Livrinho do 6 ano completo

72
C C a a d d e e r r n n o o d d e e H H i i s s t t ó ó r r i i a a s s UM PRESENTE DO 6º ANO 2011 PARA AS CRIANÇAS DAS SÉRIES INICIAIS

description

a

Transcript of Livrinho do 6 ano completo

Page 1: Livrinho do 6 ano completo

CCaaddeerrnnoo ddee

HHiissttóórriiaass

UM PRESENTE DO

6º ANO 2011

PARA AS CRIANÇAS

DAS SÉRIES INICIAIS

Page 2: Livrinho do 6 ano completo

2

Ficha Técnica

Diretor: Francisco Angel Morales Cano

Gestão pedagógica: Elizabeth Moura de Carvalho Eliazar

Supervisão pedagógica: Fernanda Fátima de Lima Moreira

Professoras responsáveis (texto): Aline França Russo e

Rossana Diva Ferreira Gonçalves

Professora responsável (imagem): Ana Célia Magalhães

Revisora: Juliana Ângelo Gonçalves

Ano: 2011

Page 3: Livrinho do 6 ano completo

3

Cartinha ao leitor

Querido leitor, No dia em que nossa escola lançou o Projeto Boa Ação,

ficamos pensando em como poderíamos fazer uma boa ação. Tivemos muitas ideias e, na aula de Produção de Textos, pensamos em criar este livro para dar de presente para as crianças das séries iniciais.

Somos sete turmas de 6º ano e cada turma escreveu duas pequenas histórias. Agora temos 11 e 12 anos, mas há pouco tempo tínhamos a sua idade, então sabemos exatamente o que você está vivendo. Em cada história você encontrará personagens vivendo situações do dia-a-dia e aprendendo com elas.

Fizemos os textos com muito carinho. Na verdade, cada um de nós criou uma narrativa diferente, aí escolhemos a melhor da sala e, depois, todos os colegas deram sugestões para deixá-la ainda melhor. As ilustrações também foram feitas por nós!

Desejamos a você uma boa leitura! Quando terminar, conte para nós o que achou!

Abraço, Alunos do 6º ano – 2011.

Page 4: Livrinho do 6 ano completo

4

Sumário

Apenas Letras ................................................................................................... 7

Autoria: Amanda Ramos e alunos do 6º ano A1

Fotografia: David Costa Peixoto

Tema: fazer as atividades com letra legível

Já fui tímido ................................................................................................... 15

Autoria: Pedro Parenti Vianna e alunos do 6º ano A2

Ilustração: João Vítor Rodrigues de Menezes

Tema: ajudar o colega tímido

Faz bem ser bom ............................................................................................. 20

Autoria: Ana Luísa Jorge Habib e alunos do 6º ano B1

Ilustração: Bárbara Meier e Laura Costa Alvarez

Tema: fazer o bem e ser bom

Manual de Gentileza .................................................................................... 24

Autoria: Rafaella Araújo de Oliveira e alunos do 6º ano B2

Ilustração: Matheus Henrique de Vilhena, Rafaella Araújo, Lívia

Beatriz Soares de Oliveira, Vitória Queiroz Guimarães de

Almeida, Thiago Comarelli Alves, Paula Magalhães Pinto Braga

de Lara e Lucas Perez Santos

Tema: dicas de gentileza

Fique ao meu lado ou fique calado ............................................. 29

Autoria: Joana Morais e alunos do 6º ano C1

Ilustração: Amanda Casal de Castro e Ana Flávia Lima Duque

Tema: bulling

Page 5: Livrinho do 6 ano completo

5

Não sei estudar direito .......................................................................... 32

Autoria: Rafael Souza de Abreu e alunos do 6º ano C2

Ilustração: Marianna Diniz Araújo e Luiza Costa da Fonseca

Tema: dicas para estudar direito

O ataque dos vírus ......................................................................................... 41

Autoria:Arthur Del Rio Abreu Rosa e alunos do 6º ano D1

Ilustração: professora Márcia Bahia Mendes

Tema: conservação dos livros da biblioteca

Bagunceiro ..................................................................................................... 45

Autoria: Manuela Cota G. M. Lage e alunos do 6º ano D2

Ilustração: Manuela Cota e Rafaela Rolim Sant'Ana

Tema: menino aprende a não ser mais bagunceiro na casa dos

outros

Fiscalização Matinal: a blitz da mochila .................................... 51

Autoria: Gabriela Carvalho Lopes e alunos do 6º ano E1

Ilustração: Alice Sá Fortes Alvares e Fernanda Mendes Gomes

Tema: organização e cuidado com o material escolar

Aprendendo a falar a verdade ........................................................ 55

Autoria: Maria Fernanda Coimbra Alves e alunos do 6º ano E2

Ilustração: Víctor Kenzo Sousa Takahashi e Iara Teixeira Furtado

Tema: falar a verdade, não mentir

A superação de Arthur, o bagunceiro .................................................. 59

Autoria:Lívia Pinheiro de Oliveira, Carolina Mazzieiro Ferreira,

Letícia Viana Scarpelli Aguiar e alunos do 6º ano F1

Tema: Aprendendo a não fazer bagunça na sala de aula

Page 6: Livrinho do 6 ano completo

6

Meleca na boca do outro é fofoca ..............................................63

Autoria: Maria Terra Nadab Leroy e alunos do 6º ano F2

Ilustração: Paula Costa dos Santos

Tema: fofoca

Em que posso ajudar? .......................................................................... 67

Autoria: Clara Sardenberg Gomes Lima e alunos do 6º ano G1

Ilustração: Amanda Murta de Siqueira Oliveira

Tema: colaborar com as pessoas

Respeitando as diferenças .................................................................. 69

Autoria: Marina Sifuentes Moreira e alunos do 6º ano G2

Ilustração: Isabel Pinheiro Matos

Tema: ser um bom colega, respeitar a todos

Page 7: Livrinho do 6 ano completo

7

Apenas Letras ― Desisto, Roberto! Você nunca, nunca, nunca vai ganhar um 10 na minha prova! ― disse a professora.

― Mas... ― tentou dizer Roberto.

― Esquece! Desisto! Você nunca vai conseguir! Você é um caso perdido mesmo!

E aqui estamos nós de novo. Presenciando mais uma das longas e chatas discussões entre a professora de Português, Jaqueline, e meu amigo de escola, Roberto. O motivo dos gritos ensurdecedores em direção a ele? Claro, é só mais uma de suas redações indecifráveis. Roberto é bom em todas as matérias, parece super inteligente quando está falando, mas... na hora de receber a prova: que desastre! Perde pontos por sua letra ilegível.

Page 8: Livrinho do 6 ano completo

8

.

Meu amigo, quer dizer, meu melhor amigo é gente boa. Legal, divertido, até de vez em quando engraçado. Mas essas qualidades de Roberto só eram conhecidas por mim. Pela comunidade escolar ele era “o” estranho, “o” quieto, “o” mudo... E outras coisas mais. Poderia até se dizer que era desprezado pelos estudantes. Mas se tinha uma coisa que Roberto era realmente bom?! Ele é um gênio em descobrir pessoas boas nas almas mais impuras e mais imperfeitas com quem convivemos.

Um dia eu e meu grande amigo fomos ao pátio; quando tirávamos nossos lanches da mochila, reparei que Roberto estava triste, sua testa enrugada, zangado. Já não aguentava mais a ansiedade. Perguntei-lhe:

― O que aconteceu?

― Nada! ― rapidamente me respondeu.

Não acreditei em sua resposta, pois a seguir ficou resmungando baixinho. Novamente, aproveitando a oportunidade, insisti:

― Nada? Se não houvesse acontecido nada, não estaria lhe perguntando! Vamos, conte-me o que aconteceu!

― Ah! ― bufou. ― Só estou com raiva, só isso.

Olhei para ele com meu olhar irônico, eu sabia que ele não gostava “daquela” minha feição. Nós dois começamos a rir. Qualquer um que passasse nos chamaria de loucos, mas não nos importávamos.

― Você sabe mesmo como animar alguém! ― ele disse.

― Muito bem, agora me conte!

Page 9: Livrinho do 6 ano completo

9

E Roberto começou a me contar. Novamente era Jaqueline. Mesmo eu sendo boa aluna, tinha alguma coisa nela que me irritava, talvez aquele cheiro de biscoitos ou sua mania repugnante por gatos.

No dia seguinte, quando cheguei à escola, encontrei sentado, de rosto sorridente: Roberto. O que me parecia bem estranho, pois naquele exato momento havia dois horários de Português. Sentei-me ao seu lado.

― Bom dia! ― cumprimentei.

― Você vai ter uma surpresa!

Mas seu sorriso sumiu, quando a coordenadora entrou em sala e disse que não haveria aula, pois Jaqueline estava doente. Peguei meu livro e fui ler no horário livre. Achei que Roberto queria ficar sozinho; uma vez ou outra olhava para ele sem perceber. E me deparava com a mesma cena: ele escrevendo alguma coisa em uma folha e logo depois arrancando e amassando-a, murmurando xingamentos para si mesmo. Ao final do 2º horário, notava-se um grande monte de papéis amassados ao seu lado. Ajudei-o a jogar os papéis no lixo.

Durante dois dias não tocamos mais nesse assunto. Até que chegou sexta-feira. Foi a primeira vez em oito meses que notei diferença na letra de Roberto.

Page 10: Livrinho do 6 ano completo

10

― Olá, acho que agora a Jaqueline não vai ter mais tanta implicância com você, hein? ― eu disse.

― É... ― ele me respondeu.

― Se continuar assim, talvez suas redações fiquem até melhores que as minhas!

