede a conjunção integrante.
d) predicativas: desempenham a função sintática de predicativo do sujeito da
oração principal.
Ex.: Meu maior desejo era / que todos voltassem.
Ex.: Minha esperança é / que sejas feliz.
or. principal or. subord. subst. predicativa
Observe a presença do verbo de ligação na oração principal.
e) completivas nominais: exercem a função sintática de complemento de um
nome da oração principal.
Ex.: Tenho medo / de que me traias.
Ex.: Sou favorável / a que o condenem.
or. principal or. subord. subst. completiva nominal
Observe que as completivas nominais (assim como o complemento nominal)
se ligam ao nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.
f) apositivas: desempenham a função sintática de aposto de um nome da
oração principal.
Ex.: Desejo uma coisa: / que sejas feliz.
Ex.: Espero sinceramente isto:/ que vocês não faltem mais.
Or. Principal or. subord. subst. apositiva
Note que, assim como no caso do aposto, as orações apositivas
separam-se da principal por sinal de pontuação.
Sidney Martins
OPA!!! As orações subordinadas substantivas, como vimos,
começam geralmente pelas conjunções subordinativas integrantes
(que e se). Podem, no entanto, vir introduzidas por outras palavras:
Ex.: Não sei/ como ele se comportou.
Ex.: Perguntei/ quando era o exame.
Ex.: Não sei/ por que és tão vaidosa.
Ex.: Perguntamos/ quanto custava o produto.
Ex.: Não sabemos/ quem escondeu os documentos.
2. Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas são, como já definimos, aquelas que
exercem a função sintática de adjunto adnominal, própria do adjetivo. Estão
relacionadas a um nome da oração principal e vêm introduzidas por um
pronome relativo.
I. Admiramos os alunos estudiosos.
adjetivo
II. Admiramos os alunos /que estudam.
or. subord. adjetiva
No exemplo I, em que temos um período simples, o adjetivo estudiosos
exerce a função sintática de adjunto adnominal. Já no exemplo II, um período
composto, a função sintática de adjunto adnominal não é mais exercida por
um adjetivo, mas por uma oração que equivale a um adjetivo - que estudam
- a qual funciona como adjunto adnominal do núcleo do objeto direto alunos.
A essa oração dá-se o nome de oração subordinada adjetiva:
- Oração subordinada?
Porque exerce uma função sintática, sendo determinante de outro termo.
- Adjetiva?
Porque exerce a função de adjunto adnominal, própria do adjetivo.
É muito fácil reconhecer uma oração subordinada adjetiva, já que ela sempre
virá introduzida por um pronome relativo. A oração adjetiva pode vir depois
da oração principal ou estar nela intercalada:
Ex.: Serão premiados os alunos / que conseguirem melhor nota.
or. principal pron. rel. or. subord. adjetiva
Sidney Martins
Os alunos / que conseguirem melhor nota/ serão
premiados.
or. principal pron. rel. or. subord. adjetiva or.
principal
Quanto ao sentido, as orações subordinadas adjetivas classificam-se em
restritivas ou explicativas.
a) restritivas: restringem a significação do nome a que se referem.
Ex.: O homem / que fuma / vive menos.
or. principal or. subord. adj. restritiva or. Principal
Verifique que a característica expressa pela oração adjetiva que fuma não se
aplica a todos os elementos da espécie humana. Dizemos, então, que ela
restringe a significação do nome a que se refere: abrange não todos os
homens, apenas aqueles que fumam.
Outros exemplos:
Ex.: Os jogadores / que foram convocados / apresentaram-se ontem.
or. principal or. subord. adj. restritiva or. principal
Ex.: O homem / que trabalha / vence na vida.
or. Principal or. subord. adj. restritiva or. principal
Ex.: Resolveram os exercícios / que faltavam.
or. principal or. subord. adj. restritiva
b) explicativas: não restringem a significação do nome; pelo contrário,
acrescentam uma característica que é própria do elemento a que se referem.
Ex.: O homem / , que é um ser racional / , aprende com os erros.
or. Principal or. subord. adj. explicativa or. principal
Ex.: O Sol / , que é uma estrela / , é o centro do nosso sistema
planetário.
or. principal or. subord. adj. explicativa or. principal
Ex.: Capitu / , que é uma personagem de Dom Casmurro/ , tinha olhos de
ressaca.
Sidney Martins
or. Principal or. subord. adj. explicativa or. principal
As orações subordinadas adjetivas explicativas são obrigatoriamente
separadas da principal por vírgula.
