Livro de apoio ao exame - Porto Editora
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Transcript of Livro de apoio ao exame - Porto Editora
12Décimo Segundo AnoPortuguês 12.º Ano
Entre Margens
Olga Magalhães · Fernanda Costa Colaboração Conceição Pires
Revisão científica António Moreno · Helena Couto Lopes · João Veloso
Oo
Começar pelo fimPreparação para o Exame Nacional
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Considerações iniciais
�O exame nacional
�importante�que�tenhas�presente�que�o�ano�letivo�que�agora�
começa�termina�com�um�exame nacional�e�que�conheças�desde�
logo,�com�rigor,�aquilo�que�te�vai�ser�exigido�para�teres�sucesso�
nessa�prova.
�A�prova�é�constituída�por três grupos�cujo�conteúdo�é�avaliado�
através�de�critérios gerais –�que�se�aplicam�à�totalidade�da�
prova�–�e�de�critérios específicos�de�classificação�–�relativos�a�
cada�uma�das�questões.
�Não�se�pretende�que�resolvas�a�prova,�mas�que�fiques�alerta�para�
não�seres�surpreendido�quando�tiveres�de�a�realizar�e�que,�ao�
longo�do�ano,�pratiques�com�especial�relevo,�no�Manual�e�no�
Caderno�de�Atividades,�aquilo�que�vai�ser�objeto�de�avaliação�na�
prova�de�exame.
�Vamos tomar como exemplo a Prova Escrita de Português
da 1.ª fase de 2011.
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4 Exames: porquê e para quê
1. Lêeobserva,comatenção,ainformaçãofornecidanostrêsdocumentosqueseseguem.
Os exames nacionais dos ensinos básico e secundário têm, no nosso sistema de ensino, uma função certificadora das aprendizagens no termo dos ciclos cor-respondentes, 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário; no que respeita ao ensino secundário, os exames mencionados constituem ainda instrumentos cujos resultados concorrem para a seriação dos candidatos na candidatura ao ensino superior.
Não obstante aquelas funções, ditas formais, atualmente os resultados dos exames constituem uma importante fonte de informação, que a sociedade, em geral, e a comunidade educativa, em particular, valorizam como medida do desempenho do sistema educativo.
in Exames Nacionais, Relatório 2010, GAVE, junho de 2011
A.
B.EXAMES NACIONAIS DO ENSINO SECUNDÁRIO 2011
Resultados de Exames da 1.ª Fase, por disciplina
Data Código e designação
do exame
Provas Médias Exame
Total Internos
Alunos
Internos
Média
CIF
%
Reprovações
20/06 639 Português 2011: 68409 2010: 66958
89 96 101 110
49912 48358
13,5 13,5
10% 6%
27/06 635 Matemática A 2011: 39169 2010: 38082
92 106 108 122
27701 27567
13,5 13,4
20% 13%
C.
1.1. Considerandootextoeosdadosestatísticosapresentados,comentaocartoon.
Luís
Afo
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6 de
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5Exames: porquê e para quê
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O primeiro passo
1. Introdução
A preparação do exame nacional começa, normalmente, com o envio às escolas, entre
novembroedezembro,porpartedoGAVE(GabinetedeAvaliaçãoEducacional),deumainforma-
çãoque “visa divulgar as características da prova de exame nacional do Ensino Secundário da
disciplina de Português”eque,conformeéditonoprópriotexto,“deve ser dado a conhecer aos
alunos e com eles analisado”.
Oprincipal objetivodesta informaçãoédar“a conhecer os seguintes aspetos relativos à
prova de exame:
Objeto de avaliação;
Características e estrutura;
Critérios de classificação;
Material;
Duração.”
2. Objeto de avaliação
Aprovaaqueestainformaçãoserefereincidenos
conhecimentos e nas competências enunciados no
Programa� de� Português em vigor (homologado em
2002), centrando-se nos conteúdos processuais e
declarativosrelativosàLeitura,àExpressão�Escritae
aoFuncionamento�da�Língua.
NositensdeFuncionamento�da�Língua,incluem-se,conformeprevistonoProgramade
Português,conteúdosdeclarativosrelativosaos10.°e11.°�anos,consolidadosno12.°ano.
Nestes itens,sãousadostermosdoPrograma,atualizadospeloDicionário�Terminoló-
gico�em�linha�(http://dt.dgidc.min-edu.pt).
Aavaliaçãosumativaexterna, realizadaatravésdeumaprovaescritadeduração limi-
tada,sópermiteavaliarpartedosconhecimentosedascompetênciasenunciadosnoPro-
grama.A�resolução�da�prova�pode�implicar�a�mobilização�de�aprendizagens�inscritas�
no�Programa,�mas�não�expressas�nesta�informação.
(Adaptado�da�Informação�n.º�22.12,�de�10-11-2011)�do�GAVE
NOTA:Asprovasdestadisciplinadispo-
níveisemwww.gave.min-edu.ptexem-
plificam,deummodogeral,ostiposde
itensdasprovas.
