JornalCana 234 (Julho/2013)

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Ribeirão Preto/SP Julho/2013 Série 2 Nº 234 R$ 20,00 Ciclo regenerativo ganha força em plantas existentes TGM apresenta soluções para maximizar eficiência energética Turbinas TGM gerando 132 MWh na unidade da Barra (Raízen)

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Ciclo regenerativo ganha força em plantas existentes

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Ribeirão Preto/SP Julho/2013 Série 2 Nº 234 R$ 20,00

Ciclo regenerativo ganha força em plantas existentes

TGM apresenta soluções para maximizar

eficiência energética

Turbinas TGMgerando 132 MWh

na unidade daBarra (Raízen)

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Julho/2013ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

ACESSÓRIOS INDUSTRIAISFRANPAR 16 21334383 50ACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 43ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 120AÇOSFRANPAR 16 21334383 50AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 48AÇÚCAR - COMERCIALIZAÇÃOATLANTICA FOODS 11 45861226 118ADVOCACIADIAS DE SOUZA 11 30694277 87ANTI - INCRUSTANTESALCOLINA 16 39515080 33

GASIL 81 34718543 73

PRODUQUÍMICA 11 30169619 63ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASALCOLINA 16 39515080 33

PRODUQUÍMICA 11 30169619 63

PROZYN 11 37320022 117ARAMES TUBULARESUNIWELD 11 40358877 120ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 67AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 9

DAIKEN AUTOMAÇÃO 41 36218400 2

DIMENSIONAL 19 34467400 115

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 79

METROVAL 19 21279400 46

ZANARDO 18 31171195 10AUTOPEÇASCOBRA ROLAMENTOS 11 50336400 123BALANÇASALEM MAR 11 32298344 118BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISEQUILÍBRIO 16 39452433 32

VIBROMAQ 16 39452825 120BIODIESEL- PLANTAS INDUSTRIAISDEDINI 19 34035474 103BOMBASBOMBAS GEREMIA 51 35798400 60

GARDNER DENVER NASH 19 37658000 72

REZENFLEX 19 34121144 19BOMBAS HIDRÁULICASLEMASA 19 39358755 44BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 26CALDEIRARIACSJ METALÚRGICA 19 34374242 75

MARC-FIL 18 39056156 48

CALDEIRASCALDEMA 16 39462700 28

DEDINI 19 34035474 103

ENGEVAP 16 35138800 120

ISGEC DDI 91 1204085001 21

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 99

SERMATEC ZANINI 16 21054422 13CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOSBRN BRASIL 19 35432255 4CARRETASALFATEK 17 35311075 3CARROCERIAS E REBOQUESRODOBIN 18 36083400 102

SERGOMEL 16 35132600 65CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 120COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4COMÉRCIO EXTERIORATLANTICA FOODS 11 45861226 118

MULTIMODAL 13 32236767 70CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALSUGARSOFT 19 34023399 106 E 122CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 46CORRENTES INDUSTRIAISGENERAL CHAINS 19 34172800 54

PROLINK 19 34234000 11CORRETORA DE SEGUROSAD CORRETORA 14 32355000 45COZEDORESCITROTEC 16 33039796 83CURSOS E UNIVERSIDADESUFSCAR FAI 16 33519000 80DECANTADORESBRUMAZI 16 39468777 59

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 75

GASIL 81 34718543 73

VLC 19 38129119 22DEFENSIVOS AGRÍCOLASBASF 11 30432125 35 E 49

BAYER CROPSCIENCE 11 56945166 47

FMC 19 37354489 101DESFIBRADORESBRUMAZI 16 39468777 59DESTILARIASCONGER 19 34391101 44

SERMATEC ZANINI 16 21054422 13EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124330 27ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 78ELETROÍMÃSBRUMAZI 16 39468777 59

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 15PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 99SANARDI 17 32262555 38ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 44ENGEVAP 16 35138800 120PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 99

ENGRENAGENSGENERAL CHAINS 19 34172800 54ENTIDADESABISOLO 11 32514563 96GERHAI 19 34562298 55EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 81DIMENSIONAL 19 34467400 115DISTRINOX 16 39698080 112EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAUTHOMATHIKA 16 35134000 9DIMENSIONAL 19 34467400 115EQUIPAMENTOS LABORATORIAISALEM MAR 11 32298344 118ESPECIALIDADES QUÍMICASALCOLINA 16 39515080 33PRODUQUÍMICA 11 30169619 63

PROZYN 11 37320022 117

QUÍMICA REAL 31 30572000 72ESTEIRASBRUMAZI 16 39468777 59EVAPORADORESBRUMAZI 16 39468777 59

CITROTEC 16 33039796 83

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 75FEIRAS E EVENTOSMASTERCANA 16 35124330 85

MULTIPLUS 16 21328936 69

PROCANA BRASIL 16 35124330 85

SINATUB TECNOLOGIA 16 39111384 8FERMENTAÇÃO - CONSULTORIA ESERVIÇOSMICROSERV 82 33725270 110FERRAMENTASBUSSOLA 16 32219000 39

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 30

LEMAGI 19 34431400 48FERRAMENTAS INDUSTRIAISHANNA 19 34514811 52FERRAMENTAS PNEUMÁTICASHANNA 19 34514811 52

LEMAGI 19 34431400 48FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA 11 30169619 63FILTROS INDUSTRIAISMARC-FIL 18 39056156 48

MECAT 62 35031155 7FIOS E CABOSNAMBEI FIOS E CABOS 11 50568900 24FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 26

SIMISA 16 21051200 37GASES INDUSTRIAISGASIL 81 34718543 73GALPÕESGLP 11 35003700 93GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 89IMPLEMENTOS AGRÍCOLASITALTRACTOR / ITM 11 44171240 25INSPEÇÃO TÉCNICAELETRO SERVICE 19 34967710 84INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 46INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA 11 30169619 63ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024814 109

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 119LEVEDURAS E ENZIMASPROZYN 11 37320022 117LOGÍSTICA E TRANSPORTESTRANSESPECIALISTA 16 21057870 107

MANCAIS E CASQUEIROSBRN BRASIL 19 35432255 4BUSSOLA 16 32219000 39DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 30MANGUEIRAS E CORREIASCONTUFLEX 11 29418044 23REZENFLEX 19 34121144 19MANUTENÇÃO INDUSTRIALDEDINI 19 34035474 103ELETRO SERVICE 19 34967710 84MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS AGRIMEC 55 32227710 74METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 18MATERIAIS RODANTESITR SOUTH 11 33407555 31METAISFERRUSI 16 39464766 26MOENDASFERRUSI 16 39464766 26MOENDAS E DIFUSORESBRUMAZI 16 39468777 59DEDINI 19 34035474 103RENK ZANINI 16 35189001 43SERMATEC ZANINI 16 21054422 13SIMISA 16 21051200 37UNI-SYSTEMS 16 35139800 58MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 44ENGEVAP 16 35138800 120NUTRIENTES AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA 11 30169619 63UBYFOL 34 33199500 5PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASDURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 38PENEIRAS ROTATIVASBRUMAZI 16 39468777 59EQUILÍBRIO 16 39452433 32VIBROMAQ 16 39452825 120PLAINASAGRIMEC 55 32227710 74PLANTAS INDUSTRIAISBRUMAZI 16 39468777 59CSJ METALÚRGICA 19 34374242 75DEDINI 19 34035474 103SERMATEC ZANINI 16 21054422 13PNEUSALPHA PNEUS 16 36227300 105SILCAR PNEUS 11 32023330 61PONTES ROLANTESBRUMAZI 16 39468777 59PRODUTOS QUÍMICOSBERACA SABARÁ 11 26435000 97PRODUQUÍMICA 11 30169619 63REDUTORES INDUSTRIAISBONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 53RENK ZANINI 16 35189001 43

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 119ROLAMENTOSCOBRA ROLAMENTOS 11 50336400 123

INA 15 33352432 111SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 71SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 122

COMASO ELETRODOS 16 35135230 92

MAGISTER 16 35137200 113SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 92TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAVANZI 11 21014069 29TELECOMUNICAÇÃO /RADIOCOMUNICAÇÃO AVANZI 11 21014069 29

DIMENSIONAL 19 34467400 115TINTAS E REVESTIMENTOSPERFORTEX 19 35261100 116TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS BRN BRASIL 19 35432255 4

REUNION 16 36235384 88TRANSBORDOSMETAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 18

TESTON 44 30189020 17TRANSPORTADORES INTERNOSMARC-FIL 18 39056156 48TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTESEDRA SANEAMENTO 19 35769366 86

SERGAM 14 33227997 36

VLC 19 38129119 22TRATORESPAGAN TRATORES 18 36368600 122

VALTRA 11 47952000 124TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 122

MARC-FIL 18 39056156 48TUBOS E CONEXÕESCONTUFLEX 11 29418044 23

FRANPAR 16 21334383 50VÁLVULAS INDUSTRIAISCIRCOR ENERGY 19 31243124 20

DURCON-VICE 11 44477600 34

FOXWALL 11 46128202 16

FRANPAR 16 21334383 50

VALEQ 21 31011224 60

ZANARDO 18 31171195 10VEDAÇÕES E ADESIVOSREZENFLEX 19 34121144 19

VEDAÇÃO BRASIL 19 32386566 121

VEDACERT 16 39474732 120VENTILAÇÃO INDUSTRIALEQUILÍBRIO 16 39452433 32

VLC 19 38129119 22

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

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Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 24� Preços devem favorecer mais o consumidor do que a usina� Deputado defende subvenção de R$ 0,30 para cada litro de etanol� “República do etanol” pode gerar benefícios ao país

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 a 37� Planejamento rende bons resultados na Usina Açucareira Guaíra � Indústria está sendo movida a álcool � Pitangueiras vai adquirir mais colhedoras para cumprir as metas� Estado do Mato Grosso comporta mais 40 usinas� Financiamento da agricultura empresarial tem alta de 30% em dez meses

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 a 63� Gemea discute nanofiltração para turbinas� Sinatub realiza curso de análise de vibrações e balanceamento� Método reduz até 25% do custo de manutenção � Encontros ProCana: a energia, na visão dos produtores

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 69� Irrigação pode dobrar produtividade

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 a 76

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77 a 81� ENTREVISTA - Paulo Saldiva “Política para combustíveis deve considerar custos em saúde”� ENTREVISTA – Carlos Barbouth“Segurança no trabalho melhora, mas permanece longe do ideal”

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .82 a 84� Usinas desenvolvem projetos na área esportiva

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .86 a 91Cai número de fusões e aquisições no setorGestão de desempenho organizada leva à superação de crise com maisfacilidadeUsina Estiva segue a trilha da melhoria contínua

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 a 96� A MODERNIZAÇÃO CHEGOU, FINALMENTE, AOS PORTOS?

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 a 102Tailândia trabalha para aumentar produção de cana em 20%

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . .104 a 106Como produzir 2G a um custo competitivo ainda é desafio

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .108

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . .109 a 122

Julho/2013 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prëmio BesiBio Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias Messias - [email protected]

GERENTE DE OPERAÇÕESFábio Soares Rodrigues - [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� EventosRose Messias - [email protected][email protected]@procana.com.br� Recursos HumanosAbel Martins - [email protected]

REDAÇÃO� Edição Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS [email protected]

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán - 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Chega de embrulhos!De acordo com previsões do Anuário da Cana 2013, que acaba de ser lançado,

confirmadas por outras centrais de pesquisas, incluindo as do próprio governo, em 2021/22

a produção brasileira de etanol terá que ser de no mínimo 70 bilhões de litros anuais.

É uma meta três vezes maior do que a produção atual e, pelo andar da carruagem, muito

difícil de ser atingida. Especialmente neste momento, em que o setor sucroenergético se vê

sem perspectivas de lucratividade e investimentos, pois de um lado suas receitas são

limitadas pelos baixos preços do etanol e do açúcar e de outro pelos aumentos nos custos e

exigências na produção.

Economicamente falando, o produtor brasileiro encontra-se num beco sem saída, pois

não consegue fazer subir o preço do açúcar, pois qualquer aumento de produção derruba as

cotações nas bolsas, e não consegue melhorar a remuneração do etanol, devido ao maquiado

“congelamento” no preço da gasolina.

Ora, é notório que o setor não tem poder para mudar artificialmente as cotações nas

bolsas e nem impedir os aumentos nos custos inerentes à produção. Mas pode e deve buscar

corrigir esta anormalidade econômica em vigor na administração dos preços da gasolina.

Embora esta diretriz esteja prejudicando seriamente a Petrobras e um dos setores que

mais contribuem para a geração de empregos e renda no Brasil, o fato é que o primeiro

escalão do Governo Federal já nem disfarça o desinteresse pela questão e pelo etanol. No

final das contas, quando liberam alguns incentivos, estes estão mais para embrulhos do que

para pacotes.

Os políticos, à exceção de alguns declaradamente pró-setor como Mendes Thame e

Arnaldo Jardim, entre poucos outros, evitam aparecer nos canaviais. Gostam mesmo é do

primeiro plano das fotos em assuntos populistas. Por seu turno, o Governo Dilma continua

insuflando o consumo em detrimento da produção, matando a indústria e a economia

nacional.

E não adianta esperar algo diferente. Sem uma clara e forte manifestação pública dos

produtores, o Governo não vai regulamentar o papel do etanol e da bioeletricidade de cana

na matriz energética, assegurando-lhes uma competitividade futura.

Chega de embrulhos!

CONVITE IRRECUSÁVEL“Vinde a mim, todos os que estais cansados

e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”

(Convite de Jesus Cristo ao descanso, no verso 28 do capítulo onze do evangelho de Mateus)

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8 AGENDA Julho/2013

A C O N T E C E U

CURSOS SINATUB 2013AGOSTO13 a 16 –

Curso/Treinamento de Vasos dePressão - Ribeirão Preto/SP

SETEMBRO11 a 13 –

Curso/Treinamento de Gestão deProjetos - Ribeirão Preto/SP

26 e 27 - Curso de Moenda eDifusor – Ribeirão Preto/SP

OUTUBRO17 e 18 – Curso de

Manutenção Preditiva e Inspeçãode Equipamentos – RibeirãoPreto/SP

NOVEMBRO7 e 8 – Curso de

Tubulação, Turbinas e Bombase Equipamentos – RibeirãoPreto/SP

A DEFINIR• Curso de Tratamento de

Caldo, Filtragem e Fermentação• Curso de Automação e

Produção Industrial

PRÊMIO MASTERCANA CENTRO-SULAcontecerá no dia 26 de agosto de 2013, em Sertãozinho, SP, o MasterCana

Centro-Sul, evento que homenageará as principais personalidades do segmentosucroenergético. Simultaneamente, acontecerá ainda o Prêmio MasterCanaSocial, fruto da parceria entre a ProCana Brasil e o Gerhai.www.mastercana.com.br ou [email protected]

MASTERCANA BRASILO evento de premiação exclusiva dos 100 Mais influentes do Setor acontecerá

dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br [email protected]

A C O N T E C E

MASTERCANA NORTE-NORDESTEDia 26 de novembro, Recife,(PE, será

palco de mais uma edição do tradicionalprêmio MasterCana Norte-Nordeste.www.mastercana.com.br [email protected].

ACONTECEUNo dia 15 de junho, os empresários do

agrobusiness acompanharam o 1ºEncontro de Tecnologias Digitais no HotelJP, em Ribeirão Preto, SP.

MANEJO DE ADUBAÇÃO Nos dias 27 e 28 de junho, o

Infobibos Informações Tecnológicas parao Agronegócio realizou a 4ª edição doCurso Teórico Prático de Interpretação deAnálise de Solo e Manejo de Adubação emCana-de-açúcar, no Centro de Convençõesda Cana-de-açúcar - IAC, em RibeirãoPreto, SP.

EVENTOS SINATUB E PROCANAAconteceu, nos dias 6 e 7 de junho, o

Curso de Caldeiras, Vapor e Energia"Eficiência e Avanços Tecnológicos nasCaldeiras e no Sistema de Geração deEnergia Aplicado as Plantas Industriais eCentrais Termoelétricas do SetorSucroalcooleiro”, no Cenacon, em RibeirãoPreto/SP. De 13 a 15 de maio, oCurso/Treinamento de Análise de Vibraçãoe dias 16 e 17 de maio, oCurso/Treinamento de Balanceamento deRotores, ambos em Ribeirão Preto/SP. Ocurso de PCM (Planejamento e Controle daManutenção) e Confiabilidade daManutenção aconteceu de 20 a 22 de maio,também em Ribeirão Preto, SP. (Vejamatérias nas páginas 52 a 56 e 61 a 64).

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10 CANA LIVRE Julho/2013

ÍNDIOS POR UM DIA — No dia 5 de junho, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o GrupoBarralcool promoveu a semana de ações socioambientais. Para isso, o Grupo proporcionou um dia devivência para 27 adolescentes do seu Projeto Social Doce Vida na Aldeia indígena Umutina, situada naregião de Barra do Bugres, no Mato Grosso. O dia de vivência em áreas indígenas foi repleta de atividadescom foco na interação das comunidades, compartilhando experiências, caminhada na natureza,conhecendo um pouco mais da cultura indígena – neste caso em Umutina. "No Circuito Umutina, ovisitante pôde apreciar a dança típica, fazer oficinas de artesanato e arco e flecha, pintura de pele, enfim,aprender mais sobre a cultura Umutina", diz Liane Carvalho, assessora de comunicação do Grupo.

C A R T A

“Bioenergia & Biorrefinaria -Cana-de-açúcar & Espécies Florestais”

Os professores e pesquisadores FernandoSantos, Jorge Colodette e José Humberto deQueiroz da Universidade Federal de Viçosa,lançaram em maio o Livro "Bioenergia &Biorrefinaria # Cana-de-açúcar & EspéciesFlorestais”.

Com o ímpeto de se substituir oscombustíveis de origem fóssil, pelo menosparcialmente, surgiram na última década osconceitos de biorrefinagem e biorrefinaria,

segundo o autorFernando Santos."O aumento daprodução debiocombustíveis,bioeletricidade eflorestasenergéticas éparteimportante doscompromissosassumidospelo governobrasileiro emsua PolíticaNacionalsobreMudanças

do Clima. Issoporque esses produtos, como é

o caso do etanol de cana-de-açúcar, têmgrande capacidade de reduzir as emissões deGEEs no ciclo de vida quando comparadoscom seus substitutos fósseis. O usoenergético, no entanto, não é a únicaalternativa ao processamento da biomassa,que pode ser convertida em uma série deoutros produtos como bioplásticos, químicos,óleos lubrificantes e solventes ", afirma. Paramais informações:[email protected]

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11CANA LIVREJulho/2013

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A Embrapa - Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária e a Fundação John Deere lançaram noúltimo dia 11 de junho, o documentário “Energia Verde eAmarela”. A apresentação oficial aconteceu em Brasília,uma iniciativa que integra as comemorações de 40 anos daEmbrapa. O documentário “Energia Verde e Amarela”será distribuído para universidades, ministérios, empresas,escolas agrotécnicas, escolas agrícolas familiares e câmarassetoriais. Será utilizado também em programas como oEmbrapa & Escola e, com legendas em inglês, paradivulgar a experiência do Brasil a outros países.

O documentário foi produzido com o apoio doMinistério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e abrangetodas as regiões do Brasil com destaque para os diferentesprocessos de geração de energia sustentável, proveniente da

biomassa e dos resíduos. “A intenção foi obter um produtode comunicação para divulgar o que o País tem decompetência, tecnologia e políticas públicas nesse setor,que o colocam como um dos atores fundamentais nageração de energia renovável”, ressalta o chefe-geral daEmbrapa Agroenergia, Manoel Souza.

De acordo com ele, é preciso superar a dependênciaenergética do petróleo e reduzir as emissões de gases quecontribuem para o aquecimento da Terra. “A biomassa é afonte de energia que irá sustentar, nas próximas décadas, odesenvolvimento sustentável do Brasil”, completa.

Paulo Herrmann, presidente da John Deere, explicaque a produção do documentário vai ajudar a difundiressas tecnologias. “O que antes era descartado, hoje podeser reaproveitado para a geração de energia limpa, o que éessencial para o meio ambiente e para a renda dosprodutores e suas famílias, com consequências positivaspara o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, diz.

Energia da biomassa é tema de documentário

“Energia Verde e Amarela”O documentário está dividido em quatro

partes e mostra os programas adotados pelaspolíticas públicas para incentivar a produção debiocombustíveis, como o etanol – que vemsendo usado desde a década de 70 – e obiodiesel, combustível lançado em 2005 que,por ser produzido a partir de óleos vegetais e degorduras animais, tem um impacto socialimportante.

Quanto ao aproveitamento de resíduos, ofilme aponta como as sobras das atividadesagrícolas, agroindustriais e florestais podem setornar matérias-primas para a produção debiocombustíveis, rações, fertilizantes, produtosquímicos e biomateriais. "Esse aproveitamento,além de agregar valor aos resíduos, aindacontribui para preservar o meio ambiente",revelam os organizadores.

O diretor do documentário, CésarRomagna, explica que pensou em mostrar, deuma forma simples, o que a comunidadecientífica, os produtores rurais e os setorespúblico e privado estão fazendo para viabilizara busca por alternativas sustentáveis.

O documentário Energia verde e amarelaproveniente da biomassa pode ser visualizadoneste link:http://www.youtube.com/watch?v=XBfeXnbeSO4

O documentário Energia verde e amarela –etanol, pode ser visualizado neste link:http://www.youtube.com/watch?v=aqYq-Fx0a3g

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Julho/2013POLÍTICA SETORIAL12

Especialista fala dofuturo do mercado doaçúcar e etanol nesta e na próxima safra

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Ao contrário da safra passada, oconsumidor de etanol deverá ser maisbeneficiado com os preços do produtonesta temporada. Na opinião de TarciloRodrigues, diretor da Bioagência, os preçosdeverão beneficiar mais os consumidoresdo que a usina, principalmente paraganhar novos adeptos, já que o mercado dagasolina esteve muito aquecido nos últimosmeses. Com o descarte da questão dedesabastecimento, o setor poderá abastecero mercado tranquilamente, segundo oespecialista. Em entrevista exclusiva,Rodrigues fala do futuro do mercado doaçúcar e etanol nesta e na safra seguinte edo processo de recuperação do segmentosucroenergético.

JornalCana – Como ficarão ospreços do etanol na safra atual? Serãobons para os consumidores e para asusinas?

Tarcilo Rodrigues – Este ano ospreços serão melhores para osconsumidores do que para as usinas. Coma não sustentação do mercado de açúcar, atendência é que o setor produza maisetanol. O produtor conseguirá escoar todasua produção, mas terá que dar umavantagem para o consumidor optar poretanol. A realidade não será tão ruim paraa usina, mas deve favorecer um pouco maiso consumidor. O preço do litro do etanolhidratado na usina com impostos devefechar em torno de R$ 1,40, longe defomentar investimentos, preço apenas parapagar as contas das empresas. Na bomba olitro deve ficar entre R$ 1,70 na safra e R$1,90, na entressafra. Os preços serão maiscompetitivos do que na safra passadagraças a desoneração de carga tributária.O preço do anidro deve ficar com prêmiode 13% sobre o hidratado.

Há risco de desabastecimento?Não vejo a menor possibilidade pois o

mercado está abastecido. A produção serásuficiente, tanto de anidro, como dehidratado.

De quanto será a produção deetanol do Centro-Sul nesta safra?

Entre 25 bilhões e 26 bilhões de litros.A demanda do hidratado é maior, então aprodução deverá ficar entre 15 a 16 bilhõesde litros e a de anidro, entre 10 a 11bilhões de litros.

Com certa depreciação dos preçosdo açúcar, como ficará esse quadro nofuturo?

O setor ainda vai sofrer com os baixospreços do açúcar nesta safra. Em setembrose encerra uma safra mundial (2012/13),

com superávit muito grande entreprodução e consumo e que deverá ficar emtorno de 7 a 10 milhões de toneladas,suficientes para pressionar as cotações.Mas entraremos na safra mundial 2013/14em outubro com volume um pouco menor,por parte da Índia e do próprio Brasil, queproduzirá mais etanol. Isso ajudará areduzir o superávit, mas os preços terãochances de melhorar desde que seconsuma esse excesso.

Em quanto ficarão os preços doaçúcar nesta safra mundial e napróxima?

Nesta safra os preços deverão ficar emtorno de 17 centavos e 19 centavos porlibra peso, e na próxima em torno de 19centavos a 23 centavos de dólar por librapeso. Para remunerar e fomentar novosinvestimentos e cobrir os custos financeirosdo setor, o ideal seria ficar em torno de 23centavos.

Nesta safra a produção será maispara hidratado?

Mais para hidratado, pois o anidro émandatório e se fabrica o que é preciso, e

ele não sofre oscilações de preços. De quanto será a produção do

Centro-Sul?Ainda é cedo para falar da próxima

safra, mas este ano o Centro-Sul deveproduzir em torno de 34 milhões detoneladas de açúcar. Na próxima safraainda não acredito em recuperação porcausa da situação financeira das usinas,que não têm dinheiro para investiradequadamente nos canaviais paraaumentar sua produtividade. Estamosvindo de uma safra com preços ruins, e issoafeta o planejamento financeiro da usinade recuperação e pesa nos investimentos ena manutenção do canavial.

Quando o setor deve conseguir teruma recuperação plena?

Não será na próxima safra 2014/15,depende de uma série de fatores, políticaspúblicas claras e isso não tem horizonte.Sem isso o empresário será conservador e oambiente fica um pouco complicado. Querqueira ou não dependemos do governo,pois nosso concorrente se chama gasolina ea política pública não incentiva o etanol.

O governo pode sinalizar algomelhor ainda para esta safra?

Acho muito difícil. Se houver algumacoisa será para a próxima safra.

O setor deveria se movimentar deforma diferente?

Acho que não, o setor é maduronisso. Há órgãos de classes representativose já estruturados. Uma conversa comgoverno é sempre difícil, e o governo olhacomo um todo. Os canais estão aí, mas oprocesso é complexo. Os resultados são delongo prazo, mas tudo que aconteceu,como: o aumento da mistura, adesoneração do PIS e Cofins foi positivo,mas a velocidade do governo é diferenteda velocidade do mercado. É difícil falarde maturação do mercado quando todosestão preocupados, com dificuldades parapagar suas contas; é uma questão mais desobrevivência, pois o ambiente não écompetitivo. O empresário está fazendosua parte, investindo o que pode,cobrindo custos, sendo mais competitivo,mas depende de clima e de uma série defatores.

ENTREVISTA – Tarcilo Rodrigues

Preços devem favorecer mais o consumidor do que a usina

Tarcilo Rodrigues aborda o processo de recuperação do segmento

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Julho/2013POLÍTICA SETORIAL14

Projeto que tem recursos do BNDESpropõe soluções paramodelos híbridos

CARLOS ALBERTO PACHECO,

DE SÃO PAULO, SP

Lançado em março último pelogoverno federal, o Plano Inova Energiadivulgou os nomes das 117 empresasselecionadas que passaram por um Comitêde Avaliação que examinou se aspretendentes atenderam a uma série depré-requisitos previstos em edital (segundaetapa do processo). Veja as empresasselecionadas no endereço eletrônicohttp://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/produtos/download/inova_energia_resultado_final_empresas_lideres.pdf .

Com o plano, o Executivo pretendeinvestir R$ 3 bilhões no desenvolvimentodo setor energético no País. O BancoNacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) prometeu disponibilizarorçamento de R$ 1,2 bilhão daFinanciadora de Estudos e Projetos (Finep)

e R$ 600 milhões da Agência Nacional deEnergia Elétrica – Aneel. O resultado épreliminar porque estende prazo parainterposição de recursos, que terminou em3 de junho.

Com os recursos do BNDES, asempresas sediadas no Brasil e quepassaram pelo crivo do comitê poderão

receber créditos com taxas reduzidas,subvenções e dinheiro não reembolsávelpara o desenvolvimento de pesquisas. Oplano abrange três linhas de inovação, quecontemplam redes inteligentes, quedistribuem de forma eficaz a energia,melhoria na transmissão de longa distânciaem alta tensão e energias alternativas e

propagação de dispositivos para veículoselétricos, que contribuam na redução dospoluentes.

Uma das finalidades do ‘InovaEnergia’ é “apoiar iniciativas quepromovam o desenvolvimento deintegradores e adensamento da cadeia decomponentes na fabricação de veículoselétricos e híbridos a etanol”, segundodefiniu o BNDES. Na linha denominada“Veículos Híbridos e Eficiência EnergéticaVeicular” há três vertentes que reúnemmotores, baterias e produção em escala.

A primeira refere-se a motores esistemas de tração. Propõem-se odesenvolvimento de tecnologias paramotores, componentes e sistemas de traçãoelétrica a veículos híbridos/elétricos e asque propiciem melhoria da eficiênciaenergética em sistemas de motorização aetanol. A segunda vertente abrange oincremento de baterias, acumuladores deenergia, supercapacitores e tecnologias emtermos de recuperação de energia (tração,pilhas a combustível e materiais parabaterias). Há, ainda, sistemas degerenciamento para uso em veículoshíbridos/elétricos, sobretudo movidos aetanol. Na terceira vertente, a produção éem escala – os projetos devem serpioneiros, visando ao desenvolvimento dosveículos já citados, em especial o etanol.

Veículos a etanol são contemplados no Plano Inova Energia

Em maio, o diretor de Inovação daFinep, João De Negri, revelou que o processoque escolheu preliminarmente 117empresas, num total de 373, superou asexpectativas em termos de montanteaplicado. A demanda atingiu cerca de R$ 12bilhões, superando o volume inicial derecursos disponíveis para o programa. Elefestejou o resultado. “Isso mostra que o Paístem enorme demanda por inovação”,comemorou. A demanda superou em quatrovezes o total de recursos ofertados.

Após as duas primeiras etapas (carta demanifestação de interesse e seleção dasempresas), há mais três fases a cumprir. A

terceira é a apresentação dos planos denegócios – empresas habilitadas serãoconvidadas a participar de eventopromovido por instituições com o propósitode instruir a apresentação dos seus planos. Aquarta etapa consiste na seleção dos planospelo Comitê de Avaliação a partir deparâmetros e critérios previstos no edital. E aquinta e última fase engloba a estruturaçãodos chamados Planos de Suporte Conjunto –para cada plano de negócio selecionado, oComitê estruturará esse plano de suportecorrespondente, definindo os respectivosinstrumentos de apoio vigentes da Aneel,BNDES e da Finep. (CAP)

Demanda por inovação

No dia 1º abril, o presidente do BancoNacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), Luciano Coutinho,assinou termo de cooperação do PlanoInova Energia e o consequente anúncio doinvestimento de R$ 3 bilhões nodesenvolvimento da área energética. Naocasião, o ministro da Ciência, Tecnologiae Inovação, Marco Antonio Raupp,afirmou que o plano é parte integrante doPrograma Inova Empresa, cujo volume derecursos soma R$ 32,5 bilhões, focado em“campos estratégicos”. Segundo Raupp, oExecutivo conduz o programa com mais 11ministérios. “São recursos substanciais que

serão disponibilizados”, garantiu oministro.

Coutinho espera que, até 2015, osinvestimentos do ‘Inova Energia’ comecema dar resultados. Até o final deste ano, oBNDES espera que haja crescimento daaplicação de recursos em projetos dogênero. “Em 2012, foram gastos R$ 2,6bilhões em projetos de inovação. Este ano,esperamos chegar a pelo menos R$ 3,5bilhões em várias áreas”, estimou opresidente. Coutinho elencou outros planosque precisarão de investimento eestimulam inovação. Entre eles, oagronegócio. (CAP)

Investimentos começarãoa dar resultados em 2015

Raupp: Plano Inova Energia é parte integrante do Programa Inova Empresa

WILSON DIAS/ABR

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Julho/2013 POLÍTICA SETORIAL 15

Deputado defende subvenção de R$ 0,30 para cada litro de etanolANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Em maio, o deputado federal, Antonio Carlos MendesThame (PSDB) apresentou ao Congresso Nacional asEmendas de n.º 58, 92 e 94 à Medida Provisória n.º 615,de 17 de maio de 2013, que autoriza o pagamento desubvenção aos produtores de cana da safra 2011/2012 ede etanol da região Nordeste e o financiamento darenovação e implantação de canaviais com equalização dataxa de juros. Segundo proposta, a Emenda n.º 58 concedesubvenção econômica no valor de R$ 0,30 por litro deetanol produzido e comercializado por unidades industriaispor quatro safras; a Emenda n.º 92 desonera a folha depagamento que passariam a pagar 1% (um por cento) sobreo faturamento das agroindústrias produtoras de açúcar eetanol em todo o país; e a Emenda n.º 94 reabre o prazo deparcelamento de débitos de que trata a Lei n.º 11.941, de27 de maio de 2009 (REFIS).

