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    TraduoDegmar Ribas Jnior

    CB4D

    Rio de Janeiro

    DIGITALIZADO POR

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    FFABRICANTE DE TENDAS Veja Ocupa-es: Fabricante de Tendas.

    FBULA A palavra fbula usada no NT(no ocorre no AT) para traduzir a palavra

    mythos. Esta palavra grega tambm foi tra-duzida como fico (Goodspeed), mito> NEB), conto de fadas (Phillips, Tt 1.14) etc.

    A palavra j foi quase sinnimo do gr. logose rhema, palavra (cf. Trench, p. 337). An-tes da poca do NT ela chegou a significar oue era fictcio em oposio a logos - a ver-adeira expresso ou pronunciamento (Jo1.1). No NT, ela transmite este sentido emtodas as suas ocorrncias (1 Tm 1.4; 4.7; 2Tm 4.4; Tt 1.14; 2 Pe 1.16). Nestas cartas apalavra provavelmente se refira a histriasfictcias inventadas por mestres judeus (Tt1.14)

    , baseadas no AT e arquitetadas paradesviar os cristos da verdade.

    H fbulas no AT, embora o termo no sejausado para design-las desta forma. Compa-re a fbula de Joto sobre as rvores esco-lhendo o seu rei (Jz 9.7-21), e a fbula de Jeosdo cardo e do cedro do Lbano (2Rs 14.8-10).

    J. McR.

    FACA Um instrumento manual afiado usa-do para cortar. Idiomas antigos do desig-naes imprecisas e h pouca consistnciana meia dzia de palavras hebraicas tradu-zidas como faca, espada, navalha. Opropsito para o qual o instrumento foi pro-

    duzido, e a maneira de operao, parecemmais teis para se decidir que palavra mo-derna utilizar na traduo.

    As facas eram feitas, a princpio, de pedra(Js 5.2ss.), e, mais tarde, de bronze e ferro.Uma faca tpica era uma lmina reta de 15a 25 cm de comprimento, com o cabo e a l-mina compostos por uma s pea.Os principais usos eram: domstico (paracortar carne e para preparar alimentos; nousada no ato ae comer, Gnesis 22.6), pro-fissional (canivete de escrivo, Jeremias

    36.23), e ritual (Js 5.2; 1 Rs 18.28). Somenteuma vez a faca usada metaforicamente (Pv30.14) , sendo a espada a figura usual.

    FACE' O frescor e o formato redondo da faceeram um sinal de beleza juvenil (Ct 1.10;5.13). Ser ferido na face era considerado umaofensa mortal (Jo 16.10; Mq 5.1; Mt 5.39). Atmesmo um escravo preferira receber um soco

    a uma bofetada no rosto. A frase Feriste atodos os meus inimigos nos queixos (SI 3.7) um smbolo da sua completa destruio.

    FACE2 Palavra usada para indicar a partemais exposta vista; desse modo, a face docho, da gua, do cu etc. Nas Escrituras,ela freqentemente indica a presena em umsentido geral; e quando usada em relao aDeus, significa a sua presena em um senti-do vigoroso. Ado e Eva esconderam-se daface de Jeov ou da presena do Senhor.Por causa da glria de Deus, foi dito a Moiss:No poders ver a minha face, porquantohomem nenhum ver a minha face e viver(Ex 33.20). Assim, ningum em seu estadode vida atual pode suportar o pleno esplen-dor da glria de Deus (1 Co 13.12; 1 Jo 3.2;

    Ap 22.4). No entanto, quando o esplendor daglria do Senhor est encoberto, o homem

    pode contemplar tal revelao (Gn 32.30; Jo1.14) . Os pes das faces eram os pes da

    roposio, que simbolizavam a presena deleus. Veja Po da Proposio.A palavra tambm sugeria favor, ira, justi-a, severidade (SI 44.3; 67.1; Dn 9.17; Gn16.6,8; Ex 2.15; Ap 6.16). 'Esconder o rostoou cobrir o rosto expressava humildade ereverncia (Ex 3.6; Is 6.2), e era um sinal deluto (2 Sm 19.4). Manifestar algo no sem-

    blante indicava determinao (Lc 9.51), edesviar o rosto expressava apatia ou dis-crdia (2 Cr 29.6; Ez 14.6).

    Bibliografia. Eduard Lohse, lProsoponetc., TDNT, VI, 768-780.

    , E. C. J.FASCAS Este termo a traduo de diver-sas palavras hebraicas.1. Heb. bene-reshep, literalmente fascas das

    brasas (J 5.7). Significa pedaos de carvoem brasa que saltam de um feixe de madei-ras em chamas ou de um incndio em umarbusto. Assim como natural que as fas-

    cas saltem do fogo, tambm natural que ohomem enfrente problemas na vida.2. Heb. shabib (J 18.5} refere-se ao brilhoremanescente do pavio de uma lmpada pen-durada em uma tenda (cf. J 18.6; 29.3).Quando ele se apaga, a tenda mergulha nastrevas (J 21.17). Essa imagem usada deforma figurada para mostrar o que acontececom o homem mpio e pecador que trilha osseus maus caminhos.

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    FA SCASFA SCASFA SCASFA SCAS FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES

    O deus assrio Assur. ORINST

    3.

    Heb. kdod (J 41.19) refere-se quilo que

    salta da boca do leviat, quer este seja umfabuloso monstro do mar, quer seja um cro-codilo. Em algumas ocasies o crocodilo ex-pele correntes de seu hlito como vapor dassuas narinas com um espirro ou com um urro.Este fato, portanto, teria a aparncia de fu-maa, e talve2 fizesse com que as pessoas oassociassem idia de chamas ou fascas.4. Heb. nisos (Is 1.31) uma figura da rpi-da passagem da pessoa forte ou arrogantepelo fogo consumidor do julgamento divino.5.

    Fascas, tambm ties ou dardos flame-antes, ziqot (Is 50.11), so smbolos das in-rias e blasfmias que os pecadores lan-

    am contra os servos de Deus. Eles podemser comparados com o fogo infernal de umalngua ferina (Tg 3.6).

    H. E. Fi.

    FALCO VejaAnimais: III.27.FALEQUE A forma grega de Pelegue (q. o.;Lc 3.35).

    FALSO PROFETA O Falso Profeta (Ap19.20; 20.10), tambm chamado a segunda

    besta ou, ainda, a outra besta (Ap 13.11-18), um lder religioso que associado pri-meira Besta, o lder poltico do perodo daTribulao, como seu subordinado. Ele apa-rece no poder no meio da Tribulao, no mo-mento em que a primeira Besta, ou o Anti-cristo (q.u.), assume o poder poltico mundial(Ap 13.7) e ele, o poder religioso.Talvez seja um judeu, uma vez que Apoca-lipse 13.11 pode indicar que ele surge daterra, ou da Palestina. (Em gr. a palavra gepode significar mundo ou terra). Elemove-se no reino religioso, pois aparece comoum cordeiro (Ap 13.11), E capacitado porSatans, recebendo o seu poder da primeiraBesta (Ap 13.12). Ele promove a adorao primeira Besta, e fora a terra a ador-l (Ap13.12). Seu ministrio e autoridade so au-tenticados por milagres e sinais que ele ope-ra atravs do poder satnico (Ap 13.13,14).O mundo incrdulo enganado por ele e ado-

    ra a primeira Besta como se esta fosse o pr-prio Senhor Deus (Ap 13.14,15). Ele detm opoder da vida e da morte para forar a ado-rao primeira Besta (Ap 13.15). Sua au-toridade estende-se ao reino econmico, e eleusa este poder econmico para impor a sua

    vontade (Ap 13.16,17). Se houver algumcrente naquele dia, poder reconhec-lo porcausa do sinal que foi dado para identific-lo (Ap 13.18).O Falso Profeta, junto com Satans e a pri-meira Besta, formam um triunvirato do mal,a obra-prima do engano de Satans. O mun-do ser dominado por eles durante a ltimametade do perodo da Tribulao nos mbi-tos poltico, religioso e econmico, como umaimitao do governo mundial que Deus exer-cer sobre a terra no Milnio, por interm-dio de Jesus Cristo, o Messias.

    J. D. P.

    FALSOS CRISTOS Este termo encontradoem Mateus 24.24 e Marcos 13.22. A idia tam-

    bm expressa de frma diferente em Mateus24.5; Marcos 13.6; Lucas 21.8. Jesus disse quemuitos viriam em seu nome reivindicando sero Cristo. Eles mostrariam sinais e maravilhas,e assim convenceram a muitos da alegadaautenticidade deles. VejaAnticristo.

    FALSOS DEUSES

    IntroduoIntroduoIntroduoIntroduoAs palavras hebraicas mais comuns para deu-ses so elime elohm,denotando homens depoder e distino, anjos, deuses, e (somenteelohim) o Ser Supremo. discutvel o fato deque as duas palavras possam ter uma nica

    A deusa Sekhmet

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    raiz. A primeira vem provavelmente da raizestar na frente, preceder. Alguns acredi-tam que a segunda pode vir da raiz Vi, sentirmedo de". A palavra grega theoi,usada no NovoTestamento e na Septuaginta (LXX) para tra-duzir 1elim, elohim, pode ser relacionada com

    a raiz suplicar, implorar,O significado do termo deve ser determina-do pelo seu uso real. O conceito de deusesno antigo Oriente Prximo variava, de algu-ma forma, em relao s idias modernas dedeuses, como seres sobrenaturais que eramimortais. Isto tambm era verdade em rela-o aos conceitos das naes pags com asquais Israel esteve em contato. Por exemplo,alguns deuses, tais como Baal e Tamuz, po-diam morrer; e real mente morreram.Para os hebreus, os deuses das naes aoseu redor eram simplesmente os poderes nosquais os seus vizinhos e contemporneos acre-ditavam. Esses poderes eram os ativadoresdas foras da natureza; o sol, a luz, a tempes-tade, a enchente, a doena etc. Cada aconte-cimento tinha o seu ativador. Consequente-mente, podera haver uma multido de deu-ses de acordo com as concepes pags e pri-mitivas. Como no existia o conceito de umcosmos organizado, no existia a idia de umSer Supremo solitrio, embora cada religiotivesse o seu prprio chefe, ou deus-pai. Al-guns deuses eram supostamente locais (1 Es

    20.28; 2 Es 17,26ss.) e tinham poder limita-do. Outros deuses eram imaginados comogeograficamente ilimitados, de modo que al-guns deuses proeminentes eram adoradosalm dos limites polticos e culturais (porexemplo, Astarote, Baal e Hadade).

    A viso bblica com respeito s divindadespags afirma a sua existncia subjetiva (Jr2.28) na mente e na vida do devoto, mas negaa sua realidade objetiva (Jr 2.11). Natural-mente, onde a divindade e a sua imagem, ouo seu dolo, estivessem fundidos em um s, o

    dolo era uma realidade objetiva que os es-critores bblicos reconheceram, embora te-nham negado a existncia objetiva da divin-dade por ele representada.No estudo dos deuses da Bblia, deve ser fei-ta uma distino entre as divindades propri-amente ditas e os dolos ou os objetos de cultopelos quais elas so representadas ou adora-das. Algumas vezes, ambos fundiam-se em ums, ao passo que em outras ocasies a divin-dade era separada do seu objeto de culto. O

    baalismo, os bosques (rvores ou pomaressagrados), os bezerros, a serpente de bronze,

    e os terafins (dolos do lar) eram todos obje-tos de adorao. E incerto que houvesse umadivindade por trs de qualquer das duas lti-mas. O baalismo consistia de representaesdos baalins locais, possivelmente sob a formade touros ou bezerros. Algumas vezes, a pa-lavra usada acerca das divindades sem ne-nhuma referncia a uma representao sec-tria, O mesmo valido para os bosques.

    O templo de Baeo, deus do vinho, em Baalbek, HFV

    Os bezerros de ouro de Jeroboo (1 Rs 12.28-30) foram considerados por alguns como ten-do sido pedestais para que Jeov subisse,substituindo a arca, que seria o lugar ondeele se encontraria com o seu povo. No entan-to, com o uso amplamente difundido do tourocomo um smbolo sectrio, parece mais pro-

    vvel que os bezerros tivessem a finalidadede ser uma fuso da divindade com a ima-gem, na qual talvez a divindade fosse umafuso entre Jeov e o Baal local. O bezerro deouro de Aro (x 32) pode ter sido uma fusode Jeov com o deus egpcio Apis, adoradosob a representao de um touro. A adoraoao bezerro foi condenada por Osias (8.5,6;10.5; 13.2).Tambm necessrio fazer uma distinoentre deuses e demnios. Quando uma naoconquistava outra nao, ela frequentemen-te classificava os deuses da nao derrotadacomo demnios e mitos. Podem ser encontra-dos vestgios de tal procedimento no Antigo

    Testamento, em figuras to indefinidas comoos stiros (Lv 17.7; 2 Cr 11.15), a bruxa (Is34.14) e Resefe (veja abaixo). No final, a di-

    vindade paga degradada sobrevivia somenteem uma linguagem, com meras indicaes dasua existncia anterior, como em um simbo-lismo potico (cf. Albright, Yahweh and theGods ofCanaun, pp. 183-193). Isto eviden-te, por exemplo, no idioma ingls, em expres-ses como love-struck (que representa umapessoa apaixonada), ou seja, algum que foiatingidal pelas flechas do Cupido, Algu-mas referncias no Antigo Testamento -como, por exemplo, ao Leviat, serpenteprimitiva, ao drago, a Eaabe e ao mar - en-quadram-se nessa categoria.