E foi aí que o vi sorrir. Mesmo sendo parcial, nunca tinha visto um sorriso tão sincero como aquele. Ele me perguntou se eu gostaria de ler seu trabalho. Quando coloquei meus olhos no primeiro parágrafo... não consegui parar de ler! Sua história era tão fascinante! Nunca tinha lido coisa igual. Você também não iria acreditar que de uma mente tão inocente sairia uma história tão criativa. Foi aí que tomei uma única frase em minha mente, que por acaso me escapou:

― Você vai ser escritor!

― Anh? ― ele falou, assustado.

A sala inteira riu. “Droga! ― murmurei. ― Falei tão alto uma ideia tão absurda! Vou ser motivo de piada ― pensei.”

Page 11: Livrinho do 6 ano completo

11

Depois do clima, meu amigo sussurrou para mim:

― Você acha mesmo?

― O quê?

Ele me olhou com ironia. Como sou burra. É claro!

― Desculpa. ― falei.

― Sim ou não? ― novamente ele disse, me perguntando.

― Claro que sim! ― continuei. ― Mesmo nós dois tendo 12 anos, é muito longe a comparação da minha redação com a sua!

Percebi que o talento literário de Roberto tinha ficado, até então, escondido de todos, inclusive da professora de Português, já que ninguém tinha paciência para ficar decifrando sua letra horrorosa. Foi só melhorar um pouquinho a letra, tornando-a mais ou menos legível, que pude ver o tamanho de sua criatividade. Mas eu adorava meu amigo e tinha insistido na leitura, Jaqueline provavelmente ainda consideraria a letra dele não digna de sua paciência.

― Rob, hora da verdade! ― falei com firmeza. ― Você tem muito talento, acho mesmo que pode virar escritor, mas a letra ainda precisa melhorar para as pessoas terem gosto em ler o que você escrever. Só desse jeito que os professores poderão avaliar seus textos e ajudá-lo a melhorar ainda mais.

Meu amigo ficou animado, na expectativa, esperando que eu falasse algo mais, tipo o próximo passo. Mas eu não tinha um plano. Pensei em algo na hora:

― Acho que podemos entrevistar as pessoas da sala que têm as melhores letras e fazem os trabalhos mais caprichados. Você anotará as dicas que elas derem em um caderno, tentando segui-las, entendeu?

Roberto gostou da ideia e, como já tinha trazido de casa um caderno onde estava treinando sua caligrafia, começamos a colocar em prática as entrevistas naquele dia mesmo.

Page 12: Livrinho do 6 ano completo

12

Veja como ficou (repare que a letra vai melhorando a cada dica):

Page 13: Livrinho do 6 ano completo

13

Todo mundo, na sala, ficou empolgado com o caderno do Roberto. Até algumas pessoas de outras turmas ficaram sabendo e pediram para ver. Era impressionante! Com uma semana, Roberto tinha escrito quase 45 dicas e, da 10º em diante, a sua letra já tinha melhorado mais do que eu poderia imaginar.

20 ANOS DEPOIS...

Page 14: Livrinho do 6 ano completo

14

― No final do ano letivo, Roberto tinha as melhores notas em Português e, após escrever suas loucas e fascinantes histórias, ao completar 18 anos ganhou uma vaga na melhor editora da Inglaterra!

Uma garotinha levantou a mão no fundo da sala.

― Pode falar, Laura.

― Professora, essa história aconteceu de verdade?

― Ah ― suspirei. ― Digamos que sim, Laurinha, digamos que sim.

Page 15: Livrinho do 6 ano completo

15

JÁ FUI TÍMIDO

Olá! Meu nome é Ricardo. Tenho 13 anos, sou loiro e tenho olhos verdes (ou azuis, a diferença é pouca). Estudo no Colégio Santo Agostinho (CSA). Na minha turma há 25 alunos, dentre eles, os mais populares são: Clara, Lívia, Bruno, Otávio, Laura e Gabriel.

Sabe, eu tenho uma queda pela Clara, mas nunca tive coragem de chamá-la para sair. Ela é alta (mais do que eu, infelizmente...), tem cabelos pretos e curtos, olhos castanhos e um belo corpo. Usa óculos e é linda de morrer!

Page 16: Livrinho do 6 ano completo

16

Só para constar, sou meio tímido e minhas notas são de média 11 em 12. Só tenho um melhor amigo, o Henrique (ele também é tímido e sua muito sob pressão).

Hoje, na aula do professor Fernando, que ensina Matemática, o Otávio me passou um bilhetinho falando assim:

Meus olhos brilharam, nunca tinha sido convidado para nada. Respondi na hora que sim. No recreio, o Otávio me chamou pra ir falar com as garotas.

– Não! Estou bem aqui... Precisa não... – falei meio inseguro.

– Deixa disso! Vamos lá! - e fui puxado à força por ele.

Conversei com elas quase desmaiando. Para ter uma ideia, falei besteiras como:

– De quem eu gosto? Anh... Hum... Eu gosto... de cães, de... pandas! (...) Ahn? Não foi isso que perguntou? Então... Gosto de... de... de... Matemática, de jogar xadrez... (...) Ahn? Não foi isso ainda...?

As meninas começaram a rir. Foi horrível!

Page 17: Livrinho do 6 ano completo

17

No dia seguinte, a primeira aula era de Ciências (professor Carlos Vinícius). Ele pediu pra gente formar quintetos, eu puxei o Henrique e nós pedimos pra fazer com o Otávio, Bruno e Gabriel; eles concordaram. O trabalho seria uma apresentação de Power Point; nosso tema foi Eclipse Solar. Começamos a trabalhar no projeto e a pesquisar os assuntos no Google. Terminamos com três dias de antecedência.

No dia da apresentação, eu estava nervoso, minha camisa estava molhada (a do Henrique estava encharcada, de tanto suor). O Gabriel falou a introdução do trabalho, depois foi o Bruno, o Otávio, o Henrique e... chegou a minha vez! Minhas pernas estavam bambas e eu estava da cor de um tomate maduro. Falei a conclusão do trabalho e errei algumas vezes, mas eles nem ligaram, mesmo assim todos aplaudiram. Nossa nota foi 4,0 em 4,0.

Chegou o dia 26 de abril, sábado. Fui à casa do Otávio, e a gente conversou, jogou videogame e lanchou. Consegui descobrir que ele vai mal na escola e que gosta da Lívia. Combinamos de eu ir uma vez por

Page 18: Livrinho do 6 ano completo

18

semana na casa dele para ajudá-lo com os estudos. O dia passou rápido.

No próximo dia, nosso horário estava assim: Artes (legal!), Português (normal), Geografia (demorou um século), Ciências (divertido) e Matemática (minha matéria preferida!). No recreio fiquei conversando com todos, ou melhor, ouvindo a conversa, mas pelo menos eu estava lá. Aos poucos fui me soltando e todo dia falava um pouco mais com os populares; o Henrique também.

No final do ano, eu olhei em volta e vi que meu colega Guilherme estava lanchando sozinho. Cheguei até ele e perguntei se ele estava bem, se não queria vir comigo para lanchar. Ele respondeu:

– Não! Estou bem aqui... Precisa não...

Page 19: Livrinho do 6 ano completo

19

Mas já conhecia o truque, puxei-o pelo braço e ele acabou se enturmando mais rápido que eu.

Terminei o ano super feliz. Finalmente, encontrei coragem para chamar a Clara para sair e ela topou.

Agora passe a ideia adiante! Olhe em volta e veja se tem um colega solitário, vá até ele, conheça-o melhor, e chame-o para lanchar com você no recreio.

***

Page 20: Livrinho do 6 ano completo

20

Faz BEM ser BOM

Às vezes não fazemos a coisa certa porque temos vergonha de dizer o que é realmente correto. Se expressar, dizendo sempre a sua opinião, é fundamental para o crescimento de qualquer ser humano. Por isso, seja valente nesses casos.

Além de dizer a sua opinião, é bom seguir sempre os bons exemplos que fazem o bem. Em todas as suas atitudes, procure responder para si mesmo: será que essa é realmente a atitude correta? Se você vir algo de errado acontecendo, defenda o bem!

Como exemplo dessas situações, veja o que aconteceu com uma turma de crianças:

No ano de 2011, no Colégio Santo Agostinho, a turma que mais se destacava no comportamento era o 5º ano H. Uma turma de alunos muito inteligentes, que prestavam atenção nas aulas. Conversavam, como toda turma, porém sabendo a hora e o tom de voz certo.

Nessa turma havia cinco alunos de notas exemplares: Pedro, Gabriel, Júlia, Isabela e Luciana. Os alunos mais participativos e estudiosos do 5º H.

No meio do ano, um garoto chamado Felipe entrou na turma; os alunos, curiosos, perguntaram por que ele entrou no colégio no segundo semestre, e ele respondeu:

― Eu fui expulso do meu antigo colégio.

Page 21: Livrinho do 6 ano completo

21

Os alunos, surpresos, perguntaram por que tinha sido expulso e Felipe disse:

― Depois que tomei duas bombas, a diretoria já estava irritada comigo, então foi só eu fazer uma coisinha de nada para o colégio não me aceitar mais.

Pedro perguntou curiosíssimo:

― Mas o que você fez de tão pouco para isso acontecer?

Felipe respondeu:

― Eu tirei 4,0 em 14,0, na prova. O coordenador veio conversar comigo e eu zombei da cara dele.

A turma ficou espantada. Passaram-se semanas e Felipe logo se entrosou com Gabriel, que achou legal as suas gracinhas. Luciana, que gostava de Gabriel, acabou entrando na onda junto com Isabela, sua melhor amiga. Aos poucos a turma foi gostando do modo rebelde e desleixado de Felipe.