3. Orações Subordinadas Adverbiais
Orações subordinadas adverbiais são, conforme definimos anteriormente,
aquelas que exercem a função sintática de adjunto adverbial, própria do
advérbio. Observe:
I. Saímos tarde.
advérbio
II. Saímos / quando era tarde.
or. subord. Adverbial
No exemplo I, em que temos período simples, o advérbio tarde exerce a
função sintática de adjunto adverbial. Já no exemplo II, período composto, a
função sintática de adjunto adverbial não é mais exercida por um advérbio,
mas por uma oração equivalente - quando era tarde. A essa oração dá-se o
nome de oração subordinada adverbial:
- Oração subordinada?
Porque exerce uma função sintática sobre outro termo
- Adverbial?
Porque exerce a função de adjunto adverbial, própria do advérbio
As orações subordinadas adverbiais iniciam-se pelas conjunções
subordinativas, exceto as integrantes (que, como vimos, introduzem as
orações subordinadas substantivas).
a) causal: exprime uma circunstância de causa, aqui entendida como motivo,
ou seja,aquilo que determina ou provoca um acontecimento. As principais
conjunções e locuções conjuntivas causais são: porque, como (equivalendo a
porque), visto que, já que, uma vez que.
Ex.: Não viajamos / porque estava chovendo.
or. Principal or. sudord. adv. Causal
b) comparativa: exprime circunstância de comparação, que é o ato de
confrontar dois elementos a fim de estabelecer semelhanças ou diferenças
entre eles. As principais conjunções comparativas são: como, que (precedido
de mais ou de menos):
Ex.: Choveu / como chove em Belém.
or. principal or. sudord. adv. comparativa
Opa!
Muitas vezes as orações comparativas vêm com o verbo elíptico.
Sidney Martins
Ex.: Choveu / como em Belém. (= choveu como chove em Belém. Verbo
elíptico: chove)
Ex.: Falava mais / que papagaio. (= Falava mais que papagaio fala. Verbo
elíptico: fala)
c) consecutiva: exprime circunstância de consequência (resultado ou efeito
de uma ação qualquer). A principal conjunção consecutiva QUE é precedida
de um termo intensificador: tão, tal, tanto, tamanho.
Ex.: Choveu tanto / que o jogo foi suspenso.
or. Principal or. sudord. adv. Consecutiva
d) concessiva: exprime circunstância de concessão, que é o ato de conceder,
de permitir, de não negar, de admitir uma idéia contrária. As principais
conjunções e locuções conjuntivas concessivas são: embora, conquanto, se
bem que, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que.
Ex.: Choveu / embora a meteorologia previsse bom tempo.
or. principal or. sudord. adv. Concessiva
e) condicional: exprime circunstância de condição, entendida como uma
obrigação que se impõe ou se aceita para que um determinado fato se realize.
As principais conjunções e locuções conjuntivas condicionais são: se, caso,
contanto que, desde que.
Ex.: Viajaremos / se não chover amanhã.
or. principal or. sudord. adv. Condicional
f) conformativa: exprime circunstância de conformidade, isto é, de acordo,
de adequação, de não-contradição. As principais conjunções conformativas
são: conforme, segundo, consoante, como.
Ex.: Choveu, / conforme era previsto.
or. principal or. sudord. adv. Conformativa
g) final: exprime circunstância de finalidade, entendida como o objetivo, a
destinação de um fato. As principais conjunções e locuções conjuntivas finais
são: a fim de que, para que, que.
Ex.: Os lavradores esperavam a chuva / a fim de que não perdessem
safra.
or. principal or. sudord. adv.final
h) proporcional: exprime circunstância de proporção, entendida como a
relação entre duas coisas, de modo que qualquer alteração em uma delas
Sidney Martins
implique alteração na outra. As principais locuções conjuntivas proporcionais
são: à proporção que, à medida que.
Ex.: À proporção que a civilização progride, / o romantismo se extingue.
or. Sudord. adv.proporcional or. principal
i) temporal: exprime circunstância de tempo. As principais conjunções e
locuções conjuntivas temporais são: quando, enquanto, logo que, desde que,
assim que.
Ex.: Choveu / quando eram dez horas.
or. principal or. sudord. adv. temporal
Orações Subordinadas Reduzidas
Muitas vezes, as orações subordinadas (substantivas, adjetivas, adverbiais)
podem aparecer sob a forma de orações reduzidas. As orações subordinadas
reduzidas têm duas características:
1. apresentam o verbo em uma das formas nominais: gerúndio, particípio ou
infinitivo;
2. não vêm introduzidas por conectivos (conjunções e locuções conjuntivas
subordinativas ou pronomes relativos).