    Pantees NacionaisPantees NacionaisPantees NacionaisPantees NacionaisO Antigo Testamento freqentemente men-ciona os deuses das vrias naes vizinhas aIsrael em termos gerais. Aqui podemos en-contrar praticamente todas as naes com as

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    FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES

    quais Israel teve contato. Normalmente apalavra panteo usada na lista e na dis-cusso dos deuses de qualquer grupo tnicoou poltico. No entanto, este um anacronis-mo ilusrio, A expresso semita significa aassemblia dos deuses. Este conclave deve

    ser visto como uma reunio para tomada dedecises ou aes (por exemplo, o senado dealguns pases pode se reunir sem a presenade todos os senadores) e no como um catlo-o formal e metdico das divindades adora-as por um povo em particular. Com esta dis-tino em mente, podemos observar os seguin-tes pantees mencionados na Bblia.1.

    Os deuses dos amonitas (Jz 10.6). O prin-cipal deus era Moloque ou Milcom.2. Os deuses dos amorreus (Js 24.2,15; Jz 6.10;1 Rs 21.26; 2 Rs 21,11). Como pouca literatu-

    ra dos amorreus chegou at ns, precisamosdepender de fontes secundrias e infernciaspara o nosso conhecimento desse panteo.Evidentemente, era parecido com o panteocananeu posterior. O templo de Isntar emMari e o templo de Dagom na Babilnia eram,provavelmente, santurios dos amorreus.Dagom, Hadade e Anate parecem ter sido di-

    vindades dos amorreus, impostas por estesaos cananeus, quando invadiram a regio domdio Eufrates, como se pode inferir das des-cobertas em Ras Shamra (Oldenburg, TheConflict Bevetm El and Baal,pp. 146-163).3.

    Os deuses dos assrios (Na 1.14) passa-ram a fazer parte da jurisdio do AntigoTestamento entre os sculos IX a VII a.C. Oprincipal deus deste panteo era Assur, subs-tituindo o sumrio Ea. O panteo assrio eraparecido com o da Babilnia. Nas duas loca-lidades, as divindades semitas substituramos antigos deuses sumrios, em alguns ca-sos absorvendo as suas supostas funes eos seus ttulos.4. Os deuses dos babilnios (Is 21.9; Ed 1.7)foram importantes para Israel nos sculos

    finais do perodo dos reis e durante o exlio.Existiam mais de 700 divindades listadas naBabilnia. Os conquistadores semitas dossumrios aceitaram os deuses nativos e adi-cionaram os seus prprios. Esta situao foiposteriormente complicada pelo fato de quecada cidade-estado passou a ter o seu pr-prio panteo.Em Lagash, nos tempos antigos, Anu, o deusdo paraso, era adorado juntamente com

    Antu, a sua esposa. Em Eridu, o deus princi-pal era Enlil, deus da terra, que mais tardefoi sucedido por Merodaque. A esposa de

    Enlil era Damlrina, e o seu filho era Mero-daque. Essas figuras (exceto Merodaque)eram todas sumrias. Outros deuses da Ba-

    bilnia incluam Sin (a sumria Nanna), odeus-lua; Shamash, o deus-sol e filho de Sin;Ningal, a esposa de Sin; Ishtar (a sumriaInntna), a deusa da fertilidade, e o seu espo-so Tamuz; Allatu (a sumria Ereshkigal), adeusa do inferno; Namtar, o mensageiro do

    deus da morte; Irra, o deus das pestes;Kingsu, a deusa do caos; Apsu, o deus dasprofundezas do mar; Nabu, o santo patronoda cincia e do aprendizado; e Nusku, o deusdo fogo. VejaBabilnia,5. Os deuses dos cananeus (q.v.) so mencio-

    nados juntamente com os dos demais habitan-tes de Cana, em uma relao com a conquis-ta da terra pelos hebreus. Outras tribos men-cionadas em xodo 23,23; 34.11-17; Juizes3.5ss., e outras passagens, incluem os amor-reus, os heteus, os ferezeus, os heveus e osebuseus. Exceto para os heteus, e possivelmen-te os heveus (talvez os horeus, ou humanos;cf. a verso grega de Gnesis 34,2; Josu 9.7),as demais tribos eram fortes aliadas doscananeus e provavelmente adoravam as mes-mas divindades. O mesmo era verdade sobre

    os srios mencionados em Juizes 10.6, masprovavelmente houve alguma mudana naque-le panteo nos ltimos tempos (veja 11 abai-

    xo). O panteo cananeu o mais conhecido dostextos mitolgicos de Ras Shamra, emboraoutras informaes venham de Filo de Byblose de fontes bblicas, assim como de curtos tex-tos literrios em aramaico e em fenco.O principal deus e criador era El. Seu filho (s

    vezes chamado de seu neto) Baal (veja abaixo)

    Uma divindade sria em p sobre o dorso deum leo. LM

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    FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES

    O deus Aniinr. MMO deus Aniinr. MMO deus Aniinr. MMO deus Aniinr. MM

    era o deus das tempestades e da vegetao.Ele era chamado de aquele que predomina,o exaltado, deus da terra. Na mitologia, Baal entronizado em uma montanha no norte.Durante o reinado de Acabe, ele tomou-se oprincipal deus de Israel. Aser era a esposa deEl e a me de 70 deuses. Nos textos de Ras

    Shamra, a deusa Anate a irm, e frequente-mente, a esposa de Baal, mas, no Antigo Tes-tamento, Astarotelisto , Aser) normalmen-te a sua esposa. Em Tiro, a ptria de Jezabel,

    Aser a esposa de Baal (1 Rs 15.13; 18.19;2 Rs 21.7; 23.4). Outros deuses cananeus pro-eminentes eram Dagom, Moloque, Resefe eRimom (veja abaixo), e Mot (a morte).6.

    Os deuses do Egito so mencionados na his-tria pr-monrquiea antiga dos hebreus, enovamente no perodo entre os sculos VII e

    VIa.C.x 12.12; Js 24.14; Jr 43.12,13; 46.25).

    Como os deuses do Egito estavam em constantemodificao, fuso e sincretismo, dependendoparcialmente da sorte poltica da provncia oucidade onde uma divindade em particular erasoberana, difcil fornecer uma breve pesqui-sa do panteo egpcio. No entanto, o princi-pal deus era conhecido por diferentes nomesem diferentes lugares e pocas. Em Helipolisele era conhecido como Alen-Re-Khepri; emElefantina, como Khnum-Re; em Tebas, como

    Amon-Re (veja abaixo); e em Amarna iq.v.),como Aton-Re. Re, o deus-sol, era assim fundi-do com o deus local da provncia. Observam-se trades de deuses principais em vrias po-cas; Ptah, Sekhmejt, Nefer Tem; Amon-Re, Mute Khonsu; Osris, Isis e Horus. Todas estas so

    trades pai-me-filho.Segundo os textos das pirmides, o Livro dosMortos, e outros exemplares da literaturaegpcia antiga, existiam mais de 1200 divin-dades conhecidas pelos egpcios. As princi-pais eram as seguintes: Apis, o touro deMnfis (x 32; 1 Rs 12.25-33 podem se refe-rir sua adorao); Hapi, o deus do Nilo;Hator, a deusa do amor e da beleza; Maat, odeus da justia e da ordem; Sotis, a estrelado co; Sihor, o deus do inferno; Shu, o deusdo ar; Thot, o deus escrivo.7. Os deuses dos edomitas so, s vezes, men-cionados como os deuses de Seir (2 Cr 25.14;cf. versculo 20).8. Os deuses dos heteus, embora no mencio-nados pelo nome no Antigo Testamento, tmuma referncia indireta em xodo 23.23,24;34.11-15; Juizes 3.5,6.0 principal deus heteu,Teshub, era um deus das tempestades, gros-seiramente equivalente a Baal. Portanto, possvel que os heteus tenham adorado as di-

    vindades dos cananeus como um resultado deseu contato com este povo, embora os nomes

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    FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES

    Uma base de coluna do templo de Artemis,ou Diana, em feso, esculpida com figuras

    em tamanho real

    prprios heteus indiquem que as divindadesmdo-europias foram adoradas pelo menosdurante um breve perodo (cf, William F.

    Albright,Archaeology of Palestine,p. 183).9. Os deuses dos moabitas so mencionadosem Nmeros 25.1,2; Juizes 10.6; Rute 1.15;eremias 48.35. O seu principal deus era

    Quemos, que tambm chamado de Athtar.Na Babilnia do segundo milnio a.C., eleera comparado a Nergal, o deus do inferno.10.

    Os deuses dos filisteus incluem Dagom,adorado em Gaza e em Asdode (Jz 16.23; 1Sm 5.1-7; e no livro apcrifo de 1 Mac 10.83);

    Astarote, adorada em Asquelom (Herdoto

    i. 105) e Baal-Zebube, adorado em Ecrom (2Rs 1.2,6,16).11. Os deuses dos srios (2 Rs 17.31; 18.34; 2Cr 28.23; Is 36.19), so provavelmente vari-aes do antigo panteo cananeu. Nomes de-rivados de nomes de deuses, tais como Ben-Hadade e Tabrimom, do testemunho daadorao a Baal sob a aparncia do Hadadeamorreu, tambm conhecido como Rimom.12. Os pantees grego e romano no so menci-onados, exceto de uma forma geral (At 17.16,18)no Novo Testamento.

    A adorao s divindades astrais mencio-nada em Deuteronmio 4.19; 2 Reis 23.5;eremias 19,13; Ams 5.26; Atos 7.43. Uma

    referncia indireta a essas entidades podeser encontrada em Neemias 9.6; Salmos148.1-4. Algumas dessas divindades astraisso tratadas, de modo separado, a seguir.O Antigo Testamento condena freqente-mente a adorao a divindades estrangeiras(Dt 6.14) e pronuncia julgamentos sobre a

    idolatria ( x 20.3-5; 32.35; Nm 25.1-9; Dt5.7-9), Por trs do terrvel julgamento de Joel1.4-20 estava a queda de Israel na idolatria(cf. J1 2.12ss.). O cativeiro representadocomo sendo o resultado da adorao a ou-tros deuses (2 Rs 22.17).

    Os deuses indivOs deuses indivOs deuses indivOs deuses individuaisiduaisiduaisiduaisAdramelequeAdramelequeAdramelequeAdrameleque - Uma divindade adoradaelo povo de Sefaivaim, que foi assentada emamaria pelos assrios depois de 722 a.C. (2Rs 17.31). Como d e r" eram caracteresparecidos na antiga escrita hebraica, o nomepode ser uma confuso com um deus do noro-este da Mesopotmia, Adad-Milki (Adade o meu rei). No existe evidncia de um deuschamado Adar. Cf. Anameleque, abaixo.AmomAmomAmomAmom ---- AAAA principal divindade de Tebas (Jr46.25). Ele era representado por um carnei-

    ro com os chifres curvados para cima. Quan-do Tebas dominou o Egito, depois da quedado Reino Antigo, Amom tornou-se o deusmais importante, e passou a ser chamado

    Amon-Re. Seu grande templo em Karnak,com sua famosa entrada, tinha as colunasmais altas do mundo (aprox. 23 metros), Eletornou-se o deus nacional por excelncia,exceto por um breve perodo, durante a re-forma de AkhenatonAnamelequeAnamelequeAnamelequeAnameleque - Uma divindade adorada pelopovo de Sefarvaim (provavelmente Sabraim,

    localizada entre Hamate e Damasco, 2 Rs17.31), que foi assentada em Samaria pelosassrios depois de 722 a.C. O nome prova-

    velmente significa Anu rei. Nessa pocahavia um templo dedicado a Anu e Adade em

    Assur. A adorao dos habitantes de Sefarva-im, que supostamente inclua a adorao a

    Anameleque, envolvia o sacrifcio de crianascomo ofertas queimadas.AnateAnateAnateAnate - O nome de uma deusa popular dafertilidade em Cana, que era selvagem e quetinha um papel importante como a irm econsorte de Baal no importante corpo da lite-

    ratura semita de Ras Shamra do sculo XVa.C., conhecida como Tbuas de Ugarite. ABblia no faz referncia direta a ela comouma deusa, mas sim sua irm, a deusa dafertilidade Astarte (Astarote, 1 Rs 11.5,33).

