Livro de Crônicas dos Alunos da EMEF Máximo de Moura Santos.
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7ª A
Meus filhos terão computadores, sim, mas
antes, terão livros. Sem livros, sem leitura, os
nossos filhos serão incapazes de escrever,
inclusive, sua própria história.
Bill Gates
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ROTINA
Ida e vinda da escola, a mesma rotina, as mesmas
pessoas e o mesmo caminho. Já estava acostumada, conhecia
todo o percurso e todas as pessoas.
Um dia desses, recebi uma notícia de meus pais que me
deixou preocupada: iríamos nos despedir daquele lugar que eu
tanto amava. Fiquei triste, esbravejei, chorei! Já não seria a
mesma rotina, as mesmas pessoas, os mesmos lugares.
Onde iríamos morar era muito tranquilo, não se via
crianças brincando nas ruas e nem vizinhos sentados nas
calçadas conversando, observando e falando da vida dos
outros.
Já em outra cidade, levantei-me às 6 horas para ir à
escola, tomei meu belo banho e meu café da manhã. Quando
saí e fechei o meu portão, encontrei outra garota que saía ao
mesmo tempo. Cumprimentei-a e me apresentei. Fomos
conversando até que chegamos à escola. Nesse trajeto,
falamos de nossas vidas e, especialmente, dos meus medos.
Assim acontecia sucessivamente, de repente percebi
que outra rotina estava começando, e me acostumei.
Rotina... Fiquei pensando sobre o assunto por várias
semanas e perguntei a mim mesma: seria bom nos
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acostumarmos com as mesmas coisas, repeti-las todos os
dias? Ou sairmos da rotina seria muito melhor, mais saudável?
Hoje, tenho 12 anos e me sinto incomodada ao sair do meu
conforto, mas ainda sou uma pré-adolescente, ou adolescente,
sei lá.
Aos meus leitores deixo essa pergunta: é “maneiro” sair
da rotina? Também deixo bem claro que a rotina que mais
quero é o abraço do meu pai e o colo de minha mãe!
Grazielly G. Pereira
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GUERREIRA DO NORDESTE
Na pequena cidade de São João dos Passos, interior do
Piauí, nasce Sônia, uma menina cujo destino estava traçado
para sofrer, sorrir, cair e levantar.
Ao completar nove anos, nossa personagem sofreu seu
primeiro golpe, sua mãe morreu e, ainda de luto, seu pai deu-
lhe de presente uma bela madrasta. Como se não bastasse, a
madrasta trouxe para sua família mais dois filhos. O pai de
Sônia, para impressionar a nova mulher, deixa seus filhos
passarem necessidades, mas os enteados ele trata com
nobreza e não deixa faltar nada.
Sônia cresceu neste ambiente de grande hostilidade
onde era maltratada por sua madrasta e não tinha proteção do
seu pai. Ao completar treze anos de idade, ainda adolescente,
ela toma uma decisão, certa ou errada, foge de casa para
Teresina, capital do Piauí.
Chegando lá, ainda criança, foi acolhida por uma
bondosa família que lhe deu o que comer e vestir. Ao completar
quinze anos, essa garota conheceu um rapaz, e achou que
fosse o grande amor de sua vida. Sônia abriu mão da proteção
daquela bondosa família e seguiu seu destino incerto com o
seu suposto grande amor.
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Não demorou muito, seu marido mostrou sua real
personalidade e era assim: de bar em bar, de festa em festa
que vivia o tal rapaz por quem ela se iludira.
Aos dezessete anos, Sônia teve sua primeira filha,
sozinha em casa, sem ajuda nem mesmo de vizinhos, mas o
sofrimento foi fazendo dessa adolescente uma mulher, sofrida,
mas forte, guerreira. Nilson, seu marido, continuava o mesmo:
vagabundo, malandro e boêmio. Contudo, Sônia engravida de
sua segunda filha, mas decide não sofrer mais. Separa-se de
Nilson e dá um novo rumo para sua vida.
Será que desta vez nossa guerreira não cometeria mais
enganos? Inicia-se uma nova fase.
Aos vinte anos, com duas filhas para sustentar, arruma
um emprego de garçonete e trabalha arduamente para que
nada faltasse às suas meninas. Três anos se passaram e
nossa guerreira, mais uma vez, acredita ter encontrado o
homem que iria fazê-la feliz por toda eternidade, José era o seu
nome e era cinco anos mais novo do que Sônia.
A família de José lutou contra esse relacionamento, pois,
além de ser mais velha, trazia em sua bagagem dois filhos.