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6Começar pelo fim
Aprovapermite,ainda,avaliar�as�competências�e�os�conteúdos�previstos�no�Programa,
nomeadamenteosqueaseguirseenunciam:
Leitura
Reconheceramatrizdiscursivadotexto;
Explicitarosentidoglobaldotexto;
Processarainformaçãoveiculadapelotexto,emfunçãodeumdeterminadoobjetivo;
Distinguirfactosdesentimentosedeopiniões;
Explicitarrelaçõesrepresentadasnotexto(planossintático,semântico-lexical,
pragmático);
Detetarlinhastemáticasedesentido,relacionandoosdiferenteselementosconstitutivos
dotexto;
Apreendersentidosexplícitos;
Inferirsentidosimplícitosapartirdeindíciosvários;
Determinaraintencionalidadecomunicativa;
Identificarelementosdeestruturaçãodotexto,aoníveldascomponentesgenológica(isto
é,dopontodevistadosgénerosliterários),retóricaeestilística;
Avaliaraspetostextuaisrelativosàdimensãoestéticaesimbólicadalíngua;
Utilizarinformaçãoparatextual,contextualeintertextualnaconstruçãodesentidos;
Relacionarelementosdotextocomocontextodeprodução;
Formularjuízosdevalorfundamentados;
Interpretarrelaçõesentrelinguagemverbalecódigosnãoverbais;
Distinguirasfunçõesargumentativaecríticadaimagem.
Expressão Escrita
Planificaraatividadedeescritadeacordocomatipologiatextualrequerida;
Adequarodiscursoàsituaçãocomunicativa;
Mobilizarinformaçãopertinente,emfunçãodatarefaarealizar;
Expressarideias,opiniões,vivênciasefactos,deformapertinente,estruturadae
fundamentada;
Estruturarumtexto,comrecursoaestratégiasdiscursivasadequadasàexplicitaçãoeà
defesadeumpontodevistaoudeumatese;
Cumpriraspropriedadesdatextualidade(continuidade,progressão,coesãoecoerência);
Produzirumdiscursocorretonosplanoslexical,morfológico,sintático,semântico,prag-
mático,ortográficoedapontuação.
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7Exames: porquê e para quê
Informação
Ficha
Informativa
Treino
Caderno
de Atividades
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Funcionamento da Língua
NositensdeFuncionamento�da�Língua,incluem-se,conformeprevistonoProgramadePor-
tuguês,conteúdos�declarativos�relativos�aos�10.º�e�11.º�anos,�consolidados�no�12.º�ano.
Martim & Telmo (4): “Estudos”, por José Castanheira, 19-06-2011,in http://bibliblogue.wordpress.com/2011/06/19/martim-telmo-4-por-jose-castanheira/
Competências mais gerais:
Dominaranormalinguísticadoportuguêseuropeu;
Reconhecerproduçõeslinguísticasdesviantesemrelaçãoànorma;
Identificarelementosbásicosdalínguanosplanosfónico,morfológico,lexical,sintático,
semânticoepragmático.
Competências mais específicas:
Identificareanalisarprocessosdeinovaçãolexical; 1�e�2 fichas�1�e�2
Identificar,analisareutilizardiferentestiposdenexoscoesivos
(gramaticaiselexicais);8 ficha�8
Identificar,analisareutilizardiferentestiposdereferência(dei-
xis,anáforaecorreferência);8 ficha�8
Identificar,analisareutilizardiferentestiposdenexosinterfrá-
sicos(estruturasdecoordenaçãoedesubordinação);5 ficha�5
Explicitarvaloressemânticosdaestruturafrásica(expressões
nominais,tempo,aspetoemodalidade);6 ficha�6
Explicitarafunçãodemarcadoresdecontinuidadeedepro-
gressãotextual;8 ficha�8
Identificareanalisaraestruturaeascaracterísticasdetextos
dediferentestipologias.9 –
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8 A prova de exame página a página
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PÁGINA 1
G.
Prova Escrita de Português12.º Ano de Escolaridade
Prova 639/1.ª Fase 8 Páginas
Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos.
2011
VERSÃO 1
Na folha de respostas, indique de forma legível a versão da prova. A ausência dessa indicação implica a classificação com zero pontos das respostas dos itens de 1.1. a 1.7. do Grupo II.
Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.
Não é permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar de forma inequívoca aquilo que pretende que não seja classificado.
Não é permitido o uso de dicionário.
Escreva de forma legível a numeração dos grupos e dos itens, bem como as res-petivas respostas. As respostas ilegíveis ou que não possam ser identificadas são classificadas com zero pontos.
Ao responder, diferencie corretamente as maiúsculas das minúsculas. Se escre-ver alguma resposta integralmente em maiúsculas, a classificação da prova é sujeita a uma desvalorização de cinco pontos.
Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em pri-meiro lugar.
Para responder aos itens de escolha múltipla, escreva, na folha de respostas,
• o número do item;
• a letra que identifica a opção escolhida.
As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.
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Nãotenhaspressa.Otempodestinadoàprovaéde120minutos.Masdispõesdemais30
minutos de tolerância. Aproveita-os. Relê tudo o que fizeste. Verifica se cumpriste as
regras,serespondesteàquiloqueteépedido.Contaonúmerodepalavrasdostextosque
têmessaindicação.Melhora-osdopontodevistadacoerênciaedacoesãotextual.
B.
Aprovatemduasversões:1e2.
Começaporidentificar,natuafolhadeprova,qualéaversãoaquevaisresponder.A
ausênciadestaindicaçãoimplicaumagrandepenalização.
C.
Odicionárioéumaferramentadetrabalho indispensável.Masnãopodesutilizá-lono
exame.
Usa-onasaulaseemcasa.Amelhorformadealargarovocabulárioéaleitura.Tenta
fixar,pelomenos,umapalavranovapordia.Reserva,noteucaderno,umespaçopara
umglossáriodetermosnovos.
Duranteaprova,senãoconhecesumapalavra,pensaquenãoéprecisoconhecertodos
osvocábulosparaentenderosentidodeumtexto.Analisa-aemcontexto.Relaciona-a
comoutrasqueconheças.Consultaoglossárioquesesegueaotexto(casoexista).
