Leitura e Duscurso Científico

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LEITURA E DISCURSO CIENTíFICO Márcia Aparecida PlllON UNICAMP Maria Aparecida lopes da CRUZ UFMA RESUMO o objetivodeste artigo é mostrar a importânciada leituranos segmen- tos históricos, seus niveis existentes para a compreensão do texto e a interaçãoque se constituientre o autor e o leitor.Estabelece a diferençaentre o texto e o discurso, apresentando dois tipos de discurso científico:o da descoberta (tiponarrativo)e o da pesquisa ("fazer-saber").As modificações sofridas pelo discurso científiconos dias atuais refletindo nos projetos de pesquisa. Palavras-chave: Leitura; Discurso científico. o sujeito e o sentido da leitura A leitura é um processo dialético que se insere no "proces- so histórico-social", portanto a leitura não é uma questão de "tudo ou nada", faz parte da vida do indivíduo (Orlandi, 1988, p.9). Os homens pré-históricos com o conhecimento prévio do mundo faziam suas leituras, hoje através dos vários meios de comunicação e informação o homem compreende não só as leituras de mundo como também as científicas. Transinfonnação, v. 8, n. 3, p.121-129, setembro/dezembro, 1996

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  • LEITURA E DISCURSO CIENTFICO

    MrciaAparecida PlllONUNICAMP

    MariaAparecida lopes da CRUZUFMA

    RESUMO

    )o objetivodesteartigomostraraimportnciadaleituranossegmen-

    toshistricos,seusniveisexistentesparaa compreensodo textoe ainteraoqueseconstituientreoautoreoleitor.Estabeleceadiferenaentreo textoe o discurso,apresentandodoistiposdediscursocientfico:o dadescoberta(tiponarrativo)e odapesquisa("fazer-saber").As modificaessofridaspelodiscursocientficonosdiasatuaisrefletindonosprojetosdepesquisa.

    Palavras-chave:Leitura;Discursocientfico.

    o sujeitoeosentidodaleitura

    A leitura um processodialticoquese insereno "proces-so histrico-social",portantoa leiturano uma questode "tudoounada",faz partedavida do indivduo(Orlandi, 1988,p.9).Os homenspr-histricoscom o conhecimento prvio do mundo faziam suas

    leituras,hojeatravsdosvrios meiosdecomunicao e informaoo homemcompreendenos as leiturasde mundo comotambmascientficas.

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    Lerexigedo indivduoesforointelectualtornandocom-preensveisasleiturasrealizadas,decifrandooqueoautorquisdizerportrsdaspalavrasescritas.

    A abordagemdeKleiman(1989,p.9)quanto"compreen-sodetextosescritos"estabelecequeos "processoscognitivosqueconstituema atividadeemqueo leitorse engaja paraconstruirosentidode umtexto".

    A autorapropenveisdeconhecimentoquecontribuemparao desenvolvimentointelectualfacilitandoa compreensodaleitura.Osnveisdeconhecimentosodescritoscomooconhecimen-tolingstico,otextual,demundo,enciclopdico,queso"estimula-dos" duranteo processode leitura,tecendoo sentidotextual.Oconhecimentolingsticoenglobatodoo processode aquisiodalinguagem,peloqualpassamos,osmodosdeutilizaolingsticadeverbos,predicados,locues,adjetivosentreoutros.O conhecimen-totextualencontra-senacompetnciaindividualemcompreenderaestruturadotextoe formasdodiscurso.

    Noprocessodeconstruodosentido,o leitoratuacomoseuconhecimentoprvio,tentandocompreenderoconhecimentodooutro,isto, o queo autorquisdizer,nabuscadeengajamento,do"conhecimentomtuo".

    O conhecimentodomundosoas experinciaspessoaisdevidaadquiridase presentificadasduranteo atode ler.

    A presentificaodas experinciasvividaspeloleitorepeloautorcolocaa leituracomoumprocessointerativoemque acompreensoestabeleceumentrosamentoentreosvriosnveisdeconhecimento.

    A leituraconsiderada,porOrlandi(1983,p.20),comoum"momentocrticoda constituiodo texto,pois o privilgiodainteraoverbal",isto, ha identificaodosinterlocutoresqueseencontramestruturadosno"processodesignificao".