Guerreira como sempre, nossa destemida nordestina luta
contra tudo e contra todos e casa-se com José. Deste
relacionamento, Sônia teve mais três filhos. Estava feliz com
José e seus cinco filhos. O casal, que sempre apreciou e
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almejou uma família grande, adota mais um filho, que foi criado
como os filhos naturais, com muito amor e harmonia.
Sônia, já madura e experiente, sentia-se feliz, mas
faltava alguma coisa para completar essa felicidade. Sentia
falta de seu pai e de seus irmãos, pois faziam parte de sua
vida, eram sua família também, mas convivia com a saudade.
Aos trinta e oito anos, ela sofre a pior dor que uma mãe
zelosa por seus filhos pode sofrer: perde seu filho adotivo. A
dor era imensa, mas tinha que seguir em frente. Com relação
ao seu príncipe, ela começou a abrir os olhos e perceber que
José estava mais para sapo do que príncipe. Não parava em
um emprego e passou a agredi-la fisicamente. Ela trabalhava
para sustentar sua grande família.
Hoje, aos cinquenta e sete anos, Sônia resolve dar a
maior reviravolta de sua vida. Com seus filhos criados, separa-
se de José e volta à sua cidade natal, São José dos Passos.
O reencontro com sua família foi uma emoção muito
forte, até mesmo para uma nordestina guerreira. Nossa heroína
confessa ser muito feliz e realizada, pois com todos os seus
desenganos, nunca abandonou seus filhos, lutou arduamente,
mas sentiu-se fortalecida por sua fé em Deus e por sua luta na
esperança de dias melhores.
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Esta é uma história real e uma homenagem que faço à
pessoa mais linda e que mais amo nesse mundo, minha avó,
Sônia.
Iara Pereira Nunes
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PARAÍSO
Certo dia, dois pescadores encontraram um lugar
incrível, esse lugar era “secreto”, como eles diziam. Era
especial, nem parecia ser do planeta Terra de tão especial e
fantástico que era. As águas não eram poluídas, até a natureza
dava show; águas cristalinas, pareciam com o azul do céu, e
nelas havia diversidade de peixes. Havia vários animais e
novas espécies surgiam diariamente para harmonizar o
ambiente.
Os dois pescadores prometeram nunca contar isso a
ninguém, pois os humanos iriam “desfazer” um lugar tão belo,
onde a natureza se reinventara.
Havia lindas aves e mamíferos, como elefantes,
golfinhos, leões, macacos, cangurus, zebras, lobos, gaviões,
araras, cegonhas – pretas e brancas, andorinhas, caraúnas
etc. Mas os animais não atacavam ninguém de tão felizes que
todos viviam. Quando eu disse “desfazer” o que vocês (leitores)
entenderam?
Certamente havia rumores de que iriam desmatar, matar
animais, tentar arrancar o máximo de bichos possíveis, pois
quando a ambição sobe à cabeça dos humanos eles são
capazes de tudo. Assim eles pensaram. Até que um deles
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decidiu morar naquele lugar magnífico, sozinho, já que esse
pescador não tinha família.
Os nomes dos pescadores eram Jesuíno, o pescador
que iria ficar, e o outro Maciel, que tinha família e ia embora. O
Jesuíno pegou suas coisas, que não eram tantas, e foi para
esse lugar que eles deram o nome de Renascimento, porque
era onde a natureza tinha se reencontrado. O Maciel resolveu
pegar um peixe dourado e a partir de então encontrou o maior
negócio de sua vida. Passou a negociar peixes dourados.
Ficou muito rico.
As pessoas nasceram para melhorar, para evoluir, mas
o dinheiro fácil e a riqueza corromperam o humilde pescador.
Desde então ele foi expulso por um clã de pessoas que viviam
lá para preservar a natureza e protegê-la.
Ele foi expulso para não destruir esta riqueza natural.
Ouviram falar em sustentabilidade e até desenvolver ações
para melhorar o planeta, mas não foram suficientes para conter
a vaidade do Senhor Maciel.
Consequência, ele foi expulso da ilha para o bem da
natureza. O clã que protegia o lugar não tinha piedade,
queriam guilhotiná-lo, mas eles deram outra chance para ele
viver, contudo, foi expulso daquele belo lugar chamado
Renascimento.
Matheus Cinquini Albuquerque
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SALA MALUCA
Em algum lugar desse país, ou do mundo, há escolas
com salas de aula onde os alunos têm o mesmo
comportamento de seus avós?
Acho que não! Eu conheço uma classe que tem dado o
que falar, esta classe vai ficar na história de uma certa escola
municipal e em um bairro chamado Vila Paulicéia. Digo famosa
por ter bons alunos e também alunos perdidos, tentando se
encontrar.
