Jornalismo 4.0 - A era dos gamers jornalistas
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Jornalismo 4.0 – A era dos gamers jornalistas *Por Geraldo A. Seabra & Luciene A. Santos
Estamos em 2008 e as mudanças proporcionadas pelas Novas Tecnologias de Comunicação e
Informação (NTCI’s) formatam a cada dia um novo jeito de fazer jornalismo na Web. Depois do
surgimento, há mais de 10 anos, da Galáxia da Internet, assistimos quase silenciosamente ao
nascimento da geração do Jornalismo 4.0 – A era dos gamers jornalistas. Com a chegada da
Internet surgiu o chamado Jornalismo 1.0 ou a primeira geração do jornalismo digital, cujo
conteúdo era uma mera reprodução daquele subscrito em mídias tradicionais ou meios
analógicos. Por sua vez, o Jornalismo 2.0 é a criação exclusiva de conteúdo de e para a rede,
enquanto o Jornalismo 3.0 ou Jornalismo de Participação socializa o conteúdo e os próprios
meios. No jornalismo de terceira geração, todos nós, jornalistas ou não, fomos convocados, pela
primeira vez na história da comunicação a distância, a participar de forma efetiva da criação,
edição e publicação de conteúdo, inaugurando a era colaboracionista aberta pela rede. Afinal,
muitos não querem mais ficar calados; querem falar; difundir a sua própria informação,
colocando sob ameaça o reduto do jornalista profissional, até então um cidadão acima de
qualquer suspeita. Ao longo da história fomos formatados pela narrativa do jornalismo de fatos,
perpassando pelo jornalismo de relatos até chegar ao jornalismo como conversação – uma troca
dialógica de informação verdadeiramente participativa. Gradativamente, o monopólio
informativo da mídia transforma-se em um universo descentralizado governado por pessoas que
se tornam guias uma das outras. Através do jornalismo participativo são criadas as chamadas
nanoaudiências, micro comunidades de usuários que subvertem a lógica da comunicação de
massa. Essas comunidades reproduzem-se infinitamente como vírus, levando dentro de si o
mesmo germe da informação e os interesses àqueles que enganam (ODUÑA, Otávio I., et al.
Blogs: revolucionando os meios de Comunicação, 2007). Surge então o novo paradigma da
informação viral. Na esteira do Jornalismo 3.0 estão os blogs e sua irreverência quase
irresponsável. Mas não podemos negar que os bloqs formatam um novo modelo de jornalismo
(Blogjornalismo), que nasceu graças às NTCI’s de código aberto (open source), através do qual
qualquer um pode editar a rede de todos. Neste novo paradigma, tanto o jornalismo quanto à
publicidade tradicional devem rever seus velhos conceitos. Somada a ação participativa dos
usuários, o Jornalismo 4.0 nasce carregando no seu DNA a formatação da notícia em suportes
lúdicos de comunicação, deixando para trás, uma vez por todas, a velha dicotomia entre razão
apolínica e razão dionizíca. A infografia digital inaugura o jornalismo de quarta geração, ao dar
os seus primeiros passos até alçar vôos maiores com a possibilidade de edição de notícias em
suportes de jogos. O advento do NewsGames - games on-line baseados em notícia ou
acontecimentos em tempo real - é apenas a ponta do iceberg para uma geração sem órfãos de
informação. Para quem ainda teme os games em função de sua narrativa atual, resta-nos um
grande conforto: os games elevam a capacidade cognitiva dos jovens independente de sua
narrativa. No mais, parafraseando Lynn Alves (2004), game over! Ou apenas vamos jogar...
* Geraldo Seabra é jornalista, graduado em Jornalis mo (UniBH), especialista em comunicação visual (PUC -
Minas) e mestrando em comunicação e tecnologia (Uni pac Juiz de Fora (MG). Luciene A. Santos é jornali sta,
graduada em Jornalismo (UniBH).