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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3915 | SEGUNDA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS Cirurgia robótica pode chegar à RAEM A cirurgia robótica poderá ser introduzida na RAEM em 2012, fruto da cooperação entre a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau e o hospital dirigido por Gao Chang Qing, considerado o “pai” daquela tecnologia na Ásia. A revelação foi feita ao JTM no início de um ciclo de encontros entre médicos da China e países lusófonos. A área da formação deverá motivar a assinatura de acordos entre os Serviços de Saúde e países de língua portuguesa. “Haverá muitas caras novas nas eleições da AL” CHAN TAK SENG, DIRIGENTE DA ALIANÇA DO POVO , EM ENTREVISTA AO JTM Veteranos pontuam no relvado e na solidariedade PÁG 8 Moda e beleza desfilaram no Albergue da Santa Casa CENTRAIS Fado já é Património Intangível da Humanidade PÁG 15 PÁGS 2 E 3 Deputada denuncia empresas que usam esquema fraudulento A deputada da Assembleia Legislativa Kwan Tsui Hang denunciou, numa interpelação por escrito ao Governo, que há empresas locais a utilizar informações de empregados antigos, ou de antigos candidatos a trabalhos, nas declarações das receitas ou em contribuições para a segurança social, de forma a diminuir as tributações fiscais às Finanças. As queixas foram apresentadas por trabalhadores residentes que tiveram de pagar à Direcção dos Serviços de Finanças facturas relativas ao imposto profissional. Segundo a deputada, os rendimentos de muitos dos queixosos não atingiam o valor mínimo para pagamento de imposto profissional, sendo que outros até estavam desempregados há algum tempo. Kwan Tsui Hang denuncia ainda empresas locais que utilizam o mesmo esquema para pedir mais quotas de trabalhadores não residentes ao Governo e apela à criação de um mecanismo que possa ser utilizado na confirmação dos trabalhadores recrutados pelas empresas de Macau. Trabalhadores não residentes protestam contra regra de inactividade Um grupo de trabalhadores não residentes, constituído sobretudo por empregadas domésticas da Indonésia, entregou ontem na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) uma petição com cerca de 900 assinaturas. Os trabalhadores reivindicam uma revisão da lei sobre a contratação de não residentes, reclamando sobretudo o fim da regra da inactividade que os obriga a ausentarem-se por seis meses da RAEM, caso sejam despedidos ou queiram mudar de emprego. O Governo já manifestou a intenção de alterar essa regra, mas a proposta prevê que aqueles trabalhadores apenas possam procurar um novo emprego na mesma área em que desempenhavam funções, se quiserem permanecer na RAEM durante os seis meses. O grupo que se deslocou à DSAL considera que a legislação vigente viola a Convenção Internacional do Trabalho. Apesar da persistência dos trabalhadores não residentes na luta pelo que consideram ser os seus direitos laborais, a DSAL entende que não a lei de Macau não entra em contradição com os regulamentos internacionais. PÁGS 4 E 5 MÉDICOS DE MACAU, CHINA E LUSOFONIA REUNIDOS NO TERRITÓRIO

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Jornal Tribuna de Macau

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3915 | seguNDa-feira, 28 De Novembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Cirurgia robótica pode chegar à RAEMA cirurgia robótica poderá ser introduzida na RAEM em 2012, fruto da cooperação entre a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau e o hospital dirigido por Gao Chang Qing, considerado o “pai” daquela tecnologia na Ásia. A

revelação foi feita ao JTM no início de um ciclo de encontros entre médicos da China e países lusófonos. A área da formação deverá motivar a assinatura de acordos entre os Serviços de Saúde e países de língua portuguesa.

“Haverá muitas caras novas nas eleições

da AL”

CHAN TAK SENG, DIRIGENTE DA ALIANÇADO POVO, Em ENtREVIStA Ao jtm

Veteranos pontuam no relvado e na solidariedade

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Moda e beleza desfilaramno Albergue da Santa Casa

centrais

Fado já é Património Intangível da Humanidade

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Deputada denuncia empresasque usam esquema fraudulentoa deputada da assembleia legislativa Kwan tsui Hang denunciou, numa interpelação por escrito ao governo, que há empresas locais a utilizar informações de empregados antigos, ou de antigos candidatos a trabalhos, nas declarações das receitas ou em contribuições para a segurança social, de forma a diminuir as tributações fiscais às finanças. as queixas foram apresentadas por trabalhadores residentes que tiveram de pagar à Direcção dos serviços de finanças facturas relativas ao imposto profissional. segundo a deputada, os rendimentos de muitos dos queixosos não atingiam o valor mínimo para pagamento de imposto profissional, sendo que outros até estavam desempregados há algum tempo. Kwan tsui Hang denuncia ainda empresas locais que utilizam o mesmo esquema para pedir mais quotas de trabalhadores não residentes ao governo e apela à criação de um mecanismo que possa ser utilizado na confirmação dos trabalhadores recrutados pelas empresas de macau.

Trabalhadores não residentes protestam contra regra de inactividadeum grupo de trabalhadores não residentes, constituído sobretudo por empregadas domésticas da indonésia, entregou ontem na Direcção dos serviços para os assuntos laborais (Dsal) uma petição com cerca de 900 assinaturas. os trabalhadores reivindicam uma revisão da lei sobre a contratação de não residentes, reclamando sobretudo o fim da regra da inactividade que os obriga a ausentarem-se por seis meses da raem, caso sejam despedidos ou queiram mudar de emprego. o governo já manifestou a intenção de alterar essa regra, mas a proposta prevê que aqueles trabalhadores apenas possam procurar um novo emprego na mesma área em que desempenhavam funções, se quiserem permanecer na raem durante os seis meses. o grupo que se deslocou à Dsal considera que a legislação vigente viola a convenção internacional do trabalho. apesar da persistência dos trabalhadores não residentes na luta pelo que consideram ser os seus direitos laborais, a Dsal entende que não a lei de macau não entra em contradição com os regulamentos internacionais.

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mÉDIcoS DE mAcAU, cHINA E LUSoFoNIA REUNIDoS No tERRItÓRIo

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PáG 02 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu

local(…) “O Governo também se deve preocupar com a transparência das obras de construção do novo hospital. Deve traçar metas e mostrá-las à população. Por exemplo definir até 2013 o número de profissionais que irão ser contratados” (…) - idem

(…) “O terminal marítimo não deve ser mudado de local agora. Antes de ser construída a zona A [dos novos aterros] nada deve ser demolido, porque morrem os negócios naquela zona e tal trará ainda dificuldades para os residentes” (...) - Chan Tak Seng

Criticou a falta de medidas para a classe média nas Linhas de Ac-ção Governativa. O que esperava

que Chui Sai On fizesse mais por esse estrato social?

-Já participei em trabalhos relati-vos a esse estrato social e penso que o Governo confunde classe média com o rendimento médio. Não poderemos considerar que uma pessoa pertence à classe média só porque ganha bem, até porque muitas vezes há declarações que não são transparentes. Um residente in-tegra aquele grupo quando tem uma ha-bitação, um trabalho estável por conta de outrem ou um negócio próprio e possui um certo nível de educação. Tem de ser feita uma avaliação global e assegurada uma boa qualidade de vida. O que inte-ressa a esta classe são questões como o futuro dos filhos, a isenção de impostos, as políticas de contratação de trabalha-dores, a qualidade dos serviços de saúde e não os pequenos benefícios que o Go-verno anunciou. Por isso, deve ser dada mais atenção a estas características para que sejam traçadas medidas.

-Um estudo da Associação das Ci-ências Económicas revelou que o nú-cleo da classe média é de 23,7%. É uma percentagem real?

-A classe média é maior. O Gover-no não tem apoiado este grupo, porque desconhece concretamente o seu peso na sociedade. O Executivo está a concen-trar-se nas classes mais baixas, e a classe média está a ser ignorada. Para melhorar o nível de vida daquele estrato poderia ser desenvolvido um bom plano para os novos aterros. Isto porque a classe média está mais atenta à necessidade de ter um ambiente que seja bom para viver e pro-pício à continuação dos seus negócios. A classe média vê a prosperidade assegu-rada em Macau entre os próximos 10 a 20 anos, mas como a maioria dos que in-tegra aquela fatia da sociedade já chegou aos 40 ou 50 anos está agora preocupada com os projectos dos filhos.

-Quais são as suas expectativas para os novos aterros?

-Há uma confusão com o planea-mento urbanístico que vem de longe,

quer ao nível da rede dos transportes, quer ao nível da falta de coordenação en-tre as companhias de electricidade, águas e telecomunicações. A classe média quer um planeamento urbanístico que possa durar mais 20, 30 ou 50 anos, e permita à próxima geração usufruir de um bom ambiente, para viver e desenvolver os seus negócios. Não vejo as pessoas deste estrato a falar sobre o plano pecuniário. Se o Governo não atribuir aquele subsí-dio não será uma preocupação para eles, se puderem ficar em Macau e tiverem condições para continuar com os negó-cios. As novas terras também deverão ser aproveitadas para a construção de mais espaços verdes e é importante que sejam bem articuladas com as zonas an-tigas. Já o terminal marítimo não deve ser mudado de local agora. Antes de ser construída a zona A [dos novos aterros] nada deve ser demolido, porque morrem os negócios naquela área e tal trará ainda outras dificuldades para os residentes.

-Atendendo aos projectos apresen-tados para os novos aterros, as necessi-dades de Macau serão colmatadas?

-O primeiro passo deverá ser tra-çar uma boa rede de transportes. Os edifícios devem ser construídos tendo por base esta rede. Como diz um ditado chinês, quando o caminho está traçado podemos chegar à prosperidade. Olhan-do para os problemas que já existem ao nível do trânsito, vejo que o Governo não está a tomar medidas para limitar, por exemplo, o número de “shuttle bus” ou tentar aliviar o tráfego de carros pri-vados e isso torna difícil construir uma cidade em que seja possível circular com fluência. Na minha opinião, ao mesmo tempo que limita o número das mesas de jogo, o Executivo deveria limitar os “shuttle bus”.

-A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) não está a traçar medidas suficientes?

-Acho que o grupo de especialis-tas que formularam as medidas para os transportes não funciona bem, porque não vai ao terreno e traça as medidas em função das necessidades. O director da DSAT vai para o terreno ver, mas não deve ser apenas ele a observar os pro-blemas de trânsito. Onde é que estão os especialistas? Não vejo que dentro dessa comissão consigam ser dados conselhos

válidos. A DSAT já tem vindo a desenvol-ver vários planos, mesmo em termos de coordenação de trânsito, mas o Governo não toma decisões, tais como impor um limite à importação de carros ou dos au-tocarros. Essa decisão é de uma instância superior. Os diferentes departamentos não estão a conseguir comunicar e co-ordenar o trabalho entre si e isso coloca muitos obstáculos a que se avance com determinadas medidas.

-Mas, no geral, depois do anún-cio das LAG acha que população ficou mais satisfeita?

-Em relação ao ano passado, sinto que as pessoas ficaram mais satisfeitas, porque foram anunciados mais subsí-dios e benefícios, sobretudo para as ca-madas mais desfavorecidas, mas devia haver uma maior fiscalização ao Exe-cutivo por parte da população. Mesmo havendo satisfação por causa dos subsí-dios, notou-se um grande descontenta-mento, sobretudo da classe média, em relação à área da saúde. Na Urgência, as pessoas esperam cinco horas para serem atendidas e se quiserem ser vis-tas por um especialista têm de esperar meses. Depois, nem se sabe ao certo quando será construído o novo hospital na Taipa. O Governo está a atravessar uma boa fase financeira, devia apostar na formação dos seus próprios recur-sos. Este é o momento oportuno para se construir uma Faculdade de Medicina para que consigamos formar os nossos próprios médicos. É urgente que se faça, porque estamos sempre a recrutar pro-fissionais do exterior, mas tal não per-mite estabilidade.

-O Chefe do Executivo anunciou mais vagas para as escolas de enferma-gem. É uma medida que irá ajudar a combater a escassez de recursos huma-nos?

-Não é suficiente, porque o ritmo de crescimento dos doentes será sem-pre muito superior ao da formação des-ses profissionais. O Governo também se deve preocupar com a transparência das obras de construção do novo hos-pital. Deve traçar metas e mostrá-las à população. Por exemplo, definir até 2013 o número de profissionais que irão ser contratados.

-Foram também anunciados mais apoios para as pequenas e médias em-

presas. Irão ajudar a evitar problemas na contratação de mão-de-obra?

-Os maiores problemas com que as PME’s se deparam são o pagamento da renda e a contratação de recursos huma-nos. O Governo lançou medidas como o aumento de 500 mil para 600 mil do valor máximo para requerer um empréstimo, mas esses 100 mil não ajudam. Até por-que os donos da PME’s não têm coragem para fazer grandes empréstimos porque, por vezes, duvidam da capacidade de pagar as dívidas. Para ajudar as PME’s o Governo poderia, por exemplo, alugar a preços mais baixos as lojas do rés-do-chão das habitações públicas. Por outro lado, no que diz respeito aos recursos humanos, as quotas não são autorizadas, mas depois vemos que os funcionários deixam as pequenas e médias empresas para trabalhar para os grandes empreen-dimentos. Isto inviabiliza a contratação por parte das PME’s. Actualmente, o Gabinete para os Recursos Humanos e a DSAL não estão a trabalhar de acordo com a realidade. Para resolver esta ques-tão, sempre que avaliam os pedidos das PME’s, devem averiguar as necessidades que cada empresa sente para que possam tomar uma decisão em função disso.

-Também é da opinião que a me-dida que está a ser estudada pelo Con-selho de Concertação Social poderá ser prejudicial para as PME’s?

-O problema não está em se os tra-balhadores não residentes têm de sair de Macau durante seis meses ou se, pelo contrário, se podem ver livres dessa re-gra caso arranjem um emprego dentro da mesma área, até porque para muitos dos profissionais que saem de Macau para o Interior da China acaba por ser fácil conseguir um visto para regressar. O que acho que não está certo é a possibilidade de uma pessoa mudar de trabalho tão facilmente. Por isso, deve ser mantido o espírito do contrato do trabalho cessado anteriormente.

-Se for aprovada que impacto po-derá ter esta medida?

-O valor que os trabalhadores não residentes atribuem ao seu emprego vai-se alterar. Muitos poderão ter atitudes para que os patrões cheguem a despedi-los e assim tenham a possibilidade de ar-ranjar empregos melhor pagos e com os quais as PME’s não podem competir.

cHAN tAK SENG Em ENtREVIStA Ao jtm

“É urgente” teruma Faculdade de MedicinaFoi com desilusão que Chan Tak Seng constatou que nas Linhas de Acção Governativa para 2012 a classe média não mereceu a devida atenção de Chui Sai On. Entre as maiores preocupações daquele estrato social está a qualidade dos serviços de saúde, por isso, o vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau considera que a RAEM deve fazer uso da boa situação financeira para “construir uma Faculdade de Medicina” e “formar os seus próprios recursos”. Para cativar este grupo, o Executivo terá ainda de dar mais apoios às PME´s e criar um bom ambiente de negócios para as novas gerações, frisou em entrevista ao JTM

FÁTIMA ALMEIDAVIVIANA CHAN

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu segunda-feira, 28 de novembro de 2011 PáG 03

local(…) “A nova geração não quererá que os seus interesses sejam defendidos por outras pessoas, por vezes, com um pensamento mais antiquado (…)” - Chan Tak Seng

(…) “A legislação de Macau que visa proteger o Património está muito atrasada e ao mesmo tempo vemos edifícios grandes a brotar perto do Património, por isso, temos sempre receio que o desenvolvimento vá atropelar as áreas protegidas” (…) - idem

Depois dos negócios, as pessoasHomem de aparência simples, chan tak seng usa os objectos que tem à sua volta para fazer metáforas enquanto fala sobre os problemas que atravessam a cidade. o ex-empresário, que viu a sua fábrica fechar depois de 2005, acabou por se ligar a questões que preocupam a população. o convite, para integrar a aliança de Povo de instituição de macau partiu de chan meng Kam, ano passado, quando chan tak seng procurou o deputado para pedir ajuda para resolver situações de alojamento ilegal. No dia-a-dia da associação, o que mais o cativa, diz, é partilhar experiências com os mais novos, que começam a despertar para o mundo.

F.A./V.C.

Com o Governo a desencadear o processo de reforma política, Chan Tak Seng acredita que os deputados eleitos por via directa vão ter mais espaço para defender os interesses da população. Ainda que o vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau considere que o ideal seria que metade do Hemiciclo fosse eleito por sufrágio directo, sublinha que o progresso político tem de acontecer “gradualmente”. “O mais importante”, salienta em entrevista ao JTM, é que Pequim já reconheceu que “em Macau as pessoas estão cada vez mais maduras para as questões políticas”. Na sua opinião os jovens estão a assumir um papel mais interveniente na política, por isso, confia que haverá “muitas caras novas” já nas eleições de 2013

Ficou surpreendido ou era previsível que o Go-verno avançasse neste momento com um proces-so de reforma política?

-A reforma política está a tomar a direcção certa. Mesmo que se venha a conseguir apenas mais um ou dois deputados eleitos por via directa, o que devemos sublinhar é que o processo já foi desencadeado. O Go-verno tomou uma atitude. Mas, no futuro, considero que o ideal seria que metade da Assembleia Legislativa ficasse reservada para os eleitos por sufrágio universal. São questões que, no entanto, levarão o seu tempo. A reforma política deve avançar gradualmente. O mais importante é que o Governo Central já tem conheci-mento de que as pessoas em Macau estão cada vez mais maduras para abordar as questões políticas.

