Jornal PsiU - Edição 2

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Jornal do Diretório Acadêmico de Psicologia / Unisa - Ano 01 - Edição 02 - Maio - 2011 Jornal Vamos ao teatro? Peça: DIÁLOGO DOS PÊNIS Local: Teatro Ressurreição – Rua dos jornalistas, 123 Jabaquara. Data: 15/05/2011. Horário: 20 horas (Chegar até 19:30 para garantir desconto) Valor: R$ 40,00 ou 50% para estudante. Com o nome na lista do diretório acadêmico você pagará apenas R$15,00 ou ainda na efetivação do pagamento até dia 10/05 terá a chance de reservar os melhores lugares para assistir a peça. Tá cansado de tanto trabalho? Relatórios, provas, TCC? Relaxa! o D.A. PsiU prepara várias avidades para você sair da rona e se diverr. Confira: 6 de maio comemoramos o aniversário de Freud! Isso mesmo! Não vamos deixar passar em branco uma data tão especial, do pai da Psicanálise! Data: 26/05/2011 Aguardem! Mês de Freud! Essa é uma pro- posta interessante para todos aqueles que precisam de horas comple- mentares e ao mesmo tempo a missão de conseguir rela- cionar o momento lúdico com alguma abordagem específica sem deixar de rir e interagir com os colegas. 1 Os alunos do último ano da Psicologia, o D.A. da Engenharia, os alunos de Pedagogia e a PsiU estão organizando a Festa Junina de 2011. Com quadrilha, brincadeiras, comida típica e muita divesão!!! A festa é dia 2 de Junho mas os ensaios da quadrilha já estão agen- dados. Então não perca tempo! Agarre seu par e “bora pro caminho da roça”! (Bom)Humor! O que está esperando? Mande seus textos, pesquisa, críticas, sugestões, dicas culurais e eventos! Afinal, o Jornal é feito pra você! [email protected] Mostre para todo mundo por onde andam seus pen- samentos “psi”, compre uma (ou mais) camisetas personalizadas que o DA PsiU preparou para você! Preços especiais, visite nosso blog www.dapsiu.blogspot.com ou mande-nos um email [email protected]. Produtos PsiU

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Segunda edição do Jornal PsiU, feito pelo Diretório Acadêmico de Psicologia, PsiU. Alunos do curso de Psicologia da UNISA.

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Jornal do Diretório Acadêmico de Psicologia / Unisa - Ano 01 - Edição 02 - Maio - 2011

Jornal

Vamos ao teatro?

Peça: DIÁLOGO DOS PÊNISLocal: Teatro Ressurreição – Rua dos jornalistas, 123 Jabaquara. Data: 15/05/2011. Horário: 20 horas (Chegar até 19:30 para garantir desconto)Valor: R$ 40,00 ou 50% para estudante. Com o nome na lista do diretório acadêmico você pagará apenas R$15,00 ou ainda na efetivação do pagamento até dia 10/05 terá a chance de reservar os melhores lugares para assistir a peça.

Tá cansado de tanto trabalho? Relatórios, provas, TCC? Relaxa! o D.A. PsiU prepara

várias atividades para você sair da rotina e se divertir. Confira:

6 de maio comemoramos o aniversário de Freud!

Isso mesmo! Não vamos deixar passar em branco uma data tão especial, do

pai da Psicanálise! Data: 26/05/2011

Aguardem!

Mês de Freud!

Essa é uma pro-

posta interessante para todos aqueles que

precisam de horas comple-mentares e ao mesmo tempo

a missão de conseguir rela-cionar o momento lúdico com

alguma abordagem específica sem deixar de rir e interagir

com os colegas.

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Os alunos do último ano da Psicologia, o D.A. da Engenharia, os alunos de Pedagogia e a PsiU estão organizando a Festa Junina de 2011. Com quadrilha, brincadeiras, comida típica e muita divesão!!! A festa é dia 2 de Junho mas os ensaios da quadrilha já estão agen-dados. Então não perca tempo! Agarre seu par e “bora pro caminho da roça”!

(Bom)Humor!

O que está esperando?Mande seus textos, pesquisa, críticas, sugestões, dicas

culurais e eventos!Afinal, o Jornal é feito pra você!

[email protected]

Mostre para todo mundo por onde andam seus pen-samentos “psi”, compre uma (ou mais) camisetas personalizadas que o DA PsiU preparou para você!Preços especiais, visite nosso blog www.dapsiu.blogspot.com ou mande-nos um email [email protected].