Há dois lados nessa história, parece que querem atribuir
à famosa sala o que há de pior na escola.
Seria culpa de quem? Qual seria o motivo de uma sala
tão maluca? Os professores não sabiam mais o que fazer,
ninguém encontrava a solução. Alguns alunos se destacavam
mais. Destacavam em quê?
Na bagunça, no estresse que causavam aos
professores?
Diante dessa realidade, surge a liderança na forma de
trabalho de alguns professores.
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Iniciamos o ano e ficamos sabendo quem seria o
professor coordenador da "Sala Maluca". Qual seria a atitude
dela? Dominaria a classe? Será que ela iria aguentar?
Achamos que não, motivos não faltavam.
Essa professora coordenadora, muito exigente, achava
que os alunos tinham que escrever e bem. Coitada, mal sabia
ela! Os professores trabalham muito para os alunos
aprenderem, na verdade, a maioria aprende, então a sala
maluca não é tão ruim assim. Todas as classes têm suas
dificuldades e facilidades.
Os pais deveriam cobrar mais de seus filhos, se fossem
mais rígidos, isso ajudaria. A escola também deve fazer sua
parte, dando oportunidades.
Ao longo do ano, os alunos problemáticos melhoraram, o
amadurecimento deles foi essencial.
A Sala Maluca, hoje, é mais respeitosa com professores
e colegas. Quem achou que tudo estava perdido, se enganou.
Quem diria? Estamos até escrevendo uma crônica!
Gabrielly S. Sousa & Laíse Cristina Sousa
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MINHA FELICIDADE
Eu não sei cantar, nem pular corda. Mas tenho certeza
que mesmo assim sou feliz. Sou assim mesmo e, às vezes, até
desenho corações em guardanapo, sol também. Porque acho
que são as únicas coisas que eu sei desenhar.
Minha vida é uma festa com pulseirinha VIP, o seu
convite é encaminhado ao seu caráter, guardo as primeiras
impressões, mas considero somente as últimas. Não suporto a
dúvida, mas não preciso da mentira para proteger minha rotina,
eu não desperdiço pessoas, comprometo-me com meus
valores e com meus professores, porque este é o meu dever e
também porque alguns são bravos. Não comprei máscaras,
não construí muros, não criei meus escudos. Por isso, fui
derrotada algumas vezes. Mas vamos mudar o foco.
Ando desarmada, mostro quem eu sou, espero que
goste e que amanhã faça sol, e se não gostar ou se chover,
não muda nada. Não importa o quanto a realidade possa
confundir, eu tenho algumas certezas eternas, tenho histórias
pra contar... Não são muitas, mas tenho... A minha vida eu
carrego no colo e por isso a minha felicidade tem garantia. E o
resto? É um pote de brigadeiro com colher dentro.
Andressa Cordeiro Borges
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7ª B
Um país se faz com homens e livros.
Monteiro Lobato
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LER PODE SER INTERESSANTE
Ler pode ser bem legal, interessante, um passatempo
que pode se tornar sabedoria. Eu gosto muito de ler, adoro
meus livros, cuido muito deles.
Certas pessoas precisam ler para faculdade, para
estudar. Ler é bem entediante, mas ao mesmo tempo você
viaja, tem aventuras, imagina coisas surreais.
Muita gente quando lê um livro viaja para bem longe,
onde você talvez nunca pudesse ir ou que não existe mesmo.
Ler é fundamental para fazer outras leituras, desperte a
inspiração para produzir texto.
Nesse momento eu estou lendo um livro muito
interessante. Quando eu começo a ler, eu me sinto como se
fosse o personagem, como se estivesse vivendo no lugar dele.
Tudo que acontece com ele está acontecendo comigo, até os
sentimentos (pode ser doideira, mas é verdade).
As pessoas têm gostos e interesses diferentes, adotam
critérios diferentes para escolha de suas leituras. Existem livros
de vários gêneros: romance, culinária, viagens, histórias
infantis, aventuras, moda, etc. Eu acho tudo muito interessante.
Muitas vezes, quando a pessoa quer ler o livro de
culinária, prometeu para alguém que cozinha muito bem, mas
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na verdade não sabe cozinhar nada, nadinha. Também pode
ser que quer mostrar para o namorado que sabe cozinhar muito
bem, que é cozinheira de mão cheia.
Os infantis, eu acho a coisa mais bonitinha, cheia de
fadinhas, super-heróis, contos de princesas é aquela coisa
“cuticuti” que toda criança tem.