Pedro e Júlia, que se gostavam, fizeram um trato: não iriam se deixar levar pelos amigos. Nessa ocasião, Isabela, fuçando nas coisas de Júlia, viu um desenho com um coração onde se podia ler: Júlia e Pedro.

Page 22: Livrinho do 6 ano completo

22

Isabela arrancou a página da agenda e ameaçou a amiga de

mostrar o desenho a todos se ela não fizesse uma gracinha que atrapalhasse a aula. Ao mesmo tempo, Gabriel ameaçou Pedro de contar para a turma que ele vivia grafitando o nome da Júlia no caderno.

Dois dias depois, Pedro e Júlia fizeram o prometido e perceberam como era boa a sensação de ver a professora furiosa e todos rindo deles. Continuaram assim durante meses. A turma saiu do primeiro lugar em comportamento para o último.

A professora, cansada das interrupções e brincadeiras, encaminhou Júlia e Pedro para a diretoria, que lhes deu suspensão.

Ao chegar à sala, começaram um debate:

― Vocês acham que fazer gracinhas é realmente legal? ― perguntou Júlia.

― Acho que já cansei de agir desse jeito... ― falou Luciana.

― Agora nossa bagunça está trazendo só resultados ruins... ― disse Gabriel.

― Um garoto qualquer não pode mandar em ninguém. ― disse Pedro, aumentando o tom de voz para que todos os colegas escutassem ― E ainda tem mais: ele acha que fazendo isso vai ser legal!

Page 23: Livrinho do 6 ano completo

23

― É isso mesmo, concordo! ― disse Isabela.

― Até agora só a gente que está se dando mal. Quando vai chegar a hora dele? ― perguntou Júlia.

Aos poucos, todos entraram no debate, deixando Felipe envergonhado, porém com uma grande lição. Perceberam que eram a maioria e não podiam se deixar levar pelos maus exemplos; ao contrário, tinham que ajudar Felipe a ser como eles.

Com o passar dos dias, as gracinhas foram acabando e a turma voltou a se comportar como uma turma melhor.

Page 24: Livrinho do 6 ano completo

24

Manual de Gentileza

Como fazer: cumprimentos. Quando entrar em uma loja, restaurante, padaria, farmácia, escola,

etc., dê um oi, olá, bom dia, boa tarde ou boa noite.

Quando se encontrar com uma pessoa, observe-a e pergunte: você

está bem?

Page 25: Livrinho do 6 ano completo

25

Lembre-se: não use cumprimentos informais, como “beleza?" com idosos ou pessoas de maior hierarquia*, como o chefe de seu pai, seus professores, etc.

E atenção: todos esses exemplos devem ter uma prática diária, pois essas palavras de cumprimento melhoram o humor das pessoas.

Como fazer: despedidas Quando sair de algum local, despeça-se de todos. Isso será muito

gentil da sua parte. Use palavras como tchau, boa noite, boa tarde etc.

Além dessas palavras, demonstre sua simpatia com um sorriso e brilho nos olhos.

*Hierarquia: escala de autoridade de um grupo.

Page 26: Livrinho do 6 ano completo

26

Como fazer: agradecimentos Agradeça às pessoas que o ajudaram e que lhe fizeram o bem

dizendo obrigado (se você for homem) ou obrigada (se você for mulher).

Faça sua parte praticando gentilezas, sendo educado, dando atenção e ouvindo os outros, praticando sempre o bem sem olhar a quem.

Page 27: Livrinho do 6 ano completo

27

Como fazer: na escola Dê um bom dia aos funcionários, professores, alunos ou

colegas, diretores, supervisores...

Deixe os ambientes iguais ou em melhor estado do que os encontrou, sendo gentil com as próximas pessoas que usarão o local e facilitando o trabalho das faxineiras.

Page 28: Livrinho do 6 ano completo

28

Ofereça ajuda aos professores para apagar o quadro, distribuir folhas. Colabore o máximo que você puder!

Cultive a disciplina, não converse fora de hora nem atrapalhe a aula. Participe, preste atenção e traga todo o seu material. Isso é ser educado com os professores.

Resumindo, o importante é fazer o bem e contribuir com todos!

Page 29: Livrinho do 6 ano completo

29

Fique ao meu lado ou fique calado

Zoé, uma menina de 9 anos, quase 10, estudava no CSA (Colégio Santo Agostinho), no 5º ano B. Era uma menina super animada e engraçada (suas piadas eram divertidas e engraçadas para todos). Ela sempre tinha sido muito feliz.

Todo dia Zoé chegava mais cedo na aula e ficava conversando com os colegas. Um dia apareceu um grupinho da mesma sala dela: Thiago, Igor, Ana, Suzana e Sebastião, chegaram “se achando”, cercaram a menina e começaram a xingá-la. As crianças do grupinho acharam muita graça. Coitada da Zoé! O pior foi que os seus amigos não a ajudaram e foram embora... Será que estavam com medo?

Esse grupinho continuou a chateá-la. Depois de um tempo, ela não era mais a mesma menina alegre de antes, tinha e demonstrava medo.

Certo dia, a turminha implicou com ela novamente, e ela, já muito abalada, não deixou que a magoassem, foi à luta e disse:

Page 30: Livrinho do 6 ano completo

30

― Já não me magoaram demais?

Eles responderam:

― Olha, gente, é a peidorreira!

Toda aquela turminha caiu na gargalhada. Zoé, triste, saiu correndo com lágrimas escorrendo no rosto e foi embora para casa.

Ao chegar, Zoé contou para seus pais o que estava acontecendo.

Seu pai falou:

― Zoé, não podem fazer isso com você, iremos à sua escola.

Depois da reunião dos pais, Zoé se sentiu mais segura e desse dia em diante voltou à rodela e contou suas piadas.

Você deve estar se perguntando:

― E o grupinho, cadê?

Eu respondo: foram suspensos por duas semanas e seus pais foram convocados para irem a uma reunião na escola.

O resto da turma ficou com menos medo do grupinho e passou a apoiar Zoé. Ela ficou mais esperta e, sempre que era importunada,

Page 31: Livrinho do 6 ano completo

31

contava à professora. Aos poucos, a brincadeira de mau gosto perdeu toda a graça e deixaram Zoé em paz.

O grupinho sofreu por um tempo até decidir pedir desculpas para Zoé.

Vocês não vão acreditar, mas Zoé acabou ficando amiga de algumas crianças daquele grupinho. Se você for quem faz piadinhas sem graça, olhe a história de Zoé, ela se magoou muito, pare de fazer! Saia desse grupinho!

Se você for o caso da Zoé, não esconda isso de ninguém, conte, fale! Não tenha medo!

Se não se incluir nesses casos,

ajude quem precisa de sua ajuda!

Page 32: Livrinho do 6 ano completo

32

Não sei estudar direito Eduardo é um menino legal, esportivo, nem alto nem baixo. Tem cabelos e olhos bem pretinhos e a pele morena clara. Tinha tirado boas notas até o 3º ano. Mas, quando chegou no 4º ano, suas notas foram caindo, caindo, caindo... e passou de ano com notas bem coladas na média. Ele começou a se preocupar. Como seria o 5º ano?

Em uma sexta-feira, sua professora, Rose, disse para a turma que, na próxima semana, haveria a segunda prova de Português. Eduardo logo se apavorou, pois, na primeira prova dessa matéria, tinha tirado 6,8 em 12. No final do horário, ele estava chateado e desanimado. Falou assim com seu melhor amigo:

― Tiago, não adianta! Eu estudo e não vou bem nas provas. Acho que dou azar...

― Mas você estuda de verdade? ― perguntou Tiago.

― Claro que sim! Você não está acreditando em mim?

― Calma! Estou. Mas é quase impossível não ir bem nas provas se você estiver estudando. Eu mesmo vou mais ou menos nas notas porque sei que estudo mais ou menos, que fico molengando... Se eu estudasse mais, claro que iria melhor nas provas!

Page 33: Livrinho do 6 ano completo

33

Eduardo ficou refletindo sobre o que o amigo disse. Realmente, não era justo estudar direitinho e ir mal nas provas... Só tinha uma resposta possível para este problema: ELE NÃO ESTAVA SABENDO ESTUDAR DIREITO. Ficou mais animado quando descobriu isso.

― Então tem solução! ― pensou. ― É só eu aprender a estudar certo!

Curioso, assim que entrou no carro de sua mãe para ir embora, perguntou:

― Mãe, de que matéria você mais gostava?

― Quando eu era da sua idade eu adorava Português!

― Português! E como é que você estudava?

― Eu lembro que pegava textos de revistas e tentava interpretá-los com perguntas parecidas com as que a professora fazia nas atividades. Eu também estudava a gramática fazendo esquemas e exercícios. Mas o principal é que eu sempre gostei de ler. Lia sempre um ou mais capítulos de um livro antes de dormir e isso aumentou meu vocabulário e melhorou a minha interpretação e produção de textos.

― E a ortografia, você era boa?

― Não era ruim demais, mas tinha as dificuldades próprias da idade... Na minha turma de 5º ano todos os alunos ganharam, no início do ano, um caderninho em branco, dividido nas letras do alfabeto. Todas as palavras que a gente errava tínhamos que escrevê-las corretamente nesse dicionário. Aí eu estudava, tentando decorar a grafia dessas palavras, e também pedia para outras pessoas fazer ditados para mim.

― Ditados? Não era muito chato?