    As duas deusas estavam pelo menos parcial-mente fundidas no pensamento dos eananeus,uma vez que Astarte e Anate eram ambasadoradas como esposas de Baal (cf. Jz 10.6; 1Sm 7.4); esta pode ter sido a razo do silncio

    bblico sobre Anate.ArtemisArtemisArtemisArtemis - Na mitologia clssica, a irm de

    Apoio, filha de Leto e Zeus, equivalente ro-mana Diana, a deusa da lua, que era umacaadora.e a protetora das mulheres. No en-tanto, a Artemis de Atos 19.23-40 tem poucoem comum com a sua homnima clssica. Elaera, na realidade, uma deusa-me de Ldia,adorada na foz do rio Caiter muito tempoantes que os gregos viessem a feso. Emfeso, Artemis (ou Diana) era a deusa da fer-

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    tilidade. O cortejo do seu templo inclua sa-cerdotes, assistentes e escravos eunucos. Asua imagem (At 19.35) era provavelmente ummeteorito. Os relicrios de prata (At 19.24),assim como os modelos de argila e de mrmo-re, podem ter sido rplicas do santurio pri-

    mitivo. O templo da poca de Paulo era umadas sete maravilhas do mundo. ,A adorao a rtemis estendeu-se de Efeso Grcia, Glia, Roma e Sria. Os nabateus dosculo I d.C. adoravam a divindade Atargatis,que equiparada a rtemis. Nos tempos doNovo Testamento havia um templo de

    rtemis em Gerasa. Veja Diana; Deusa.AserAserAserAser - Uma divindade cujo nome mal tra-duzido na verso KJV em ingls, que seguede perto a LXX, Em uma inscrio sumriade Hamurabi, ela chamada de noiva de

    Anu (paraso). Era a principal deusa de Tiroem aprox. 1500 a.C. No panteo de Ugarite, chamada de Athiratu-yammi (Aquelaque caminha sobre o mar). Era a consorteou esposa de El, e a me de 70 deuses, inclu-sive Baal. Sacrifcios de animais eram ofe-recidos a ela. Ela tambm tinha o ttulo deSantidade, inscrio de uma figura egp-cia, em que ela aparece nua.Nos registros da Babilnia, Ashratum eraconhecida como uma divindade. Nas tbuasde Tell el-Amama o seu nome aparece com onome prprio Abdi-Ashirta, O nome tam-

    bm encontrado no sul da Arbia, indican-do a ampla predominncia de sua adorao.Esta deusa no deve ser confundida com

    Astarte, conhecida no Antigo Testamento, cujaforma plural era Astarote (veja Astarote adi-ante). No Antigo Testamento, a adorao a elaest associada adorao a Baal (Jz 3.7; 1 Rs18.19; 2 Rs 23.4). Gideo teve que destruir oaltar que o seu pai havia erigido a Baal e companheira Aser, para qualificar-se comoum lder de Israel (Jz 6,25-30), A adorao aela durante a poca dos reinos hebraicos ates-

    tada pela imagem feita pela me de Asa (1 Rs15.13) e pela imagem colocada por Manassesno Templo (2 Rs 21.7). Josias tentou extinguira adoTaao a esta deusa (2Rs 23.4-7).

    Alguns trechos do Antigo Testamento indi-cam uma fuso da divindade com o objeto deculto usado na adorao a esta deusa (Ex34.13; Jz 6.25-30; 2 Rs 18.4), um fenmenocomum em muitas religies. Como um obje-to de culto, um Jashera (pl. asherim,asheroth) (veja Plantas; Pomar) poderia serfeito e destrudo pelos homens (2 Rs 17.16;23.6,15); este era feito de madeira (Ex 34.13;

    2 Rs 23.6,7); podia ser queimado (Dt 12.3);ficava em p (Is 27.9); e era usado na adora-o a Aser. lguns estudiosos, baseando-seem Deuteronmio 16.21 e em outras evidn-cias, julgam que se tratava de uma rvore

    viva, No entanto, a maioria dos estudiosospensa que se tratava de uma imagem de

    Aser, talvez uma rvore da vida estilizada,porque se no fosse assim o silncio dos pro-

    fetas sobre o assunto seria estranho. Maseles efetivamente denunciaram e condena-ram a idolatria, o que incluira o 1asherim.smasmasmasma - Uma divindade adorada pelos co-lonos de Hamate, fixados em Samaria pelosassrios depois de 722 a.C. (2 Rs 17.30; Am

    8.141. Pode existir alguma conexo com adivindade mencionada nos papiros deElefantina, chamada Asheinbethel.AstaroteAstaroteAstaroteAstarote - Uma divindade conhecida porvrios nomes, tais como Ishtar, Astarte,Vnus, e algumas vezes chamada de rainhado cu. Ela era a deusa da estrela vesperti-na, ou planeta Vnus, mas pode ter sido ori-ginalmente andrgina, e, desta forma, seriatambm o deus da estrela dalva, da mesmaforma que Vnus (cf, a palavra do sul da

    Arbia altar, deus da estrela dalva). Ela

    era principalmente a deusa do sexo e da guer-ra. O povo de Deus alterou o seu nome deAstarte para Astarote, pronunciado com asvogais da palavra hebraica bosheth, vergo-nha, como tambm aconteceu com Moloque.

    A sua associao com Baal no Antigo Testa-

    Baal do trovo, de Raa Shanira, Sria, LM

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    mento (Jz 2.13; 10.6; 1 Sm 7.4; 12.10) podeindicar ser ela equivalente a Aser na Pales-tina, Astarte cresceu em importncia naFencia e na Palestina, embora a cruel deusada guerra, Anate, irm e consorte de Baal,ocupasse o lugar proeminente nos textos de

    Ugarite (AIbrght, Yakweh and the Gods oCanaan,pp. 128-135).No Antigo Testamento, Astarote menciona-da como sendo adorada entre os hebreus du-rante a poca dos juizes (Jz 2.13; 10.6); emBete-Se, onde as armas de Saul ficaram ex-postas no seu templo (1 Sm 31.10; 1 Cr 10.10);pelos sidnios (1 Rs 11.5,33; 2 Rs 23.13); opai de Jezabel era um sacerdote de Astarte.Filo de Biblos diz que ela era adorada emBiblos e em Tiro. O nome da cidade Asterote-Camaim (Gn 14.5) sugere um santurio paraa sua adorao que ficava a leste do Jordo.

    A sua fama espalhou-se pelo Egito, como foievidenciado por roupas de Astarte e pela tra-duo do poema Astarte e o drago do mar.Em Moabe (inscrio moabita, ANET, p. 320),o nome do seu equivalente masculino Ashtar composto com Quemos.

    Astarte -Veja Astarote (no pargrafo an-terior).Baal, literalmente, "amo, dono, marido - omais importante deus do panteo dos cana-neus (veja Cana). Desde o terceiro milnioat cerca do ano 1500 a.C., o ttulo aplica-

    do ao deus amorreu da chuva e da tempes-tade de inverno, Hadade (veja abaixo). Con-seqentemente, no panteo dos cananeus eletomou-se o deus da fertilidade, tendo o tou-ro como seu smbolo.

    A ampla supremacia do seu culto compro-vada pela apario do seu nome em fontes daBabilnia, aramaicas, fencias, pnicas, deUgarite e do Egito. Durante o perodo deRamesss ele foi equiparado a Sete. Os seusttulos eram Zabitl, "exaltado, senhor da ter-ra; Baal Shamen, senhor dos cus (emfencio, mas no na antiga Ugarite); Rokebarufot, o que cavalga as nuvens. O lugaregpcio de nome Baal Saphon (lit. Baal doNorte, Baal do monte Cssio) indica que o seuculto era conhecido no Egito. O Antigo Testa-mento refere-se s muitas imagens locais deBaal como Baalins, a forma plural de Baal.Nos textos de Ras Shamra ele o filho de El(ou, em uma ocorrncia, o filho de Dagom).Ele conquista as guas primitivas. No en-tanto, ele morto por Mot e revive por Anate(fundido com Athirat/As tarte). Ele tambmpode ter sido identificado com Melcarte de

    Tiro, o senhor da cidade".No Antigo Testamento, a sua adorao tor-nou-se uma sria rival de Jeov. Ele eraadorado nos lugares altos de Moabe (Nm22.41). Havia altares dedicados a ele na po-ca dos juizes (Jz 2.13; 6.28-32). Talvez a suaadorao tenha atingido o seu pice na po-ca de Acabe e Jezabel (1 Rs 16.32; 18.17-40),embora tenham havido novas ocorrncias

    posteriormente (2 Rs 3.2ss.; 10.18-28;18.4,22; 21.3; 2 Cr 21.6; 22.3). A sua adora-o foi abolida por Joiada (2 Rs 11.18) eosias (2 Rs 23.4,5).

    A adorao a Baal era acompanhada por ri-tuais lascivos (1 Rs 14.24; 2 Rs 23.7). Est

    comprovado que a sua imagem era beijada(1 Rs 19.18; Os 13.2). O sacrifcio de crian-as no fogo era parte do seu culto (Jr 19.5).

    A adorao a Baal estava associada adora-o de Astarote (veja acima; Jz 2.13). Ele tam-

    bm est associado deusa Aser (veja aci-ma; 1 Rs 18.19; 2 Rs 23.4) e os seus altaresfreqentemente tinham asers nas proximi-dades (Jz 6.30; 1 Rs 16.32,33). Parece prov-

    vel que durante a monarquia hebraicaAstarote e Aser estivessem fundidos em umnico personagem. Acaz fez imagens a baalins(2 Cr 28.2), que podem ter sido touros ou be-zerros de bronze. A adorao a Baal foi con-denada pelos profetas (Jr 19.4,5; Os 2.17).

    Alm da influncia direta do culto a Baalentre os hebreus, muitas das imagens apli-cadas a ele so sublimadas e aplicadas aeov no Antigo Testamento. Jeov aque-

    le que cavalga sobre as nuvens ou cus (cf.Dt 33.26; SI 68.4; 104.3). Como Marduqueno conflito contra Tiamat, o Baal de Canaera o conquistador das guas agitadas. Esteconflito, algumas vezes com um monstro cha-mado Rahab ou Leviat, recontado por todo

    o Antigo Testamento onde Jeov represen-tado como o vitorioso sobre todos os seusadversrios. O motivo do reinado de Jeov eda adorao no Ano Novo (Zc 14.16-19) foirelacionado por alguns com a idia darevivificao de Baal, no final do combate,pela chegada da estao das chuvas.Baal-Berite, senhor do concerto - Um deusamorreu com um santurio em Siqum (Jz 9.1-6). Ele associado com os baalins locais (Jz8.33), ento talvez possa tratar-se de umamanifestao local do grande deus da fertib-

    dade de Cana. Talvez seja a mesma divinda-de El-Berite (ou Berite, Jz 9.46), e assim deve-r ser equiparado ao deus semita do inferno,Haurom/Horom, cujo nome aparece em nomesprprios e de lugares em Cana.Baal-Peor, o senhor do monte Peor" - Umdeus dos moabitas e dos midianitas (Nm 25.1-5; Dt 4.3; SI 106.28; Os 9.10).Baal-Zebube - O deus de Ecrom, cidade dosfilisteus (2 Rs 1.2,6,16). Existe uma varie-dade de opinies quanto ao significado des-se nome. Antigamente pensava-se que seoriginava da raiz hebraica zbb, voar, e as-sim, consequentemente, conforme a LXX,"senhor das moscas. A maioria dos estudio-sos agora acredita que o nome do deus eraBaal-zebul, senhor, prncipe ou Baal, oprncipe. Nos textos ae Ugarite, Baal re-petidamente descrito como zbl bl ars prn-cipe, senhor da terra". A forma atual explicada como sendo uma distoro de zom-

    baria, comobosheth,vergonha, freqen-

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    Um leao de bronze do templo de Dagom emMari (Iraque), do segundo milnio

    temente substitudo por baal em nomes pr-prios. O nome de Jezabel, cujo pai tinha onome de Et baal. contm o elemento z blcomoum equivalente de baal. No de surpreen-der que o seu filho Acazias preferisse Baal-Zebube a Jeov. Por outro lado, imagensdouradas de moscas encontradas em esca-

    vaes na Filstia podem indicar que real-mente havia um deus conhecido como Baal-Zebube, adorado para apaziguar as incmo-das moscas, ou que dava orculos por meio

    do vo ou do zumbido das moscas (T. H.Gaster, Baalzebub, IDE, I, 332).BelBelBelBel - Nome do deus-sol nacional da Babil-nia, Marduque ou Merodaque. Como Mero-daque, o filho de Ea, ele assumiu o papel dosumrio Enlil como o conquistador das guasagitadas. Ele recebe o crdito de ter concebi-do a idia da criao do homem (ANET, p.68) contra o cananeu El como o criador. No

    Antigo Testamento, Bel associado comNebo (Is 46.1) e com Merodaque (Jr 50.2).Outras referncias a ele podem ser encon-

    tradas em Jeremias 51.44, o apcrifo Bel e oDrago (3.22) e em Herdoto (i. 181).BelzebuBelzebuBelzebuBelzebu - Um nome aplicado a Satans noNovo Testamento (Mt 10.25; 12.24,27; Mc3.22; Lc 11.15,18,19). A verso KJV em in-gls, seguindo a Vulgata, o traduz comoBeelzebub, provavelmente uma regresso,errnea, ao deus filisteu de Ecrom, Baal-Zebube, como encontrado no Texto Massor-tico (TM) hebraico.Berite (Jz 9.46) - Veja Baal-Berite.Castor e Phix - Divindades astrais, os ir-mos gmeos, eram filhos de Zeus e Leda

    'esposa do rei de Esparta), Eles eram os deu-ses patronos dos marinheiros; o navio no qualPaulo saiu de Malta com direo a Putoli ti-nha sua insgnia (At 28.11). Posidon lhes deuo poder sobre o vento e as ondas. O seu tem-plo em Roma ficava prximo Baslica Julia,no Frum.Diana (At 19.24) - Veja Diana; tambm

    Artemis, acima.