D.
Podeparecerumpormenor,massenãorespeitaresestaindicaçãoéspenalizadoem5
pontos.Setensohábitodeescreveremmaiúsculas,estánahoradeoabandonares.
E.
Quandoumarespostadadanãotesatisfazedecidessubstituí-laporoutra,umavezque
nãopodesusarcorretor,riscaclaramentearespostaquevaisabandonar.
F.
Nestetipodequestões,queaparecem,pornorma,depoisdotextodogrupo�II,regista
comcuidadoatuaresposta:primeiro,onúmerodaquestão,depois,aletradaresposta
–porexemplo:1.1.�(D).
G.
Saberexatamentecomoquepodescontaréumfactodequedevestirarpartido.Em
casodefaltadetempoparaconcluíresaprova,ascotaçõespodemajudar-teadecidir
entreumaououtraquestão.
H.
Na� primeira� página� da� prova,� encontras� um� conjunto� de� regras� gerais,� de� cumpri-
mento�fácil,�cujo�respeito/desrespeito�pode�determinar�a�tua�prestação.
Aspáginassãotodasnumeradascomreferênciaaonúmerototal.Nãodeixesdeconfir-
marqueaslestetodas.
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10Começar pelo fim
GRUPO I
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Leia o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresen-tado a seguir ao texto.
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,Que felicidade há sempre!
Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.São felizes, porque não são eu.
As crianças, que brincam às sacadas altas,Vivem entre vasos de flores,Sem dúvida, eternamente.
As vozes, que sobem do interior do doméstico,Cantam sempre, sem dúvida.Sim, devem cantar.
Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.Assim tem que ser onde tudo se ajusta – O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.
Que grande felicidade não ser eu!
Mas os outros não sentirão assim também?Quais outros? Não há outros.O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,Ou, quando se abre,É para as crianças brincarem na varanda de grades,Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os outros nunca sentem.Quem sente somos nós,Sim, todos nós,Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.
Nada? Não sei…Um nada que dói…
Álvaro de Campos, Poesia, edição de Teresa Rita Lopes, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002
GLOSSÁRIOsacadas (verso 5) – varandas pequenas.
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GRUPO�IA
Nestegrupoavaliam-secompetênciasdeLeituraede�Expressão�Escrita,predo-
minantementeapartirdeitensdeconstrução.
Começaporlerotextotantasvezesquantasasnecessáriasparaocompreenderes.
Nestafase,oautordotextoéumfactodesomenos importância.Quandoouvesos
teuscolegasàsaídadosexamesdizerem“Saiu Fernando Pessoa.”ou“Saiu o Memorial
doConvento.”,referindo-seàparteAdoGRUPO�I,�pensa“Saiu um texto literário.”
Oobjetivodestapartedoexameétestaratuacompetênciadeleitura.Tensque
mostrar que percebeste aquilo que leste respondendo, por norma, a quatro
perguntas.
Conhecimentos�gerais�que�devem�estar�sempre�presentes
1.� �Ogéneroemqueseenquadraotextoeascaracterísticasespecíficasdessetipo
detexto:
textolírico
•sujeito[eu]poético/sujeito[eu]lírico≠poeta
•verso
•estrofe
•rima
•métrica
•ritmo
•…
texto(excerto)narrativo
•narrador≠autor
•ação
•modosderelatodediscurso (narração,descrição,discursodireto,discurso
indireto…)eformasdediscurso(diálogo,monólogo…)
•personagensemodosdecaracterização
•espaço(físico,social,psicológico)
•tempo(dahistória,dodiscurso,psicológico)
•…
texto(excerto)dramático
•indicaçõescénicas/didascálias
•formasdediscurso(diálogo,monólogo…)
•elementosqueconstituemaintriga(personagens,espaço,tempo…)
•…
A.
pág. 313Todas as informações podem ser recordadas no Glossário de Termos Literários do manual
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Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. As sensações do sujeito poético são determinantes para a construção de uma certa ideia de quotidiano feliz.
�Identifique�duas�sensações representadas nas quatro�primeiras�estrofes, citando elementos do texto para fundamentar a sua resposta.
2.� �Caracterize o tempo da infância tal como é apresentado na terceira�estrofe�do poema.
3.� �Explique a relação que o sujeito poético estabelece com os “outros” nas seis�primeiras� estrofes do poema, fundamentando a sua resposta em referências textuais pertinentes.
4.� �Relacione o conteúdo da� última� estrofe com as reflexões apresentadas nas duas�estrofes�anteriores.
Diga como é
Diga quem, qual, quais
A.
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PÁGINA 3
Use as suas palavras
para dizer como é, de maneira que
todos compreendam
Transcrevendo, copiando do texto
Estabeleça relações
Referindo, copiando elementos textuais que provem o que afirmou
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Asperguntasdevemserlidascomatenção,poissãoclaraserigorosasnaquilo
quesepretendequerespondas.Aregradeouroé:nemdemaisnemdemenos.
Reparanoselementospornósassinaladoscomcor.Emtodasasperguntasse
indicaexatamenteopontodepartidaparaaresposta:“duas sensações”, “nas qua-
tro primeiras estrofes”…
Oquesepretendecomestasquatroquestões?Avaliaratuacapacidadedelei-
tura(interpretação)eexpressão�escritaatravésdeitensderespostarestrita.
Questões Cenários�de�resposta
1.