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Construindo Conhecimento

Sartre e Simone de Beauvoir surpreendem pesso-as da nossa época não só pelas suas idéias, mas também pelo modo como viviam sua relação. Os dois se conheceram no ano de 1929 em Sorbonne, local onde estudavam. Sartre sempre teve fama de galanteador, mas não era conhecido por ser dotado de “beleza” física; era um homem baixo, “mirra-do” e estrábico, atraia a atenção das mulheres por suas idéias e sua desenvoltura para argumentar. Ao conhecer Simone, encantou-se por sua beleza e voz rouca, apelidou-a de Castor, que em inglês (Beaver) se assemelhava ao sobrenome Beauvoir. Castor e Sartre passam a estudar juntos para os exames orais e tornam-se cada vez mais próximos e consequentemente apaixonam-se... Se você está lendo, esperando um “felizes para sempre”, pare agora, esta não é mais uma balada de amor, ou uma historia que termina em casamento, pelo con-trário essa é a história do amor de Castor e Sartre, a historia do Amor Necessário. As moças da épo-ca (e talvez boa parte das moças da atualidade) esperavam receber um pedido de casamento, mas o que Simone recebe é a proposta de um pacto. Um acordo de que no relacionamento dos dois não haveria mentiras, nem monogamia. Sartre só tinha uma exigência: que ambos contassem um

Elânia LimaPsicóloga em formaçã[email protected]

Amor Necessário

“Se esse amor ficar entre nós dois, vai ser tão pobre amor, vai se gastar” Raul Seixas

ao outro, com o máximo de detalhes possíveis, sobre suas relações amorosas com outras pesso-as. Para Sartre e Simone o amor entre eles era necessário, já com outras pessoas, era contin-gente. O relacionamento que iniciou em 1929, só findou-se em 1980 com a morte de Sartre. Si-mone morre seis anos depois. Juliano Angelin, um grande amigo, disse certa vez que “passar o resto da vida com uma única pessoa é uma exceção que a nossa sociedade insiste em tratar como se fosse regra”. De fato esta afirmação do

Juliano me faz refletir sobre essa questão. As convenções sociais nos impõem certos compor-tamentos, preestabelecem nosso modo de agir e ser no mundo, e diante disso, penso que nossa liberdade não é tão livre assim. O existencialis-mo de Sartre nos diz que “somos condenados a liberdade”, mas se essa liberdade é moldada por convenções sociais (que já existiam antes de nascermos e que não fomos nós quem as

criou) somo mesmo livre? E qual preço a pa-gar quando se escolhe viver fora dos moldes preestabelecidos? Quem criou esse modelo de família nuclear? Qual intuito? E por que rene-gamos tanto os modelos que se distanciam dos que “seguimos”? Há uma música que diz “Va-mos duvidar de tudo que é certo”. Penso que seja esse o caminho: duvidar, questionar e até mesmo (por que não?) renegar. Termino este artigo, com inúmeras perguntas, pois assim como Freud “não almejo trazer convicções, pretendo estimular pensamentos e desestabili-zar preconceitos.”

Será que foi um velhinho simpático, lá pe-los seus 68 anos, que achava a vida uma maravilha como nunca¿ Um velhinho que acordava todo dia de manhã, e que enquanto lia a sessão de emprego no jornal e toma-va seu café na sacada do seu apartamento, lembrava-se que “graças a Deus, aquele mal não lhe acometia mais”, pois a aposen-tadoria lhe garantia uma vida tranqüila, e o

sistema de saúde lhe providenciava toda a assistência para que não sentisse os compro-metimentos físicos que a idade lhe trouxe-ra. Um velhinho simpático, cujos filhos já crescidos, moravam longe, e quase não o visitavam, mas não se sentia só, pois o sen-timento de dever cumprido compensava. Ou será que foi um jovem adulto, no auge dos seus trinta anos, com carro bom na garagem, uma mulher ainda toda “durinha”, filhos na escola, no curso de inglês, no acampamento, ou no exterior fazendo intercâmbio, o labra-dor no quintal, a empregada pra limpar suas defecações, o emprego que o pai sonhou, e que nada na vida poderia temer, a não ser o