    DagomDagomDagomDagom - Um nome supostamente relacio-nado ao hebraico dagan, gro, por conse-qncia, uma divindade da vegetao. Halguma confirmao por uma referncia deUgarite a Baal como filho de Dagom, tal-

    vez vendo Baal como a divindade da vege-

    tao que morre e revive. A idia de Dagomcomo um deus-peixe no encontrada an-tes de Jernimo, mas provavelmente de-

    vida a uma falsa etimologia do termohebraico dag,peixe.Dagom comprovadamente uma divindade daBabilnia. O nome encontrado em nomesderivados de divindades ao redor de 2200 a.C.entre os amorreus da Mesopotmia. Existiaum templo que tinha ao seu lado duas placas

    votivas em comemorao aos sacrifcios feitosa Dagom, mais antigo que aquele de Baal emRas Shamra de 2000 a.C. Filo de Biblos dizque Dagom era associado a El, o maior deusfenlcio. Primeiramente El, e depois Dagom, po-dem ter sido adorados nesse templo.Um nome de lugar baseado nessa divinda-de (Js 15.41; 19.27) indica a sua adoraoem Cana antes das invases dos filisteus.No entanto, no Antigo Testamento ele eramais famoso como o deus dos filisteus (Jz16.23, 24), que tinham sua imagem em

    Asdode (1 Sm 5.2-4). Ele tambm era ado-rado em Bete-Se (1 Cr 10.10). O templo de

    Asdode foi o local onde os filisteus puseram

    a arca de Israel. Ele ainda era usado du-rante o perodo hasmoneano e foi destrudopor Jnatas, o irmo de Judas Macabeu, em147 a.C. (conforme o livro apcrifo de 1 Mac10.83,84; 11.4).Estrela da manhEstrela da manhEstrela da manhEstrela da manh (Lcifer), heb. kelel, bri-lhante (Is 14.12) - Era evidentemente umadivindade que queria subir mais alto que to-das as outras estrelas, mas era obrigada a

    vir terra. Um esclarecimento pode ser obti-do com a histria ugartica de Ashtar (a es-trela de Vnus), que foi indicado para ser oocupante do trono de Baal quando ele estava

    vago, durante a estao da seca. No entanto,Asntar era muito pequeno para encher o tro-no, e assim teve que descer (ANET, p. 140).

    A interpretao tradicional de Isaas 14.12equiparou a estrela da manh (Lcifer) aSatans. Isto se baseia na crena de queLucas 10.18 refira-se a Isaas 14.15. Al-guns intrpretes modernos entendem queestrela da manh um mero ttulo para orei da Babilnia.ElElElEl----BeriteBeriteBeriteBerite (Jz 9.46), deus do concerto - VejaBaal-Berite acima.

    GadeGadeGadeGade - Um deus da sorte ou da fortuna (vejaIsaas 65.11). Este nome de divindade en-contrado em fencio, em assrio e em aramai-co.ALXX o traduz como daimon. Vrias ver-ses traduzem o nome, ao invs de apresen-tar sua transliterao, mas pelas maiuscu-las demonstra-se que os tradutores acredi-tavam tratar-se de uma divindade ou de umamaterializao. Em um texto bilngue ara-

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    maico-grego de Palmira, ele identificadocom Tycke, fortuna. Evidentemente o seuculto era popular na regio de Haur.Hadade.Hadade.Hadade.Hadade. "o que faz trovejar - Um deus se-mita tambm conhecido como Adade, Addu,Haddu, e Had. E equiparado a Rimom e

    Teshub (deus da tempestade dos heteus).Haddu/Hadade era original mente o nomeprprio de Baal. Nas artes da Babilnia e da

    Assria, ele representado como um touro.O seu nome encontrado na inscrioPanamua, de Zinjirli, onde tambm haviauma esttua dedicada a Hadade. A sua ado-rao persistiu at os tempos helnicos. EmTannur, na Transjordnia, havia um tem-plo nabateano a Hadade, que assumia o pa-pel de Zeus (ou vice-versa),O nome Hadade pode estar por trs do nome

    Hadar na verso KJV em ingls, em Gne-sis 25.15; 36.39. Era o elemento divino emnomes dados a reis e prncipes de Edom emGnesis 36.35-39; 1 Reis 11.14-21; 1 Crni-cas 1.46-51. Ele era adorado em Damasco (2Rs 5,18). Cf. acima, sob o ttulo Baal.Hadadrimom,Hadadrimom,Hadadrimom,Hadadrimom, - ou Hadade-Rimom - Umadivindade adorada com um pranto ritual emMegido (Zc 12.11). Talvez deva ser compara-da com Anate chorando por Baal, seu irmo,no texto de Ugarite I AB (Cyrus H. Gordon,Ugaritie Manual,texto 49; ANET, p. 139). Cf.pargrafo anterior, e Rimom abaixo. Veja

    tambmHadade-Rimom.HermesHermesHermesHermes - Uma divindade grega menciona-da com o seu nome romano, Mercrio, em Atos14.12, que reflete o seu carter como o deus

    da eloquncia e o arauto divino. Era filho deZeus e meio-irmo de Apoio. Como um ma-landro ou enganador, e deus da boa sorte (sejaela conseguida honestamente ou no), ele erao santo patrono dos comerciantes e dos la-dres, Na religio astral tambm era conhe-

    cido como Mercrio. Na poca helnica eraequiparado ao deus escrivo egpcio Thot. Seuepteto, Hermes Trismegistus {trs vezesgrandioso) d uma idia da importncia queele teve na religio hermtica da poca pos-terior ao Novo Testamento.piter - O deus do cu dos latinos, identi-

    ficado como Zeus nos tempos helnicos. Emencionado em Atos 14.12,13 e no livroapcrifo de 2 Macabeus 6.2. Veja Zeus abai-

    xo. ,Kaiwan,Kaiwan,Kaiwan,Kaiwan, ou Quium (Am 5.26) - E provavel-

    mente o mesmo que Renf, Rompha, ou Raiade Atos 7,43 e era provavelmente uma di-vindade astral, Na Babilnia, o nome kaya-wanu dado a Saturno; traduzido comoRaiphan em Amos, na Septuaginta (LXX).VejaRenfa abaixo.Lith - A bruxa da noite (ou a bruxa dodeserto, a bruxa, animais noturnos, fan-tasmas ou mocho) mencionada em 1 saias34.14. Em acadiano lilitu, um demnio danoite que tenta os homens durante o sono.Posteriormente, foi associada no pensamen-to semita com a bruxa que rouba crianas.

    Em Isaas, os seus companheiros so os ps-saros impuros e os animais devoradores (ouanimais selvagens, feras do deserto, ouainda ces bravos).MarduqueMarduqueMarduqueMarduque - O deus do estado da Babilniae o filho mais velho de Ea. Na poca de Ha-murabi ele foi reconhecido como a principaldivindade, com as funes do sumrio En-lil. No ritual festivo de Ano Novo ele era vi-torioso sobre as guas agitadas, reencenan-do, deste modo, a criao (cf. ANET, pp.66ss.). Alguns estudiosos recentes vem a in-

    fluncia destes motivos sobre o Antigo Tes-tamento nos conceitos de entronzao e Tei-nado divino, Na poca neobabilnica,Marduque equiparado a Bel (cf. paralelis-mo de Jr 50.2). O nome Merodaque o seucorrespondente em hebraico (2 Rs 25.27; Is39.1; Jr 52.31).MeniMeniMeniMeni - Um deus do destino e da fortuna (ou

    boa sorte), mencionado em Isaas 65.11. Apalavra traduzida como aquele nmero,Destino ou Sorte. Talvez o,nome seja de-rivado do dens egpcio Menu. E possivelmen-te uma divindade astral, uma das pliades.

    No entanto, h informaes sobre a crenaem um deus Manat na cultura rabe pr-islmica (Alcoro, Sura 53.20). Durante oImprio Assrio, ele era equiparado a Assur,o principal deus. Provavelmente no existaconexo com o deus Men da Frigia da pocahelnica, que tinha o seu principal temploem Antioquia da Galcia, e era o deus dacura e da agricultura prspera.

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    O deus Resefe

    Mercurus, MercrioMercurus, MercrioMercurus, MercrioMercurus, Mercrio - Atos 14.12. VejaHermes, acima.MerodaqueMerodaqueMerodaqueMerodaque - Veja Marduque acima.MilcomMilcomMilcomMilcom - Veja Meleque, Moloque.Meleque,Meleque,Meleque,Meleque, Moloque - Uma divindadeamonita adorada com sacrifcios humanos (2Rs 23.10; Jr 32.35). A primeira vocalizao

    baseia-se na palavTa hebraica bosheth, ver-gonha. Existem evidncias de um deusMuluk em Mari em aprox. 1700 a.C. Emuizes 11.24 parece estar assinalada a iden-

    tificao de Moloque com Quemos (veja abai-xo), e Moloque seria ento um ttulo. O nomede Quemos foi composto com Ashtar na Pe-dra Moabita. Como Ashtar equivale ao pla-neta Vnus, a estrela vespertina, que apa-rece como Shalim, crepsculo em RasShamra, Moloque poderia ser uma antigadivindade de Cana, com outra aparncia (cf.

    r 32.35).Esta divindade chamada Milcom (mesmaraiz hebraica) em 1 Reis 11.5,33; 2 Reis 23.13;eremias 49.1,3 (LXX; a KJV em ingls o tra-

    duz como rei a partir das mesmas consoan-tes em hebraico). Isto invertido em Ams5.26. onde h verses que traduzem o termocomo "rei e outras como Moloque. Estvocita este trecho em Atos 7.42,43, onde'Moloque conservado em algumas verses.

    Salomo construiu mu santurio para Moloque(1 Rs 11.7,33), que foi destrudo por Josias (2Rs 23.13). Esta adorao foi reprovada porSofonias (1.5) com palavras que indicam quese tratava de uma divindade astral.