As orações subordinadas reduzidas classificam-se, de acordo com a forma
verbal que apresentam, em:
3. subordinada reduzida de gerúndio;
4. subordinada reduzida de particípio;
5. subordinada reduzida de infinitivo.
Para analisar uma oração subordinada reduzida, basta fazer o seguinte:
a. desenvolvê-la, ou seja, tirá-la da forma reduzida, fazendo aparecer o
conectivo;
b. analisar a oração desenvolvida;
c. aplicar a análise da oração desenvolvida à reduzida, acrescentando as
palavras reduzida de gerúndio, particípio ou infinitivo, conforme o caso.
Observe atentamente o exemplo que segue:
Ex.: Penso / estar doente.
Desenvolvendo:
Ex: Penso / que estou doente.
or. principal or. sudord. subst. obj. dir.
Sidney Martins
Analisando a oração desenvolvida, temos: oração subordinada substantiva
objetiva direta. Agora, basta aplicar a classificação à oração reduzida e
acrescentar as palavras reduzida de infinitivo. Portanto:
Ex.: Penso / estar doente.
or. principal or. sudord. subst. obj. dir. reduzida de infinitivo
Vejamos outro exemplo:
Ex.: Vi guardas / conduzindo presos.
Desenvolvendo:
Ex.: Vi guardas / que conduziam presos.
or. principal or. sudord. subst. adj. restritiva
Aplicando a análise à oração reduzida, temos: oração subordinada adjetiva
restritiva, reduzida de gerúndio.
Examinemos agora uma terceira hipótese:
Ex.: Terminado o baile, / todos saíram.
Desenvolvendo:
Ex.: Quando terminou o baile, / todos saíram.
or. sudord. adverbial temporal or. principal
Aplicando a análise da oração desenvolvida à reduzida, temos: oração
subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.
Aula 9. Coesão Textual e Figuras de
Linguagem;
Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um
texto possa ser considerado um texto, e não um aglomerado de
palavras. A textualidade conta com dois ingredientes básicos: a
coesão e a coerência.
COESÃO TEXTUAL
Ligação existente entre as ideias, feita por meio de conectivos apropriados,
como conjunção, pronomes e artigos.
Sidney Martins
O texto não é um emaranhado de palavras e nem uma colocação mecânica
de sentenças – há uma interação feita por meio de conectivos.
Ex: Eu ajudei os trabalhadores. Deixei-os felizes.
I. Coesão Referencial – Quando há remissão a outros itens do discurso
(elemento do texto)
1. Coesão Referencial
a. Anafórica (antes)
Ex: Felicidade era o que ele desejava. Isso era o que nós também
desejávamos.
A vida é bela. Isso é verdade.
As autoridades chegaram a SP. Lá estava frio.
O gorila fugiu da jaula. No entanto, ele já foi recuperado.
b. Catafórica (depois)
Ex: Só te pergunto isto: quem vai ficar com Poly?
Falarei uma coisa com toda certeza: o Flamengo não vai ser campeão.
c. Exofórica (dêixis)
Ex: A vida é bela, mas há os que digam que não.
2. Coesão Lexical
a. Com hipônimos e hiperônimos.
Ex: O gorila fugiu da jaula. No entanto, o animal já foi recuperado.
O garfo estava bem na ponta da mesa. Mamãe gritou, mas o talher caiu no
meu pé
b. Com metonímia
Ex: Adoro Dom Casmurro. Não deixo de ler Machado.
c. Com sinônimos
Ex: O papa nunca desistiu da paz. Sua Santidade dedica-se a essa causa.
3. Coesão Elíptica
Ex: O Treinador do time reclamou bastante da arbitragem após o jogo. Disse
que ia recorrer à Justiça Desportiva
Sidney Martins
O gorila fugiu da jaula. No entanto, foi recuperado.
4. Coesão Transfrástica com famílias etimológicas
Ex: Júlia e Marcelo se amavam. Esse amor era radiante.
COERÊNCIA TEXTUAL
A coerência é um dos fundamentos da textualidade. Ela se refere às ligações
de sentido construído no texto, que podem estar relacionadas a diferentes
fatores: lógico-linguísticos, textuais ou culturais.