Melhor idade pra quem? Eu fico pensando em quem criou essa nomenclatura

“Melhor” idadepeso da idade que lhe impediria de fazer coisas que nem a esposa o impedia hoje. O auge dos seus trinta e poucos anos, era acompanhada por uma estranha angústia que sentia ao ver o velho da casa à frente, suas rugas sem botox, a solidão que puta nenhuma dava conta de preencher, e o an-dador. Foi então que no desespero de uma vergonha não assumida, decidiu que não queria mais enxergar aquele seu futuro no velho, e decidiu que àquela faixa etária se-ria dado o nome de “melhor” idade, como um cego que ao pisar na bosta não sente nem o cheiro, pois pensa que é só lama. Ou será ainda que, o sujeito que empregou o termo àquela faixa da população, era um jovem de “classe média baixa” que após ter visto, ou melhor, não visto seu nome na lista de aprovados para o curso de jor-nalismo na universidade pública, teve que se submeter a um trabalho medíocre de assistente administrativo, vulgo faz-tudo, para pagar a faculdade, casa-se, é promo-vido à analista na mesma empresa e que, após o nascimento do seu primeiro filho é acometido pela culpa da inveja que sente pelo próprio filho, que enquanto ele lambe o patrão sacana, o pequeno fica em casa, e é só dar uma choradinha pra ter o bico

do peito da mãe em seus lábios, enquanto quando finalmente chega a casa o máxi-mo que consegue é um selinho que pega de raspão no canto da boca enquanto ela se afasta apressada em perguntar se con-seguiu passar no mercado pra comprar fraldas. Será que foi esse jovem desiludi-do que decidiu que não era justo que sua velhice fosse mais miserável ainda que toda sua vida, e que um ser que acabara de nascer se sentisse mais feliz e satisfei-to, com todos a sua volta, do que ele que estudou e trabalhou, ainda que não tives-se estudado, mas tinha toda a experiência de sua vida e os horizontes que sua cons-ciência lhe permitira alcançar. Decidido a denunciar essa injustiça nomeou a faixa etária dos mais velhos de “melhor” idade, como utopia, como um aviso de que essa idade, não que fosse, mas deveria de ser a melhor idade.

Karina Cecchinel de CastroPsicóloga em formação

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17 de maio de 2011 (terça) - das 18h às 22h30

Debate: “Privatização do SUS - a Saúde Pública não é mercadoria”

Local: Auditório Walter Leser Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Endereço: R. Santo Antônio, 590, Bela Vista, São Paulo Coordenadora: Maria Ermínia Ciliberti

19 de maio de 2011 (quinta) - das 15h às 18h

Evento: Roda de Conversa: Como temos cuidado da saúde men-tal da criança e do adolescente?

Mediadora: Maria Costantini Debatedores: Luis Fernando de Oliveira Saraiva e Maria Luiza Santa Cruz Endereço: R. Arruda Alvim, 89, Jd. América, São Paulo

19 de maio de 2011 (quinta) - das 18h30 às 22h

Evento: Ofcina Temática - Não ao Ato Médico

Local: Auditório do CRP SP Endereço: R. Arruda Alvim, 89, Jd. América, São Paulo Palestrante: Fernanda Magano

20 de maio de 2011 (sexta) - das 18h30 às 22h

Evento: Exibição e Debate sobre o Filme “Os Idiotas” (Idioterne), de Lars von Trier, Dinamarca, 1998

Local: Reserva Cultural de Cinema Endereço: Av. Paulista, 900 - Piso Térreo, São Paulo Debatedor: Domiciano José Ribeiro Siqueira

21 de maio de 2011 (sábado) - das 10h às 19h

Evento: V Feira de Saúde Mental e Economia Solidária

Local e programação cultural: www.saudeecosol.wordpress.com ou www.crpsp.org.br Informações: Departamento de Eventos do CRP SP Tel.: (11) 3061-9494, ramais 111, 130, 137 e 317 E-mail: [email protected] Local: Auditório do CRP SP R. Arruda Alvim, 89, Jardim América - São Paulo

Semana da Luta Antimanicomial no CRPA Semana da Luta Antimanicomial de 2011 convida a Econo-mia Solidária, a Juventude, a Cultura e outros segmentos a se juntarem na construção deste outro mundo possível. Em defe-sa do SUS e pelo fortalecimento das Redes Antimanicomiais! http://www.crpsp.org.br/lutaantimanicomial/

16 de maio de 2011 (segunda) - das 18h30 às 21h45

Evento: Saúde Mental, Política Pública e Situações de Calamidade: Estamos Preparados(as)?