O deputado comprometeu-se em se empenhar naaprovação destas emendas junto à Comissão Mista queanalisará a Medida Provisória n.º 615.

De acordo com o texto apresentado na Emenda 58, amodificação foi proposta para que a subvenção nelaprevista adquira também um instrumento indutor deexpansão e renovação de canaviais que sejam destinadosà produção de etanol. Em outra parte do texto, odeputado revela que através da edição da MP 613, ogoverno federal desonerou o etanol em cerca de R$ 0,10por litro comercializado das contribuições PIS e Cofins,por isso "entende que a subvenção se torna mecanismoadequado para internalizar no preço do etanol aexternalidade ambiental positiva que não é valorada peloconsumidor no momento do abastecimento ou é limitadapelo controle artificial do preço da gasolina nas refinarias

de petróleo", diz. Em seu último parágrafo afirma que ao conceder

subvenção para todas as indústrias pelo prazo de quatrosafras, até 2017, a União garantirá a possibilidade de umarápida recuperação da indústria.

Já no texto da Emenda 92, o deputado explica que asagroindústrias produtoras de açúcar e etanol apresentamimportante participação na economia nacional, entretantodesde a última crise econômica, o setor enfrentadificuldades pela falta de implementação de políticas

públicas de longo prazo voltadas ao fortalecimento dosetor, com o reconhecimento do aumento do custo deprodução, causado em grande medida pelo aumento dopreço da terra e minimização dos efeitos negativos dafixação artificial do preço da gasolina, o que desestimula osinvestimentos no setor ".

Em outra Emenda, a 94, afirma que os agentesprodutores ainda padecem sob uma carga tributáriainsustentável, situada seguramente entre as mais elevadasdo planeta.

Antonio Carlos Mendes Thame: por uma rápida recuperação da indústria

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Julho/2013POLÍTICA SETORIAL16

Adoção de medidasestratégicas viabilizaráampliação ediversificação doconsumo dobiocombustível

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Pelo ar, terra, asfalto, em corredoresexclusivos, sobre duas, quatro ou maisrodas, o etanol pode invadir o campo e acidade por meio de carros, motos, ônibus,caminhões, tratores, colhedoras e aviões. A“revolução” do biocombustível de cana temamplas possibilidades de ser bem-sucedida,ampliando a demarcação de território edesbancando combustíveis fósseis –conhecidos também como diesel e gasolina– de posições e lugares que poderiam serconsiderados verdadeiros “bunkers”.

A “república do etanol” pode sercriada no Brasil, mais cedo ou mais tarde, apartir da adoção de determinadas medidasestratégicas por parte do governo federal eda cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Nãose trata, no entanto, da instalação de um“regime totalitário”, com predomínioabsoluto do biocombustível de cana.Haverá espaço para a convivência pacífica edemocrática com outros produtos,renováveis ou não. O que se espera é que a“nova república” crie condições para aexpansão, de maneira justa, do etanol nomercado e o aproveitamento de todo o seupotencial.

Não há dúvidas que o uso do etanolem diversos veículos e o aumento daparticipação desse biocombustível namatriz energética brasileira, além de criarnovas perspectivas para o próprio setor

sucroenergético, vai gerar benefícios para opaís nas áreas econômica, ambiental esocial. O primeiro passo, para uma novaescalada do etanol, é a consolidação do seuuso como a melhor alternativa para oabastecimento do carro flex. Para isto,existe a necessidade da criação de políticaspúblicas – argumentam lideres do setor –que possibilitem o planejamento daatividade a médio e longo prazos e,consequentemente, a retomada deinvestimentos.

De carona no sucesso do carro flex –que completou 10 anos em 2013 –, a motoflex tem sido uma boa alternativa paraampliar o consumo do etanol, apesar dosproblemas causados pela falta de umapolítica pública equilibrada para oscombustíveis. As motocicletas flex fazemparte de um mercado de massa e seguem amesma trajetória percorrida pelos carrosbicombustíveis, porém em ritmo menosveloz, de acordo com Alfred Szwarc,consultor de emissões e tecnologia da Uniãoda Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

No caso de ônibus e caminhões, a

concorrência do óleo diesel tem limitado ocrescimento do consumo de etanol. Essemercado é extremamente dependente depolíticas públicas que reconheçam o valorambiental do etanol, observa Alfred Szwarc.Mas, ao invés de adotar medidas queincentivem o uso do biocombustível limpo erenovável de cana-de-açúcar, o governo temprocurado – observa o consultor da Unica –preservar o preço do óleo diesel, atribuindo-lhe um caráter de produto social.

Apesar das dificuldades, esses veículosjá começam a sinalizar que vão ocupar seusespaços na “república do etanol”. A Scanialançou em 2011 o modelo semipesado P270 6x4, que é o primeiro caminhãomovido a etanol do Brasil. A Iveco estádesenvolvendo o Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel, que possibilitou a substituição de40% de diesel por etanol na fase inicial deavaliação do protótipo. Existem condiçõestécnicas – constatam os estudos – para aelevação do índice do biocombustível decana nesse modelo. A empresa Mantambém desenvolve projeto sobre o uso deetanol em caminhões.

Em relação ao ônibus movido à etanol,a expectativa é que políticas públicas levemem conta as externalidades positivas dessebiocombustível, para que haja melhorescondições de competitividade em relação aodiesel para a utilização dessa modalidadede transporte nos grandes centros. Porenquanto, somente a Scania fabrica ônibusmovido a etanol. A empresa jácomercializou 60 chassi a etanol paraoperadoras do transporte público urbanode São Paulo, em 2011 e 2012.

O potencial de crescimento nessesegmento é enorme: a frota de ônibus dacidade de São Paulo, por exemplo, consomeanualmente 377 milhões de litros decombustíveis, sendo que apenas 3,3milhões de litros são de etanol. O consumototal de combustíveis limpos é de 10milhões de litros.

“República do etanol” pode gerar benefícios ao país

Aviação agrícolaé outro nichode mercado

A “invasão” do biocombustível decana, com o objetivo de viabilizar a“república do etanol”, pode ocorrer peloar. No campo, existe um nicho de mercadopara aviões agrícolas que está prosperando,segundo Alfred Szwarc, consultor deemissões e tecnologia da Unica. Isto ocorreporque a gasolina de aviação é um produtorelativamente caro no Brasil – observa –,chegando a se aproximar de R$ 5,00 porlitro em algumas regiões, o que torna oetanol competitivo. “Temos hoje perto de300 Ipanemas (aeronave agrícola daEmbraer) movidos a etanol no país”,informa. Ele acredita que esse mercadopode ser estendido para aviões utilizadoscomo táxi aéreo. Alfred Szwarc avalia queo menor conteúdo energético do etanol emrelação à querosene de aviação é umimpedimento, no entanto, para o seu usoem aeronaves com turbinas, de médio elongo alcance. “Para o avião carregar maiscombustível, teria que transportar menospassageiro ou carga. Neste, a aplicação deetanol fica limitada”, comenta. (RA)

No campo há hoje perto de 300 aviões

Ipanemas movidos a etanol

Alfred Szwarc: motocicletas flex seguem

percurso do carro, mas em ritmo mais lento

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Valtra desenvolvetecnologia que possibilitaa substituição de 50% dediesel por etanol emtratores e outrosequipamentos

Existem teorias políticas quepreconizam o início de revoluções sociaispelo campo. No caso de mobilizaçõesvoltadas à implantação da “república doetanol”, o melhor mesmo é que o movimentode transformação no consumo decombustíveis ocorra simultaneamente nasáreas rural e urbana. Na cidade, está omercado de massa. No campo,principalmente no caso do setorsucroenergético, nada melhor do queconsumir um produto limpo e renovável emcaminhões, tratores e colhedoras, produzidopelas próprias usinas, pois este hábito podese tornar uma propaganda positiva para aexpansão do negócio. Desta forma, casa deferreiro não terá espeto de pau.

“Aproveitar um recurso, o etanol, que agente sabe fazer melhor do que todomundo”. Este é um dos objetivos do tratormovido a etanol e diesel que deverá ser

lançado em 2014 pela Valtra, de acordo comRicardo Huhtala, diretor da AGCO PowerAmérica Latina, divisão de motores do grupoAGCO (proprietário da Massey Ferguson,Valtra, entre outras marcas, e da empresaSantal). O desenvolvimento desse produtocomeçou em 2010 e atualmente está sendoiniciada a fase de testes no campo.

Segundo Ricardo Huhtala, asubstituição de diesel por etanol deverá serem torno de 50%, dependendo de cadarotação e da carga que o motor estásubmetido. Essa taxa de substituição –explica – está relacionada à autonomia damáquina em relação ao consumo e aoabastecimento. É que para cada litro dediesel consumido pelo trator, há necessidadede 1,7 litro de etanol. Afora isto, a misturanão afeta o desempenho da máquina. “Ascaracterísticas de potência e torque semantêm”, afirma.

A empresa tem uma expectativabastante positiva em relação àcomercialização do produto. Inicialmente, omotor diesel/etanol será aplicado em ummodelo específico de trator, bastanteutilizado no setor sucroenergético.Dependendo da aceitação, esse motorintegrará outras linhas de tratores da AGCO– informa o diretor da divisão de motores dogrupo – e outros equipamentos, comocolhedoras de cana e pulverizadores. (RA)

“Revolução” mudaria hábitos deconsumo no campo e na cidade

JEFERSON CHAGAS

Ricardo Huhtala: valorização da tecnologia brasileira

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Julho/2013 POLÍTICA SETORIAL 19

Luiz Carlos CorrêaCarvalho diz quemercado de etanol vivesituação atípica; sobrademanda, falta oferta

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

No campo há baixa produtividade.Fora dele o clamor é por políticas públicasefetivas. É o que aponta o presidente daAbag - Associação Brasileira doAgronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho.Para o representante, que esteve presenteno VII Workshop Agroenergia, realizadoem Ribeirão Preto, SP, no início de junho,o governo tem mostrado constantemente oseu desinteresse com o setor.“Recentemente foi lançado o PlanoAgrícola e Pecuário e não vi nadarelacionado à cana-de-açúcar”, disse.

Tal volatilidade política tem gerado,por exemplo, um problema atípico e quesegundo Carvalho, retrata fielmente amaneira como o setor tem sido tratado.“Estamos passando por uma crisediferente. Há demanda, que é o maisdifícil, mas não existe oferta de etanol. Sãonecessários investimentos da área privada,mas estes só virão se tivermos políticaspúblicas bem definidas”.

Para exemplificar a afirmação, orepresentante apontou o desânimo dosgrandes grupos produtores em produzir obiocombustível. “No Centro-Sul, as

usinas autônomas, que são as destilarias,representam 17% da moagem. Contudo,produzem 57% do álcool hidratado e42% do anidro. Esse é um dado

importante, pois mostra que parte dasunidades não acredita no retornoeconômico compensador dobiocombustível”.

“Governo só tem mostrado desinteresse pelo setor”

Luiz Carlos Corrêa Carvalho: cana-de-açúcar foi esquecida pelo governo

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Julho/2013POLÍTICA SETORIAL20

A afirmação é de MárcioZimmermann, secretário-executivo do Ministériode Minas e Energia

A cana-de-açúcar chegou ao Brasilem meados do século XVI. Desde então,foi base da economia nordestina na épocados engenhos, disseminando suaimportância por todo Centro-Sul, sendofundamental para a matriz energéticabrasileira nos dias atuais.

Contudo, é comum que novas fontesde energia, nem sempre “limpas”, surjame ganhem força politicamente, colocandoo setor sucroenergético em segundoplano. É o caso do Pré-Sal e maisrecentemente o gás de xisto, fontes aindapouco exploradas, de confiabilidadeduvidosa, mas que ganham atençãoespecial por parte do Governo Federal.

Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas eEnergia, participou de um eventorealizado na cidade de Jundiaí, SP, emmeados de junho, onde a geração deenergias renováveis foi tema de discussão.

Para ele, os produtos gerados a partirda cana-de-açúcar farão parte da matrizenergética do país independente dequalquer descoberta. Em sua visão, oaumento da demanda é uma das razões.“Em 2021/22, a necessidade por energiarenovável vai crescer muito no Brasil. Deacordo com nossas perspectivas, aprodução de etanol, por exemplo, teráque atingir 70 bilhões de litros. Este valoré praticamente três vezes mais do queproduzimos hoje. Tenho certeza que acana-de-açúcar continuará sendo muitoimportante na matriz energéticabrasileira”, negando que outras fontestenham mais relevância.

Questionado sobre as ações que ogoverno tem tomado para que esse

aumento na produção se torne viável,Zimmermann apontou o pacote deincentivos ao etanol como exemplo.“Fazemos políticas públicas a todoinstante. Cada empresa decide suaestratégia, já que existem os mercados deaçúcar e etanol. Avaliando os aspectos deincentivo, a partir do momento que foiretirado PIS/Cofins do etanol edisponibilizado uma grande linha definanciamento para a renovação doscanaviais, é clara nossa preocupação paraque este setor se desenvolva”, afirmou.

Sobre bioeletricidade, oparlamentar aponta que a chance decrescimento existe para o setorsucroenergético, basta que as unidadesprodutoras estejam preparadas parasuprir a demanda. “A biomassa temuma excelente oportunidade decrescimento. Se as unidadesconseguirem equilibrar a produção deetanol, açúcar e energia, a tendência éde crescimento”, finalizou. (AR)

“Fazemos políticas públicas a todo instante”Márcio Zimmermann: pacote de incentivos

Preço da gasolinaainda é o maiorgargalo no caso domercado de etanol

Ao falar de quais seriam essaspolíticas públicas, o presidente daAbag - Associação Brasileira doAgronegócio, Luiz Carlos CorrêaCarvalho, o Caio, como também éconhecido, apontou o preço dagasolina como o maior gargalo nocaso do mercado de etanol. “Acreditoque o governo não vai mexer no preçoda gasolina. Ou seja, a volta da Cide -Contribuição de Intervenção noDomínio Econômico, que ofereciafôlego ao etanol, não deve voltar tãocedo. Infelizmente, nossa realidade éincerta. A tendência é quepassaremos, mais uma vez, por umlongo período de estagnação”,lamenta.

Sobre a safra 2013/14, o atualpresidente da Abag citou algunslimites, como o físico e o climático,capazes de atrapalhar a produtividadeatual. “Os números divulgados pelaUnica —União da Indústria de Cana-de-Açúcar não são diferentes da nossaavaliação. Com as chuvas que tivemosno fim de maio, começo de abril, asafra tende a ser boa. Agora adiscussão é se teremos capacidade demoer toda a produção. Vai dependerdo tempo, se chover muito, ficaremoscom cana em pé para o próximo cicloe moeremos menos neste. Se nãochover, moeremos mais. Agora éessencialmente clima. A cana existe”,finalizou. O Anuário da Cana 2013,lançado pela ProCana neste final dejunho estima moagem próxima de580 milhões de toneladas na regiãoCentro-Sul. (AR)

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Plantio de cana-de-açúcar naregião gera polêmica e divideopiniões no governo e no setor

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Um Projeto de Lei do Senado aprovado no dia 14de maio pela CMA —Comissão de Meio Ambiente,Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, prevêo plantio de cana-de-açúcar na Amazônia Legal, maisprecisamente nas áreas desmatadas e nos biomascerrado e campos gerais.

De acordo com a Agência Senado, o projeto foiaprovado em decisão terminativa, e recebeu cincovotos favoráveis e dois contrários, além de umaabstenção. Se não houver recurso de pelo menos novesenadores, seguirá diretamente para a Câmara, sempassar por votação pelo Plenário do Senado.

Para o autor da proposta, senador Flexa Ribeiro,do PSDB/PA, o plantio de cana na região vai estimulara produção de biocombustíveis - acredita. Em votofavorável, o relator, senador Acir Gurgacz, doPDT/RO, disse:

— É necessário ampliar as áreas de cultivo para oatendimento das demandas futuras de etanol e açúcar.

Existem no país 64 milhões de hectares em todo oterritório nacional prontos para o plantio de cana-de-açúcar – estima o senador Gurgacz –ocupadosatualmente pela pecuária de baixa produtividade.

O projeto gera polêmica e divide opiniões nogoverno e no setor, incomodando, sobretudo, a classeambientalista.

Cana na Amazônia é aprovada. Na Amazônia Legal!

Senador Flexa Ribeiro: plantio de cana na região vai estimular a produção de biocombustíveis

A

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Um mês antesda aprovação doprojeto de lei,durante a Semanade Bioenergia,ocorrida de 18 a 23de março, noauditório daEmbrapa Estudos eCapacitação, emBrasília/DF, LuisJob, coordenador-geral de açúcar eálcool do Mapa —Ministério daAgricultura,Pecuária eAbastecimento,apresentou umestudo técnico sobreo ZoneamentoAgroecológico daCana-de-açúcar, publicado pelo GovernoFederal em setembro de 2009.

De acordo com o coordenador, oestudo garante um crescimentoequilibrado para o setor sucroenergético:“Já haviam sido realizados estudos paraoutras culturas focados apenas na questãoclimática, econômica ou ambiental. O dacana foi o primeiro que integrou váriasáreas no mesmo documento técnico, que

visa garantir umcrescimentoequilibrado de umsetor estratégicopara o País”.

Luis Jobdestaca que ainiciativa derealizar o estudotécnico, surgiu noauge do debatemundial a respeitodo uso da terrapara produziralimentos oubiocombustíveis. Ocoordenador-geralde açúcar e álcooldo Mapacomplementa aimportância doestudo, afirmando

que financiamentos de bancos públicospara a expansão da cultura apenas sãoconcedidos a plantios localizados nasáreas consideradas aptas ao cultivo peloZaeCana. "Na prática, nem com recursospróprios dos investidores é possível oavanço da cana sobre outras localidades,já que as secretarias estaduais de meioambiente não têm concedido autorizaçõespara isso”, explica. (AR)

A ex-senadora Marina Silva, da RedeSustentabilidade, de bandeiraambientalista, critica a liberação daplantação de cana na Amazônia: “Aliberação da cana na Amazônia não temlógica. Não é necessidade econômica, éapego ao atraso. Nem interessa ao setorsucroenergético, cuja agenda estratégicarequer desenvolver tecnologia paraaumentar a produtividade e gerar etanolcom a celulose do bagaço, multiplicando aprodução sem aumentar a área plantada”.

O etanol passa por um período crítico– avalia – mas que com as atuais medidasdo governo como a volta da mistura de20% para 25% de etanol na gasolina, dásinais positivos de estar se encerrando.

Para a ex-senadora, a cana temoutros produtos relevantes e guarda opotencial de ser usada como biomassa naprodução de energia, até agora inerte. Eladenuncia que o governo prefere mantermaior despesa e poluição comtermelétricas. (AR)

Zoneamento garante

equilíbrio e crédito

Apego ao atrasoMarina Silva critica a liberação da plantação de cana na Amazônia

Áreas aptas para plantio de cana, de acordo

com Zoneamento Agroecológico

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Um outro Luiz, conhecido como“Caio”, que conhece e representa o setor,tanto quanto Luiz Custódio Cotta Martins,não concorda com o plantio da cana naAmazônia Legal. O presidente da Abag —Associação Brasileira do Agronegócio, LuizCarlos Corrêa de Carvalho, afirma que osestudos feitos pela Embrapa, jácaracterizaram a região como inóspita paraa plantação de cana. Caio, lembra que a

proposta do setor neste momento é crescerem produtividade, não em expansão.

“Temos que ganhar produtividadepara ser competitivos, e se quisermosexpandir a produção, devemos fazer istocom capacidade tecnológica. Não adiantaexpandir novas terras com produtividadebaixa”, garante. E alerta: “Plantar cananestas regiões criará um desgastedesnecessário para o setor”. (AR)

Luiz Custódio Cotta Martins,presidente do Fórum Nacional do SetorSucroenergético, entende que plantar canana Amazônia legal não é problema, masuma possibilidade de se reaproveitar áreasque mesmo sendo parte da Amazônia legal,estão degradadas, e que a Embrapa —Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária, deve rever os limites dozoneamento, considerando áreas que estãoinutilizadas e que carecem de uma culturaagrícola. “Se há condições técnicas para oplantio, sem que isso prejudique o bioma,deve-se plantar cana, sim”, enfatiza.

Luiz Custódio destaca que, muitoembora faça parte da agenda estratégica dosetor expandir sua produção de formavertical, ou seja, com uso de pesquisas etecnologias como o etanol de segundageração, não há por que não expandir aárea plantada: “Os senadores envolvidosneste projeto querem também odesenvolvimento de seus estados. Plantarcana nestas regiões pode trazerdesenvolvimento para as populaçõesregionais”.

Questionado sobre se o embate com amídia e a classe ambientalista pode gerarum desgaste ao setor, Custódio respondeque, mais importante que eventuaisdesgastes é observar os benefícios que issopoderá trazer ao país. “Precisamos levar

em conta que a classe ambientalistacostuma exagerar em suas considerações eisto muitas vezes impede avançosimportantes. Somos terminantementecontrários ao desmatamento para o plantiode cana, mas as regiões propostas já sãodesmatadas e carentes de alguma culturaagrícola”, observa. (AR)

“Embrapa deve rever os limites dozoneamento”, reivindica líder do setor

Crescimento da produtividadeevitaria desgaste

Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, presidente da Abag

Luiz Custódio: deve-se plantar cana, sim!

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Mais do que buscar políticas públicas, os gestoressucroenergéticos precisam, em primeiro lugar, provermelhorias dentro de suas unidades. Prova de queplanejamento e boa vontade trazem resultados aparecemnos dados da safra 2013/14 disponibilizada pela UsinaAçucareira Guaíra, de Guaíra, SP.

De acordo com dados do Pampa — Programa deAcompanhamento Mensal de Performance Agrícola,elaborado pelo CTC — Centro de Tecnologia Canavieira,em maio deste ano a unidade registrou índice de ATR —Açúcares Totais Recuperáveis de 122.79 kg por toneladade cana. O valor se destaca quando comparado com amédia obtida no Centro-Sul, que é de 121.12 kg/t. Já naregião de Ribeirão Preto, onde se encontra a usina, o valornão passa de 119.95 kg/t cana.

Com expectativa de moer 2,8 milhões de toneladas decana neste ciclo, tendo um mix de produção de 66%voltado para o açúcar, e 34% para o etanol, a Usina Guaíra

mantém parcerias com universidades, órgãosgovernamentais e empresas para alavancar seudesenvolvimento.

Contudo, são nos colaboradores que a empresadeposita a maior parcela de confiança. Quem afirma isso éEduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio-diretor daempresa, que credita os elevados índices ao empenho decada funcionário. “Tenho muito prazer em dirigir a UAG ever os colaboradores buscarem sempre o melhor de suasoportunidades. Isso eleva o nome da usina a um nível deexcelência, tornando-se assim responsáveis por seucrescimento”.

A fórmula do sucesso não é segredo. Durante operíodo de entressafra, a unidade focou suas atenções nocampo, onde muitas mudanças ocorreram nos últimosanos e adaptar-se foi preciso. “Trabalhamos para reduziras falhas de germinação geradas pelo plantio mecanizado.Hoje temos um plantio tão uniforme quanto o comercial. Aideia é manter o crescimento através da eficiência agrícolae industrial”, explica o gerente de Planejamento Agrícolada UAG, Marcelo Stábile Ulian.

Planejamento rende bons resultados na Usina Açucareira Guaíra

Eduardo Junqueira da Motta Luiz:

confiança nos colaboradores

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Foco no campoBrasil afora, a preocupação é com a queda de

produtividade registrada nos canaviais. Fatoresclimáticos, assim como falhas de manejo e dificuldadesde adaptação com plantio e colheita mecanizados,deixam os representantes apreensivos.

Ao menos neste início de safra, este não é oproblema de Marcelo Stábile Ulian, gerente dePlanejamento Agrícola da UAG. O representante apontanúmeros alcançados no início da safra 2013/14 queconfirmam o bom rendimento agrícola. “Embora aindaestejamos falando dos primeiros meses de safra, um dosdestaques é a produtividade com 124 t/ha. Canaviais de2º e 3º estágios estão produzindo na casa de 110 t/ha.Nossa expectativa é fechar a safra com cerca de 100t/ha”.

Destaque no Prêmio MasterCana há vários anos, aunidade faz diferenciação entre “investimentos” e“gastos”, melhorando a cada ciclo seu maquinário,práticas agrícolas, entre outros pontos que resultam emnúmeros expressivos ao longo do ano.

Esta, portanto, pode ser a fórmula do sucesso.Durante o período de entressafra, a usina focou suasatenções no campo, onde nos últimos anos houvemudanças e adaptar-se foi preciso. “Trabalhamos parareduzir as falhas de germinação geradas pelo plantiomecanizado. Hoje temos um plantio tão uniformequanto o comercial. A ideia é manter o crescimentoatravés da eficiência agrícola e industrial”, explica Ulian.

Ao falar dos diferenciais, mais uma vez, oscolaboradores são lembrados, agora por Marcelo Ulian.“Estes números são reflexo do trabalho de toda nossaequipe. Investimos muito em tecnologia agrícola, assimcomo em práticas sustentáveis. Esse conjunto de açõesgarante uma produção expressiva e sustentável”,finaliza. (AR) Marcelo Stábile Ulian: expectativa de fechar a safra com cerca de 100 t/ha

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Unica atualiza dados deprodução no Centro-Sul,que apontam para mixmais alcooleiro nesta safra

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Em 11 de junho, a Unica — União daIndústria de Cana-de-Açúcar divulgou osdados de moagem referentes à safra2013/14 no Centro-Sul. Em suma, operíodo chuvoso vivido na região atrasou otrabalho nos canaviais, mas a longo prazo,deve ser benéfico.

De acordo com a entidade, na segundaquinzena de maio, foram esmagadas 34,77milhões de toneladas de cana-de-açúcar,queda de 13,24% em relação a quinzenaanterior (40,07 milhões de toneladas) e de2,84% no comparativo com o mesmoperíodo da safra passada (35,78 milhões detoneladas).

Para o diretor técnico da entidade,Antonio de Pádua Rodrigues, o atraso sedeve, fundamentalmente, à questãoclimática. “Essa retração na moagemocorreu devido às chuvas que atingiram asprincipais regiões produtoras no final daquinzena, dificultando a operacionalizaçãoda colheita”, indicou o diretor técnico daentidade, Antonio de Pádua Rodrigues.

No acumulado até primeiro de junho,a moagem alcançou 116,11 milhões detoneladas de cana-de-açúcar. Esse volume ésuperior àquele verificado em 2012 (70,80milhões de toneladas), mas 13,47% inferiorao observado em igual período da safra2010/11 (134,18 milhões de toneladas).

Com relação às produções de açúcar eetanol, a Unica revela que o ciclo tende aser alcooleiro. Para Rodrigues, esse cenário

é fruto das mudanças nos preços. “Apesarda limitação imposta por compromissosantigos de entrega de açúcar, o diferencialde preço entre etanol e açúcar fez com queas unidades produtoras priorizassem aprodução do biocombustível”.

Na segunda quinzena de maio,41,78% da cana processada pelas unidadesprodutoras foi direcionada à produção deaçúcar. Essa proporção é inferior aos

48,31% verificados na mesma data da safra2012/13.

No acumulado até primeiro de junho,a produção de açúcar alcançou 5,61milhões de toneladas e a de etanol 4,82bilhões de litros, com 3,08 bilhões deetanol hidratado e 1,75 bilhão de anidro.

Até o fim de maio, 268 unidadesindustriais iniciaram as operações noCentro-Sul do País.

Indústria está sendo movida a álcool

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É comum em todo início de safraentidades relacionadas ao setorsucroenergético, assim como consultoriasespecializadas, divulgarem suas estimativasde produção. Contudo, quem torna estesnúmeros possíveis pouco comenta suasperspectivas no decorrer do ciclo.

No Centro-Sul, por exemplo, a safra2013/14 já começou. A Usina Della ColettaBioenergia, localizada em Bariri, interiorde São Paulo, mandou suas máquinas acampo em 1º de abril, esperando moer 1,8milhão de toneladas de cana-de-açúcar.Caso se confirme, o valor será 5% maiorque o registrado no último ciclo. “Duranteo período de entressafra realizamos umtrabalho que busca aumentar a produção amédio e longo prazos. Expandimos a áreaplantada para compensar a perda deprodutividade do último ciclo”, explica odiretor agrícola da DCBio, Márcio RogérioDella Coletta.

De acordo com o representante, aparte climática vivida até o momento temfavorecido a produção. “Nesta regiãohouve um excesso de chuva em março,prejudicando o andamento do plantio.Contudo, a precipitação é benéfica paratoda soqueira. Já em maio ocorreu umdéficit hídrico que ajudou na maturação daplanta”, avaliou.

Já as sete unidades da Guarani devemultrapassar os 20 milhões de toneladas decana-de-açúcar nesta safra. Em função dosproblemas vividos no último ano, acompanhia programou um trabalhoespecífico para a entressafra.“Introduzimos novas variedades, maisprodutivas e com novas técnicas agrícolas,visando reduzir as perdas. Foraminvestidos, também, R$ 400 milhões narenovação da área plantada”, diz ocomunicado enviado pela empresa.

Sobre o mix de produção estimado, aGuarani sinaliza para um mercado maisalcooleiro. “Com o crescimento damoagem, prevemos preços menores deaçúcar. Assim, esta será uma safra maisdedicada ao etanol”.

A Usina São José da Estiva, tambémlocalizada no interior de São Paulo, estimaum aumento de moagem de 6%, o que devegerar o esmagamento de 3 milhões detoneladas de cana.

De acordo com Octaviano Girotto,gerente industrial da usina, todos os setorespassaram por um reparo na parada de fimde ano. “Fizemos todas as tarefas demanutenção em todos os setores e estamospreparados para o período de moagem”,explicou.

Já a Coruripe, que conta com umaunidade em Alagoas e quatro filiais noTriângulo Mineiro, estima crescer 13,3%. Ootimismo é fruto dos investimentos

realizados principalmente na área agrícola. “Nos últimos três anos aplicamos mais

de R$ 285 milhões em renovação decanavial, estruturação física, equipamentose oficina agrícola. Agora vamos podercolher literalmente os resultados dessaestratégia. Além disso, a Filial Carneirinhovai receber nesta safra um investimento deR$ 68 milhões no parque industrial paraaumentar a sua moagem de 1,35 para 2milhões de toneladas de cana”, aponta odiretor de produção do Grupo, CarlosMarques.

Segundo o presidente da companhia,Juscelino Sousa, mesmo com o cenáriodesfavorável do mercado, a manutenção

dos acionistas investindo foi fundamentalneste processo. “Somente este ano,investiremos R$ 172 milhões nas áreasagrícola e industrial, ao mesmo tempo emque otimizaremos a nossa metodologiaoperacional buscando mais produtividadee custos mais enxutos. Ou seja, vamosrealinhar os processos para produzir maisgastando menos”, afirmou Sousa.

Juntas, as unidades da Coruripedevem moer 11,78 milhões de toneladas decana e produzir 20,14 milhões de sacas deaçúcar e 347,35 milhões de litros de etanol.A empresa tem capacidade total demoagem de 13 milhões de toneladas/ano ecerca de 8.000 colaboradores diretos. (AR)

Unidades projetam perspectivas realistas de crescimento na produção

Márcio Rogério Della Coletta: área plantada expandida para compensar perda de produtividade

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Usina se destaca na colheitamecanizada, principalmente emáreas de difíceis trajetos

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Depois dos resultados que atraíram olhares dediversas partes do mundo com o plantio mecanizado, agoraé a vez da mecanização da colheita chamar a atenção naUsina Pitangueiras, que tem se destacado principalmenteno quesito desafio dos terrenos. Atualmente todas as 28máquinas são munidas de computadores de bordo,parametrizados com normas de colheita desejadas pelaunidade, inclusive com velocidades variadas para cada tipode terreno e de cana.

