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L1TERATURA ESTRANGEIRA II Coordenador(a): Dayse Mara Ramos da Silva ALiNGUA EALINGUAGEM EM " ALICE NO PAis DAS MARAVILHAS" Edileide Aparecida Brito Quanto a analise da obra de Lewis Carroll" As Aventuras deAlice no Pais das Maravilhas, pode-se observar comumente varios trac;;os interessantes, nosquaisaproximam 0 livro de uma Literaturavoltada para 0 adulto ler e naopara umacrianc;;a,assim como a obraeapresentada mundialmenteclassificada como Literatura Infantil. Em se tratando de Lewis Carroll,este, alem de matematico ecientista gostava de fotografias, por isso fotografava de formaamadora meninas com menos de 14 anos de idade. Sua musa inspiradora foiAlice Lidell, filha de seu grandeamigo Henry George Lidell, Lewis Carroll sentia umagrandeafeiC;;ao por Alice. Este por sua vez, com trinta e seisanos de idade escreveu " Alice noPais das Maravilhas",no entanto, sua musa com apenas 11 anos de idadeea chave avassaladora desse romance. 0 livroapresentatrac;;os nao- infantis, ou seja, quanta ao volume do livro com 258 paginas, (AsAventuras deAlice no Pais das Maravilhas, Editora Summus, 8 ediC;;ao), aparentemente nao e urn livro voltado paraacrianc;;a com essa monstruosidade de paginas. A obraapresenta urn vocabulario dificil, com uma linguagem rebuscada, cheia de trocadilhos ( dificil para uma crianc;;a entender). Conclui-se que"Asaventuras de Alice no Pais das Maravilhas" , sac cada vez mais leitura para adultos e urn seculo depois foi-se compreendendo que nao sac apenas caprichosas fantasias, pois naoha nada pordetras dos enredose personagens desses livros que nao sejamreferenciados, podendo entender muito maise percebendo como muitas expressoes de nonsense refere-se a expressoes correntes na sociedadeinglesa. Carroll foi urn criador de dificil classificaC;;ao.Nao escreveu uma "grandeobra", no sentido de Shakespeare, mas exerce ate os dias de hoje urn fascinio cad avez maior em outros criadores, em criticos, fil6sofos, matematicos e 16gicos. A NARRATIVA BUZZATIANA Ligia lara Vinholes rUNES?) o livro de Dino Buzzati mais famoso e de indiscutivel sucessofora da Italia, publicadoem 1940, e "0 Deserto dos Tartaros"; paraapresenta-Io pode se dizer que, nele, a figuraeapresenc;;ado autor no "Novecentos" italiano foram certamente condenadas num primeiro tempo a solidao e ao desprezo, dado que Buzzati tinha predileC;;ao pela condiC;;ao do hornem e seu aparente afastamento da hist6ria, da ideologia, de realismo, dos mitos da modemidade. Alem disso, exprimia seu repudioempertencer a grupos e correntes fato que 0 tinham isolado numa especie de sub-ordem literaria. Neste trabalhoprocuramos mostrar, como, ao realizar significativo trabalho em sua narrativa Buzzati elabora uma reflexao acerca da consciencia hist6rica do homem. 0 modo que 0 escritor emprega para estruturar a sua obra funciona como metMora de uma das maiores angilstias do homem: a fugacidade do tempo. A obra buzzatiana coloca 0 tempo como 0 grande gerador de indagac;;oessobre 0 pr6prio homem, sobre a sua vida, sobre sua existencia efemera.