-O que será possível mudar já nas eleições de 2013 e 2014?

-Penso que teremos muitas caras novas na próxima eleição para a Assembleia Legislativa, porque agora os jovens já sabem como lutar pelos seus direitos. A nova geração não quererá que os seus interesses sejam de-fendidos por outras pessoas, por vezes, com um pensa-mento mais antiquado. Já encontramos jovens que têm a necessidade de defender os interesses dessa franja da população através da sua voz. Diria que na próxima eleição para Assembleia Legislativa haverá 25%de pes-soas novas.

-Mas, ouvem-se críticas ao facto de os jovens esta-rem afastados da política...

-Uma parte dos jovens está, na verdade, muito afastada da política, mas já há agremiações da juven-tude que se preocupam com estas questões. Algumas associações, como a nossa, têm muitos jovens que pre-tendem obter mais experiências na área da política e aprender até como elaborar um discurso. Reconheço que a maioria dos jovens possa não ser tão activa, mas no seio dessa faixa etária surgem ideias novas que da-rão mais abertura à Assembleia Legislativa. Os pensa-mentos de alguns deputados são já antigos, por isso é possível que os jovens, pelas suas convicções, possam ultrapassá-los. Acredito que poderão funcionar como uma ponte que poderá fazer uma boa ligação entre o poder político e certos grupos da sociedade.

-A força dos jovens poderá então fazer a diferen-ça na reforma política?

-No futuro, penso que os jovens farão a diferença na reforma da política de Macau. A receita do jogo está a crescer de uma forma radical, talvez atinja os 300 mil

milhões daqui a cinco anos, mas os jovens acham que não vão gozar os frutos desses lucros astronómicos. Ao mesmo tempo sentem que a sua voz não é ouvida pelo Governo quando precisam de lançar os seus próprios negócios, já que vêem, através da experiência dos pais, que as pequenas e médias empresas têm muitas dificul-dades para sobreviver. Assim, os casinos tornam-se o único caminho, como uma espécie de salvação, mas os jovens não estão satisfeitos. Por isso, querem lutar para mudar isso.

-Mas trata-se apenas de falta de oportunidades ou os jovens também têm falta de iniciativa?

-Temos de ter em conta o padrão da sociedade. Se durante muito tempo a indústria do jogo for a única a ter prosperidade haverá uma tendência para que a es-colha recaia sobre os casinos, pelo menos até que haja vontade para alterar este regime económico. O que está a acontecer é que Macau parece uma região muito de-senvolvida, mas os jovens sentem-se confusos porque têm de pesar, por um lado, a estabilidade económica e, por outro, os projectos que gostariam de desenvolver.

-O Governo prometeu uma consulta pública alar-gada sobre a reforma política. Quais serão os resulta-dos que deverão ser alcançados?

-Acho que teremos mais dois lugares para os de-putados eleitos por via directa e também aumentará o número de membros do Colégio Eleitoral que escolhe o Chefe Executivo, de 300 para 600.

-O Chefe do Executivo também garantiu proteger

o Centro Histórico. Porém, a pressão do desenvolvi-mento poderá ser maior?

-A legislação de Macau que visa proteger o Patri-mónio está muito atrasada e ao mesmo tempo vemos edifícios grandes a brotar perto de áreas protegidas, por isso, temos sempre receio que o desenvolvimento vá atropelar as áreas protegidas.

-Justifica-se que uma lei dessa natureza demore tanto?

-O problema é que antes de se ter pensado na protecção já tinham sido dados terrenos próximos de edifícios com valor patrimonial. Mas, a maior causa do atraso da legislação deve-se à atitude do Governo, que tem muitos problemas para resolver. O que acon-tece é que uma parte quer desenvolver projectos nessas zonas, outra parte quer avançar com a legislação e isso gera atrasos.

-O Governo estará a respeitar todas as recomen-dações da Unesco?

-Não sei se estamos a proteger o Património se pen-sarmos nos prédios gigantes, que vemos, por exemplo, ao lado da colina da Guia. Se a protecção estivesse a ser assegurada a 100%, o Governo não permitiria a constru-ção do edifício para o Gabinete de Ligação nessa zona.

-Além da Lei do Património, o que espera mais da tutela de Cheong U para 2012?

-A Educação deve ser a prioridade, sendo que o mais importante é garantir a qualidade dos professo-res. Penso que as condições serão melhores quando for aprovado o quadro geral do pessoal docente das esco-las particulares. Depois, ao nível do Turismo, a Direc-ção dos Serviços de Turismo faz um bom trabalho para atrair turistas para Macau, mas depois não é tão eficaz para assegurar uma boa estadia. Por exemplo, vemos bastantes situações de alojamento ilegal. Ao mesmo tempo, também não está a conseguir resolver as dispu-tas turísticas. Há turistas insatisfeitos, porque são enga-nados por algumas lojas que vendem produtos acima do seu valor real ou muito baratos, mas sem qualidade. São aspectos que têm de ser melhorados.

F.A./V.C.

(…) “O ideal seria que metade da Assembleia Legislativa ficasse reservada para os eleitos por sufrágio universal” (…)

cHAN tAK SENG AcREDItA QUE IDEIAS DA jUVENtUDE LEVARÃo mAIS ABERtURA À AL

“Haverá muitas caras novas” nas eleições da al

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PáG 04 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

localIPIM COOPERA COM TAIWAN. o instituto de Promoção do comércio e do investimento de macau (iPim) vai co-organizar pela primeira vez, com a “china Youth career Development association”, de taiwan, um seminário intitulado “forma de construir a sua carreira e marcas através de franquias”. o evento realiza-se quarta-feira, no iPim.

URGÊNCIA FECHA À MEIA-NOITE NA TAIPA. os serviços de urgência do Hospital Kiang Wu na taipa vão alterar o horário de funcionamento, a partir de Dezembro, deixando de atender doentes após a meia noite. o novo horário prolonga-se das oito horas da manhã até à meia noite.

I coNFERÊNcIA INtERNAcIoNAL mAcAU/cHINA E PAÍSES DE LÍNGUA PoRtUGUESA

“livre circulação” para médicos lusófonosPresente na RAEM para participar no congresso internacional que junta Macau, China e os países de língua portuguesa, o bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva, considera “desejável” a criação de uma rede que promovesse “a livre circulação” de médicos da área lusófona. O bastonário garantiu ainda que Macau pode absorver as experiências de Portugal nas áreas da saúde pública e comunitária

A par da cooperação, o bastoná-rio da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva,

defendeu, em declarações ao JTM, a criação de uma rede para médicos dos países lusófonos. “Penso que se-ria desejável haver uma livre circu-lação de profissionais nos países de língua portuguesa, o que terá de par-tir de uma maior aproximação da for-mação nos diferentes países, para que seja possível um reconhecimento au-tomático e sem barreiras” disse. José Manuel Silva acredita que isso pode ser feito através “da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, apesar de ser algo com “alguma implicação diplomática”.

A primeira conferência interna-cional que junta no território médi-cos da RAEM, China e dos países de

língua portuguesa decorre até quar-ta-feira. Conta com a presença dos bastonários das Ordens dos Médicos do mundo lusófono, e serve, mais do que partilhar experiências, para for-malizar a integração da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau à Associação Médica de Língua Portuguesa. E no horizonte surge sempre como pano de fundo a formação de médicos.

Esta vai existir nos graus de “pré e pós-graduação, não só na troca de experiências como na melhoria co-mum da qualidade dos serviços de

saúde”, garantiu ao JTM José Manuel Silva. Aliás, o responsável explicou que, nesta matéria, Portugal tem ex-periências que pode partilhar, “nas áreas da saúde pública, saúde comu-nitária, e dos cuidados de saúde pri-mários. A organização do sistema de saúde português pode ser um modelo a seguir noutros países, e também em Macau”. Na agenda deste encontro está ainda a assinatura de um memo-rando de cooperação com a Univer-sidade de Ciências e Tecnologia de Macau.

Ontem, o Secretariado Perma-

nente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a Chi-na e os Países de Língua Portuguesa ofereceu um jantar aos clínicos dos vários países. Num discurso, o pre-sidente da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau, Rui Furtado, sublinhou que a RAEM “tem uma grande disponibilidade financei-ra e económica”, que pode “potenciar a formação da comunidade médica de língua portuguesa”.

Hoje ao final da tarde, está pre-vista a assinatura de memorandos de entendimento para cooperação futura na área da formação de profissionais.PREOCUPAÇÃO COM SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE. Prestes a terminar o primeiro ano de man-dato como bastonário, José Manuel Silva disse que ainda não encontrou “disponibilidade” para “apostar na reorganização da Ordem dos Médi-cos através da revisão dos estatutos”. Estes são de 1977 e “já não estão ade-quados à realidade nacional”, frisou.

Sendo ainda “precoce” conside-rar uma candidatura a um segundo mandato, José Manuel Silva mostrou-se muito preocupado com a actual si-tuação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal. “Os cortes que estão a ser impostos ao SNS são de-masiado profundos e rápidos, não há plasticidade do sistema para se poder adaptar, o que põe em causa a dispo-nibilidade e a qualidade dos serviços. Naturalmente que os doentes vão ser prejudicados”, antecipa.

A.S.S./ H.A.

O Bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal,José Manuel Silva, fala da criação de uma rede de médicos

cENtRo NA Uctm VAI REcEBER PERItoS Do coNtINENtE

Novo impulso à formação de clínicosA Medicina poderá ser propícia à criação de um sector com valor acrescido, observa o director da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UCTM, salientando que este é um projecto que implica o apoio da RAEM e Pequim. Para já, a UCTM e a Associação dos Médicos da China assinaram um acordo para trazer peritos do Continente para dar formação no Centro para o Desenvolvimento Profissional Médico, que também está aberto a uma aproximação à comunidade médica lusófona

O Centro para o Desenvolvimento Profissional Médico, que abriu em Maio na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (UCTM), vai re-

ceber um novo impulso, depois de aquela instituição ter assinado um protocolo com a Associação dos Médicos da China, por forma a que profissionais do Continente venham ao território apoiar a formação de especialistas locais e não só. Durante uma cerimónia, em que esteve presente o vice-ministro chinês da Saúde, descerrou-se uma placa que firma esta parceria no âmbito de um cen-tro que pretende “trazer qualidade de formação para Macau” e cruzar a experiência de várias equipas médi-cas do mundo.

“Assinámos com a Associação dos Médicos da China, que tem mais de dois milhões de médicos como membros, um acordo que permitisse ter aqui um centro

internacional. Esta parceria ajudar-nos-á a trazer peri-tos que nos apoiem no desenvolvimento de programas com grande qualidade e ao mesmo tempo que nos en-viem os seus estudantes. Se tivermos cursos com quali-dade em Macau muitas outras pessoas virão”, disse ao JTM o director da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UCTM.

Salientando a importância de se ter dado este passo em Macau, Manson Fok, referiu que o objectivo passa também por “estabelecer uma relação mais pró-xima com a comunidade médica de língua portugue-sa”. “Macau tem um forte apoio governamental para desenvolver treino de especialistas em Macau, mas nes-te momento penso que temos falta de hardware e sof-tware. Por isso, temos organizado vários eventos com a

comunidade médica internacional e assinámos muitos acordos para trazer muitos especialistas”, frisou.

Também o vice-presidente e secretário-geral da As-sociação dos Médicos da China salientou a importân-cia de se ter construído um centro que não está apenas aberto a Macau ou ao Continente Chinês. “Este espaço de treino está aberto a todo mundo, como por exemplo a estudantes dos países de língua portuguesa. Através da cooperação conseguimos juntar muitas experiên-cias”, vincou ao JTM Yang Jing.

Atendendo à boa localização e às características es-peciais de Macau, Manson Fok acredita que, através do estudo da Medicina, poderá ser criada uma indústria com peso em Macau. “Muitas pessoas apenas vêem a indústria do Jogo em Macau. Mas, se nos debruçarmos sobre a educação dos médicos, através de vários progra-mas, conferências médicas, tudo somado, poderá ori-ginar uma segunda indústria”, destacou, ao notar que é uma tarefa que exigirá o contributo dos Serviços de Saúde de Macau e até do Ministério de Saúde da China. O responsável disse ainda que o número de especialis-tas que virão até Macau vai depender dos pedidos e das necessidades de cada programa.

Face ao crescimento de Macau, Manson Fok consi-dera que será necessário criar uma instituição de ensi-no para formar os recursos médicos no território. “Não temos uma Faculdade de Medicina, mas no futuro será uma necessidade, porque Macau está a crescer e a ficar mais internacional”, observou.

O responsável da UCTM espera que “o Governo veja que é parte da sua responsabilidade trazer equi-pamento de tecnologia de ponta para Macau, para que integrem os programas de treino”.

Manson Fok deposita muitas esperançasno novo centro de formação da UCTM

FÁTIMA ALMEIDA

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu segunda-feira, 28 de novembro de 2011 PáG 05

localMORADORES PEDEM APOIO A CHUI SAI ON. os moradores do 3º bloco do edifício Koi fu publicaram uma carta aberta ao chefe do executivo, alertando chui sai on para o facto do prédio onde vivem apresentar várias fissuras. segundo os moradores, as rachas no edifício, que tem cerca de 20 anos, terão sido causadas pela demolição de um prédio contíguo.

DSSOPT LAnçOu “3 eM 1”. a DssoPt começou a utilizar um sistema “3 em 1” para pedidos relativos a obras que não se inserem na área da construção civil, por forma a elevar a eficiência da apreciação dos projectos. anteriormente os pedidos eram feitos após a aprovação do projecto e emissão de licença, mas a DssoPt decidiu permitir os três trâmites em simultâneo.

4º FÓRUm SINo-LUSo coNtoU com A PRESENÇA Do “PAI” DE tEcNoLoGIA PIoNEIRA NA ÁSIA

UcTM quer aderir à cirurgia robóticaA proposta foi apresentada ao Governo há um ano e os primeiros equipamentos de cirurgia robótica com o sistema “Da Vinci” poderão chegar à RAEM em 2012, revelou ao JTM, Billy Chan, director para o desenvolvimento de projectos na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau. Pronta a avançar está já a cooperação entre aquela Universidade e o hospital dirigido em Pequim por Gao Chang Qing, considerado pioneiro nesta área em todo o continente asiático

Realizar uma operação através do sistema “da Vinci”, componente do modelo de cirurgia que substitui os médicos por robots, garante ao pa-

ciente um risco irrisório de infecções e de traumas pós-operação. Quem o afirma é Gao Chang Qing, director do Hospital do Exército de Libertação do Povo (EPL), em Pequim, e também responsável pelo departamento de cirurgia cardiovascular daquela unidade.

Em 2007, o hospital na capital chinesa foi o primeiro em toda a Ásia a adquirir dois “robots” que funcionam segundo o sistema “da Vinci” e, um ano mais tarde, foi criado um centro a pensar nas cirurgias ao coração uti-lizando esta técnica.

Hoje, aquele que é considerado o pioneiro da ci-rurgia robótica no continente asiático, confessa que está pronto para ensinar os outros. “Ao fim de anos de traba-lho com a cirurgia robótica, estamos prontos para trei-nar médicos e partilhar conhecimentos. Completámos já 500 casos”, disse ao JTM, ao revelar que Macau surge como um sério candidato a receber esta formação. “Já foram iniciadas as bases para começar em breve. Penso que podemos ter uma cooperação e gostaria imenso de colaborar para que os cirurgiões de Macau possam co-meçar a utilizar esta técnica. Estamos muito próximos”, adiantou Gao Chang Qing.

Com a cooperação estabelecida entre o hospital do PLA e a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (UCTM), espera-se que, a curto prazo, os cirur-giões do território possam começar a trabalhar com o sistema “da Vinci”. “Gostaríamos de ver isso acontecer em Macau, provavelmente no próximo ano. Macau tem muito dinheiro, imensos filantrópicos e organiza-

ções com as quais gostaríamos de colaborar. Desejamos criar esta colaboração da forma mais correcta, porque não pretendemos utilizar esta tecnologia sem um treino adequado”, disse Billy Chan, responsável pelo desen-volvimento de projectos da Faculdade de Ciências da Saúde da UCTM.

Segundo o mesmo responsável, o objectivo é fazer com que Macau faça parte de uma rede onde a China desempenha um papel de topo. “Vemos hoje uma Chi-na muito confiante e com uma tecnologia avançada face a outros países vizinhos. Em Xangai ou Pequim têm vin-do a desenvolver estas tecnologias de uma forma que os leva a fazer mais do que a maioria dos países asiáticos. Também temos um grande apoio de Hong Kong”, disse Billy Chan, acrescentando que “gostaria de ver Macau tornar-se uma esperança na área da tecnologia, porque a nossa plataforma é única.”

Billy Chan salientou ainda que muitas cirurgias que já são realizadas no hospital da UCTM são feitas com técnicas como a laparoscopia, devido ao elevado risco de infecções que surgem com as cirurgias abertas. “Gostaria de ver mais formações a serem feitas no nos-so departamento, inclusive na área da cirurgia robótica, através de simulações. O sistema é muito caro, e para

formarmos cirurgiões leva muitos anos”, disse o res-ponsável.

A vinda de Gao Chang Qing a Macau aconteceu no contexto do 4º Fórum Sino-Luso na área da cardiologia, que representa “um aperto de mão ao mundo lusófo-no”, frisou Billy Chan. ENTRE O VIRTUAL E O REAL. Gao Chang Qing é considerado o “pai” da cirurgia robótica em toda a Ásia, e os seus ensinamentos já correram mundo, nomeada-mente até ao Brasil. “Ajudámos esse grupo a começar com a cirurgia robótica, enviaram-me vários emails e queriam de facto começar com o primeiro caso na área da cardiologia”, contou o médico ao JTM.