― De jeito nenhum! Era divertido. Sua avó pegava o meu dicionário e, sem deixar que eu visse, ditava umas 20 palavras mais difíceis. Aí, se eu fosse bem, ela fazia o que eu pedia para o almoço... Batatas fritas, por exemplo!

Page 34: Livrinho do 6 ano completo

34

Quando chegou no apartamento, Eduardo registrou no seu caderno de Língua Portuguesa tudo o que a mãe lhe havia dito. Assim que o pai chegou do trabalho, já foi logo perguntando a ele:

― Pai, de que matéria você mais gostava quando tinha a minha idade?

― Ah, eu era um mago da Ciência!

― Como você estudava Ciências, pai?

― Eu refazia alguns exercícios mandados pelo professor, fazia esquemas dos assuntos tratados em sala e sempre lia a matéria no livro da minha turma e em outro livro didático que eu pegava na biblioteca.

― Pra que ler outro livro? Não ensinava a mesma coisa?

― Ensinava sim a mesma coisa, mas, como tinha sido escrito por outro autor, era de um jeito um pouco diferente e isso facilitava para entender. Às vezes um autor escrevia de um jeito mais difícil um ponto da matéria e o outro de um jeito mais fácil. Então um livro completava o outro, entendeu?

Page 35: Livrinho do 6 ano completo

35

Eduardo pegou o caderno de Ciências e anotou todas as dicas dadas pelo pai.

No dia seguinte, a família de Eduardo foi convidada para ir a um almoço na casa de seus tios. Durante o almoço, o menino fez a pergunta de sempre ao seu tio.

― Tio, de que matéria você mais gostava quando estava no 5º ano?

― Eu adorava Matemática!

― E como você estudava essa matéria?

― Eu refazia todos os exercícios mandados pelo professor em um caderno de estudos. E treinava mil e uma vezes a tabuada até sabê-la de cor! Acho que só soube de cor, todinha, no final do 4º ano. Até lá eu copiava a tabuada todos os dias, e duas vezes por semana meu pai fazia um ditado para mim, valendo a sobremesa do jantar!

Eduardo agradeceu o tio e anotou logo o que ele disse em um pedaço de papel para não esquecer e depois poder copiar no caderno de

Page 36: Livrinho do 6 ano completo

36

Matemática quando chegasse em casa. Depois da sobremesa, a tia foi lavar a louça, e o sobrinho aproveitou para lhe perguntar:

― Tia, de que matéria você mais gostava?

― Hum... Eu sempre gostei de História!

― E como você estudava?

― Eu fazia anotações das aulas dadas pela professora e resumos dos capítulos do livro no meu caderno. Na minha época, nas provas de História, caíam vários capítulos do livro e eram muitas páginas para estudar. Mas como eu ia resumindo aos poucos, cada capítulo por vez, não ficava trabalho demais para a véspera da avaliação. Quando a professora anunciava a prova, eu já tinha resumido quase todos os capítulos e aí era só ler os resumos com calma e pesquisar alguma coisa.

― Pesquisar o quê?

― Ah, lá em casa tinha uma coleção de enciclopédias e eu gostava de ler um pouquinho mais de um ponto da matéria, sobre a biografia de algum personagem importante da História, essas coisas. Agora, com a Internet, você pode fazer isso com muito mais facilidade!

Page 37: Livrinho do 6 ano completo

37

Eduardo usou o mesmo pedaço de papel para anotar. Foi assistir à televisão com sua prima, que já tinha 16 anos. No intervalo, perguntou a ela:

― Maria, de que matéria você mais gosta?

― Eu amo Geografia! Quer saber como eu estudo, né?

― Isso!

― Bom, eu faço esquemas dos capítulos, refaço os exercícios e combino com minha amiga de estudarmos juntas. Aí ela faz tipo que uma “prova” para mim e eu faço outra para ela, com várias questões, o mais parecido possível com as provas da fessora de Geo. Cada uma faz a prova e corrige a da outra. É como brincar de escolinha quando criança, só que a gente acaba mesmo aprendendo!

Durante a semana, Eduardo continuou perguntando, mas também já começou a estudar. Dessa vez, como era prova de Português, seguiu mais as dicas da mãe.

A prova de Língua Portuguesa não foi fácil. Eduardo terminou a avaliação sem ter certeza se tinha ido bem. A professora Rose entregou as provas corrigidas uma semana depois. Será que ele havia ido bem? Será que tirou total?

Não. Não foi dessa vez... Tirou 8,8 em 12.

Eduardo ficou super triste e com um pouco de raiva.

― Tá vendo, Tiago? Dessa vez eu estudei direitinho e nada! Não adiantou nada!

Tiago olhou para ele sem entender. Tinha tirado 9,0 em 12, mas não tinha estudado muito em casa, como sempre.

Na descida para o recreio, Rose, a professora, passou a mão nos cabelos pretos de Eduardo e disse com carinho:

― Parabéns, Dudu! Gostei de ver sua nota na prova!

― Parabéns? Mas eu quase perdi média! ― disse Eduardo achando que a professora estava ficando doida.

Page 38: Livrinho do 6 ano completo

38

― Mas sua nota foi maior que a da sua primeira avaliação de Português e esta prova foi mais difícil. Com certeza você está estudando mais, não é?

Então Eduardo contou tudo, sobre as entrevistas feitas aos parentes e sobre o seu esforço em estudar.

― Dudu, você está no caminho certo! Você começou a se esforçar agora e não seria justo já tirar um total. Está pensando que é fácil? Não, não, não é assim que funciona!

― Então como é que é?

― Bom, você começou bem, melhorou a nota em relação a você mesmo! Se continuar estudando certo, vai tirar 8,9; depois 9,0; depois talvez volte para 8,8 se a prova estiver mais difícil... mas você tem que persistir! Passados uns dois ou três meses, você vai ver! As notas vão começar a aumentar mais e aí, no final do ano, talvez você consiga um total!

― Só no final do ano? ― reclamou o menino, decepcionado!

― É claro! A gente dá um passinho de cada vez rumo ao aperfeiçoamento. Mas se você persistir, como estou lhe dizendo, valerá a pena, porque quando chegar no nível das notas perto do total, depois ficará fácil manter esse nível, pois você já estará acostumado a estudar direito. Então terá o resto dos anos escolares para aproveitar dessa conquista! O 6º ano, o 7º, o 8º, o 9º...

― Já entendi! Mas o que eu não entendi é como o Tiago vai melhor do que eu sem estudar! Isso não é justo!

Eles se sentaram em um banquinho em frente à cantina e continuaram a conversar.

― É justo. Você não está entendendo porque ainda não compreendeu tudo sobre como estudar. O Tiago realmente não estuda quase nada em casa, mas estuda bastante na sala.

― O quê? Ele fica estudando durante a aula? E você deixa?

― Claro que deixo! Todos deveriam fazer assim também! Estudar não é só em casa! Ele está estudando quando presta atenção na aula,

Page 39: Livrinho do 6 ano completo

39

quando participa, quando faz perguntas e expõe suas dúvidas, quando ajuda os colegas e quando faz bem feito os deveres de casa...

― É, realmente, ele faz tudo isso...

― E você?

Eduardo ficou vermelhinho de vergonha, mas respondeu:

― Eu às vezes fico distraído, perco partes da explicação, aí fico com vergonha de dizer que não entendi. Também não costumo ajudar os colegas, porque faço as atividades com moleza e nunca sou dos primeiros a terminar... E é verdade que não tenho ligado muito para os deveres de casa. Tenho feito correndo para ter tempo de brincar.

― Viu? Desse jeito você só está estudando 50% direito, que é o estudo em casa. Os outros 50%, que é o estudo na escola, você está desaproveitando.

Eduardo entendeu e ficou danado com ele mesmo por perder tanto tempo na sala de aula. Decidiu que mudaria de atitude. Seguiu a ideia que a professora tinha dado no final da conversa: combinar com Tiago de um ajudar o outro; ele ensinaria o amigo a estudar bem em casa e o Tiago ficaria de olho para ele prestar atenção durante as aulas.

E o que aconteceu com o Dudu? Exatamente o que a professora Rosa previu. Ele começou a subir de nota devagarzinho, às vezes a nota caia um pouco, mas, com o tempo, foi subindo, subindo, subindo... Tirou o primeiro 10,0 em 12,0 no final de setembro e o primeiro total em novembro.

Page 40: Livrinho do 6 ano completo

40

Nos outros anos, Eduardo e Tiago continuaram estudando direitinho, às vezes juntos também. Faziam resumos e esquemas, liam outros livros didáticos, refaziam exercícios, faziam provas e ditados um para o outro e até inventaram novas formas de estudar.

Por exemplo, Eduardo descobriu que era um aluno visual, então copiava as fórmulas de Matemática, as datas de História, os nomes complicados de Ciências e os conceitos de Geografia em cartazes e colava nas paredes do quarto. Era só bater o olho durante umas semanas, que a matéria entrava em sua mente fácil, fácil!

Tiago chegou à conclusão que era um aluno auditivo, então continuou prestando muita atenção nas aulas e lia a matéria em voz alta ou estudava dando aula para si mesmo, de frente para o espelho. Na hora da prova, vinha em sua mente sua própria voz, matando a questão!

Cada um tem um jeito de estudar que dá

mais certo. Mas enquanto não descobrimos

qual é, devemos tentar de vários jeitos,

aprendendo com cada um, várias vezes.

Page 41: Livrinho do 6 ano completo

41

O ATAQUE DOS VÍRUS

No ano de 2137, no planeta Megum, um lugar avançado em ciências, pesquisadores malucos e maldosos inventaram vírus que levam os seres humanos a danificar os livros. Um dia lançaram esses vírus no espaço.