Segundo Eduardo Prezinhas, gerente agrícola daunidade, por possuir muitas áreas inapropriadas para acolheita mecanizada, o desafio está sendo superado comimportantes resultados, mas para isso foi preciso um estudodetalhado de quatro anos. “Instituímos velocidades dascolhedoras em 3 km/h para canaviais mais complexos comterrenos acidentados, de 4 km/h para cana média e de 5km/h para terrenos mais adequados e canas melhores.Durante quatro anos a equipe agrícola realizou estudospara parametrizar esses computadores e mensurar asprincipais melhorias na área. O resultado foi compensador,principalmente no quesito perdas. A perda de matéria-prima foi de 1,8%, contra o índice de 2,5% a 3% em médiadas outras unidades”, explica ele.

A empresa conseguiu colher 530 toneladas/dia efetivotrabalhado em áreas de difícil colheita, rendimento epequenas que exigiam muitas manobras, não apropriadas

para colheita mecanizada, e que representa a maioria dasáreas da empresa, segundo o gerente. “Em áreas de boacolheita o número foi de 700 toneladas/dia. Algumas áreas

são de difíceis manobras, de 5 a 10 alqueires, pois temosgrande número de pequenas áreas de fornecedores. Diantede todo esse desafio conseguimos esse êxito”, diz Prezinhas.

Pitangueiras colhe resultados positivos com mecanização aprimorada

Eduardo Prezinhas: estudo detalhado de quatro anos

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O sucesso obtido nos índices de colheitamecanizada na Usina Pitangueiras éatribuído principalmente ao empenho daequipe e à manutenção preventiva. Essa é aopinião de Eduardo Prezinhas, gerenteagrícola e de Carlos Manoel dos Santos, o“Xuxa”, encarregado de colhedora daempresa.

A manutenção preventiva é realizadaconstantemente por meio do rodízio demáquinas para manutenção, onde seconsegue extrair mais horas disponíveispara trabalho. Outro fator apontado pelosdois especialistas é o o treinamento constanterealizado com a equipe responsável. “Dos 76funcionários operadores de colhedora, 50

foram formados através dessa qualificaçãoespecifica e devem formar mais um grupo decerca de 36 pessoas para completar oquadro, totalizando 115 operadores até2015”, garante Prezinhas.

Inclusive, o gestor explica que diversoscortadores de cana receberam umaoportunidade e garantiram uma vaga na

colheita mecanizada na função de operadorde máquina. “Deslocamos muitoscortadores de cana para a função deoperadores de colhedoras até porque nossameta é que em 2014, o índice de colheitamecanizada passe dos atuais 82% para 93%até atingir os 100% exigidos em 2015”, dizo gerente. (AM)

Equipe empenhada e manutenção preventiva garantem sucesso Equipe em treinamento Carlos Manoel dos Santos, o “Xuxa”, encarregado de colhedora da empresa

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Outra novidade anunciada pela UsinaPitangueiras será a aquisição de maiscolhedoras para cumprir as metas. “Aempresa possui 21 máquinas próprias esete de terceiros, mas irá precisar de maisnove, totalizando 30 máquinas”.

Prezinhas lembra ainda que de quatroanos para cá a empresa economizou entre18% a 20% em manutenção, diesel,quebras, sem contar a economia industrial.

Para Carlos dos Santos, o “Xuxa”, ofator principal para esse resultado é amotivação da equipe, a conscientização doscolaboradores, operadores e líderes, que secomprometeram com garra e

responsabilidade há quatro anos. “Esteano, estamos colhendo os frutos de todosesses anos de trabalho. Inclusive, paraqualificar os operadores, a empresamontou um centro de treinamento porqueela pode ter a melhor e mais modernamáquina, mas sem motivação dosoperadores não se chega a nenhumresultado. A grande dificuldade da colheitamecanizada é aumentar a produtividadecom menor consumo de diesel e commenores custos, e isso estamos conseguindocom essa equipe empenhada”, afirma.

O operador Jovenilson Lemes deAlmeida, é um exemplo de que a

mecanização da usina deu oportunidade eele agarrou com “unhas e dentes”.“Trabalhava como trabalhador rural nocorte da cana manual, tive a oportunidadecomo operador de colhedora, aproveitei e aliderança elogia meu trabalho. Realmentedesempenho minha função com excelênciae gostei muito do treinamento que recebina própria empresa”, diz.

Já o fornecedor de cana, PauloMarconato, diz que depois do advento damecanização na Pitangueiras tudo mudou.“Antes realizava a colheita 100% manual,hoje faço a colheita 100% mecanizada”,lembra. (AM)

NÚMEROS DA COLHEITA � O consumo de diesel/hora das

colhedoras de cana da Usina Pitangueirasé de 37,43 litros; já de hora hidráulica éde 0,03 litros por tonelada de cana; odiesel por tonelada é de 1,24 litros.

� O índice de impureza vegetal é de 77 kgde palha/tonelada, contra os 90 kg a 100kg das usinas.

� O índice de impureza mineral é de 7,8%,contra os 11% a 12% convencionais, deacordo com o estudo realizado pela usinanos últimos quatro anos.

Pitangueiras vai adquirir mais colhedoras para cumprir as metasPaulo Marconato e Eduardo Prezinhas: depois do advento da mecanização tudo mudouJovenilson Lemes de Almeida: oportunidade agarrada com unhas e dentes

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ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Estado do Mato Grosso possui hoje 224.049 hectaresplantados com cana, mas apresenta potencial para cultivode área sete vezes maior, ou seja, 1,493 milhão de hectaresque hoje se encontram na maioria degradados. Nosentornos destas áreas poderiam ser instaladas 40 novasusinas com capacidade de moagem de até 3 milhões detoneladas cada uma.

A informação é de Jorge dos Santos, diretor executivodo Sindalcool – MT (Sindicato das IndústriasSucroalcooleiras do Mato Grosso). “Temos um potencialsete vezes maior, sem impacto ambiental, pois seriamutilizadas somente áreas degradadas de pastagem. Sãopequenos municípios, sem visão de futuro, que poderiamganhar muito com o surgimento de novas usinas, pois emmédia cada uma poderia gerar 2 mil empregos. Seria umgrande impacto positivo, mas para isso é preciso resolver aquestão da logística. Quem vai investir sem ter logísticaadequada? Não há logística porque não existe produção”,observa.

Uma das perguntas mais questionadas, segundo

Santos, é por que o Mato Grosso, reconhecido como futuromaior produtor mundial de biocombustíveis, tanto emetanol como em biodiesel, não expande sua produção atual?Porque não tem logística, ou seja, produzir para nãoconseguir escoar, não adianta”, revela ele.

Segundo o diretor, há uma alternativa distante parasolucionar o problema logístico do Estado, mas possível, aferrovia. “Porém do jeito que está haverá um caosanunciado, pois hoje há um grande desacordo entre aprefeitura de Rondonópolis e a ALL – América LatinaLogística. Segundo a prefeitura é preciso duplicar a rodoviaque chega até o pátio da ALL para evitar um caos logístico.Se não duplicar esse trecho o prefeito não autoriza ofuncionamento para o pátio da ALL, mas em contrapartida, a ALL é contra isso”, lembra.

No momento, ele explica que o Sindalcool e osgovernantes estão analisando a questão para conseguir amelhor alternativa através do uso da ferrovia emRondonópolis. “Uma saída interessante seria construirmosum tanque pulmão para receber o etanol de todas usinas eque tivesse um laboratório de controle de qualidade paraevitar divergências de produção”, diz.

Outra alternativa viável, de acordo com ele, mas que

ainda segue parada, é o alcoolduto. “Poderia sair deSenador Canedo, em Goiás e vir até a BR 70, fazendo “citygates” para coletar o etanol produzido nessa região deexpansão. Isso resolveria o problema logístico do Estado eagregaria essas novas áreas, em sua passagem, chegando atéa atual região produtora. Mas segundo a Transpetro, oalcoolduto somente se viabiliza no Mato Grosso se tivermosprodução próxima de 5 bilhões de litros, e hoje temos 1bilhão de litros. Porém quem vai investir sem ter logística?Infelizmente hoje o alcoolduto nem chegou em SenadorCanedo, pois está parado em São Paulo”, enfatiza.

Hoje o Mato Grosso possui oito usinas em operação euma em recuperação judicial, a Pantanal, que pode moerainda nesta safra, lembra Santos. “O Estado deve produzir16,3 milhões de toneladas de cana, podendo acrescentarmais 800 mil da usina Pantanal, caso processe. Na safrapassada, a moagem foi de 16,3 mi de toneladas. A produçãode etanol deve ser de 1,050 bi de litros ou 1,120 bi de litroscom a moagem da Pantanal. Em 2012, o Estado produziu970 milhões de litros de etanol. A estimativa de produçãode açúcar deve ser de 425 mil toneladas ou 500 miltoneladas se considerarmos a Pantanal, contra as 490 miltoneladas de açúcar de 2012”, finaliza.

Estado do Mato Grosso comporta mais 40 usinas

Jorge dos Santos, do Sindalcool:

gargalo é a desestrutura logística

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DA REDAÇÃO

De acordo com dados divulgados peloDepartamento de Economia Agrícola doMapa —Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento, os financiamentosobtidos pela agricultura empresarial entrejulho de 2012 e abril deste ano somaramR$ 96 bilhões, alta de 30% sobre os R$73,9 bilhões obtidos no mesmo período dasafra anterior.

Segundo o secretário de PolíticaAgrícola do Mapa, Neri Geller, aperspectiva é que os R$ 115,25 bilhõesdisponibilizados para a safra atual sejamcontratados. “O Governo espera umvolume histórico de empréstimos com basena confiança do produtor rural. Oagronegócio tem perspectivas de ganhosrecordes este ano e o reflexo está no volumede financiamentos, especialmente nasmodalidades de investimento”, explicou.

Destaque desde o início da safra, osempréstimos para investimento aumentaram88,5% em relação à temporada 2011/12. Ocrédito liberado para custeio ecomercialização também apresentou altaexpressiva no período, de 81,6%.

Os programas de Sustentação deInvestimento (PSI-BK) e o ProgramaNacional de Apoio ao Médio ProdutorRural (Pronamp) seguem como osprincipais em volume de liberação decrédito. O primeiro alcançou R$ 9,4

bilhões, ultrapassando em 56,6% osrecursos previstos para a safra atual. Já oPronamp somou R$ 8,9 bilhões noperíodo.

Pelo Programa Agricultura de BaixaEmissão de Carbono (ABC), restam R$ 800

milhões dos R$ 3,4 bilhõesdisponibilizados na safra 2012/13. Esse é omaior volume já contratado para ofinanciamento de técnicas sustentáveis naagricultura e representa alta de 202% sobreos mesmos meses da temporada anterior.

A avaliação atualizada mensalmentedas contratações do crédito agrícola érealizada pelo Grupo de Acompanhamentodo Crédito Rural, coordenado pelaSecretaria de Política Agrícola(SPA/Mapa).

Financiamento da agricultura empresarial tem alta de 30% em dez meses

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Morre Bautista Vidal, um dos pais do ProálcoolDA REDAÇÃO

O engenheiro e físico José WalterBautista Vidal morreu no último 1º dejunho, aos 78 anos, de falência dos órgãosapós ficar 10 dias internado no HospitalSanta Luzia, em Brasília, DF, porcomplicações renais.

Ex-professor da UnB — Brasília, daUFBA — Federal da Bahia e da Unicamp —Estadual de Campinas, Vidal tornou-seconhecido pela defesa no uso de biomassapara geração de energia, o que o levou a serum dos idealizadores do Proálcool —Programa Nacional do Álcool e um doscriadores do motor movido ao então novocombustível.

Bautista Vidal também foicolaborador da Revista Caros Amigos nosprimeiros anos e publicou pela editora darevista o livro "Poder dos Trópicos”, queassina junto com Gilberto FelisbertoVasconcellos. Radicado em Brasília desde1973, Vidal já estava longe da vida públicadesde 2009, devido ao avanço doAlzheimer. Seu corpo foi enterrado noCemitério Campo da Esperança, tambémem Brasília, em cerimônia familiar. Deixouquatro filhos e seis netos.

NACIONALISTADefensor incondicional dos interesses

brasileiros, dizia que o Brasil "é o futuro dahumanidade", crença que permeou todasua vida e obra. Com o Proálcool fez doPaís o pioneiro na geração alternativa deenergia nos anos de 1970, quando omundo viveu forte crise do petróleo.

Atuou como secretário de Ciência eTecnologia nos governos de Ernesto Geisel,entre 1974 e 79, e José Sarney, de 85 a1990. Também participou de conselhosligados a várias áreas e da fundação de maisde 30 instituições ligadas à ciência etecnologia, educação, ambiente ou indústria.

Vidal era formado em engenharia pelaUniversidade de Santiago de Compostela,na Espanha, de onde descende, com

mestrado em física pela Universidade deStanford, nos Estados Unidos. Comocientista, compilou dezenas de publicaçõesnas quais aborda os problemas brasileirose suas soluções.

ETANOL E CRISE DA PETROBRASBautista Vidal recebeu muitas

homenagens. Uma delas, marcante, foi ado economista, Fernando Safatle: “Tiveoportunidade de conhecer pessoalmenteBautista Vidal. Levei a ele o meu livro, AEconomia Política do Etanol, para quepudesse dar sua opinião antes de publicá-lo. As conversas eram intermináveis.Duravam horas. Seu conhecimento sobre oetanol era técnico, mas, também, políticodotado de uma visão estratégica e dedimensão na geopolítica”, lembra.

Safatle lembra que Bautista dedicou-se

a criação do Proálcool, na época dopresidente Geisel, pois era Secretário deTecnologia, responsável pelodesenvolvimento de pesquisa e tecnologiasvoltados à produção do álcool comocombustível. Diz que Vidal contava que áépoca tinha sobre o seu comando doisgrandes centros de pesquisa e mais de mil equinhentos pesquisadores trabalhando noprograma do álcool.

“O Brasil, como se sabe, depois da crisedo petróleo, partiu na frente e foi o pioneirona produção em grande escala do álcoolcomo combustível. Com isso, evidentemente,ganhou dianteira em relação aos outrospaíses e caminhava célere para setransformar na maior potência na produçãode energia alternativa e limpa”, lembra oeconomista. Em sua memória está o fato deque o Proálcool ganhava consistência e

presença no cenário nacional. Em poucotempo a maioria dos carros vendidos pelaindústria automobilística era movidosomente a álcool — naquela época, nãoexistia o carro flex.

“As pesquisas deslanchavam. OProálcool começou a incomodar, segundoBautista. Incomodou tanto que HenryKissinger, o todo poderoso Secretário deestado do governo Nixon mandou chamaro embaixador brasileiro e lhe disse:“Parem com essa brincadeira”. De acordocom Bautista Vidal, depois dessareprimenda, desativaram tudo, os centrosde pesquisa e demitiram os pesquisadores.Bem, o resultado todos nós sabemos: nãopassou muito tempo o Proálcool desabou,só retornando sob novas roupagens muitotempo depois”, relembra FernandoSafatle.

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DA REDAÇÃO

Com a evolução das tecnologias dosmateriais e aumento das pressões etemperaturas nas caldeiras, osequipamentos destinados à geração deenergia elétrica também tiveram suasadaptações e evoluções tecnológicas paraacompanhar os níveis de eficiênciaesperados e exigidos. Materiais específicose novos conceitos dos sistemas de controledas turbinas foram desenvolvidos paraaumentar a eficiência, disponibilidade econfiabilidade de operação destesequipamentos. “Em meio àcompetitividade entre as diversas formasde geração, além do crescente valor docusto no que se refere à fonte primária deenergia, muitas vezes por escassez, o ganhode 0,1% na eficiência do ciclo poderepresentar um grande número e aviabilidade da implantação de um projeto.Uma nova tendência em busca da máximaeficiência está no Ciclo Regenerativo”, dizMarcelo Severi, gerente comercial deturbinas da TGM.

Como a demanda acelerada porenergia elétrica vem aumentando, para quese tenha um crescimento econômicosustentável, há necessidade de umfornecimento constante e confiável deenergia elétrica para a garantia do processoprodutivo, segundo ele. “Aplicando-seturbinas a vapor para atender às demandasde energia do processo e realizando aexportação de excedentes de energiaelétrica, torna-se possível garantir umaenergia certa e independente das suscetíveisflutuações da rede pública, obtendomelhorias em confiabilidade e flexibilidadede operação da planta industrial”, explica.

Severi afirma que o Ciclo Regenerativoaumenta a eficiência da planta através deum conceito simples, que consiste nautilização do vapor que é gerado a mais,com o mesmo combustível, com o objetivode aquecer o condensado que retroalimentaa caldeira.

“O Ciclo Regenerativo tem comofundamento a utilização do vapor dediversos estágios da turbina e isto aumentaa temperatura do condensado, o queaumenta a eficiência do ciclo. O seu efeitoprincipal pode ser explicado na redução davazão de vapor que chega no condensador eredução das correspondentes perdas nafonte fria. Entre os fatores que influenciamo rendimento do ciclo a vapor destaca-se atemperatura da água de alimentação dacaldeira e a temperatura do ar decombustão. Partindo deste princípio, com aágua e ar pré-aquecidos utiliza-se menoscombustível (o consumo de combustível émenor) porque está sendo injetada nacaldeira uma energia externa”.

Severi apresenta um exemplo prático.“Você precisa subir um prédio de 10andares pela escada e se movimentar noritmo que seu corpo suporta, gastando certaquantidade de energia. Se você subir umprédio com sete andares, movimentando-seno mesmo ritmo, vai gastar menos energiapelo fato de a quantidade de andares ser

menor, já que seu ritmo foi o mesmo (avelocidade foi a mesma). A capacidade dacaldeira em transformar água em vapor

será a mesma, porém você já estáfornecendo água mais aquecida e um armais aquecido (a altura do prédio émenor)”, avalia.

De acordo com Severi, a partir disso,a usina terá três opções: a primeira queconsome a mesma quantidade decombustível gerando mais vapor econsequentemente mais energia, sendoque nessa opção, a capacidade da caldeirae da turbina irá aumentar. “A segundaopção reduz a quantidade de combustívelgerando a mesma quantidade de vapor, oque diminuiu a capacidade de energiagerada por hora na safra, já que esta opçãoé interessante para geração de energia naentressafra por um período mais longo. Ea terceira opção mantém a geração deenergia elétrica, com um maior consumode vapor, porém a quantidade decombustível utilizada será menorresultando numa maior eficiência do ciclo.Esta opção é interessante para economiaquando o custo do combustível utilizado éalto”, lembra.

Com a nova configuração da planta pormeio do Ciclo Regenerativo, segundo ogerente comercial de turbinas da TGM,Marcelo Severi, será possível obter inúmerosbenefícios, como o maior rendimento dociclo a vapor. “Fator que tem influenciado aadoção do ciclo regenerativo pelas usinassucroenergéticas. No ciclo usual atemperatura de alimentação da caldeira é de110°C a 120°C. Já no regenerativoaumentamos esta temperatura, uma vez queestamos trabalhando geralmente comtemperatura entre 160°C e 180°C, chegandoem muitos casos a 230°C, dependendo dapressão do sistema. Esta tecnologia pode seraplicada não só para novas plantas, comotambém para unidades existentes, as quaismuitas vezes se encontram em seu limitemáximo de produção, com baixaseficiências, surgindo assim, a necessidade de

otimização dos equipamentos existentes ouna melhoria na concepção do ciclo degeração de energia. Entretanto, a decisão emse modernizar ou substituir o equipamentoexistente deve estar baseada em uma análisetécnica econômica, dentre elas a: análise dasturbinas existentes. Outros benefícios são apossibilidade de retirada de vapor emestágios intermediários para aquecimento daágua de alimentação e ar de combustão dacaldeira; de análise das caldeiras existentes ede receber água e ar em temperaturas maiselevadas”, argumenta.

Para ele, com a implementação destanova tecnologia, estima-se que a usina sairádos atuais 860.000 MWh/ano safra para938.000 MWh/ano safra. “Considerandoum valor médio de venda de R$ 110,00, areceita adicional será de aproximadamenteR$ 8,5 milhões por safra”, exemplifica.

Nova configuração da planta oferece benefícios

Como maximizar eficiência em plantas existentes

Marcelo Severi, da TGM: mesma

quantidade de combustível com mais

vapor e mais energia

Turbina TGM com extração

de vapor e apta para operar

com ciclo regenerativo

DIAGRAMA DE UM ESTUDO DE CLICLO REGENERATIVO EM PLANTA EXISTENTE

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Com ações e soluções visandoà maximização dos resultadosenergéticos, a eficiência industrialestá em primeiro plano,principalmente, nas unidades quecomercializam energia elétrica ounecessitam reduzir o consumointerno. Para Vicente de PaulaSilva Junior, coordenadorcomercial da TGM Transmissões,o sistema de extração do caldoestá cada vez mais eficienteatravés da eletrificação eindividualização dosacionamentos por redutoresplanetários, eficientes no consumode energia. “Ao compararmos osrendimentos dos acionamentosdos planetários com outrastecnologias, há uma grande eindiscutível vantagem para osacionamentos com planetários rolo

a rolo, podendo haver ganhos deeficiência de até 17%,transformando essa diferença emenergia elétrica paracomercialização”, comenta.

De mãos dadas com o setorsucroenergético, a TGM participaativamente com o fornecimento desoluções viáveis e no desenvolvimento deequipamentos de alto desempenho. Aafirmação é de Marcos Mussin, diretor daempresa. “É uma união inquestionável nabusca da maior eficiência de modo acontribuir para que o setor esteja situadoentre os mais altos patamares mundiais deeficiência industrial e competitividade.Firme neste propósito, no caminho dainovação em aplicar novas tecnologias, osplanetários trouxeram ganhossignificativos ao garantir maiordisponibilidade operacional da moagem,economia em manutenção das moendas emaior flexibilidade operacional que outrastecnologias”, lembra.

Ele confirma que no final de 2012, osplanetários TGM completaram oito safrasem operação e são mais de 1.300equipamentos em plena função nestesanos. “Em condições normais, amanutenção dos planetários é planejadaao final do ciclo de cinco safras, por meioda substituição dos itens de desgastescomo retentores, rolamentos, filtros erevisão padrão.

Nesta última manutenção deentressafra (2012/2013) foi a vez dosredutores que completaram este ciclonatural, entrarem em manutenção.Porém, após laudos técnicos, muitosplanetários estavam em ótimas condiçõesde conservação e foram indicados para

operarem mais uma safra semmanutenção”, observa.

De acordo com o diretor, os redutoresdestes clientes ganharam vida útilestendida, sem manutenção, por seguiremas orientações técnicas de não excederemos limites de fator de serviço (torque),foram assistidos por manutençãopreventiva e preditiva nos cuidados com oóleo lubrificante, trocas de filtros,hibernação correta nas paradas e outrosdetalhes constantes do manual deoperação. “Esta conquista de uma safraadicional aprova, atesta e consagra o altodesempenho e a alta confiabilidade dosplanetários TGM. Declaro nossa satisfaçãoem ver expressivos resultados e

parabenizo as nossas equipes e as dosclientes pelo empenho, integração ededicação em prol da melhor tecnologia.Ressalto que é possível sim alcançarmos alongevidade dos planetários. Váriosclientes estão partindo para seis safrassem manutenção com méritos e sãoreferências, exemplos de boas práticas deoperação”, afirma Marcos Mussin, diretorda TGM.

De acordo com ele, o conhecimento, aexperiência e o pleno domínio datecnologia é fruto da incansável dedicaçãoda TGM e dos clientes que viram natecnologia planetária um item de reduçãodos investimentos, dos custos deimplantação e manutenção.

Marcos Mussin, da TGM: soluções viáveis

em equipamentos de alto desempenho

Redutores planetários TGM instalados rolo a rolo contribuem significativamente na eficiência da planta

Vicente de Paula SIlva Junior

Redutores planetários TGM

instalados rolo a rolo contribuem

significativamente na eficiência e

na redução dos custos de

manutenção da planta

Seis safras sem

manutenção

Planetários são fundamentais

à maior eficiência industrial

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Ligada diariamente nas necessidadesdas plantas industriais, a TGM pesquisa eaplica soluções integradas visando aviabilidade econômica e de baixo impactoambiental, segundo Adalberto Marchiori,responsável pela comunicação e marketingda TGM. “São desenvolvimentos eaplicações de altos níveis de eficiência quese tornaram padrões de referência paramercado. O aprimoramento dos produtos éuma característica que acompanha amarca desde o seu nascimento”. De acordocom Marchiori, o escopo de produtos eserviços TGM assegura 100% dedisponibilidade operacional e atendemdesde pequenos acionamentos mecânicosaté os grandes equipamentos, comogeradores de energia, moendas, difusores eoutros. “Poucas empresas na AméricaLatina são estruturadas como a TGM. Em21 anos de trabalho, a empresa estápróxima de 1.000 turbinas fabricadas,mais de 1.300 planetários instalados, 500redutores de eixos paralelos e tem a maiorestrutura de serviços, com 80 técnicos decampo. Várias equipes trabalhamdiariamente para melhorar os resultadosoperacionais e financeiros dos nossosclientes.

No total são aproximadamente 1.100colaboradores que estão sempre emdesenvolvimento”, confirma. Investimentossão constantes em capacitação técnica dasequipes de especialistas e parque fabrilatualizado para garantir o fornecimento deum amplo escopo de soluções e nafabricação das turbinas, redutores eserviços. Após a entrega e instalação dosequipamentos que executaram amanutenção de entressafra, as usinasenfrentam um novo desafio, que é aoperação contínua da planta. Nestemomento, procedimentos operacionaisincorretos podem prejudicar o resultadofinanceiro da safra, impactando em custose depreciação dos equipamentos.

Segundo o gerente de serviços daTGM, Leonardo Matos, todos osequipamentos possuem um ciclo defuncionamento, no qual os procedimentosdesde a partida correta até a operação sãofundamentais para o bom desempenho.“A manutenção é amplamente discutidano setor. No entanto, é importantecolocarmos em pauta a correta operaçãodos equipamentos”, relata.

Entre os itens técnicos que as usinasprecisam se atentar, segundo ele, estão osperiféricos que trabalham em conjuntocom turbinas e redutores: observar graxado acoplamento do gerador, qualidade doóleo, e água da unidade hidráulica,

flexibilidade de tubulação, qualidade devapor, entre outros itens, importantesligados ao processo e à operação. Outrapreocupação é a capacitação da equipe deoperação. “Neste sentido, a TGM ofereceaos clientes o serviço de treinamentoespecializado para os colaboradoresenvolvidos diariamente com a aplicaçãodos equipamentos”, informa LeonardoMatos.

Para garantir o pleno funcionamentona safra, são oferecidos os serviços deoperação assistida que acompanha ofuncionamento dos equipamentos e testesde desempenho alinhados aos parâmetrosuniversais de operação. “Nossa equipe

está preparada para lidar com fatoresexternos que podem afetar o desempenhofinal da planta e também dar todo osuporte técnico a cada necessidade dosclientes. Um ponto a ser observado é amanutenção planejada da próximaentressafra que deve ser contratadaantecipadamente”, finaliza LeonardoMatos.

SERVIÇOS Além do atendimento 24h, a

empresa disponibiliza na safra: serviçosmecânicos de campo em turbinas (16)2105-2631 e (16) 2105 2543; serviçoseletrônicos e automação de campo emturbinas e redutores (16) 2105 2624,serviços mecânicos de campo emredutores (16) 2105- 2310, atendimentocomercial para serviços (16) 2105-2662,vendas de peças e sobressalentes (16)2105-2526.

TGM 16 2105-2600www.grupotgm.com.br

Serviços dão suporte à operação na safra

Leonardo Matos, gerente de serviços da

TGM: procedimentos são fundamentais

Turbina revisada por completo pela TGM

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FULVIO PINHEIRO MACHADO,

DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

Para a movimentação dos diversosfluidos nos diversos setores de processoque constituem uma indústriasucroenergética são empregadas bombasde diversos tipos, fornecidas por umaenorme gama de fabricantes.

Esses equipamentos sãofundamentais para o bom funcionamentoda indústria e sua aplicação, operação emanutenção devem ser objeto de cuidadospara evitar que a interrupção de seutrabalho venha ocasionar transtornos eprejuízos.

Em sua grande maioria, as bombasutilizadas são do tipo centrífugo, depequenas a elevadas vazões, quemovimentam caldo, água, xarope, vinho evinhaça entre outros fluidos.

Há também bombas especiais, comoas de alta pressão para alimentação deágua das caldeiras, bombas dedeslocamento positivo, de vácuo e paramassa cozida.

Na manutenção desses equipamentos,além de seguir as instruções do fabricanteé importante verificar o estado dos rotorese também como estão os componentes devedação, como gaxetas e selos, para evitara ocorrência de vazamentos, fato comumquando esses itens apresentam desgaste.

Bombas são itens fundamentais na indústria

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Rolamentos sãoitens críticos

Bombas de recalque e seusacionamentos são equipamentosrotativos e como tal se utilizam derolamentos. Esses componentes sãopartes vitais desses equipamentos, ondequalquer falha pode implicar emparalisação temporária ou total daplanta, assim, os rolamentos devemreceber uma atenção especial, não sóem sua instalação, mas também quantoa sua procedência.

Entre as técnicas existentes para semanter esses componentes em perfeitoestado de funcionamento, as análisesde vibração são particularmente úteisna determinação da condição deoperação dos múltiplos rolamentosinstalados.

Através dessa técnica é possível seestabelecer quando um rolamento jáapresenta desgaste superior aopermitido, tanto em suas pistas, comonas esferas ou roletes, devendo sersubstituído.

É importante contar também comum fornecedor idôneo que mantenhaum estoque para fornecimentoimediato, como a Cobra Rolamentos,que conta com uma tradição defornecimento para o setorsucroenergético. (FPM)Rolamentos são de uso geral nas usinas

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Em relação aos acionamentos dos maisdiversos tipos de bombas, outro item relevantese refere aos diversos tipos de acoplamentosutilizados, que não só devem estar conformescom a aplicação, mas também seremobservadas suas características dedesalinhamento permitidas, para que nãosofram ruptura ou quebra prematura porestarem operando fora das especificações dosfabricantes.

Acoplamentos “caseiros” ou inapropriadospara a aplicação podem causar danos ouabreviar severamente a vida útil deequipamentos, com elevados custos dereparação e de horas paradas. Vale também aobservação de que esses itens críticos para aboa operação devem ser adquiridos defornecedores idôneos para que tenham odesempenho e a durabilidade prevista.

Para que as bombas de recalque e seusmotores operem de maneira adequada énecessário também que estejam assentados emuma base adequada, que sejam rígidas eestáveis e que sejam bem fixadas para evitardesalinhamentos e vibrações, além deproporcionar uma cota de afastamentoadequada do nível do chão de fábrica paraevitar danos por contato de águas de limpezaou decorrentes de chuva. (FPM)Acoplamentos corrigem pequenos desalinhamentos

Acoplamentos adequados prolongam a vida de bombas e seus acionamentos

As bombas presentes na indústriasucroenergética em sua grande maioria sãoacionadas por motores elétricos compotências que vão desde alguns kilowattsaté centenas de kilowatts.

Via de regra são usados motores comcarcaças protegidas contra pó e umidade,próprios para o ambiente encontrado nasindústrias e também os para áreaclassificada, como os usados na destilaria,que devem ser necessariamente à prova deexplosão.

A WEG produz uma extensa linha demotores de baixa tensão, em diferentes

tipos de carcaça, aplicáveis ao acionamentode bombas que apresentam uma elevadaeficiência e baixas perdas por sua técnicaconstrutiva e por usarem material de altaqualidade magnética nos campos einduzidos de seus motores.

Um aspecto que deve levado em contapara manter alta a confiabilidade dessescomponentes é sua adequada proteçãodurante a entressafra para que não hajadanos mecânicos à sua instalação elétrica,por ocasião da desmontagem deequipamentos, e quedas na resistência doisolamento devido a umidade. (FPM)

Motores para acionamento debombas vão a centenas de kilowatts

Motores acionando bombas na indústria

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FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

O tratamento de caldo, em sua funçãode retirar as impurezas tanto orgânicascomo minerais tem sido um dos setores dasindústrias produtoras de açúcar e etanolmais privilegiados por inovações.

São decantadores ou clarificadoresmais rápidos, dotados de uma só bandeja ecom tempo de retenção mais condizentecom a escala atual de produção.Turbofiltros, prensas desaguadoras epeneiras que permitem uma separaçãomais eficaz tanto para o caldo clarificadocomo para o lodo dos clarificadores.

Novos tipos de sistemas deaquecimento, com melhor coeficiente detroca térmica e sistemas de limpeza maiseficazes também marcam presença nesseavanço tecnológico do tratamento de caldo.