O especialista lidera uma equipa que, actualmente, é a única em todo o mundo que pode operar um cora-ção com um robot, utilizando todos os procedimentos existentes. “Sou um cirurgião de cardiologia, mas mui-tos dos nossos cirurgiões fazem outros tipos de procedi-mentos utilizando o sistema ‘Da Vinci’. No nosso grupo nenhum paciente morre com este sistema. Zero. Inacre-ditável, até numa cirurgia cardíaca. Os pacientes ficam muito satisfeitos com as cirurgias”, frisou o médico.

Para Gao Chang Qing, a cirurgia robótica faz “com que o virtual se torne real” e a opção por esta área surgiu pelos poucos efeitos pós-operatórios que os pacientes sentem. “O ideal seria que nenhum paciente tivesse de sofrer por nenhuma doença, mas isso é impossível. Se tivermos doenças, tentamos encontrar uma maneira de as curar, e muitos pacientes necessitam de uma cirurgia. Então cortamos com uma faca, o que por um lado não é muito bom para os pacientes. Mas é a única forma para matar uma doença. Durante muitos anos, muitos cirur-giões tentaram encontrar maneiras de curar os pacien-tes sem o trauma. O sistema ‘Da Vinci’ pode fazer isto. Por isso é que eu gosto da cirurgia robótica”, explicou Gao Chang Qing, confessando que se sente intimidado pelo estatuto de “pai” daquela tecnologia. “É demasia-do para mim”, disse.

A.S.S.

Sociedade Europeiade cardiologia poderá ter reuniões anuais com MacauNo próximo fim-de-semana vai realizar-se em macau o congresso anual de cardiologia, que traz ao território especialistas de países como Portugal e cabo-verde e o vice-presidente da sociedade europeia de cardiologia, o português fausto Pinto. segundo disse ao Jtm o presidente da sociedade de cardiologia de macau, poderá surgir a oportunidade de especialistas daquela sociedade europeia virem a este lado do mundo anualmente, através de um protocolo que poderá surgir no âmbito do encontro. “Já quando decorreu o congresso europeu conversei com o vice-presidente da sociedade europeia de cardiologia, e há a possibilidade de conjuntamente com a sociedade de cardiologia de Hong Kong fazermos uma reunião anual com palestrantes da sociedade europeia de cardiologia”, referiu mário Évora. F.A.

Sistema “da Vinci” reduz substancialmente os riscos de infecções e traumas pós-operação

Gao Chang Qing é considerado o “pai”da cirurgia robótica em toda a Ásia

curso sobre urgência médica vai ter colaboração dos EUao centro para o Desenvolvimento Profissional médico da universidade de ciências e tecnologia de macau (uctm), espaço onde se encena um mundo real de situações que podem ocorrer por exemplo durante as cirurgias prepara-se para começar, em Janeiro, um programa de treino destinado a situações de urgência médica, que contará com a colaboração dos estados unidos, revelou ao Jtm billy chan, director do centro, que agora conta com a colaboração da associação dos médicos da china. billy chan, responsável pelo desenvolvimento de projectos da faculdade de ciências de saúde, salientou que o centro já tem equipamentos avançados, no que diz respeito a técnicas como a endoscopia, e pretende também vir a desenvolver a robótica (ver texto em cima). À tecnologia deve ser aliada a formação, porque como sublinha billy chan, se não estiverem estabelecidos os currículos certos para introduzir estas tecnologias aos especialistas o seu uso torna-se impossível.

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pUbliciDaDE

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INVEStImENto EXtERNo mAIS Do QUE tRIPLIcoU Em 2010

Empresas da RaEHK são as que mais lucram em MacauO fluxo do investimento directo do exterior em Macau mais do que triplicou no ano passado, com as empresas de Hong Kong em destaque, tanto no valor investido como nos lucros registados

O sector do jogo foi o que mais investimento directo captou do exterior em 2010, ao absorver 69% do to-tal, num ano em que o fluxo total atingiu 22,63 mil

milhões de patacas. De acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o investimento di-recto em Macau cresceu 230%, ou 15,79 mil milhões de pa-tacas, face aos 6,85 mil milhões apurados em 2009 após uma revisão de valores.

As empresas sediadas em Hong Kong, EUA e Ilhas Cai-mão assumiram-se como os principais investidores em Ma-cau no ano transacto. Os empresários do território vizinho foram responsáveis por 9,41 mil milhões de patacas de in-vestimento, ou seja 41,6% do total, enquanto EUA (5,48 mil milhões ou 24,2% do total) e as Ilhas Caimão (5,40 mil mi-lhões-23,9% do total) surgiram logo a seguir.

Em 2010, o investimento nas actividades do sector do jogo alcançou 15,61 mil milhões de patacas. O comércio por grosso e a retalho surge como o segundo sector a captar mais investimento, com 3,06 mil milhões de patacas, valor que re-presenta 13,5% do total. As actividades financeiras, com 2,12 mil milhões de patacas (9,4% do total) constituíram o terceiro sector em termos de volume de investimento directo.

Os dados oficiais demonstram ainda que, em 2010, os ren-dimentos das empresas que apostaram em Macau foram mes-mo superiores ao montante investido, ao ascenderem a um total de 28,33 mil milhões de patacas, mais 8,67 mil milhões do que o valor revisto para 2009. O rendimento das actividades relacionadas com o jogo (17,93 mil milhões) foi o mais elevado, ocupando 63,3% do total, seguindo-se o das actividades finan-ceiras (3,60 mil milhões), do comércio por grosso e a retalho (3,60 mil milhões) e da construção (1,66 mil milhões).

Em termos de residência habitual do investidor externo, a maior parte do rendimento foi assegurada por empresas com sede em Hong Kong (13,92 mil milhões de patacas), re-gistando uma subida de 2,53 mil milhões face a 2009. Já os investidores dos EUA obtiveram lucros de 7,72 mil milhões

(mais 2,47 mil milhões do que em 2009) e os da China Conti-nental arrecadaram 2,40 mil milhões (mais 416 milhões).

No final de 2010, Macau contabilizava 1.896 empresas com investimento directo externo, das quais 1.846 pertenciam a actividades não financeiras e 50 a actividades financeiras.

Quanto ao valor do stock do investimento directo do ex-terior, foi estimado em 109,01 mil milhões de patacas (mais 24,96 mil milhões face a 2009). MACAU DESINVESTE NO EXTERIOR. Os números da DSEC também mostram que, pelo contrário, as empresas do território desinvestiram no exterior. O valor do investimento directo situou-se nos 2,50 mil milhões de patacas, sendo que o valor líquido dos fluxos do investimento directo totalizou 25,13 mil milhões em 2010.

Já o rendimento das empresas de Macau que investiram no exterior ascendeu a 735 milhões de patacas.

De acordo com as estatísticas oficiais, o valor do stock do investimento directo de Macau no exterior foi de 5,45 mil mi-lhões de patacas, o que significa uma descida de 2,34 mil mi-lhões. A maior parte deste investimento foi encaminhado para Hong Kong, China Continental e Ilhas Virgens Britânicas.

Estas estatísticas envolvem o investimento directo reali-zado entre Macau e outras economias. O âmbito do inquérito abrange a indústria, construção, comércio por grosso e a reta-lho, hotéis, restaurantes e similares. Transportes, armazenagem e comunicações, actividades financeiras, actividades relaciona-das com o sector do jogo, bem como actividades culturais, re-creativas e outros serviços também entram nestas contas.

REVELAm DADoS DA ADmINIStRAÇÃo PÚBLIcA

41% dos funcionários têm conhecimentos de português

Dos 23.634 funcionários públi-cos que se encontravam ao serviço no final de Setembro,

9.675 (40,9 por cento) possuíam co-nhecimentos linguísticos escritos de português, enquanto 9.733 pessoas (ou 41,1 por cento) sabiam expressar-se oralmente na língua de Camões, de acordo com dados da Administra-ção local.

Já um total de 14.348 funcionários (ou 60,7 por cento) sabiam escrever em inglês e 14.499 (61,3 por cento) de-tinham conhecimentos orais da língua de Shakespeare, enquanto o mandarim figurava como a língua conhecida por 71,9 por cento dos trabalhadores (16.994 pessoas).

O cantonense era dominado por 98 por cento dos funcionários públicos, ao passo que uma pequena fatia (292) deti-

nha conhecimentos de outros idiomas. Os dados não referem, porém, o nível de cada um dos domínios linguísticos.

Em termos de primeiro idioma, 92,9 por cento dos funcionários da Ad-ministração Pública tinham o cantonen-se como língua materna e 1.370 (o equi-valente a 5,8 por cento) o português. O mandarim surge indicado como a lín-gua materna de apenas 128 trabalhado-res, enquanto o inglês apresenta ainda níveis mais inferiores (67 pessoas ou 0,28 por cento do total).

No que toca à distribuição de fun-cionários por local de nascimento, 63,3 por cento do total são naturais de Ma-cau, 29 por cento do interior da China e 0,82 por cento (ou 194 funcionários) de Portugal, sendo que os restantes 6,78 por cento (1.603 pessoas) provêm de outras latitudes.

Em termos salariais, mais de um terço (7.848 funcionários) ganhavam entre 12.400 e 18.538 patacas, ao passo que aproximadamente 3.900 funcio-nários auferiam ordenados iguais ou superiores a 31.000 patacas, sendo que um total de 312 trabalhadores recebia no final do mês um vencimento igual ou superior a 55.800 patacas.

Do lado oposto, a 2.888 funcioná-rios correspondia um índice igual ou inferior a 199, ou seja, auferiam salá-rios inferiores a 12.338 patacas.

O total de 23.634 funcionários públicos apresentado não inclui os trabalhadores com relação jurídica de emprego privado que, de acordo com os Serviços de Administração e Função Pública eram 2.053 no final de Setembro.

JTM/Lusa

Mais de 40 por cento dos funcionários públicos de Macau têm conhecimentos linguísticos orais e/ou escritos de português que, no entanto, “perde” para o inglês, dominado por um maior número de trabalhadores, apesar de não ser língua oficial

Investimento directo do exterior subiu 230% em 2010

breves

Seminário jurídico aborda indústrias culturaisPeritos da china continental, macau, taiwan, Portugal e bélgica participam hoje e amanhã num seminário subordinado ao tema “Quadro Jurídico para o financiamento das indústrias culturais e criativas: Perspectivas comparativas”. organizado pelo instituto de estudos europeus de macau e Direcção dos serviços da reforma Jurídica e do Direito internacional, no âmbito do 2º Programa de cooperação na Área Jurídica entre a união europeia e a raem, o seminário vai decorrer no centro cultural de macau e incluirá seis sessões de intercâmbio de mesa redonda/debate, tendo como o inglês como língua veicular. “Parceria entre ue e china no domínio das indústrias culturais e criativas”, “apoio às indústrias criativas em macau: quando e como?”, “a experiência de creativemacau – pioneiro no sector das indústrias culturais e criativas em macau”, “indústrias culturais, desenvolvimento de clusters e a organização urbana” serão alguns dos temas em discussão.

Funeral de Chu Kin realiza-se hojeas cerimónias fúnebres do juiz chu Kin, falecido na terça-feira, aos 42 anos de idade, prosseguem hoje, a partir das 12 horas, na casa funerária do Hospital Kiang Wu (sala de fok sao), seguindo-se o funeral no cemitério são miguel arcanjo. No sábado, o conselho consultivo da reforma Jurídica do governo da raem também expressou pesar e lamento pelo falecimento do juiz, que foi membro daquele órgão. em comunicado, o conselho destacou o contributo de chu Kin para a reforma jurídica, bem como o seu “sentido de justiça e imparcialidade”, “lealdade e devoção profissional”.

Caso de burla deixa dupla em prisão preventivaDois dos quatro suspeitos de envolvimento num caso de burla qualificada viram ser-lhes aplicada a medida de prisão preventiva, ficando os restantes proibidos de se ausentarem do território e obrigados a apresentarem-se periodicamente às autoridades competentes. De acordo com o ministério Público (mP), os quatro homens são oriundos de África e têm idades compreendidas entre 26 e 35 anos. segundo o mP, nos dias 18 e 19 deste mês, dois dos arguidos terão distraído “croupiers” de casinos, por forma a permitir que os restantes membros do grupo alterassem as suas cartas debaixo da mesa. através deste método, os suspeitos terão arrecadado mais de 200 mil dólares de Hong Kong.

PROLONGADA AVENIDA NA ZONA NOROESTE. após seis meses de obras, o trânsito já começou a circular no prolongamento dos troços sul e norte da avenida do general castelo branco. a medida visa reforçar a rede viária da zona noroeste de macau.

“MACAu PASS” CHeGA A ZHOnGSHAn. o cartão “macau Pass” vai poder ser utilizado nalguns serviços em Zhongshan. o uso do “macau Pass” naquela cidade da Província de guangdong começa no próximo dia 1 de Dezembro.

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VOX POPuLI

CANDICE LEE(Aluna do ensino secundário)

-Qual é a sua opinião geral sobre Macau?-Embora tenha nascido em Macau, cresci

na Província de Fujian, por isso, não co-nheço a cidade muito bem. Regressei a Ma-cau há pouco tempo para estudar.... Mas, no geral, gosto sobretudo das bibliotecas públicas, porque têm sempre um ambiente agradável e é fácil requisitar livros. Além disso, penso que Macau é uma cidade mui-to segura. Nunca me preocupo com a ques-tão da segurança nesta cidade, nem sequer a horas tardias.

-Como avalia o ensino na RAEM?-Os colegas são simpáticos, mas parece-

me que, nas escolas de Macau, quase não há “stress”...Os alunos de Macau têm fal-ta de vontade para estudar. Por isso, gos-to mais das escolas no Interior da China, onde há sempre muitos motivos para pro-gredir. Em Macau, pelo contrário, não há uniformização de materiais escolares, nem exames sérios, como na China.

-Onde pretende prosseguir os estudos?-Quero estudar numa universidade de

Hong Kong, porque as instituições de en-sino na região vizinha têm muito prestígio. Por outro lado, nunca fui a Hong Kong e também não pretendo ficar sempre no mesmo sítio. Quero sair e ver o mundo.

-Está a par de algumas medidas inclu-ídas nas Linhas da Acção Governativa para 2012?

-Não sei quase nada sobre isso. Mas, sei que o Governo da RAEM vai dar sete mil patacas a cada residente permanente.

-Como vai utilizar esse dinheiro?-Os meus pais vão guardá-lo, para mim.

Acho que não vou mexer nesse dinheiro.

-O que acha sobre os transportes públi-cos da cidade?

-Os autocarros verdes desagradam-me muito, parece que os condutores são muito antipáticos. Às vezes, a frequência dos au-tocarros também é mal organizada.

V.C.

“alunos de Macau

têm falta de vontade

para estudar”

coREIA Do SUL VENcEU toRNEIo DA SoBERANIA

Veteranos nas vitóriasHong Kong perdeu na final por 1-0, com a Coreia do Sul, que conquista o torneio pela terceira vez consecutiva. Macau ficou em sexto e o Marítimo em quinto. Participantes falam de uma prova cada vez mais competitiva

O céu azul brilhante do início de tarde foi um es-tímulo eficaz para os jogadores veteranos da Coreia do Sul que ontem, no campo do Caní-

dromo, venceram a equipa de Hong Kong por 1-0, e arrecadaram a Taça Soberania pela terceira vez con-secutiva. A selecção de Macau não foi além do sexto lugar e o Marítimo, que representou Portugal, posicio-nou-se em quinto.

Para o presidente da Associação de Veteranos de Macau, Francisco Manhão, a prova deste ano, que ar-rancou na sexta-feira, “foi muito mais competitiva”. Dá o exemplo da selecção de Taiwan que, perdendo um único jogo, nas grandes penalidades, com Macau se posicionou em oitavo lugar.

Já à equipa de Macau “faltou o factor sorte”. Se-gundo relata, “no primeiro jogo contra Hong Kong a equipa estava desfalcada, porque o guarda-redes não conseguiu dispensa de serviço, e tivemos de sacrificar um ponta-de-lança, mas mesmo assim demos uma boa réplica apesar dos dois golos que sofremos”. De um ano para o outro, a equipa que representa a RAEM conseguiu subir um lugar na classificatória final.

Foi contra a Coreia que a equipa portuguesa do Marítimo perdeu logo no jogo inicial, por 2-0. A vitó-ria no sábado frente à Malásia, por 1-0 e ontem contra Macau, por 3-1, não foi suficiente para um lugar no pó-dio, preenchido pela equipa coreana, por Hong Kong e pela Tailândia, que ficou no terceiro lugar.

“Já sabíamos que ia ser difícil porque a equipa que trouxemos cá este ano não era a ideal, uma vez que por motivos financeiros nem todos puderam vir”, adiantou o representante da equipa madeirense, Ber-nardino Rosa. Mas “foi uma representação condigna para o Marítimo”, afiança.

A participar pela quinta vez no torneio que cele-bra o aniversário da RAEM, o Marítimo não sabe se

para ano, caso o convite surja, se poderá deslocar a Oriente, uma vez que este ano já não teve o patrocínio de empresas e foram os jogadores a suportar os custos da deslocação.