Os de romance são meus favoritos, pessoas
apaixonadas, alguns com tragédias. Tipo Romeu e Julieta, são
dois jovens apaixonados, mas no fim das contas também é
uma grande tragédia (muito lindo).
Aventura é um (grande) livro cheio de adrenalina, coisa
que faz a gente disparar como se fosse um atleta. Eu adoro
esse tipo de leitura, quando leio me dá vontade de sair e fazer
o que o personagem faz.
E também tem os de viagem, eu gosto mesmo de ver os
lugares onde gostaria de conhecer (não tenho como ir mesmo),
com paisagens lindas, lugares incríveis!
Mas, apesar de tudo, tudo é livro, de várias formas,
gostos, estilos, lugares, não importa qual o gênero é sempre
livro. De alguma forma, todos gostam de ler “pouco ou muito,
por necessidade ou porque gosta”, mas ler é sempre
enriquecedor.
Jacqueline Lopes Vilasboas
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SEMPRE A MESMA COISA
Em uma época em que o mundo era quase não
civilizado, bem diferente de hoje em dia, uma líder de uma
pequena tribo gritava com seus companheiros de
acampamento: “Seus Neandertais, vocês não conseguem
policiar corretamente o sagrado lugar onde vivemos? Seus
inúteis, este roubo foi o ponto final, a partir de hoje todos vão
ficar acordados à noite tomando conto do acampamento,
menos eu que vou ficar dormindo.”
Quando chegou a noite, e como dito pela líder, todos
ficaram acordados tomando conta, menos ela que foi dormir, e
um novo roubo aconteceu; mais uma vez a chefe aplicou um
sermão nos poucos habitantes, e isso foi acontecendo
sucessivamente. Até que um dia um morador decidiu
pronunciar-se: “Cansei, cansei de enganar quem mais nos
ajuda, quem nos lidera, nos dá conselhos, fomos nós que
traímos você, roubamos porque te achamos muito rigorosa.”
Revoltada, a capitã disse: “Me retiro daqui para sempre,
eu tentei, eu tentei, nunca o ser humano vai mudar, sempre vai
achar uma pequenina brecha para humilhar uma pessoa, rir
pelas costas dela, por um motivo mínimo que pode ser
resolvido com uma conversa, tomara que um dia isso mude.”
João Miranda Carvalho
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LER PARA ENTENDER O MUNDO
Para mim a leitura é a base de aprender, pensar, falar e
escrever bem. Leio muitos livros, mas os meus preferidos são
os de poesia.
A literatura é a arte de escrever boas histórias. Muitas
pessoas acham que a leitura é só um passatempo, mas eu
não, a leitura para mim é um jeito de refletir, expandir minha
mente.
A leitura é utilizada para fazer um monte de coisas, por
exemplo, leio bastante na escola, e em casa também. A leitura
é fundamental na minha vida, principalmente para o meu
futuro. Por isso nunca deixo de ler.
Tânia Belo da Silva
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VOVÓ JUDOCA VERSUS LADRÃO MEIA-BOCA
Atualmente, é quase rotina uma pessoa ser assaltada,
abordada por um ladrão bem no meio da rua! A sem-
vergonhice de alguns impressiona cada dia mais a população,
mas o último caso de furto relatado pela mídia levou todas as
pessoas a rirem e a repensarem seriamente sobre seus
conceitos no que se refere aos idosos.
Não entendeu? Veja bem:
Numa manhã de domingo, como em qualquer outra, a
senhora Gertrudes fez sua caminhada até a feira e comprou
todos os alimentos que precisava.
Até aí tudo bem.
Após as compras, Gertrudes foi para sua casa
carregada de sacolas pesadas e de sua bolsa mais pesada
ainda, e ao se aproximar da porta de sua casa, ela foi
abordada por um sujeito estranho, que puxando suas sacolas,
disse:
― Me dê a bolsa e me diga onde está a chave para que
possamos entrar na casa.
Gertrudes, logo pensando que se tratava de um ladrão,
o surpreendeu, largando sua bolsa e todas as sacolas no chão
e partindo para cima do homem com experientes golpes de
judô. Ninguém sabia que ela praticava essa modalidade.
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O homem no chão, com o nariz quebrado e saindo
sangue por causa do impacto da queda, olhou descrente para
a senhora, sem saber o porquê dela ter agido daquele jeito
com ele já que ela o conhecia.
― Isso é para você aprender a nunca mais tentar atacar
uma mulher, seu safado! ― Gertrudes gritava, atraindo a
atenção de todos.