    Verifica-sequehanecessidadedeobservarnoprocessode leituraacompreensodoleitordiantedotexto,poisesteconstituio caminhode ligaoentreautore leitor.

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    Na leiturainterativao leitorcaracteriza-secomo"sujeitocognitivo"e o textocomo"objetoformal",o relacionamentodo leitorcomotexto umfatordedestaque,poissodeterminadosatravsdosujeitoleitorasmaneirasdeleiturasdiferentes,eporquepretenderesolveroproblemade"indeterminaodotexto"demodo"referencial",isto, estabeleceumequilbrioentreo conhecimentoque o leitorpossuie aquelequeo textocontmemsi. Nestecontextoo leitorcomosujeitodeterminaasvriaspossibilidadesdeleituradeumtexto(Kleiman,1989, p.39).

    Orlandi(1988,p.92)estabeleceuque umdos aspectosfundamentaisnoprocessodesignificaodeterminadapelaleituraa possibilidadedese lerummesmotextodevriasmaneiras.

    A linguagemo meiopeloqualoatodafalase estruturae exterioriza-se.Bahktin(1981),emsuaobra,analisaa linguagemsegundoa viso marxista,abordandoos aspectosda interaoverbal,poisa verdadeirasubstnciada linguagemestconstitudapelo fenmenosocial da interaoverbal, realizadaatravsdaenunciao.A interaoverbalformaa realidadefundamentaldalngua.Portantoa linguagemnascee se desenvolvenumprocessohistrico,vinculadocom a comunicaoverbalconcreta.O autorcitadodiscutetambmomtodoparaoestudodalngua,asformaseostiposdeinteraoverbalemligaocomascondiesconcretasemqueserealizamasformasdasdistintasenunciaes,emligaoestreitacoma interaodequeconstituemos elementos,isto, ascategoriasdoatodafalanavidaenacriaoideolgicaqueseprestaa umadeterminaoverbal,examedas formasda lnguana suainterpretaolingsticahabitual.

    Oprocessodeleitura,encaminhadocomoatividadecognitiva,possibilitaaohomeminteragirentreopresenteeopassadonamedidaemqueconcretizaastransformaesculturais(Silva,1985,p.22).

    A leiturae o discurso

    A linguagemestabelecidacomoumprocessodecomu-nicaodotextocomoleitoredestecomomundo,ela(a linguagem),

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    porsuavez,constitui-secomoumatodesocializao.Comrelaoaodiscursocomoobjetoformaldotexto,esteconstitui-seapartirdeumasituao,dosfatosocorridosnasociedade.

    Orlandi(1988),emsuaobraLeitura&Discurso,discute,navisodeFoucaulte Pecheux,odiscurso,suasfunese forma-es.Nodiscursosovriasasmaneirasdeosujeitoocuparotexto,que correspondea diversasformaesdiscursivas.Para entendertodaessacomplexidadediscursiva,oautordefinediscursonavisode Foucault,comosendo uma"regularidadede uma prtica".Odiscursotemcomofunoassegurara permannciade umacertarepresentao,poisna origemde todoo discursoexisteo projetototalizantede umsujeito,projetoestequeo converteem autor.Osujeito a peacentraldodiscursoque,porsuavez,constituicomoautor.O discurso opalcoondeosujeitose constituicomoautoraoconstituiro texto.

    O discursoforma-sejogo,as palavrasrecebemsentidoapartirda sua prpriaestruturao.Portantoreafirmamosque aformaodiscursiva o lugarda constituiodo sentidoe daidentificaodosujeito.A formaodiscursivao lugaremquetodoosujeitoreconhece-se,e identifica-se,adquirindosuaprpriaidenti-dade.E tambmosentidoadquirea suaunidade.

    Nopodemosconfundirumtextocomumdiscurso,poisotextoa"unidadedeanlisedodiscurso:oenunciadoaunidadedeconstruodo discurso,maso discursoapia-senotextoem seuprocessode construo,apenasparaestruturar-se"(Orlandi,1988,p.115).