Os vírus infectaram vários planetas, dentre eles um planeta azul e redondo perto do Sol. Após a destruição de mais de duzentos mil livros na Terra, o governo de Megum criou o CVI (Caçadores de Vírus Intergaláticos).

A chegada ao novo e misterioso planeta foi fascinante para os agentes do CVI, pois nunca tinham visto pessoas humanas. Os caçadores avisaram aos terráqueos quais eram os tipos de vírus e que doenças causavam:

NUM ACEITUM NAUM

A PESSOA CONTAMINADA POR ESTE

VÍRUS NÃO CUMPRE AS REGRAS DO

EMPRÉSTIMO NA BIBLIOTECA. ELA SE

TORNA AGRESSIVA QUANDO LHE É

COBRADA MULTA PELO ATRASO DO

LIVRO.

SEGURUM LIVRUM PARA PROVUM

O INDIVÍDUO COM ESTE VÍRUS É EGOÍSTA,

NÃO DEVOLVE O LIVRO NO PRAZO CERTO,

ACHA QUE SÓ ELE PODE USAR O QUE

TODA TURMA VAI PRECISAR PARA AS

PROVAS.

Page 42: Livrinho do 6 ano completo

42

EGOISTUS

OS HUMANOS ATACADOS PELO VÍRUS

FURTAM LIVROS E OUTROS MATERIAIS

BIBLIOGRÁFICOS QUE SÃO USADOS POR

TODOS

LEVUM CAPITULUM

ESTE VÍRUS É MUITO PERIGOSO. O

DOENTE NÃO CONSEGUE CONTROLAR

SUA ÂNSIA DE LEVAR UM OU MAIS

CAPÍTULOS DOS LIVROS PARA CASA.

PREDATORES INVETERATUS

É UM VÍRUS QUE SE ESCONDE EM LUGARES

DE DIFÍCIL ACESSO: ATRÁS DAS ESTANTES,

CANTOS ESCUROS, BANHEIROS ETC. A

PESSOA CONTAMINADA FICA COM UMA

GRANDE VONTADE DE RABISCAR, RASGAR

E RISCAR TODO E QUALQUER LIVRO QUE

ESTIVER AO SEU ALCANCE.

ESQUECIDUS

O INDIVÍDUO CONTAMINADO POR ESTE VÍRUS

RETIRA VÁRIOS LIVROS, REVISTAS E

APOSTILAS DAS ESTANTES, LÊ ALGUMAS

PÁGINAS E VAI EMBORA. SÓ QUANDO CHEGA

EM CASA É QUE SE LEMBRA O QUE FOI

FAZER NA BIBLIOTECA.

Page 43: Livrinho do 6 ano completo

43

EXPERIMENTARIUM LIVRUS

ESTE VÍRUS CONTAMINA A PESSOA

DEIXANDO-A COM UMA VONTADE

IRRESISTÍVEL DE PROVAR O GOSTO DOS

LIVROS, MOLHADO A PONTA DOS DEDOS

COM SALIVA PARA MUDAR AS PÁGINAS.

CONECTARIUM CELULARIS

O DOENTE CONTAMINADO POR ESTE

VÍRUS FICA TEIMOSO, INSISTINDO EM

FALAR AO CELULAR EM UM AMBIENTE DE

LEITURA E SILÊNCIO.

RASURUS

ESTE VÍRUS ATACA O HUMANO PROVOCANDO

NELE UMA PEQUENA AMNÉSIA. ELE SE ESQUECE

QUE O LIVRO NÃO LHE PERTENCE E GRIFA AS

PARTES QUE LHE INTERESSAM.

PAPATORUM LIQUIDUM

O ATAQUE DESTE VÍRUS FAZ COM QUE O

DOENTE ENTRE NA BIBLIOTECA COM

COMIDA E BEBIDA, SACIANDO SUA

GULODICE EM MEIO AOS LIVROS.

Page 44: Livrinho do 6 ano completo

44

Por outro lado da história, existia na cidade de Belo Horizonte um menino chamado Pedro, que tinha 11 anos e era filho da bibliotecária do colégio e do bancário de Santa Luzia uma cidade vizinha. Morava em um apartamento no Prado e gostava muito do seu colégio, tanto que, quando crescesse, queria ser professor.

Certo dia, precisou fazer uma pesquisa sobre a Gruta de Maquiné e foi fazer seu trabalho na biblioteca.

Ao entrar na biblioteca de manhã, começou a sentir algo estranho e pegou o celular, suas guloseimas, seu lápis e passou o dedo na língua. Provavelmente tinha pegado alguns tipos de vírus... Ligou para muitas pessoas, comeu suas guloseimas, rabiscou os livros e passou as páginas com o dedo molhado de saliva.

Sua mãe, que estava trabalhando na biblioteca, percebeu a doença e levou o filho ao médico.

Na sala de espera do doutor, havia uma televisão que estava ligada no Jornal Nacional, anunciando sobre cada um dos vírus.

O diagnóstico do médico foi péssimo: Pedro estava com TODOS os vírus! Não havia outra solução: seria internado aos cuidados dos agentes da CVI.

No hospital, avisaram que era preciso abrir o cérebro dele para retirar os vírus, utilizando a tecnologia superavançada trazida do planeta Megum. Ele seria operado naquele mesmo dia.

Na operação, em apenas duas horas, foram retirados todos os vírus, exceto Rasurus, que após mais 1h30 foi retirado.

Pedro foi levado até a sala de recuperação. De repente, o menino ouviu alguém o chamando, parecia a voz de sua mãe... Estranho...

― Pedro, acorde! ― repetia para ele muitas vezes.

Acordou assustado, depois falou com sua mãe:

― Mãe, aprendi uma grande lição: nunca posso estragar nenhum livro, devo cuidar deles! Jamais vou fazer coisas erradas com os livros!

Assim acabou a história com uma grande lição: cuide muito bem dos livros!

Page 45: Livrinho do 6 ano completo

45

Bagunceiro Gabriel era um menino criativo e simpático. O garoto de 9 anos tinha olhos claros e, apesar de baixinho, era muito agitado e conseguia ser a criança mais bagunceira que este mundo já viu! Gabriel estudava no Colégio Santo Agostinho e estava no 4º ano. Tinha muitos amigos, como o Ivan, o Pedro, o Júlio, a Luísa e a Helena, todos eles da turma D, na sala 110.

Gabriel tinha um problema: ele nunca era convidado a ir à casa de ninguém! No ano passado, ele havia ido à casa de Pedro, no aniversário do amigo, junto de todos os seus outros melhores amigos. Lá eles brincaram de pega-pega, esconde-esconde e de vários jogos de tabuleiro. Na hora de lanchar, a mãe de Pedro, que estava todo esse tempo na cozinha, ao sair, berrou o mais alto que pôde:

Page 46: Livrinho do 6 ano completo

46

― Ah! O que aconteceu na minha casa?! Oh, Meu Deus!

― Bem, mamãe... ― disse Pedro envergonhado.’

― Bem nada, mocinho! Eu exijo uma resposta! Isto daqui está uma bagunça! Quem quebrou o meu vaso? ― perguntou a mãe, brava.

― Que bagunça que nada, D. Ana. Assim ficou mais bonito, tá até parecendo com minha casa! ― falou Gabriel, brincando como sempre.

D. Ana, vermelha de tanta raiva, contou até 10 e se segurou para não dar uma bela de uma palmada no safado do Gabriel.

― Sabe, mamãe, é que nós guardamos todos os jogos enquanto o Biel ficava só correndo e atrapalhando e, quando nós terminamos, ele foi lá e bagunçou tudo de novo e disse que não seria necessário arrumar. Nós já estávamos perdendo a paciência e...

― Quer dizer que a culpa agora é minha?! ― reclamou Biel.

― Não, não é isso, Biel! É só que... ― tentou se explicar Pedro.

― Olha, D. Ana, o Pedro não teve culpa nenhuma. Tudo isso foi por causa do Gabriel. ― declarou Luiza, que sempre gostou de Pedro.

Page 47: Livrinho do 6 ano completo

47

― Ninguém mais me deixa falar nesta casa! ― gritou Pedro, que fez com que todos se calassem assustados (Pedro era quieto, educado). ― Foi o Gabriel que quebrou o vaso sim! Ele chutou-o para “deixar o caminho livre e pegar a Lena”. Ah! Ele também quebrou o regador do jardim e tá vazando água na mangueira. ― se impôs.

Silenciosamente, D. Ana saiu do cômodo e se dirigiu a seu quarto. Na sala, Pedro, Luísa, Gabriel, Ivan, Júlio e Helena engoliram a comida, pasmos. Aproximadamente vinte minutos depois, D. Ana, séria, voltou para a sala de visitas:

― Gabriel, vá pegar as suas coisas. Sua mãe já está vindo te buscar.

O garoto pediu licença, se levantou e dirigiu-se ao quarto de Pedro, onde começou a organizar as suas coisas. Sua mãe chegou e os dois seguiram calados por todo o trajeto em silêncio. Quando chegou em casa, foi direto ligar a televisão e ouviu sua mãe dizer:

― Desliga! A partir de agora, serão três meses sem computador, televisão e sem encontrar os amigos. Ah! Mê dê seu celular!

Envergonhado, Gabriel obedeceu as ordens da mãe e pensou: “Que bom que os meus pais são separados, só terei de aguentar isso quando estiver com a minha mãe...”

Page 48: Livrinho do 6 ano completo

48

― E não pense que eu sou boba, que o castigo vai ser só aqui e na casa de seu pai vai ser tudo moleza. Eu já conversei com seu pai e lá será o mesmo esquema ― completou a mãe Jacqueline, acabando com os sonhos do filho.