O que eles não sabiam era que havia uma vizinha
bisbilhoteira vendo toda aquela cena e que acabou chamando
os policiais. Eles chegaram segundos depois da chamada e,
vendo a confusão, levaram vovó Gertrudes e o ladrão para a
delegacia.
Ao chegarem lá, o delegado os recebeu, sério:
― O que se passa aqui, oficiais? – e virando-se para os
dois visitantes ali, perguntou: ― Alguém pode me explicar qual
é o problema?
Nisso, a baderna recomeçou: a senhora Gertrudes
gritando e se lamuriando, os policiais se vangloriando e o pobre
homem tentando se explicar, mas sempre o mandavam calar a
boca.
Por fim, o delegado já com dor de cabeça e frustrado,
bate na mesa, exclamando:
― Alguém pode, sem gritos por favor, relatar o que
houve realmente?
― EU SOU O NETO DELA! ― o homem “ladrão” gritou,
calando todos. Dona Gertrudes, de senhora irritada passou
para “velha descrente”.
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― Meu neto? Você está louco! Eu só tenho um neto
homem, e ele virá me visitar...
― Somente na semana que vem? ― o homem a cortou,
surpreendendo-a. ― Vó Gertrudes, sou eu, Beto, teu neto.
Quis fazer uma surpresa para a senhora vindo lhe visitar uma
semana antes, mas acredito que quem foi surpreendido fui eu!
― o homem, Beto, exclamou, apertando o gelo (que lhe deram)
no nariz.
Um silêncio incômodo se instalou na sala do delegado
enquanto Gertrudes procurava seus óculos na bolsa.
Colocando-os, ela olhou realmente para o rapaz a sua frente.
― Oh meu bom Deus, é você mesmo, Beto! Nem lhe
reconheci, você cresceu tanto! ― Gertrudes falou, pondo a
mão no colo, maravilhada.
― É, eu percebi que você não se lembrou de mim ―
Beto falou num sussurro, sarcástico.
Gertrudes (sem ouvir isso de seu neto) lembrou-se onde
estavam e com quem estavam. Corando, se levantou da
cadeira da sala e puxou Beto consigo, apertando as mãos dos
oficiais e delegado descrentes, dizendo:
― Ao que parece, foi um grande mal-entendido,
senhores. Mas agradecemos pela atenção, por tudo. Porém,
temos que ir agora ― e, dito isso, foi embora com seu neto.
Deixados na sala, sentindo-se uns verdadeiros palhaços,
os policiais encararam-se e balançaram a cabeça, olharam o
delegado, que só faltava soltar fumaça pelas ventas.
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“Não podia existir gente mais maluca do que aquela
vovó e aquele falso ladrão” ― foi o último pensamento dos
oficiais antes de escutarem a bronca de um delegado furioso.
E assim, aprendemos que não se deve abordar uma
velha de surpresa... Mesmo que você seja parente dela.
Juliana Shimada
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O ASSALTO AZARADO
O ladrão já estava preso há mais de cinco anos numa
penitenciária do interior de São Paulo e, pela primeira vez, ele
tinha recebido a oportunidade de ficar em casa por conta da
saidinha da Páscoa.
Assim que o criminoso saiu da cadeia, resolveu viajar
para uma pequena cidade do interior. Ali, não resistindo à
tentação, na primeira oportunidade ele roubou a carteira e o
celular de uma menina. Logo após, uma outra jovem que
passava pela avenida, também foi vítima do azarado ladrão,
azarado porque desta vez sua vítima começou a gritar pedindo
socorro. A menor, apavorada e tremendo de medo, chamou os
policiais e, quando chegaram, tomaram conhecimento da
situação e partiram à procura do indivíduo.
Depois de correr por mais de seis quarteirões, os
policiais ficaram impressionados com a atitude do ladrão. O
bandido em altíssima velocidade, fugindo desesperado, entrou
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numa rua e viu um muro muito grande, e pensando ser uma
empresa detrás do muro, pegou impulso e saltou o paredão.
Ao ver aquilo, o policial parou de correr na hora, meio
confuso com a atitude do indivíduo. Correu até o portão de
onde ele pulou e viu o bandido já imobilizado por outros
homens que, por acaso, eram outros policiais. Vendo aquilo, o
policial constatou que aquele rapaz realmente fez um assalto
azarado!
Thiago Broinizi Araújo
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7ª C
A leitura de um grande livro é muito mais rica que assistir a um grande filme.