Da prova deste ano fica a certeza de um torneio “cada vez mais competitivo”. Bernardino Rosa explica: “na primeira e segunda vez que cá viemos tivemos re-sultados mais desnivelados. Ainda chegámos ganhar por 14-0, mas agora as vitórias são sempre escassas, por 1-0, 2-0, 3-1”.A DIFICULDADE DE TRAZER UM DOS TRÊS GRANDES. E é a pensar no aumento da competitivi-dade da prova que Francisco Manhão tem tentado tra-zer um dos três grandes de Portugal. Mas as condições exigidas têm dificultado esta concretização. “Há dois anos, a equipa de veteranos do FC Porto exigiu pré-mios de jogo e cachet, o que me deixou desiludido”. A mesma exigência foi feita na mesma altura pela equipa brasileira do São Paulo.

A 13ª edição ainda não está pensada mas Fran-cisco Manhão não prevê grandes dificuldades numa prova que vai crescendo, contando com o suporte do Governo e da Fundação Macau. Tal como no ano pas-sado, na final de ontem, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, esteve no estádio e pou-sou para “o boneco” com todas as equipas.

H.A.

localBILHETES PARA SARAU QUASE ESGOTADOS. o instituto do Desporto anunciou que colocará hoje à venda, no estádio do centro olímpico, os “poucos ingressos que restam” para o sarau Desportivo e cultural comemorativo dos 12 anos da raem. o espectáculo realiza-se no dia 20, pelas 14 horas.

HACKER ATACOU SITE DA TDM. o site da teledifusão de macau terá sido alvo de um ataque por parte de um “hacker” na madrugada de ontem. a tDm confirmou que o “site” foi violado, mas assegurou que o conteúdo não foi modificado e o ataque não afectará os serviços ao público.

Duzentas mil patacas já garantidas para doartodos os anos, a associação dos veteranos de macau junta fundos para doar a uma instituição de beneficiência. este ano, é a associação humanitária World vision que vai ser contemplada. os veteranos já têm 200 mil patacas garantidas mas até ao final do mês de Dezembro vão tentar juntar ainda mais. o facto da zona a apoiar, somália e etiópia, estar classificada como região de guerra, impede, segundo francisco manhão, o envio de géneros. “ali não passa nenhum navio. a uNicef disse-nos que tínhamos de angariar fundos e fazer uma transferência bancária”.

Secretário Cheong U, Francisco Manhão e Melinda Chan, com a equipa do Marítimo

Coreanos marcaram o golo da vitória no final da primeira parte

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localMAIS 151 LUGARES DE ESTACIONAMENTO. o parque de estacionamento do edifício de habitação económica na alameda da tranquilidade abre hoje ao público. o parque inclui 58 lugares para veículos ligeiros e 93 para motociclos.

METRO MAIS SILENCIOSO QUE CARROS. o barulho do metro ligeiro em macau vai ser mais reduzido do que o provocado pelos carros, assegurou um especialista do continente, num seminário que visou a troca de experiências sobre aquele meio de transporte. o evento trouxe à raem peritos da rPc, taiwan e Hong Kong.

FÁTIMA ALMEIDA

NoVo cÔNSUL EStEVE PRESENtE No jANtAR comEmoRAtIVo DA INDEPENDÊNcIA Do PAÍS

pME’s são prioridade para angolaEncontrar um mecanismo para ampliar os negócios das pequenas e médias empresas e explorar a formação de quadros são dois dos objectivos traçados pelo novo cônsul-geral de Angola para Macau. Pedro da Silva Feijó Sobrinho frisou que a estrutura financeira da RAEM e o seu sistema bilingue são benéficos para a entrada de Angola no mercado chinês, mas acredita que o papel de Macau como plataforma poderá ser mais explorado

Foi na comemoração de uma data especial que Pe-dro da Silva Feijó Sobrinho,

cônsul-geral de Angola para Macau, se apresentou à comu-nidade local durante um jantar que contou com a presença de representantes do Governo da RAEM. Trinta e seis anos depois da independência, o país “está num processo de crescimento acelerado” e pesa cada vez mais

no volume de negócios entre a China e os países de língua por-tuguesa. Por isso, durante a sua estadia na RAEM, o novo líder do consulado angolano pre-tende desenvolver a criação de “um mecanismo” para a troca de capitais entre as pequenas e médias empresas e “explorar a formação de quadros”.

A estrutura económica e o quadro bilingue da RAEM são factores que, na opinião do diplomata, permitirão uma en-trada mais fácil no mercado do Interior da China. “Sabe-se que Macau, exercendo um papel de plataforma, tem uma orga-nização ao nível das finanças e

das estruturas bilingues, o que poderá ajudar no contacto com a China”, disse aos jornalistas à margem do jantar comemorati-vo da independência de Ango-la, ao salientar os laços culturais que unem Macau e Luanda.

Embora a língua e a cul-tura portuguesas sejam um elo de ligação, a posição de Macau como ponte entre China e a Lu-sofonia poderia ser mais explo-rada, considerou. “Acho que Angola tem beneficiado” do papel de Macau no contexto da Lusofonia, “mas não atingiu o nível desejado”, como platafor-ma, disse, frisando, porém, que as relações estão “no caminho

certo”.Pedro Sobrinho, que veio

substituir Rodrigo Pedro Do-mingos, refere que “são vários os projectos” que Angola po-derá desenvolver, uma vez que devido ao “crescimento acelera-do” necessita de “investimento na agricultura”. Segundo o di-plomata, os planos de “grande envergadura” deverão passar por aquele sector.

O cônsul-geral angolano estima que a comunidade ango-lana em Macau incluirá cerca de 300 pessoas, mas haverá inte-resse em ampliar a representa-ção do país na RAEM, uma vez que uma das principais “inten-

ções são as pequenas e médias empresas” e para tal são neces-sários empresários.

Também o presidente da Associação de Angola-Macau partilha a mesma opinião, sa-lientando que é de todo o in-teresse cativar mais angolanos para Macau. Segundo Alexan-dre Correia da Silva há uma grande comunidade de pessoas de Angola em Cantão, que po-deria ser cativada para Macau. Apesar de muitos estudantes deixarem Angola para fazer acções de formação superior na RAEM, após “concluírem os seus cursos com sucesso” re-gressam ao país.

Alexandre Correia da Silva disse ainda que a associação é um “ponto de encontro” e está a discutir alguns projectos que serão divulgados em breve.

No sábado a comunidade angolana uniu-se para come-morar o Dia da Independên-cia, data que se assinala a 11 de Novembro. Durante um jantar que juntou cerca de 300 pesso-as, dos vários quadrantes da sociedade, brindou-se a um acontecimento “importante para o país”. Tudo aconteceu em 1975 quando Agostinho Neto proclamou em Luanda a independência.

SEmINÁRIo REtomADo HojE E AmANHÃ

patuá marca “regresso” do FestlatinoUma apresentação sobre o patuá, a cargo de Miguel Senna Fernandes, assinalará hoje o início de um seminário sobre a língua portuguesa incluído no âmbito do Festlatino, evento cujo programa foi condicionado pela passagem do tufão “Nesat” por Macau, no final de Setembro

O auditório da Escola Portuguesa de Macau (EPM) acolhe hoje, a partir das 14:30 horas, o semi-

nário subordinado ao tema “A Língua Portuguesa no contexto do diálogo entre a China e o Mundo Lusófono”, organizado pelo Instituto Internacio-nal de Macau (IIM) e pelo Movimen-to Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas (Festlatino), em colaboração com o Observatório da Língua Portuguesa.

Depois de ter sido inicialmente agendado para o final de Setembro, o evento foi cancelado devido ao tu-fão “Nesat”, reiniciando-se agora com uma palestra proferida por Miguel Senna Fernandes, que abordará o tema “O Patuá de Macau – Memória e Iden-tidade Macaense”.

O programa do primeiro dia terá ainda como oradores o poeta e do-cente Yao Jing Ming, que apresentará “Um breve esboço sobre a tradução de

escritores de língua portuguesa para chinês”, e José Rocha Dinis, director do Jornal Tribuna de Macau, com uma palestra intitulada “Media de Macau - um futuro com desafios”.

O seminário prosseguirá amanhã, pelas 18 horas, no auditório do IIM, com comunicações de Choi Wai Hao (“Desenvolver as vantagens culturais e linguísticas para converter a RAEM num centro de ensino e investigação da Língua Portuguesa na China”) e Maria Antónia Espadinha (“Acordamos ou não, Macau”). As sessões serão mode-radas e coordenadas pelo presidente do IIM, Jorge Rangel.

O IIM aproveitará o evento para promover o lançamento do livro “Pers-pectivas actuais da Língua Portuguesa”, baseado num texto, com igual título, do presidente do Observatório da Língua Portuguesa (OLP), embaixador Eugénio Anacoreta Correia, lido na abertura do Festlatino em Macau, a 28 de Setembro.

De acordo com o IIM, a publicação foi enriquecida com a inclusão do pro-tocolo de cooperação assinado, durante a referida sessão entre o IIM e o mesmo Observatório. O protocolo prevê que o IIM passa a representar o Observatório junto de instituições culturais e aca-démicas em todo o Extremo Oriente, funcionando como delegação do OLP na RAEM. O livro transcreve também uma resolução adoptada pelo Conse-lho de Ministros da CPLP, em Março

de 2010, em Brasília, sobre o plano de acção para a difusão, a promoção e a projecção da Língua Portuguesa.

Durante a referida sessão, Anaco-reta Correia salientou que, num mun-do lusófono com imensas perspecti-vas de crescimento, com as economias florescentes de Angola e do Brasil, “a muito curto prazo, o português aca-bará por ter a consagração internacio-nal que hoje ainda não tem”. Segundo o embaixador, apesar do português não ter esse reconhecimento na ONU, é uma das três línguas mais faladas em todos os continentes. “Acaba por ter um perfil que lhe dá força”, frisou Anacoreta Correia, convicto de que “a língua portuguesa terá um futuro mui-to grande” e que o acordo ortográfico será indispensável para uma maior união do português, que pode levar a essa consagração.

Anacoreta Correia realçou ainda a importância de Macau enquanto pon-to-chave para as relações entre a China e o mundo lusófono.

Os eventos e congressos do Festa-lino têm como objectivo disseminar e incentivar o estudo de línguas e litera-turas neolatinas, em especial, a língua portuguesa, assim como as manifes-tações literárias e culturais dos países de línguas neolatinas, fomentando o diálogo entre os povos que constituem este grupo, através da realização de estudos, cursos, seminários, palestras,

eventos literários, musicais e de teatro, cinema e artes plásticas.

No congresso deste ano participa-ram mais de 200 escritores, filólogos, pro-fessores, artistas, estudantes, diplomatas, jornalistas, líderes culturais e políticos e representantes de instituições culturais.

O V Congresso do Festlatino está marcado para os dias 24 e 25 deste mês, no Recife, Brasil.

Miguel Senna Fernandes vai abordar a importância do patuá para a identidade macaense

Cônsul-Geral de Angola, Pedro Sobrinho, (ao centro) com Cheong Kuok Vá

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PáG 10

FeSTIVAL De GASTROnOMIA ATRAIu MAIS 30% De VISITAnTeS. a 11ª edição do festival de gastronomia de macau terminou ontem à noite, com o registo de um crescimento de 30 por cento no número de visitantes, segundo estimativas da organização. De acordo com números dos restaurantes participantes, as receitas também aumentaram pelo menos 15 por cento relativamente à edição do ano passado. só nos fins-de-semana, as vendas dos restaurantes terão crescido mais de 50 por cento.

O relógio batia as 20 horas quan-do as roupas do estilista local San Lee começaram a desfilar

no Albergue SCM perante uma pla-teia cheia. Traços contrastantes entre o branco e o preto mostravam uma influência dos caracteres chineses. Pouco depois, foi a vez das roupas de Bárbara Dias se estrearem na passe-relle. Depois do espectáculo, a esti-lista confessou ao JTM estar “muito contente e a gostar de todas as reac-ções”. “Já trabalhei muito nesta área, mas adorei ver as modelos usarem as minhas roupas”, salientou.

Responsáveis pela direcção ar-tística de todo o desfile, em conjunto com Paulo Gomes, Clara Brito e Ma-nuel da Silva, da marca Lines Lab, es-tavam satisfeitos no final da primeira edição do “L Show”.

Manuel da Silva referiu a impor-tância do trabalho realizado ao lado de alguém com experiência na área. “É a primeira vez que estamos a fazer com

esta escala e com este tipo de produ-ção. Nós estamos a trabalhar em parce-ria com o Paulo Gomes que tem a sua experiência com a Moda Lisboa e, por

isso, também tivemos um processo de aprendizagem”, referiu. Contudo, “o que realmente levou mais tempo foi a preparação do conceito deste evento e

PRImEIRA EDIÇÃo Do “L SHow” tEVE NotA PoSItIVA No ALBERGUE Scm

Tecidos lusófonos para o sul da china

Eram 12 candidatas, mas só uma venceu. Gloria ainda estuda na escola secundária Choi Kou, mas o seu sonho é desfilar nas passerelles como manequim. Íris Chan foi a responsável pelo treino das candidatas e garantiu que, na prova final do “Macau Cover Girl”, as melhorias ao nível da postura foram notórias. Guiomar Pedruco explicou que a escolha foi feita devido à “performance” que a candidata apresentou perante o júri

SoNHo DA VENcEDoRA Do “mAcAU coVER GIRL” É SER moDELo

Entre a passerelle e a capa de revista

Gloria gosta de jogar basquetebol, mas é do trabalho como modelo que mais gosta. A ven-cedora da edição deste ano do “Macau Cover

Girl” espera agora por mais oportunidades no mun-do da moda. Mas, para já, esta experiência abriu-lhe portas.

“Não fazia a mínima ideia que poderia vencer este concurso, mas vou fazer o meu melhor no futuro. Fiquei com mais experiência para trabalhos de foto-grafia e na passerelle. Ser modelo é o meu sonho”, revelou a vencedora.

A candidata número dez venceu a competição com lágrimas nos olhos e, no final, foi elogiada por Guiomar Pedruco, organizadora do “Macau Cover Girl”. “Como ela tem uma certa altura, se ela se ex-pressar e quiser mesmo entrar na indústria da moda, terá oportunidades. Em geral, a sua performance foi muito boa”, disse.

Contudo, as outras participantes também mere-ceram elogios. Com elementos como a auto-confian-ça, a pose e a fotogenia a serem avaliadas desde o pri-meiro momento, o teste foi superado. “Houve uma grande evolução. Eram amadoras, mas agora já con-seguem estar num palco e andar como uma modelo quase profissional”, garantiu Guiomar Pedruco.

Uma das responsáveis por esta evolução foi a treinadora de passerelle Íris Chan. Tendo sido mo-

delo, abandonou essa carreira para ensinar as mane-quins a desfilar. “Desenhei todo o esquema do des-file, que foi pensado para capas de revista ou para trabalhos de editoriais. Elas estiveram bem. Gosto de

A passerelle improvisada no Albergue SCM recebeu criações com cunho português. Estilistas de Macau mostraram as suas colecções ao público ao lado de “designers” já consagrados na indústria da moda. Para o próximo ano, o objectivo dos promotores do evento é fazer com que o “Macau Fashion Link” possa conter mais eventos e participações de estilistas do Continente e Hong Kong

segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

CHeOnG u “DeSAFIA” JOVenS PARA O VOLunTARIADO. acompanhado pelo director e subdirector dos serviços de saúde, o secretário para os assuntos sociais e cultura visitou o centro de transfusões de sangue e fez questão de dar o exemplo. além de ter doado sangue, cheong u incentivou os jovens a participarem em programas de voluntariado.

o fazer como se fosse um desfile de moda, mas não é 100 por cento isso, porque estamos a falar de um concurso”, contou Íris Chan.

Com diversos ensaios realizados ao longo de semanas de preparação, a professora garantiu que a evolução foi notória na hora em que as 12 raparigas se apresentaram perante o júri. “Temos um grupo de raparigas muito espertas. Elas de facto melhoraram imenso, se compararmos com o primeiro dia. Fiquei muito orgulhosa de as ver esta noite. Ainda são mui-to novas, a maioria ainda estuda, muitas vezes é di-fícil participar nestes concursos mas elas fizeram-no muito bem”, disse.

Porém, Íris Chan admitiu que não espera ver to-das as candidatas a seguirem uma carreira na área da moda. “O Macau Cover Girl é mais para modelos de capas de revista e fotografias publicitárias, não é muito para modelos de passerelle. Penso que algu-mas delas têm futuro, não todas, talvez um terço de-las”, frisou.

Depois de dois meses de trabalho intenso, Guio-mar Pedruco ainda está com os pés assentes em 2011 e não pensou no próximo “Macau Cover Girl”. Mas desta edição faz um balanço positivo. “Foi uma coisa incrível. Fiquei muito feliz depois de ver esta compe-tição, com o trabalho de todos”, considerou.

A.S.S.

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PRImEIRA EDIÇÃo Do “L SHow” tEVE NotA PoSItIVA No ALBERGUE Scm

Tecidos lusófonos para o sul da china

O projecto “patrocinado e proporcionado pelo CCM” arrancou em Janeiro, pela determinação da coreógrafa de Taiwan e internacionalmente

reconhecida Fang-Yi Sheu, quando esta se deslocou a Macau para seleccionar três bailarinos, explicou Sara Silva à agência Lusa.

Entre os 30 ou 40 bailarinos que compareceram à audição em Macau, ficaram Sara Silva, Kenny Chao e Yuki Wu, trio que, em Março, se juntou aos seis baila-rinos que trabalharam com Fang-Yi em Taiwan, numa “residência artística” de 12 dias na Universidade das Artes de Taipé, tendo desenvolvido um “treino intensi-vo” para a criação do espectáculo.