    A prtica proibida do sacrifcio humano (Lv

    18.21; 20.2-5) parece ter sido muito difundi-da em Israel (2 Rs 16.3; 17.17; Si 106.38; Jr19.4,5 e muitas outras passagens). No pare-ceu ser satisfatria uma tentativa recentefeita por Eissfeldt (seguida por Albright naobra Yah.weh. and the Gods of Canaan, pp.235-242) de remover Moloque da lista de di-

    vindades a quem se ofereciam sacrifcios hu-manos. Com base em inscries pnicas, onde

    mlk significa um sacrifcio para confirmar umvoto, o autor alega que onde o Antigo Testa-mento diz passar pelo fogo perante Moloque,o significado ; como uma oferta relacionadaa um voto. No entanto, embora isto possaexplicar a associao entre Baal e Moloqueem Jeremias 32.35, ainda assim Levtico 20.5(onde a prostituio certamente se refere adorao idlatra, e no a uma oferta) e 2 Reis17.31 (onde a Adrameleque e namelequecertamente no significa como) mostramque Moloque e outros deuses que tinham no-mes compostos que terminavam com -meleque devem ser vistos como divindadesa quem eram oferecidos sacrifcios.NeboNeboNeboNebo - provavelmente uma transliterao do

    acdio nabu, anunciar- Esta divindade daBabilnia era vista como filho de Merodaque.Sendo originalmente uma divindade dasguas, foi posteriormente associado com aescrita e com a oratria. A sua imagem eralevada na procisso do Ano Novo, O culto aNebo foi popular durante o perodo neobabi-lnico (625-539 a.C.) onde o seu nome o ele-mento divino nos nomes de trs dos seis reis,como por exemplo, Nabucodonosor. Ele tinhaum templo especial em Borsippa,Nergal,Nergal,Nergal,Nergal, provavelmente do sumrio Ne-uru-al, senhor da grande cidade - Uma divin-

    dade da Mesopotmia (2 Rs 17.30) adoradapelos filhos de Cuta, assentados pelosassrios em Samaria depois de 722 a.C. Ori-ginalmente, era o deus do fogo e do calor dosol; depois, da caa e dos desastres; e final-mente, o deus do inferno, Era o consorte deEreshkigal, a senhora do inferno. Era cha-mado de senhor das armas, que pode serrelacionado ao hebraico Reshepho do arco(SI 76.4[3]; flechas do arco). Como deus doinferno, ele pode ter sido equiparado a Motde Ras Shamra. A divindade Melcarte de

    Tiro (literalmente, rei da cidade) tambmera um deus do inferno.NibazNibazNibazNibaz - Uma divindade adorada pelos colo-nos srios, assentados pelos assrios em Sa-maria depois de 722 a.C. (2 Rs 17.31). Athoje no existe prova arqueolgica de tal di-

    vindade, e assim foi sugerido que o nome sejauma variante do hebraico misbeak, altar.O templo foi divinizado com o nome divino

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    FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES

    Betei, em Elefantna, dois sculos maistarde. Os rabinos julgaram que o nome vies-se do hebraico nbh, latir, mas, provavel-mente, isto no seja correto.NsroqueNsroqueNsroqueNsroque - Uma divindade adorada por Se-naquenbe (2 Rs 19.37; Is 37.38), que foi morto

    no seu templo. Existem diversas variaes paraa grafia do seu nome na LXX, todas oomean-do com spi.ritus asper.Como o nome desco-nhecido em fontes da Mesopotmia, pode seruma variante do assrio NUSKU, que era o deusdo logo, o filho do deus-lua Sin e de Nergal. Oseu culto foi confirmado neste perodo.PluxPluxPluxPlux - Veja Castor e Plux acima.QuemosQuemosQuemosQuemos - O nome ou o ttulo do deus dosmoabitas (Nm 21.29; Jr 48.46). De acordocom 2 Reis 3.27 e a inscrio de Mesa (ANET,p. 320), ele era adorado por meio do sacrif-cio de crianas. Um santurio lhe foi erigidopor Salomo (1 Rs 11.7) e foi destrudo porosias (2 Rs 23.13,14). Na inscrio de Mesa,

    ele equiparado a Ashtar (veja starote aci-ma). Falando ao rei dos amonitas, Jeft men-cionou Quemos usando a expresso teudeus (Jz 11.24), embora a divindadeamonita se chamasse Milcom/Moloque (vejaacima). Mas Moloque pode ser simplesmen-te um ttulo para Quemos, um deus adoradopelos dois povos mencionados. A refernciade Jeft a Quemos, implicando que ele ad-mitia a existncia desse deus, foi provavel-

    mente um argumento ad hominem para ape-lar ao rei amonita.QuiumQuiumQuiumQuium - VejaKaiwan.Rainha dos CusRainha dos CusRainha dos CusRainha dos Cus - [Uma deusa pag a quemIsrael, especialmente as mulheres, ofereciasacrifcio e adorao nos ltimos dias de Jud(Jr 7.18). Depois da queda de Jerusalm, e da

    viagem desobediente de muitos judeus ao Egi-to por motivos deturpados, eles insistiam quedurante o tempo em que adoravam a rainhados cus tudo ia bem com eles, e que os proble-mas s comearam quando Jeremias os con-

    venceu a retomarem para Jeov (Jr 44.17ss.).A falsa deusa a assria Ishtar ou Astarte, aequivalente a Ashirat de Ugarite. Era umadeusa-me e um smbolo da fertilidade. A ado-rao rainha dos cus supostamente assegu-rava a fertilidade dos campos, dos rebanhos eda famlia (ef. Jr 44.17, tivemos, ento, fartu-ra de po, e andvamos alegres, e no vimosmal algum). No sculo V a,C., a colnia dosudeus no Egito, na ilha de Elefantina (Yeb),incluiu em sua estranha adorao sincretistauma deusa chamada Anate-Betel, que pode tersido a mesma rainha dos cus. - P. C. JJ

    Renfa,Renfa,Renfa,Renfa, ou Raila - Uma divindade astral ado-rada pelos israelitas no deserto (At 7.43). Onome deriva de Raiphan, da LXX (Am 5.26),onde uma variante de Kaiwan (veja aci-ma).ResefeResefeResefeResefe - Uma divindade de Cana observa-da em bstas de oferendas e nomes derivadosde deuses de Ugarite, do Egito (PapitoHarris, aprox. do sculo XIII) e em inscri-

    es srio-aramaicas do sculo VIII a.C. Fo-ram encontradas esculturas no Egito, ondeele segura o smbolo ankh (vida). Por ou-tro laao, no pico Keret ele o deus da pestee da destruio em massa, Muitas passagensdo Antigo Testamento traduzem o nome

    como um substantivo comum, pestilncia,raio, chama etc., onde existe uma alusooculta a este deus. Na teofania de Habacu-que 3.5, a pestilncia segue os seus passos,alguns estudiosos acreditam que seja poss-

    vel que o nome prprio faa parte da tradu-o. Nas inscries de Chipre (George A.Cooke, Northwest Semitie Inscriptions, pp.55, 57), Resefe comparado a Apoio, que(Iliada i.51, 52) tambm provocava pestes.Resefe foi identificado com Nergal, Haurone Melcarte.Rimom - Supunha-se que o nome original-mente viesse do hebraico rimmon, rom,mas agora se v claramente que deriva doacdio ramowi, rugir, consequentemente,o que faz trovejar. O principal deus de Da-masco, era adorado por Naam e pelo rei daSria (2 Rs 5.18). Era o deus da chuva e datempestade, conhecido entre os assrios comoRamanu, um ttulo de Hadade (veja acima) eidentificado com o srio Baal (veja acima). Oseu nome aparece no nome srio Tabrimom,pai de Ben-Hadade (1 Rs 15.18).SicuteSicuteSicuteSicute - A grafia deste nome, que se baseia

    no Texto Massortico (TM) hebraico, pro-vavelmente uma variao (por paronomasiahebraica usando as vogais de shiqqus, coi-sa abominvel) do Sakkut da Mesopotmia(Am 5.26). A Septuaginta (LXX) assume queeste nome seja alguma forma do hebraicosukkah, tabernculo. Muitas verses se-guem a LXX na citao que Estvo faz de

    Ams (At 7.43). Na Mesopotmia, Sakkuttem o mesmo ideograma que Ninib, sendoassim uma divindade astral.

    Tbua de pedra que registra a segunda fundaao dotemplo do deus-sol em Sippar, Babilnia, do sculo

    IX a.C. BM

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    FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES

    SucoteSucoteSucoteSucote----BenoteBenoteBenoteBenote - Uma divindade adoradapelos colonos da Babilnia, assentados pe-

    los assrios em Samaria depois de 722 a.C.(2 Rs 17.30). O nome em hebraico significaliteralmente barracas de garotas, mas istodeve ser algum erro de redao. Os estudi-osos da Assria, Rawlinson e Sehroeder,supuseram que a divindade fosse Sarpanitu,a consorte de Me roda que, que era popular-mente chamada Zir-banitu, criadora desementes. Franz Delitzsch julgou que onome pudesse ser o equivalente hebraico desakkut biniti, juiz supremo, ou seja, Me-rodaque. O nome pode ter alguma relao

    com Sicute (adequadamente vocalizado) deAmos 5.26, que o mesmo que o acdioNinib.TamuzTamuzTamuzTamuz - Uma divindade da Mesopotmiaque deu o nome ao quarto ms judaico-

    babilnico (junho-julho). O nome aparecequando o profeta Ezequiel encontra algumasmulheres de Jerusalm chorando pelo deusTamuz (8.14). Tamuz era famoso como omarido de Ishtar (veja Astarote, acima). Seuprottipo sumrio, Dumuzi, era um rei deEreque no princpio do terceiro milnio a.C.,que foi deificado como o consorte da proteto-ra da cidade, Inanna ou Innin (corresponden-do ao acdio Ishtar). Gilgamesh acusou-a detrair Tamuz, o seu amor, no famoso pico(ANET, p, 84). Nos tempos helnicos, Tamuzfoi equiparado a Adns, e Ishtar a Afrodite/

    Vnus. Os porcos, ffeqen tem ente associa-dos com cultos demonacos, eram os seusanimais sacrificiais.Durante muito tempo, sups-se que o objeti-

    vo da descida mstica de Inanna (ou Ishtar)ao inferno (ANET, pp. 52-57) tenha sido o deressuscitar o seu amor. Consequentemente,ele foi identificado por Sir James Frazer em1906, juntamente com Adnis, Attis e Osiis,como um exemplo do deus que morre e res-

    suscita. Embora ele fosse um pastor, e nouma divindade da vegetao, Tamuz era re-presentado como um deus da fertilidade que,como a vegetao, morre no calor do vero(poca em que havia um pranto cerimonialpor ele) e ressurge na primavera.Graas ao trabalho do especialista em assun-tos sumrios, Samuel Iframer, agora temosclaras evidncias de que no se pensava queDumuzi (Tamuz) ressuscitasse dos mortos.Em um poema recentemente traduzido, eintitulado A Morte de Dumuzi, na realida-de Innana tem o seu marido tragado para omundo inferior por no ter lamentado ade-quadamente a ausncia dela. Como conse-quncia, todas as identificaes de Tamuzcom Adnis e com outros deuses ressuscita-dos tiveram que ser abandonadas (por exem-plo, a obra de A. Moortgat, Taminuz), e, damesma maneira, todas as tentativas de in-terpretar a Bblia com base em tais identifi-caes (por exemplo, Alfred Jeremias, sobrea histria de Jos, e Theophile Meek sobreCantares de Salomo [q.o.]). Existem evidn-cias de um hieros gamos ou um rito de ma-

    trimnio sagrado para assegurar a fertili-dade da terra (que no deve ser confundidocom o rito Akita de Ano Novo na Babilnia)entre o rei Iddin-Dagan (aprox. 1900 a.C.), aquem se referiam como Dumuzi, e Inanna,que era provavelmente representada por umescravo. Canes de amor sumrias tambmeram usadas no culto a Dumuzi-Inanna.

    E. M. Y.TartaqueTartaqueTartaqueTartaque - Uma divindade adorada pelosaveus, que foram assentados pelos assriosem Samaria depois de 722 a.C. (2 Rs 17.31).O nome pode ser uma variao de Atargatis,

    Desenho que ilustra a idia que o povo tinha deHator e ss

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    FALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSESFALSOS DEUSES FAM LIAFAM LIAFAM LIAFAM LIA

    uma deusa adorada na Sria pelos srios daMesopotmia, cuja adorao persistiu at ostempos helnicos. Atargatis, por sua vez,pode ser uma composio entre Athirat(Astarote do Antigo Testamento) e a Anatedo panteo de Ras Shamra.

    ZeusZeusZeusZeus - [o mesmo que o Jpiter romano] - Ochefe do panteo do Olimpo grego, mencio-nado em Atos 14.12. A sua esttua no Olimpoera uma das sete maravilhas do mundo an-tigo. Seu templo em Atenas era o maior daGrcia. Sua adorao ainda era amplamen-te difundida nos tempos do Novo Testamen-to, com representaes artsticas encontra-das em Tarso e em templos em Gerasa,Tannur e Salamina. No panteo latino seuequivalente era Jpiter. A referncia doNovo Testamento tem em vista a figura re-sultante da fuso entre Zeus e Jpiter. Boise carneiros eram sacrificados a ele.

    Bibliografia. William P. Albright, Archaeo-logy and the Religion of Israel, 3a edio,Baltimore. Johns Hopkins Press, 1953;Yahweh and the Gods of Canaan, GardenCity, Doubleday, 1968. Lloyd R. Bailey,Israelite El Sadday and Amorite Bel Sade,BL, LXXXVII (1968), 434-438. G. Cornfeld

    (ed.), Canaan, Gods and Idols, Cult,CornPBE, pp. 179-191. G. R. Driver,Canaante Myths and Legends, Edimburgo.