Fatores de incoerência
I. Fatores lógico-linguísticos
• um determinado conjunto de palavras que participa da construção de uma
frase tem que estar ligado semanticamente de forma adequada: assim,
podemos dizer homem enérgico, árvore frondosa, rua engarrafada, mas não
faz qualquer sentido dizer-se homem frondoso, rua enérgica ou árvore
engarrafada. Na história das palavras de uma língua, cada uma delas, por
sua origem e, principalmente, por seu uso, adquire determinados
significados, excluindo qualquer significado diferente de suas possibilidades
de emprego; assim, é possível construir-se incoerência a partir do mau
emprego de vocábulos.
A linguagem figurada é uma “permissão” oficial de incoerência, em muitos
casos, mas, para que seja aceita, deve ser vista como tal: assim, ao dizer-se
que Um homem é um touro, o leitor compreende que tal homem é muito
forte e, em nenhum momento, que seja um animal.
• as relações lógicas estabelecidas entre palavras e entre segmentos de
palavras devem ser estabelecidas de forma clara, não podendo chocar-se com
essas mesmas relações no mundo conhecido; assim, é possível dizer-se Não
fui à universidade porque estava chovendo muito, estabelecendo-se uma
justa relação entre um fato e sua causa, mas não se pode dizer Não fui à
universidade embora estivesse chovendo, pois a concessão não cabe nesse
contexto. Do mesmo modo,
a frase Por falta de insegurança deixei de visitar aquela cidade traz uma
incoerência lógica, já que se trata, logicamente, de falta de segurança.
II. Fatores culturais
• informações: as informações presentes num texto devem também estar
adequadas ao nosso conhecimento de mundo: assim, a frase Pedro Álvares
Cabral, depois de proclamar nossa independência, voltou a Portugal não faria
Sidney Martins
sentido para um leitor sabedor de que Pedro Álvares Cabral foi nosso
descobridor e nada tem a ver com nossa independência política. No entanto,
certas informações equivocadas podem ganhar coerência, como sabemos, se
modificamos as condições de leitura do texto, gerando sua aceitabilidade. Nas
fábulas, por exemplo, os animais falam e pensam como seres humanos, nas
narrativas do realismo mágico podem ocorrer ações impossíveis no mundo
real etc.
• campo semântico: caso interessante, nesse aspecto, é a incoerência gerada
pela intromissão de um vocábulo inesperado em um grupo de que
semanticamente não faz parte: assim, numa frase como O professor entrou
em sala com os livros, o apagador, o giz, o maiô e o cacho de banana, o que
fazem aí os dois últimos elementos citados?
• esquemas culturais: muitas ações apresentam determinada organização
estabelecida no meio cultural em que estão presentes e, alterar essa
organização também pode provocar incoerência. Assim, pode causar
estranheza o fato de alguém entrar em um restaurante e solicitar ao garçom,
inicialmente, que lhe sirva a sobremesa e, depois, um prato salgado.
III. Fatores textuais
Um outro fator de incoerência é a ruptura de esquemas previamente
estabelecidos e de conhecimento do leitor como os esquemas textuais: cada
um dos modos de organização discursiva apresenta uma estrutura básica,
estabelecida em sua própria história, e perturbar essa estruturação provoca
incoerência. Assim, numa narrativa, a sucessão de fatos cronologicamente
apresentados sempre parte
do menos para o mais intenso; daí que uma narrativa que faça o oposto,
salvo situações especiais, provoca estranhamento em sua leitura.
Do mesmo modo, os tipos textuais apresentam características básicas que,
se subvertidas, podem trazer incoerência: um cartaz publicitário que, em
lugar de elogiar o produto a ser vendido, o deprecie, certamente trará
espanto ao leitor.
Assim também, certas estruturas frasais esquemáticas podem, se
modificadas, causar estranhamento: a frase: Não compre um apartamento
barato, compre um apartamento bom, provocou ruptura na oposição entre
contrários (barato – caro), causando estranhamento temporário.
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem denominadas também de figuras de estilo são recursos que
escritores utilizam para provocar efeito interpretativo do leitor. Esses artifícios usados
na linguagem apresentam como aspecto a exposição de pensamentos que não
abrangem o significado literal das palavras.
Sidney Martins
Revisão de denotação e conotação
Existem dois conceitos importantes que são fundamentais revisar antes de estudar as
figuras de linguagem. São eles: denotação e conotação. A conotação diz respeito as
expressões no sentido figurado, ou seja, a depender do contexto os termos apresentam
diferentes significados. É caracterizado por possuir termos criativos e que despertam
sentimentos no receptor.
Já a denotação remete às palavras no sentido literal, ou seja, independente do
contexto, termos denotativos apresentam significado original do dicionário.