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• L1TERATURA ESTRANGEIRA IICoordenador(a): Dayse Mara Ramos da Silva

A LiNGUA E A LINGUAGEM EM " ALICE NO PAis DAS MARAVILHAS"

Edileide Aparecida Brito

Quanto a analise da obra de Lewis Carroll" As Aventuras de Alice no Pais das Maravilhas,pode-se observar comumente varios trac;;osinteressantes, nos quais aproximam 0 livro de umaLiteratura voltada para 0 adulto ler e nao para uma crianc;;a,assim como a obra e apresentadamundialmente classificada como Literatura Infantil. Em se tratando de Lewis Carroll, este, alemde matematico e cientista gostava de fotografias, por isso fotografava de forma amadora meninascom menos de 14 anos de idade. Sua musa inspiradora foiAliceLidell, filha de seu grande amigoHenry George Lidell, Lewis Carroll sentia uma grande afeiC;;aopor Alice. Este por sua vez, comtrinta e seis anos de idade escreveu " Alice no Pais das Maravilhas",no entanto, sua musa comapenas 11 anos de idade e a chave avassaladora desse romance. 0 livro apresenta trac;;osnao-infantis, ou seja, quanta ao volume do livro com 258 paginas, (AsAventuras de Aliceno Pais dasMaravilhas, Editora Summus, 8 ediC;;ao),aparentemente nao e urn livro voltado para a crianc;;acom essa monstruosidade de paginas. A obra apresenta urn vocabulario dificil, com umalinguagem rebuscada, cheia de trocadilhos ( dificil para uma crianc;;aentender).Conclui-se que "Asaventuras de Aliceno Pais das Maravilhas" , sac cada vez mais leitura paraadultos e urn seculo depois foi-se compreendendo que nao sac apenas caprichosas fantasias,pois nao ha nada por detras dos enredos e personagens desses livros que nao sejam referenciados,podendo entender muito mais e percebendo como muitas expressoes de nonsense refere-se aexpressoes correntes na sociedade inglesa.Carroll foi urn criador de dificil classificaC;;ao.Nao escreveu uma "grande obra", no sentido de

Shakespeare, mas exerce ate os dias de hoje urn fascinio cada vez maior em outros criadores,em criticos, fil6sofos, matematicos e 16gicos.

A NARRATIVA BUZZATIANA

Ligia lara Vinholes rUNES?)

o livro de Dino Buzzati mais famoso e de indiscutivel sucesso fora da Italia, publicado em 1940,e "0 Deserto dos Tartaros"; para apresenta-Io pode se dizer que, nele, a figura e a presenc;;adoautor no "Novecentos" italiano foram certamente condenadas num primeiro tempo a solidao eao desprezo, dado que Buzzati tinha predileC;;aopela condiC;;ao do hornem e seu aparenteafastamento da hist6ria, da ideologia, de realismo, dos mitos da modemidade. Alem disso,exprimia seu repudio em pertencer a grupos e correntes fato que 0 tinham isolado numa especiede sub-ordem literaria.Neste trabalho procuramos mostrar, como, ao realizar significativo trabalho em sua narrativaBuzzati elabora uma reflexao acerca da consciencia hist6rica do homem. 0 modo que 0 escritoremprega para estruturar a sua obra funciona como metMora de uma das maiores angilstias dohomem: a fugacidade do tempo. A obra buzzatiana coloca 0 tempo como 0 grande gerador deindagac;;oessobre 0 pr6prio homem, sobre a sua vida, sobre sua existencia efemera.

AS TECNICAS NARRATIVAS MINIMALISTAS DE SAM SHEPARD

Ricardo da Silva Sobreira (UNESP)

Sam Shepard (1943-) e, sem duvida, urn artista multimidiMico. Sua sensibilidade criativaencontra expressao em diversas formas de arte como 0 cinema e a musica. Contudo, e no teatroque Shepard tern realizado a maior parte de sua prodw;ao, tendo ja escrito quase cinquentapec;ase recebido 0 premio Pulitzer por "Buried Child" (1979). Alemdisso, a literatura tambem econtemplada por Shepard, que recentemente lanc;oudois volumes de contos: Cruising Paradise(1996) e Great Dream of Heaven (2002). Os textos de Sam Shepard podem ser associados aominimalismo literario, pois, alem da concisao e simplicidade, esses textos possuem uma sintaxedespojada e estruturas que podemos considerar, de acordo com teorias desenvolvidas por lhabHassan e Umberto Eco, indeterminadas, pois evitam uma resposta totalizante dos fatos narradose permitem uma pluralidade de perspectivas. 0 minimalismo na literatura e uma tendenciaartistica que teve seu auge durante a decada de 1980, quando obras de artistas como RaymondCarver e Bobbie Ann Mason despertaram 0 interesse do publico e da criticajustamente por suasestrategias de contenc;ao e de omissao de pormenores. Nosso trabalho propoe-se, portanto, aanalisar essas estrategias ficcionais minimalistas a partir do livro Great Dream of Heaven,buscando investigar a maneira como essas tecnicas narrativas representam as contingenciashumanas e a questao da identidade do sujeito frente aos dilemas do mundo pos-moderno.