Steven Spielberg
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MÃE DA INTERNET
Marta, mãe de um garoto de 14 anos e casada há 15,
estava completamente viciada em Internet, ela estava
completamente apaixonada pelas redes sociais. O garoto não
aguentava mais, certo dia ele explodiu:
― Mãe, sai desse computador um minuto, não se come
mais nessa casa, não saímos mais, quase não nos falamos,
tudo por causa desse computador. O papai não sabe cozinhar
e eu muito menos, precisamos comer, nem trabalhos escolares
você me ajuda a fazer, você fica aí no Facebook, no e-mail e
procurando dietas malucas para emagrecer mais depressa,
isso não é justo...
A mãe, sem entender, respondeu:
― Mas meu filho, eu só estou procurando receitas de
alimentos mais saudáveis.
― Mas mãe, isso não é vida pra ninguém, “na moral”,
agora só tomamos chá, chá não é alimento, quero comida, CO-
MI-DA: arroz, feijão, bife e batata frita! Volte a ser normal, pelo
amor de Deus!
―Tudo bem filho, eu vou sair desse computador e dar
uma renovada na minha vida!
― Então, adeus ao Facebook?
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― Claro que não, isso nunca! Eu vou é passar numa loja
de eletrônicos da melhor qualidade e vou comprar um Galaxy
S4 e um tablet com Android 4.2 e vou mexer na minha linda
Internet enquanto eu cozinho!
É... Ter mãe adolescente não é fácil! O pior é que não
podemos escolher, afinal... “Mãe é mãe!”.
Amanda Sampaio, Carolina Cassiano & Sarah Ribeiro
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PROFEXINEIRA
A professora Diana foi chamada à sala da diretora
Joana.
― Diana! Preciso que você faça um trabalho para mim.
― Pode falar, Joana!
― Eu gostaria que você fosse faxineira por um dia.
―Mas para quê?! A senhora está ficando louca?!
― É que... É que eu acho que você é a pessoa ideal
para ter essa experiência e saber como as faxineiras são
desvalorizadas... E comentar com seus alunos.
― Tem certeza? É que isso é meio estranho.
― Sim, certeza absoluta. E se você não cumprir a tarefa,
infelizmente o governo mandará eu te...
―Demitir?! Então pode deixar que eu faço sem
problemas!
Mal sabia Diana que essa experiência era um truque da
diretora para que as faxineiras da escola fossem monitoradas,
pois diversos alunos reclamavam que os banheiros estavam
sujos e as salas de aula totalmente empoeiradas.
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No dia seguinte, Diana foi trabalhar como faxineira. Logo
que chegou, viu as mulheres comentando sobre o último
capítulo da novela das nove e resolveu entrar na conversa.
Depois do bate-papo, ela trabalhou tanto... Lavou os banheiros,
tirou a poeira de todas as salas e varreu a escola toda.
No final de seu turno, Diana escutou uma de suas
colegas de trabalho falar:
― A nova faxineira é tão bobinha! Ela trabalha duro
enquanto a gente só fica conversando e não faz nada!
Diana ficou triste com suas “colegas” e foi correndo à
sala da diretora, mal chegou lá e já estava falando:
― Senhora, as faxineiras daqui são umas folgadas! Elas
não fazem nada além de conversar sobre coisas fúteis!
― Ahá! Eu sabia!
― Sabia o quê?!
― Sempre desconfiei que aquelas relaxadas não faziam
nada. Irei demitir todas amanhã. Você fez um ótimo trabalho,
Diana! Amanhã você volta a ser professora.
― Como é que é?! Não era apenas uma experiência
para eu contar para meus alunos?!
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― Ah! Tudo enganação. Só lhe pedi para fazer isso
porque a escola estava muito suja e eu queria saber o motivo.
― Quer saber? Eu também acho que essa escola está
um chiqueiro e precisa de uma bela de uma limpeza! Peço que
a senhora tire meu cargo de professora, eu já fiz muito pelos
meus alunos e agora pretendo ser faxineira e me orgulho disso!
Miriam Teixeira Francisco & Pedro Almeida
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O PRECONCEITO NA ESCOLA
Um dia na escola, na hora do intervalo, uma criança
chamada Caio e seus colegas estavam brincando no
parquinho, cada um em um brinquedo. Um de seus colegas,
chamado Pedro, se aproximou e o chamou para brincar com
ele, só que Caio disse:
― Não vou brincar com você.
― Por quê? ― Pedro perguntou, chateado.
― Porque você é preto! ― Caio lhe respondeu.
Pedro saiu correndo chateado com ele.
A professora viu Pedro sozinho sentado em um banco e
foi perguntar a ele o que aconteceu.
― Pedro, o que aconteceu?
― Fui chamar o Caio para brincar comigo e ele disse
que não queria porque eu sou preto.