Nas�quatro�primeiras�estrofes�do�poema1,encontram-serepre-
sentadassensações:
–visuais(porexemplo,“que já vi mas não vi” –v.3)2
–auditivas (por exemplo, “As vozes, que sobem do interior do
doméstico,/3�Cantam sempre”–vv.8-9).
2.�
Na�terceira�estrofe�do�poema,otempodainfânciaécaracteri-
zadoporumambientededespreocupaçãofeliz,sugerido:
–peloatodebrincar(“As crianças, que brincam às sacadas altas,/
Vivem entre vasos de flores” –vv.5-6)
–pelanãoconsciênciadapassagemdotempo(“eternamente” –v.7).
3.�
A� relação�que�o� sujeito�poético�estabelece� com�os�“outros”,�
nas�seis�primeiras�estrofes,édeoposição:enquantoos“outros”
sãofelizes(“felicidade”–v.2,“felizes” –v.4,“brincam”–v.5,“Can-
tam”–v.9),osujeitopoéticoafirma-sediferentedeles:“São felizes,
porque não são eu.”–v.4.
4.
A�dor�e�o�vazio�expressos�na�última�estrofe,�particularmente�
no�último�verso� (“Um nada que dói…”),�decorrem�das�refle-
xões� desenvolvidas� nas� duas� estrofes� anteriores em que o
sujeitopoéticosequestionaquantoaos“outros”eaosseussenti-
mentos,concluindoquecadauméumeudiferente,cujossenti-
mentosnãonosépermitidoconhecer,oqueresultana incomu-
nicabilidadeentreossereshumanos.
NOTAS:
1. Uma resposta completa retoma, de alguma forma, a pergunta (repara nas expressões a negrito).
2. As citações fazem-se sempre entre aspas e, sempre que possível, deves indicar o(s) verso(s) ou a(s) linha(s) do texto correspondentes.
3.� �Quando, na citação de um poema, referes mais do que um verso, deves assinalar a mudança de verso com /.
A.
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14Começar pelo fim
A.
B
Fazendo apelo à sua experiência de leitura, explicite o modo como Ricardo Reis perspetiva a passagem do tempo e as implicações daí decorrentes.
Escreva um texto de oitenta a cento e trinta palavras.
Observações:
1. Para efeitos da contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se- -ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algaris-mos que o constituam (ex.: /2011/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.
Prova 639.V1 • Página 3/ 8 (cont.)
PÁGINA 3 (cont.)
Recordando aquilo que estudou
e fazendo referências concretas
a textos/poemas lidos
NOTA:
�É neste momento – na parteBdoGrupoI – que se faz diretamente apelo ao conhecimento dos conteúdos literários.
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Torne claro,
explique bem
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A prova de exame página a página15
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GRUPO�IB
Se, relativamenteàparteA doGRUPO� I, afirmámosque, sendoacentralidade
conferidaaotexto,oautornãoeraofatordemaiorrelevoateremconta,járelativa-
menteàperguntaqueconstituiaparteB–umitemderespostaextensa–,o�conhe-
cimento�do�autor�e�das�características�da�sua�obra�são�imprescindíveis,dado
queépedidoumcomentáriocomapeloaconhecimentosdeclarativossobreumdos
conteúdosliteráriosdo12.ºano:o�heterónimo�pessoano�Ricardo�Reis.
Ao�elaborares�o�teu�comentário,�não�podes�perder�de�vista�que:
• vaisdissertarsobreapoesiadeRicardoReistendoemcontadois�aspetos�inter-
-relacionados:omodocomoosujeitopoéticoencaraapassagemdotempoeas
implicações que essa(s) maneira(s) de olhar para a passagem do tempo têm na
formacomoseposicionaperanteascoisas;
• não podes usar menos de oitenta nem mais de cento� e� trinta palavras (lê as
“Observações”dapáginaanterior);
• aoconsultaresascotações,napágina24,verásquedos30pontosatribuídosaesta
resposta18sedestinamaoconteúdo(aquiloqueédito)e12sãodistribuídospela
organização�e�correção� linguística (a formacomoédito).Tratando-sedeuma
respostaextensa,temespecialcuidadocomacoesãoeacoerênciadoteutexto.
Fazumplanodotexto,redige-o,relê-oe,senecessário,reformula-o.
Cenário�de�resposta
Ricardo Reis, o heterónimo pessoano de formação clássica, evidencia, nos
seuspoemas,aperceçãoclaradaefemeridadedavidaedotempo.
De facto, a sua consciência aguda da passagem implacável do tempo e a
impotência do homem para lutar contra essa inexorabilidade levam o sujeito
poéticoaoptarpelo“carpe diem”,pelafruiçãodotempopresente,procurando
sempre os prazeres moderados (a sua faceta epicurista) e aceitando calma e
serenamenteaordemnaturaldascoisasedodestinoeoslimitesdacondição
humana,apregoandovaloresestoicos.
Assim,nasuapoesia,convida-nosavivertranquilamente,pensandoomenos
possíveleaesperarmosqueascoisasaconteçam:“Não vale a pena / Fazer um
gesto”,poisavidapassacomoumrio,quernospreocupemosquernão.
[126palavras]
A.
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16Começar pelo fim
GRUPO II
Leia o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado.
Como um ser vivo, as cidades crescem à custa do que as rodeia. O grande alimento das cidades é a terra, que, tomada no seu imediato sentido de superfície limitada, ganha o nome de terreno, no qual, feita esta operação linguística, passa a ser possível construir. E enquanto nós vamos ali comprar o jornal, o terreno desaparece, e em seu lugar surge o imóvel.