Gabriel realmente passou os três meses seguintes de castigo e, quando o castigo acabou, se passaram várias semanas e ele não foi convidado a ir à casa de nenhum dos amigos. Achou aquilo estranho, mas não deu muita bola, até o dia em que Pedro, seu melhor amigo, entregou o convite de seu próximo aniversário a todos, menos a ele.

― Desculpe, Biel, mas minha mãe me proibiu de convidar você para ir lá em casa para sempre ― se justificou Pedro.

Gabriel ficou muito incomodado. Então permaneceu calado até o fim do recreio, quando... ao ouvir a conversa dos outros, percebeu que eles falavam do bolo de laranja que a D. Sônia, mãe da Lu, havia feito junto a eles no domingo. Estranhando aquilo, Biel resolveu perguntar:

― Quando você convidou a gente? Eu não ouvi!

― Você não ouviu porque eu não convidei você ― revelou a Luciana.

― Anh?! Mas por quê?

― Eu não queria que você fizesse aquela bagunça da festa do Pedro lá em casa e minha mãe me deixasse de castigo por um mês, como a mãe do Pedro fez com ele! Foi mal, Biel!

Page 49: Livrinho do 6 ano completo

49

Depois disso, Gabriel se desesperou. Saiu dali calado, rapidamente, e passou o resto da aula encolhido, atrás de um livro. Chegou em casa e caiu aos prantos, chorou no colo de sua mãe, pedindo ajuda. Ela lhe deu um conselho, disse para ele que procurasse, dos amigos, quem seria o mais compreensivo e conversasse com este.

No dia seguinte, Gabriel saiu de casa decidido: iria conversar com Helena.

― Oi, Lena... ― disse Biel, meio sem jeito.

― Oi, Biel, você tá bem? Eu fiquei preocupada depois de ontem! ― disse Lena, simpática como sempre (o que fez Biel se sentir aliviado: havia escolhido a pessoa certa!).

― Na verdade, Lena, eu queria conversar. Você pode?

― Claro, Biel, pode falar.

― Bem, é que primeiro eu queria saber o que eu faço que incomoda tanto a vocês...?

― Olha, você estraga, amassa, bagunça nossas coisas e isso não é muito legal...

― Isso é tão ruim assim?

Page 50: Livrinho do 6 ano completo

50

― É.

Neste momento, Gabriel se lembrou de uma coisa: Helena era a pessoa que mais recebia convites. Ela poderia ajudá-lo.

― Lena, o que você faz para as pessoas gostarem tanto de receber você em casa?

― Bom, para ser uma boa visita, você precisa seguir alguns princípios: o primeiro diz sobre educação com os donos da casa, o segundo é sobre ser “pró-social”, ou seja, observar os princípios dos moradores e agir de acordo com eles...

― Mas isso eu tento fazer!

― Eu sei, mas você não me deixou terminar! E o terceiro diz que devemos deixar os lugares por onde passamos em igual ou melhor estado do que encontramos. Acho melhor você começar a pensar mais nesse último.

― Eu vou. Mas como vou mostrar isso aos outros?

― Eu já tenho a solução! Vou chamar vocês para irem a minha casa no sábado!

No sábado, eles foram à casa de Helena, e Gabriel realmente pensou nos princípios de um bom visitante. Os seus amigos ficaram maravilhados com a mudança de atitude de Biel, que passou a ser tão convidado quanto Lena e, com isso, foi muito feliz.

Page 51: Livrinho do 6 ano completo

51

Fiscalização Matinal

A blitz da organização Chegar da aula é o mesmo que jogar a mochila na sala e cair no sofá. Afinal, alunos como Izabela, que sempre estão pensando em mais de uma coisa e vivem com pressa, precisam de um merecido descanso.

Com quase 9 anos e muita coisa para fazer, Izabela chega em casa, descansa, almoça e corre para o quarto com o chumbo que chama de mochila. Abrir a agenda é fácil, difícil mesmo é encontrar a folha de Geografia e entender quais são as páginas do dever de Matemática. No dia seguinte, a aluna tem que vencer a timidez e encarar a bronca da professora.

Page 52: Livrinho do 6 ano completo

52

Vida de estudante não é fácil mesmo... e sempre pode complicar. Há algumas semanas a professora passou a entrar na sala e fazer o que se pode chamar de “Fiscalização Matinal”. Funciona mais ou menos assim: ela entra em sala e escreve no quadro, abaixo do relógio que marca as sete da manhã, que naquele dia tem blitz nas mochilas. Ninguém pode mexer no material até que a professora passe entre todas as carteiras fiscalizando. E quando ela chega perto da mochila vermelha de uma loirinha que costumam chamar de Bela, o bicho pega! É o momento em que os dois olhinhos castanhos da menina tomam o rumo do chão e o dedo fino da professora aponta para lhe chamar a atenção.

Aí é escrito o danado do bilhete na agenda. É o instante em que o rigor da professora e a paciência da mãe se unem para mostrar o quanto a capa riscada do livro de Ciências e a folha do trabalho de História... e todos os outros materiais sem cuidado, perdidos, desorganizados, rasgados, rabiscados... são importantes. Então a fiscalização, que só acontecia na escola, é levada para dentro de casa.

O único modo que Izabela encontrou de manter a ficha limpa foi obedecer a dupla imbatível. Mas não sabia como... A pessoa mais organizada que conhecia era a vovó Dóris. Pegou o telefone e ligou para ela.

― Oi, vó!

― Oi, Bela!

― Ai, vó, help! Na minha agenda tem um monte de bilhetes de deveres não feitos e materiais esquecidos... Preciso, urgente, ficar tão organizada como você!

― Em primeiro lugar, você precisa saber o que a está atrapalhando.

― Ahn... Deixa eu ver... Acho que é a preguiça... muita preguiça!

― Então é fácil! O segredo é não ter mais preguiça. Pense que guardar a folha no lugar certo ou copiar a agenda corretamente gasta

Page 53: Livrinho do 6 ano completo

53

apenas alguns segundos. E você economizará tempo ao não ter que ficar procurando suas coisas depois.

No final da conversa, Bela decidiu comprar uma pasta com cavidades para cada matéria. A partir daí, sempre que o final da aula era anunciado pelo sinal, pegava a pasta na mochila, que estava com cadernos, livros, tudo no lugar certo, e guardava atividades e provas no local destinado para cada matéria. Bela também aprendeu a anotar o dever na agenda na hora em que o visse no quadro e com capricho, não em forma de rabisco.

Page 54: Livrinho do 6 ano completo

54

Bela teve que ter paciência com ela mesma, pois nem sempre dava conta de se organizar, e aceitar puxões de orelha, mas valia tudo para ter o sorriso da professora ao chegar perto dela.

E não é que as consequências foram boas? Continuamente, no início da aula, Bela ganha prêmios por organização. A mãe, coruja, está muito orgulhosa do desempenho da filha. E Izabela também ficou feliz, afinal as notas, o cuidado e a organização estão sempre merecendo elogios. Agora a “Fiscalização Matinal”, que antes era temida, é digna da expectativa de Bela. E a lição que ela aprendeu serve para todos os colegas e até mesmo para os adultos, já que na vida há males que vem para o bem.

Page 55: Livrinho do 6 ano completo

55

Aprendendo a falar a verdade

Era uma manhã de outono na cidade de Belo Horizonte. Os alunos do Colégio Santo Agostinho estavam se preparando para mais um dia de aula.

Carla era uma menina muito esperta e curiosa, que adorava ouvir as histórias de sua avó materna, Rita. Ela tinha 7 anos e seus cabelos eram avermelhados. Apesar da pouca altura, mostrava ser uma pessoa determinada e corajosa.

Aos poucos, o colégio ficava cada vez mais animado. Às 7h10 todos já estavam em suas salas, inclusive Carla e seu melhor amigo, Júlio. Nesse instante, a porta do 2º ano G se abriu, e a aula de Ensino Religioso teve início com a chegada da professora Nathalia.

Nathalia era uma professora querida por todos os estudantes. Depois da chamada, ela começou a falar:

― Crianças, vocês sabem que dia é hoje?

Na mesma hora Júlio levantou a mão e disse:

― Hoje é dia 28 de abril.

― Também. Mas o que o torna tão especial é o que celebramos: o Dia da Boa Ação ― acrescentou Nathalia com brilho nos olhos.

― O que é o Dia da Boa Ação, professora? ― perguntou Carla.

― É um dia comemorado em todo o mundo, quando as pessoas são incentivadas a praticar um ato de solidariedade ou gentileza. Vocês já assistiram ao filme “A corrente do bem”?

Dos 30 alunos do 2º ano G, 13 já tinham assistido e adorado!

Page 56: Livrinho do 6 ano completo

56

― Esse filme foi baseado em um livro que inspirou esse movimento de Boa Ação. E agora nossa escola vai começar a participar desse projeto. Querem saber como? ― perguntou a professora.

Todos disseram que sim!

― Hoje nós vamos à biblioteca para ouvir histórias de boas ações dos alunos do 6º E.

Ao ouvir essas palavras, os meninos e as meninas começaram a se levantar, indo formar duas filas.

Na biblioteca, eles sentaram em quartetos nas mesinhas, ansiosos para escutar as histórias. No momento seguinte, ouviram vozes e deduziram ser os adolescentes do 6º E.

Diferente do que pensavam, os alunos do 6º ano eram muito simpáticos e atenciosos com os menores. Apesar de que alguns eram mais tímidos e outros desinibidos, todos eles estavam sorrindo.