Local: Auditório do CRP SP Endereço: R. Arruda Alvim, 89, Jd. América, São Paulo Coordenador: Cássio Rogério Dias Lemos Figueiredo

AgendaVI Congresso Interamericano de Psicologia da Saúde

[II Congresso Internacional de Neuropsicologia] 20 a 22 de maio de 2011

Local: Centro de Convenções Rebouças e Faculdade de Medicina da USP

Tema: “A Psicologia em 21 anos de SUS: Sistema Único, Atuações Plurais”

Informações e inscrições:Tel.: (11) 3069-8008 ou 3069-6188

E-mail: [email protected] Site: http://www.cepsic.org.br

Encontros psicoeducacionais 2011 -GRUDA

20 de Maio - sexta - 14h

“Psicologia da depressão e do transtorno bipolar”

Gratuito e não precisa de inscrição prévia

Instituto de Psiquiatria - Hospital das clínicas

Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785 – Cerqueira César

Anfiteatro principal

Informações: (11)30696648

Seminário Internacional de Alfabetização na Perspectiva da Psicologia Cognitiva da Leitura

Data: 23, 24 e 25 de maio de 2011

Local: PUC de São PauloO evento reunirá pesquisadores brasileiros e convidados de di-ferentes países que discutirão sobre a temática da alfabetização.

Inscrições: www.alfabetizacao2011.com.br

18 de maio de 2011 (quarta) - 14 horas

Ato Público

Local: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera, São Paulo

18 de maio de 2011 (quarta) - das 18h às 22h

Evento: Lançamento da Cartilha ?Bem-querer é o melhor remé-dio - A psicologia e sua interface com o atendimento integral à Saúde Mental? seguido do Debate: “Movimentos Sociais Antima-nicomiais”

Local: Auditório do CRP SP Endereço: R. Arruda Alvim, 89, Jd. América, São Paulo Coordenadora: Elisa Zaneratto Rosa Palestrantes: Marcus Vinícius e Eduardo Mourão

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PsiU - Diretório Acadêmico de PsicologiaAna Paula - Cássia - Elânia - Michel - Michelli - Nayara

Pesquisas, diagramação e arte: PsiUColaboração: Everton Calício

[email protected]

Page 4: Jornal PsiU - Edição 2

Assim como o nascer, a morte pertence à con-dição humana, nas gerações passadas as epide-mias acabavam com muitas vidas. Era comum a morte de crianças e eram poucas famílias que não havia perdido um parente na tenra idade. Contudo ao longo das décadas, houve grandes progressos no âmbito da medicina, fazendo com que as grandes destruições em massa fossem praticamente erradicadas por meio da vacina. A contribuição da quimioterapia, e em especial o uso dos antibióticos, fizeram com que os casos de moléstias infecciosas fatais tivessem uma sig-nificativa diminuição de ocorrências. Com essa evolução existe uma mudança de quadro, pois a olhos vistos, a um expressivo prolongamento da vida, sem em contrapartida garantir completa-mente uma qualidade de vida (KÜBLER-ROSS, 1969). Contudo, tanto falar sobre a morte como ela em si, sempre foi algo permeado por misté-rios e é sem sombras de duvidas um fato ine-vitável (STARZEWSK; ROLIN; MORRONE, 2005). No entanto, do ponto de vista biológico a morte é algo extremamente normal. Contudo, os aspectos simbólicos, que é uma característica inerente ao ser humano, contribuem na significa-ção ou nos valores que ele imprime as coisas e inclusive a morte (COMBINATO & QUEIROZ, 2006). Pois a morte não é somente a vivencia de uma perda, também existe uma aproximação da própria morte (BROMBERG, 1998). Sendo que, a mais vazia das idéias vazia é referente à morte, pois é assinalada por um conteúdo impensável, intransitável e ínvio. A morte é envolvida a uma idéia traumática por excelência (FERREIRA, 2004). Nisso, o significado que o individuo pro-porcionar a morte é internalizado e assim ocor-re o surgimento das singulares vulnerabilidades a ela associadas são remexidas (BROMBERG, 1998).Dês da infância o individuo já começa a experimentar perdas. A criança logo nos primei-ros meses de vida, vive a ausência da mãe, per-cebendo que esta não é onipresente. Então, essa