Nesse caminho de inovações hátambém os sistemas de automatização quepermitem a operação centralizada àdistância, dando aos operadores acessoinstantâneo à todas variáveis de processo eque também proporcionam alarmes no casode parâmetros que fujam dos valores pré-estabelecidos.

O resultado de tudo isso é um aumentonão só da eficiência produtiva, mastambém da confiabilidade, um fatorimportante para a obtenção de umresultado final adequado.

Inovações tornam o tratamento de caldo mais eficaz

Aquecedores no tratamento de caldo

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O caldo extraído da cana-de-açúcar,além da sacarose que é a matéria-prima paraa produção do açúcar e do etanol, éconstituído de água e compostos orgânicos eminerais que necessitam ser extraídosdurante o processo produtivo. Essescompostos com graus variáveis desolubilidade e dependente da temperaturaem conjunto com agentes clarificadoresacabam por promover incrustações nosaquecedores e evaporadores de caldo.

O resultado disso é a diminuiçãogradativa da capacidade de troca térmicadesses equipamentos, impedindo quealcancem sua máxima performance e

aumentando o consumo de vapor. Um dos métodos empregados na

manutenção da tubulação de aquecedores,evaporadores e cozedores é ohidrojateamento. Nessa técnica a limpeza dostubos das superfícies de troca térmica é feitapor jatos de água de alta pressão, através deequipamentos especialmente projetados.

A Lemasa é uma empresa dedicada àfabricação de bombas, mangueiras eacessórios especiais para hidrojateamento,com pressões de até 2.800bar, que atuandoem diversos setores também forneceinstalações específicas para o setorsucroenergético. (FPM)

Limpeza de aquecedores e evaporadores economiza vapor

Turbofiltro permite grandes vazões ao remover micropartículas

Turbofiltro Mecat SF300

Aquecedores de caldo necessitam de limpeza periódica

Dentro de todos os novosequipamentos e técnicas que têm sidoimplementadas no tratamento de caldo, osturbofiltros introduzidos pela Mecat semdúvida se destacam.

Sem fazer uso de centrifugação,pressão ou vácuo, esses equipamentosatuam de maneira diferenciada, através dodirecionamento dinâmico, de formacontínua, do fluido a ser filtrado contra aparede de cilindro estático de filtração,proporcionando uma separação eficaz dasmicropartículas insolúveis encontradas nocaldo.

Com uma construção compacta, queocupa um mínimo de área no chão de

fábrica, os turbofiltros Mecat permitemvazões de até 300m³/h por equipamento eproporcionam um trabalho de filtraçãocontínua, sem variação de eficiência porobstrução ou necessidade interrupçõespara limpeza como em outros sistemas.

Além dessas características, osturbofiltros evitam o contato do fluido como ar ambiente e não fragmentam aspartículas filtradas, que deixam oequipamento com um baixo nível deumidade.

Mostrando sua versatilidade, osturbofiltros podem ser aplicados no caldomisto, clarificado e filtrado, além dexarope, méis e vinhaça. (FPM)

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Quais as implicações resultantes demudanças na qualidade da matéria-primapara o rendimento industrial? O que issosignifica em termos de custos ourentabilidade? O que muda ao produzir-semais etanol do que açúcar? Quanto deenergia excedente é possível gerar?

Na avaliação do desempenho deplantas industriais novas ou existentesessas são questões recorrentes no dia a diade trabalho. E é praticamente impossível seobter uma resposta rápida, que sejaconclusiva, sem que seja necessário se fazermuitas indagações e cálculos.

Para que não haja perda de tempo eincertezas é necessário que se tenha à mãouma ferramenta que facilite a obtenção deuma resposta rápida para todas essasindagações. É a isso que se propõe umanova ferramenta desenvolvida pelaSugarSoft: o Balance 200.

Trata-se de um software capaz decalcular em uma fração de segundo todasas implicações de quaisquer alteraçõesdecorrentes da matéria-prima, do mix deprodução de açúcar e etanol e de outrosparâmetros da indústria, fornecendoresultados em termos de balanço de massa,balanço de energia e até mesmo asimplicações financeiras dessas alterações.

Desse modo é possível em curtoespaço de tempo traçar cenários e obterrespostas para essas variações, pormínimas que sejam, de modo a estabelecero quanto importante serão para o resultadofinal da indústria e encontrar a melhordiretriz para cada situação.

O Balance 200 da SugarSoft, apesarda complexidade dos cálculos que realiza,apresenta uma interface simples e intuitiva,com telas específicas para o balançoenergético e de massa para cada setor deprocesso da indústria, incluindo também ade resultados financeiros.

Em cada tela, um diagrama de blocosmostra os equipamentos de um setor daindústria com suas respectivas variáveis. Àesquerda da tela estão os parâmetros queatravés de cursores podem ser alterados àvontade do usuário. Os resultados sãoprontamente mostrados nos diversos blocosde processo.

O Balance 200 é acessado online viaweb mediante assinatura, o que permiteseu uso em qualquer lugar e em qualquermomento, através de PCs, tablets esmartphones, bastando ter uma conexãocom a internet e dispensa assim ainstalação de software em uma máquinaexclusiva. (FPM)

É na etapa de clarificação do caldoque são retiradas as impurezas minerais eorgânicas que podem interferirnegativamente nas fases subsequentes doprocesso produtivo de açúcar e etanol.

A natureza da matéria-prima mudaconstantemente de acordo com a variedadeda cana que está sendo processada, alémde outros fatores, como o aumento deimpurezas minerais no caldo, influidecisivamente nos resultados da operaçãodo decantador.

Por serem essas variações de grandeamplitude, é desejável que haja um sistemade controle que permita ao fim do processode tratamento que o caldo se mantenha omais uniforme possível e com uma turbidezbaixa.

O lodo quando muito espesso podecausar danos às raspas, além de poderaumentar a turbidez do caldo clarificado.Se muito fino, aumenta a recirculação deaçúcares pelo processo resultando emaumento de perdas.

Além disso, o fato do lodo estar

submetido a temperaturas próximas a100o C, alta capacidade de incrustação,elevada opacidade e uma relação críticaentre densidade e volume, torna muitodifícil a medição da “qualidade” do lodo e,em decorrência, dificultam sobremaneira ocontrole de sua extração do decantadorcom um arraste mínimo de caldo econsequentemente de sacarose.

A solução desenvolvida pelaAuthomathika é o Controle deConcentração µ-ICC 2.45 Compact que usaa medição direta de concentração por meiode micro-ondas. calculando aconcentração, a densidade, a proporção dematéria seca e sólidos, que são indicadosem um display LCD localizado no paineltransmissor e processador.

O equipamento sensor é instaladodiretamente no processo, sendo que otransmissor e o processador estão alojadosem um painel compacto dotado de displayLCD instalado remotamente a umadistância de até 3 metros, evitando assimefeitos da temperatura.

Software permite avaliarmudanças na indústria

Tela balanço de massa do software Balance 200

Automatização proporcionacaldo mais limpo

Controle de concentração µ-ICC 2.45

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Na atualidade, o clarificador sembandejas tem sido o preferido por necessitarde um menor tempo de retenção, cerca deuma hora, contra 3 horas dos convencionaisde múltiplas bandejas, diminuindo em umterço o volume necessário do equipamento.Isso é particularmente interessante nasnovas unidades produtoras de grandecapacidade produtiva e também sob o pontode vista do processo, pois evita a perda detemperatura, mantendo a assepsia do caldo.

Para um polimento adicional no caldoclarificado, a Equilíbrio oferece dentre sualinha de peneiras especialmente projetadaspara o setor sucroenergético, a PeneiraRotativa para Caldo Clarificado.

Desenvolvida para filtrar os sólidossuspensos ainda presentes na saída dodecantador, o equipamento é capaz deatender a vazões de até 1000 m³/h, commanutenção reduzida e conta com umsistema de limpeza automatizado, quepossibilita manter as condições de assepsiado caldo.

As telas da Peneira para CaldoClarificado da Equilíbrio são construídasem aço inoxidável com ranhuraslongitudinais de espaçamento reduzido, oque garante a retenção das impurezas demenor tamanho existentes nesta etapa doprocesso.

Uma outra característica importante é

que “além da vedação necessária àmanutenção da temperatura, a inclinaçãoda seção filtrante foi estudada de tal modoque assegurasse a máxima eficiência dopeneiramento”, complementa Santos.

A Equilíbrio recentemente adquiriuuma nova maquina para a fabricação detelas de ranhura contínua em açoinoxidável. “Essa aquisição amplia nossopotencial produtivo e posiciona a Equilíbriocomo líder no Brasil na produção de telas deranhura contínua. O investimento no novomaquinário nos torna mais competitivos equem ganha com isso é o mercado”, explicaCarlos Alberto Celeste Jorge, presidente daEquilíbrio. (FPM)

Com o objetivo de cada vez maisaproveitar a energia contida no bagaço eagora também aquela contida na palha dacana colhida mecanicamente, a indústriaprodutora de açúcar e etanol tem buscadouma crescente otimização no consumo devapor e também de água industrial.

As novas centrais térmicasimplantadas nas usinas com suas caldeirasde alta pressão e o uso de turbinas de altapotência que requerem condensação finaldo vapor, assim como os sistemas deevaporação e cozimento existentes noprocesso de produção de açúcar e etanol.

A condensação de vapor pelosmétodos convencionais, como multijatos econdensadores barométricos, necessita degrandes volumes de água econsequentemente de captação, além detorres de refrigeração, sprays, ebombeamento de elevados volumes deágua, que são operações com elevadademanda energética.

Com o objetivo de otimizar essasquestões que envolvem a condensação devapor, a Citrotec, empresa que tem atuadotrazendo novas tecnologias para o setorsucroenergético, como a evaporação emnévoa turbulenta, oferece o CondensadorEvaporativo.

O Condensador Evaporativo é umequipamento autônomo, de alta eficiência,

que dispensa o uso de fontes externas deágua, eliminando consequentemente acaptação e o bombeamento de água queseriam necessários aos sistemasconvencionais, o que significa tambémuma grande economia de energia.

O equipamento, além de ser compactoe proporcionar baixo custo de manutenção,pode ser usado em evaporadores de caldoconvencionais e cozedores, e traz tambémresultados vantajosos quando usado nascentrais térmicas para a condensação finalde vapor para as turbinas usadas nacogeração. (FPM)

Condensador evaporativo otimiza uso de água e energia

Peneira proporciona limpezaadicional no caldo clarificado

Condensador Evaporativo

instalado na Usina Santa Isabel-SP para

dois cozedores de 500hl

Danilo Daniel dos Santos lista benefícios

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Gegis se reuniu pela 2ª vez em 2013; cerca de 80 pessoas estiveram presentes

ANDRÉ RICCI, DE SERTÃOZINHO, SP

Em 24 de maio, o Gegis — Grupo deEstudos em Gestão Industrial do SetorSucroalcooleiro realizou sua 2ª reuniãoem 2013. O encontro aconteceu noauditório do Centro Empresarial Zanini,em Sertãozinho, SP.

Márcio Mori, supervisor de qualidadeda Tonon Bioenergia, apresentou osindicadores industriais referentes à safra2013/14. Para ele, as adversidades vividasneste início de safra impedem um paraleloentre as unidades. “Algumas usinasiniciaram a moagem em março, outras emabril. Tivemos casos de unidadesprocessando cana bis, outras não. Então,com todos estes fatores, os indicadorestiveram um perfil bastante diferente”,lembrou.

Já sobre as condições climáticas neste

início de safra no Centro-Sul, orepresentante indica que, até o momento,são melhores que as vividas em 2012/13.“Devemos ter boas expectativas para odecorrer do ano, já que iniciaremos umperíodo mais seco e a cana parece estarem melhores condições que o anoanterior”, aponta.

Outro assunto discutido foi sobre aNR 13 — Norma Reguladora nº 13, criadapelo Ministério do Trabalho para regulara inspeção de segurança e operação de

vasos de pressão e caldeiras. De acordo com engenheiro Benedito

Nivaldo Campanha, as empresas do setorsucroenergético são obrigadas a cumprir aNR 13, sob pena de multa e atéinterdição. No entanto, nem todasrealizam um trabalho adequado,convivendo com falhas desde a falta dedocumentação até a montagem “Já vivários equipamentos com soldas apenaspelo lado de fora, sendo que o corretoseria solda também pelo lado de dentro”,

explica, fazendo referências aos vasos depressão.

O especialista alerta também para aimportância da escolha correta doequipamento, já que é comum ocomprador se basear pelo preço. "Épreciso ser exigente na escolha doequipamento que irá trabalhar sobpressão, pois as falhas podemcomprometer vidas. Deve haver critério eprincipalmente responsabilidade de quemfabrica e de quem compra", afirma.

Grupo de estudo industrial debate indicadores e NR13

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FULVIO PINHEIRO MACHADO,

DE RIBEIRÃO PRETO, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A introdução de variedades de cana-de-açúcar mais precoces permitiu que operíodo de moagem fosse alongado,reduzindo a entressafra, ondenormalmente são feitos os serviços demanutenção dos equipamentos daindústria.

Mais recentemente, com a introduçãode culturas complementares às da cana,como é o caso do sorgo, o período demanutenção deve ser mais reduzido ainda.

Para contornar essas novas condiçõesde operação da indústria, as usinas têmoptado por tecnologias que possibilitamverificar o estado dos equipamentos semque seja necessário desmontá-los, como é ocaso da manutenção preditiva.

Graças ao interesse despertado poressas novas técnicas, o Sinatub realizou emmaio último, nas dependências do HotelDan Inn em Ribeirão Preto-SP, um cursosobre análise de vibrações ebalanceamento de rotores, destinado aengenheiros, técnicos e interessados emgeral.

Esse curso foi ministrado porAnderson Trigo, engenheiro mecânico pelaUnicamp e diretor técnico da SpectraManutenção Preditiva e Ricardo Góz,engenheiro mecânico, consultor de análisede vibração e que ministra cursos há maisde 34 anos para profissionais de todas asregiões do Brasil, inclusive na Unifei-Itajubá.

No primeiro dia do curso, abordandoa Análise de Vibrações, foramapresentados os fundamentos da técnica,instrumentos aplicáveis e diagnósticos dosresultados.

Em termos sintéticos, essa técnicapermite através de sensoreamento dediversos pontos em máquinas rotativas,dentro do espectro de frequências de 10Hza 10KHz, determinar desalinhamentos,

desbalanceamentos, folgas mecânicas,empenamentos, baixa rigidez das bases deequipamentos, ressonâncias, falhas delubrificação e rolamentos defeituosos,sendo que nesse caso permite determinarse a falha ocorre na pista interior ouexterior, ou nas esferas ou roletes.

Com os dados obtidos no instrumentode análise de vibrações, é possível semontar um histórico do equipamento quepermite prever quando é necessária umamanutenção corretiva. Dessa forma, atécnica evita a desmontagem e trocaindiscriminada de componentes ou mesmo

que ocorra a falha total do equipamento,prolongando sua vida útil.

O balanceamento de rotores, foi otema do segundo dia e encerramento docurso.

Essa matéria é especialmenteimportante para o setor sucroenergético,devido ao grande número de equipamentosrotativos utilizados, que incluem turbinas,centrífugas, bombas, exaustores,equipamentos de preparo de cana, entreoutros.

Nesse bloco do curso foramapresentadas as definições envolvidas no

balanceamento, equipamentos utilizados,assim como a apresentação dos níveis dequalidade exigidos pela Norma ISO-1940para os mais diversos tipos de rotores,desde aqueles com massa de algumasgramas, até os de várias toneladas.

O curso foi encerrado com a entregado certificado aos participantes. Este foimais um curso destinado à técnicos,operadores e interessados da indústria emgeral, realizado pela Sinatub, instituiçãoque tem proporcionado um importanteauxílio no aperfeiçoamento tecnológico eformação de mão de obra.

Sinatub realiza curso de análise de vibrações e balanceamento

Anderson Trigo e Ricardo Góz entregam certificado a participante

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MÉTODO REDUZ ATÉ 25% DO CUSTO DE MANUTENÇÃO DA REDAÇÃO

Profissionais do setor industrialsucroenergético participaram de 20 a 22 demaio, em Ribeirão Preto, SP, do curso dePCM — Planejamento e Controle daManutenção e Confiabilidade daManutenção, realizado pela Sinatub emparceria com a ProCana Brasil.

O objetivo do curso foi capacitar osprofissionais da área de manutenção noplanejamento e controle de unidadesindustriais, tornando-os aptos a implementarmétodos de manutenção estruturada eaprimorar o foco na melhor utilização dosrecursos.

Ênio Perche, engenheiro mecânicoformado pela Unicamp, com 22 anos deexperiência na área de manutençãoindustrial sucroenergética, química,petroquímica e alimentícia, foi o instrutor docurso. O engenheiro acredita que o PCM,somado ao conceito de confiabilidade,promove condições eficazes para evitardanos industriais durante a safra. “O métodopermite sair de uma realidade na qual seatua de forma reativa, por meio damanutenção de reparo e, não raro,equivocada, para uma realidade proativa”,observa. “Apesar de serem chamadas depreventivas, estas manutenções muitas vezesadicionam problemas nos equipamentos”,alerta o engenheiro.

De acordo com Ênio Perche, na solução

que ele denomina proativa, os mecanismosde evolução das falhas nos equipamentos sãoconhecidos, as condições de funcionamentosão monitoradas e as ações de manutençãosão planejadas para que aconteçam, quandofor o caso, antes da quebra do equipamento.

O engenheiro Ênio Perche destaca quehá casos em que o orçamento demanutenção de uma usina pode serreduzido em até 25%, através doplanejamento e controle da manutenção econfiabilidade da manutenção.

“Após o treinamento os participantesabsorvem conceitos de manutenção

centrados em confiabilidade, ou seja, quepreservam a condição dos equipamentos deforma a não falharem antes do tempo parao qual foram projetados para operar”,garante.

Ainda de acordo com Ênio Perche, háequipamentos que são abertosdesnecessariamente a cada entressafra, eque, ao serem montados novamente, voltama operar em pior estado do que estavam nofinal da safra anterior. “Conheço usinas quedesmontavam seis centrífugas de açúcar naentressafra e que agora não desmontamnenhuma. Graças a análise preditiva de

vibração aliada a um PCM com capacidadede resposta”, conta.

Perche afirma que os participantesestarão capacitados em todo o processo deplanejamento e controle de manutenção,podendo transformar as demandas demanutenção geradas, programadas econtroladas.

“O desafio dos treinandos será realizaruma mudança cultural, questionando se aatividade de manutenção que está sendorealizada é eficaz e substituindo atividadesque não agregam valor por outras que trarãomelhor resultado”, conclui.

Participantes do curso de PCM, promovido pela Sinatub

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Durante a apresentaçãoespecialista retratapassado, futuro epresente do tema e asvantagens de um sistemade controle delubrificação plotado

DA REDAÇÃO

O 27º encontro do Gemea, queocorreu no dia 14 de junho, em Goiânia(GO), discutiu o tema “ISOPur –Nanofiltração para Turbinas ", por meio doengenheiro Daniel Micheli, especialista emlubrificação, coordenador de Negócios emGeração de Energia e Petroquímica daLubritech. Durante sua apresentação faloudo passado, futuro e presente do tema,mostrando as vantagens de um sistema decontrole de lubrificação plotado em

confiabilidade e adotando sistema classemundial, onde a lubrificação trabalhaintimamente ligada com a preditiva,elevando eficiências, reduzindo custos ealavancando resultado nas usinas ondeatua.

"Produção de biogás a partir deresíduos da indústria de etanol, incluindopré-tratamento dos resíduos com tecnologiainovadora de carbonização hidrotermal",ministrada pelo Dr. Joachim Zang, foioutro tema relevante do evento. Umresumo apresentou o futuro dossubprodutos, principalmente o biogás,mostrando o futuro, reduzindo queima decombustível poluente para produção deenergia, minimizar uso de águas paraproduzir energia e sustentabilidade.

Os "Fatores e parâmetros queinfluenciam a regulagem, operação eextração da moenda", com o engenheiro epresidente do Gemea, Ricardo Steckelberg,gerente Corporativo Industrial dasUnidades Jalles Machado e Otávio Lage foioutro assunto do encontro. Ele destacou osavanços ligados ao tema, seus impactos na

cadeia produtiva, geração de energia,aumento de extração, redução de custos,inclusive mostrando o quanto uma equipetreinada pode impactar positivamente nacondução de um processo com boaeficiência, custos baixos e a diferença quefaz numa empresa.

Hélio Belai, diretor de marketing doGemea, concorda com o engenheiroRicardo, pois observa a diferença de seutilizar bem os recursos humanos emodernas técnicas de gestão e indicadoresnos resultados da empresa, chegando até aum ganho de 1,75 litros/toneladas. Belaiexplica que uma usina bem gerida,acompanhada por indicadores, uma boagestão por processos e uma ótima preditiva,poderá agregar até 10 litros amais/toneladas, conforme já evidenciou emtrabalhos acadêmicos.

"Custo e Benefício para MaiorRendimento Fermentativo e Apresentaçãodos Agentes Auxiliares", com o engenheiroUelton Gleik Alves, representantecomercial/consultor Técnico da QuímicaReal também foi um dos assuntos

discutidos. Ele abordou o tema referente aomonitoramento da fermentação, “assuntoque nunca se esgota, pois as leveduras ebactérias evoluem muito rapidamente, enão conseguimos acompanhar essaevolução”, afirma Belai. “Com mudançascontínuas biologicamente falando, nãopodemos deixar de pesquisar, testar,insistir. Esta insistência ajuda as grandesempresas do setor sair na frente emeficiências, custos, etc”.

A última palestra teve como tema"Caldeiras ZS – Conceito de queimatangencial”, onde o engenheiro Guilhermecitou todas as vantagens da queimatangencial Sermatec, benefícios, novidadese previsão futura. A palestra foi muitofocada em parâmetros operacionais,comparando queimas, perdas pelaumidade, tipo de combustível, vantagensdo modelo citado, comparação deeficiências, etc.

Os próximos eventos do Gemeaacontecem nos dias: 2 de agosto, 20 de setembro e 6 de dezembro, emGoiânia, GO.

Gemea discute nanofiltração para turbinas

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Técnicas corretas aindapermanecemdesconhecidas, noentanto, por uma boaparte dos usuários

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A lubrificação correta em plantasindustriais de usinas e destilarias éessencial para a proteção de equipamentos,evitando desgastes prematuros ou mesmo oaumento do custo de manutenção emdecorrência de falhas nessa área. Segundoo gerente técnico da área de lubrificantesda Shell Brasil Petróleo, Cezar GalateCerbam, o lubrificante desempenha váriasfunções, como reduzir o atrito, refrigerar amáquina, diminuir ruídos, absorverchoques, transmitir força, proteger oscomponentes, servir como vedação contracontaminação (no caso das graxas). Alémdisso, é uma importante fonte deinformação – afirma – quando se faz omonitoramento dos equipamentos a partirda análise do óleo.

Para a obtenção de bons resultadosnessa operação, existe a necessidade, noentanto, da elaboração e execução de umplano de lubrificação adequado que leveem conta as especificações dos fabricantes

dos equipamentos e as condiçõesoperacionais, diz Cezar Cerbam. “Após aanálise dessas informações, é importanteinspecionar o local para identificarcorretamente os pontos de aplicação dos

lubrificantes”, recomenda. Um plano nessaárea deve considerar – orienta – aespecificação do lubrificante, a quantidade,a frequência de relubrificação e o métodode trabalho mais adequado. Segundo ele,

existe a necessidade de levar em conta osaspectos de segurança, saúde e meioambiente, com foco na garantia daproteção dos ativos e disponibilidade dosequipamentos.

Na avaliação de Cezar Cerbam, apesardo grande avanço da área de manutençãode unidades sucroenergéticas – queutilizam técnicas modernas com a adoçãode ensaios preditivos como análise devibração, termografia e análise doslubrificantes –, existem muitas usinas ondeo lubrificante não é considerado como umcomponente-chave do equipamento. E aaplicação de lubrificantes ocorre, nessescasos, sem os níveis de desempenho eproteção exigidos pelo ambienteoperacional. “As técnicas corretas deseleção e aplicação de lubrificantes aindapermanecem desconhecidas por uma boaparte dos usuários”, enfatiza.

O especialista da Shell alerta que olubrificante, mesmo que seja da melhorqualidade, é um dos integrantes de umgrupo de variáveis do processo delubrificação. “Por isso, parte do nossotrabalho é entender as particularidades decada cliente e treinar sua equipe para oarmazenamento, manuseio e aplicaçãoadequados de cada produto. Isso incluitambém a revisão dos planos delubrificação, elaboração de procedimentostécnicos, orientações para reduzir o risco decontaminações e melhorar os processos delubrificação”, detalha.

Lubrificação é essencial para o desempenho de equipamentos

Cezar Galate Cerbam: lubrificante desempenha várias funções

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Diversos equipamentosexigem atenção especialpara que não ocorraparada indesejadadurante a safra

O máximo de disponibilidadeoperacional e a maior vida útil possível sãoduas premissas básicas que devem serconsideradas nas operações demanutenção industrial de usinas edestilarias, o que inclui processos delubrificação utilizados nas unidadessucroenergéticas, de acordo com CezarCerbam. Por isso, diversos equipamentosexigem, durante a lubrificação, atençãoespecial para que não ocorram transtornose paradas não programadas. A moenda –que requer elevados investimentos – estáentre os itens mais exigentes.

“O trabalho mais pesado fica porconta dos mancais de moenda, rodetes,volandeiras e engrenagens intermediárias.Esses são os itens de maior valor deaquisição e reparo e, portanto, os querequerem mais cuidados. Mas, é precisolevar em conta que a moenda toda é um

sistema, e que se houver uma falha nomancal de um picador ou de um motorelétrico, que aciona uma bomba de água derefrigeração, pode ocorrer a parada daprodução”, diz. A definição do produto e oscritérios de lubrificação mais adequados –ressalta – proporcionam melhorias noprocesso e a eliminação de falhas quegeram para os clientes economias muitosmaiores que o custo de aquisição dos

lubrificantes.“No ambiente de uma usina, tanto na

área industrial (moenda) quando naagrícola (frota) existem grandes desafiospara a lubrificação por causa danecessidade de trabalho ininterrupto dasmáquinas e veículos, somada a constantepresença de altas temperaturas, umidade econtaminação por poeira e partículas ecaldo da cana”, afirma. (RA)

Critérios adequados geram

economia e evitam transtornos

Análise detalhadadefine produto mais indicado paracada aplicação

Como existem inúmerosequipamentos nas plantas industriais deunidades sucroenergéticas, de diversosfabricantes e que operam sob condiçõesoperacionais diferentes, existe anecessidade de uma análise detalhadapara a recomendação correta delubrificante. “Cada parte do processotem que ser avaliada para que o produtomais indicado para uma determinadaaplicação seja definido”, explica CezarCerbam.

Os mancais da moenda apresentam necessidades diferentes e por isso exigem lubrificantes diferentes, exemplifica. Motobombas,compressores de ar, redutores deengrenagens, turbogeradores, sistemashidráulicos e outros componentesindustriais podem requerer produtosespecíficos. “Os lubrificantes de graualimentício são exigidos nos processo defabricação de açúcar, em pontos ondepode haver um eventual contato doproduto acabado com partes lubrificadas,como nas máquinas de embalagem”,observa. (RA)

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FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A visão dos gruposprodutores sobre a eficiênciaenergética e os avançostecnológicos obtidos nasgerações de vapor e de energia elétrica nas plantasindustriais e centrais termoelétricas das usinas foi o temade um painel moderado por Humberto Vaz Russi, diretorda Aliança Engenheiros Associados.

Neste painel, Luiz Antonio Magazoni, DiretorIndustrial Corporativo da Divisâo Sugarmill do GrupoNoble, traçou a evolução da empresa desde seu início em2007 com a aquisição da Usina Petribú, a construção daUsina Meridiano e aquisição das unidades que faziamparte do Grupo Cerradinho, explicando que estarãomoendo 14 milhões de toneladas de cana nesta safra.Magazoni detalhou aos presentes as alterações em seuparque industrial que estão planejadas para as próximassafras para maximizar a produção de energia.

Luiz Cintra, Diretor Industrial da Unidade Tropicaldo Grupo BP detalhou a importância do Grupo BP,empresa petrolífera que conta com um faturamento de350 bilhões de dólares, explicando que ela detém umaforte experiência em planejamento, característica essa queestá sendo absorvida pelos empreendimentos da empresana área de açúcar e álcool no Brasil. O Grupo possui trêsunidades, a Usina Tropical com capacidade de moagemque irá atingir 5 milhões de toneladas na próxima safra,com geração de 32MW nesta safra e posteriormente86MW, e as Unidades CNAA de Ituiutaba e Itumbiara,cada uma moendo 2,5 milhões por safra e gerando 56MW

de energia.A Odebrecht Agroenergia, braço do Grupo

Odebrecht, esteve representado por Rogério Perdoná dosetor de Engenharia e Tecnologia do Grupo e explicou aospresentes que atualmente a Odebrecht possui hoje noveunidades, sendo que em sete delas a capacidade instaladaé de 5,5 a 6 milhões de toneladas de cana por safra e umprojeto em execução que deverá ser inaugurado emsetembro deste ano em Angola, ultrapassando assim asfronteiras do país. Está em curso também um projeto deampliação da unidade Eldorado. Perdoná explicou quetrês das unidades do Grupo já estão fazendo testes compalha de cana como combustível, no entanto, nãoenfardada e sim com aquela que vem juntamente com acana. A intenção futura é usar a palha como combustívelou para a produção de etanol 2G.

Geraldo Homem, Diretor Industrial Corporativo doGrupo Renuka – Unidade Revati, explicou que o grupopossui 7 usinas na Índia e mais duas refinarias. Suaparticipação no Brasil se dá em quatro unidadesprodutoras, sendo duas no Paraná e duas no Estado deSão Paulo. A Renuka Brasil hoje é um dos dez maioresgrupos produtores no Brasil, com uma moagem de 8,5milhões de toneladas de cana por safra. Especificamentesob o ponto de vista da energia, o Grupo gera 795 GWhem suas unidades.

Segundo o diretor da Renuka, existe todo umempenho da empresa em promover melhoriastecnológicas e aproveitamentos energéticos no processo,de forma a maximizar a produção de excedentesenergéticos. No entanto, espera que haja uma melhorremuneração da energia produzida pelas centraistérmicas das usinas, pois atualmente não cobre os custosde produção.

A ENERGIA, NA VISÃO

DOS PRODUTORES

Luiz Antonio Magazoni do Grupo Noble falou

sobre eficiência energética

Luiz Cintra, do Grupo BP: forte

experiência em planejamento

Geraldo Homem, da Revati/Renuka: melhorias

tecnológicas e aproveitamento energético

Rogério Perdoná representou

a Odebrecht Agroenergia

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Com o tema "Eficiência e AvançosTecnológicos nas Caldeiras e no Sistema deGeração de Energia Aplicado às PlantasIndustriais e Centrais Termoelétricas doSetor Sucroalcooleiro”, a Sinatub realizoumais um Curso de Caldeiras, Vapor eEnergia.

O evento foi realizado nas dependênciasdo Cenacon em Ribeirão Preto-SP e contoucom a presença de mais de 250participantes, entre empresários, diretores,técnicos e usuários ligados ao setorsucroenergético, além do apoio institucionalda ProCana Brasil.

Paralelamente, na Feira de Utilidades,fabricantes de equipamentos e acessóriosestiveram presentes em espaço anexo aoauditório com suas equipes demonstrandoos mais recentes avanços em produtosvoltados à geração de energia nas usinasprodutoras de açúcar e etanol, comocaldeiras, turbinas, trocadores de calor e seusacessórios.

José Campanari Neto, diretor técnico daMCE Engenharia, abriu o ciclo de palestrasexpondo as questões que envolvem a adoçãodo ciclo regenerativo para aumento daeficiência na geração de energia. Campanaritambém alertou os presentes sobre asrecentes mudanças havidas no bagaço usado

como combustível nas caldeiras, decorrenteda colheita mecanizada, e suas implicaçõesno projeto desses equipamentos. Lembrouainda que a iminente produção de etanol de2ª geração, conhecido como 2G, trará novosdesafios quanto ao balanço térmico daindústria e à queima de seus subprodutos,como a lignina.

As questões que envolvem a combustãodo bagaço e sua otimização foramabordadas por Carlos Eduardo de Abreu,diretor da Engboiler, que também dissertousobre os conceitos básicos que devem serconsiderados na aquisição de caldeiras e ainstalação de sistemas de lavagem de gases.