    Orlandi refletetambmsobre a situaode leitura,arepresentaodaunidadedeleitura,ainterpretao,acompreenso,a interaonoatodeleitura.A compreensoinstaura-senoreconhe-cimentode que o sentido socio-historicamentedeterminadoeencontra-seligadoforma-sujeitoqueporsuavez,constitui-sepelasua relaocoma formaodiscursiva.

    Aoanalisarmosodiscursocientficoobservamosqueparaa suacompreensoe interpretao,exige-seumesforointelectualcomumdeterminadorepertrioestrutural.

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    Deyes(1983),analisandoa obrade Harre(1960),argu-mentaqueodiscursocientfico fundamentalmentedescritivoedizser o "escopo"da cinciaas "unidadesconceptuaisde estrutura,propriedadese formas,lugar,medidae processo";ele coloca acinciaacimadodiscursocientfico.Emborasejasemdvidaoobjetodacinciadescreveroambienteemquea humanidadeseencontra,odiscursocientificoalmejafazerrecuaroslimitesdenossoconheci-mentosobreesteambienteatravsdadiscussoe argumentao.

    NostrabalhoscientficosSeverino(1978,p.15)estabelecedois sentidos.Primeiro:"o conjuntode processosde estudosdepesquisaedereflexoquecaracterizaavidaintelectualdouniversi-trio".Segundo:"a prpriamonografiacientfica,textoque relatadissertativamenteosresultadosdeumapesquisanumadeterminadarea.O discursocientficoestcontidonosegundosentido,sendopormodesenvolvimentodotrabalhocientfico( a tese,a disserta-o,a monografia)resultantede umprocessoargumentativo".

    A caracterizaododiscursocientficod-secomoumtipode discursode ao.Apresentam-sedoistiposde discurso,o dadescoberta,do tipo narrativo,discursoindividualdo cientistaembuscade"saber"(enigma-soluo)e odapesquisa,discursosocialdo"fazer-saber"comunidadeaquesedescobriu(Silveira,1992p.99).

    A autoracitadaestabeleceque o discursocientficodereviso,caracteriza-sepelaretomadadodiscursodevrioscientis-tas, desenvolvendo-secomoum tipode discursoproduzidopeloescritor,com objetivosespecficos, como por exemplo:expor,questionar,reconstituirhistoricamentee opinara respeitode umtema.

    A legitimaododiscursocientfico

    A concepoiluministada CinciacomoumaatividadedesvinculadadoEstado,dasociedadeedocapital,voltadasobresimesmae exercidapor homensnobresquebuscamrompercom o

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    mundodas trevas,da ignornciae do senso comumest hojeultrapassada.

    A Cincia concebidahojecomoummeiode produo,que origina,organiza,estocae distribuicertotipode informaes.Este processode produoestsujeitos polticasde desenvolvi-mentotraadaspeloEstado,s necessidadesda sociedadee aosinteressesdasagnciasdefomento,comoFINEP eoutras,almdosinteressescomerciaisdas empresasque mantmseus prprioslaboratrios(Lyotard,1990).

    Destaforma,aatividadecientficaperdeasuaconcepodeatividadehumansticaeespeculativa,voltadaparaoprogressodahumanidadeetoma-seumaatividadeoperacional-podeserformatada,traduzidaem"bits"deinformao,edarorigema inmerosprodutoscomoreferncias,resumose ndices.

    Ao mesmotempotambmuma"tecnologiaintelectual"com suas prpriasregrasde produo - comoescrevere comoredigir,comocitar,comoestruturarotextocientfico,comoescolherumtemadepesquisa(Matos,1985;1984)eassimpordiante.Torna-seentoumaprticasubmetidaaocapitaleaoEstadodesenvolven-do linguagensespecficaspara o tipo de mercadoque pretendeatingir.

    o discursocientfico,ento,comopartesignificativadesteprocesso,sofremodificaesnasuaestruturae nosseusobjetivos.Emboraaindasubmetidaas mesmasregrasgeraisparasuaaceita-oe reconhecimentocientfico-condiesde consistnciainternae verificaoexperimentalsegundoLyotard(1979,p.13)- outracondiobsicaveiosejuntaraesta-adaoperatividadenarealidadepresente.

    Esta operatividadena realidadetem um exemplobemclaro nos projetosde pesquisa,que consistemem um discursocientficosobrepartedarealidadeedapossibilidadedeestud-Iaoumodific-Ia,otimizandoassimasperformancesdosistemasocial.

