Leitao barros

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Realizador de cinema e jornalista português, José Júlio Leitão de Barros nasceu a 22 de Outubro de 1896, no Porto, e faleceu a 29 de Julho de 1967, em Lisboa. Tendo frequentado a Escola de Belas-Artes, as faculdades de Ciências e Letras de Lisboa e também a Escola Normal Superior da Universidade de Lisboa, exerceu a profissão de professor no Liceu Passos Manuel. Para além do ensino, Leitão de Barros dedicou-se também ao jornalismo, actividade que iniciou em 1916. Colaborou nos jornais mais importantes da sua época, através de artigos, reportagens, entrevistas, críticas e crónicas, entre os quais se destaca uma entrevista a Salazar publicada n'O Século e as crónicas surgidas no Diário de Notícias entre 1953 e 1967. Colaborou no teatro como autor e cenografista, ficando o seu nome, por outro lado, também ligado à pintura, área em que o seu valor foi reconhecido em exposições e prémios, tanto em Portugal como no estrangeiro. O facto de ter estado activamente presente em iniciativas muito importantes para o Estado Novo, concebendo e dirigindo festejos históricos (foi ele quem criou a "tradição" das marchas populares em Lisboa),contribuiu igualmente para que se tornasse conhecido. Evidenciou-se no cinema a partir de 1918, através da Lusitânia Film uma das várias tentativas de lançar uma produção industrial que se deram em Portugal nas décadas de 10 e 20), para a qual realizou dois filmes e um terceiro que não chegou a terminar.

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Realizador de cinema e jornalista português,José Júlio Leitão de Barros nasceu a 22 de Outubro de1896, no Porto, e faleceu a 29 de Julho de 1967, emLisboa. Tendo frequentado a Escola de Belas-Artes, asfaculdades de Ciências e Letras de Lisboa e também aEscola Normal Superior da Universidade de Lisboa,exerceu a profissão de professor no Liceu Passos Manuel.Para além do ensino, Leitão de Barros dedicou-se também aojornalismo, actividade que iniciou em 1916. Colaborou nosjornais mais importantes da sua época, através de artigos, reportagens,entrevistas, críticas e crónicas, entre os quais se destaca uma entrevistaa Salazar publicada n'O Século e as crónicas surgidas no Diário deNotícias entre 1953 e 1967. Colaborou no teatro como autor e cenografista,ficando o seu nome, por outro lado, também ligado à pintura, área em queo seu valor foi reconhecido em exposições e prémios, tanto em Portugalcomo no estrangeiro. O facto de ter estado activamente presente eminiciativas muito importantes para o Estado Novo, concebendo e dirigindofestejos históricos (foi ele quem criou a "tradição" das marchas popularesem Lisboa),contribuiu igualmente para que se tornasse conhecido.Evidenciou-se no cinema a partir de 1918, através da Lusitânia Filmuma das várias tentativas de lançar uma produção industrial que se deramem Portugal nas décadas de 10 e 20), para a qual realizou dois filmes eum terceiro que não chegou a terminar.

Técnica e equipamentoAinda no início das suas obras, em 1918, em Malmequer, a nível técnico éde salientar o uso da "tintagem", que consistia em pintar apelícula para,através das cores, transmitir determinados sentimentos das personagensou fazer a distinção entre dia e noite ou cenas de interior e deExterior. Em 1927 realiza Nazaré, Praia de Pescadores, um documentáriofocado na relação homem-ambiente, com um conceito estético que odistinguia de imediato de projectos à partida idênticos, mas que não iamalém do plano meramente turístico. A "aposta" seguinte de Leitão deBarros é no cinema sonoro, para o qual os estúdios portugueses ainda nãodispunham das condições técnicas requeridas. A Severa, com cenas deexteriores (por vezes de grande beleza estética) rodadas em Portugal(sem som) e cenas de interiores filmadas na França, onde o filme foisonorizado, teve um enorme êxito comercial e fez também com que setomasse consciência da necessidade de se criarem estúdios em Portugaladequados à nova realidade do cinema, o som. Leitão de Barros e outroscineastas constituíram o que poderia designar-se de um movimento, queconduziria à criação dos estúdios da Tóbis Portuguesa, em 1932.