Falando sobre um dos temas que mais

despertam o interesse do setor na atualidade,Hélcio Lamônica e Francisco Lineiro dodepartamento de engenharia do CTC,abordaram o uso da palha comocombustível, seu impacto na indústria e suaaplicação em conjunto com o etanol 2G,ressaltando em comparativos, seus benefíciose custos. (FPM)

Nas palestras que abordaram caldeirase equipamentos auxiliares, Afrânio LuisLopes da Engenharia de Aplicações daCaldema elencou todas as mudanças emelhorias havidas nas caldeiras produzidaspela empresa, tanto em seu projeto, como naadoção de novos materiais quepossibilitaram alcançar um elevado patamarde desempenho e confiabilidade. Traçoutambém um perfil comparativo entre osistema de grelhas “pin-hole” e o leitofluidizado.

A importância do tratamento de água esuas implicações para as caldeiras de alta

pressão e qualidade de vapor para turbinasde alta potência usadas nas centraistérmicas das usinas e os problemas maiscomuns encontrados, foram abordados porRogério Dutcosky da GE Water,fornecedora de sistemas especializados paratratamento de água.

A recém introduzida tecnologia de leitofluidizado para queima de biomassa foiapresentada por Jesus Sanchez, diretorcomercial da HPB Engenharia que detalhouas características operacionais desse sistemafrente às novas possibilidades decombustíveis na indústria sucroenergética.

O Condensador Evaporativo e a NévoaTurbulenta, tecnologias introduzidas nosetor pela Citrotec para proporcionarredução no consumo de vapor e água noprocesso produtivo das usinas foramabordadas por Guilherme Fernandes daengenharia da empresa, que enfatizou suasvantagens.

O Grupo São Martinho, representadopor Oscar Paulino, coordenador deQualidade Industrial, discorreu sobre aexperiência e os bons resultados obtidospelo Grupo com a caldeira de leitofluidizado fornecida pela HPB Simisa e o

Condensador Evaporativo da Citrotec.Através de Humberto Vaz Russi,

diretor da Aliança Engenheiros Associados,os participantes também puderam ter umenfoque sobre a atual legislação queenvolve os projetos de geração de energia namodalidade de cogeração e também asoutras formas de geração previstas naMatriz Energética Brasileira de 2013, comoa eólica e a fotovoltaica. Complementando o tema, Russi explicou os modos de acesso aos sistemas de distribuição, ametodologia e os requisitos para entrada nosistema. (FPM)

Sinatub promove curso de caldeiras, vapor e energia

José Campanari abriu o ciclo de palestras

Oscar Paulino, coordenador de qualidade industrial do Grupo São Martinho Humberto Vaz Russi abordou a legislação que envolve os projetos de cogeração

Palestrantes abordam tecnologias para cogeração

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O S E T O R S E E N C O N T R A N O S I N A T U B

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FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A irrigação é uma estratégia importante para asusinas por permitir aumento de produção, sem que sejamnecessários investimentos em novas áreas de cultivo, poispermite um aumento significativo na produtividade dasáreas existentes, evitando o custo de formação de novoscanaviais.

Segundo a Lindsay, uma empresa especializada emirrigação, e fabricante dos Pivôs Zimmatics, aumentar adisponibilidade hídrica pode em determinados casosdobrar a produtividade do canavial, principalmente emáreas de pouco volume ou chuvas esparsas.

A Lindsay oferece gerenciamento total daimplantação do projeto através do sistema “turn-key” quecuida não apenas da montagem de pivôs, mas também detodas as obras de infraestrutura necessárias para aoperação do sistema, incluindo casa de bombas,tubulação, parte aérea, entre outros equipamentos eacessórios.

Os projetos turn-key executados pela Lindsayproporcionam às usinas a centralização do serviço em umúnico fornecedor, facilitando a comunicação e orelacionamento durante a execução da obra e montagemdos equipamentos dentro dos cronogramas estabelecidos.

Outro diferencial da empresa é o “FieldNet”, sistemade gerenciamento de pivôs a distância, que foi desenvolvidopensando na mobilidade e otimização do tempo. Essesistema permite o controle dos pivôs de irrigação àdistância, em qualquer lugar, sendo necessário apenas oacesso a internet. As informações podem ser obtidas emtempo real pelo operador, otimizando o trabalho, efacilitando o dia a dia da administração agrícola.

Para acessar o sistema é necessária apenas ainstalação de um rádio transmissor em cada pivô, que secomunica com um receptor instalado no campo. Oequipamento que recebe as informações deve estarconectado a internet, e disponibiliza as informações emtempo real através do portal da Lindsay.

o FieldNET além de permitir acesso remoto a todos oscontroles do pivô central, fornece relatórios completos com

a quantidade de água e agroquímicos aplicados durantecada irrigação ou safra e informações sobre todas asoperações realizadas pela máquina.

O sistema pode ainda ser acessado e operado viacelular, através de aplicativos desenvolvidos paraaparelhos do tipo iPhone, Blackberry e os dotados desistema operacional Android, facilitando a administraçãodas atividades de campo.

Irrigação pode dobrar produtividade

Pivôs Zimmatics Lindsay e equipamentos para irrigação

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Assim como para outras espéciesvegetais, a disponibilidade hídrica éfundamental para o desenvolvimento dacana e consequentemente para suaprodutividade, permitindo com isso quehaja maior desenvolvimento da planta emaior quantidade de sacarose produzida,que é o objetivo a ser alcançado sob oponto de vista industrial.

As condições climáticas nas regiõesonde os canaviais estão localizadosfrequentemente podem ter variaçõesdrásticas nos regimes de chuvas,afetando as plantas e diminuindo suaprodutividade por hectare.

O tipo de solo é outro fator que afetaa disponibilidade hídrica para as plantas,pois solos arenosos tendem a reter menoságua, mesmo que o regime de chuva sejaadequado. Portanto o uso da irrigação éuma ferramenta importante paraassegurar a produtividade almejada.

Nas regiões norte e central do Estadode São Paulo, usualmente a irrigação éfeita pelo subproduto da produção doetanol, a vinhaça, que também é rica empotássio, um dos nutrientes para a cana.Mais a oeste, abrangendo também aRegião Centro-Oeste, o clima é mais seco,

com solos mais arenosos, assim, além davinhaça, a água também é empregada, talcomo na Região Nordeste do Brasil,compensando as necessidades hídricasdo canavial.

Em todos esses casos é necessáriauma infraestrutura logística que permitadistribuir a vinhaça ou se fazer a irrigaçãode maneira uniforme por todas as áreasde plantio, obedecendo-se as necessidadesparticulares de cada segmento de terreno.

A Germek Equipamentos, projeta efabrica conjuntos de motobombaacionados por motores elétricos ou adiesel para irrigação. Na última Agrishow,a empresa apresentou um conjunto demotobomba acionada por motorempregando etanol como combustível,ampliando seu leque de opções.

Os conjuntos de motobombafornecidos pela Germek possuemquadros de comando especialmenteprojetados para trabalho no campo esistemas de proteção para desligamentodos motores.

Estes conjuntos podem também serusados para fertirrigação, agregando-senutrientes para a cana, conformerecomendação agronômica. (FPM)

Motobombas foram

especialmente

projetadas para irrigação

Motobomba movida a etanol

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Na lavoura canavieira todos osesforços são feitos de maneira que seobtenha a maior produtividade possível,pois isso além de trazer maior ganhofinanceiro, também dilui os custos demanejo da lavoura por unidade de área.Porém, há regiões que embora sejampropícias ao cultivo, nem sempre possuemdisponibilidade hídrica satisfatória para odesenvolvimento normal dos canaviais.Nessas regiões, onde as precipitações sãomenores do que o necessário, como porexemplo no Nordeste e Centro-Oeste doBrasil, além de microrregiões mais secas,onde a pluviosidade é normalmentesatisfatória, a irrigação se apresenta comouma solução.

Existem vários métodos possíveis deirrigação, mas segundo Daniel Pedroso,agrônomo especialista em irrigação daNetafim™, empresa de origem israelense, airrigação por gotejamento é mais vantajosaque os sistemas convencionais, pois atravésdo gotejamento temos um controle melhorda quantidade de água que estamosutilizando. “Por termos acesso às raízes daplanta durante 100% do seu ciclofisiológico, podemos disponibilizar aquantidade de água quando e na

quantidade que a planta precisa”.O uso dessa técnica de irrigação traz

como benefícios um acréscimo deprodutividade que muitas vezes ultrapassaa casa dos 100% e o aumento dalongevidade útil do canavial para 10 a 12cortes, o que significa uma redução doscustos de reforma e de perda de área paraplantio.

A respeito da aplicabilidade dairrigação por gotejamento, Danielargumenta que o sistema é sem dúvidamais viável em áreas onde a chuva élimitante para a cultura de cana, mastemos vários casos mesmo no Estado deSão Paulo onde tivemos um aumento de50% na produtividade, onde a média era90 t/ha e passou para 140 t/ha. Alémdisso, eles conseguiram reduzir o custo comherbicidas, pois a cana irrigada fecha maisrápido e com a mão de obra na lavoura,para outros manejos, como adubar ouaplicar inseticida. Com o aumento deprodutividade e com a maior longevidade,o investimento feito no sistema de irrigaçãoretorna com bastante rapidez, havendocasos onde o investimento realizado sepagou em até duas safras pelo aumento daprodutividade obtido. (FPM)

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Para que haja um desenvolvimentosatisfatório e uma produtividade adequadada cana-de-açúcar, principalmente em áreascom deficiência hídrica a irrigação é umatécnica indispensável para se obter bonsresultados.

Entre as modalidades de irrigaçãodisponíveis, uma das mais simples é airrigação por aspersão, que também é muitoutilizada na aplicação de vinhaça na lavoura.

Essa modalidade de irrigação ébastante semelhante à precipitação natural epermite que sejam adicionados defensivoscontra pragas e doenças e nutrientes emadubação foliar, uma modalidade denutrição que cada vez mais ganha adeptosna cultura canavieira.

Como normalmente são utilizadosbaixos volumes de água, o que resulta emeconomia de energia, a aspersão tambémevita que sejam formados alagamentos quepoderiam por sua vez, causar danos àlavoura.

A Raesa, empresa de origem

espanhola, produz uma série deequipamentos e acessórios para a irrigaçãopor aspersão. São tubos, engates, curvas easpersores que possibilitam a montagem deum sistema modularizado que se adaptafacilmente às necessidades das diferentesáreas de plantio.

O material usado nas tubulações é oalumínio, que apresenta a vantagem de serdurável e ao mesmo tempo ser leve,facilitando seu armazenamento, transporte einstalação e posteriormente suadesmontagem quando da transferência paraoutra área de aplicação.

Graças a essas característicasconstrutivas, esse método de irrigação ébastante flexível, e não demanda mão deobra especializada para sua montagem emanutenção, o que por si só já é um grandefacilitador.

Por sua modularidade, pode ter suadisposição no terreno modificada a qualquermomento de acordo com as necessidades dalavoura. (FPM)

Aspersão simplifica a irrigação

Nos últimosanos, visando omanejo sustentávelda vinhaça eaumento deprodutividade doscanaviais por meiode irrigação, váriosprojetos defertirrigação têmsido implantadosnas regiõescanavieiras.

A Edra,empresa fabricantede tubulações, tanque e sistemas deresfriamento de vinhaça tem realizadoprojetos de fertirrigação pelo sistema turn-key em parceria com as empresas Metro ePena&Pena, que juntas oferecem desde oproduto até a execução de todas as obrasnecessárias aos projetos.

Isso inclui a responsabilização pelosfornecedores e prestadores de serviço,desde a compra de material e até a mão deobra especializada necessária às obras,entregando aos clientes um sistema defertirrigação pronto para a operação.

Nos últimos anos, a Edra já realizouobras para vários grupos sucroenergéticos,estando entre seus clientes empresas comoLDC, Guarani, ETH e Raízen.

As três empresas parceiras têminvestido constantemente em tecnologia erecursos humanos. A Edra deve inaugurarnos próximos meses sua nova fábrica, quepossui uma tecnologia italiana para a

produção de tubos de grande diâmetro, einiciou o ano com 90 contratações paraatender os contratos fechadosrecentemente.

A Metro, por sua vez, investiu em umanova máquina valetadeira, com velocidadee força para abrir até 5 metros de vala porminuto. “Essa é uma máquina de altodesempenho que quebra qualquer tipo desolo. Tenho certeza que essa aquisiçãofacilitará o fechamento de novos contratos,pois o custo operacional dela é muitobaixo, já que ela é de alta velocidade ecapaz de triturar o solo, pedras e já formara areia que irá cobrir a tubulação, além deotimizar o prazo e tempo de obra”, afirmaZanatta.

Já a Pena&Pena além deinvestimentos em pessoal e equipamentosdestaca as recentes certificações emISO9001 e OHSAS18001 que diz respeitoà segurança e higiene do trabalho. (FPM)

Sistema turn-key facilita aimplantação de fertirrigação

Irrigação por gotejamento economiza água e energia

A nova valetadeira da Metro

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Maximiliano Salles Scarpari: preocupação com possível geada

Método eficaz de manejo tem relação direta com a produtividadePara pesquisador do IAC, safra 2013/14 surpreende noinício, mas desfecho dependerádas variáveis climáticas

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A queda de produtividade registrada na última safrade cana-de-açúcar no Brasil fez com que 2013 se tornasseuma incógnita para o setor. O assunto foi tema de debatede mais uma reunião do Grupo Fitotécnico, realizada em

maio, na cidade de Ribeirão Preto, SP. Na ocasião, mais de100 pessoas participaram do encontro, que abordou aindaos avanços no uso de modelagem como ferramenta auxiliarna estimativa de safra, além do manejo da cana nosambientes de produção.

Para o pesquisador do Centro de Cana IAC,Maximiliano Salles Scarpari, ao menos no Centro-Sul, oinício de trabalho foi positivo. “A safra caminha bem. Emtermos de produtividade a situação é bem melhor do quetivemos no último ano. Foram 40 dias de estiagem queauxiliaram o trabalho neste início. A chuva veio no fim demaio, começo de junho, mas acredito que não prejudicaráo rendimento. Até o momento, a expectativa é positiva,tanto em produtividade como em ATR”, explica.

Contudo, o especialista faz um alerta ao setor.

Historicamente, os meses seguintes costumam ser secos ecom geadas, o que pode interferir na produtividade. “Oproblema é se tivermos uma seca grave no decorrer do ano.Se não chover de junho até outubro, a situação podemudar. Sem contar a questão das geadas, que ocasiona aperda dos talhões”, afirma.

A estimada melhora de produtividade se deve tambémaos métodos de manejo aplicados na entressafra. Scarpariacredita que esta mudança se deu pelos erros cometidos noúltimo ciclo, além de algumas adaptações necessárias.“Tomamos um susto na última safra. O setor precisou revera parte de manejo, já que o clima é imprevisível. A questãodo plantio e colheita mecanizados, por exemplo, evoluiubastante. Toda essa melhora acaba refletindo no campo”,finalizou.

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Foi inaugurada no último dia 19 dejunho, em Rio Brilhante, Mato Grosso doSul, a Usina Termelétrica Passa Tempo, daBiosev, divisão de energia da francesaLouis Dreyfus. O projeto recebeuinvestimentos de aproximadamente R$163 milhões.

A UTE, movida a partir do bagaço decana-de-açúcar, além de suprir aeletricidade utilizada pela usina, será capazde gerar 45 MW de energia excedente.

USINA MANOEL DA COSTA FILHOPODE VOLTAR A MOER NO CEARÁ

Depois da intervenção do governadordo Ceará, Cid Gomes, o estado poderá voltara produzir açúcar e etanol. Isso porque aUsina Manoel da Costa Filho, de Barbalha,região metropolitana de Juazeiro do Norte,Cariri cearense, fechada desde 2005, acabade ser adquirida pelo governo por R$ 15,4milhões, no leilão realizado pela Justiça doTrabalho, no dia 7 de junho, em Fortaleza.O lance foi dado pelo presidente da Agênciade Desenvolvimento do Ceará, RobertoSmith e parabenizado pela Unida - UniãoNordestina dos Produtores de Cana.

Quando estava em plenofuncionamento, somente a Usina Manoelda Costa Filho representava 4% do PIBestadual. Para Alexandre Andrade Lima,presidente da Unida, a posição do governofoi a mais justa e acertada, mostrandosensibilidade com o seu povo e com a suavocação econômica. A região do Cariri

possui excelente potencial da produçãocanavieira, porém, estava sem perspectivacom o fechamento da usina. “A suaaquisição, acompanhada de suarequalificação, promoverá odesenvolvimento socioeconômico da regiãomais uma vez”, comemora.

Logo após o arremate da usina pelogoverno, Lima, que acompanhou o leilão,foi convidado pelo secretário doDesenvolvimento Agrário, Nelson Martins,para contribuir no processo que definirá omodelo de gestão da unidade.“Defendemos, que a usina seja vendida a

uma cooperativa de produtores cearensesde cana, que pagaria o montante investidopelo poder público, na medida em que ausina volte a produzir”, diz. O dirigentecogita ainda a comercialização e operaçãodela por meio de uma Parceria PúblicoPrivada (PPP).

Biosev inaugura termelétrica no Mato Grosso do Sul

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Com objetivo de estreitar orelacionamento com os fornecedores decana-de-açúcar, a Raízen inicia a safra2013/14 com o lançamento do ProgramaCultivar. Por meio do suporte agronômico,por exemplo, os fornecedoresparticipantes terão oportunidade deincrementar a produtividade e qualidadedo seu canavial. “Formamos um timeespecializado, que estará no campo, juntocom o fornecedor, buscando a melhorforma de planejar a lavoura e torná-lamais rentável”, conta Carlos Martins,diretor de Fornecedores e ParceriaAgrícolas da Raízen.

Nesta primeira fase do projeto, aempresa disponibilizará assessoriatécnica em três operações: amostragem desolo, levantamento de pragas esistematização da área. Todo o processoserá monitorado pela empresa por meiode um Relatório de Visita Estruturada(RVE), que será preenchido peloagrônomo em todas as visitas às áreas dofornecedor. Esse documento, além detrazer informações sobre as condições dalavoura, também servirá para auditar osparceiros quanto às questões ligadas àsustentabilidade.

Outro benefício que os fornecedorespoderão obter é o uso de linhas de créditoque estão sendo negociadas pela Raízenno mercado financeiro para os seusparceiros filiados ao programa Cultivar. Aideia é compartilhar os benefícios da

solidez e credibilidade da empresa com osseus parceiros agricultores.

Em um primeiro momento, a Raízencontará com a participação dos seus 150maiores fornecedores de cana. Após esse

período de implementação e adaptação, aideia é expandir o programa aos demaisfornecedores gradualmente. “Por ser umainiciativa inovadora e desafiadora, foinecessário estabelecer uma quantidade

gerenciável de parceiros nesta primeirasafra para que o programa se estabilizeantes de ampliarmos o escopo”, afirmaMartins. O programa conta cominvestimentos iniciais de R$ 5 milhões.

Raízen inicia programa que beneficia fornecedores

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No último dia 11 de junho, aUsina Coruripe apresentou seu novodiretor administrativo, oadministrador de empresas, FábioTanaka. O novo colaboradorparticipou de uma reunião junto aopresidente da empresa, JucelinoSousa, além de gerentes ecoordenadores do Grupo TércioWanderley. Com a nomeação, aempresa termina o processo deformação da nova diretoria.Anteriormente, já haviam sidoanunciados os diretores Comercial,Francisco Vital; de Produção, CarlosMarques; e Financeiro, EduardoAssumpção.

Fábio Tanaka tem 42 anos e,além de administrador de empresas, épós-graduado em Finanças eMarketing. Atuou em multinacionaiscomo Monsanto e Coca-Cola. Nosúltimos quatro anos, foi diretorfinanceiro da MPX Energia. “Estoumuito feliz em fazer parte dessa

grande família. Vim para ajudar econto com o apoio de todos. Vamosbuscar a melhoria de processos, comganhos de sinergia e performance”,disse Tanaka.

Arakaki faz treinamento sobre uso correto de defensivos

Coruripe apresenta novodiretor administrativo

No último dia 12 de junho, a sala detreinamentos do Grupo Arakaki, recebeualunos do Curso Técnico Agrícola da Etec,José Luiz Vianna Coutinho, de Jales (SP).Esses estudantes participaram do cursosobre Tecnologia de Aplicação deDefensivos Agrícolas e uso Correto eSeguro de Defensivos, ministrados pelosinstrutores da Arysta LifeScience, os

engenheiros agrônomos Clodoaldo DutraFlaitt e José Geraldo da Silva Junior, alémdo professor da Etec de Jales, José JorgeMolina.

O treinamento contou com aparticipação de 20 alunos, que tiveramcontato com a prática com o uso correto deEPIs para a aplicação e manuseio dedefensivos.

Em 5 de junho foi comemorado o DiaMundial do Meio Ambiente e da Ecologia.Para celebrar a data, a Della ColettaBioenergia realizou uma ação deconscientização com crianças atendidaspelo “Programa Segundo Tempo”. Cercade 100 jovens assistiram a um vídeo queapresenta o processo de produção doaçúcar e etanol, além de ações depreservação e recuperação do meioambiente realizadas pela usina.

Em seguida, os beneficiados foram acampo observar três destas iniciativas:utilização da vinhaça para a adubação dalavoura de cana, mecanização da colheita

da cana crua e reflorestamento econservação de Áreas de PreservaçãoPermanente (APPs).

Esta última é realizada há seis anos,sendo responsável pelo plantio de 70 milmudas de 80 espécies de árvores nativas eexóticas, entre elas pitanga, jaboticaba,jacarandá, cedro rosa, figueira, ameixa,urucum, goiaba, ipê, aroeira, paineira e oiti.

Toda visita foi acompanhada peloconsultor de Meio Ambiente da DCBio, JoséFloriano Ditão, pelo técnico em Segurançado Trabalho da DCBio, Carlos AlbertoFeltrin, e por professores do "ProgramaSegundo Tempo".

Della Coletta desenvolve ações ambientais

Fábio Tanaka

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Tanto a produção de açúcar quanto ade etanol cresceram em base anual nasunidades industriais da Guarani,pertencente ao Grupo Tereos. Segundo seurelatório do Quarto Trimestre e Ano2012/13, a produção de açúcar aumentou11,7% para 1,5 milhão de toneladas, e ade etanol 4,7%, para 528.000 m3.

A empresa revela que a flexibilidadedas atividades industriais da Guaranipermitiu à Companhia manter foco naprodução de açúcar, que estava maisrentável, entretanto, a produção de etanoldeverá ser favorecida no mix de 2013/14(de 36% em 2012/13 para 40% em2013/14), dado melhores perspectivas depreço. Outro destaque do documento sãoas atividades de cogeração, já que asvendas de energia cresceram 43% para523 GWh (incluindo atividades detrading), com parte do volume vendida apreços no mercado à vista mais elevados."Para a próxima safra, a Guarani esperaquase dobrar o volume de energiacogerada como parte de seu programa deinvestimento", segundo o documento.

Em seu relatório revela que asperspectivas para a safra 2013/14 sãopromissoras, com uma expectativa demoagem de 20 milhões de toneladas decana-de-açúcar, o que elevará as taxas deutilização de capacidade instalada,diluindo custos fixos. "A mecanização dacana-de-açúcar própria deverá alcançar

95% na safra de 2013/14, e o percentualde plantio mecanizado também estáaumentando", enfatiza a empresa.

Na safra de 2012/13 foram plantadoscerca de 55.000 hectares nesta safra (25%de expansão e 75% de renovação). Segundoo relatório, em vista disso, os rendimentosde cana aumentaram de 70 toneladas/haem 2011/12 para 84 toneladas/ha em2012/13, totalizando moagem de 18,2milhões de toneladas (+11,5% em baseanual). O volume de 30% da cana-de-

açúcar moída nesta safra foram cultivadospela Guarani em terras arrendadas e orestante, por terceiros através de contratosde longo prazo. Não houve atividade demoagem no quarto trimestre, apenas refinoe cogeração. "Apesar dos bons resultadosem cana, o teor de açúcar na cana,entretanto, totalizou 135 kg ATR/tonelada,abaixo dos 138 kg de ATR/tonelada. Acombinação de maior rendimento agrícolacom um ATR (Açúcar Total Recuperável)ligeiramente mais baixo elevou a produção

final em 9% em relação à safra anterior. AGuarani também aumentou o mix deprodução de açúcar (64% em 2012/13 vs.62% em 2011/12) para se beneficiar dasmaiores margens do açúcar comparado aoetanol (em base equivalente)", diz odocumento.

Segundo o presidente do conselho,Alexis Duval, apesar do crescimento dareceita, o ano fiscal 2012/13 apresentouinúmeros desafios devido a menorespreços do açúcar e altos custos dos cereais,que impactaram na rentabilidade,particularmente no segundo semestre."Nossos resultados foram tambémimpactados pelo início abaixo do esperadoda produção de glúten em Lillebonne.Nosso programa de plantio no Brasil jáapresenta bons resultados comcrescimento previsto na cana-de-açúcarprocessada de 10% nesta safra. Nosegmento de amido & adoçantes,avançamos em nossos esforços dediversificação. Já iniciamos os testes deprodução de amido de milho no Brasil e aextensão do acordo com a Wilmar nospermitiu ampliar nossa presença na Chinapara amido de milho, com uma segundaparceria, que complementará a unidade deamido de trigo em construção emDongguan. Estamos confiantes que estaestratégia posicionará a TereosInternacional bem para o longo prazo",confirma.

Grupo do Paraná incentiva educação ambiental A Sabaralcool doou três conjuntos de

lixeiras para escolas municipais deEngenheiro Beltrão e Ivailândia, que alémde mudar a realidade dos estabelecimentosde ensino, está auxiliando na educaçãoambiental dos alunos e na separação dolixo produzido. Todo o resíduo geradopelos estabelecimentos de ensino, antesdas lixeiras, era depositado em sacolas

plásticas e enviado para o aterro sanitáriodo município. “Melhorou muito com aslixeiras. Antes o material era depositadoem sacolas plásticas e esta situaçãoacabava dando oportunidade para aproliferação de mosquitos e outros insetos,colocando em risco a saúde das crianças.Hoje este cenário é totalmente diferente”,comentou a Secretária Geral da escola

municipal João Varela, do distrito deIvailândia, Luciana Cristina Kestering.

Segundo ela, os alunos aprenderam aseparar os resíduos e a destinar na lixeiraadequada. “Eles criaram o hábito decolocar o lixo no local correto. As lixeirasmudaram a realidade da escola quanto aoarmazenamento dos resíduos”.

Michele Paro da Mota, Diretora do

Centro de Educação Infantil de Ivailândia,lembra que as lixeiras contribuem paraorientar os alunos desde a infância. “Osprofessores desenvolvem trabalhosvoltados à reciclagem e aoarmazenamento adequado. Desde cedoestamos orientando nossos alunos aseparar e depositar o resíduo em locaisadequados”, finaliza.

Tereos dedicará mais cana para etanol e dobrará produção de energia

Unidade industrial São José, da Guarani

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ENTREVISTA - Paulo Saldiva

“Política para combustíveis deve considerar custos em saúde”“Já existem medidasrígidas na áreaambiental mas não temosainda a sociedadeprotetora do ser humano”

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

“O etanol deveria ser mais barato paraque as pessoas usassempredominantemente esse combustível. Épreciso contar com uma políticadiferenciada que leve em conta naconstrução da planilha as economias emsaúde”. Essa opinião é do chefe doDepartamento de Patologia da Faculdadede Medicina da Universidade de São Paulo(USP), Paulo Hilário Nascimento Saldiva,que realiza, entre outras atividades,pesquisas sobre os impactos da poluiçãourbana na saúde dos cidadãos. O InstitutoNacional de Análise Integrada de RiscoAmbiental do CNPq, que é coordenado porele, já desenvolveu trabalho,demonstrando, por exemplo, que o maioruso de etanol nos grandes centros urbanosreduz o número de internaçõeshospitalares e de mortes prematurascausadas por doenças respiratórias ecardiovasculares devido ao aumento dapoluição.

JornalCana - Imaginando umcenário ideal, com a utilização de maiorvolume de etanol em carros, motos,ônibus, caminhões, quais seriam osefeitos para a qualidade do ar em SãoPaulo e em outras grandes cidades?

Paulo Saldiva – Hoje tem doispoluentes que estão acima dos padrões dequalidade do ar da Organização Mundialde Saúde em quase todas as capitaisbrasileiras. Um é o ozônio e o segundo sãoas partículas finas. No tocante à produçãode precursores de ozônio e considerando acomposição atual da gasolina brasileira, oetanol emite menos precursores de ozônio.Então teoricamente o maior uso de etanolvai diminuir a reatividade fotoquímica dospoluentes da atmosfera,consequentemente, é esperado que oozônio decaia. O etanol tem também umaemissão de partículas finas 90% menor emrelação à gasolina.

Quais são os benefíciosproporcionados pela utilização de etanolem ônibus?

O uso do etanol como combustível deônibus é muito importante Nos corredoresde transporte coletivo, fica muita genteesperando ônibus, respirando ar poluído.Ônibus movido a etanol proporciona umaredução da emissão de partículas finas dequase 90%. Além disso, diminui o númerode casos de mortes e de internaçõeshospitalares provocados pela poluição.

O uso de combustível renovável, emlarga escala, tem muito a contribuir com

a melhoria da qualidade de vida?Exatamente. Por isso, a cidade de São

Paulo foi pioneira na implantação de umprograma municipal de redução de gasesde efeito estufa. Está previsto que a asempresas não terão, a partir de 2018,veículos rodando com combustível fóssil nafrota cativa de ônibus do município. Vaientrar etanol, biodiesel, eletricidade.

Como pode ser solucionada aquestão do custo dos combustíveisalternativos que geralmente apresentaum valor mais elevado que oscombustíveis fósseis?

O empresário não vai pagar a contasozinho e melhorar a saúde das pessoas àscustas do lucro dele. O proprietário deveículo, quando há aumento do preço doetanol, também vai direto para a gasolinasem pensar em nada. Não dá paraimaginar um altruísmo empresarial. Não éassim que funciona.

O que falta então é uma políticapública nessa área?

Por que houve tanto investimento no

diesel? A Organização Mundial de Saúdeestá divulgando um estudo classificando odiesel reconhecidamente comocarcinogênico. Como custa caro cuidardisso, este valor não é considerado dentrodo próprio negócio. As chamadasexternalidades não são externas, sãointernas ao negócio. Então é isso que falta.Enquanto existe uma política ambientalmuito rígida na floresta – deve ser assimmesmo –, não temos ainda a sociedadeprotetora do ser humano. É preciso criaruma política pública, no setor decombustível, que considere o custo emsaúde como elemento central.

Mas, a gasolina e o diesel não estãosendo privilegiados atualmente?

O subsídio, que é dado ao diesel, visareduzir o impacto da inflação e uma sériede outras coisas, como melhorar as contasda Petrobras. O próprio aumento do teorde etanol, de 20% para 25%, ocorreuporque a Petrobras está gastando muitodinheiro com a importação da gasolina.Não foi considerada nem de longe a ideia

de que vai ser reduzida a poluição. Nãoexiste isso na nossa política. Houvetambém um aumento do número deveículos circulantes, com a isenção deimpostos para a aquisição de carros, comuma política de preços que favorece agasolina. Não produzimos mais gasolinasuficiente para o aumento da frota e para aintensidade do uso da frota. As pessoasestão subsidiando gasolinaindependentemente de usarem ou nãocarro. O imposto pago por nós, que seriausado em transporte, posto de saúde,educação ou segurança pública, acabasendo utilizado em parte para subsidiar agasolina. É preciso levar em conta que oestímulo do uso da gasolina por causa dopreço, provoca uma perda da qualidade doar na cidade. Aumenta o ozônio e apartícula.

A elevação da mistura de etanol nagasolina, de 20% para 25%, já melhoraum pouco a qualidade do ar?

Melhora um pouco. Diminui a emissãode compostos capazes de formar ozônio.Há também uma redução da quantidadede material particulado na atmosfera. Umestudo que realizamos em 2010 mostrouque a redução de 25% para 20% gera umcusto de dois milhões de dólares a mais porano na cidade de São Paulo, equivalente àsdespesas do SUS para 400 internações porcausa de doenças respiratórias ecardiovasculares. Com esse dinheiro, épossível fazer anualmente três unidadesbásicas de saúde de qualidade, totalmenteequipadas. Tudo isto tem que ser levadoem consideração.