“Para mim está a ser muito diferente, porque estou a dançar na China, com bailarinos chineses, que é algo que nunca me passou pela cabeça”, confessa a bailari-na portuguesa, orgulhosa por estar a trabalhar “com uma coreógrafa tão famosa” - Fang-Yi foi bailarina da Companhia de Dança Martha Graham -, apesar de os ensaios em mandarim a deixarem por vezes “um pouco cansada”.

Sara, que chegou a Macau em 2009 através do pro-grama INOV-Art, da Direção Geral das Artes, já tinha decidido tentar a sorte em Hong Kong, mas depois da residência artística em Taipé, o objectivo de aliar a dança

PáG 11segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

localESPÍRITO NATALÍCIO NO VENETIAN. o venetian macau inaugurou a sua Árvore Natal, aderindo assim ao espírito da quadra festiva que se avizinha. um pouco por todo o complexo, foram instalados luzes e motivos decorativos que “antecipam” o regresso do Pai Natal.

fazer toda esta ideia e trazer estas pes-soas a Macau. No que diz respeito à produção são coisas muito rápidas, e como são espectáculos ao vivo vivem

sempre da capacidade de conseguir-mos improvisar com algumas situa-ções”, explicou Manuel da Silva.

Com modelos vindas de Por-

ccm DESENVoLVEU INtERcÂmBIo cULtURAL com tAIwAN

Um “pé de Dança” com estilos mistosA portuguesa Sara Silva é um de três bailarinos seleccionados no programa de intercâmbio cultural com Taiwan, que estreia o espectáculo “Pé de Dança”, no Centro Cultural de Macau (CCM), a 3 de Dezembro

à nova morada - desde Maio - ficou ainda mais claro.Inicialmente pensou usar o mestrado em Gestão

Cultural para procurar trabalho em Hong Kong, mas a selecção para o “Pé de Dança” fez com que a bailarina portuguesa se valesse da formação clássica do Conser-vatório Nacional de Dança e contemporânea da holan-desa Codarts Rotterdam Danse Academie, para dar au-las na antiga colónia britânica.

“As aulas [de ballet e dança contemporânea na aca-demia Danse à Lili, de Hong Kong] são também uma forma de preparação”, esclarece, ao revelar que “está a ser um desafio enorme, em termos pessoais e físicos”, até porque “já não dançava há alguns anos”.

CHeOnG u “DeSAFIA” JOVenS PARA O VOLunTARIADO. acompanhado pelo director e subdirector dos serviços de saúde, o secretário para os assuntos sociais e cultura visitou o centro de transfusões de sangue e fez questão de dar o exemplo. além de ter doado sangue, cheong u incentivou os jovens a participarem em programas de voluntariado.

Kenny Chao, Yuki Wu e Sara Silva participaram no intercâmbio com Taipé

A dias do espectáculo, o secretismo da coreógrafa é grande, mas Sara Silva antecipa um “Pé de Dança” con-temporâneo, com uma mistura de danças tradicionais chinesas e algum ‘hip hop’.

“É uma mistura de estilos. ‘Eu sou mais dança con-temporânea’, a Yuki [professora de dança em Macau e com formação na Escola de Dança Artística de Hainão e Academia de Dança de Pequim] ‘é mais danças chi-nesas’; e depois há um rapaz [Kenny Chao, fundador do estúdio Macao Dance Street e membro do grupo de dança de rua HRC], com bases de ‘hip pop’”, revela.

JTM/Lusa

tugal, Brasil, China e até mesmo da Rússia, pretende-se alargar o conceito de lusofonia, presente no “L Show”, a quem desfila as peças. “Fará sentido,

talvez para o ano, ter a representação lusófona ao nível dos modelos”, ga-rantiu Manuel da Silva.CRIAR UMA SEMANA DA MODA. Tendo sido realizado em paralelo ao “Macau Cover Girl”, o “L Show” com-pôs o “puzzle” da primeira edição do “Macau Fashion Link”. Segundo o designer da Lines Lab, estes são dois eventos que se complementam. “Têm um tipo de público e de acção diferen-tes”, explicou Manuel da Silva.

Neste sentido, Carlos Marreiros, director do Albergue SCM e responsá-vel pela organização desta iniciativa, garantiu que não só faz sentido que estes eventos continuem a ser orga-nizados em conjunto, como também acrescentar mais espectáculos. “Qui-semos evitar a expressão ‘fashion week”, mas a tendência é para que não se consuma em dois gestos. Oxalá para o ano possamos fazer três, qua-tro ou cinco. Para além dos elementos da lusofonia, podemos juntar outros nomes do Continente chinês, de Pe-quim, Xangai e até de Hong Kong”, disse Carlos Marreiros.

Para o director do Albergue SCM, os três estilistas representan-tes de Macau tiveram “um desempe-nho excepcional”, num evento que se pretende de cooperação. O “L Show” constituiu-se como “uma tentativa de aproximação da nossa criação com o Delta do Rio das Pérolas e a Ilha da Montanha”, disse Carlos Marreiros.

A.S.S.

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PáG 12 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

DESpoRToPORTUGUESA PODE MUDAR DE NOME. a Portu-guesa de Desportos, campeã da série b do campeonato brasileiro de futebol, enfrenta agora o desafio de ganhar adeptos, nem que para isso precise mudar de nome e se afastar da comunidade lusa de são Paulo.

SEIS MORTOS EM ACIDENTE COM EQUIPA TOGOLESA. seis pessoas da delegação da equipa togolesa etoile filante de lomé morreram no sábado, na sequência de um acidente em géli, durante a deslocação a sokodé, para um jogo da quinta jornada do campeonato local. outras 26 pessoas, entre os quais jogadores, ficaram feridos.

O INSTITUTO INTERNACIONAL DE MACAU,O MOVIMENTO INTERNACIONAL DE CULTURAS, LÍNGUAS E

LITERATURAS NEOLATINAS – FESTLATINO,e em colaboração com o

OBSERVATÓRIO DA LÍNGUA PORTUGUESAtêm o prazer de convidar para o Seminário

“A LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DO DIÁLOGO ENTRE A CHINA E O MUNDO LUSÓFONO”

que decorrerá:No dia 28, no auditório da Escola Portuguesa

14H30 - SESSÃO DE ABERTURA

- Palavras de saudação e boas vindas pelo Presidente do IIM, Dr. Jorge Rangel- “O PATUÁ DE MACAU – MEMÓRIA E IDENTIDADE MACAENSE”, pelo Dr. Miguel Senna Fernandes - “UM BREVE ESBOÇO SOBRE A TRADUÇÃO DE ESCRITORES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA CHINÊS”, pelo Prof. Dr. Yao Jing Ming - “MEDIA DE MACAU - UM FUTURO COM DESAFIOS”, pelo Dr. José Rocha Dinis

No dia 29, no auditório do Instituto Internacional de Macau (IIM) 18H00 - SESSÃO DE ENCERRAMENTO

- “DESENVOLVER AS VANTAGENS CULTURAIS E LINGUÍSTICAS PARA CONVERTER A RAEM NUM CENTRO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA NA CHINA”, pelo Prof. Dr. Choi Wai Hao - “ACORDAMOS OU NÃO, MACAU”, pela Profª. Dr.ª Antónia Espadinha

Dr. Chu Kin(1969-2011)

A Associação dos Advogados de Macau

vem publicamente expressar o seu pesar, pelo falecimento do Exmo. Juiz Chu Kin,

no passado 22 de Novembro, e convidar todos os seus

Membros a associarem-se às cerimónias fúnebres que começaram no Domingo,

dia 27 de Novembro, na casa mortuária do Hospital Keang Wu.

Homenageando o empenho e inexcedível dedicação com que o Dr. Chu Kin serviu a Magistratura da

Região Administrativa Especial de Macau, a A.A.M. lamenta profundamente o seu desaparecimento e manifesta

a sua solidariedade à família enlutada, a quem apresenta as mais sentidas condolências.

Macau, 25 de Novembro de 2011.

PREmIER LEAGUE

United e arsenal empatamO Manchester United e o Arsenal voltaram a perder pontos, empatando os jogos em casa, com o Newcastle e o Fulham respectivamente

Depois do empate a dois golos com o Benfica na terça-feira, para o Grupo C da “Cham-pions”, o Manchester United, com Nani no

“onze”, voltou a não conseguir vencer, apesar de ter estado em vantagem na recepção ao Newcas-tle.

Já com Wayne Rooney, que não alinhou frente ao Benfica devido a lesão, o United adiantou-se no marcador com um golo de “Chicharito” Hernan-dez, aos 49 minutos.

Apesar do domínio da equipa de Alex Fergu-son, o Newcastle conseguiu sair de Old Trafford com um ponto, depois de Demba Be ter convertido uma grande penalidade, muito contestada, e de ter jogado aos últimos 20 minutos reduzido a 10, após a expulsão de Gutierrez.

O Manchester United, que segue na segunda posição com 30 pontos, deu assim a oportunidade ao “rival” e vizinho, City, líder com 34, de ampliar a vantagem, caso vença na recepção ao Liverpool, na última madrugada de Macau.

O Tottenham segue na terceira posição, a dois pontos, do United, depois de ter batido o West Bromwich Albion, por 3-1, num jogo em que Ade-bayor voltou a bisar. O togolês, que na semana pas-sada tinha apontado os dois golos na vitória frente ao Aston Villa, marcou agora aos 25 e 93, enquanto Defoe assinou o outro tento dos “spurs”, aos 81.

Já o Chelsea segue na quinta posição, com 25 pontos, menos três que o Liverpool, que no domingo recebe o líder, Manchester City. Com o português Raul Meireles a titular, o “capitão” John Terry começou a construir a vitória dos “blues” logo aos seis minutos, na sequência de um canto, sendo depois ampliada com golos de Sturridge (29) e Mata (45).

O Wigan derrotou o Sunderland por 2-1 e con-seguiu fugir do último lugar da tabela, ocupado agora pelo Blackburn Rovers, que saiu derrotado por 3-1 na visita ao Stoke City.

LIGA ESPANHoLA

barcelonaa seis do Real

O único golo do encontro foi apontado pelo defesa Juan Valena, aos 67 minutos, na sequência de um pontapé de canto cobrado por Sarabia, que dei-

xou sem reação o guarda-redes Valdés.A primeira derrota do FC Barcelona na Liga deixa

mais isolado na liderança o Real Madrid, que venceu o Atlético no “derby” da capital espanhola, por 4-1, com dois dos golos apontados por Cristiano Ronaldo, ambos na marcação de grandes penalidades.

O Real Madrid comanda com 34 pontos nos 13 en-contros realizados, mais seis do que o Barcelona (2.º) e sete do que o Valência, terceiro colocado, que venceu por 2-1 no recinto do Rayo Vallecano (9.0). As suas equipas defrontam-se dentro de duas semanas, em Santiago Ber-nabéu, no que poderáser um encontro decisivo.

A 13.ª jornada da Liga tem ainda os jogos: Betis-Real Sociedad, Levante-Sp.Gijon, Maiorca-Racing, Espanyol-Osasuna, Athletic Bilbao-Granada, Saragoça-Sevilha e Málaga-Villarreal.

O FC Barcelona perdeu no Sábado por 1-0 no recinto do Getafe e permitiu ao “rival” Real Madrid dilatar para seis pontos a vantagem que detém na liderança da Liga espanhola de futebol

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu segunda-feira, 28 de novembro de 2011 PáG 13

DESpoRToJuVenTuS VenCe eM ROMA e VOLTA à LIDERANçA. a Juventus venceu por 1-0 no terreno da lázio e reassumiu a liderança da liga italiana, destronando a udinese que na sexta-feira ascendera provisoriamente, após o triunfo sobre a roma, por 2-0.

eMPATe nO “DeRby” MADeIRenSe. Nacional e marítimo empataram a dois golos, no “derby” madeirense. o marítimo continua na quarta posição, mantendo um ciclo de treze jogos sem perder, ao passo que o Nacional, está em 11.º.

LIGA PoRtUGUESA

benfica ganhou a um Sporting dignoO “derby” de Lisboa e do futebol português foi um grande espectáculo, intenso, duro e recheado de oportunidades, para duas equipas destemidas em campo. No final, adeptos de ambos os clubes aplaudiram os jogadores. Bom jogo

No Benfica, as grandes novidades para o der-by acabaram por ser

a chamada de Jardel (e não de Miguel Vítor) para render o lesionado Luisão no eixo da defesa, ao lado de Garay, e o re-gresso de Cardozo no ataque, que remeteu para o banco o jo-vem Rodrigo. De resto, a equi-pa esperada, sem alterações no habitual sistema de jogo.

Já no Sporting, Domingos surpreendeu (ou nem tanto) adaptando o central Daniel Carriço ao meio-campo defen-sivo, para dar mais músculo à defesa leonina, face à ausência por lesão de Rinaudo e à pálida exibição de André Santos no úl-timo jogo. A segurança impôs-se à mobilidade na equipa leo-nina. Esta foi, de resto, a única alteração em relação ao “onze” que eliminara o Sp. Braga da Taça de Portugal, em Alvalade, na última semana.

A primeira parte foi elec-trizante, com as duas equipas

a jogarem olhos-nos-olhos. Começaram melhor os “leões, imprimindo um ritmo veloz que, logo aos 6’, quase surpre-endia a equipa da casa, num cruzamento perfeito de Capel a ser mal aproveitado por Wol-fswinkel.

A pressionar alto, os ho-mens de Alvalade mostraram não acusar o ambiente da Luz, apostando principalmente pelo seu lado canhoto para deixar em sentido o Benfica. A velocidade de Capel criou inú-meras dificuldades a Maxi Pe-reira, que raramente se aven-

turou pelo seu corredor.O Benfica respondeu tam-

bém cedo e com uma das suas armas mais temíveis: as bolas paradas. Na primeira, um can-to de Aimar deixou a bola à en-trada da área para um grande remate do “esquecido” Gaitán à base do poste direito de Rui Patrício, aos 12’.

Na segunda tentativa, já só aos 42’ o argentino marcou um novo canto que, desta vez, resultou em golo, com Javi Gar-cía a elevar-se na área e a bater a defesa sportinguista. Um lance que deixou mal na fotografia, o

guarda-redes Rui Patrício.Na meia hora entre estes

dois lances, o Sporting nunca deixou de procurar a baliza adversária. A perdida mais flagrante seria protagonizada por Schaars, que, aos 15’ soli-citado por Wolfswinkel, não acertou com o alvo.

O golo em cima do inter-valo trouxe um Benfica ainda mais motivado para a segunda metade. Logo aos 51’, poderia ter dilatado a vantagem, de-pois de uma falha clamorosa de Onyewu. O central colocou a bola ao alcance de Aimar,

com o argentino a passar para Cardozo e o paraguaio, depois de deixar no chão dois adver-sários, a rematar para grande defesa de Rui Patrício. A esta grande intervenção respon-deu, no outro extremo do cam-po, Artur, que impediu um golo de Elias (após bom cruza-mento de Carrillo, que rendeu o lesionado Matías).

O Benfica controlava o jogo, quando um disparate de Cardozo levou os encarnados a jogar com 10. O Sporting lan-çou-se abertamente no ataque e criou várias oportunidades. Dois minutos após a expulsão, Elias voltou a falhar isolado o golo do empate, a cruzamen-to de Wolfswinkel. Os treina-dores fizeram alterações: no Benfica, Aimar e Bruno César cederam os lugares a Rodrigo e Ruben Amorim; no Sporting entrou André Santos para o lu-gar de Carriço.

O Benfica redobrou as cautelas defensivas, mas vol-tou a ameaçar com a sua arma de eleição: num novo canto, desta vez de Gaitán, o argen-tino cobrou directo, levando a bola à barra, aos 79’. Os “le-ões”, a correrem contra o cro-nómetro e a jogarem em van-tagem numérica, começaram a jogar mais com o coração. A grande pressão nos instantes finais não chegou para o em-pate, mas a equipa saiu da Luz de cabeça bem erguida.

pSp deteve três pessoasa PsP efectuou três detenções e identificou 24 pessoas no âmbito da operação policial no estádio da luz, em lisboa, disse à agência lusa o superintendente costa ramos. “foram detidas três pessoas, e identificadas 24, por situações diversas, nomeadamente comportamentos incorrectos”, afirmou costa ramos, ainda no decorrer da operação.

Dérbi terminou com caixa de segurança a arderO fogo que deflagrou nas bancadas do estádio do Benfica, em Lisboa, após o jogo de futebol com o Sporting foi dado como extinto cerca das 23:20, mais de 15 minutos depois de ter deflagrado

As chamas começaram na ban-cada norte, onde estiveram os adeptos do Sporting na tão fa-

lada caixa de segurança, e foram com-batidas pelos Bombeiros Lisbonenses, corpo de voluntários que assegura a prevenção contra incêndios no estádio da Luz. Tudo aconteceu no final do jogo. Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, esteve no relvado a acompa-nhar os trabalhos dos bombeiros.

O fogo começou após o jogo, que terminou pouco depois das 22:00, mas

na central dos bombeiros lisbonenses, contactada pela Lusa, eram desconhe-cidos dados sobre o incêndio, assim como a hora a que começou, estragos causados ou meios envolvidos no com-bate às chamas.

Às 23:06, os Sapadores Bombeiros receberam um pedido para deslocarem para o estádio uma viatura de comba-te a incêndios urbanos para reforçar os meios que se encontravam no local, disse a fonte daquela organização de socorro.

O incêndio pode custar aos “le-ões” uma indemnização e 2.500 euros de multa. De acordo com o artigo 151.º do Regulamento Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), dedicado ao comportamento incorrecto do público, prevê uma pu-nição de multa entre 250 e 2.500 euros de multa.