Com um pedido de silêncio da professora Nathalia, os adolescentes apresentaram-se. Junto com eles estava a professora Aline, que ensinava Produção de Textos.

Cada aluno do 6º ano contou uma história, mas a de que todos mais gostaram foi a relatada por Matheus sobre uma menina chamada Alice.

Alice precisou de um apontador e, como não havia trazido o dela, pediu emprestado o de seu colega Tomás. Sem querer, deixou-o cair e ele se quebrou. Com medo das consequências, não assumiu a verdade quando o colega a acusou de ter estragado seu apontador. Alice disse não ter sido ela, que o objeto já estava quebrado. Mas todos tinham visto o que acontecera. Alice ficou tida como mentirosa e acabou perdendo a confiança da turma e uma amizade. Então ela aprendeu a lição, se arrependeu e, fazendo esforço para sempre dizer a verdade, recuperou a confiança de todos.

Page 57: Livrinho do 6 ano completo

57

Entretidos com as palavras do garoto, Carla levantou a mão e perguntou:

― Essa história é verdadeira?

Feliz com a atenção dos pequenos, Matheus respondeu:

― Por que não? A lição dessa história é falar sobre a verdade.

Entendendo a mensagem, os estudantes do 2º G bateram palmas para os do 6º E, que ficaram orgulhosos com a alegria das crianças.

Quando o sinal tocou, os do Infantil foram para as suas próximas aulas felizes e pensativos.

Ao final das aulas os meninos do 2º ano começaram a contar para seus pais o que tinham aprendido naquele dia.

Page 58: Livrinho do 6 ano completo

58

Ana Laura, mãe de Carla, estava levando sua filha para a casa de sua mãe, Rita. Chegando na casa da vovó Ritinha, Carla almoçou, fez o dever e brincou com seus primos. Parecia uma coincidência, mas justamente naquele dia ela teve a oportunidade de colocar em prática o que havia aprendido.

Sua priminha Roberta, sem querer, rasgou o livro “A Ilha Perdida” de seu irmão. Com medo de dizer a verdade, ela não contou o que tinha ocorrido. Quando ele viu as condições de seu livro favorito, chorou bastante. Vendo o estado do primo, Carla resolveu ensinar a Roberta a lição da verdade. Então a priminha revelou o que tinha acontecido ao irmão, prometendo consertar o livro. Todos os outros primos também se ofereceram para ajudar.

No final, o livro estava consertado e as crianças testemunharam de perto a importância da verdade e da coragem de assumir o próprio erro.

E foi com esses pensamentos que Carla adormeceu.

Page 59: Livrinho do 6 ano completo

59

A superação de Arthur, o bagunceiro

Arthur era um menino de cabelos castanhos e arrepiados, olhos azuis e um dos mais altos da turma H do 3º ano. Porém, se portava mal em sala de aula, conversava com seus colegas, atrapalhando-os, não prestava atenção, não levantava a mão para falar, brincava durante a aula. Enfim, ele era um menino muito agitado e que tinha sérias dificuldades na escola.

A professora já havia chamado a atenção dele várias vezes e de nada adiantava. A situação acabou nas mãos da diretora da escola.

― O que eu faço agora? Meus pais foram chamados na diretoria! Estou frito! ― pensava Arthur enquanto aguardava o chamado da diretora.

― Dona Manuela e Seu Pedro, podem entrar! ― chamou a diretora, Dona Estefânia.

Eles entraram e se sentaram em frente à mesa da diretora. Ela começou a contar um monte de coisas erradas que ele tinha feito: não fazia os deveres, conversava demais, criticava... Arthur já estava cansado de ouvir e com medo da reação de sua mãe e de seu pai. A reunião terminou e os pais não disseram uma palavra para o filho. O menino entendeu, então, que pior do que enfrentar a braveza dos pais era perceber o quanto estavam decepcionados com ele.

Em casa, Seu Pedro conversou com o filho em tom enérgico e firme. Disse a ele verdades que doíam, mas que eram para o bem dele. No final da conversa, Arthur tinha entendido que, se não mudasse de atitude, corria o risco de não passar de ano ou de ser sempre um aluno medíocre, que mais tarde podia não conseguir um bom emprego nem se relacionar bem com seus colegas de trabalho e ainda podia nunca ter amigos verdadeiros nem conseguir formar uma boa família.

No dia seguinte, Arthur pediu para falar em particular com sua professora Cida. Disse a ela tudo o que sentia.

Page 60: Livrinho do 6 ano completo

60

― Sabe, Cidinha, eu várias vezes tentei melhorar, mas nunca consegui. No máximo consigo ficar um dia quieto, mas no outro volto a ser como sou...

A professora estava muito emocionada. Pela primeira vez seu aluno mais difícil estava realmente disposto a mudar.

― Arthur, acho que esta é a primeira vez que você quer de verdade ser melhor. E eu vou ajudá-lo!

A primeira coisa que a Cida fez foi tirar o aluno do fundo da sala e colocá-lo sentado na primeira carteira, pertinho dela. Depois, chamou os três melhores alunos da turma e pediu para o Arthur contar para eles o que já tinha dito para ela. Todos os três quiseram ajudá-lo também. Cada um teve uma ideia diferente:

― Vamos nos assentar perto de você, dois do seu lado e um atrás. Assim não deixaremos que converse com ninguém! ― falou Leo.

― Sempre que você fizer uma gracinha, virar para o lado ou falar sem levantar a mão, vamos lhe dar um cutucão e chamar a sua atenção! ― propôs Laurinha.

― E se você ficar comportado durante, digamos, uma semana inteira, pensaremos em uma surpresa para lhe dar! ― exclamou Fernanda.

Arthur ficou muito agradecido e combinaram de dar início ao plano no próximo dia. Na manhã seguinte, cedinho, quando o menino chegou a sua sala, já encontrou os três novos amigos esperando por ele. Sentou-se em sua carteira, na frente da sala e não pôde deixar de quase morrer de rir!

Na carteira da Fernandinha, estava pregado um bilhete:

Na mesa da Laurinha, outro assim:

EI! OLHE PARA FRENTE!

Page 61: Livrinho do 6 ano completo

61

E, atrás, na mesa do Leo, leu a frase:

Sentiu muita gratidão pelos seus colegas e decidiu ser ainda mais esforçado. Passou toda a primeira aula prestando atenção e procurou fazer o mesmo em todas as aulas. Mas como não estava acostumado, de vez em quando recebia um cutucão do Leo ou um “shhh” das meninas ao seu lado.

No final da semana, na sexta-feira, quando chegou na sala, teve uma surpresa: em cima de sua carteira os colegas tinham colocado o seu bombom favorito. Ele tinha conseguido! Uma semana inteira de esforço!

Nem bem tinha guardado o bombom, chegou na sala D. Estefânia, a diretora.

― Bom dia, alunos!

― Bom diaaaaa! ― responderam todos em coro.

― Hoje vou lhes fazer uma proposta. Irei, na próxima semana, passar em todas as salas de 2º ao 5º ano para ver o comportamento dos alunos e vou premiar a melhor sala com jogos e brinquedos para todos. O que vocês acham?

― Obaaaa! ― gritaram todos novamente.

Arthur, então, se concentrou mais em ser um aluno disciplinado. No recreio, estranhou: por onde passava ouvia algum aluno de outra turma

SE VOCÊ ESTIVER LENDO ISSO,

ESTÁ OLHANDO PARA O LUGAR ERRADO!

A AULA É DO OUTRO LADO!

Page 62: Livrinho do 6 ano completo

62

rindo e falando que a turma H ia perder por sua culpa. Mas ele não estava nem ligando, pois sabia que agora dava conta de ser um bom aluno e que sua turma tinha mais chance de vencer!

A diretora passou a semana seguinte observando todas as salas e conversando com as professoras. Na sexta-feira, os alunos foram reunidos no auditório. Estavam empolgados, esperando o anúncio da D. Estefânia.

― A turma vencedora é... é... o 3º ano H!

Os alunos da turma H começaram a comemorar.

― Arthur! Arthur! Arthur! ― gritavam todos e até três meninos tentaram levantar o garoto nos ombros.

O resto dos alunos do auditório estavam em silêncio. Eles haviam percebido que tinham deixado de se esforçar pensando que qualquer turma seria melhor que a turma H. Eles não imaginavam que Arthur poderia surpreender a todos.

Arthur mal podia acreditar! Ficou tão, mas tão feliz que até demorou a pegar no sono naquela noite. Para ele essa felicidade valia mais que aquela falsa que sentia quando fazia as gracinhas e seus colegas riam ou quando criticava alguém e sentia-se superior. Aquela alegria era verdadeira e duradoura. E o melhor é que podia ser compartilhada com seus novos amigos e com seus pais!

Arthur não se tornou o melhor aluno nem tirava as melhores notas da sala. Mas foi um bom aluno, com notas acima da média (às vezes até perto do total!), com amigos verdadeiros, querido pelos colegas e pelas professoras e muito, muito feliz. Ele nunca mais viu no rosto de seus pais a decepção que tinha visto naquele dia da reunião com a diretora. Sua mãe estava sempre contando para as amigas como o filho era esforçado e amigo de todos e o pai sempre dizia o quanto se orgulhava dele e que um dia seria um ótimo profissional e pai de família.

Page 63: Livrinho do 6 ano completo

63

MELECA NA BOCA DO OUTRO

É FOFOCA

Nossa protagonista era uma menina de 10 anos, alta e loira, que se chamava Popó, quer dizer, Poliana. Estudava em um colégio só de meninas, com regras rígidas de disciplina. A única aula em que se sentia livre era a de Educação Física. Nesse momento, todas as alunas se divertiam muito, jogando queimada, conquista e várias outras brincadeiras.