O que precisa ser feito para quesejam criadas condições, de maneiraobjetiva, que incentivem o uso deetanol?

É necessário criar condiçõeseconômicas para isto. A adesão envolvemudanças de hábitos. Se o indivíduodeixar o carro em casa, tomar banho decanequinha, não comer mais carnevermelha, ficar no escuro a noite, daqui a50 anos cai o nível de CO2. Ninguém fazisto. É preciso dizer que se ele utilizar otransporte coletivo, vai andar quatroquilômetros a mais por dia sem perceber,vai reduzir peso e diminuir o risco dedoença cardiovascular, de osteoporose. Seele comer menos carne vermelha, vaireduzir o risco de câncer de tubo digestivo eassim por diante. As pessoas têm queenxergar uma vantagem. Se o etanol nãotiver uma política de preço favorável, aspessoas fazem a conta no posto eabastecem com gasolina, O etanol deveriaser mais barato para que as pessoasusassem predominantemente essecombustível. No caso do ônibus, oempresário não pode perder dinheiro comisso. É preciso contar com uma políticadiferenciada que leve em conta naconstrução da planilha as economias emsaúde. A Suécia fez essa conta e utilizaetanol no transporte coletivo. O Brasil nãofez ainda.

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Vida humana precisaser mais valorizada

“Está ficando tão desagradável viver em uma cidadecomo São Paulo que eu acredito que este desconforto nósfaça sair dessa situação”, diz Paulo Saldiva

A cidade que Paulo Saldiva “sonha”, ou melhor,estuda, pesquisa e projeta tem uma enorme empatia coma aspiração de muitos cidadãos que desejam uma vidamais saudável. Aspirar, nesse caso, pode significartambém respirar melhor. Pelo menos isto. É claro que oetanol é apenas um ingrediente nesse processo detransformação. Pode ajudar – e muito – a tornar a cidadeuma “sociedade protetora do ser humano”, expressãousada pelo próprio Saldiva.

Há números que não negam isto. O estudo realizadoem 2010 pelo Instituto Nacional de Análise Integrada deRisco Ambiental do CNPq, que é coordenado por ele,revelou que se toda a frota de ônibus da regiãometropolitana de São Paulo substituísse o óleo diesel poretanol, haveria a diminuição de 4588 internaçõeshospitalares e de 745 casos de mortalidade precoce porano, o que equivale a diminuição de custos anuais de US$146,5 milhões.

A vida humana precisa ser mais valorizada com umapolítica nessa área voltada para a saúde, enfatiza o chefedo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicinada USP. E será que é preciso de mais números para isto?Um trabalho desenvolvido por um consórcio depesquisadores da Cidade do México, Santiago, do Chile, eSão Paulo demonstrou – revela Paulo Saldiva – que caso acapital paulista reduzisse a poluição do ar em 20% emtermos de partículas, entre 2000 e 2020, seriam evitadasmais de cem mil mortes. “É uma cidade”, constata.

Há uma pergunta que fica no ar e se dissipa em meioà poluição: O que está faltando para sensibilizar políticos eadministradores? Paulo Saldiva diz que é otimista emrelação ao futuro. Ele explica o motivo: “Está ficando tãodesagradável viver numa cidade como São Paulo que euacredito que este desconforto nós faça sair dessa situação.E, a partir disso, começaremos a repensar a cidade”,filosofa.

Saldiva usa a sua vivência de médico para fazer umprognóstico. “Muita gente muda seus hábitos de vida paramelhor na UTI. O paciente que teve infarto, sempre avalia,nesses casos, se comeu ou fumou demais. E costuma dizer:‘vou me endireitar se eu sair dessa’. A doença tem umpoder transformador. Como as nossas cidades estãodoentes, a partir disso podem mudar”, observa.

Pior do que está não fica. Será? Depende de quem foreleito, por exemplo. A vida nos extensos aglomeradosurbanos não deve ser uma piada. De mau gosto. Umacidade como São Paulo não precisa ser tão inóspita,comenta Paulo Saldiva. Tudo deveria ser centrado –ressalta – em qualidade de vida. “A cidade deve servir oseu cidadão. E não o cidadão servir a cidade. É um poucodiferente. A cidade é um ponto de encontro, deenriquecimento cultural, de oportunidade de emprego, deeducação, de uma série de coisas”, afirma.

O cenário atual nos grandes centros urbanos estámuito longe do ideal. Cada vez fica mais “distante”também o sonho de chegar logo em casa após um árduodia de trabalho. “A mula andava a 14 quilômetros porhora na época dos bandeirantes, nós andamos entre 8 a10 por hora. Se eu for de mula para minha casa, vouchegar muito antes em relação ao tempo que levo para irde carro. Tenho uma mula de pedal que é a bicicleta. Mas,não há política para veículo não motorizado”, afirma. Deacordo com ele, o último levantamento é que o paulistanoperde em média duas horas e meia da vida dele por diapara se locomover.

Além disso, é preciso considerar que os níveis depoluição, durante o congestionamento, dentro do corredorde tráfico são duas a três vezes maiores do que a média dacidade. É necessário conviver ainda com outrosinconvenientes gerados pelo trânsito descontrolado. “Essebackground de ruído, com um monte de motorfuncionando, faz com que o sono não seja tão bom. Nãohá a produção adequada de certos hormônios, que ocorreno período de repouso, que são anti-inflamatórios eprotegem o coração. O próprio descanso do cérebro ficaprejudicado”, explica.

Mesmo que 100% da frota fosse composta porveículos elétricos, híbridos ou movidos porbiocombustíveis, seria solucionada uma parte doproblema com a redução da poluição, avalia o chefe doDepartamento de Patologia da USP. “Mas, não iria serresolvida a questão da mobilidade”, afirma. Segundo ele,existe a necessidade de uma visão mais sofisticada deadministração pública. “O nosso problema é a falta deuma gestão baseada em qualidade de vida. Estãosubjugando a nossa qualidade de vida a interesseseconômicos de grupos”, opina. (RA)

“Mula anda mais rápido do que carro”

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Especialista diz quemedidas de segurançaprecisam ser vistas comoinvestimentos, não gastos

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Dentre os gargalos vividos pelaindústria brasileira, segurança no trabalhoé um dos temas mais debatidos. Aexpressão “prevenir é melhor do queremediar” talvez seja a melhor definiçãopara o que ainda é preciso mudar. Nocenário sucroenergético não é diferente.Para Carlos Barbouth, presidente daSurvival Systems do Brasil, os gestoresprecisam ter consciência de que medidasde segurança são investimentos, e nãogastos. O especialista fala sobre anecessidade de mudança na culturabrasileira, embora ressalte a evolução jáalcançada na área. Confira a entrevistacompleta:

JornalCana: Como o senhor avalia aquestão de segurança no trabalho noBrasil?

Carlos Barbouth: Em termos delegislação, seja o que ainda está em trâmiteou o que já vigora, o país se encontra

respaldado. Claro que ainda sãonecessários alguns ajustes,aperfeiçoamentos que com o dia a diaacabam surgindo. Mas um dos maioresproblemas é fazer com que os gestoresentendam que segurança não é um gasto,mas sim, investimento. É claro que nãoestou generalizando, muito menos falandoapenas do setor sucroenergético. Noâmbito nacional, a mentalidade queprevalece é esta.

O que fazer para alterar estecenário? As fiscalizações não teriam estafunção?

A fiscalização acaba mitigando asituação. Durante a implantação dosrequisitos de segurança nas empresas, nemtodos os pontos são checados, mas apenaso mínimo necessário para ser aprovadopela fiscalização. Sei de casos, porexemplo, em que as brigadas de incêndionão são treinadas devidamente. Empresasde extintores interessadas em ganhar ocontrato oferecem certificados queviabilizam o processo. Isso acontece emdiversos segmentos. Infelizmente, no geral,só se leva em conta a fiscalização.

Como mudar esta mentalidade?É uma questão ampla. Deveríamos

conscientizar os empresários de que asituação conjuntural da empresa não podeinterferir nos investimentos nesta área. Épreciso buscar atender mais do que a lei

ENTREVISTA – Carlos Barbouth

Segurança no trabalho melhora, mas permanece longe da ideal

Carlos Barbouth

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exige. Existem práticas que nãosão obrigatórias, mas que trazemmelhorias e precisam serintroduzidas. Cada empresa temuma realidade diferente, portantoé preciso um trabalho especificopara cada uma delas. Por isso éimportante ir além da exigência dafiscalização.

Um dia será possível chegarao acidente zero nas indústrias?

Acredito que seja utopiapensar em “acidentes zero”. Claroque é preciso reduzir e amenizaros problemas causados. Em casode um desastre, incêndio,desabamento, enfim, uma série dereações é desencadeada. Tudo queafeta a saúde ou a integridadefísica do colaborador é um fatordesmoralizante. Além dostranstornos ao acidentado etambém aos seus familiares, oincidente acaba desmotivandooutros trabalhadores, que passama temer determinadas situações.Depois existe a possibilidade deinterdição por parte dafiscalização. Fechada, a empresanão produz, mas mantém seusgastos mensais. Ou seja, o prejuízoé bem maior. Sem contar oproblema gerado junto aos

fornecedores e clientes. O que se pode apontar em

termos de evolução na questãoda segurança?

Houve melhora ao longo dosanos. Por volta da década de 70, asituação era bem mais complicada.Naquela época, entre uma NR —Norma Regulamentadora e outra,levávamos cerca de 20 anos. Hojeas alterações, assim como osajustes, são mais rápidos.

Em que estágio está a NR´s,a 33, que trata da segurança esaúde nos trabalhos em espaçosconfinados?

Depois de muito esforço,tempo e trabalho, conseguimosque ela saísse do papel. A NR 33tem como objetivo estabelecer osrequisitos mínimos para aidentificação de espaçosconfinados e o reconhecimento,avaliação, monitoramento econtrole dos riscos existentes, deforma a garantirpermanentemente - medianteprocedimentos, treinamentos efornecimento de equipamentos - asegurança e saúde dostrabalhadores que interagemdireta ou indiretamente nestesespaços.

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Basquete Cidadão é umadas iniciativas que tem afinalidade de atendercrianças e adolescentesem situação devulnerabilidade social

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O setor sucroenergético brasileiro temmarcado gols de placa e feito cestas quevalem ouro quando o assunto é odesenvolvimento de práticas sociais pormeio da realização ou apoio de projetos naárea esportiva. Exemplo disso é o BasqueteCidadão, que atende aproximadamente300 crianças e adolescentes, de 10 a 18anos, de Maceió, AL, que vivem emsituação de vulnerabilidade social. Oprojeto conta com o suporte do Institutopara o Desenvolvimento Social e Ecológico(Idese), entidade criada pela UsinaCoruripe - Matriz, e da Federação deBasketball de Alagoas (FBA).

Essa iniciativa tem o objetivo dereduzir o número de crianças eadolescentes nas ruas, trabalhar o resgateda auto estima, estimular o exercício dacidadania e o desenvolvimento do senso deresponsabilidade e cooperação dosparticipantes do projeto, de acordo comValdir Gomes Costa, coordenadorvoluntário do Idese e coordenadorambiental da usina. A participação nessaatividade está associada à frequência e ao

rendimento escolar. “É necessário tercomprometimento com os deveresestudantis”, enfatiza.

O “Basquete Cidadão” atende alunosde escolas estaduais e municipaislocalizadas nas proximidades do Pavilhãodo Basquete Comendador TércioWanderley, que sedia o projeto. “O espaçoé grande, possui quatro quadras”,detalha. Monitores visitam também afavela do Jaraguá para verificar o interessede crianças e adolescentes, que moramnesse local, em participar das atividades.“Uma das metas é incentivar pessoas amudança de hábitos, a partir da práticado esporte, visando a melhoria da

qualidade de vida”, comenta.Com quatro monitores e um

professor, o “Basquete Cidadão” –implantado ha 14 anos – funciona desegunda a sábado. Cada grupo, divididoconforme a faixa etária, tem atividadeduas vezes por semana. Segundo ValdirCosta, 70% dos participantes são do sexomasculino e 30%, do sexo feminino.Mantido pela Usina Coruripe e aFederação de Basketball de Alagoas, oprojeto espera contar com outrosparceiros. “Há despesas com energiaelétrica, funcionários, material (bola,camisa), lanches, manutenção do prédio”,exemplifica.

Usinas desenvolvem

projetos na área esportivaUMA SELEÇÃODE CRAQUES

Entre outros jogadores dedestaque, revelados pelo BasqueteCidadão, destacam-se:

- Weslayne Dayane Santos, 18anos, atleta de Seleção Alagoana,convocada para a Seleção BrasileiraSub-15, que atualmente joga emAlagoas

- Alysson Rodrigo da SilvaSantos, 20 anos, atleta da SeleçãoAlagoana , convocado duas vezespara a Seleção Brasileira Sub-15em 2009. Atuou na equipe Central -Niterói/RJ, Macaé/RJ ,Araraquara/SP, Anápolis/GO, eatualmente está jogando na equipeGinástico/BH.

- Wilton Jorge Barbosa Melo,19 anos, atleta da SeleçãoAlagoana, convocado para SeleçãoBrasileira Sub-15 em 2009. Integraa equipe do CRB/AL.

- Eduardo Pinto Niero, 25anos, atleta da Seleção Alagoana,atuou por duas temporadas naequipe do Jaú/SP. Joga atualmenteno CRB/AL.

- Ulysses Cezar RodriguesMaia, 25 anos, atleta da SeleçãoAlagoana, atuou por duastemporadas na equipe do Jaú- SP.

- Emerson Acioli Matias daSilva, 25 anos, atleta da SeleçãoAlagoana, integrou a equipe do Jaú-SP por uma temporada.Atualmente joga em Alagoas.

- Jefferson Silva Monteiro, 24anos, atleta da Seleção Alagoana,atuou por três temporadas naequipe de Jaú-SP. Joga em Alagoas.

Entre os talentos revelados pelo projeto, incluem-se jogadores convocadospara a seleção brasileira sub-15

“O projeto serve de exemplo para o Brasil”, afirma ValdirGomes Costa. Ele destaca que equipes do Basquete Cidadãoparticipam de torneios em diversas cidades e estados. ”É um casode sucesso”, ressalta. Vários talentos têm sido revelados peloprojeto, diz. Três atletas, por exemplo, já foram convocados para aseleção brasileira sub-15. Outros têm atuado em equipesimportantes dessa modalidade esportiva, como Ginástico-BH eCRB-AL,

A atividade tem contado com o apoio do técnico da SeleçãoAlagoana de Basquete, Antônio Clóvis da Rocha, que inclusiveprestigia – informa o coordenador do Idese – a participação daequipe do projeto em torneios. Em outubro do ano passado, otécnico da Seleção Brasileira de Basquete, o argentino RubénMagnano, ministrou uma aula teórica e prática para alunos doBasquete Cidadão. “Ele falou sobre o início da carreira, aexperiência de vida dele e ainda realizou treinamentos. Esse tipo deatividade é um incentivo para os participantes do projeto”, afirmaValdir Costa. (RA)

Equipes participam de torneios em diversas cidades e estados

Valdir Gomes Costa: exemplo para o Brasil

Basquete Cidadão, da Coruripe, atende cerca de 300 crianças e adolescentes em Maceió, AL

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Objetivo de escola de futebol

é a formação de cidadãos

Estiva patrocinacategoria de base e“Atletas do Futuro”

A Usina São José da Estiva tambémestá preocupada com o desenvolvimentode ações na área esportiva. Essa unidadesucroenergética de Novo Horizonte, SP,patrocina o projeto “Atletas do Futuro”,cujos participantes – dependendo da faixaetária – disputam competições deatletismo em várias categorias para queseja aprimorada a experiência de cadaum nessas atividades.

Os atletas, que fazem parte desseprojeto, estão divididos em diferentescategorias: de 6 a 14 anos participam dosgrupos de recreação e de iniciação; apartir dos 14 anos integram a categoriade base e já podem fazer a preparaçãopara algumas competições. Após essafase, participam do grupo de elite, queoferece treinamento mais específico paracompetições federadas.

Outra iniciativa da Estiva na área deesportes é o patrocínio das categorias debase de futebol do Grêmio Novorizontino,de Novo Horizonte. SP. Assinado no finalde maio, o acordo estabelece a duraçãode um ano para o patrocínio e prevêrecursos para alimentação, transporte eplano de saúde dos atletas, entre outrasações. (RA)

Unidades sucroenergéticas têmrealizado e apoiado atividades esportivas,como forma de criar condições para apromoção e integração social, em diferentesestados brasileiros. Outro projeto nessa área éa “Escola de Futebol – Santa Rita – NúcleoPradópolis”, que é uma iniciativa da UsinaSão Martinho, por meio da “Lei Federal deIncentivo ao Esporte”, em parceria com aPrefeitura Municipal de Pradópolis,Ministério do Esporte e com o apoio doCentro de Gestão de Tecnologia e Inovação(CGTI).

A escolinha de futebol tem a finalidadede atender por um ano 150 alunos das redesmunicipal e estadual de ensino, com faixaetária entre 7 e 18 anos. Eles recebemuniformes, equipamento esportivo e contamcom acompanhamento de professorescapacitados para ministrar aulas de futebolde campo que são realizadas no CentroEsportivo Municipal. As aulas acontecemduas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, de manhã ou a tarde, dependendo doperíodo escolar do estudante. Além disso, aprogramação inclui atividades extras queocorrem periodicamente, aos sábados,voltadas à integração das equipes. Asupervisão técnica do projeto está a cargo doeducador físico e social Welberti Anderson daSilva, do CGTI.

Entre outras atividades, o projeto –

lançado em janeiro – conta com a realizaçãode palestras educativas. Essa escola defutebol de Pradópolis visa aliar o esporte àeducação escolar para contribuir com aformação de cidadãos. O objetivo não édescobrir craques para o futebol. Paraparticipar, o aluno precisa estar regularmentematriculado em alguma instituição de ensino,ter boa frequência e bom rendimento escolar.

De acordo com a área de ComunicaçãoCorporativa do Grupo São Martinho, oprojeto tem inicialmente duração previstapara um ano, com possibilidade deprorrogação e ampliação a partir daavaliação dos resultados alcançados. OGrupo São Martinho está estudando tambémoportunidades de desenvolver outros projetossimilares na área esportiva. (RA)

Escolinha de futebol da São Martinho atende 150 alunos por ano

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ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Um estudo revela que o mês de abrilregistrou recorde nas fusões e aquisiçõesno país. Tanto é que no acumulado de2013, foram anunciados 257 negócios,um incremento de 29% em relação aomesmo período do ano anterior, segundoa PwC Brasil, responsável pela pesquisa.Mas esse quadro parece não atingir o setorsucroenergético pelo menos nessa safra.Depois do ápice de fusões e aquisições apartir de 2010, as atuais perspectivas parao segmento são pequenas na atualidade,segundo o banco Itaú BBA, revelado emfevereiro último. Para AlexandreFigliolino, diretor comercial do Itaú BBA,existe um desalinhamento natural daexpectativa de preço de quem poderiavender com a expectativa de preço dequem poderia comprar e isso inibe osnegócios.

Para Marcos Françóia, diretor daMBF Agribusiness, o setor somente pensaem fusões e aquisições, mas concretizaralgo está realmente difícil. “O setor passapor um momento onde os ativos estãodepreciados pelo aumento doendividamento e baixa nos preços dosprodutos. Sendo assim, quem vende narealidade doará seu patrimônio em trocade se livrar da dívida. Por esse motivo,muitos irão aguardar para voltar a agir”,relata.

Para Françóia, só será possível evitarfusões ou vendas com um novo programa,organizado pelo Governo Federal, quepossibilite uma nova chance para osproprietários, alongando prazo ereduzindo os juros da dívida. “Além disso,ter uma definição e definitiva daimportância de setor, aliás essa novaoportunidade somente será possível sehouver quem acredite no setor. Entretantotrata-se de cobrar dos proprietários umaresponsabilidade pela gestão, colocandoseu patrimônio na garantia da operaçãoque será monitorada. Má gestão serápenalizada, pois não se admite mais issonum setor tão estratégico para o país”, diz.

Perfil - De acordo com o Itaú BBA, asunidades que possuem problemasfinanceiros e necessitam passar por fusõesou aquisições, representavam no início dasafra, 18% da moagem de cana da regiãoCentro-Sul do país e em tese, oscompradores poderiam ser os 12 grandesgrupos com pleno acesso a capital, queprocessam 36% da cana do Centro-Sul.

Esse estudo do Itaú enfatizou aindaque há 30 grupos nacionais com excelenteperformance operacional e endividamentoadequado, representando 29% damoagem do Centro-Sul. Há também 26grupos em recuperação, com elevadaalavancagem financeira, respondendo por16% da moagem da principal regiãoprodutora de cana do país, explica oBanco.

Cai número de fusões e aquisições no setor

Alexandre Figliolino: desalinhamento natural da expectativa de preço

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Hoje o setor sucroenergético édividido em quatro gruposdistintos: Os muito endividados(20%), com situação muitocomplicada e até insolvência: cercade 60%; os grupos familiares queestão melhores estruturados, masainda com um volume de dívidasignificativo, que ainda pode seradministrado; os grupos familiaresou unidades únicas, com baixoendividamento e poucadependência de cana de terceiros,que ficam no mercado ao sabor domesmo. Estão sobrevivendo econtinuarão assim por um bomtempo e os grandes grupos. Essa éa opinião de Marcos Françóia,diretor da MBF Agribusiness. “Osmuito endividados é que estão namira no momento. Todavia, égeralmente esse grupo que acreditamais que seu empreendimento valemuito e acaba dificultando novosnegócios. Os grupos que acreditamno mercado têm mais valor comoativo, significa um investimentomaior para quem deseja adquirir, eestão sendo menos assediados”,acredita.

Segundo o especialista, oquadro de crise permanece, se

agrava e força a essa alternativa defusões e vendas, mas a formaçãocultural dos gestores geralmentedificulta esse tipo de operação. “Afalta de definição estratégica para oprograma de energia e para oetanol é o maior fator da crise, queempurrada pela crise mundial, seagrava. A cadeia produtiva estasofrendo muito e nessa área, dasempresas de bens de capital eserviços ligados ao setor, as fusões eaquisições irão aumentar bastante.Sobreviver abraçado pode ser maisfácil, não significando que será asalvação”, lembra.

Ele não vê perspectiva parasair dessa situação caso o governonão contribua, ou serão adquiridaspor grandes grupos no futuro. “Aretomada dos preços somentemelhora a questão do capital degiro das empresas. A dívidacontinuará assombrando. Asmedidas do governo foram tardiase não trazem os resultadosdivulgados. A redução tributáriapara o etanol está ficando para asdistribuidoras, pois no desesperopara fazer caixa as empresas estãorepassando a possibilidade deganho”, lamenta. (AM)

Endividados estão na

mira dos investidores

Marcos Françóia: dívida continuará assombrando

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Gestão de desempenhoorganizada auxiliaempresas a superar crisecom mais facilidade

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Toda empresa com um modeloorganizado de gestão de desempenhoconsegue sair das dificuldades com maiorfacilidade e eficiência. Esse e outrosassuntos foram abordados na palestra“Gestão de Desempenho – As VantagensCompetitivas da Avaliação deCompetências Estratégicas, do consultor daHay Group, Gabriel Ornellas, durante a176ª reunião Gerhai - Grupo de Estudosem Recursos Humanos na Agroindústria.O evento reuniu representantes de recursoshumanos de usinas, no dia 21 de junho, noStream Palace Hotel, em Ribeirão Preto,SP.

Para o especialista, uma empresa quepossui um modelo de gestão dedesempenho bem organizada conseguiriasair de uma crise com mais facilidade.“Isso porque possui controle grande deseus resultados e da contribuição das árease do nível de contribuição individual. Apartir daí consegue enxergar quais as áreasque não estão contribuindo efetivamentepara os resultados. As empresas que têmesse processo bem instalado conseguemsuperar momentos de crises como o que osetor sucroenergético está atravessando. Osempresários que conseguem entender esseresultado intangível conseguem atravessara crise e terem mais fôlego para dar umsalto futuro de investimentos”, afirmaOrnellas.

Ele explica que o processo de gestãoestratégica de desempenho é umacombinação de processos firmais einformais que dão ideia aos empregadosdos resultados que a empresa pretendeatingir, tanto no curto como no longoprazo. “A ideia é fazer uma conexão daestratégia da empresa e de sua culturajunto ao programa de gestão dedesempenho”.

Segundo Ornellas, nem todas asempresas possuem uma gestão estratégicade desempenho, mas às vezessimplesmente avaliam indicadoresfinanceiros. “Já outras empresas estão emum segundo nível de gestão dedesempenho, que já enxergam todo ciclode desempenho da organização e dosempregados como metas, avaliar as metas,dar feedback aos empregados edesenvolver os empregados. Isso gerapatamares de desempenho mais elevados,com resultados cada vez melhores”,lembra.

Ainda, de acordo com Ornellas, há umterceiro nível em que estão empresas comoa GE e a Microsoft, que conseguiu atravésdessa gestão bem feita se diferenciar ecrescer. O fator que mais se destaca naspesquisas e que melhor gera um bom clima

de trabalho é a clareza. “Quanto maisclareza do sentimento de proposta daorganização houver e de onde se querchegar, mais o funcionário se conecta coma empresa e mais está disposto a doar seupotencial produtivo”, observa.

MODELOS COPIADOS GERAMRESULTADOS NEGATIVOS

O grande problema da atualidadedentro das organizações é que algumasempresas costumam copiar modelos deoutras, sem pensar que precisam definirqual estratégia e cultura próprias.

A afirmação acima é de GabrielOrnellas, consultor da Hay Group. “Se souuma organização em que os resultados sãoatingidos mais de forma individual, voutraçar um plano e metas dentro dessacultura mais individual. Se sou organização

que trabalha em equipe, vou direcionartodo processo para isso e traçar metas quevalorizem mais o esforço coletivo. Poucasempresas se preocupam em definir umprocesso que adeque sua cultura aomercado que atua porque não param paraolhar para dentro e tentar adequar oprograma à sua cultura e estratégia. Porisso, torna-se mais fácil copiar um modelo.Eu vou lá busco uma melhor prática emoutras empresas e quero copiar o processoe nem sempre isso funciona muito bem”,ressalta.

Uma pesquisa de clima realizada pelaHay Group com mais de 420 mil respostasnos últimos cinco anos revela como está ouniverso das empresas no país. Quandoquestionadas se as regras e os critérios paraavaliar o desempenho dos empregados sãojustos? Somente 36% disseram sim. Outraquestão foi: Estou satisfeito com o processode avaliação de desempenho da empresaque trabalho? Somente 47% responderamque sim. E em outra questão, se perguntase a empresa lida de maneira apropriadacom o baixo desempenho? Somente 49%anotaram o sim. “Isso nos mostra que 51%dos empregados nas grandes empresasestão falando que ela é tolerante ao baixodesempenho e isso gera menor receita elucratividade. Tenho metade da força detrabalho do Brasil dizendo que o baixodesempenho é tolerável. Para trabalharisso o projeto de gestão de desempenho éessencial”, afirma.

Segundo o especialista, se fossedirecionar essa realidade para o setorsucroenergético alguns dados poderiam seagravar pois a grande maioria das usinasnão possui um processo de gestão tãobem trabalhados. “Nossa ideia foi trazeresse conhecimento para esse mercado. Omercado como um todo têm espaço paraganhar produtividade por parte dosempregados, de forma individual. Épossível as pessoas doarem mais do quedoam hoje em dia, e não adianta cobrar.É preciso ter um processo de gestão queajude a tirar o melhor das pessoas, fazermais com menos. A Hay Group enxergaque ainda há espaço para isso no país. Asempresas que estão fazendo isso são asque possuem mais perenidade, emelhores resultados ao longo dos anos”,reforça.

MAIS COM MENOS!

Gabriel Ornellas: por mais fôlego para saltos futuros

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Julho/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO90

A combinação de siglas,conceitos e programasgerou mudanças nessaunidade que conquistoua ISO 9001 em 2004

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Qualidade não é um atributo que seconquista de uma hora para outra nomundo empresarial. É preciso percorreralguns caminhos para adotar novoshábitos, quebrar resistências, implantarmétodos inovadores de trabalho e seguir atrilha da melhoria contínua. A aquisição dachamada “cultura de qualidade” éconsiderada essencial nesse processo queinclui, entre outras etapas, o envolvimentoe o treinamento da equipe, a participaçãoda liderança, a reestruturação emodernização do sistema de produção.Tudo isto tem um desfecho, mesmo quetemporário: a obtenção da certificação dequalidade – a mais utilizada é a ISO 9001–, que precisa ser periodicamente auditadae renovada.

“A mudança de cultura não é umacoisa fácil mesmo. Algumas pessoas falam:eu faço isto desta forma há anos e vemalguém me dizer pra fazer diferente”,relata Evandro Willians Wicher, supervisorde gestão da qualidade da Usina São José

da Estiva, que iniciou em 2000 o processode implantação de medidas nessa área econseguiu a certificação ISO 9001 em2004. E, desde aquele período, muita coisamudou nessa unidade sucroenergéticalocalizada em Novo Horizonte, SP. A“mania” por qualidade é mantida até hoje.A “melhoria contínua” tornou-seestratégica na empresa, ressalta Evandro.

O primeiro passo, nessa jornada, foi aadoção do programa 5S – desenvolvido noJapão na década de 50 –, que tem essadenominação por causa da primeira letrade cinco palavras japonesas: Seiri(utilização), Seiton (ordenação), Seiso(limpeza), Seiketsu (higiene) e Shitsuke(autodisciplina). Essa metodologia motiva emobiliza toda a empresa para a Qualidade

Total, proporcionando, entre outrosbenefícios, maior produtividade, melhoraproveitamento de materiais, melhoria daqualidade de produtos e serviços.

No caso da Estiva – como também éconhecida essa usina –, a busca pelaqualidade incluiu a implantação das BoasPráticas de Fabricação (BPF) e do sistemaAnálise de Perigos e Pontos Críticos deControle (APPCC). Dessa maneira, a usinajá iniciava suas primeiras investidas emsegurança de alimentos, informa osupervisor da gestão da qualidade. Nosúltimos anos, a Estiva tem se preparadoinclusive para a obtenção da certificaçãoISO 22000 (sistema de gestão de segurançaalimentar).

A combinação de siglas, conceitos eprogramas gerou mudanças nessa unidadesucroenergética de Novo Horizonte. “Afábrica de açúcar tornou-se praticamenteuma cozinha”, diz Evandro Wicher. Comessa afirmação, ele quer deixar claro que aEstiva incorporou características daindústria de alimentos. Houve troca depiso, colocação de azulejos na parede,melhorias na higienização e limpeza. Mas,não foi só isto. Ocorreram outrasmodificações relacionadas à infraestruturada planta industrial. “A fábrica ficou umpouco mais fechada. Equipamentos foramrevestidos com aço inox”, detalha. Houvetambém a aquisição e instalação dedetector de metais para evitar acontaminação do açúcar por partículasmetálicas.

A

u

Gestão da qualidade ampliamercado no país e no exterior

A implantação de um sistema degestão da qualidade pode ser trabalhosa,exigir investimentos, demandar tempo.Mas, todo esse esforço acabacompensando. “Os benefícios daimplantação do sistema de qualidade sãoinúmeros”, afirma Evandro Wicher, daUsina Estiva. O aumento do controle detodas as etapas do processo de produção éuma das consequências do sistema degestão nessa área. “A melhoria contínua éoutro fator positivo. As coisas claramentevão melhorando sempre. Não param”,enfatiza.

A usina tem sido inclusive auditadasemestralmente e reavaliada a cada trêsanos para continuar firme no “clube” dasempresas certificadas. A Estiva possui aISO 9001:2008, que é a ultima versãodessa norma de qualidade. O Sistema deGestão da Qualidade (SGQ) da unidadesucronergética de Novo Horizonte foicertificado pelo Bureau VeritasCertification. O escopo da certificaçãoabrange produção de açúcar e etanol.

Há ainda a questão dacomercialização. “A ISO 9001 tem sido umdiferencial no mercado. Quem não tem acertificação acaba, em alguns casos, nãoconseguindo vender”, destaca. Essa norma

abre as portas para a realização denegócios no país e no exterior. Apesar deser obtida com muito “suor”, a certificaçãopor si só não garante mercado. A culturada qualidade é que deve prevalecer noprocesso de produção. Exemplo disso, naUsina Estiva, é a fabricação do açúcarVVHP (Very Very High Polarization) queapresenta cor (ICUMSA) entre 300 a 350.