Esta moldura penal é aplicada ao clube cujos sócios ou simpatizantes, entre outras coisas, tenham uma “actu-ação da qual resultem danos patrimo-niais”.

Além disso, o mesmo Regulamen-to Disciplinar prevê, no número um do artigo 152.º, que “o Clube fica obri-gado ao pagamento de indemnização aos lesados pelos danos resultantes da prática das infracções previstas nesta secção”.

“A pena de indemnização fixada não é cumulável com a compensação eventualmente devida em virtude de procedimento civil ou criminal, ou acordo extrajudicial com entidade se-guradora”, detalha o número dois do mesmo artigo.

ver vídeo na edição online do jtmwww.jtm.com.mo

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PáG 14 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

PUTIN APRESENTADO COMO CANDIDATO PRESIDENCIAL. o primeiro-ministro russo, vladimir Putin, foi nomeado candidato oficial do partido rússia unida às presidenciais de 2012, através de escolha feita no congresso do partido a uma semana das eleições legislativas. Dmitri medvedev está no topo das listas para as legislativas.

INDIGNADOS DA MADEIRA APENAS COM ORGANIZADORA. uma professora de música da madeira, carla abreu, que organizou ontem, pela segunda vez, uma manifestação de indignados no funchal, ficou “bastante desiludida” com a inércia dos madeirenses. apareceu sozinha no parque de santa catarina.

FRANÇA

Teoria da conspiração no caso DSKRegressa a teoria da conspiração ao caso em que o ex-director do FMI, Dominique Strauss-Kahn (DSK) foi acusado de violar uma empregada de hotel em Nova Iorque: um jornalista levanta a suspeita de que o seu telemóvel, desaparecido desde o dia em que foi detido, estaria a ser vigiado por pessoas ligadas a Sarkozy

Uma investigação do jornalista Edward J. Epstein para a “New York Review of Books” e avan-

çado também no “Financial Times” baseia-se em documentos cedidos pelos procuradores e a defesa do ex-dirigente socialista, que na altura do escândalo, em Maio, era o político que mais franceses

queriam ver como o próximo Presidente da República.

Em França, a viver já em ambiente de pré-campanha para as presidenciais de Abril, e numa altura em que o nome de DSK (como é conhecido) regressou à ribalta, citado numa investigação sobre

uma rede de prostitui-ção de luxo, esta notícia agitou águas já turbu-lentas.

Na versão resumi-da da investigação, pu-blicada ontem no “Fi-nancial Times”, Epstein cita “várias pessoas pró-ximas” do director-ge-ral do FMI, segundo as quais ele foi informado por uma “amiga a tra-balhar temporariamen-te como investigadora

para a UMP” de que pelo menos um e-mail que enviara à mulher através do seu Blackberry “tinha sido lido nos escri-tórios” do partido no poder. O alerta terá levado DSK “a suspeitar que poderia estar sob vigilância electrónica em Nova Iorque”, escreve o jornalista.

A intenção de DSK seria pedir a um amigo que fizesse uma peritagem ao te-lemóvel, no regresso a Paris. Segundo os registos telefónicos, naquela manhã, DSK usou o aparelho para avisar a filha que chegaria tarde ao almoço que tinham combinado. Mas, horas mais tarde, a ca-minho do aeroporto, ter-se-á apercebido de que o tinha perdido.

Apesar de o Blackberry nunca ter sido encontrado, Epstein adianta que o circuito de GPS (que possibilita a locali-zação do aparelho) foi desligado ao iní-cio da tarde e, dados recolhidos recente-mente, indiciam que não terá chegado a sair do Sofitel.

“A ideia de que o que aconteceu a Strauss-Kahn teve qualquer tipo de cumplicidade por parte da UMP é uma grande manipulação”, disse Jean-Fran-çois Copé, secretário-geral do partido no poder.

A recusa reflecte o am-biente injusto e de meio pequeno que enfrenta

o investimento das empresas privadas e do exterior”, disse Huang Nubo, o empresário que pretendia adquirir 300 quiló-metros quadrados da Islândia para desenvolver um projecto de ecoturismo, em declarações ao oficial China Daily.

Huang Nubo, que antes de entrar no mundo empre-

sarial era funcionário publico, previa gastar 6.000 milhões de euros na compra de parte da Islândia, que segundo analis-tas locais daria acesso à segun-da potência mundial (China) a recursos naturais e a uma zona estratégica no transporte marí-timo.

O empresário acusou os países ocidentais de “impor duplas condições” já que ao mesmo tempo que pedem ao

mercado chinês maior abertu-ra, fecham a porta ao investi-mento daquele país asiático.

A venda, refere o jornal, foi iniciada pelos proprietários islandeses dos terrenos, e in-clusivamente alguns membros do Governo do país europeu manifestaram preocupação pela inesperada recusa da ven-da das propriedades a Huang Nubo, entre os quais destaca a chefe do Governo Johanna Si-

gurdardottir.Huang Nubo é presiden-

te do Zhongkun Investment Group que em Agosto anun-ciou os seus planos de cons-truir um complexo hoteleiro de alto nível nos terrenos islan-deses que o obrigavam a um investimento de 151 milhões de euros.

O empresário nega na en-trevista que a sua compra es-conda interesses ocultos para

favorecer a China e vincou que a sua motivação é o “amor à be-leza natural do país” e as suas ligações ao povo islandês.

O Ministério do Interior informou sábado que a recu-sa da compra estava ligada ao facto de ser “impossível igno-rar” a dimensão dos terrenos pretendidos além de que não havia precedentes de que uma área tão vasta ficasse sob con-trolo estrangeiro.

ISLÂNDIA

Recusados 300 Km2 a empresário chinêsUm multimilionário chinês associado ao Governo de Pequim revelou ontem que as autoridades islandesas recusaram a sua oferta de compra de parte da ilha

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu segunda-feira, 28 de novembro de 2011 PáG 15

As primeiras preocupações começaram em 1972, quando, depois da Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cul-

tural e Natural, alguns países manifestaram inte-resse em ver criado um instrumento de protecção do património imaterial. Isto obrigaria a UNES-CO - Organização das Nações Unidas para a Edu-cação, a Ciência e a Cultura - a adoptar, em 1989, a Recomendação para a Salvaguarda da Cultura Tradicional e do Folclore, dividida em tesouros humanos vivos, línguas em perigo no mundo e música tradicional.

Dez anos depois, em 1999, o Conselho Exe-cutivo da UNESCO decidiu criar uma distinção internacional intitulada “Proclamação das Obras-primas do Património Oral e Imaterial da Huma-nidade”, de forma a distinguir os exemplos mais notáveis de espaços culturais ou formas de ex-pressão popular e tradicional. Só em 2006 é que a Convenção para Salvaguarda do Património Cul-tural Imaterial, aprovada no final de 2003, entrou em vigor.

A Convenção definiu que o património cultu-ral imaterial não se resume apenas aos monumen-tos e colecções de objectos, mas abrange também as tradições, expressões de vida, conhecimentos e aptidões que constituem a cultura e a identida-de de cada país. Características que colocaram o fado entre as sete candidaturas mais recomenda-das pelos peritos da UNESCO.

Segundo um documento desses peritos, o fado “é um género de grande versatilidade po-ética e musical”, com “um forte sentimento de pertença e ligação a Lisboa”, podendo contribuir para futuras interacções com outros géneros mu-sicais. A UNESCO destacou ainda os esforços de toda a comunidade, instituições e meio artístico que se uniram em torno da candidatura.

Além do fado, foram recomendadas as can-didaturas do Peru, sobre o conhecimento dos jaguares pelos xamãs da tribo ameríndia colom-biana Yurupari, da música Mariachi, apresentada pelo México, das danças Nijemo Kolo da Dalmá-cia pela Croácia, da música e dança tsiattista do Chipre e da cavalgada de reis da Morávia, pela República Checa. O Comité Intergovernamental, porém, tinha um total de 38 candidaturas para analisar.

Embora Portugal não tenha nenhum bem inscrito na lista de património imaterial, possui sítios, monumentos ou paisagens classificadas como património mundial da UNESCO: o cen-tro histórico de Angra do Heroísmo (Açores), o Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), a Torre de Be-lém (Lisboa), o Mosteiro da Batalha (Batalha), o Convento de Cristo (Tomar), o centro histórico de Évora (Évora), o Mosteiro de Alcobaça (Alcoba-ça), a paisagem cultural de Sintra (Sintra), o cen-tro histórico do Porto, os sítios de arte rupestre do Vale do Côa, a floresta Laurissilva da ilha da Ma-deira, o centro histórico de Guimarães, a região vinhateira do Alto Douro e a paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico (Açores).

PAQUISTãO REDUZ COOPERAçãO COM A NATO. o ministro paquistanês dos Negócios estrangeiros disse a Hillary clinton que o alegado ataque da Nato que matou 25 soldados do Paquistão nega progressos na melhoria das relações e anunciou a redução da cooperação com a aliança.

QUEDA DE PONTE FAZ TRÊS MORTOS E 17 FERIDOS. uma ponte bastante movimentada desabou na região central da indonésia matando, pelo menos, 3 pessoas e ferindo outras 17, revelaram as autoridades do país. a ponte, de 700 metros, ruiu quando, pelo menos um autocarro e dezenas de motociclos, circulavam na via e caíram ao rio. acTUal

Fado português foi reconhecido como património intangívelda HumanidadeFinalmente, após longas horas de reunião, o fado foi reconhecido como Património Intangível ou Imaterial da Humanidade da Unesco. E ouviu-se Amália logo após o anúncio

António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, que se deslocou a Bali, como

elemento da comitiva portuguesa, colocou o telemóvel, onde tinha gravado um fado de Amália Ro-drigues, perto do microfone e fez-se silêncio na sala.

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, disse à agência Lusa que a distinção do fado como Património Imaterial da Humanidade foi um “grande tributo que a UNESCO prestou aos fadistas”. “Finalmente tocou-se o fado. Tocou-se o fado e acho que foi um grande tributo que a UNES-CO prestou aos fadistas, aqueles que têm cantado, que têm tocado, que têm composto, aos poetas que têm dado as suas letras ao fado e que são aqueles que justificam nós

Teatro de sombras chinês inscritoo teatro de sombras da china foi inscrito como Património imaterial da Humanidade durante a reunião de sábado que em quase cinco horas só discutiu três propostas. “foi um dia muito difícil porque as regras de procedimento não são claras e então a única solução é votar. estamos agora a falar de uma proposta chinesa do abaco e não temos consenso na sala”, afirmou ion de la riva, relator do comité e embaixador espanhol. segundo ion de lan riva, o comité vai continuar a trabalhar em privado durante a noite para ver se consegue chegar a um consenso. temos de pagar aos tradutores que custam muito dinheiro, estamos em tempo de austeridade e temos de encontrar uma solução”, salientou. a inscrição dos mariachis do méxico foi feita minutos antes da portuguesa.

estarmos aqui e que asseguram a grande salvaguarda do fado, dan-do-lhe futuro e perenidade”, afir-mou António Costa.

No final do seu discurso de agradecimento ao VI Comité Inter-governamental pela distinção do fado como Património Imaterial da Humanidade, António Costa pôs a tocar o fado “Estranha Forma de Vida” ao microfone para todas as delegações presentes na sala que votaram no fado o ouvirem e ho-menagear os fadistas.

“Acho que foi a melhor forma de homenagear aqueles que têm de ser hoje homenageados. São aque-les que têm feito o fado e que são os fadistas e aquela “Estranha Forma de Vida” é uma homenagem a to-dos”, afirmou.

O fadista Camané considera que “a principal consequência será a maior divulgação que o Fado terá”, uma questão que “já é visí-vel desde que toda a campanha de promoção [da candidatura] arran-cou”. “Assim, mais pessoas ficarão a conhecer o que é o Fado e a sua riqueza”, diz Camané.

A fadista Maria da Fé consi-

dera a distinção “uma coisa mara-vilhosa para o Fado e para o nosso país”. “Daqui para a frente é uma incógnita”, afirma à Lusa a criado-ra de “Cantarei até que a voz me doa”, referindo que “o fado já está, felizmente, com muita força e mui-to divulgado, mas nunca é demais e é muito positivo esta distinção”.

Para a fadista, proprietá-ria do restaurante típico Senhor Vinho, na Lapa, em Lisboa, “há esperança que [esta distinção] traga mais clientes, não só turis-tas como, muito especialmente, portugueses”.

O VI Comité Inter-Gover-namental da UNESCO aprovou em Nusa Dua, na Indonésia, a integração do Fado na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

o que é ser patrimónioimaterial?Proteger o património e as tradições que tornam cada país diferente e único no mundo foi o principal objectivo que esteve na base da criação pela UNESCO da classificação de Património Intangível ou Imaterial da Humanidade. Até ontem, Portugal não tinha nenhum bem inscrito nesta lista, mas possui 14 inscritos na lista de Património Mundial

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PáG 16 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

(...) “depois da greve geral e do manifesto, tudo igual a antes. a consciencialização social que se associa à participação em protestos colectivos organizados não avançou um milímetro” (...)

João Vaz in “Correio da Manhã”D

ito

opiNiãoIn “Jornal de Macau”e “Tribuna de Macau”

28/11/1991

Há 20 anos

HaSta PÚBlica rendeUUm monte de milHÕeSO leilão de quatro lotes de terrenos com uma área de 18792 metros numa zona de aterros do Porto Exterior de Macau rendeu 1268 milhões de patacas. A empresa Kong Fat com capitais da China arrebatou um lote de 2916 metros por 165 milhões de patacas, 85 milhões acima da base de licitação, e outro lote de 6480 metros por 417,5 milhões , mais 87,5 milhões dos que o preço base. A firma Cheung Lap Kuan, com capitais de Macau, licitou por sua vez um lote de 2916 metros quadrados por 200 milhões de patacas, 75 milhões acima do preço base. Um quarto lote de 6480 metros quadrados foi para a companhia Chung Fuk, com capitais da China, por 485.5 milhões de patacas, mais 155, milhões do que a base de licitação. À hasta pública para a concessão destinada à construção de hotel, habitação, comércio e escritórios apresentaram-se 15 concorrentes, tendo sido excluída apenas uma companhia por irregularidades processuais nos termos da admissão a concurso.

caSino liSBoanovamente aSSaltadoO montante do assalto efectuado na madrugada de ontem ao Casino Lisboa ascende a 3,4 milhões de patacas em dinheiro e fichas de jogo, disse à agência Lusa uma fonte policial. As primeiras informações disponíveis indicavam um roubo no valor de 300 mil patacas, montante que se veio a saber ser inferior ao efectivamente apurado. De acordo com a mesma fonte, o assalto decorreu de forma idêntica a um realizado igualmente no Casino Lisboa no dia 5 de Maio, quando um grupo de indivíduos penetrou numa das salas “VIP” do casino e, depois de tomar posição, disparou tiros de intimidação e se apoderou das fichas que estavam sobre as mesas. O mesmo informador acrescentou ainda que os três assaltantes de hoje são, aparentemente, os mesmos que efectuaram o assalto de Maio, que rendeu mais de seis milhões de patacas em dinheiro e fichas de jogo. A Sociedade de Turismo e Diversões de Macau oferece alvíssaras no valor de um milhão de patacas a quem denunciar o paradeiro dos assaltantes.

FalaR DE NóS jorge a. H. rangel*

livro que é uma história de vida“Este livro é uma homenagem a Maria Manuel Pimenta

de Castro Machado. Uma homenagem que os quatro filhos,Isabel, Manuel, Margarida e Luís, lhe quiseram prestar

por ocasião dos seus noventa anos.”

Encontrava-me no Brasil, em actividades académicas e asso-ciativas, quando, em Outubro, familiares, amigos e antigos

alunos de Maria Manuel Pimenta de Castro Machado, inesque-cível professora do Liceu de Macau, lhe prestaram uma justa e sentida homenagem nas instalações da Casa de Macau em Lis-boa, a propósito do seu 90.º aniversário. Na ocasião, foi lança-do o livro “Há Biscoitos no Armário”, de Jorge Pinheiro, “uma história de vida, uma vida que atravessa quase um século, uma vida que cruza a História e percorre o Mundo, uma vida feita de amor e de compreensão”. Muito mais do que as memórias, sempre gratificantes, da função docente, reconhecidamente bem desempenhada, está ali apresentada, em linguagem sin-gela e emotiva, todo um rico e longo percurso de quem soube viver a vida com intensidade, devoção e amor, cultivou valores e soube transmiti-los às novas gerações.

Acabado de chegar do Rio de Janeiro, juntei-me à dele-gação macaense que participou, no Algarve, no Congresso do Conselho Europeu de Confrarias Enogastronómicas e tive o prazer de receber, ainda no autocarro que nos transportou até Albufeira, um exemplar desse livro, com uma simpática dedi-catória manuscrita por aquela “grande Senhora”, de “elegância extrema”, com “uma maneira de estar única” e “uma alegria contagiante”, dotada de “uma memória prodigiosa”, “uma frescura impressionante” e “uma vontade de viver arrebatado-ra”, como tão bem a caracterizou o autor da obra. Li-a delicia-damente nessa mesma noite, após o jantar de boas-vindas do congresso, e na tarde seguinte. E relacionei-a, de imediato, com o “Bom Dia, Sʼtôra”, de Graciete Nogueira Batalha, uma das mais competentes e influentes professoras de Macau, e com o “Goodbye, Mr. Chips”, clássico de James Hilton, de leitura obri-gatória no curso de Cultura Inglesa que fiz em Cambridge no final da década de 60.