PortfólioAo longo da sua vida, José Leitão de Barros realizou váriosfilmes. Desde 1918, a 1966, foi vasta a lista de “fitas” que oRealizador apresentou:

• Mal de Espanha (1918)

• O Homem dos Olhos Tortos (1918) (inacabado)

• Malmequer (1918)

• Sidónio Pais - Proclamação do Presidente da República (1918) (esta obra não sobreviveu)

• Nazaré, Praia de Pescadores (1929) (perdeu-se a 2ª parte do filme)

• Festas da Curia (1927)

Portfólio• Lisboa (1930

• Maria do Mar (1930)

• A Severa (1931)

• As Pupilas do Senhor Reitor (1935)

• Bocage (1936)

• Las Tres Gracias (1936)

• Maria Papoila (1937/I)

Portfólio• Legião Portuguesa (1937/I)

• Mocidade Portuguesa (1937)

• Varanda dos Rouxinóis (1939)

• A Pesca do Atum (1939)

• Ala-Arriba! (1942)

• A Póvoa de Varzim (1942)

• Inês de Castro (1944)

Portfólio

• Camões (1946)

• Vendaval Maravilhoso (1949)

• Comemorações Henriquinas (1960)

• A Ponte da Arrábida Sobre o Rio Douro (1961)

• Escolas de Portugal (1962)

• A Ponte Salazar Sobre o Rio Tejo (1966)

Portfólio

Maria do Mar (1930) é um filme mudoPortuguês, realizado por Leitão deBarros. É a primeira docuficção etambém a primeira etnoficção do cinemaportuguês, a segunda mundial depois deMoana(1926), de Robert Flaherty.Trata-se de uma obra percursora, comoMoana, da prática da antropologiavisual. Estreia em Lisboa, nos cinemasOdeon e São Luiz, a 20 de Maio de 1930e na cidade do Porto, no cinema Águiade Ouro, a 9 de Junho do mesmo ano.

Portfólio

As Pupilas do Senhor Reitor é um romancedo escritor português Júlio Dinis.O romance foi lançado ao público emformato de folhetim em 1863 e,posteriormente, editado e publicado comolivro em 1867. As Pupilas do Senhor Reitorfoi um sucesso. Devido ao modo como foiproduzido, o texto apresenta pouco apurono estilo, com chavões, variedades,suspenses, distensões, revezadamente;claramente dirigido à classe popular,baseado em costumes rurais. Ambientado nasegunda metade do século XIX, em umaaldeia portuguesa, conta a história deMargarida e Clara e seus romances com osfilhos do fazendeiro José das Dornas:Daniel e Pedro.

PortfólioAla-Arriba! é um filme português delonga-metragem de José Leitão de Barros,a segunda obra sua no campo daantropologia visual e a terceira da suatrilogia sobre o mar. É a sua primeiradocuficção, a segunda na história docinema, sendo Moana (1926), de RobertFlaherty, a primeira e também a primeiraetnoficção. O filme estreia em Lisboa,no cinema S. Luís, a 15 de Setembro de1942.

Portfólio

Camões é um filme português, realizadopor José Leitão de Barros, que relataa vida e os feitos do grande poetaLuís de Camões. Concorreu à primeiraedição do Festival de cinema de Cannesem 1946.José Amaro, António Vilar e Leonor Maiasão algumas das figuras que pertenceramao elenco.

Portfólio

Filme documentário, realizadoPor Leitão de Barros, sobre aconstrução da ponte sobre o Tejoem Lisboa e sua inauguração a 6de Agosto de 1966.

A Ponte Salazar sobre o rio Tejo em Lisboa - 1966

Webgrafia, Bibliografia, Autoria do Trabalho

Webgrafia

http://www1.uni-hamburg.de/clpic/tematicos/cinema/realizadores/barros_joseleitao.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Leit%C3%A3o_de_Barroshttp://www.imdb.com/name/nm0500749/

Bibliografia

Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura - secretariado por MAGALHÃES,António Pereira; OLIVEIRA, Manuel Alves

Autoria do Trabalho

António José Alves Clemente TeixeiraLicenciatura em Comunicação e MultimédiaNº 41033