Houve um tempo em que esta cidade cresceu devagar. Qualquer prédio da periferia tinha tempo para perder a flor da novidade antes que outro viesse fazer-lhe companhia. E as ruas davam diretamente para o campo aberto, para o baldio, para as quintas abandonadas, onde pastavam autênticos rebanhos de carneiros, guardados por autênticos pastores. Esse país diferente, salpicado de oliveiras anãs, de figueiras agachadas, de toscos muros em ruína, e, de quando em vez, com portões solitários, escancarados para o vazio – era as terras.
As terras não se cultivavam. Faziam, inertes, as suas despedidas da fertilidade, suporta-vam aquela pausa intermédia entre a morte e a inumação. A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora, era o cardo. Se lhe davam folga, o cardo cobria de verde-cinzento a paisagem. E dos andares mais altos dos prédios, a vista era melancólica, uniforme, como se em tudo aquilo houvesse uma grande injustiça e um remorso vago.
Mas as terras eram também o paraíso das crianças suburbanas, o lugar da ação por exce-lência: ali se faziam descobertas e invenções, ali se traçavam planos, ali a humanidade de calções se dividia já, por imitação dos adultos. E havia rapazes imaginosos que davam nomes aos acidentes topográficos, e outros, muito sensíveis, que ficavam tristes quando, um dia, homens toscos calados começavam a abrir caboucos no sítio onde ardera a fogueira ritual do grupo, o fogo à roda do qual se dispunham, em grave deliberação, rostos atentos e joelhos esfolados. Os grupos tinham chefes autoritários, alguns pequenos tiranos que, um dia, inexplicavelmente, eram destituídos, postos à margem, e iam tentar a sorte noutros gru-pos, onde nunca ganhavam raízes. Mas a grande desgraça era quando um rapaz mudava de bairro. O grupo cicatrizava-se depressa, mas o garoto, com a alma pesada, andava quilóme-tros para tornar a ver os seus amigos, os lugares felizes, e de cada vez era mais difícil recons-truir a antiga comunhão, até que vinham a indiferença e a hostilidade e o rapaz desaparecia definitivamente, talvez ajudado por amizades novas e novas terras.
Hoje, a cidade cresce tão rapidamente que deixa para trás, sem remédio, as infâncias. Quando a criança se prepara para descobrir as terras, elas já estão longe, e é uma cidade inteira que se interpõe, áspera e ameaçadora. Os paraísos vão-se afastando cada vez mais. Adeus, fraternidade. Cada um por si.
José Saramago, A Bagagem do Viajante, 2.ª ed., Lisboa, Editorial Caminho, 1986
GLOSSÁRIOcaboucos (linha 20) – valas ou fossos abertos para neles se assentarem os alicerces de uma construção.inumação (linha 12) – enterramento.
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GRUPO II
Neste grupo, o que se pretende avaliar é a tua competência de Leitura e de refle-
xão sobre o Funcionamento da Língua.
Partindo de um texto por norma não literário, são apresentadas 4 a 8 questões de
escolha múltipla e/ou associação/correspondência e itens de construção de res-
posta restrita.
Neste caso, o texto é uma crónica do escritor José Saramago.
Estudaste a crónica já no 10.º ano.
A.
Recorda › Crónica
Informação comentada que, nascendo da notícia, do acontecimento, permite ao seu autor uma visão global dos factos. Sendo concisa, clara e atual, a crónica apre-senta uma visão subjetiva do mundo (a do seu autor) e, frequentemente, é ambí-gua, plurissignificativa e utiliza uma linguagem conotativa.
Nesta crónica, o seu autor reflete acerca do crescimento das cidades.
O seu texto está estruturado da seguinte forma:
Introdução
corresponde ao primeiro parágrafo
– as cidades crescem como os seres vivos e, a uma velocidade alucinante,
vão nascendo prédios onde antes estavam terrenos baldios.
Desenvolvimento
corresponde às linhas 5 a 28
– como eram as cidades antigamente e a vida que aí se fazia.
Conclusão
corresponde ao último parágrafo
– consequências da alteração do ritmo de evolução das cidades.
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1. Para responder a cada um dos itens de1.1. a1.7., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Escreva, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1.A palavra “terras” é utilizada, ao longo do texto, com o sentido de(A)povoação, localidade.(B)país, pátria.(C)região, território.(D)solo, chão.
1.2. A “operação linguística” referida no primeiro parágrafo (linha 3) corres-ponde a uma transformação que torna possível(A)o desenvolvimento de paraísos suburbanos.(B)a construção de edifícios.(C)o cultivo dos terrenos agrícolas.(D)a aproximação entre grupos de crianças.
1.3. Relativamente à reflexão desenvolvida nos parágrafos anteriores, o pará-grafo iniciado por “Mas” (linha 16) apresenta(A)uma ideia equivalente.(B)uma consequência.(C)um outro ponto de vista.(D)um facto semelhante.
1.4. Na frase “Houve um tempo em que esta cidade cresceu devagar.” (linha 5), a forma “cresceu” corresponde, em relação à forma verbal “houve”, a um tempo(A)anterior.(B)posterior.(C)inacabado.(D)simultâneo.
1.5. No contexto em que ocorrem, as expressões “crianças suburbanas” (linha 16) e “humanidade de calções” (linhas 17-18) contribuem para a coesão(A)frásica.(B)interfrásica.(C)lexical.(D)temporal.
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Todas as perguntas de 1. são constituídas por itens de escolha múltipla. Apenas
uma das opções apresentadas é correta. Deves escrever na tua folha de respostas a
letra da opção selecionada à frente do número da questão.