AS CLASSIFICAÇÕES DAS FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem possuem quatro classificações. Elas podem ser:
• Figuras de palavras: esse diz respeito ao significado das palavras;
• Figuras de pensamento: envolve a combinação de pensamentos;
• Figuras de sintaxe: modificam a estrutura gramatical da frase;
• Figuras de som: diz respeito a sonoridade dos termos.
Aliteração é uma das figuras de som. (Foto: Educa Mais Brasil)
Sidney Martins
As figuras semânticas
As figuras semânticas ou conhecidas como figuras das palavras. Têm-se como
exemplos: metáfora, metonímia, catacrese, comparação, sinestesia, perífrase, além de
outros.
Metáfora
Uma das figuras de linguagem conhecida é a metáfora. Nela as palavras apresentam
aspectos que não são comuns no sentido literal ou concreto. Observe o trecho da
canção "Meteoro" de Luan Santana:
Você é raio de saudade,
Meteoro da paixão (...)
Nessa canção as palavras raio e meteoro são usadas de maneira figurativa.
Metonímia
A metonímia, por sua vez, diz respeito a figura de linguagem que expressa substituição
de uma palavra por outra por aproximação. Perceba o exemplo abaixo:
“Adriana ler Clarice Lispector”.
Na frase acima ocorre a substituição da obra pelo autor. Nesse sentido, Adriana ler a
obra de Clarice Lispector. Perceba outro exemplo de metonímia.
“Lucas usou a gillete”
Nesse sentido, aplicou-se a marca do produto. Ao invés de “Lucas usou a lâmina de
barbear”.
Sidney Martins
Comparação
Já figura de linguagem comparação remete a ação de atribuir semelhanças. Para isso,
é comum utilizar termos como: assim, igual a, como, que nem, tal qual, assim como,
além de outros.
Sinestesia
A sinestesia diz respeito a figura de linguagem que abrange a união de sentidos
distintos. Por exemplo:
“A voz de Rogério era doce”.
A voz corresponde a audição, no entanto, aplicado ao sentido do paladar.
Catacrese
A figura de linguagem catacrese é empregada quando utiliza-se para denominar algo
que não tem um significado específico. Abaixo o exemplo:
“Ele retirou três dentes do alho”
“O braço da cadeira estava danificado”
As figuras de pensamento
As figuras de pensamento expressam uma combinação de ideias. Podemos citar:
hipérbole, ironia, eufemismo, paradoxo, antítese, prosopopeia, além de outros.
Hipérbole
A hipérbole é uma figura de linguagem que indica exagero. O trecho abaixo da música
“exagerado” do cantor Cazuza é um exemplo de hipérbole.
"Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas (...)"
Sidney Martins
O eu-lírico expressa um exagero quando diz “te trago mil rosas roubadas”. Portanto,
torna-se um exemplo de hipérbole.
Eufemismo
O eufemismo também é uma figura de linguagem. Esse apresenta como aspecto o uso
de palavras suaves para informar ou comunicar algo grave. Perceba o exemplo abaixo:
“José passou dessa para melhor.” (indica que o sujeito morreu)
“O deputado enriqueceu por meios ilícitos.” (indica o termo roubar)
Lucas faltou com a verdade para a mãe. (expressa mentira)
Ironia
A ironia aponta o sentindo da palavra diferente do habitual. Observe o exemplo abaixo:
“Ela é tão corajoso que correu ao ver o rato”.
Antítese
Já a antítese ao uso de palavras que tem sentidos opostos. Como por exemplo: riqueza
e pobreza, guerra e paz, alegria e tristeza, amor e ódio, dormir e acordar, continuar e
parar, claro e escuro, dentre outros.
Paradoxo
O paradoxo trata-se de ideias que demonstram falta de coerência. Portanto,
corresponde as expressões que se anulam. O trecho da música “Não é normal” da
banda Nx Zero é um exemplo da figura de linguagem paradoxo:
"O tempo todo, o tempo todo é tempo demais
Não é pra sempre, o pra sempre sempre se vai
Nem tudo que acaba, tem final (...)"
A canção expressa vários trechos com paradoxos, um deles: “nem tudo que acaba tem
final” quando na verdade o termo “acabar”, no sentido literal, expressa justamente o fim
de algo ou alguém.
Prosopopeia ou personificação
A personificação ou a prosopopeia é uma figura de linguagem que compreende a
incumbência de qualidades e sentimentos a seres irracionais. Observe o trecho da
música “Cruzando raios” de Orlando Moraes.