Um dia, entre um jogo e outro da aula de Educação Física, a professora permitiu que as alunas fossem beber água. Popó foi a primeira e percebeu que havia uma meleca bem no ralo do bebedouro. Diante dessa visão, a garota perdeu a sede, mas foi discreta e não gritou de nojo. Porém Alice, a menina que vinha logo atrás, no momento em que Popó saiu, também viu a meleca e, fofoqueira que era, deduziu que a meleca era de Poliana.

Page 64: Livrinho do 6 ano completo

64

Foi aí que começou o inferno para nossa protagonista. Alice espalhou para toda a escola que Popó era uma porca. Nos dias que se seguiram, ninguém se aproximou da menina, deixando-a magoada, confusa, sem entender o que se passava.

Então ela decidiu perguntar a Ângela, companheira desde o primeiro período.

― Ângela, por que ninguém fala comigo?

― Ora, Popó, depois do que você fez, nem eu estou muito a fim de chegar perto de você... ― respondeu Ângela, logo se afastando.

Popó, então, decidiu procurar Raquel, menina também discreta, embora muito solitária.

― Oi, Raquel! Posso te fazer uma pergunta?

― Claro!

― Você saberia me dizer por que estão me isolando ultimamente?

― Olha, Popó, não sei não, não gosto de conversa fiada...

― Mas estamos falando de mim, então não é conversa fiada!

Page 65: Livrinho do 6 ano completo

65

― Bem, ouvi por aí que você sujou o bebedouro de meleca. Disseram que todas as meninas viram a meleca lá...

― É claro que viram, pois até eu vi! Acontece que quis ser discreta e não comentei nada com ninguém e... agora pensam que fui eu... Então é por isso... Mas quem espalhou essa fofoca?

― Ah, isso eu não sei. Mas sabe como é, nem todos são discretos como nós. A conversa chegou em mim e aqui parou. Principalmente porque eu não tinha ouvido você nem estava lá na hora.

― Obrigada, Raquel.

Conhecendo a natureza de Alice, Popó logo deduziu quem era a fofoqueira e foi direto na fonte. Pediu a ajuda da professora para chamar toda a turma e contou o que tinha acontecido no dia da meleca no bebedouro.

Page 66: Livrinho do 6 ano completo

66

Alice, então, admitiu que não tinha visto quem sujou o bebedouro, apenas tinha deduzido que era Popó.

Ninguém nunca soube, afinal, a identidade da porca do bebedouro, mas, a partir daquele dia, todas aprenderam que as palavras voam rápido e podem magoar as pessoas. Então é melhor ser sempre discreto.

Page 67: Livrinho do 6 ano completo

67

EM QUE POSSO AJUDAR?

Em uma manhã fria de junho, a professora chegou na sala carregando pilhas de livros e nenhum aluno se ofereceu para ajudá-la, mesmo vendo que precisava. Então ela pediu:

― Daniel, por favor, você pode me ajudar a carregar esse material?

O garoto, quando a ouviu dizer isso, foi correndo ajudar. Em seguida, a aula começou.

Ao final da aula, ele, seu amigo de sala e seu irmão estavam subindo a rua para ir para casa quando Daniel parou e disse a seu amigo Gabriel:

― Sabe, achei uma injustiça a professora pedir para eu ajudá-la!

Ao que o amigo respondeu:

― Claro que não, Daniel! Ela estava carregando muitas coisas e estava certa em pedir ajuda. Se ela tivesse me pedido, eu iria numa boa, sem nem reclamar!

O irmão do garoto, escutando tudo, os interrompeu dizendo:

― Meninos, parem com essa discussão! Os dois estão errados! Você, Daniel, por estar reclamando por ela ter lhe pedido, e você, Gabriel, por estar falando que, se a professora tivesse lhe pedido, você ia! Os dois, desde a hora que a viram, deveriam ter tido a iniciativa de ajudá-la. Espero que vocês tenham aprendido e, da próxima vez, façam isso que eu disse!

Em casa, Daniel ficou pensativo. Ele não sabia em que podia ajudar, mas queria ter a iniciativa. À noite, sua mãe estava fazendo o jantar e ele perguntou se podia ajudá-la:

― Mamãe, você precisa de ajuda?

― Obrigada, filho, mas já estou acabando... Ah, que tal por a mesa do jantar? ― respondeu a sua mãe, D. Ana.

Page 68: Livrinho do 6 ano completo

68

Em seu quarto, Daniel ficou pensando: Gostei de ajudar... Em que mais posso colaborar? Pensou em pedir ajuda a seus amigos.

No dia seguinte, na escola, reuniu-se com seus colegas na hora do

recreio. Daniel falou de seu problema de não saber como ajudar:

― Gente! Estou com uma dúvida cruel: não sei como ajudar! ― exclamou o menino.

Seu melhor amigo, Gabriel, respondeu:

― Eu também fiquei pensando nesse assunto...

― Já sei! ― gritou Júlia. ― Podemos perguntar à professora!

Os colegas gostaram da ideia. O sinal tocou e todos aguardaram na fila. Quando a professora chegou, as crianças perguntaram em coro:

― Joana, como podemos ajudar?

― Meus queridos, vocês podem me ajudar a entregar as folhas e livros, ajudar os colegas quando tiverem dúvidas. Em casa, arrumar a cama e o quarto, deixando os brinquedos no lugar. ― respondeu a professora.

― Então com pequenas atitudes podemos ajudar! ― concluiu Daniel.

A partir desse dia Daniel e seus colegas passaram a ficar atentos nas oportunidades em casa e na escola para ajudar as pessoas.

Page 69: Livrinho do 6 ano completo

69

Respeitando as diferenças

Em uma cidade grande, havia uma escola chamada Primus. Nela tudo era muito bom: os professores, o espaço, as aulas, etc. Tudo ia muito bem, mas, no 3º ano E, tinha um menino que era rejeitado por sua turma. Por ser baixinho e meio gordinho, os outros colegas só sabiam criticá-lo. Sempre o excluíam das brincadeiras e ele nunca era escolhido nas atividades.

Esse menino se chamava Jorge. Em todos os recreios o garoto andava sozinho, não tinha nenhum amigo com quem pudesse compartilhar seus segredos e suas emoções. Então, por não ter ninguém, ele decidiu criar um amigo imaginário. Os seus colegas zombavam sempre dele e começaram a chamá-lo de louco por ficar falando sozinho.

Jorge ficava muito triste, com todos aqueles xingamentos: feio, gordo, baixinho, chato, doido, entre outros. E cada vez mais ficava magoado e tímido.

Sempre tinha pensado que não devia ligar para o que os outros pensavam dele, mas aquilo já estava ficando insuportável, era demais! Todo dia a mesma coisa, nas aulas de Educação Física era o último a ser escolhido para compor o time, nas aulas em que a turma fazia grupo sempre ficava sozinho. Nunca pensou que algum dia fosse chegar a esse ponto, então decidiu tomar providências.

Page 70: Livrinho do 6 ano completo

70

Na manhã seguinte Jorge foi falar com a professora sobre o que estava acontecendo, explicou tudo, o seu constrangimento, a sua timidez e a exclusão.

A professora Cármen prestou bastante atenção no que ele lhe disse e explicou que já havia percebido o que estava acontecendo, mas estava esperando que Jorge viesse falar com ela. E ainda falou que estava muito feliz com ele por ter se aberto com ela e que ia conversar com os alunos naquele dia mesmo. O garoto saiu da sala expressando sua gratidão por meio de um grande e bonito sorriso.

Como combinado, quando os colegas chegaram à classe de volta do recreio, a professora anunciou que pegaria um tempo da aula para uma conversa séria. Todos os meninos, exceto Jorge, se espantaram e pensaram: aí vem bronca!

A professora começou a conversa:

― Todos já sabemos que ninguém é perfeito, não é?

Page 71: Livrinho do 6 ano completo

71

Os alunos responderam em coro “Ééé!” e ela prosseguiu:

― Certo. Todos aqui sabem que somos diferentes um dos outros, ninguém é igual a ninguém. Um é mais gordinho, outro mais magrinho, uma mais rápida em compreender a matéria, outras mais devagar. Muitos chamam de defeitos, mas eu chamo de diferença. Temos sempre que respeitar o diferente, parar de ligar para a aparência e conhecer a pessoa por dentro.

Jorge suspirou aliviado. Todos os seus colegas estavam em silêncio e prestando a maior atenção. Será que perceberam que ela estava falando dele? A professora continuou:

― Eu acho a exclusão uma das coisas mais feias que se pode fazer com alguém. Antes de dizer ou fazer qualquer coisa, devemos nos colocar no lugar do outro, imaginar se o que estamos falando estivesse sendo dito para nós. Eu sei que ficariam muito tristes, então, por favor, eu peço que respeitem as diferenças de cada um, não só em sala de aula, mas em todos os lugares. Nunca se esqueçam disso, pois vão levar para a vida inteira!

Durante as outras aulas os alunos ficaram calados, refletindo, pois perceberam que o que estavam fazendo com Jorge era muito errado. No final da aula, vários pediram desculpas a ele. Daquele dia em diante todos ficaram amigos dele e fizeram esforço para o conhecerem melhor. Se arrependeram de tudo o que tinham falado de ruim para o garoto, que agora era um dos mais queridos da série.

Passaram-se anos e anos e os alunos não esqueceram o que a professora Cármen lhes ensinou e, como ela disse, levaram para a vida inteira.

Page 72: Livrinho do 6 ano completo

72