EBONICS AND AFRO- AMERICAN LITERATURE

Lucilia Teodora Villela de Leitgeb Lourenl;o (UEMS)

o presente estudo interdisciplinar entre a literatura norte-americana e a sociolingtiitica tececonsiderac;6es e analisa fragmentos de algumas obras das escritoras citadas abaixo as quaistern se tornado uma grande forc;ana literatura afro-americana recente, mencionando que, nopassado, a escritora Nella Larsen e a poeta Phillis Wheatley foram marginalizadas pela literaturanorte-americana do seculo XVIII,ja que 0 contexto social dos Estados Unidos na epoca asimpossibilitou de qualquer exito. Ahistorica divisao entre brancos e negros somente nas ultimasdecadas propiciou uma abertura as escritoras de talento, vencedoras de premios importantes,comoAliceWalker, cuja a obra ACor PUrpura transformou-se em best-seller e em filmemerecedordo Oscar; e Toni Morrison, merecedora do Premio Nobel, alem do Premio Pullitzer; suas obrastratam do contexto do cotidiano, com narrativas permeadas pelo ingles afro-americano, ficandodemonstrada a complexidade semantica, lexical e fonetica do referido vemaculo, de formadidatica num enlace com a literatura contemporanea que constitui, objeto de raros estudosdestes aspectos na pesquisa nacional. Verificou-se a ocorrencia em dialogos mistos de normapadrao e ingles negro ou construc;oes lexicais exclusivas do citado linguajar que podem tomar

a compreensao para os falantes da norma culta uma tarefa praticamente impossive!.

LITERATURA E ARTE: A AGRURA DO RETIRANTE NA TREMPE DE CANDIDO PORTINARI

E GRACI LlANO RAMOS

Luis Carlos de Andrade (UFMS)

Estudo de 'travessia'do romance Vidas Secas de Graciliano Ramos com as telas Familia deretirantes, Crianc;amorta, Menino morto, Mae chorando e Enterro na rede de Candido Portinari,focalizando a agrura do sertanejo / retirante, em urn periodo marcado pelo realismo socialpresente na Literatura (Romance de 30) e na Arte brasileira. Alem disso, esse trabalho objetivatrazer uma discussao sobre as precarias condic;6ese eXclusao do trabalhador rural nordestino,sobretudo nas decadas de de 1930 e 1940. Procura-se tambem discutir como urn trabalho

interdisciplinar no Ensino Fundamental pode diminuir a fragmenta~ao do ensino-aprendizagem.o professor de Lingua Portuguesa pode desenvolver leituras enfatizando a varia~ao lexical,considerando apenas a varia~ao diat6pica como pre-requisito para ajudar 0 a1uno na compreen-sao de romances bem como na amplia~ao de sua competencia comunicativa. Em Hist6ria, 0

professor deve apresentar 0 contexto social, politico; economico e cultural durante 0 periodo. EmGeografia, deve ser estudado a vegeta~ao; em Ciencias, os problemas decorrentes da desnutri~aoe em Artes, a fase expressionista de Candido Portinari. Dessa forma, 0 aluno percebe que alinguagem pict6rica e a linguagem verbal, atraves da confluencia das materias se completam,possibilitando 0 aprendiz a desenvolver a leitura critica-reflexiva, sendo capaz de notar que avaria<;:aolingiiitica, a integra<;:aodas disciplinas e das diferentes linguagens 0 ajudarao a produzirtextos oral e escrito mais elaborados e informativos.