    O conhecimento,portanto,no possui mais um valorintrnseco,masadquireumvalordetrocae se legitimapelodesem-penho.Almda possibilidadede confirmarou negarumaverdade

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    cientfica,precisasercapazdeotimizarasperformancesdosistema.Suaeficcia:emoutraspalavras,precisatervalidadesocial.Osprojetosqueatendemaestasnecessidadestmmaisprobabilidadedeseremselecionadospelasagnciasdefomentodoqueosdemais.

    A atividadecientficasetomaassimformadeproduocomoqualqueroutra- possuiummercadoespecficocomsuasprpriasleisenecessidades,formaprofissionaiscomdeterminadascaractersticasequenoprecisamnecessariamenteestarligadosaoensinoparaselegitimar.

    CONCLUSO

    A leituraantesdetudoumprocessointelectual.Mesmoaquelesqueaensinameavemcomoumatcnicadedecodificaodesonseletrassabemqueela(aleitura)demandatempo,perseve-ranae capacidadecognitivaparasedominarseus mecanismosbsicos.Estesfatoresatransformam,inevitavelmente,emuminstru-mentodeelite.Partindo-sedessepressuposto,noestranhoqueaolongodeumprocessohistrico(cronolgicae socialmentefalando)tenhase construdoum conceitoburgusde leitura,queenvolveutodosos profissionaisque atuamnessarea,e quese estendemtambma todasas atividadesprofissionaisque de algumaformadependemdehabilidadeintelectual(entendidaaquinoseuconceitomaisrestrito)paraseremviabilizadas.

    A atividadecientficaconstituio picedestasatividadeseaquelesque a exercemso concebidoscomoumaelitecapazde"guiar a naoem sua emancipao"(Lyotard,1979p.89).Esteconceito,hoje,noentanto,tornou-sebemmaisfuncionale objeti-vo- busca-seprepararprofissionaisqualificadospararealizarosfinspragmticosa quese propemas instituies.

    Mesmoos diversosconceitossobreo processoda leituratendemaoequilbrioentreocognitivismoeoaspectosocialdaleitu-ra-verdadequetodoindivduopossuisuasprpriasestratgiascognitivasde leitura,masistonopodeservistoapenassoboaspectodomecanicismooudo individualismo.

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    Ningumse expressaapenasa partirdo seu prpriointerior,todasas nossasidiasso construdasaolongodetodoumprocessohistrico-social,noqualoprpriodiscursocientficodesem-penhoue desempenhaumpapelmuitoimportante.

    A maneirapeculiarqueo indivduotemdeseexpressarede interpretara realidadeest muitoligadaao discursoque eleabsorvedestamesmarealidade.No nossosculo,odiscursocient-ficotemsidoo predominante.Absorvidocomoo maisvlidodentretodas,o discursocientficotemrefletidona sua estruturatodasasmudanasporquepassamasociedadee a realidadequese estuda.A leituratemabsorvidoestasmudanasnaemancipaodosujeitocognitivoenateoriadaleiturainterativa:odiscursocientficonavisodoseuprocessoprodutivo.

    A formaodiscursivareafirmaassima constituiodosentidoe da identificaodo sujeitocognitivo,o lugarondeelesereconheceese identifica,adquirindoassimumaidentidadeprpriaeondeo sentidodoqueestsendocomunicadoadquirea suaunida-de - unidadeque prpriana formado discursoque estsendonarradoe dos sujeitosque nele se reconheceatravsdo jogointerativoentreautor/conhecimento/sujeitocognitivo.

    O discursocientficopassa,assim,aterumavalidadequenoapenaslhe prpria,intrnseca,mastambmsocial,ao menosnoquetangea suaaplicao.

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    ABSTRACT

    Theobjetiveofthisarticleistoshowtheimportanceofreadinginmanyhistoricalsegments,itsexistinglevalsto thetextunderstandingandtheinterationbetweenauthorandreader.Itestablishesthedifferencebetweentextanddiscourse.

    Keywords:Reading;Scientificdiscourse.

    Transinformac;o,v. 8,n.3,p.121-129,setembro/dezembro,1998