“Quando chove, há bastanteimpureza. Nesse caso, o açúcar fica comuma cor um pouquinho mais alta. Emoutras situações, a usina está produzindocom 300 de cor”, informa. O limite doVVHP é cor (ICUMSA) de 450. Além deexportar esse produto para refino, a Estiva– que é associada da Copersucar – tem oVVHP comercializado para o mercadointerno. “Como esse açúcar está saindo tãobom, o produto tem sido vendido tambémpara 12 indústrias no país. É utilizado nafabricação de um caramelo para cerveja,doce, goma, chocolate, amendoim”, cita.

As ações da Estiva na área dequalidade têm sido também reconhecidaspelo setor sucroenergético. A usina foivencedora do prêmio MasterCana Brasil2012 – promovido pela ProCana Brasil –na categoria “Programa de QualidadeTotal” do MasterCana Desempenho.

Usina Estiva segue a trilha da melhoria contínua

Evandro Willians Wicher e colaboradora: busca pela qualidade

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Julho/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 91

A questão da qualidade é “perseguida”, de maneirapersistente, na Usina Estiva. Cada “passo” do açúcar cristalem sua trajetória no processo de produção dessa unidadesucroenergética virou tema de um artigo científico,elaborado por Evandro Wicher, que faz mestrado emengenharia de produção no Centro Universitário deAraraquara (Uniara). Ele apresentou esse trabalho,intitulado “A rastreabilidade na segurança de alimentos: ocaso de uma unidade processadora de açúcar e álcool”, emum congresso internacional realizado no ano passado emGuimarães, Portugal.

“Este trabalho virou referência no mercadosucroenergético, porque não existe nenhum material nessaárea para usinas”, comenta. Entre outros objetivos, arastreabilidade tem a finalidade de assegurar que apenasmateriais e componentes de qualidade sejam utilizados noprocesso de fabricação. É também um procedimento eficazpara a identificação de falhas e a adoção de medidascorretivas.

Em 2003, o supervisor de gestão da qualidade da UsinaSão José da Estiva desenvolveu o sistema de rastreabilidadepara a Usina Estiva para atender um requisito da normaISO 9001. A partir de 2007, houve uma revisão dessesistema, com o objetivo de atender exigência da ISO22000:2006, que começou a ser desenvolvida na empresa.

A rastreabilidade na Estiva está baseada noconhecimento do processo, e a sua abrangência se estendeda matéria-prima (cana-de-açúcar) até a distribuição doproduto final, considerando insumos e variáveis doprocesso. O sistema de rastreabilidade dessa unidade deNovo Horizonte é parte integrante e fundamental dosistema de gestão da qualidade e do sistema de gestão dasegurança de alimentos – relata Evandro –, por isso éatualizado e validado periodicamente por meio desimulações.

De acordo com uma das conclusões do trabalhoapresentado pelo supervisor de gestão da qualidade daEstiva, não basta atualmente para as empresas seremprodutivas. “Devem ser eficientes em todas as dimensõesmercadológicas. E quando se trata de empresas queproduzem ou manipulam alimentos, essas dimensões estãocada vez mais atreladas à segurança alimentar”, afirmaEvandro Wicher.

Trabalho científicosegue trajetória doaçúcar cristal

Processo de certificação começa por diagnóstico da empresaNorma de qualidade melhora a gestão e atende exigências para a participação em licitações

A melhoria da gestão é o principal ganhoproporcionado pela certificação na área de qualidade.Com essa norma, a empresa tem um rumo, um modelo deorganização que atende as especificidades de cada ramode negócio. A avaliação é de Luiz Carlos Martins, vice-presidente da área de certificação para a América Latinado Bureau Veritas Certification. De acordo com ele, outravantagem está relacionada ao atendimento de padrõespara a participação em licitações de administraçõespúblicas e associações.

A norma de qualidade – observa – é um pré-requisitopara ser fornecedor de determinados setores. “Na área decana-de-açúcar ou de agricultura, a empresa deve seguirmodelos de gestão de qualidade para exportar para aEuropa e os Estados Unidos”, exemplifica. Algumasempresas têm regras de sustentabilidade para seusfornecedores e por isso o processo de certificação – explica

– deve levar em conta essas exigências. Mais de 90% do mercado de certificação no mundo

utiliza a ISO 9001, informa Luiz Carlos Martins. “Essanorma foi uma das pioneiras. Com a ISO 9001 cresceumuito o movimento visando a obtenção da certificação naárea de qualidade”, comenta. Para obtê-la, o primeiropasso é a realização de um diagnóstico pela certificadora.“É preciso verificar quanto a empresa está longe danorma. Temos clientes que estão bem próximos de quasetudo que é necessário para a certificação. Outros estãomais distantes”, esclarece.

O interesse de empresas setor sucroenergético pelaobtenção da ISO 9001 tem aumentado, afirma o vice-presidente de certificação para a América Latina doBureau Veritas Certification, que é considerada uma dasmaiores empresas do mundo nessa área. Segundo ele, aimplantação de um sistema de gestão de qualidade requer

uma mudança comportamental que exige envolvimentodas lideranças da empresa. “Essa é provavelmente a maiordificuldade nesse processo. Os dirigentes estão muitopreocupados com o resultado e colocam em segundo planoa questão da qualidade”, constata

A certificação requer um esforço tão grande que aempresa não consegue mantê-la ao longo do tempo casonão haja uma mudança comportamental, afirma LuizMartins. “Se não tiver a cultura da qualidade, tudo issovira um peso”, diz. Ele observa que a grande maioria dasempresas obtém a recertificação na área de qualidade.Menos de 5% delas não fazem a renovação. Entre osmotivos incluem-se problemas financeiros, falta deinteresse devido à pequena produção e a realização denegócios que não exigem a certificação ou até mesmo pelofato da empresa estar em outro patamar, interessando-sepor outras normas, como a ISO 22.000.

O sistema de gestão de qualidade requer também acapacitação adequada dos funcionários da empresa, o queé considerado fundamental para todo o processo. “Acompetência das pessoas tem que ser avaliada eaprimorada o tempo todo. É baseada em educação – que éa formação escolar –, treinamento, habilidade eexperiência. Para cada atividade, que afeta a qualidade doproduto, existe a necessidade de definir quais são ascompetências necessárias, de acordo com esses quatroitens”, explica Evandro Wicher. Segundo ele, nesse sistemade gestão, deve haver a garantia que a competência daspessoas não vai afetar a qualidade dos produtos.

A liderança desempenha um papel fundamental –ressalta – nesse processo. É um dos oito pilares da ISO9001. Os líderes devem criar condições – observa – paraque as pessoas estejam totalmente envolvidas no propósitode atingir os objetivos da organização. Aliás, oenvolvimento das pessoas é outro princípio da gestão daqualidade. O foco no cliente, a abordagem de processo, aabordagem sistêmica para a gestão, a melhoria contínua, aabordagem factual para a tomada de decisão – baseada naanálise de dados e informações – e os benefícios mútuosnas relações com os fornecedores também integram ospilares da gestão da qualidade.

Competência de pessoas também é considerada fundamental

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ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A MP 595/2012, conhecida como MPdos Portos, prevê modernizar os portos eatrair novos investimentos. Essa medidaestabelece novas regras para a exploraçãoe arrendamento para a iniciativa privadade terminais de movimentação de cargaem portos públicos. Na última hora, por53 votos a favor, sete contra e cincoabstenções a medida provisória foiaprovada no último dia 16 de maio peloSenado. Em seguida, o texto foiencaminhado para sanção da presidente

Dilma Rousseff. Para Antonio Petzold, consultor de

negócios estratégicos para a ArcherConsulting, a MP vai gerar um marcoregulatório, apesar de não ser perfeito, mascom regras claras para que os empresáriosinvistam. “O setor privado buscacompetência e essa é uma das maneiras deultrapassar o custo Brasil. Há muito o quese fazer em relação a logística dos portos,mas temos que buscar investimentos dosetor privado. Somente dessa maneira, comregras estipuladas, que o empresário terávontade de investir”, diz.

Segundo o especialista, quanto maior

a concorrência, melhor será a qualidadedo serviço logístico e menores os custos.Além disso, a gestão independente, naopinião de Petzold, dará maior liberdade emelhoria na qualidade das operações.“Essa MP poderá apresentar apossibilidade de ter terminais privadoscom operação privada, sem gerência desindicatos e da Codesp (Controle deSegurança dos Portos), que tem quecomandar a entrada e saída de navios,sinalização, e se preocupar com as regras.A gestão deve ser independente, pois oterminal privado é um investimento quesempre vai buscar eficiência, diferente da

gestão pública. A privada é movida porresultados, e estamos num sistemacapitalista onde o investidor busca retornodo seu investimento, como em concessõesde rodovias e telefonias móveis, queaprimoraram seus serviços. Ondeexistiram privatizações e concessões, oserviço melhorou”, revela.

Para ele, as grandes filas ao redor dosportos se formam porque não há umcontrole efetivo na descida para Santos,por exemplo, e uma total desorganização.“Com a gestão privada, o empresário nãovai deixar caminhão esperando paradescarregar e perder dinheiro”, finaliza.

A MODERNIZAÇÃO CHEGOU, FINALMENTE, AOS PORTOS?Antonio Petzold espera melhoria da situação logística

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Um dos pioneiros a construir terminaisaçucareiros em Santos, pela Copersucar,nos anos 90, Antonio Petzold consultor denegócios estratégicos para a ArcherConsulting, sabe bem como funciona omonopólio dos sindicatos nos portos.“Sempre brigamos contra o monopólio nosportos. Os sindicatos de trabalhadorestrabalham contra as empresas pois sesentem ameaçados, mas é o contrário poisos terminais privados trouxeram umamelhoria de qualidade de vida e de saláriopara os trabalhadores e gerou novosempregos”, lembra.

Segundo ele, era uma prática emSantos, o trabalhador ter a carteirinha dosindicato mas colocar outro no seu lugarpara trabalhar. “O pessoal não tinhabenefício algum e temia demissões com aprivatização. Depois do lançamento dessesterminais açucareiros, o setor contratavafarta mão-de-obra e garantiu benefícioscomo férias, fundo de garantia, assistênciamedica, odontológica, que não existiamantes, principalmente para o estivador”,enfatiza.

Ele acredita que apesar dasbenfeitorias, o sindicato continuará atrabalhar contra isso. Outro ponto, quepara ele poderá melhorar é a questão daqualificação dos trabalhadores. “Não sepode investir em treinamento com tamanharotatividade de trabalhadores, pois a cada

dia aparece um trabalhador diferente noporto. Sempre haverá resistência, pois ossindicatos querem manter o monopólio.Infelizmente, isso contra produtividade equalidade do trabalho e o Brasil perdecompetitividade com as regalias dopassado. Na contratação é preciso terliberdade de escolha da equipe e não serescolhida por sindicatos. Acho que esseponto deve melhorar com a MP”, comenta.

Para Petzold, o governo deve darliberdade para o investidor nos portos.“Mas acho que cada um tem que ter seunegócio, sem concentrações de poder, poisse concentrar muito poder de decisão namão de um só investidor, o resto passa a sermanipulado. Hoje, por exemplo, osterminais de container são poucos, e a MPpoderá ajudar a baixar o custo demovimentação de containers”, diz.

Segundo a ministra das RelaçõesInstitucionais, Ideli Salvatti, é preciso tereficácia na operabilidade por isso serápreciso reestruturar os portos.

De acordo com o presidente daAlcopar, Miguel Tranin, para o setor noParaná essas mudanças na MP não serãosignificativas, apesar de importantes, masdevem ajudar a atrair mais investimentosnos Portos de forma geral. Sobre a quebrado monopólio dos sindicatos dosestivadores, Tranin acredita que as medidassejam uma grande evolução. (AM)

Setor sucroenergético espera o fim do monopólio nos portos

Ideli Salvatti: é preciso reestruturar os portos

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A Medida Provisória dos Portos jásofreu mais de 150 modificações desde oinício de sua tramitação. A partir desugestões de parlamentares, o senadorEduardo Braga (PMDB-AM), acatousugestões apresentadas pelosparlamentares e propôs alterações emrelação ao texto original. Veja algumasdelas, segundo a Agência Brasil:

Terminal indústria – Foi criada afigura do terminal indústria, quemovimenta apenas carga própria. Serádispensada a chamada pública e o

processo seletivo, desde que isso nãointerfira indevidamente nofuncionamento do porto organizado.

Coibir concentração – O novo textoinseriu dispositivos que vedam àsempresas com mais de 5% departicipação societária de empresas denavegação (armadores) a participar emlicitação para arrendar ou a obterautorização para operar terminais de UsoPrivado.

Critérios de licitação – Os critérios delicitação foram reformulados, de forma a

privilegiar a maior eficiência com amenor tarifa. Foi retirado do texto amenção de maior movimentação decargas por se tratar de aspecto fora dodomínio do arrendatário.

Renovação dos contratos – Oscontratos celebrados antes de 1993poderão ser renovados pelo prazo de atécinco anos. Outros, em vigor, poderão tersua prorrogação antecipada desde que oarrendatário assuma a obrigação derealizar investimentos.

Regime de contratação – Foi

mantida a opção de contratartrabalhadores por prazo indeterminadosem a intermediação do Órgão Gestor deMão de Obra (Ogmo), respeitado odisposto em acordo ou convençãocoletiva de trabalho.

Condições de trabalho – Asmodificações propostas visam, segundo arelatoria, a melhorar as condições dotrabalho portuário e garantir os direitosprevistos na Convenção nº 137 da OIT enas conquistas reconhecidas aostrabalhadores portuários. (AM)

Medida Provisória dos Portos sofreu mais de 150 modificações

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País asiático aumentouprodução de cana emmais de 40% nos últimos 5 anos

FABIANA MARQUES, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

A Tailândia, o segundo maiorexportador de açúcar do mundo, deveaumentar sua capacidade de produção decana-de-açúcar nos próximos anos, dosatuais quase 100 milhões de toneladaspor temporada para 120 milhões detoneladas, um aumento de 20%. Aafirmação foi feita pelo ex secretário-geraldo Escritório de Cana e Açúcar (OCSB,na sigla em inglês), PrasertTapaneeyangkul, durante o 9º SugarWorld Asia, que ocorreu em Mianmar nomês de abril.

Segundo o ex- secretário, queatualmente trabalha como consultorambiental no setor sucroenergético, aTailândia tem obtido resultadossurpreendentes na expansão da produçãode açúcar e etanol. Nos últimos cincoanos houve um aumento de mais de 40%na produção de cana, que passou de 70milhões de toneladas para quase 100milhões.

No último ano, quatro novas plantascomeçaram a operar e outras dez já

receberam a aprovação do Gabinete edevem ser abertas nos próximos 5 anos.Atualmente há 50 unidades produtorasde açúcar operando com capacidade deprodução de 920 mil toneladas por dia.Com as novas plantas essa capacidadedeve chegar a 1,2 milhões de toneladas.

Segundo dados da OCSB, natemporada 2012/2013, que se encerrou

no mês passado, a Tailândia produziu10.02 milhões de toneladas de açúcar. Oresultado ficou acima do esperado pelopróprio Escritório, que previa umaprodução de 9.7 milhões.

Para Tapaneeyangkul,o aumento naprodução da cana nos últimos anos éresultado de uma combinação de fatores,como: condições climáticas favoráveis, o

aumento da área plantada, a subida dopreço no mercado mundial além daentrada no mercado asiático.

A Tailândia exportou um volumerecorde de 7,5 milhões de toneladas deaçúcar este ano. Em 2011, de acordo comdados da OSBC, 6.71 milhões detoneladas do adoçante foram enviadaspara fora do país.

Tailândia trabalha para aumentar produção de cana em 20%

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A expectativa para o setorsucroenergético da Tailândia é decrescimento. A OSBC estima umaprodução de cana para 2013/2014 de110 milhões de toneladas, que devem serconvertidos em 11 milhões de toneladasde açúcar. A integração do mercadoasiático, prevista para 2015, deverá abriruma oportunidade para que o paísexporte ainda mais dentro do bloco.

Segundo Tapaneeyangkul, apesardas boas perspectivas para o setor naTailândia, o país ainda precisaincrementar sua parte agrícola, melhorarsua produtividade e eficiência, assimcomo as condições de preços da canapagos aos produtores. A produção decana é em sua grande maioria, cerca de80%, realizada por pequenos agricultoresno país. “Um dos objetivos deve serfortalecer a capacidade dos produtores edar estabilidade de preços”, disse.

Ainda segundo o ex-secretário daOSBC, o principal desafio é melhorar orendimento, que geralmente fica emtorno de 70 toneladas por hectare. “Orendimento precisa aumentar, tanto naparte agrícola quanto na indústria, esse énosso maior desafio. Precisamos focarmelhor nas variedades de cana e escolherbem as sementes a serem plantadas paraajudar nesse resultado”, afirmou.

Já para o diretor do grupo TailandêsKSL, Chalush Chinthammit, o maiordesafios são os preços para exportação.

“No momento temos tudo para crescer,exceto preço para exportar”, afirmou.

Tanto Tapaneeyangkul quantoChinthammit acreditam ser necessáriobuscar a diversificação do setor,expandindo a produção de etanol eeletricidade e também focando naindústria bioquímica.

Desde 2007, vigora na Tailândia amistura de 10% de etanol adicionado àgasolina, combustível conhecido comoE10. A maior parte do etanol éproduzida a partir do melaço.Atualmente a capacidade de produção deetanol no país é de 3,8 milhões de litrospor dia, mas a expansão no setor deve

elevar esse volume a 12 milhões de litrospor dia.

De acordo com Tapaneeyangkul,todas as plantas de açúcar do paíscogeram energia e vendem cerca de 75%de sua produção, mas os números aindasão muito baixos porque falta bagaçopara cogerar. (RA)

Principal desafio tailandês é aumentar a produtividade

Chalush Chinthammit, diretor do grupo Tailandês KSL: sem preço para exportar

O SETOR HOJE NATAILÂNDIA

� Produção de cana em2012/2013 – 100milhões de toneladas

� Produção de açúcar em2012/2013 - 10,02milhões de toneladas

� Capacidade de produçãode etanol – 3,8 milhõesde litros por dia

� Capacidade de produçãode cana – 920 miltoneladas por dia

� Número de usinas - 50� Número de destilarias de

etanol - 19

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Países membros estãofocando redução detarifas do açúcar paraníveis entre 0 e 5%, já em 2015 ou 2018

FABIANA MARQUES, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

A indústria sucroenergética da Ásiapassará por algumas mudançasimportantes em 2015, quando o tratado delivre comércio dentro do Asean -Associação das Nações do Sudeste Asiáticocomeçar a vigorar. Segundo Suhrid Patel,representante da consultoria britânicaLMC International, os países membros doAsean estão focando uma redução detarifas do açúcar para níveis baixos, entre0 e 5%, já em 2015 ou 2018.

Esta redução nas tarifas irá afetar aprodução e comércio de açúcar dos paísesmembros do bloco, segundo um relatóriodo Departamento de Agricultura dosEstados Unidos divulgado em maio. AsFilipinas, por exemplo, devem sofrer umgrande impacto, já que outros países têmcustos de produção menores, caso daTailândia, que deve tirar melhor proveitoda situação.

Dos países membros do bloco asiático,a Tailândia é um exportador líquido deaçúcar e suas importações de açúcar sãoquase nulas. As Filipinas também são umexportador líquido, mas tem uma forteproteção de importação no mercadodoméstico e a maioria de suas exportaçõestem como destino os Estados Unidos. Já aIndonésia é um importador líquido deaçúcar e também tem uma forte proteçãopara seu próprio setor de açúcar.

Quando toda essa proteção deimportação no setor de açúcar entre aregião do Asean for eliminada, a produçãoe as exportações de açúcar da Tailândiatendem a aumentar, enquanto na

Indonésia, Malásia, Singapura e Filipinaso efeito será inverso, com um aumento nasimportações.

“A maior integração no âmbito da

ASEAN vai criar novas oportunidadescomerciais para os produtores de açúcarda região. Mas também criará umambiente mais competitivo em mercados

que são atualmente protegidos, tornando-se uma potencial ameaça para osprodutores com custos mais altos”,explicou o consultor.

Tratado de livre comércio do Asean deve afetar o setor mundial em 2015

Suhrid Patel, da LMC International

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Julho/2013MERCADO102

O impacto da liberalização do comércioentre os países membros poderá ter aspectospositivos e negativos, mas certamente o paísque será mais beneficiado no caso do açúcar éa Tailândia, considerada o único exportadorestrutural na região.

De acordo com Patel, para os paísesimportadores, uma maior concorrência daTailândia pode empurrar para baixo os preçosdo açúcar nos mercados internos. “Enquantoisso é bom para os consumidores, prejudicaalguns produtores nacionais de custos maiselevados”, explicou.

Segundo especialistas, para Mianmar,isso também pode ser uma oportunidade. Deacordo com dados da LMC, a Ásia seráresponsável por grande parte do aumento doconsumo de açúcar no mundo e para isso aprodução ainda precisa se expandir. Outroslocais são agora mais competitivos do que nopassado e Mianmar está idealmente localizadopara ajudar a suprir essa demanda crescente.

De acordo com o ex-secretário da OSBCda Tailândia, Prasert Tapaneeyangkul, aimplantação do acordo de livre comércio éexcelente para a indústria açucareira daTailândia, pois pode potencializar a

atmosfera para investimento e a promoção docomércio no país. Além disso, a integraçãoregional dará à Tailândia uma preferênciatarifária sobre o Brasil durante o acesso aoutros mercados da Asean. “Nosso principalimportador é a Indonésia. Se acordo de livrecomércio funcionar, eles importarão mais daTailândia e menos do Brasil. Então venhaFTA ( sigla em inglês para tratado de livrecomércio), o quanto antes”, brincou.

O diretor do grupo KSL, ChalushChammit , também acredita que o livrecomércio pode melhorar as coisas na região,especialmente em relação a exportação. “AIndonésia importa 2.5 milhões de toneladasde açúcar todo ano. Com as novas condições,por que não importar esse volume todo daTailândia?”, questionou.

Na visão de Tapaneeyangkul, paísescomo Brunei, Laos, Camboja e Vietnãtambém serão muito beneficiados pelo tratadoe terão crescimento na produção. “Em 2015,quando não houver mais fronteiras, oinvestimento, a transferência tecnológica, ocapital humano e o capital financeiro vãoengrandecer o negócio de açúcar e etanolnessa região”, afirmou. (FM)

MAIOR PRODUTOR DE AÇÚCAR DA TAILÂNDIA VISITA PIRACICABA — A missão do Apla e da Apex-Brasil despertou o interessede representantes de grandes indústrias de açúcar da Tailândia. Como resultado da ação, no dia 4 de junho, uma delegaçãotailandesa veio ao Brasil para conhecer as instalações do Parque Tecnológico Piracicaba e também para saber mais sobre oProjeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution. Dentre os integrantes da delegação tailandesa, estavam o vice-presidente da MitrPhol, Chatkul Panin. A Mitr Phol é a maior produtora de açúcar da Tailândia e a segunda maior da China por meio da sua jointventure da empresa East Asia Açúcar. E, desde 2011, a empresa tailandesa é classificada como a quinta maior produtora deaçúcar do mundo e a maior da Ásia.

Tailândia será o país açucareiro mais beneficiado

Prasert Tapaneeyangkul: implantação do acordo de livre comércio é excelente

NÚMEROS DO ASEAN

� População: 600 milhõesde pessoas

� Fundação: 1967 � Membros: Indonésia,

Tailândia, Malásia,Singapura, Brunei,Filipinas, Camboja, Laos,Mianmar e Vietnã

� PIB combinado: mais deUS $ 1 trilhão.

� Produção de açúcar: 17milhões de toneladas porano

� Consumo de açúcar: 14milhões de toneladas

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Julho/2013PESQUISA & DESENVOLVIMENTO 104

Como produzir 2G a um custo

competitivo ainda é desafioPesquisadores estudammicroorganismos para a produção de etanol celulósico

CARLOS ALBERTO PACHECO, DE SÃO PAULO, SP

Pesquisadores trabalham a todo o vapor.Lançado em 2012, o projeto Insumicro –iniciativa da Embrapa Agroenergia, EmbrapaMeio Ambiente e a Universidade Católica deBrasília, Universidade de Brasília, eUniversidade de São Paulo (USP) – visafermentar várias espécies de açúcar e, numoutro momento, produzir enzimas quedecompõem a parede celular do vegetal. Comisso, a Embrapa e instituições esperam detectarlinhagens para usá-las de forma estratégica: aprodução de etanol celulósico. A avaliação dosprimeiros 12 meses de trabalho é positiva: jáforam avaliados mais de 10 milmicroorganismos que possuem as característicasesperadas pelos pesquisadores.

Definido como etanol de segunda geração(2G), sabe-se que o biocombustível pode serprocessado a partir de resíduos como o bagaçoda cana-de-açúcar e os oriundos da indústria demadeiras. Para conquistar espaço tecnológico, o

Brasil figura no seleto grupo de países queestuda a viabilidade da produção do 2G a custocompetitivo. Segundo informações do governo,os investimentos públicos e privados para odesenvolvimento dessa nova tecnologiaultrapassam os R$ 2 bilhões.

De fato, o grande desafio é fabricar etanolde segunda geração viável economicamente. Oconhecimento tecnológico existe, porém o custo,sobretudo das enzimas, ainda é bastanteelevado. Cientistas afirmam que o mercado nãodispõe de leveduras eficientes que fermentem axilose (açúcar presente na parede das biomassasusadas como matérias-primas) em âmbitoindustrial. Então os pesquisadores do projetoapostam na variedade biológica dosmicroorganismos como saída para a reduçãodos custos do 2G.

Os cientistas possuem uma ferramentasofisticada de biologia molecular – ametagenômica. Trata-se do estudo demetagenomas - material genético recuperadodiretamente a partir de amostras ambientais.“Por meio dela, é possível estudar os 99% demicrorganismos presentes na natureza que nãosão cultiváveis”, explica a líder do projetoInsumicro, pesquisadora Betania Quirino. Oscientistas extraem o DNA e o inserem emespécies que podem ser cultivadas, visando àprodução de clones. O estudo dos metagenomasabre novas perspectivas para o etanol desegunda geração. Pesquisadores esperam detectar linhagens para a produção de etanol celulósico

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A pesquisadora Betania Quirino, doprojeto Insumicro – iniciativa voltada àviabilização comercial do etanol 2G daEmbrapa Agroenergia, Embrapa MeioAmbiente e Universidade Católica deBrasília, Universidade de Brasília, eUniversidade de São Paulo (USP) revelaque sua equipe já montou três coleçõesmetagenômicas com fragmentos de DNAde microrganismos. Até agora foi possíveldescobrir em inúmeros clones gerados,enzimas que degradam a parede celularvegetal. Segundo Betania, a pesquisa vive aparte mais “desafiadora”, ou seja, os testesde enzimas no processamento dabiomassa.

De acordo com a pesquisadora damesma equipe, Dasciana Rodrigues, nessaetapa, entra em cena a logística doLaboratório de Processos Bioquímicos daEmbrapa Agroenergia. Ali será feito oescalonamento da produção de enzimas esua caracterização. “Para testar enzimas nabiomassa, precisaremos de grandesquantidades”, justifica Dasciana.

A pesquisadora explica que asenzimas serão utilizadas na formação decoquetéis para quebrar moléculas decelulose em açúcares, cujo destino é afermentação. Ela ressalta que há coquetéisenzimáticos disponíveis paracomercialização. No entanto, algumas

situações precisam ser superadas. Umadelas é a busca de enzimas mais eficazes,estáveis e ativas em cenários diferenciadosde acidez (pH) e temperatura. “Temos deencontrar enzimas que melhorem osinsumos disponíveis para a indústria”,declarou. Até o final de 2013, a Embrapa eos parceiros podem acenar com novidadesnessa descoberta.

Em workshop recente realizado naFundação de Amparo à Pesquisa doEstado de São Paulo (Fapesp), o professordo Instituto de Física de São Carlos daUSP, Igor Polikarpov, confirmou a tese deDasciana Rodrigues, ao afirmar que novosavanços científicos permitem produção de2G, mas é preciso intensificar os estudos de

enzimas para barateá-lo. Polikarpov,considerado um dos principais brasileirosem cristalização de enzimas, apresentou apalestra “Abordagem biológica para adegradação de polissacarídeos complexos”.

Tais avanços, de acordo com ocientista, acentua “a importância da rotaenzimática para a produção de etanol”. Eleconsiderou o fato uma excelente notícia,pois a melhora do processo propicia etanolde segunda geração viável em escalaindustrial. “É preciso investir na pesquisasobre enzimas, que são o fator que maisencarece o etanol de celulose”, advertiu.Polikarpov lembrou, ainda, que quando acarga enzimática cai pela metade, o custofinal do etanol é reduzido em 20%. (CAP)

Avanços científicos permitem

redução do custo do etanolGRUPO DE CRISTALOGRAFIA

Igor Polikarpov: por etanol 2G viável

EMBRAPA AGROENERGIA/DIVULGAÇÃO

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De acordo com zoneamentoagroclimático feito pela Embrapa, 1,5milhão de hectares no Rio Grande do Sulestão aptos para o plantio de cana,especialmente em uma faixa que vai dolitoral Norte até a região Central doestado e no Noroeste. O governo gaúchoquer fazer o estado autossuficiente naprodução de etanol e, até exportador doproduto. A meta é que a culturacanavieira passe a ocupar 300 milhectares, entre cinco a dez anos, eimplantar mais usinas. E, para isso, ogoverno gaúcho está contando com odesenvolvimento de variedades de canapropícias às características do estado, atéhoje, a cana plantada no Rio Grande doSul são cultivares vindas do Paraná eArgentina. É aí que entra a colaboraçãoda Rede Interuniversitária para oDesenvolvimento do SetorSucroenergético (Ridesa) e da Embrapaque estão apostando em nove novasvariedades indicadas ao Rio Grande doSul. Após, seis anos de experimentação acampo, em 6 de novembro de 2012, asinstituições realizaram o lançamento de

cultivares, que vem confirmar apossibilidade de cultivo. “O Estado quenão tinha variedades testadas, agora,possui indicações de materiais precoces ede ciclo médio/tardio”, explica opesquisador Sergio Delmar dos Anjos eSilva, da Embrapa.

O professor Edelclaiton Daros, daUniversidade Federal do Paraná (UFRP),

integrante da Ridesa, explica que asvariedades RB são voltadas à produçãode álcool e durante os testes mostraramque possuem média e alta produtividadeagrícola, condições regulares em situaçõesde estresse por frio, boa sanidade vegetal,colheita em início e meio de safra comelevada riqueza e crescimento rápido.“Elas apresentaram excelente

produtividade em qualidade e riqueza decolmo e de açúcar”, considerou. Opesquisador destacou um comparativo decrescimento de produção entre ascultivares já conhecidas – uma média de34 toneladas/ha- e as testadas, quedemonstraram uma produção média de96 toneladas/ha nos três anos deexperimentação.

Cana está entre as grandes candidatas para produção de bioquerosene

Ridesa e Embrapa contribuem com governo

do RS para impulsionar produção de cana

A cana-de-açúcar, a soja e o eucaliptosão apontados como os três melhorescandidatos para iniciar uma indústria debiocombustível para aviação no país. Aconclusão é do relatório chamado "Plano devoo para biocombustíveis da aviação noBrasil, elaborado pela Boeing, Embraer eFapesp, coordenado pela Unicamp, queafirma que no entanto, dependerá doprocesso de conversão e refino escolhido,ressalvaram os autores.

Mauro Kem, vice-presidente executivode engenharia e tecnologia da Embraer,concorda que existe uma grandequantidade de fontes possíveis de matérias-

primas no Brasil interessantes para aprodução de biocombustível para aviação,como a cana-de-açúcar, a soja e o eucalipto.“Mas também há outras matérias-primas,como camelina, pinhão-manso, algas eresíduos, que podem se tornar opçõesviáveis.”

A Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa), por exemplo,realiza pesquisas para domesticação dopinhão-manso e começou a estudar obabaçu, cujo óleo é composto por ácidoscom cadeias de carbono consideradasideais para o desenvolvimento debiocombustível para aviação.

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Serquímica é certificadaA Serquímica acaba de receber a certificação ISO

9001:2008. A auditoria do IFBQ – Instituto Falcão Bauerde Qualidade, esteve de 5 a 8 de junho realizando aauditoria externa que terminou na certificação daempresa.