o TEATRO pOLiTICO E SUAS REPERCUSSOES NA FORMA DRAMATICA PORTUGUESA DO

SECULOXX

Milca Tscheme (UNESP)

o Teatro Politico, entendido como urn fenomeno da primeira metade do seculo XX, foi apontadocomo uma das tentativas de solu<;:aopara a crise do drama moderno, diagnosticada ainda nofinal do seculo XIX.Acrise consistia na falencia das rela<;:oesintersubjetivas; no teatro, a falenciada pr6pria rela<;:aodram<i.tica:a dial6gica. 0 Teatro Politico, neste momenta especifico do iniciodo seculo XX, reteatralizou a arte dram<i.tica a partir de urn extravasamento das rela<;:oesindividuais, inserindo, na sua nova forma dramatica, 0 homem e sua rela<;:ao- nELOcom seusemelhante - mas com urn mundo que 0 conclama a agir, a seguir em alguma dire<;:ao.No teatroportugues, dramaturgos importantes como Luiz Francisco Rebello, Bernardo Santareno eRaimundo Correia desenvolveram urn teatro politico e epico, no qual a1emda proposi<;:aode umanova linguagem para 0 teatro da epoca, buscaram na cria<;:aode teatros amadores uma solu<;:ao,tambem politica, de divulgarem suas obras e de renovarem 0 cenario portugues.

OS PLURAlS DO TEMPO

Heloisa Helena Siqueira Correia (UN/CAMP)

No que diz respeito a obra de Jorge Luis Borges, 0 ensaio EI tiempo y J. W. Dunne do livro OtrasInquisiciones, que trabalha 0 conceito de multiplica<;:aodos sujeitos e dos tempos, e 0 conto EIjardin de senderos que se bifurcan, do livro Fic<;:oes,que tematiza a multiplica<;:aodos tempos,interseccionam suas caracteristicas principalmente pelo tema - tempos-, mas tambem compar-tilham reflexoes metalingiiisticas e 0 procedimento de perseguir 0 desvelamento de urn misterio.Neste sentido, os textos serao abordados com 0 objetivo de evidenciar como os generos ensaio econto se dinamizam, man tendo a simultaneidade longe do alcance da unilateralidade que 0 temposucessivo da linguagem pretende imprimir.

UMA LEITURA DE PALOMAR, DE ITALO CALVINO

Dayse Mara Ramos da Silva (USP)

!talo Calvino, escritor italiano da Segunda metade do Novecento, atraves de sua militanciaintelectual e da lucidez de seus interventos, participou ativamente de momentos cruciais naliteratura italiana. Sua vasta obra sofreu uma profunda evolu<;:aono curso dos anos: dasprimeiras experiencias neo-realistas, passando pela Neovanguardia e chegando aos seus ultimosescritos, em que pesquisa te6rica e jogo do intelecto prevalecem.

A analise de suas bibliografia permite a verifica<;ao de reflex6es sobre: a Hist6ria - apontadas na

obra II sentiero dei Nidi di Ragni-, convivendo com sua inclina<;ao a experimentos liten'trios - II

castello dei destini incrociati -, e tambem com exercicios de observa<;ao e reflexao, observados

em Palomar.

Palomar, ultimo livro publicado em vida por Calvino, e uma narrativa composta de 27 textos

curtos organizados em tres areas tematicas: As ferias de Palomar; Palomar na cidade e Os

silencios de Palomar. De cada bloco tematico surgem outros tres sub-temas e de cada urn desses

outros tres sub-itens. Tal estruturar;:ao permite a leitura global da macroestrutura do texto, e

nesse caso, a personagem mantem 0 fio l6gico da obra e essa assemelha-se a estrutura do

ROMANCE; ou entao pode-se realizar a leitura isolada dos textos e dessa forma a obra

apresentaria a forma estrutural do CONTO.