Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aula
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1 0 º E N C O N T R O
O P R O C E S S O D E C O M P R E E N S Ã O D E O B R AS
L I T E R Á R I AS : “ AT É PAS S AR I N H O PAS S A” D E
B AR TO L O M E U C AM P O S D E Q U E I R Ó S
C L AU D I A G AZ Z O L A
Língua Portuguesa: a pesquisa e o trabalho em sala de aula.
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Leituras do texto literário em contexto escolar
OBJETIVOS
A pesquisa teve como objetivos investigar e
refletir sobre o tratamento didático dado ao
texto literário no contexto escolar e sugerir
situações didáticas que evidenciam a riqueza e
a natureza do texto literário para o trabalho no
ensino fundamental I e II.
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POR QUE O TEXTO LITERÁRIO?
Por ser plurissignificativo por natureza, ou
seja, pela multiplicidade de sentidos que a
linguagem subjetiva do texto literário oferece.
“A literatura corresponde a uma necessidade universal que
deve ser satisfeita sob pena de mutilar a
personalidade, porque pelo fato de dar forma aos
sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos
liberta do caos e portanto nos humaniza. Negar a fruição
da literatura é mutilar a nossa humanidade. (Antonio Candido.
O direito à literatura. In Vários escritos, 1995)
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Vincent Jouve (A Leitura – 1993), afirma: “Se a
leitura literária tem uma especificidade, é [...] por
meio de seus efeitos que se deve tentar apreendê-
la.”
Jouve cita Michel Picard (1987) que atribui três
funções essenciais à leitura dos textos literários:
* a subversão na conformidade;
* a eleição do sentido na polissemia;
* a modelização por uma experiência de realidade
fictícia.“[...] a leitura literária é, desses três modos, uma prática
frutuosa da qual o sujeito sai transformado.” (Jouve,1993)
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“A experiência literária não só nos permite saber da vida por
meio da experiência. Ou seja, a ficção feita palavra na
narrativa e a palavra feita matéria na poesia são processos
formativos tanto da linguagem quanto do leitor e do escritor.
Uma e outra permitem que se diga o que não sabemos
expressar e nos falam de maneira mais precisa o que
queremos dizer ao mundo, assim como nos dizer a nós
mesmos.
É por possuir essa função maior de tornar o mundo
compreensível transformando sua materialidade em palavras
de cores, odores, sabores e formas intensamente humanas
que a literatura tem e precisa manter um lugar especial nas
escolas.” (Rildo Cosson, 2009)
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Magda Soares – A escolarização da literatura
infantil e juvenil (1999), afirma que os
exercícios propostos aos alunos sobre os
textos literários não abordam o que é
essencial neles: a percepção de sua
literariedade (recursos de expressão, uso
estético da linguagem).
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Exercícios de compreensão ou copiação nos
manuais de ensino de língua? L.A Marcuschi, 1996
Num total de 1463 perguntas encontradas em sete manuais
em uso nas escolas (particulares e públicas):
60% - cópia
30% - caráter pessoal
5% - relação com alguma informação textual
poucas – reflexão crítica
* Mais da metade dos exercícios de compreensão dos
manuais pode ser dividida em: perguntas respondíveis sem a
leitura; perguntas não-respondíveis, mesmo lendo o texto;
perguntas para as quais qualquer resposta serve; perguntas
que só exigem cópia.
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“Na escola, a leitura literária tem a função de nos
ajudar a ler melhor, não apenas porque possibilita
a criação do hábito de leitura ou porque seja
prazerosa, mas sim, e sobretudo, porque nos
fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz, os
instrumentos necessários para conhecer e
articular com proficiência o mundo feito linguagem.
[...] Ao professor cabe criar as condições para que
o encontro do aluno com a literatura seja uma
busca plena de sentido para o texto literário, para
o próprio aluno e para a sociedade em que todos
estão inseridos.” (Cosson, 2009)
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Por que Bartolomeu Campos de Queirós?
A escolha do conto foi motivada pela importância
que esse autor tem para a literatura brasileira e pela
riqueza da matéria literária do texto de Bartolomeu
Campos de Queirós.