    T. & T. Clark, 1956. Henri Frankfort, And-ent Egyptian Religion, Nova York. ColumbiaUniv. Press, 1948. O. R. Gurney, TammuzReconsidere d", JSS, VII (1962), 147-159.

    Arvid S. Kapelrud, Baal in the Ras ShamraTexts, Copenhaguen. G. E, C. Gad, 1952; TheViolent Goddess. Anat in the Ras ShamraTexts, Oslo. Seandinavian Univ. Books, 1969.Samuel N. Kramer (ed.), Mytfwlogies of thencient World, Garden City. Doubleday

    Anchor Books, 1961; Sunierian Mythology,edio revisada, Nova York. HarperTorchbooks, 1961; 77e Sacred Marriage Rite,Bloomington: Indiana Univ. Press, 1969. UlfOldenburg, The Conflict Between El and Baalin Canaanite Religion, Leiden: Brill, 1969.ean Ouellette, More on El Sadday and Bel

    Sade, JBL, LXXXVIII(1969), 470ss. RaphaelPatai, The Goddess Asherh, JNES, XXIV(1965) , 37-56. Edwin M. Yamauchi, Tammuzand the Bible, JBL, LXXXIV (1965), 283-290;Additional Notes on Tammuz, JSS, XI(1966) , 10-15. Para bibliografia sobre a reli-gio e as divindades gregas,vejaDiana.

    ' A, K. H.

    FAMLIAFAMLIAFAMLIAFAMLIATerminologia. Vrias palavras expressandoa idia de famlia aparecem na Bblia. No

    AT, o heb. bayith (lit., casa) pode signifi-car a famlia que vive na mesma casa (porexemplo, 1 Cr 13.14) e freqentemente tra-duzido como casa (por exemplo, Gn 18.19;x 1.1; Js 7.18, lembre-se do caso de Ac,

    que vivia em uma tenda). Mais freqente-mente encontrado o termo heb. mishpahacom o significado de parentesco (por exem-plo, Gn 24.38-41), famlia" ou cl", usual-mente com uma conotao mais ampla doque a do termo famlia que usamos (por

    exemplo, Gn 10.31,32). O NT usa o gr. oikia(casa, lar", os da casa, por exemplo, Lc19.9; At 10.2; 16.31; 18.8; 1 Co 1.16) eoikiakos (membros do grupo familiar de al-gum, Mateus 10.25,36).Extenso. A famlia ou casa judaica incluano somente membros imediatos intimamen-te ligados por laos de sangue ou de casa-mento, mas abrangia tambm escravos, ser-

    vos contratados, concubinas e at mesmoestrangeiros. Abrao circimcidou cada ho-mem de sua casa, de Ismael at os escravosnascidos em sua casa e aqueles que foramcomprados de estrangeiros (Gn 17.23,27).Note como era extensa a famlia de Jac,sendo 66 o nmero de todos os seus filhos enetos, sem contar as esposas de seus filhos(Gn 46.5-7,26). Os filhos eram grandementedesejados e eram muito importantes na ad-ministrao familiar, especialmente os me-ninos (SI 127.3-5; 128.3; Rt 4.11).Posio social e papel. Na famlia do AT, opai exercia autoridade praticamente abso-luta; da a necessidade de, no NT, adverti-loa no provocar a ira dos filhos (Ef 6,4; Cl

    3.21). Ele simbolizava a tradio, a linha-gem da famlia e sua esperana para o futu-ro. O seu dever era liderar a famlia em ado-rao. Quando ele o fazia, a sua integridadee devoo a Deus tomavam-se um exemplopara os seus descendentes (por exemplo, J1.5); quando o pai falhava, ele ei a amarga-mente acusado (SI 78.8; Am 2.6,7). A metambm tinha grande influncia nos basti-dores, como no caso do conselho de Rebeca aac (Gn 27.11-17). Ela confortava seus fi-

    lhos (Is 49.15; 66.13) e era amada e respei-tada por eles. O filho mais velho, ou primo-gnito, normalmente era preparado e trei-nado para o futuro papel ae chefe da fam-lia. Talvez por causa das obrigaes e res-ponsabilidades extras como lder do cl, esterecebia uma poro dobrada da herana.Princpios e bases bblicas da vida familiar.O padro bsico de Deus para o casamentoest registrado em Gnesis 2.18-25. Comoplanejado originalmente, este relacionamen-to envolvia um homem e uma mulher, umaunio fsica (Gn 1,28) e uma nova unidadesocial (Gn 2.24). A famlia era construda

    sobre estes princpios bsicos, e, por todo oAT, a famlia era considerada no tratamen-to de Deus para com o homem. Os filhos eramconsiderados ddivas e bnos de Deus (Gn4.1; 33.5; SI 113.9; 127*3; 68.6). O pai e ame eram responsveis por trein-los (Dt6.6-9; Pv 22.6), e o pai era particularmenteresponsvel por fornecer um exemplo con-sistente de uma vida de temor e obedincia

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    FAMIUA FAMLIA

    ao Senhor. O fracasso neste aspecto trariaresultados devastadores (Ex 20.4,5; Nm14.18), hem ilustrados na apostasia de Israel(2 Rs 17.14; 2 Cr 33.22-25; At 7.51-53).Os escritores do NT construram sobre osrincpios e ideais para a vida familiar esta-

    eleciaos no AT. Referindo-se ao relato deGnesis, Jesus esclareceu e confirmou o con-ceito original de permanncia na terra dorelacionamento matrimonial (Mt 19.3-6).Embora o termo apegar-se- (Gn 2.24) su-gira fortemente que esta unio deveria serpara toda a vida, Jesus no deixou dvidasao dizer; Portanto, o que Deus ajuntou no0 separe o homem (Mt 19.6).Paulo elevou o casamento ao seu nvel maisalto ao comparar o marido a Cristo, e a mu-lher, igreja (Ef 5.22,23). O marido, diz o

    apstolo, deve amar a sua mulher, comotambm Cristo amou a igreja, e a mulherdeve sujeitar-se ao seu marido como a igrejadeve sujeitar-se a Cristo (Ef 5.25,22-24). Ohomem, como um marido amvel refletindoas atitudes generosas e sacrifieiais do pr-prio Cristo, deve ser o cabea da mulher,dando-lhe segurana e proteo.esus tambm elevou as crianas a uma po-

    sio proeminente em seu plano divino quan-do ensinou que elas no deveram ser ofen-didas (Mt 18.6), desprezadas (18.10) etampouco proibidas de irem a ele (19.14).

    Paulo reitera um princpio do AT ao colocara responsabilidade primria de treinar ascrianas sobre os ombros dos pais (Ef 6.4).Tanto o AT como o NT fornecem uma varieda-de de instrues prticas para um relaciona-mento matrimonial e familiar bem-sucedi-do. O livro de Provrbios est especialmenterepleto destes ensinos. O efeito da crianasobre o estado de esprito da famlia (10.1;15.20; 17.25; 23.24,25); o valor da disciplinargida (13.24; 19.18; 22.15; 23.13,14;29,15,17; cf. Hb 12.5-11); as advertncias

    contra a desobedincia aos pais (19.26;20.20); e o agravo da mulher rixosa (19.13;27.15) - estes so alguns dos sbios provr-

    bios com relao s questes familiares.A casa prspera advertida a no se esque-cer do Senhor (Dt 6.10-12). O casamento comincrdulos proibido para o povo de Deus, afim de evitar que se desviem para adoraroutros deuses (Dt 7.3,4; 2 Co 6.14). O textoem 1 Corntios 7 d instrues prticas comrelao ao problema do egosmo no casamen-to iw. 1-5), diz o que fazer quando um cn-uge no convertido (vv. 12-16) e advertecontra o problema da lealdade dividida (vv.32-35). Jesus trata da questo do divrcio1 Mt 19.3-11), e Paulo d instrues relacio-nadas ao casar-se de novo (1 Co 7.39,40; Rm7.1-31 Conselhos prticos para esposas emes podem ser encontrados em Tito 2.3-5 e1 Pedro 3.1-6,

    Alm das instrues especficas, as Escritu-ras tambm fornecem muitas ilustraes sig-

    nificativas que, por sua vez, apresentamprincpios para uma vida familiar como a

    vida de Cristo. Por exemplo, os filhos de Ehe os filhos de Davi so um forte lembretequanto ao que acontece quando os pais fa-lham (1 Sm 3.13; 2 Sm 12.10). Jos , sem

    dvida, o supremo exemplo do perdo fami-liar (Gn 50.15-21).esus ilustrou as atitudes corretas do pai em

    relao ao filho que se desviou em sua par-bola do filho prdigo (Lc 15.11-24), mas eleapresenta tambm motivos egostas clarospor parte dos pais (Mt 20.20-28).No h dvida de que os ensinos da Bbliaelevam a famlia e sua funo a nm nvel noalcanado em nenhuma outra literatura ousociedade. Embora esta unidade social divi-namente instituda tenha falhado em mui-

    tos casos, no funcionando em um nvel cor-reto dentro da comunidade crist, o padrosanto de Deus para a vida da famlia noest invalidado.Uso figurativo do conceito da famlia. Nanova criao h um novo relacionamento fa-miliar, com um Pai, que est no cu (Mt 23.9).Um homem pode ter que renunciar aos seus

    velhos laos familiares (Lc 14.26,33) ou podedescobrir que seus inimigos so aqueles dasua prpria casa (Mt 10.35,36). O prprioSenhor Jesus experimentou esta separao(Mc 6.4; Jo 7.5) e declarou que seus verda-

    deiros irmos, irms e me, so aqueles quefazem a vontade de Deus (Mc 3.31-35).

    A igreja torna-se a famlia ou a casa de Deus(Ef 2.19; 1 Tm 3.15; Hb 3.6; lPe4.17). Pau-lo considera Timteo, Tito e Filemom comoseus filhos, e exorta Timteo a tratar osmembros da igreja em feso como seus pr-prios parentes (1 Tm 5.1,2). Ele compara ospresbteros aos pais de uma famlia (1 Tm3.5), e ele mesmo gera igrejas como um pai(1 Co 4,15; cf. 2 Co 6.13} e lhes d luz comose fosse uma me (G1 4.19). Como povo de

    Deus, como seus filhos e filhas, devemos fi-car separados e no tocar em nada imundo(2 Co 6.14-18).Veja Adoo; Criana; Divrcio; Educao;Lar; Casa; Casa, Membros da; Marido; Pai;Me; Filho; Filha; Casamento; Herana;Mulher.

    Bibliografia. O. J. Baah, Family, IDB, II,238-241. The Family, CornPBE, pp. 310-320. Larry Christenson, The ChristianFamily, Minepolis. Bethany Fellowship,1970. John W. Drakeford, The Home.

    Lahoratory of Life, Nashville. BroadmanPress, 1965. Alta Mae Erb, ChristianEducation in the Home, Scottsdale, Pa,:Herald Press, 1963. Oscar E. Feucht,Helping Families Through the Ckurch, St.Louis. Concordia, 1957. Gene A. Getz, TheChristian Home", BS, CXXVI (1969), 16-21,109-114. Ralph Heynen, The Secret of Chris-tian Family Living,Grand Rapids. Baker,

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    FAM LIAFAM LIAFAM LIAFAM LIA FARA FARAFARAFARA

    Esttuas do fara Amenotep III medindo 16,5metros de altura - o famoso Colossi de Memnon,

    HFV

    1965. E. A. Judge, The Social Pattern oftheChristian Groups in the First Century,Lon-dres. Tyndale Press, 1960. G. Quell e G.Schrenk, Pater,etc.", TDNT, V, 945-1022.

    G. A. G.

    FANUELFANUELFANUELFANUEL O pai da profetisa Ana, uma mu-lher avanada em idade que vivia em Jeru-salm (Lc 2.36).

    FARAFARAFARAFARA (Heb. paro; gr. pharao; acd. piru,

    iru; egpciopr-\a grande casa" ). No pero-do do Remo Antigo, no incio de aprox. 2500a.C., o palcio foi chamado a casa grande. Sa partir da 18a Dinastia, em aprox. 1500 a.C., que o ttulo da pessoa que vivia no palciopassou a ser semelhante nossa expresso,sua majestade. Nos anos seguintes, tomou-se uma prtica usar este termo sozinho ou jun-to como o nome de um monarca.No Antigo Testamento, a palavra ara"aparece freqentemente em Gnesis e xodo;somente em alguns casos em outros livrosdo AT que o nome pessoal combinado como termo Fara. As ocorrncias do termoFara no AT referem-se aos governantes das30 dinastias listadas por Mneton,1. Faras de Gnesis.Quando Abrao foi parao Egito por causa da fome na Palestina, Sarafoi levada para a casa do Fara (Gn 12,15).Outro Fara frequentemente mencionado emincidentes da vida de Jos, e dos ltimos anosde Jac (Gn 37.36; 40.1ss.). Ao identificar es-tes Faras, pelo menos duas consideraes soimportantes; a Bblia no relata os seus no-mes; a data da vida de Abrao e, consequente-

    mente, dos outros patriarcas no pode ser de-terminada com preciso. W, F. Albright posi-ciona a migrao de Abrao de Ur para Hare para o oeste em algum perodo durante ossculos XX e XIX a.C. (ArchaeologyofPalestino,tjarmondsworth. Penguin Books, 1960, p. 83).E possvel apenas afirmar que a poca dospatriarcas coincide com a dos vrios Farasda 12aDinastia (1991-1786 a.C.).