Bem escrito, nas páginas do livro descobrimos não só os epi-sódios mais relevantes da vida da família, em Portugal, em Ma-cau, por terras portuguesas de África e em viagens inolvidáveis, mas também o seu enquadramento nos acontecimentos mais marcantes da História de Portugal no século XX. Sobre a profes-sora, que ficou conhecida, entre nós, por “Madame Machado” ou, simplesmente, “Madame”, fez o autor a seguinte descrição:

BONjOUR MADAME“Bonjour Madame! e os alunos entravam noutro mundo. Um

mundo europeu e distante. Um mundo longínquo. Um mundo eru-dito, quase incompreensível. Uma língua de adultos. Uma língua fora de contexto. Uma língua curricular. Este era o desafio de Maria Ma-nuel. Tornar acessível uma disciplina pouco apelativa. O francês fora importante em Macau no século XIX. Mas agora o inglês tudo domi-nava. Quem falava francês no oriente? Para que servia? Maria Manuel conseguiu desmistificar as dificuldades que se imaginavam na língua gaulesa. Bonjour Madame! A memória ficou para sempre nos alunos. Gerações que cantaram Au clair de la lune, Frère Jacques, Sur le Pont d´Avignon. Êxitos populares. Melodias de sempre. Canções que ainda hoje lembram a Madame. As aulas de Maria Manuel eram inesquecí-veis. Os seus métodos inovadores cedo cativaram os alunos. Utiliza-va o gira-discos e os discos de vinil de 45 rotações. Nas aulas passava músicas e canções francesas da moda. Despertou o interesse por uma língua pouco utilizada naquelas paragens. Conquistou, rapidamente, a estima dos alunos. Tornou-se numa professora memorável. Ainda hoje todos sabem quem é a Madame. Com ela, as aulas eram animadas. Cor-riam num ápice. Madame Machado não deixava ninguém desatendido. A sua visão funcionava como um verdadeiro radar, detectando tudo e todos. Os alunos aprenderam a complicada conjugação dos verbos e a hermética gramática francesa. A pronúncia era tarefa mais difícil. Mais um desafio que se venceu. Maria Manuel deixou saudades, quando par-tiu em 1973. O Liceu ficou sem uma grande professora. Uma mulher com um enorme sentido humano. Alguém que olhava os alunos como filhos. Uma mulher inolvidável. Franzina, de aparência frágil, pele alva, cabelos negros. Boca larga e sorriso pronto. Olhar penetrante, lúcido e sagaz. Maria Manuel Machado possuía uma elegância e uma finura no trato que ressaltavam. Destacava-se das outras docentes. O volu-me da voz. O seu timbre. Tudo nela era diferente. Uma presença. Uma personalidade determinada e generosa. A sua elegância era natural. A

sua conversa, espontânea. A sua alegria, contagiante. Se estava triste ou preocupada, não deixava transparecer. Tinha uma postura clássica. Simples, mas sempre muito arranjada. O penteado, a roupa, as jóias, o calçado, tudo era clássico. Tudo condizia maravilhosamente, de uma forma sóbria. Nada de modernices. Nada de coisas à chinesa. Muito feminina. Sempre chique. Sempre discreta. Sempre bem. Maria Manuel era muito imaginativa. Uma especial predilecção pelo trabalho de mãos. As aulas de apoio à Mocidade Portuguesa Feminina beneficiavam do seu talento. Com ela, a empatia era imediata. Um relacionamento que não se explica. Havia nela uma fé, uma crença, uma certeza, que tudo vencia. Uma força que se reconhecia. Um querer que tudo fazia. Maria Manuel sempre foi muito mais do que a mulher de um oficial do exér-cito. Trilhou a sua carreira com competência e profissionalismo. Mais que uma professora, Maria Manuel é uma educadora. Uma educado-ra nata. O seu tom nunca foi imperativo. Ensinar para ela é natural. Aprender com ela é um prazer. Nunca uma obrigação. Em Macau, du-rante a primeira comissão, de 1954 a 1960, Maria Manuel dava aulas de francês na Escola Comercial Pedro Nolasco e no Liceu de Macau, o Liceu Nacional Infante D. Henrique, a funcionar ainda na zona de Tap Seac que, em cantonês, quer dizer Torre de Pedra. Tap Seac era uma várzea pantanosa, um foco de peste, onde os insectos proliferavam. No inicio do século XX, fez-se o aterro e iniciou-se o bairro, com edifícios de estilo neo-clássicos, tipicamente de arquitectura colonialista. Um bairro hoje classificado pela UNESCO. De 1924 a 1958 aqui funcionou o Li-ceu. Mais tarde, durante a segunda comissão, de 1967 a 1973, o Liceu funcionava, então, ao lado do Hotel Lisboa. Um edifício que, na gíria, se chamava Cinzento. As cores das paredes em Shangai Plaster, muito ao estilo Estado Novo. Ficava na antiga Avenida Oliveira Salazar (hoje Avenida Dr. Mário Soares). (...) Mais tarde, muito mais tarde, já em Lisboa, uma coisa que sempre emociona Maria Manuel é encontrar um antigo aluno de Macau. Nas ruas da Baixa, num eléctrico ou num au-tocarro. Reconhecem-na. Falam-lhe. Ela continua a ser uma referência. Um marco. Conversas intermináveis, feitas de respeito e nostalgia. Em 1996, a Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Macau convidou Maria Manuel para o centenário do Liceu. Foi a última vez que foi a Macau. Uma comoção enorme. Estava tudo pago. Estadia e tudo. Ma-ria Manuel comemorou lá os seus setenta e cinco anos, a 21 de Outubro de 1996. Os antigos alunos são, agora, respeitáveis senhores e senho-ras de cinquenta anos. Todos em cargos importantes de empresas ou da Administração. Gente que nunca a esqueceu. Gente para quem nunca deixou de ser a Madame.”

O TíTULOO livro tem cerca de 150 páginas, incluindo uma boa se-

lecção fotográfica que ocupa 12 delas, depoimentos plenos de ternura dos filhos e uma nota introdutória oportuna e muito afectiva de Beatriz Basto da Silva, boa amiga e ex-colega da ho-menageada no Liceu de Macau. O autor, licenciado em Direito, músico, artista plástico e escritor (escreveu, nos últimos anos, “Os Templários Revisitados”, “Turista Ocidental”, Roberto Bar-bosa - Um Olhar de Fogo” e “João António Pinheiro - Os Desa-fios de Uma Vida”), explica-nos, quase no fim, a razão de ser do título “Há Biscoitos no Armário”:

“Descemos a escada. Entramos de novo na sala. Em frente da por-ta, o Armário. Um armário todo em madeira. Madeira preciosa. Um armário laboriosamente trabalhado por mãos chinesas. Castanho-escu-ro. Um armário que já viu mundo. Navegou por mares ignotos. Viu os anos passar. Guardou segredos. É parte da família. Aquele armário é o coração da casa. As portas abrem para o infinito. Um infinito feito de amor. Um amor sem fim. Quem o abrir encontra afectos. Sentimentos. Ternura. Encontra carinho. É um armário mágico. Desde cedo os netos se habituaram a abrir o armário. Era a primeira coisa que faziam. A primeira coisa que ainda hoje fazem. Entram e correm. Não é preciso pedir licença. Abrem as portas. Frascos de biscoitos. Todos os biscoitos do mundo. Esses, fidalgos, bolachas de manteiga. Biscoitos que Maria Manuel confeccionava. As isaurinhas e as areias, compradas no Sr. Ferreira. Bolachas de chocolate, línguas de veado, línguas de gato. Bis-coitos, muitos biscoitos. Todos os biscoitos do mundo. Os frascos estão sempre cheios. Maria Manuel tem o dom da advinhação. Cada neto encontra os seus biscoitos preferidos. Estão sempre lá. Um caminho de afecto. Uma partilha total. O Armário é mágico.”

Ao amigo Luís Machado e à “Madame” agradeço a oferta deste livro que irá ocupar um lugar especial numa das minhas estantes destinadas predominantemente a obras respeitantes à memória macaense. Vale mesmo a pena lê-lo

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2asfeiras.

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu segunda-feira, 28 de novembro de 2011 PáG 17

opiNião“Neste preciso momento a principal tarefa do País é cumprir perante quem nos emprestou o dinheiro, de que dependemos em absoluto; e trabalhar, ao mesmo tempo que se remodela o estado Social (...)” - João Marcelino

(...) “Aparentemente, a aspiração suprema dos defensores dos trabalhadores é um mundo em que estes não trabalhem de todo.” - Alberto Gonçalves

a rua e as responsabilidades

1. Agora já só não percebe quem não quer: a crise portuguesa não

tem um réu apenas. Os responsá-veis são muitos - e os principais fo-ram primeiros-ministros, chegaram a Presidentes da República, foram cooptados pela Europa ou pelas Nações Unidas. Apenas um anda de férias neste exacto momento.

Desse pecado, que se estende por mais de 20 anos, podemos ape-nas isentar Jorge Sampaio (oriundo da Câmara de Lisboa) e, por enquan-to ainda, Pedro Passos Coelho.

De resto, eles tornaram-se o símbolo de um país que se habituou a viver acima das possibilidades, se endividou ao ponto de um ano de trabalho já não dar para pagar a co-lossal dívida e conseguiu a horripi-lante proeza de ter défice em todos os anos que leva de participação na Zona Euro. Pelo meio foi até, so-bretudo durante o cavaquismo, um manso e obediente parceiro das po-líticas europeias, abatendo a frota pesqueira e reduzindo a capacida-de agrícola. Tudo sem pestanejar, a troco do dinheiro para o betão e os negócios.

Todos esses homens (agora mui-to preocupados com as desigualda-des, o empobrecimento, o desem-

prego, a economia em recessão) são, individualmente considerados, exce-lentes pessoas e, alguns, intelectuais de valor à escala global. Mas nenhum teve a lucidez política, e a coragem, para ir saneando as contas públicas. Isso só foi feito antes em duas alturas, como agora com os credores à porta, porque ganhar eleições se tornou um miserável desporto em que vale tudo - e daí nem Passos Coelho sai limpo. Entre o que disse, e prometeu, na cam-panha eleitoral e as políticas que vai promovendo no cumprimento fiel do memorando de entendimento com o credores internacionais não há, em muitas das vezes, qualquer ponto de contacto. Infelizmente, nesse particu-lar nada o distingue do triste consula-do anterior.

2. A greve geral desta semana foi a mais pacífica e bem aceite desde

o 25 de Abril. Do ponto de vista dos “trabalhadores” (aceitando a divisão que a CGTP há muito pratica) há ra-zões para o protesto - a que se colaram quase todos os homens que governa-ram Portugal até hoje. Cavaco anda muito preocupado, e com ele Ferreira Leite. Soares idem, à frente dos socia-listas da terceira via. Sampaio também disse qualquer coisa. Mesmo Durão

Barroso, em cerimónia apropriada, veio fazer críticas à falta de verbas para a educação, a ciência e a cultu-ra, aos cortes no “saber”. De repen-te, todos descobriram as virtudes do “diálogo” e reivindicam obviamente empregos e “estímulos” para a eco-nomia funcionar.

O problema está em que ne-nhum destes homens tem um plano alternativo e de palavras ocas se foi moldando o terrível caminho que te-mos pela frente.

Neste preciso momento a prin-cipal tarefa do País é cumprir peran-te quem nos emprestou o dinheiro, de que dependemos em absoluto; e trabalhar, ao mesmo tempo que se remodela o Estado Social que toda a Europa vai ter de reinventar enquan-to decide se quer ou não fazer frente à especulação dos mercados.

3. O que se deve pedir a Passos Coelho, neste momento crítico da

União Europeia, e não só da Zona Euro, é que deixe de ser uma exten-são fiel da vontade da Alemanha e de Angela Mer-kel. Quando em Es-panha já se coloca a possibilidade de um resgate internacional, a crise ita-liana segue o seu caminho e se mul-tiplicam os sinais de intranquilidade

um pouco por toda a parte, o Gover-no português deve bater-se por um quadro de ajustamento capaz de nos evitar a recessão que agora as agên-cias de notação também penalizam. Isso deve ser feito com discrição, longe da arena da opinião pública, mas tem de ser um objectivo forte. Ou temos isso ou, como na Grécia e em Itália, iremos precisar, tarde ou cedo durante esta legislatura, de um governo de salvação nacional. Como isto está, a rua irá em crescendo no próximo ano e dificilmente os votos chegarão para tudo. A Democracia, infelizmente, muda muito em tem-pos de necessidade.

António José Seguro tem feito uma boa oposição. Marcado pelo acordo que Sócrates liderou e pelas responsabilidades do PS nos últimos seis anos, fez bem em não escutar os “indignados” do seu partido. Agora, depois de viabilizar o orçamento, fica com o terreno aberto para pas-sar à oposição de facto. Tem diante dele a missão, importante para a De-mocracia portuguesa, de ser o fiel da balança entre a contestação da rua e as políticas da troika.

*Director do Diário de NotícisJTM/DN

TRibUNa

A extrema-esquerda mudou muito. Nos idos de 6 de Outubro de 1974, convenceu milha-

res de trabalhadores a doarem um dia de tra-balho gratuito, para cúmulo um domingo, na convicção de que essa seria a única maneira de a nação prosperar. Nos últimos 36 anos, leia-se desde que foi enxotada do poder, a extrema-esquerda passou a achar exactamente o contrá-rio: o bem da nação só se alcança se, em vez de acrescentarem trabalho voluntário, os trabalha-dores se furtarem ao trabalho contratado.

Dito de outra maneira, isto apenas vai lá com greves como a de quinta-feira. Para Carva-lho da Silva, a greve geral foi uma resposta ao desemprego, à precariedade, ao empobrecimen-to e, continuo a citar, à “não existência de in-vestimento”. Para Jerónimo de Sousa, foi “uma vitória sobre o condicionamento económico, as ameaças de despedimento, a perda de remune-rações e prémios, a repressão e a intimidação”. Para Francisco Louçã, a “geral” ajuda a “salvar a economia, salvar o respeito, salvar a democracia e trazer dignidade”, além de combater “o empo-brecimento e a exploração”.

Perante tantas vantagens, fica por entender porque é que, à semelhança dos Vietnames do “Che”, não se multiplicam as greves gerais até se instaurar uma por mês, uma por semana ou,

pleno desemprego

idealmente, uma por dia. Caso as contas da extre-ma-esquerda estejam correctas, uma paralisação permanente (e, convenhamos, mais abrangente do que as actuais) eliminaria de vez a precarie-dade, a repressão, a exploração, os encostos e o mau-olhado.

Também acabaria em definitivo com as em-presas, as finanças públicas e o país, mas isso não representaria qualquer problema: aparentemente, a aspiração suprema dos defensores dos trabalha-dores é um mundo em que estes não trabalhem de todo. A julgar pelos exemplos de sindicalistas célebres, que há décadas não põem os pés nos res-pectivos empregos e ainda assim conseguem um nível de vida invejável, trata-se de uma aspiração legítima.

OS GREVISTAS NÃO SÃO PESSOAS,SÃO NÚMEROS

Durante cada greve, é sempre fascinante no-tar os actos de vandalismo e os “piquetes” que abrilhantam um protesto supostamente democrá-tico. Após cada greve, o gozo passa por assistir à chamada guerra dos números. Segundo o Go-verno, a “geral” de quinta-feira foi partilhada por 10,48% dos funcionários públicos e uns resíduos no sector privado. Segundo os sindicatos, tais va-

lores são uma manipulação ridícula e uma ver-gonha indecente, embora não digam quais valo-res seriam correctos e respeitáveis.

Entre as percentagens de uns e a indignação de outros, o melhor é ignorar a contagem de gre-vistas e adoptar métodos menos falíveis. Uma sondagem às intenções de voto, por exemplo. A mais recente, para a TSF e o Diário Económico, foi realizada em plena discussão do Orçamento do Estado e mostra o PSD a subir 4 pontos para os 45,6%, o CDS a descer umas décimas para os 5%, o PS a manter-se nos 19,7%, o PCP em que-da rumo aos 7,9% e o BE no limiar da relevância com 4,1%. Ou seja, os partidos no poder, cujas políticas foram o alvo da greve geral, merecem a aprovação de metade do eleitorado. O PS de “Tozé” Seguro, que tipicamente se “absteve” da dita greve, conta com a preferência de um quinto do eleitorado. Somados, os partidos comunistas que apoiaram e organizaram a greve dispõem exactamente de 12%, proeza afinal comparável à estimativa oficial de grevistas (no Estado).

Ou as sondagens e a distribuição parlamen-tar também são manipulações vergonhosas, ou os partidos que falam em nome do povo quase não representam povo algum e vergonha é o que lhes falta.

JTM/DN

alberto Gonçalves

TRibUNa joão marcelino*

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PáG 18 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu

lazERJá nASCeu A FILHA De LILy ALLen. a cantora britânica lily allen deu à luz na sexta-feira uma menina, avançou o Daily mail. allen e o marido, sam cooper, foram pais pela primeira vez.

MORREU O MúSICO ROSS MACMANUS. o trompetista ross macmanus, pai do cantor elvis costello, morreu aos 84 anos, vítima de doença prolongada. ross era um cantor que se apresentava regularmente no programa “Parade of the Pops” da rádio bbc.

paris Hilton compra Ferrariem dia de descontosParis Hilton comprou um ferrari vermelho por 277.500 dólares americanos na “black friday”, um feriado americano que ocorre na sexta-feira da semana do Dia de acção de graças. Durante o feriado, todas as lojas costumam oferecer descontos aos clientes, pelo que a “socialite” decidiu aproveitar os “saldos” para adquirir o bólide que foi entregue à porta da sua mansão, em mulholland estates.