Cenários
de respostaConteúdos
1.1. (D)Leitura
(interpretação)
1.2. (B)Leitura
(interpretação)
1.3. (C)Funcionamento da língua
(articuladores discursivos)8 ficha 8
1.4. (D)
Funcionamento da língua
(modos e tempos verbais/
correlação)
6 ficha 6
1.5. (C)Funcionamento da língua
(coesão textual)8 ficha 8
Informação
Ficha
Informativa
Treino
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de Atividades
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1.6. Na expressão “vão-se afastando” (linha 31) a ação é perspetivada como(A)progressiva.(B)pontual.(C)habitual.(D)acabada.
1.7. No segundo período do texto, ocorrem duas orações subordinadas (A)adjetivas relativas explicativas. (B)substantivas completivas. (C)adjetivas relativas restritivas. (D)adverbiais consecutivas.
2. Responda de forma correta aos itens apresentados.
2.1.Indique o antecedente dos determinantes possessivos que ocorrem em “A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora” (linhas 12-13).
2.2.Identifique a função sintática desempenhada pela expressão “a indife-rença e a hostilidade” (linha 27).
2.3.Classifique a oração iniciada por “que” em “Hoje, a cidade cresce tão rapidamente que deixa para trás, sem remédio, as infâncias.” (linha 29).
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Cenários
de respostaConteúdos
1.6. (A)Funcionamento da língua
(valor modal)6 ficha 6
1.7. (A)Funcionamento da língua
(frase complexa)5 ficha 5
Cenários
de respostaConteúdos
2.1.
“As terras”
Funcionamento da língua
(coesão textual)8 ficha 8
2.2.Sujeito
(composto)
Funcionamento da língua
(funções sintáticas)4 ficha 4
2.3.(Oração)
subordinada
(adverbial)
consecutiva
Funcionamento da língua
(frases complexas)
5 ficha 5
Informação
Ficha
Informativa
Informação
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de Atividades
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As perguntas de 2. são itens de construção de resposta restrita.
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GRUPO III
Leia o excerto seguinte.
A importância da literatura para a criança, como para o adulto, é que ela é um “organizador fundamental”, que protege a vida contra a automatiza-ção e contra a “tragédia da rotina” que ameaça a afetividade e as relações.
Manuel António Pina, “A língua que os livros ‘para’ crianças falam”, in Palavras de Trapos. A Língua Que os Livros Falam, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2010
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a importância da literatura para o ser humano, partindo da perspetiva exposta no excerto acima transcrito.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se- -ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algaris-mos que o constituam (ex.: /2011/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites da extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido; – um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
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GRUPO III
Neste grupo deves redigir um texto expositivo-argumentativo, focando, por norma,
um tema atual, respeitando rigorosamente todas as instruções fornecidas:
que tenha entre duzentas e trezentas palavras.
Atenção aos desvios: escrever mais de trezentas palavras ou menos de duzen-tas implica uma desvalorização que pode ir até aos cinco pontos. Se não escreveres pelo menos oitenta palavras a tua resposta é classificada de imediato com zero pontos, independentemente do conteúdo do texto que tenhas escrito.
que respeite o tema da citação apresentada (mesmo que não tenhas percebido bem
a citação, normalmente o respetivo tema é destacado no enunciado da pergunta –
“apresente uma reflexão sobre a importância da literatura para o ser humano”).
que apresente, no mínimo, dois argumentos e que cada um deles seja ilustrado
com, pelo menos, um exemplo significativo.
Cenário de resposta
Neste texto poderão ser desenvolvidas as seguintes linhas orientadoras:
Introdução – a literatura pode trazer à nossa vida aspetos que, muitas
vezes, estão ausentes do quotidiano.
Desenvolvimento – a literatura pode ser um prazer e, simultaneamente,
um refúgio contra uma vida rotineira que, tantas vezes, torna o dia a dia tão
desinteressante; poderá permitir viver “outras vidas”, trazendo:
– o sonho;
– a aventura;
– o romance;
– a amizade;
– a cultura;
– o conhecimento de outras vidas;
– a perspetiva de uma vida melhor;
– …
Conclusão – quanto maior for a nossa ligação à literatura, mais preparados
estaremos para compreender a realidade, aceitando-a ou lutando para a
transformar.
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COTAÇÕES
GRUPO I
A1. ........................................................................................................15.pontos....Conteúdo. (9.pontos)....Organização.e.correção.linguística. (6.pontos)2. ........................................................................................................20.pontos....Conteúdo. (12.pontos)....Organização.e.correção.linguística. (8.pontos)3. ........................................................................................................15.pontos....Conteúdo. (9.pontos)....Organização.e.correção.linguística. (6.pontos)4. ........................................................................................................20.pontos....Conteúdo. (12.pontos)....Organização.e.correção.linguística. (8.pontos)
B ........................................................................................................30.pontos....Conteúdo. (18.pontos)....Organização.e.correção.linguística. (12.pontos)
100 pontos
GRUPO II
1.1.1.....................................................................................................5.pontos1.2. ...................................................................................................5.pontos1.3. ...................................................................................................5.pontos1.4. ...................................................................................................5.pontos1.5. ...................................................................................................5.pontos1.6. ...................................................................................................5.pontos1.7. ...................................................................................................5.pontos
2.2.1. ...................................................................................................5.pontos2.2. ...................................................................................................5.pontos2.3. ...................................................................................................5.pontos
50 pontos
GRUPO III
Estrutura.temática.e.discursiva..............................................................30.pontosCorreção.linguística..............................................................................20.pontos
50 pontos
TOTAL 200 pontos
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Itens de construção
de resposta restrita
Item de construção
de resposta extensa
(80 a 130 palavras)
Itens de construção
de resposta curta
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Itens de seleção
(de escolha múltipla)
Item de construção de resposta
extensa (200 a 300 palavras)
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O que é avaliado?