― Fique aí! Vou chamar o Caio para nós três
conversarmos sobre isso ― a professora lhe falou.
A professora, depois de ter chamado Caio, sentou-se
com as duas crianças e explicou que Caio não podia ter falado
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assim com seu amigo, pois o que ele havia feito era
preconceito.
― Professora, o que é preconceito? ― as duas crianças
perguntaram.
― Preconceito é quando você deixa de lado uma pessoa
só porque ela é diferente de você, não só pela cor, mas
também pela cultura, religião e por outros motivos.
Entenderam? ― ela respondeu.
― Aaah, agora entendemos o que é preconceito,
professora! ― a professora continuou a explicar sobre o fato
ocorrido.
― Agora que vocês entenderam o que é preconceito, e
o que aconteceu é errado, vocês vão fazer as pazes.
As crianças pediram desculpas uma a outra e foram
brincar juntas. E elas repassaram aos colegas a lição que
aprenderam.
Nathally M. dos Santos
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A LUA E SEU ENCONTRO COM VÊNUS
Há cerca de 100 anos ocorreu um desentendimento da
Lua com Vênus e a consequência disso foi um desequilíbrio
geral no universo. O mar invadia a terra, os vulcões entravam
em erupção, tempestades e terremotos assustavam todos os
seres vivos.
A Lua, com toda sua arrogância, talvez fosse a
causadora de tanta tragédia, pois ela se considerava a melhor
de toda galáxia, queria mandar em todos e suas decisões
tinham que prevalecer.
Percebendo o mal que havia causado, a Lua quis se
desculpar com Vênus.
Lua: Vênus, eu preciso do seu perdão e de todos do
universo. Sei que tenho o meu lado obscuro e fama de
arrogante, mas eu quero mudar para o bem de todos os seres
vivos. Às vezes não consigo me controlar, pense na minha
situação: eu tive um relacionamento muito caloroso com o rei
Sol que esquentou muito a minha cabeça, por isso tenho
atitudes descontroladas.
Vênus: Preciso reunir todos os astros e estrelas para
analisar suas atitudes, ninguém pode agir sem pensar.
Lua: Eu estava me sentindo a rainha mandona, o Sol
como rei de todos me deixou mal-acostumada e mandona.
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Quando eu passar pelo Sol, vou mostrar que ele não brilha
sozinho.
Vênus: Confesso que fiquei apaixonado por você nas
suas passadas por mim. Eu não tenho o calor do Sol, mas
esquento muito, sabia?
Lua: Sim, por isso tenho que passar por vocês de vez
em quando. Agora vamos nos unir para salvar o mundo.
Depois desse encontro que ocorreu no ano de 2013,
Vênus e Lua mostraram a força do amor.
Rodrigo Rossi & Rubens Tadeu Nedes
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FUTEBOL E VIOLÊNCIA
O esporte mais querido do brasileiro está cada vez mais
difícil de ser apreciado no campo de futebol, mas não é o
futebol em si e nem os jogadores os culpados de tudo isso.
A violência é o grande vilão dessa história. As torcidas
brigam, matam, dão prejuízo aos clubes e não são punidos.
Uma boa parte de torcidas organizadas são mesmo
organizadas e não violentas, têm amor pelo esporte e por seu
time, mas há torcidas que são organizadas, mas para brigar,
matar e sabem que não serão punidas.
A mídia fala muito da torcida violenta, dos vândalos,
quando poderiam também mostrar quem se organiza para
prestigiar o seu time, uma torcida pacífica.
Os clubes sempre têm prejuízo, mas também têm parte
da culpa em tudo isso. São culpados porque dão ingressos,
pagam hotéis, e, consequentemente, perdem dinheiro e
prestígio.
Esses clubes deveriam se inspirar em times europeus,
como um time inglês que ficou dois anos sem jogar futebol em
seu estádio. A torcida que cometeu ato de violência ficou
proibida de frequentar estádio durante dois anos.
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O Brasil, para mudar, para crescer, deve tomar
providências e mandar violentos e corruptos para cadeia.
Jefferson Maia
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ALTA MADRUGADA
Nina estava com vontade de conversar, digitar, conhecer
um amigo qualquer, mas ela não tinha qualquer amigo à
disposição. Foi então que ela descobriu o "we chat". De tanto
procurar, achou uma ferramenta que encontra pessoas a
quilômetros de distância.
A partir daí começa o seu tormento. Inicia um bate-papo
com um homem mais velho.
Nina diz: Olá! Tudo bem?
Ele responde: Olá, querida!
O estranho amigo começa um bate-papo totalmente fora
da realidade de uma jovem adolescente, perguntando qual era
o seu endereço, sua idade e do que ela mais gostava.