    Uma discusso interessante desenvolveu-se com relao ao Fara da poca de Jos,se ele foi um dos ltimos governantes da12a Dinastia ou um dos primeiros gover-nantes do perodo dos Hicsos (aprox. 1720-1570 a.C.). Se a cronologia mais antiga

    para o xodo estiver correta, h grandeschances de qne ele seja Sesstris III (1878-1843 a.C.; veja James R. Battenfield, AConsideration of the Identity of thePharaoh of Genesis 47, JETS, XV [19721,77-85). VejaEra Patriarcal.2. Faras do xodo.O Fara que no co-nhecera a Jos" instituin muitas medidasopressoras contra o crescimento de Israel (Ex1.8ss.). Um Fara seguinte continuou aopresso e tentou perseguir Moiss por ter

    matado um egpcio (2.15). Seu sucess or (veja *2.23) foi o Fara das pragps e do xodo, (4.21-14.31). A opresso e o Exodo aconteceramnos reinados de determinados Faras doNovo Reino (Dinastias XVIII-XX; aprox.1580-1100 a.C.). Segundo a cronologia maisantiga (aprox. 1445 para o xodo) o Farada opresso foi Tutmsis III (aprox. 1482-1450 a.C.), e o Fara de Exodo foi AmenotepII (aprox. 1450-1425), Conforme uma crono-logia mais avanada (aprox. 1280 para oxodo), o Fara da opresso foi Seti I (aprox,1318 - 1304), e o Fara do xodo foi RamssII (aprox. 1304-1237). A cronologia mais re-

    cuada , s vezes, chamada de bblica, oumassortica, porque estruturada em tornode certas afirmaes cronolgicas no AT; porexemplo, 1 Reis 6.1; Jnfzes 11.26. A viso dadata mais recente, tambm fazendo uso dasreferncias bblicas, tem a sua base princi-pal na compreenso atual das evidnciasarqueolgicas com relao s viagens de Is-rael em tomo de Edom e Moabe,_e a conquis-ta de Cana. Vejaxodo, O; A poca3. Faras annimos em outras passagens do

    T. Salomo (aprox. 971-931 a.C.) casou-secom a filha do Fara (1 Rs 3.1), um casamen-to que aparentemente tinha como finalidadeo estabelecimento de uma aliana poltica. OFara tambm deu Gezer sua filha como

    Templo de Ramss II em Abo Simbel. LL

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    FARAFARAFARAFARA FARA FARAFARAFARA ----NECONECONECONECO

    um dote (1 Rs 9.16). Estas duas passagensaparentemente referem-se a Siamun (aprox.974-957 a.C.), o rei que sucedeu o ltimo reida insignificante 21a Dinastia. Uma cena dealvio triunfal encontrada em Tnis ilustraeste governante golpeando um estrangeiro,aparentemente um filisteu, e um escarave-

    lho com seu nome vem de Tell e!-Farah(Sarum), no sul da Palestina. Estes detalhesconferem com os do Fara do reinado anteri-or ao de Salomo entrando em Cana, at oponto em que Gezer aliada do rei israelita(veja KD sobre 1 Reis 3.1; cf. Alan Gardiner,Egypt of the Pharaohs [Oxford. ClarendonPress, 1961], p. 446).O Fara Amenemope ou Siamun da 21a Di-nastia foi aquele para quem o jovem prncipeHadade, de Edom, fugiu, como refugiado deDavi (1 Rs 11.17,18). O Fara que deu a irm

    de sua esposa, a rainha Tafnes, a Hadadecomo esposa, pode ter sido Psusennes II (957-945) ou Sisaque (945-924), o primeiro rei da22a Dinastia. O Fara da poca de Ezequias(2 Rs 18.21) foi da 25aDinastia (Etope).Os Faras mencionados por nome so:Sisaque (1 Rs 14,25 etc); S (2 Rs 17.4, masreconhecido agora como o nome de um lu-gar); Tiraca (2 Rs 19.9), Fara-Neco (2 Rs23.29,30); e Fara Hofra (Jr 44.30). Veja ar-tigos individuais sobre estes governantes;Egito: Histria.

    H.

    E. Fi.

    FARA HOFRAFARA HOFRAFARA HOFRAFARA HOFRA O quarto rei da 26a Dinas-tia do Egito (Jr 44.30), que governou em Sais,no Delta (588-569 a.C.), chamado Apriespelos gregos. Hofra continuou a polticaantibabilnica dos seus predecessores, e noincio do seu reinado mandou suas tropaspara ajudar o rei Zedequias, de Jud, fazen-do com que o exrcito babilnico levantasse

    temporariamente o cerco a Jerusalm (Jr37.5-11; Ez 17.15,17). Estava acompanhadoda sua esquadra (Herdoto, ii.161), mas osseus esforos fracassaram.Em 587 a.C., Ezequiel profetizou vrias ve-zes contra este Fara (Ez 29.1-16; 30.20-26;

    31.1-18), e novamente em 585 a.C. (32.1-32).Aps Nabucodonosor destruir Jerusalm,vrios judeus fugiram para o Egito levando

    eremias com eles, porm agiram de formacontrria sua advertncia (Jr 42.7-43.7).Eles estabeleceram-se ao redor de Tafnes,onde Hofra mantinha uma residncia real(Jr 43.9). Jeremias profetizou (44.30) queHofra morreria nas mos de seus inimigos;e mais tarde foi assassinado em uma revol-ta liderada pelo sen co-regente Ahmose(Amasis). VejaEgito: Histria.

    J. R.

    FARAFARAFARAFARA----NECONECONECONECO Fara do Egito (609-594a.C,), geralmente identificado como Neco II,filho e sucessor de Psamtieo I (664-609),que fundou a 26a Dinastia em Sas, no Del-ta. A verso KJV em ingls ntiliza o nomeNeco em 2 Crnicas 35.20,22; 36.4; 2 Reis23,29,33-35; Jeremias 46.2.Seguindo a poltica de seu pai de manter umequilbrio de poder na sia via ajuda mili-tar aos assrios (contra a Babilnia), queeram duramente pressionados, Neco mar-

    chou em direo ao norte para recapturarCarquemis em 608 a.C. (2 Cr 35.20). Ele to-mou esta atitude para ajudar Assur-UbalitII, o ltimo rei da Assria (2 Rs 23. 29), quefoi sitiado em Har, Neco capturou Gazaenquanto estava a caminho (Jr 47.1), masteve que combater o rei antiassrio Josias,de Jud, em Megido. Este atraso do egpcioselou o destino dos assrios, mas custou a

    vida de Josias (2 Cr 35.20-24).

    Cabea de uma grande esttua deitada deRamss II, possvel fara do xodo conforme uma

    cronologia mais recente, Herbert Lockyer, Jr .

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    FARAFARAFARAFARA ----NECONECONECONECO FARISEUSFARISEUSFARISEUSFARISEUS

    Aps Neco ter consolidado o sen poder sobrea Sria e a Fencia, ele prendeu Jeoacaz, ofilho antiassrio de Josias, em seu quartel srioem Ribla. Ele deps Jeoacaz e o deportou parao Egito. Ento constituiu Eliaquim (mudan-do o seu nome para Jeoaquim), como um rei-

    vassalo em Jerusalm, sujeito ao pagamentode impostos (2 Rs 23.33-35; 2 Cr 36.3,4).Durante alguns anos, Neco foi bem-sucedi-do no norte, mas entre maio e junho de 605a.C., o exrcito da Babilnia, comandado peloprncipe da coroa, Nabucodonosor (q.",), der-rotou as suas foras em Carquemis (q.v.), eeles fugiram de volta para o Egito (Jr 46.1-12), A perseguio de Nabucodonosor at orio do Egito (2 Rs 24.7) s foi aplacada pelamorte sbita de seu pai em agosto, pois foiobrigado a retornar logo para a Babilnia eassumir o trono. S em 601 a.C. Nabucodo-nosor retornou contra o Egito, conforme acrnica babilnica. Neco o enfrentou em ba-talha, e ambos os lados sofreram severasperdas. Esta derrota do domnio babilnicoda regio aparentemente encorajou Jeoa-quim a rebelar-se contra Nabucodonosor (2Rs 24,1), mas Neco no se prontificou maisa ajudar.De acordo com Herdoto (ii.158; iv.42), Necofez concesses comerciais aos mercadoresgregos, e iniciou a escavao de um canal,atravs do Udi Tumilat, do Nilo at o mar

    Vermelho, que foi terminado por Dario I, daPrsia. Ele enviou uma esquadra com nave-gadores fencios que circunavegaram a fri-ca. VejaEgito: Histria.

    J. R.

    FARDO ou CARGAFARDO ou CARGAFARDO ou CARGAFARDO ou CARGA1. A palavra hebraica massa'vem literalmen-te da raiz nasa, que significa levantar qual-quer peso carregado por um animal (x 23.5)ou homem (Nm 4.15). De forma figurada, aspessoas podem tornar-se um fardo para umlder (Nm 11.11); um homem pode represen-

    tar um fardo para si mesmo (J 7,20); osalmista fala (38.4) das iniqidades como umfardo. Possivelmente os impostos tambm sig-nificavam um fardo em Osias 8.10.

    A palavra massa usada freqentemente namensagem e na elocuo de um profeta con-tra as naes (Is 13.1; 15.1 etc), e foi traduzi-da como orculo na verso RSV em ingls.Ela tambm foi utilizada nas palavras de

    Agur e Lemuel em Provrbios 30.1; 31.1. Otermo mas et, da mesma derivao, usadopara orculos insensatos (Lm 2.14), ou seja,

    expresses transmitidas por falsos profetas.2.

    Outras palavras, como por exemplo, sebel(Ne 4.17) e sobel (Is 9.4) originaram-se desabai, suportar um peso,.e podem ser tra-duzidas como fardo. Em xodo (1.11; 2.11;5.4,5; 6.6,7), a palavra sfbala usada parase referir a toda a misria que os egpciosimpuseram sobre os hebreus,

    E. F. Hai.

    FAR S Pronncia grega de Perez (Mt 1.3;Lc 3.33). VejaPerez.

    FARINHA VejaAlimentos.

    FARISEUS Acredita-se que o termo fariseuderiva do verbo hebraico parash, isto , di-

    vidir ou separar. Portanto, os fariseus eramo povo separado. Porm, tanto a origemdesse grupo judeu como do nome que rece-

    beu ainda so incertos. A separao da qualo nome est falando poderia referir-se a umaseparao geral das impurezas ou do mun-do, ou poderia estar ligada a alguma situa-o histrica em particular. Por exemplo, osfariseus poderam ter surgido como a expres-so de uma rgida absteno dos costumespagos na poca de Esdras e de Neemias(q.o.), ou da recusa de adotar costumes gre-os mesmo sob a ameaa de morte na pocae Antoco Epifnio {q.v.}, ou da ruptura queaconteceu em 165 a.C,, aps a reconquistado Templo, entre os macabeus (q.v) e os pi-edosos ou Chasidim, que estavam dispos-tos a lutar pela liberdade religiosa, mas nopela independncia poltica. Todas essas pos-sibilidades foram levantadas como teorias,e todas podem ser consideradas como a per-sonificao de alguns aspectos do espritofarisaico; mas as evidncias no so conclu-sivas para nenhuma delas.