Sidney Martins
"Estrelas vão fugindo
Entre os faróis e o mar
Neste azul, que azul (que azul)"
Sabe-se que as estrelas não fogem, portanto, é atribuindo nelas a personificação.
AS FIGURAS DE SOM
As figuras de som, como o próprio nome sugere, expressam mensagens através da sonoridade
com o uso da alternância ou repetição de letras.
Onomatopeia
Essa figura de linguagem indica a reprodução de ruídos ou sons. Por exemplo: A música
“bate coração” da cantora Elba Ramalho.
Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate coração
Que eu morro de amor com muito prazer
O “tum, tum” representa a batida do coração.
Sidney Martins
Onomatopeia de representação de um riso (Foto: Pixabay)
Aliteração
A aliteração expressa a repetição de fonemas iguais na mesma frase.
“O rato roeu a roupa do rei de Roma”.
A repetição da letra “r” indica aliteração. Perceba em outro exemplo:
“Um tigre, dois tigres, três tigres”.
Repetição da letra “t” e o encontro “gr”.
AS FIGURAS DE SINTAXE
A elipse, o pleonasmo, a zeugma, a anáfora, a silepse, além de outros são exemplos de
figuras de linguagem de sintaxe.
Elipse
Sidney Martins
A elipse é uma figura de linguagem que corresponde a omissão de palavras que podem
ser localizadas na frase facilmente. Por exemplo:
“Daniela tem um vestido vermelho e um rosa. Prefere da cor rosa”.
Portanto, a frase corresponde a "Daniela tem um vestido vermelho e um rosa. Ela
prefere da cor rosa".
Pleonasmo
Consiste na repetição de palavras que possuem o mesmo significado ou apresentam a
mesma ideia. Em síntese, é uma figura de linguagem que expressa a redundância.
Observe o trecho do texto de Vinícius de Moraes, Soneto da Fidelidade.
"E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento."
No trecho “rir e riso” é um exemplo de pleonasmo.
Aula 10. Tipologia Textual e
Interpretação de Textos.
1 - LEIA COM ATENÇÃO E EM VOZ ALTA (leve balbuciar) Leia o texto com perspicácia e sutileza para não perder nenhum
detalhe. A leitura em voz alta é fundamental para ter atenção
aos detalhes.
2 - ATENÇÃO AO QUE SE PEDE Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e
por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do
texto.
Sidney Martins
3 - SEJA CURIOSO Na hora dos estudos, utilize um dicionário e encontre o
significado das palavras do texto que você não sabe o
significado.
4 - CUIDADO COM A INTERPRETAÇÃO
Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ideias do
autor.
5 - DIVIDA O TEXTO
Para melhor compreensão, divida o texto em parágrafos ou
partes.
6 - CUIDADO COM VOCÁBULOS
"Destoa, não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto e outras", são palavras que aparecem
nas perguntas e que, às vezes, dificultam entender o que o
enunciado está pedindo.
7 - DÚVIDA ENTRE DUAS ALTERNATIVAS Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a
mais exata ou a mais completa.
8 - PALAVRAS CRUZADAS Além da leitura de textos, um bom exercício para ampliar seu
conhecimento léxico é fazer palavras cruzadas. Isso aumenta
seu vocabulário e sua cultura.
9 - MAIS EXERCÍCIOS
Faça exercícios de palavras sinônimas e antônimas para
ampliar suas chances de sucesso.
Reconhecimento de tipos e gêneros
textuais.
TIPOLOGIA TEXTUAL / MODOS DE ORGANIZAÇÃO TEXTUAL
1. Narração
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou
fictício, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos
personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de
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anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis
até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula,
crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um
animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o
adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata,
pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de
anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do
objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem
a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros
tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como:
cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre
ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou
argumentativo.
3.1 Dissertação-Exposição
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico.
Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias
de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um
determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex.: aula, resumo,
textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.
3.1 Dissertação-Argumentação
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de
vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor,
objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de
ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em:
sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica,
editorial de jornais e revistas.
4. Injunção / Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os
verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-
se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo
indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para
montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de
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comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito);
receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
OPA: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns
outros consideram que existe também o tipo predição.
5. Predição
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma
coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros:
previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões
escatológicas/apocalípticas.
OPA 2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional.
Entretanto, esse nada mais é que o tipo narrativo aplicado em certos
contextos, pois toda conversação envolve personagens, um momento
temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um
enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.
Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos
gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat etc.