Silvester Stallone lançamusical de Rocky balboaum dos personagens mais marcantes e influentes quando se pensa na combinação entre desporto e cinema, rocky balboa vai trocar as salas de cinema pelo palco. o actor sylvester stallone, criador do pugilista fictício, fez o lançamento do novo projecto: “rocky, o musical”. o anúncio teve direito à presença de dois dos maiores pugilistas da actualidade, os pesos pesados vitali e Wladimir Klitschko - gigantes de dois metros de altura que contrastaram com o 1,77 m do actor de Hollywood. a estreia do musical será em Hamburgo, na alemanha, país que os irmãos ucranianos adoptaram. os seis filmes de rocky balboa levaram ao cinema mais de 1,25 mil milhões de espectadores.

Scherzinger recebeu pedido

de casamento na televisãoNicole scherzinger, a ex-

namorada do piloto de fórmula 1, lewis Hamilton, foi surpreendida por uma insólita proposta de casamento feita

por um desconhecido, durante o intervalo das gravações

do “x-factor”, nos estados unidos. segundo o site

tmZ, a cantora ficou sem palavras quando o homem se aproximou da mesa dos

jurados e lhe fez a proposta. após alguns momentos a falar

com a sua musa, o rapaz, de nacionalidade húngara, foi retirado calmamente do estúdio pelos seguranças

da cbs. Nicole está solteira desde outubro, altura em que terminou o namoro com lewis

Hamilton. segundo o jornal suíço “blick”, a cantora já terá

uma nova companhia.

Namoro de love Hewittterminou por SMSJennifer love Hewitt está inconsolável. a relação da actriz com Jarod einsohn chegou ao fim e love Hewitt, de 32 anos, que tanto procura uma relação estável, volta a estar sozinha. Para mais, Jennifer love Hewitt terá sido apanhada de surpresa quando recebeu um “sms” a pôr fim à relação.

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jORNAL TRIbuNA DE MACAu segunda-feira, 28 de novembro de 2011 PáG 19

serviço de atendimento a clientessTar movies cinemaX

28822866serviço de atendimento a clientes

www.macaucabletv.comRoTEiRo Dead Again

21:00 22:00

Possession

28715732 / 63018939faX:

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau

28715732 / 63018939Telefone:

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau

animasocieDaDe

ProTecTora Dos animais

De macau

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faX:

Telefones ÚTeis

avenida da Praia grande, 975, macauTel: 28714000

Clube Militar de Macau

cinema

número de socorro 999bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PsP 28 573 333serviços de alfândega 28 559 944Centro Hospitalar Conde s. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCaC 28 326 300iaCm 28 387 333dsT 28 882 184aeroporto 88982873/74Táxi (amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - avarias 2990 992Telecomunicações - avarias 1000electricidade - avarias 28 339 922directel 28 517 520rádio macau 28 568 333

28703224

Torre De macau The Three muskeTeers 3DFilme de: Paul W.S. Anderson. Com: Logan Lerman, Mila Jovovich.

cineTeaTro SALA 2 sleePwalkerFilme de: Fengbo Lee, Jimmy Wn. Com: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang.

14:15h 16:00h 17:45h 21:45hcineTeaTro SALA 3 TresPassFilme de: Joel Schumacher.Com: Nicolas Cage, Nicole Kidman e Cam Gigandet.

14:15h 16:00h 17:45h 19:30h

cineTeaTro SALA 1 seeDiq baleFalado em Japonês e Seediq com legendas em Chinês)Filme de: Te-Sheng Wei. Com: Qing-tai Lin, Da-qing You, Zhixiang Ma.

14:15h 17:00h

14:30h 16:45h 19:15h 21:30h

TDm 13:00 TDM News - Rep.13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO17:30 That 70’s Show 18:00 Música Movimento (Rep.)18:25 Contraponto (Rep.)19:35 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:00 Passione23:00 TDM News23:30 Portugueses sem Fronteiras00:00 Telejornal (Rep.)00:30 RTPi DIRECTO

30 esPn14:00 Maui - Georgetown vs Kansas16:00 Geico PBA Team Shootout16:30 Swiss Cup Grand Prix19:30 (LIVE) Sportscenter Asia20:00 Monday Night Verdict20:30 Emotions - Sports Magazine 21:00 Beach Soccer League SF Spain vs. Romania22:00 Sportscenter Asia22:30 Rugby - N. Zealand vs France 31 sTar sPorTs 14:00 Ifmfx Freestyle WC14:30 Rolex FEI World Cup Jumping15:30 FIA F1 World Championship Brazilian Grand Prix16:15 FIA F1 World Championship MR Brazilian Grand Prix18:15 FIA F1 World Championship CF Brazilian Grand Prix 19:00 FIM S1 Supermoto World Championship 201120:00 Commonwealth Bank Tourn. Of Champions 2011 Hls21:00 Game21:30 (LIVE) Score Tonight22:00 Motorsports@Petronas 2011 22:30 Engine Block 201123:00 FIA F1 World Championship Hts Brazilian Grand Prix

40 sTar movies13:00 Skyline14:40 The Imaginarium Of Doctor Parnassus16:45 Into The Sun18:25 Shadow Man20:05 The Walking Dead21:00 Possession22:35 Hunt For Eagle One

00:10 Pirates

41 hbo12:00 Dinner For Schmucks14:00 True Blood15:05 The Evening Star17:15 Harry Potter And The Sorcerer’S Stone19:45 Proof Of Life22:00 True Blood

22:55 You Don’T Know Jack

42 cinemaX12:00 Public Enemies14:15 Murder At 160016:00 Ocean’S 11 (1960)18:05 Fahrenheit 45120:00 Hollywood Buzz20:30 Fair Game22:00 Dead Again

23:45 Public Enemies

43 mgm13:30 The Fortune Cookie15:30 Pascali’s Island17:15 In the Heat of the Night 19:15 The Tenth Man21:00 No Place Like Home22:45 I Want to Live

00:30 Son Rise: A Miracle of Love

50 Discovery14:00 Curiosity: I, Cavemen15:00 The Boy With Divine Powers16:00 Construction Intervention17:00 Moments Of Impact18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?

19:00 Surviving The Cut20:00 Howe & Howe Tech21:00 Swamp Loggers122:00 Coal23:00 Swords: Life On The Line

51 ngc14:00 Templars: The Last Stand15:00 Classified: Secret Service Files16:00 The Indestructibles17:00 Shark Men18:00 Dog Whisperer19:00 Amazing Moments20:00 Hyper Rescue Tokyo21:00 Classified: CIA Confidential22:00 The Indestructibles23:00 Locked Up Abroad00:00 Classified: CIA Confidential

54 hisTory14:00 101 Gadgets That Changed The World16:00 Hidden Cities17:00 The Assassination Of Benigno Aquino Jr18:00 Modern Marvels19:00 Swamp People20:00 Ice Road Truckers21:00 Pawn Stars23:00 The Pickers00:00 Kings Of Restoration

55 biograPhy channel14:00 Hoarders15:00 Pink Floyd 16:00 Sex Pistols17:00 Build A New Life in the Country18:00 Sell This House18:30 Kirstie Alley’s Big Life19:00 Hoarders20:00 Storage Wars22:00 Sudirman Arshad23:00 Hoarders00:00 Intervention

62 aXn14:00 So You Think You Can Dance

14:55 Wipeout

15:50 The Amazing Race

16:40 24

17:30 Masters Of Illusion

18:20 Wipeout

19:15 The Amazing Race

20:10 Top Chef

21:05 CSI: Crime Scene Investigation

22:00 Hawaii Five-0

22:55 The Amazing Race

23:50 Hawaii Five-0

63 sTar worlD13:05 The Bachelor

14:55 Melissa & Joey

15:25 Castle

17:15 America’s Next Top Model

18:10 MasterChef US

19:05 How I Met Your Mother

19:30 Happy Endings

20:00 The Bachelorette

21:50 Dancing With The Stars

22:45 MasterChef US

23:40 How I Met Your Mother

00:05 The Bachelorette

82 rTPi15:00 Telejornal Madeira

15:30 Entre Pratos

16:00 Magazine Eua Contacto

16:30 A Casa E A Cidade

17:00 Bom Dia Portugal

18:00 Quem Quer Ser Milionário

- Alta Pressão

18:45 Resistirei

19:30 Linha Da Frente

20:00 Maternidade

21:00 Jornal Da Tarde

22:15 O Preço Certo

23:00 Magazine Eua Contacto

23:30 Cuidado Com A Língua!

23:45 Portugal No Coração

02:00 Portugal Em Directo

a programação é da responsabilidadedas estações emissoras

Aviso

Durante o Ano Novo Lunar, todas as actividades, relativas à venda de panchões, fogo-de-artifício e foguetes, terão lugar, entre os dias 22 e 28 de Janeiro de 2012 (29° dia da 12ª Lua até ao 6° dia da 1ª Lua), na Avenida Dr. Sun Yat-Sen (próximo da Torre de Macau), Macau e Estrada Almirante Marques Esparteiro (próximo da Baía), Taipa. Na zona de queima de panchões da Península de Macau, está prevista, para esses mesmos dias, a instalação de 2 tendas para a exploração de venda de comidas ligeiras e bebidas.

O acto de licitação para a concessão das licenças de venda de panchões, fogo de artifício e foguetes e, bem assim, de comidas ligeiras e bebidas, realizar-se-á no dia 15 de Dezembro de 2011.

Os interessados que pretendam concorrer a esta concessão de licenças, devem fazer a sua inscrição entre os dias 24 de Novembro e 7 de Dezembro de 2011. Na inscrição, é obrigatório entregar a ficha de inscrição (modelo: 019/DVD/SIS) e fotocópia do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM, recebendo, na ocasião, todos os concorrentes fotocópia das normas que regulam o referido concurso e os que pretendam licenças de venda de panchões, fogo de artifício e foguetes receberão também a respectiva notificação para a sessão de esclarecimentos.

Locais para o tratamento de registos e aquisição da ficha de inscrição (poderá obter-se também por download no webpage deste Instituto: http://www.iacm.gov.mo/):

1. Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte – Rua Nova da Areia Preta, n.º 52, Centro de Serviços da RAEM, R/C. Tel: 2847 1366

2. Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas - Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n° 75 K, Taipa Tel: 2882 5252

3. Centro de Serviços do IACM - Avenida da Praia Grande, n° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau Tel: 2833 7676

4. Posto de Atendimento e Informação Central - Avenida da Praia Grande, n° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau Tel: 8795 2520

5. Posto de Atendimento e Informação de T’oi Sán - Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n° 127,

Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, Bloco B, r/c, MacauTel: 2823 2660

6. Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço,

4° andar, MacauTel: 2893 9006

De acordo com o “Regulamento do Imposto do Selo”, os adjudicatários terão de pagar, em imposto de selo, o equivalente a 10% do preço de adjudicação da tenda e os adjudicatários da licença de venda de panchões, fogo de artifício e foguetes ainda a taxa da licença de pejamento de carácter temporário por depósito do contentor de mercadorias.

Aos 16 de Novembro de 2011.

O Vice-Presidente do Conselho de AdministraçãoLei Wai Nong

www.iacm.gov.mo

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PáG 20 segunda-feira, 28 de novembro de 2011 jORNAL TRIbuNA DE MACAu feCHo desTa edição JTm - 00:15Horas

úlTiMajORNAL TRIbuNA DE MACAu

Hoje amanHã

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E GEoFÍSIcoS www.SmG.GoV.mo

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Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, EdifícioDr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau Caixa Postal (P.O. Box): 3003Tel.: (853) 28378057 Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] [email protected]

Pataca comPra vendaus Dólar 7.97 8.08euro 10.58 10.71YuaN (rPc) 1.215 1.273

DESPIRAM-SE PARA AjuDAR CLubE As espanholas da secção de futebol feminino da Fundação Albacete decidiram trocar o relvado por um estúdio de fo-tografia. Despiram o equipa-mento e posaram para a câma-ra. Ajudaram o clube a vencer a crise financeira e tornaram-se fenómeno internacional. Veja o vídeo. Perante a perspectiva do clube ter de fechar as portas devido a dificuldades económicas, as jogadoras decidiram criar um calendário que foi colocado à venda por 10 euros. As vendas estão a correr bem e a treinadora da equipa, Milagros Martínez, agradeceu o gesto das jogadoras, que evitam assim o desaparecimento deste clube que compete na série B da segunda divisão. O sucesso do “making-off” também ultrapassou todas as expectativas. O vídeo colocado no Youtube está perto das 190 mil visitas e já foi adiciona-do nas edições online de 72 jornais de diferentes países.

ver vídeo na edição online do jtm www.jtm.com.mo

‘XERIFA DA ROCINHA’ DETIDA NO RIO DE jANEIRODanúbia Souza Rangel, mulher de António Francisco Bonfim Lopes, o ‘Nem’, ex-chefe do tráfico de droga na favela da Ro-cinha, ocupada por forças de segurança há duas semanas, foi presa e incriminada por favorecimento ao tráfico de droga e enriquecimento não justificado. Conhecida como ‘Xerifa da Ro-cinha’, pelo poder que tinha quando a favela, a maior do Rio de Janeiro, era controlada pelo marido, Danúbia foi encontrada depois de uma denúncia anónima. Estava escondida na casa de uma cabeleireira amiga na Estrada da Gávea, um dos acessos à Rocinha, curiosamente onde fica também a esquadra da região. A polícia não tinha mandado de captura contra Danúbia, mas, aceitou acompanhar os agentes até à esquadra para dar alguns esclarecimentos, até que, a certa altura, o inspector Nogueira Pinto, deu-lhe voz de prisão. Danúbia, que tinha voltado à fa-vela por saudades da filha, ficou bastante surpreendida e chorou muito, recusando a partir daí fazer qualquer declaração. Nogueira Pinto contou aos jornalistas que prendeu Danúbia pela ligação com o marido, preso há 15 dias ao tentar fugir do cerco policial que precedeu a ocupação da Rocinha, e pelo que ela sabe sobre o tráfico. O inspector disse que vai pedir prisão preventiva, para o que vai utilizar fotos de redes sociais em que Danúbia aparece a exibir jóias caríssimas que não pode justificar, uma vez que não declarou qualquer rendimento.

EN paSSaNT

No fim de semana, passei várias horas a ouvir os debates em di-recto das reuniões do VI Comité Intergovernamental da UNES-CO em Bali (http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?lg=en&pg=423) sobre Património Intangível ou Imaterial da Humanidade.Julgo que, quem fez o mesmo, percebeu que os que na RAEM defendem a elevação do “patuá” têm um longo e complexo ca-minho a percorrer.O momento decisivo, ficou claro, é a indicação do Comité de Peritos da UNESCO cujos veredictos receberam apoio e acla-mação, como no caso do fado.Desse modo, para cumprir o sonho da elevação do “patuá” a Património Intangível da Humanidade, a RAEM necessi-ta de não regatear recursos materiais e humanos, para que Pequim possa apresentar uma proposta preparada de forma profissional. Se houver dificuldades, falem com o embaixador Andresen Guimarães que esteve neste êxito português, depois de ter sido chefe da parte portuguesa do grupo de Ligação Luso-Chinês sobre Macau...

josé rocha dinis

ubS DIZ QuE MERCADOS ADMITEM FIM DO EuROTerceiro maior banco estrangeiro do mundo diz que Investidores estão convencidos que o euro pode desmoronar a qualquer momento. Os mer-cados financeiros introduziram nos preços dos activos a possibilidade do rompimento da zona do euro, depois do juro dos títulos do governo da Alemanha sinalizar que a crise está a chegar ao fim, disse o UBS, terceiro maior banco estrangeiro do mundo, em nota divulgada no fim de semana. O juro dos bunds (título do Tesouro alemão) de 10 anos superou o nível que os investidores pe-dem para comprar títulos do governo do Reino Unido, da Suíça, dos Estados Unidos e do Japão, num sinal de que os investidores estão cada vez mais nervosos em relação a crise soberana de dívida na Europa, salienta o banco, adiantando que “os investidores de renda fixa apostam que ou a Ale-manha se move em direcção à união fiscal com seus parceiros da zona do euro ou, sem que o BCE compre ilimitados montantes de bónus soberanos no mercado secundário, a zona do euro irá soço-brar”, o especialista do UBS, Mansoor Mohi-udin. Os bunds alemães de 10 anos são considerados um dos activos mais seguros em tempos de crise, mas na última semana, Berlim não conseguiu ven-der todo o lote de novos papéis de referência, um sinal de que a recente crise já atingiu economias que anteriormente eram consideradas seguras. O banco observou também que o yield de algumas das economias mais fracas da zona do euro são negociados em níveis insustentáveis, como os juros de dez anos da Itália que superam 7%. “O mal sucedido leilão de bunds da Alemanha desta semana cristalizou preocupações sobre o futuro do euro”, frisou Mohi-udin, acrescentando que a menos que o Banco Central Europeu concorde em oferecer apoio ilimitado aos mercados, a zona do euro pode entrar em colapso antes de os políticos chegarem a uma solução. “Os mercados financeiros continu-am a mover-se mais rapidamente do que os políticos”, acrescentou.

Embaixador

Fotolegenda

eXPOSIçÃO De “enCHeR O OLHO” nO VeneTIAn. estiveram lá todos: os maserati, os lamborghinni, os ferrari e outros que são concebidos e fabricados em edição tão limitada que a marca nem sequer tem divulgação. No fim de semana, no venetian decorreu uma exposição-venda de carros de luxo que “encheu o olho” da maior parte dos mortais que não tem um milhão para dar por um automóvel, quanto mais 35 milhões de yuan, como estava marcado. vir a macau a pensar no mercado do sul da china e com êxito dadas as intenções de compra divulgadas.