Com a ISO 9001:2008, o esforço da Serquímica emgarantir a conformidade de seus produtos e serviços, asatisfação de seus clientes e a melhoria contínua daempresa fica certificado.

De acordo com Valéria Saccomani Manfrim, doDepartamento de Qualidade da Serquímica, o processo foibem rigoroso. “A auditoria fez vários apontamentos eexecutou de maneira bem criteriosa as suas conclusões erecomendações. Conquistamos a certificação porque nospreparamos e estamos seguindo à risca as exigências danorma”, comemora.

Ainda segundo Valéria, a empresa precisa continuarseguindo todos os processos do Sistema de Gestão daQualidade e já agendar a próxima auditoria interna. “Aquestão da certificação é contínua. Por isso, temos queestar preparados e seguir a norma diariamente para que,na auditoria de manutenção que acontece anualmente,conseguirmos manter a certificação”, reforça.

NexSteppe anuncia híbridosA NexSteppe, empresa dedicada ao

desenvolvimento da próxima geração de soluçõessustentáveis em matéria-prima para as indústriasde base biológica, anunciou o lançamento de seusprimeiros produtos nos EUA e no Brasil. Os novosprodutos da empresa, híbridos de sorgo sacarinode Malibu e híbridos de sorgo de alta biomassa dePalo Alto, oferecem uma alternativa para empresasque buscam uma solução em matéria-primaeficiente em termos de custo para a produção debiocombustíveis avançados e celulósicos,bioenergia e produtos de base biológica.

Recebendo o nome da cidade onde a empresafoi fundada, Malibu, os híbridos de sorgo sacarinoda NexSteppe foram otimizados para fornecer umafonte acessível de açúcares fermentáveis para aprodução de biocombustíveis avançados eprodutos de base biológica. Os sorgos sacarinosMalibu podem ser usados como um complementoà cana de açúcar no fornecimento de matériaprima adicional para as usinas de transformaçãodo açúcar em etanol.

Venda de caminhões VW aumenta A MAN Latin America, fabricante dos caminhões e

ônibus Volkswagen e caminhões MAN, registrou umaumento de 50% nas suas vendas de veículos para operaçãosucroalcooleira na safra 2013/14, em comparação com oano anterior. De pouco mais de 500 caminhõescomercializados para a safra 2012-13, a montadora saltoupara quase 800 unidades, com negociações para a maioriados principais clientes do setor. O resultado se deve tambémao maior foco da montadora no segmento.

A expectativa é de uma safra 10% maior este ano,chegando a 650 milhões de toneladas de cana-de-açúcar,segundo o Anuário da Cana 2013 que acaba de ser lançado.De olho nas oportunidades que este mercado oferece, aMAN Latin America apresenou na Agrishow 2013 o novocaminhão vocacional VW Canavieiro.

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos,anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notascorporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues,email: [email protected]

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Gamit 360 CS é nova tecnologia Para ampliar o portfólio de cana com soluções

tecnológicas que facilitam o dia dia do produtor e aumente suaprodutividade e qualidade no canavial, a FMC AgriculturalSolutions traz para o mercado o herbicida Gamit 360 CS.“Esse produto possui a formulação microencapsulada quepromove uma liberação gradual do ativo, contribuindo paramelhor residualidade e eficácia na lavoura. Ele atua na pré-emergência com excelente residual, evitando amatocompetição inicial, principalmente nas épocas mais secasdo ano”, destaca o gerente de cana da FMC, Roberto Puzzo.

Em 2013, a Caldema comemora 41 anos de desenvolvimento tecnológico ehumano. Através de suas ações socioambientais agrega qualidade de vida e bem estaraos a seus colaboradores, familiares e toda a comunidade. Assim, promoveu maisuma vez um dia de confraternização, reflexão e lazer voltado às mães e esposas doscolaboradores da empresa, o Caldemães.

Realizado há 13 anos, o evento novamente foi sucesso total entre as participantese contou com café da manhã e uma exposição fotográfica que resumiu e ilustrou ahistória de 41 anos e o desenvolvimento tecnológico e humano da empresa.

Comemoração em família

Diversos brindes foram sorteados para as convidadas

Tubos Ipiranga investe A Tubos Ipiranga – distribuidora de tubos de aço e

conexões do país e fabricante de tubos de grandesdiâmetros e de trefilados - tem investido fortemente nosúltimos meses, em ampliações de filiais e estoques demateriais, atingindo a cifra de R$ 25 milhões.

De acordo com o CEO, Alexandre Plassa, a estruturaestá baseada em 80% na distribuição de produtos degrandes empresas como Tenaris Confab; Vallourec &Mannesmann Tubes (V&M do Brasil); Arcelor Mittal ePam Saint Gobain e 20% na produção de tubos de grandediâmetro, tubos trefilados e peças na unidade de SãoBernardo. “Renovamos parte do maquinário econsolidamos a cadeia de distribuição em pontosestratégicos do mercado brasileiro. Com toda estamudança, pretendemos chegar a 80 mil toneladas/anoAcreditamos em nosso potencial e no crescimento daeconomia brasileira”, complementa Alexandre.

Das oito filiais, a de Sertãozinho-SP, agora com 48mil m² de área e 7 mil de construção recebeu R$ 8milhões de reais para ampliar sua capacidade. “Iniciamos

nossas atividades nesta unidade (hoje filial). A localizaçãofoi muito bem sucedida principalmente para atender opolo sucroalcooleiro localizado nesta região”, ressaltaAlexandre. Brachiaria decumbens (capim-braquiária, braquiária)

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O estudo realizado pela Aneel edivulgado na primeira quinzena de junhodeste ano, apresenta o levantamento damatriz energética brasileira e identifica acapacidade de geração de energia porbiomassa do bagaço da cana de 8.922 MW.Neste novo relatório estão cadastrados, comregulamentação da agência, 369 usinas comcapacidade de geração que respondemcomo a terceira maior fonte da matriz,depois de hidro e gás.

Dentre os fornecedores para estesegmento de mercado, a Renk Zanini sedestaca com 7.600 MW de capacidadeinstalada pelos turborredutores fornecidos;isso significa que, 85% dos projetos decogeração, a partir do bagaço de canautilizam turborredutores Renk Zanini.

“Estamos crescendo na participação domercado. Em 2012 nossa base instaladarepresentava 74% dos projetos com

capacidade e neste relatório, nossos projetos,representam 85%. O que destaca a RenkZanini é sua expertise nos fornecimentos deturbos inclusive para mercados críticoscomo o de óleo de gás. Se considerarmostodos os demais mercados a capacidade degeração total dos turborredutores fornecidosé suficiente para iluminar as regiões Sul,Sudeste e Nordeste do Brasil”, afirma JamileGolfetto, gerente de marketing.

Para Rolf Ramminger, diretorcomercial, há uma tendência para turboscom capacidade cada vez maiores nasusinas, o que representa a qualidade daeficiência dos projetos. A Renk Zanini é aúnica empresa fornecedora deturborredutores homologada na Petrobrás

com o CRCC, destaca Ramminger. Como destaque de turborredutor com

alta potência, o fornecimento neste primeirosemestre de 2013 é o turborredutorfornecido para a Usina São Fernando, comcapacidade de 55.000 KW. “Fornecemosnão somente direto para os clientes, comotambém a Renk Zanini é subfornecedora,como nos casos em que fabrica sobencomenda dos fabricantes de turbinas”,destaca Marcos Martins, do departamentode vendas em bioenergia.

Com relação à extração a empresalançou em 2012 a linha de redutoresplanetários, PentaMax 2.0 paraacionamento central, e FlexiMax 2.0 paraacionamento rolo a rolo, desenvolvida com

apoio do Finep, combinando o uso das maismodernas ferramentas de modelagem 3D ede simulação estrutural por elementosfinitos com a experiência acumulada daRenk Zanini em redutores de velocidadepara aplicação em moendas e difusores decana-de-açúcar.

Esta versão 2.0, todas com patentesrequeridas, confirma a inovação,destacando-se o primeiro estágio de reduçãocom eixos paralelos, unindo o que há demelhor dos dois conceitos: eixos paralelos eplanetários. Todos os porta-planetas sãosuportados por rolamentos, conferindomaior estabilidade e robustez ao produtofrente às oscilações de carga.

Quanto ao redutor paraleloTorqmax® 2.0, Hermani Quintela,supervisor de manutenção mecânica daUsina São José do Pinheiro, afirma:“Atingimos nossas expectativas e estamosmuito satisfeitos com o Torqmax® 2.0. Éum equipamento eficiente, silencioso e quetransmite segurança. Com o Torqmax®2.0, foram moídas 813 mil toneladas decana-de-açúcar na última safra”. Este é otipo de redutor com menor consumoenergético, além de ter menor número deelementos girantes e de possuir carcaçasmais leves e com reforços projetados empontos de maior esforço.

Renk Zanini 16 3518.9001www.renkzanini.com

Cerca de 85% dos projetos de cogeração utilizam turborredutores Renk Zanini

TA 86N em fabricação

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Paulo Stark, CEO da empresa no Brasil,comemora o feito e faz alerta a respeitodo momento da indústria no país

O dia 6 de junho de 2013 ficarámarcado na história da Siemens. Foi nestadata que a empresa realizou a entrega desua milésima turbina a vapor fabricada noBrasil. A cerimônia, que reuniu nomesfortes do segmento, aconteceu nocomplexo industrial da empresa, emJundiaí, SP.

O equipamento em questão é aTurbina SST 300, vendida para aGuarani, unidade Vertente, empresaformada pela Tereos Internacional (64,2%)e Petrobras Biocombustível (35,8%).“Temos uma vasta experiência nofornecimento de equipamentos e soluçõesde grande complexidade e aplicaçõesespecíficas. Além do amplo portfólio detecnologias para os processos industriaismais variados, a empresa já conta comturbinas de alto desempenho 100%nacionalizadas”, afirma Thiago Pistore,diretor da área de turbina a vapor daSiemens no Brasil.

A empresa triplicou a produção de

turbinas com as obras de ampliação emodernização realizadas na unidadenacional. Os investimentos fizeram daunidade de Jundiaí a terceira maior domundo entre as fábricas da Siemens. Lá, nosegmento de energia, são produzidostransformadores, turbinas a vapor ecomponentes para baixa, média e alta tensão.

Paulo Stark, presidente e CEO daSiemens no Brasil, além de comemorar ofeito da empresa, falou sobre o momentodesfavorável para as indústrias no Brasil.“O que mais preocupa é a questão dadesindustrialização brasileira. Apesar deter apresentado melhora, não há umatendência forte de desaceleração. Não é

um problema fácil de resolver, já que unemuitos pontos. É um sistema complexo,mas o governo tem mantido umainterlocução com a indústria”, avaliou.

Siemens11 4585.2000www.siemens.com.br/energia

Siemens comemora entrega de milésima turbina a vapor

Paulo Stark, presidente e CEO da Siemens no Brasil:

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Julho/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES112

Com esses lançamentosempresa de biotecnologiaeleva a oferta de sementes para usinas brasileiras

A Ceres, empresa de biotecnologiadedicada a desenvolver novascaracterísticas em plantas destinadas àprodução energética, começourecentemente a comercializar oito novoshíbridos de ciclos pleno e precoce damarca Blade®, além de uma variedade desorgo sacarino da Embrapa. Com esseslançamentos a Ceres eleva a oferta desementes para usinas brasileiras quepretendem produzir etanol a partir dosorgo sacarino na próxima entressafra dacana-de-açúcar.

De acordo com Antonio Kaupert,gerente de vendas e marketing da Ceres doBrasil, as novas sementes disponíveisabrangem seis novos híbridos de ciclopleno da marca Blade®, as CB 7640, CB7621, CB 7521, CB 7300, CB 7290 e CB7201 e dois de ciclo precoce: EJ 7282 e EJ7281. Estes, afirma Kaupert, têmrecomendação de cultivo no início da safrade sorgo sacarino, entre os meses denovembro e dezembro.

O grupo `CB', por sua vez, foidesenvolvido para prover aumento de

produtividade às usinas. Constituem,segundo Kaupert, híbridos de ciclo pleno.“Seu manejo adequado ampliasignificativamente os ganhos deprodutividade do `sorgovial'”, esclarece oexecutivo.

Já a variedade BRS 506, da Embrapa,diz Kaupert. registra desempenhoconfiável mesmo diante de condições deestresse climático na lavoura ao longo dasafra.

“Além de ampliar as tecnologias decultivo de sorgo sacarino, ao lançar essesnovos produtos, a Ceres fortalece seuPrograma de Melhoramento Genético e dáuma demonstração de que confiaplenamente no potencial do mercadobrasileiro", acrescenta Kaupert.

Após instalar-se e consolidar suaestrutura operacional no País em janeirode 2010, a Ceres considera ter avançadorapidamente no mercado brasileiro, eaposta no crescimento do número de`sorgoviais' instalados nas usinas naspróximas safras. “As principais empresasdo Brasil estão aderindo fortemente ànossa tecnologia e hoje a veem como amelhor e mais viável alternativa de curtoprazo em suporte à produção do etanol e àcogeração de energia", conclui AntonioKaupert.

Ceres19 3377.3965www.ceressementes.com.br

Ceres apresenta novos híbridos de sorgo para produção de etanol

Sorgo Blade® na lavoura da Usina Alvorada em Araporã-MG

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A ITR possui fabricação própria de todalinha de material rodante, distribuída nas 4fábricas do Grupo, localizadas na Itália,Coreia do Sul e China. A empresa fornecematerial rodante para as grandes montadorasem todo mundo, e todas as suas fábricaspossuem certificação ISO 9001 ou ISO 18001.

No Brasil a ITR South America atendeaos mercados de construção, mineração eagrícola, desde 2011, tendo desenvolvido todaa linha para colhedoras de cana.

A ITR mantém amplo e completoestoque para cana. Esteiras (secas elubrificadas), roletes, rodas guia, rodas motriz,aros motriz, sapatas e molas tensoras estãodisponíveis para a pronta entrega.

O pós-venda e serviços são realizados pelaunidade localizada em Cedral, região de SãoJosé do Rio Preto, SP, que possui uma oficinacom 4.000 m², especializada nas colhedoras

de cana, que conta com profissionaisaltamente qualificados e com grandeexperiência no setor.

O material rodante ITR tem atingidoresultados superiores, nas mais de 50 usinas jáatendidas pela empresa. A garantia oferecida eo “custo x horas trabalhadas” são os melhores

do mercado.A equipe de engenharia da ITR, conta

com mais de 40 anos de experiência emmaterial rodante e está apta a projetar edesenvolver novos itens, bem como melhorarconstantemente os itens de linha, desde acompra da matéria-prima para fabricação do

material rodante, até o acompanhamento decolhedoras no campo.

Visite o site e conheça todo o Grupo Usco.

ITR11 3340.7558www.usco.it

Mercado de cana recebe fabricante mundial de material rodante

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Julho/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES114

A Projelpi está inserida no mercado há13 anos e desenvolve painéis comcapacitação técnica utilizando produtos dealta tecnologia, além de um rígido controlede qualidade. Os painéis Projelpi sãoprojetados com softwares especializadosem engenharia, após análise criteriosa dasnecessidades do cliente.

Os padrões da Associação Brasileirade Normas Técnicas (ABNT) e normasinternacionais, além da certificação ISO9001, são a base do desenvolvimento dosprojetos, que tornam a Projelpi umaempresa de excelência do setor. Asegurança e a continuidade das operaçõesfazem parte da estrutura dos painéis daProjelpi.

A Projelpi Soluções em Energia possuiprofissionais tecnicamente capacitadospara realizar diversos serviços, como:estudos de curto-circuito e seletividade,projetos elétricos, projetos de automação egerenciamento de obras e montagemelétrica e de instrumentação.

Como complemento à prestação dosserviços, a Projelpi desenvolve aplicativosde supervisão, controle e gerenciamento deprocessos industriais por meio de softwaresque garantem redução de custosoperacionais e melhoria contínua.

PAINEL CCMO painel CCM (Centro de Controle

de Motores) foi desenvolvido com oobjetivo de proteção, manobras e

controle de motor de baixa tensão,atendendo as exigências da norma NBR-IEC 60439-1. Sua aplicação é variada,podendo ser instalado em qualquerindústria.

A diversidade de utilização do CCM

é prova de sua eficiência e pode serpersonalizado para aplicação desejadapelo cliente. O CCM é compartimentado,podendo ser com gaveta fixa ou extraível.A gaveta fixa permite a manutenção nolocal, já a gaveta extraível permite a

retirada total da gaveta minimizando otempo de parada.

Projelpi Soluções em Energia19 3434-8083www.projelpi.com.br

Painéis CCM são sinônimo de tecnologia em controle de motores

Painéis Projelpi: projetados com softwares especializados em engenharia

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Uma superbactéria, capaz deconsumir cerca de 20quilos de açúcar portonelada de cana, foiencontrada depois deuma série de pesquisasrealizadas por umaempresa nordestina. Ainformação é deTeresa Cristina,diretora da Microserv.“Já é um fato. Estamospesquisando desde2005 e agora temos acerteza. A bactéria jáatingiu ao menos cincousinas brasileiras,sendo uma em MinasGerais, outra no MatoGrosso do Sul e três noNordeste”, explica.

Cristina ressalta agravidade do problema, descoberto emuma época onde a produtividade encontra-se em declínio. “O valor perdido pelasusinas durante uma safra é enorme. Bastafazer as contas do quanto essa bactériapode afetar a produção de açúcar. Nossoobjetivo é ajudar as unidades no combateao problema”, destaca.

A Microserv, agora, busca patentear a

descoberta, já que nenhum relato sobre oproblema foi encontrado. “Fomos aUniversidade de Alagoas, pesquisamos emtodos os sites da área e não encontramosnada a este respeito”, finaliza Cristina.

Microserv82 3372.5270www.microservbio.com.br

A Ello Correntes é empresa fabricantede correntes industriais, especializada emaplicações nas áreas de: açúcar e álcool,citrus, papel e celulose, siderúrgia emineração. Fundada em 1990, a empresavem mostrando seu potencial no mercadoquando iniciou suas atividades comomontadora de correntes. Hoje, possui umaestrutura completa que projeta e fabricatodos os componentes do produto até amontagem e expedição do produto aocliente.

Um controle total da qualidade dacorrente está presente, com laboratórios deanálises de durezas e trincas através de

partícula magnética, além de realização detestes de tração e análise de materiais comempresas especializadas. Ainda, a empresaconta com processo de retífica em pinos ebuchas, além de usinagem dos furos delaterais o que beneficiam muito aqualidade do produto. Com essastecnologias aliadas à experiência de suaequipe, elevados índices de desempenho edurabilidade são atingidos, produzindobenefícios para seus clientes.

Ello Correntes16 2105.6400www.ellocorrentes.com.br

A Eletro Service tem como missãoatender amplamente às necessidades deseus clientes com serviços e produtos,priorizando sempre a qualidade, asegurança e principalmente um preçocompetitivo. A informação é de RodrigoCarnelós, diretor da empresa. “Dispomosde equipamentos de alta tecnologia, quenos permite atender a todos os segmentosda Indústria com o mesmo critério,obedecendo aos procedimentos eobservando as normas técnicas vigentes”.

De acordo com ele, nos trabalhosdesenvolvidos pela Eletro Service estão: ainspeção eletromecânica, análise de

vibração, análise termográfica,alinhamento a laser, balanceamentodinâmico, sistema de limpeza com lavagemquímica, lavagem a seco e comtemperatura controlada, supervisão demontagem, start-tup e comissionamento emmáquinas de médio e grande portes.“Graças ao bom resultado dos trabalhos ea satisfação de nossos clientes, que há maisde seis anos atuamos como AssistenteTécnico da Weg Máquinas”, finaliza.

Eletro Service19 3496.7710www.eletroservice.com

Eletro Service, tecnologia em máquinas rotativas

A Eletro Service dispõe de equipamentos de alta tecnologia

A Eletro Service dispõe de equipamentos de alta tecnologia

Empresa projeta e fabrica todos oscomponentes para correntes industriais

Empresa descobre super bactériaque tem afetado produção de açúcar

Teresa Cristina, diretora da Microserv:

ao menos cinco unidades foram atingidas

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10ª edição da Feira serárealizada de 24 a 27 dejulho no pavilhão deexposições da cidade

Com a tradição de duas décadas, aFeira Metalmecânica de Maringápromove, neste ano, também a 1ª MostraSucroenergética. O objetivo é reunir asprincipais empresas ligadas ao setor, noBrasil, buscando soluções logísticasafinadas com a competitividade doetanol. A mostra pretende tambémdebater o setor de biocombustível ebiomassa no Paraná, além de oferecerprodutos, serviços e tecnologia.

A expectativa da Diretriz, empresaque passa a administrar a Metalmecânicaa partir deste ano, em acordo firmadocom o Sindimetal de Maringá, érecepcionar um número expressivo devisitantes profissionais e qualificados noParque de Exposições, onde se realizará oevento. Presidentes de empresa, diretores,gerentes, supervisores e técnicos atendemo principal perfil do público na feira.

Até recentemente as feirasMetalmecânica, em Maringá, e atradicional feira Expomac (Feira de MetalMecânica), em Curitiba, ocorriam emanos coincidentes, comprometendo apresença de expositores em ambos os

eventos. Com a administração da Diretriz,a Expomac passa a ser realizada em anospares e a Metalmecânica em anosímpares, tornando mais produtiva aparticipação do setor. “Com os doiseventos acontecendo em anos alternadosganham todos. A Metalmecânica deMaringá e a Expomac”, afirma CassioDresch, diretor comercial da Diretriz.

Pesquisas indicam que as feiras denegócios estimulam novos contratos,ampliam a base de contratos, incentivamo intercâmbio tecnológico e a visitação deprofissionais com poder de decisão ecompra.

A Metalmecânica Maringá, agora emsua 10ª edição, será realizada de 24 a 27de julho deste ano, no espaço de 13 mil

quadrados do pavilhão de exposições dacidade. Na última edição, a feira reuniu180 marcas expositoras, atraindo 16 milvisitantes e gerando R$ 50 milhões emnegócios.

Diretriz Feiras e Eventos41 3075.1100www.feirametalmecanica.com.br

Metalmecânica de Maringá promove 1ª Mostra Sucroenergética

Mostra pretende debater o setor de biocombustível e biomassa no Paraná

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Algumas usinas de açúcar e álcool edestilarias estão aplicando nas moendas,de forma equivocada, eletrodos de chapiscode diâmetro de Ø 6,0mm, Ø 7,0mm, Ø8,0mm, é o que revela o engenheiro LuizFrederico Viegas Caspari, diretor de P&Dda Comaso Eletrodos.

“Em vez de melhorar a qualidade naformulação e na aplicação de eletrodos dechapisco, alguns fabricantes resolveramaumentar o diâmetro do arame econsequentemente do revestimento, semconsiderar que com o aumento dorevestimento, maior será a perda, maior oconsumo de energia e menor a aderência,representando uma menor extração e,portanto menor o custo-beneficio para osclientes”, explica.

“A Comaso fornece chapisco àsmaiores usinas e destilarias de cana-de-açúcar e álcool dos Estados Unidos, ondelá só se utiliza chapisco de Ø 4,0mm e Ø5,0mm, diâmetro da alma, mesmo com osenormes rolos de 100 polegadas; é o que oengenheiro Luiz Frederico recomenda.

“Será que ninguém nunca pensou emverificar as perdas?”, questiona.

“Uma simples peneira abaixo do rolode moenda durante o processo deaplicação do chapisco, um cronômetropara marcar um tempo constante e umabalança irão confirmar as perdas”, garante.

Comaso16 3513.5230www.comaso.com.br

O uso de SoftwaresInterativos estáaumentando nasindústrias. Na indústriaSucroalcooleira estaverdade não é diferente.Os mais novos softwaresagora são online, ou sejasão acessíveis via internet,sem a necessidade decomprar o meio físico (CD)nem virtual por download.É só se logar no site quehospeda o software epronto, pode usar.

As vantagens são quevocê sempre acessa aúltima versão doprograma, pode fazê-lo dequalquer lugar do mundo, de qualquercomputador e de uma variedade dedevices(laptop, desktop, tablet,smartphone, entre outros).

Os softwares industriais podem ser desimulação operacional e de projeto básicode equipamentos.

Os de balanço simulam o fluxogramada indústria, balanço de massa, vapor eenergia e calculam as quantidades, vazões,temperaturas e outros, com uma grandefacilidade e rapidez. Estes programastambém calculam as capacidades, volumes

e superfícies de troca, dos equipamentos.Podem também fazer um balanço

econômico, fluxo de caixa e até viabilidadeeconômica e financeira.

Estes tipos de programas são ideaispara donos da usina, gerentes industriais,químicos, técnicos, engenheiros deprojetos, professores e alunos de tecnologiaaçucareira.

Sugarsoft19 3402.3399www.sugarsoft.com.br

Uso de softwares interativos está aumentando nas indústrias

Alerta é do engenheiro Luiz Frederico Viegas Caspari

“Usinas aplicam chapiscos emmoendas equivocadamente”

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As estruturas dos galpões paraarmazenagem da cana e também ondefuncionam as usinas é muito importantepara garantir a segurança dos funcionáriose a durabilidade dos equipamentos. Porisso, a escolha de materiais de qualidade eo planejamento adequado na construçãodesses locais devem ser priorizados pelosprodutores e usineiros. Na Fenasucro 2013- 21ª Feira Internacional de TecnologiaSucroenergética, empresas que fornecemsoluções para este setor trazem novidadesem produtos e serviços.

A Perfortex apresentará uma linha detintas que tem característicasanticorrosivas, o que retardamconsideravelmente o desgaste dassuperfícies; e promotoras de aderência emmetais não ferrosos e resistentes a altastemperaturas, prolongando o tempo devida da peça. Entre os lançamentos, amarca levará ao evento a Perfordur Anti-Flama SB, produto ignífugo com excelentedesempenho no retardamento dapropagação do fogo; e a Performarine AF,que oferece secagem rápida, aderência ealto poder de cobertura e rendimento. Esteproduto é utilizado em plataformas deexploração de petróleo, navios eembarcações em geral, para manutenções,reparos e construção de novas obras.

Já a Gerdau vai expor sua linha de

produtos para os setores de construçãocivil, agropecuária e aços planos. Noportfólio, itens como: pregos, barras, perfis,aços especiais, chapas, bobinas, telhas,alambrados, produtos ampliados, entreoutras peças, estarão em destaque noestande da empresa.

A Fenasucro 2013, promovida pelaReed Multiplus e com realização do CeiseBr — Centro Nacional das Indústrias doSetor Sucroenergético e Biocombustíveis,reunirá cerca de 550 marcas expositorasentre nacionais e internacionais, e 35 milvisitantes de 20 estados brasileiros e 30

países, no período de 27 a 30 de agosto,no Centro de Eventos Zanini, emSertãozinho, SP.

Multiplus16 2132 8936www.reedmultiplus.com.br

Fenasucro 2013 traz produtos que garantem

segurança e eficiência estrutural para galpões

Entre as novidades, metais de qualidade para telhados e vigas e tintas antichamas

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Com 40 anosde mercado, aYGB atende ossegmentos deÁlcool e Açúcar,Engenharia, Papele Celulose,Petróleo e Gás,Químico ePetroquímico,Siderúrgico e deMineração, comusinagens de peçase válvulas parainstrumentação.

A YGBadquiriu a CVControles, cujatecnologia emválvulas decontrole globopassa dos 20 anosde experiência, com um projeto arrojado ede alta tecnologia no atendimento aos maisdiversos processos industriais, comexcelência em controle de fluxo.

Nossas válvulas atendem a norma ANSIclasses 150 a 1500 LBS, nos diâmetros de1/2 a 18 polegadas, em aço carbono, inox eligas especiais, incluindo válvulas piloto,reguladora de pressão e auto-operada, com

flanges solidáriosou soltos.

O mercado édinâmico e,aproveitando aestrutura devendas quemontamos,lançamos a linhaHam-Let,fabricantemundial deconectores,válvulas deinstrumentos,conexões emanifolds.

A YGB possui310colaboradores,faturamentosuperior a 50

milhões de reais e 25 representantes em todoo Brasil, que estarão atendendo ao mercado,com os produtos da YGB, todo o portfólio daHam-Let e também serviços de usinagem emanutenção de válvulas.

YGB 11 2718.7787www.ygb.com.br

A ID Datacriou o ID REPMóvel que propiciaa mobilidade noregistro de pontodos funcionáriosenvolvidos nocampo e/ou naindústria,possibilitando a suainstalação em meiosde transporte e devivência. O aparelhoatende todas asnecessidades domercadosucroenergético,com a portaria 1510do MTE —Ministério doTrabalho eEmprego.

O projeto passou por vários testespilotos realizados nas principais usinas doBrasil, sendo adaptado para asnecessidades do agronegócio. Desse modofoi desenvolvido uma gama de acessóriospara transformar o ID REP (RegistradorEletrônico de Ponto da ID DATA) emmóvel como: conjunto de dispositivos paraproteção física do equipamento, já que são

instalados emambientes inóspitos(umidade, poeira ecalor); ecomunicaçãoWireless, via GPRS eWi-Fi.

“Desenvolvemostambém, umasolução de no-breakatravés da energiasolar, comcapacidade dealimentar até cincodias”, ressaltaEduardo Todeschini,diretor geral da IDDATA.

A ID Dataprovém de altatecnologia de ponta,

para que os dados sejam entregues comrapidez e eficiência para o RecursosHumanos das usinas, e assim, possamgerar seus relatórios de folha depagamento, evitando possíveis reclamaçõese futuras ações trabalhistas.

ID Data11. 2495-7740www.iddata.com.br

YGB lança linha Ham-Let de conectores,válvulas de instrumentos e conexões

ID REP móvel atende as

necessidades das usinas

ID REP Móvel propicia a mobilidade

no registro de ponto dos funcionários

Válvula fabricada pela YGB

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O aumento da mecanização naslavouras é um assunto muito discutido empublicações e estudos relacionados à suaprodutividade. Já se sabe que seaumentando o tráfego de máquinas sobre osolo, o emprego do pneu correto éimportante para se minimizar os efeitos dacompactação. O mercado de pneusapresenta hoje diferentes modelos e essesvão além de construções convencionais ouradiais, hoje se deve levar em conta aoperação efetuada pela máquina para quea relação custo x benefício sejaaproveitada.

Tendo em vista esse cenário empresascomo a paulista Alphapneus tem seespecializado em nichos específicos dosmercados e apresenta soluções que vão

além da comercialização. A Alphapneus conta com um

departamento técnico específicodesenvolvendo soluções customizadas paraseus clientes. A empresa possui uma equipeformada por profissionais técnicos, comoagrônomos, que visitam clientes e parceirose desenvolvem juntos, soluções específicaspara cada aplicação. Pneus agrícolas,florestais e industriais, todos podem serutilizados em diversas aplicações e osestudos desenvolvidos pela empresaatendem de maneira eficaz os desejos decada cliente.

Alpha Pneus16 3622.7300www.alphapneus.com.br

Mais de 700 pessoas compareceram àinauguração da nova loja da ColoradoMáquinas, em Ribeirão Preto, no dia 30de abril. A nova sede do grupo, que temlojas em mais oito cidades no Norte doestado de São Paulo, atende 82municípios, fica às margens da RodoviaAnhanguera e suas instalações são degrandes dimensões.

Autoridades estaduais, como asecretária de Agricultura de São Paulo,Mônika Bergamaschi, e diretores mundiaisda John Deere, estiverem presentes nasolenidade de inauguração, que teve iníciocom uma benção, seguida pelodescerramento de uma placa, marcando o

início das atividades naquele local. Osdiretores do grupo Colorado, DouglasMontefeltro e José Luiz Coelho, falaramaos presentes da satisfação em poderoferecer aos clientes e funcionários a novasede, ampla e com toda infraestruturanecessária para atendê-los com um altopadrão de qualidade.

Em seguida, um show com RolandoBoldrin, contando seus “causos”,abrilhantou ainda mais o evento, e umjantar fechou a noite com chave de ouro.

Colorado Máquinas16 3968.8080www.colorado.com.brUso do pneu correto minimiza

efeitos da compactação

Colorado Máquinas inaugura nova loja em Ribeirão Preto

Fachada e galpão de pneus da Alpha Pneus

Mônika Bergamaschi e diretores mundiais da John Deere: presentes na solenidade

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