GRUPO I
As respostas às questões do Grupo I, A e B, são avaliadas, como podes ver na
página ao lado, pelo conteúdo e pela organização e correção linguística.
No que diz respeito à organização e correção linguística,
• é descontado 1 ponto por:
– erro inequívoco de pontuação;
– erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra
minúscula ou de letra maiúscula inicial e erro de translineação);
– erro de morfologia;
– incumprimento das regras de citação de texto ou de referência a título de
uma obra.
• são descontados 2 pontos por:
– erro de sintaxe;
– impropriedade lexical (palavra utilizada inapropriadamente no contexto).
GRUPO II
As perguntas do Grupo II avaliam a competência de leitura de um texto (por
norma) não literário e a competência de reflexão sobre o funcionamento da língua.
Nestas respostas, não há meio-termo: ou estão certas e é-lhes atribuída a cotação
na totalidade, ou estão erradas e são cotadas com zero pontos.
GRUPO III
O Grupo III – a que corresponde a elaboração de um texto expositivo-argumen-
tativo / de reflexão – pretende avaliar a competência de expressão escrita, focando
um tema da atualidade.
Aqui avalia-se a:
“– estruturação de um texto com recurso a estratégias discursivas adequadas à
defesa de um ponto de vista e refletindo a operação de uma planificação
produtiva;
– elaboração de um texto coerente e coeso;
– produção de um discurso correto nos planos lexical, morfológico, sintático,
ortográfico e de pontuação.”
A.
B.
C.
pág. 303Consulta a informação sobre o texto expositivo-argumentativo na Ficha Informativa n.º 10 do manual
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1. Partindo da perspetiva exposta no excerto abaixo transcrito, apresente uma reflexão acerca das consequênciasdaaçãodoHomemnoplanetaTerra.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, adoisargumentos e ilustrecadaumdelescom,pelomenos,umexemplosignificativo.
Escreva um texto, devidamente estruturado, de duzentas a trezentas palavras.
“Na verdade, não são os avanços científicos e industriais que ameaçam o Homem e a Natureza, mas sim a maneira errada e inconsciente como a Huma-nidade aplica as suas conquistas tecnológicas.”
Jacques-Yves Cousteau, “Segredos do Mar, o Mundo Fascinante dos Oceanos e das Ilhas”, Selecções Reader’s Digest, julho de 1978
Prova Escrita de Português, 2010, 2.ª fase
Plano do texto
Organização da informação
Introdução
– todos os dias assistimos a novas descobertas científicas e a conquistas
tecnológicas.
Desenvolvimento
– os novos conhecimentos podem ser usados
• de forma positiva:
– luta contra diversas formas de doença, contra a fome, a pobreza, a
ignorância…;
– incremento do bem-estar e da segurança;
– melhoria das condições de vida.
• de forma negativa:
– gerando violência e exploração do homem pelo homem, alimentando
guerras…;
– necessidade absoluta de lucidez/moderação/ponderação/responsabili-
dade no uso de novos recursos.
Conclusão
– não é a evolução tecnológica e científica que é errada: a forma como a
usamos é que pode ser ou não correta.
Texto expositivo-argumentativo – alguns exemplos
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Texto expositivo-argumentativo – alguns exemplos
2. Afirma-se com frequência que a cor faz parte da nossa cultura visual.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre a importância sim-bólica das cores na nossa sociedade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a doisargumentos e ilustrecadaumdelescom,pelomenos,umexemplo significativo.
Teste Intermédio de Português, 27-02-2012
Plano do texto
Organização da informação
Introdução
– vivemos rodeados de cor;
– as diferentes cores podem adquirir diferentes simbologias.
Desenvolvimento
– a cor como símbolo de pertença a um grupo: clube, partido político, país,
etc.;
– a cor influencia o humor e o estado de espírito;
– a cor na mensagem que se pretende transmitir: a moda, as flores, o luto;
– significado convencional de algumas cores: vermelho / paixão, preto / luto,
branco / pureza, verde / esperança, etc.;
– a importância da cor na paisagem urbana;
– a cor nos lugares que frequentamos: cores frias / cores quentes, cores
que tranquilizam / estimulam;
– …
Conclusão
– a cor está presente em tudo na nossa vida;
– voluntaria ou involuntariamente, através da cor, transmitimos sentimen-
tos, emoções, mensagens diversas.
Texto expositivo-argumentativo – alguns exemplos
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3. “O herói simboliza a união das forças celestes e terrestres. Mas não goza, natural-mente, da imortalidade divina, embora conserve até à morte um poder sobrena-tural: deus caído ou homem divinizado. Os heróis podem, entretanto, adquirir a imortalidade […]. Podem também surgir do seu túmulo e defender do inimigo a cidade que está colocada sob a sua proteção.”
Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, “Herói”, in Dicionário dos Símbolos, trad. Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Lisboa, Teorema, 1994
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto, considerandoaimportânciadafiguradoheróinavidadoserhumano.
Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a doisargumentos,ilustrandocadaumdelescom,pelomenos,umexemplo significativo.
Plano do texto
Organização da informação
Introdução
– definição de herói: modelo a seguir, próximo ou distante (pais, amigos,
figuras públicas de diversas áreas…).