    A primeira referncia aos fariseus, como um

    grupo existente em Israel, foi feita duranteo reinado de Joo Hircano (135-104 a.C.). Deacordo com Josefo, nessa poca eles exerci-am grande influncia junto s massas. Hir-cano foi um de seus discpulos, mas por cau-sa de desentendimentos ele separou-se e jun-tou-se aos saduceus (Ant. xiii.10. 5. f.). Emuma observao repleta de pressgios, Jose-fo acrescenta: Por causa disso, naturalmen-te, cresceu o dio das massas por ele e seusfilhos (ibid). Consta, tambm, que Hircanodeixou de observar certos regulamentos

    que os fariseus haviam estabelecido para opovo. Josefo explica que os fariseus haviamtransmitido ao povo certos regulamentos(rtomima) herdados das geraes anteriores,mas que no haviam sido registrados na leide Moiss (nomoi)\ por essa razo eles foramrejeitados pelo grupo saduceu (10. xiii.6).Esse relato serve para realar o principalfator que existe em qualquer definio dofarisasmo - o conceito da tradio, de umacontnua expanso da lei oral. Ele tambmindica que, na poca de Hircano, o farisasmo era um florescente movimento com gran-

    de influncia sobre a populao. Alm disso,a referncia transmisso de regulamentosque haviam sido herdados das geraes an-teriores sugere alguma continuidade com opassado. Portanto, aqueles que tm procu-rado acompanhar os fariseus desde osChasidim, que lutaram ao lado de JudasMacabeu, at a nova dedicao do Templo

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    (1 Mac 2.42ss.; 7.13ss.; 2 Mac 14.6) podemter chegado muito prximo da verdade. Em-

    bora algumas de suas caractersticas tenhamrazes que se estendem at tempos remotos,o farisasmo que conhecemos a partir de fon-tes disponveis parece ter se originado como

    uma resposta judaica ao desafio da culturagrega no incio do segundo sculo a.C.Em uma poca bastante posterior, quando ofarisasmo j havia se tornado a expressonormativa do judasmo, os hiatos histricosforam preenchidos de forma a fazer crer quea lei oral havia sido estabelecida pelo pr-prio Moiss, via Josu, os ancios, os profe-tas, os homens da Grande Sinagoga funda-da por Esdras, e tambm por homens comoSimeo, o Justo, e Antgono de Socho (scu-los IV e III a.C.) at os pares (zugoth) demestres investidos de autoridade (por exem-plo, Sem a as e Abtalion, Hilel e Shammai) eo rabinos que vieram depois deles (veja o tra-tado de Mishna, conhecido como Pirke Aboth,captulo 1), Vale a pena notar que a origemdos pares coincide aproximadamente como momento em que os fariseus comearam aconstar em nossas fontes. E muito provvelque a era dos macabeus tenha marcado o seu

    verdadeiro aparecimento, embora eles afir-massem que seus ancestrais espirituais ha-

    viam sido homens como Esdras, que haviamconfirmado e explicado a Tor. Eles podem

    at ter possudo algumas tradies orais queremontavam at o incio da poca posteriorao Exlio.Depois da ruptura com a casa real liasmo-neana, representada por Joo Hircano, odestino poltico dos fariseus sofreu algumasflutuaes. Eles tornaram-se os lderes deuma contnua oposio popular ao seu su-cessor, Alexandre Janeu (103-76 a.C.), deforma que em seu leito de morte, impressio-nado pela influncia que exerciam sobre asmassas, Alexandre insistiu com sua esposaSalom Alexandra (76-67 a.C.) que traba-lhasse mais prxima deles (Josefo, Ant. xiii.15. 5.). Os tradicionais regulamentos herda-dos dos pais foram restabelecidos, e osfariseus tornaram-se o poder por detrs dotrono, livres para vingar as injustias queacreditavam ter sido feitas contra eles por

    Alexandre (ibid., xiii. 16.1; cf. Wars i.5. 2.f.). Na luta pelo poder que se seguiu mortede Alexandra, parece que os fariseus torna-ram-se um terceiro partido que no apoiavanenhum de seus dois filhos; eles requisita-ram aos romanos que abolissem o reinado

    udaico (que os sacerdotes haviam usurpadodepois da revolta dos macabeus) e o retomoao antigo tipo de regulamento sacerdotal(Ant. xiv. 3.2). Essa expectativa no se rea-lizou, mas os romanos realmente puseramum ponto final a essa disputa entre facesquando Pompeu capturou o Templo, invadiuo santurio, exilou um dos filhos de Alexan-dra e indicou o outro (Hircano II) como sumo

    sacerdote e representante do rei. A indepen-dncia poltica, conquistada de maneira tonobre no sculo anterior, foi novamente per-dida quando o povo judeu passou a sofrer odomnio romano em 63 a.C.Os Salmos de Salomo representam a ex-

    presso mais refinada da piedade farisaicapr-crist. A data da sua autoria correspon-de ao perodo tumultuado que se seguiu conquista de Pompeu, pois articulavam aira piedosa dos fariseus contra os pecado-res^ de Israel, cujos atos haviam provocadoo terrvel castigo de Deus (isto , os ltimosgovernantes da casta sacerdotal doshasmoneus e os saduceus que os apoiaram),e contra os gentios que haviam invadido oslimites impostos por Deus sobre eles ao cas-tigar o seu prprio povo (Salmos de Salo-mo 2.16-29). O desconhecido autor dessesSalmos delineou claramente a situao(Naes estrangeiras ascenderam ao teualtar, eles orgulhosamente pisotearam so-

    bre ele com suas sandlias, 2.2), e se mos-trou jubiloso com a subseqente morte vio-lenta de Pompeu em 48 a.C, (Deus me mos-trou o insolente assassinado nas montanhasdo Egito, 2.30). Os fariseus encontravamnestes versos a ilustrao de um de seustemas clssicos, o conceito da retribuio;Deus vingando os justos (isto , os prpri-os fariseus) e punindo os pecadores. A dou-

    trina de uma futura ressurreio, to uni-formemente atribuda aos fariseus (cf. At23.6ss.; Josefo, Ant. xviii. 1.3ss.. Wars ii.8.14), simplesmente o produto da consisten-te aplicao de seu princpio da retribuio(cf. Salmos de Salomo 3.16).

    A esperana messinica dos fariseus foi es-tabelecida de uma forma bela na ltima par-te do Salmo de Salomo 17. O Senhor le-

    vantar entre eles o seu rei, o filho de Davi(17.23) que destruir as naes mpias coma palavra de sua boca (v. 27).Sobre Davi diziam: Ser um rei justo sobreeles, ensinado por Deus, e no haver injus-tias nesses dias em seu meio, pois todossero santos e seu rei ser o ungido do Se-nhor (w. 35ss.), Embora o rei e o reino queos fariseus estavam buscando fossem terre-nos, eles tambm eram espirituais e no se-riam alcanados pela confiana no cavalo,no cavaleiro e no arco (v. 37).Depois da conquista de Pompeu, os fariseus,em sua maior parte, tornaram-se politicamen-te conformados. Embora houvesse algunszelotes destacando-se entre eles, os fariseus

    formavam um grupo que procurava evitarconflitos com Roma, e somente depois demuita relutncia foram finalmente arrasta-dos para a malograda revolta do ano 70 d.C.Depois da destruio de Jerusalm, foram osfariseus que se incumbiram de recolher osfragmentos da f e da vida jndaica e recons-truir o judasmo que conhecemos por meio dosescritos dos rabinos. A situao era anloga

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    quela que havia prevalecido aps o exlio naBabilnia; no havia uma nao judaica e aunidade do povo expressava-se atravs da lei,da sinagoga e das boas obras. A esperanaescatolgica no estava ligada atividaderevolucionria, mas interveno divina, e

    isso em seu momento oportuno. Dessa forma,desde o ano 70 d.C. o judasmo tomou-se orebento daquilo que previamente havia sidoapenas um grupo entre vrios outros - osfariseus.Se os Salmos de Salomo mostram o farisa-smo sob o seu melhor aspecto, o NT mostrao que de pior havia nele. Na poca de Jesus,parece que os fariseus formavam um grupode laicos (isto , homens que no eram sa-cerdotes), em que alguns de seus membroshaviam sido especialmente treinados no es-tudo das Escrituras. Havia os escribas, e foicontra estes e contra os fariseus qne o Se-nhor Jesus dirigiu algumas de suas maisseveras denncias, O Senhor no contesta-

    va categoricamente aquilo que aqueles ho-mens ensinavam na sinagoga: Na cadeirade Moiss, esto assentados os escribas efariseus (Mt 23.2ss.); seus ensinos deveri-am ser seguidos, Mas eles eram hipcritasporque no viviam de acordo com seus ele-

    vados padres de justia. Colocavam sobre opovo um jugo que eles prprios no estavamdispostos a suportar (Mt 23.4) e faziam uso

    da casustica para fugir ao esprito da lei,enquanto exigiam que ela fosse cumprida risca (Mt 23.16-22; cf. Mc 7.9-13). Os fariseusgloriavam-se em sua justia prpria e s fa-ziam boas obras para serem vistos pelos ho-mens (cf. Mt 23.5-12; 6.1-6,16-18; Lc 18.9-14). Joo Batista havia chamado os fariseusde raa de vboras que se apoiavam de for-ma complacente sobre a filiao deles

    Abrao (Mt 3.7ss.). O Senhor Jesus confir-mou esse veredicto (Mt 23.33) acrescentan-do que eram como sepulcros caiados (23.27)e filhos, no dos profetas e dos justos, paraquem haviam construdo tmulos bem ela-

    borados, mas daqueles que haviam assassi-nado esses mesmos profetas e homens jus-tos, desde Abel at Zacarias (23.29-36). Eramcondutores cegos de outros cegos, que pro-curavam encontrar muitos proslitos, masna realidade deixavam os homens fora doReino dos cus (Mt 15.14; 23.13-15).Esse pensamento do NT bem conhecido,mas no devemos nos esquecer de que na-quela ocasio os fariseus eram vistos sobuma luz um pouco mais favorvel (por exem-

    plo, Lc 7.36ss.; 13.31ss.). Foram atribudasa Gamaliel (q.v.) algumas das boas qualida-des que Josefo encontrou nos fariseus - mo-derao, renncia a castigos severos, cons-cincia da soberania divina e tambm daresponsabilidade humana (At 5.33-39; cf.osefo, Ant. xiii. 5.9; 10.6; Wrs ii.8.14). Pau-

    lo tinha sido um fariseu antes de sua con-verso e aparentemente considerava esse

    grupo como a mais elevada expresso da jus-tia que h na lei (Fp 3,4-6; cf. G1 1.14).Tambm no devemos nos esquecer de quemesmo sendo denunciados por Jesus, osfariseus eram capazes de pesquisar e de fa-zer uma rigorosa autocrtica, O Talmude

    descreve, de forma jocosa, sete classes defariseus. Entre eles existiam os fariseus deombro que levavam as suas boas obras emseus ombros, para que pudessem ser vistospelos homens; os fariseus pilo, cuja cabe-a era curvada como o pilo em um almofarizcomo um sinal de falsa humildade. Porm,existiam aqueles que verdadeiramente ama-

    vam a Deus, e que eram como Abrao (veja,por exemplo, Ber. 9,14b; Sot. 5,20c; Sot. 22b,explicados de forma muito conveniente naobra de C. G. Montefiore e H. Loewe ARabbnic Artthology,p. 1385).Uma definio do farisasmo poderia come-ar insistindo que ele era legal, mas no li-teral. Era uma religio que construiu umacerca em volta da lei (Pirke Aboth 1.1), se-lecionando os regulamentos legais do AT,muitos dos quais eram dirigidos aos sacer-dotes levitas e tornando-os relevantes eaplicveis a cada judeu. Isso foi feito atra-

    vs de seu sistema de interpretao oral datradio. Eles levaram a lei ao alcance decada homem, de forma que em um sentidodiferente de Martinho Lutero, o farisasmo

    representou o sacerdcio do crente. Parao fariseu sincero, a lei no representavauma letra morta, como havia sidoexplicada e interpretada pelos escribas, masa sua prpria vida.Ento, por que o Senhor Jesus denunciou ofarisasmo? Em parte por causa da hipocri-sia de alguns de seus representantes, quediziam, mas no praticavam (Mt 23.3), eem parte porque o farisasmo, em sua ho-nesta tentativa de adaptar a eterna lei deDeus s mutveis condies humanas, ha-

    via comprometido a justa e absoluta exign-cia divina (Mt 15.3), Ao aplicarem a si mes-mos e a seus seguidores certos deveres exte-riores, eles haviam realmente dado uma for-ma mais fcil justia, um objetivo que se-ria alcanvel atravs de uma certa obedi-ncia, para que quando esses atos fossem re-alizados os fariseus pudessem pensar que ha-

    viam feito tudo o que deles era exigido. Con-tra essa atitude, Jesus disse que mesmoquando tais exigncias tivessem sido cum-pridas, o servo de Deus ainda no poderiapermanecer seguro. A exigncia tica ainda

    estava presente; ele ainda seria um servointil (Lc 17.10). Portanto, Jesus disse aosseus discpulos: Se a vossa justia no ex-ceder a dos escribas e fariseus, de modo ne-nhum entrareis no Reino dos cus (Mt 5.20).

    Bibliografia. I. Abrahams, Studies inPharsasm and tke Gospels, Nova York.Ktav Pub. House, 1967. W, D, Davies, In-

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