A jovem, assustada, diz morar na casa de sua tia e não
deu maiores informações sobre sua vida particular, desligando
o seu aparelho. Aquele ser estranho, tomado de ódio, pegou a
localização da residência de Nina, pois ela estava com o seu
GPS ativado, por isso foi possível localizar o seu endereço.
A distância entre a casa do mau-caráter e a de Nina era
de aproximadamente 4 quilômetros e, não demorou muito, lá
estava ele.
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Assim que escutou o barulho da moto, ela se escondeu
dentro do armário e tentou ficar o mais quieta possível. Ele
quebrou a porta da cozinha e começou a procurar pela
casa inteira. Por fim, decidiu olhar no armário e achou a garota.
Ela desabou a chorar e gritar por socorro. Logo foi amordaçada
pelo bandido.
Ninguém viu nem ouviu nada. O desgraçado colocou-a
na moto e partiu com Nina para uma cidade distante. De lá, ele
permitiu que Nina fizesse uma ligação em um celular com
número restrito, impossível de identificar.
Ela escolheu ligar para sua irmã Jane. Nina, chorando,
falou: Jane? Avisa a nossa família que eu serei o anjo de todos
vocês!
Rubens Tadeu Nedes
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A PROVA DE FLÁVIO
Flávio chegou em casa, não almoçou e foi direto para o
seu quarto. Passou pela mãe correndo, sem dar bom dia.
― Menino, o que é isso? O que aconteceu?
― Tô preocupado mãe.
― Precisava entrar no seu quarto voando? O almoço
está na mesa. Se você tivesse corrido mais um pouco teria
voado, credo!
― Desculpa mãe.
Depois de três horas dentro do quarto, Flávio sai
correndo, passa pela mãe, pelo pai e pelo irmão e não diz
nada. Ele pegou bolacha, doce e salgada, fez um copo de leite
com chocolate maior que ele e correu de volta ao quarto.
― Não aguento mais José, vai lá falar com seu filho
agora e manda ele sair desse quarto, a comida dele já esfriou.
― Calma Maria, eu já tô indo.
Seu José se levantou e foi falar com seu filho.
― Flávio, posso entrar? Quero falar com você.
― Um momento pai, já tô indo.
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Seu José escutou o barulho da maçaneta girando, mas o
garoto não saiu.
― Sai daí, sua mãe quer falar com você, ela quer saber
por que você está trancado nesse quarto, meu filho.
― É porque quarta-feira eu tenho prova de Matemática e
a professora Carmem tinha me dado umas aulinhas
particulares e eu tô aproveitando para estudar bastante, quero
tirar a melhor nota.
― Isso é bom meu filho, mas ainda é segunda-feira, a
prova é depois de amanhã. Vai comer e descansar.
Flávio descansou e deixou tudo pronto para o dia da
prova.
Na quarta-feira, ele se arrumou e foi para o ponto.
Correu tanto que tropeçou em um buraco gigante na calçada.
Ele foi chorando mostrar o machucado do joelho para a mãe,
que ficou desesperada.
― Ma...mãe, a...ainda dá tem...tempo de pe...pegar o
o...ônibus.
― Acho que não menino, mas vamos tentar.
― Vai logo e se comporta. Boa sorte!
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Quando Flávio chegou na escola, a prova já tinha
começado. Mas a professora entendeu a situação do garoto e
aplicou a prova na segunda aula.
Assim que ele chegou em casa, contou tudo o que tinha
acontecido para sua mãe. Quando anoiteceu, Dona Maria
colocou Flávio e seu irmão Zac para dormir. Então Flávio ficou
com uma dúvida na cabeça: quem iria se responsabilizar pelo
seu acidente causado nas ruas esburacadas, com calçadas
precisando de reparos, e sem contar o transporte coletivo que
demora e está em péssimas condições, quem? Vou falar disso
com os adultos para saber se eles irão atrás dos seus direitos.
Amanda Sampaio Ribeiro
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ESCREVA A SUA HISTÓRIA
Escreva sua história na areia da praia, para
que as ondas a levem através dos sete mares,
até tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.
Conte a sua história ao vento,
cante aos mares para os muito marujos;
cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.
Escreva no asfalto com sangue,
grite bem alto a sua história antes que ela
seja varrida na manhã seguinte pelos garis.
Abra o peito em direção dos canhões,
suba nos tanques de Pequim,
derrube os muros de Berlim
destrua as cátedras de Paris.
Defenda a sua palavra.
A vida não vale nada se você
não tem uma história para contar.
PEDRO BIAL