Desenvolvimento
– razões que fazem de alguém um herói:
– sucesso profissional;
– impacto social;
– dedicação aos outros;
– valores de solidariedade e altruísmo;
– …
– noção de imortalidade do herói: ficar na história, ser recordado;
– perigos da idolatria: herói ou ídolo.
Conclusão
– importância da figura do herói como modelo que enriquece a vida do
ser humano.
Prova Escrita de Português, 2008, 2.ª fase
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Texto expositivo-argumentativo – alguns exemplos
4. “A propósito do P.e António Vieira, de cujo nascimento (1608) se comemoram os quatrocentos anos, escreveu Guilherme d’ Oliveira Martins no Jornal de Letras, Artes e Ideias (13-26/fevereiro/2008): “Foi um visionário, um diplomata, um pre-gador da Capela Real, um conselheiro avisado, um humanista, um lutador pelo respeito da dignidade humana, à frente do seu tempo, e um artífice, como houve muito poucos, da palavra dita e escrita.”
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a temática da dignidadehumanaedorespeitopelosdireitoshumanosnonossotempo.
Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a doisargumentos, ilustrandocadaumdelescom,pelomenos,umexemplo significativo.
Plano do texto
Organização da informação
Introdução
– padre António Vieira – defensor ativo dos direitos humanos, sobretudo
dos índios do Brasil, no século XVII.
Desenvolvimento
– os direitos humanos são direitos e liberdades universais e têm por base o
princípio de que cada pessoa é um ser moral e racional que merece ser
tratado com dignidade;
– a Declaração Universal dos Direitos Humanos visa proteger os indivíduos
das arbitrariedades, da prepotência e do abuso do poder;
– direitos humanos básicos: o direito à vida, à alimentação, à saúde, à habi-
tação, à educação, à liberdade de expressão…;
– todos os direitos humanos são importantes: em conjunto são o garante do
pleno exercício da cidadania;
– respeitar os direitos é respeitar as diferenças: de género, de raça, de reli-
gião, de orientação sexual, de cultura…
Conclusão
– respeitar os direitos dos outros é respeitar os seus próprios direitos;
– se, no século XXI, continua a haver desrespeito pelos direitos humanos,
continua a fazer sentido lutar por eles.
Prova Escrita de Português, 2008, 1.ª fase
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Marcadores do texto argumentativo
O uso de marcadores e articuladores discursivos não é arbitrário: depende das ideias que
queres transmitir.
Recorda alguns dos mais utilizados e a respetiva intencionalidade no quadro que se
segue.
(Intenção) Expressão de Marcadores / articuladores discursivos
opinião julgo que…
parece-me que…
a meu ver…
na minha opinião…
certeza absolutamente…
é evidente que…
evidentemente…
naturalmente…
oposição no entanto…
contudo…
mas…
todavia…
porém…
semelhança assim como…
tal como…
do mesmo modo…
de forma idêntica…
pela mesma razão…
à semelhança de…
fim para…
para que…
com o objetivo de….
com a pretensão de…
com o intuito de…
com a finalidade de…
a fim de…
conclusão logo…
concluindo…
em conclusão…
em suma…
em meu entender…
do meu ponto de vista…
creio que…
penso que…
com toda a certeza…
com efeito….
efetivamente…
doutro modo…
por outro lado…
contrariamente…
apesar de…
para terminar…
portanto…
para concluir…
para terminar…
Recorda (e completa)
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Recorda (e completa)
Verbos introdutores
Por vezes, tens dificuldade em responder a uma pergunta porque não percebeste exata-
mente o que te é pedido.
A lista de verbos que se segue e o respetivo significado vão ajudar-te a compreender melhor
a formulação das questões.
Completa-a com outros verbos que te forem aparecendo.
Verbo Significado
analisar relacionar as ideias principais, defendendo uma posição com
argumentos claros e objetivos; examinar atentamente
apontar indicar; referir
avaliar determinar o valor de; apreciar; julgar
averiguar verificar; investigar
caracterizar indicar as características; dizer como é
classificar determinar o grupo/classe a que pertence
comentar criticar; apreciar; dar uma opinião fundamentada
comparar demonstrar semelhanças e/ou diferenças entre dois ou mais
elementos apresentados
definir explicar claramente um conceito
delimitar dizer onde começa e onde acaba
demonstrar dar exemplos; apresentar provas
descodificar tornar mais claro
descrever dizer como é
designar dizer como se chama; denominar
distinguir indicar as diferenças
elaborar fazer; produzir; construir
enumerar indicar todos os dados ou elementos
enunciar apresentar; expor
esquematizar apresentar as ideias principais organizadas em esquema
explicar dizer como é, nas tuas próprias palavras
com toda a certeza…
com efeito….
efetivamente…
doutro modo…
por outro lado…
contrariamente…
apesar de…
para terminar…
portanto…
para concluir…
para terminar…
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expor apresentar; enunciar; desenvolver uma ideia
fundamentar apoiar
identificar indicar; referir; dizer o que é
ilustrar dar exemplos; esclarecer
interpretar explicar o sentido; esclarecer a causa
justificar fundamentar; provar; explicar, apresentando razões
localizar dizer o lugar ou o tempo
ordenar pôr por ordem
recontar contar por palavras tuas
redigir escrever; compor
reescrever escrever de novo
registar escrever
relacionar estabelecer ligações entre
resumir dizer em poucas palavras as ideias mais importantes;
sintetizar
selecionar escolher
transcrever copiar; extrair
… …
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