criança se sente só e desamparada e a partir dessas sensações é verificado que essas au-sências são sentidas como mortes. Entretan-to, a criança não consegue sobreviver sem a mãe, sendo que logo aparece alguém. Essas ocasiões vivenciadas pela criança são carac-terizadas por curtos períodos, mas certamente são fundamentais quanto registro desta pri-meira impressão e que é marcada como uma das representações mais intensas de todos os tempos que é a morte como perda, ausência, separação e como conseqüência proporciona ao individuo vivencias de desamparo e ani-quilidade (KOVACS, 1992). Frente à morte de uma pessoa querida é reativada no sujeito os medos e os pesadelos mais temíveis, tam-bém é reacendido a angustia do abandono e o temor de ser deixado sozinho. Essas ansieda-des de outrora podem ser novamente sentidas mediante uma morte significativa (PINCUS, 1989).Contudo, existem vários tipos de perdas que o ser humano experimenta no decorrer de sua existência, que são essas as experiências de morte em vida que são vivenciadas nas fa-ses do desenvolvimento humano, pois as pas-sagens para as fases futuras representam uma perda e morte das fases precedentes. Uma vez que existe uma perda de algo conhecido e, por conseguinte gera uma angustia perante o novo (KOVACS, 1992). Também é importante co-locar a existência das perdas que acontecem no ciclo da vida familiar, tais como: separação de indivíduos vivos, amputação, perda da consci-ência (morte psíquica), o desenvolvimento do ser humano com prisma de evolução e morte, entre outras (FONSECA, 2004). Essas “pe-quenas mortes” vivencia pelo individuo se es-tende para os momentos de mudança de casa, de emprego, em casamentos (morte simbólica da vida de solteiro), nascimento do filho (mor-te simbólica do papel de filho). Tais aconte-cimentos podem despertar o medo, a solidão e a angustia, sendo essas sensações o agente

principal que trazem analogia com a morte).(KOVACS, 1992). Além disso, o momento da velhice proporciona profundas separações, o sujeito se distancia do trabalho, papeis sociais são rompidos, mudanças familiares, despedida do corpo, dos bens materiais e por fim de sua própria vida (KOVACS, 1992). Existe uma tendência em julgar que o individuo normal e sadio, tem possibilidade e o dever de superar o luto de maneira rápida e total (BOWLBY, 1985). As pessoas admiram os indivíduos que após uma perda se mantém inabalável e firme. Muitas vezes isso não é expresso em palavras, mas essas atitudes apenas reforçam a idéia da falta de necessidade de sofre (PINCUS, 1989). Porém, é fundamental no processo de luto a expressão de sentimentos (KOVACS, 1992). Quando se perde uma pessoa querida por mor-te, no enlutamento, o adulto tem de enfrentar a angustia do abandono e a sensação de culpa (PINCUS, 1989). È algo inevitável a ligação da culpa perante a morte do outro. Apesar do adulta saber racionalmente que não é bem as-sim, o emocional freqüentemente aponta uma relação de culpa frente a morte do outro. Esse sentimento muitas vezes está ligado a falta de cuidado real ou não e ao sentimento exacerba-do no processo de luto (KOVACS, 1992). Além disso, muitas vezes o enlutando experimenta o sentimento de inutilidade e uma sensação de vazio frente a morte do familiar que cuidava, pois não irá mais exercer a função de cuidador e não fazia outra coisa a não ser o empenho no cuidado ao doente (PEREIRA & DIAS 2007). E após a morte da pessoa que necessitava de cuidados, preencher esse espaço vazio pode ser uma empreitada árdua, dificultando até mesmo o processo de luto (KOVACS, 1992).

A complexa transcedência entre a morte, o morrer e os processos de luto

Ana Paula Caruso Psicóloga

em formaçã[email protected]

A décima edição da Reatech, feira internacional de tecnologias em reabilitação, inclusão e aces-sibilidade, foi realizada durante os dias 14 a 17 de abril deste ano, no Expo Imigrantes em São Paulo. A Reatech é uma feira que muito interes-sa aos que possuem algum tipo de deficiência, seja ela física, visual, mental, ou qualquer outro tipo de limitação, aos interessados no assunto e aos curiosos de plantão. Este já é o oitavo ano que participo da feira, sou cadeirante e a feira se tornou essencial para que eu possa ficar por dentro das novidades que ocorrem no mundo da tecnologia, inclusão e acessibilidade voltada para “nós”, os portadores de necessidades especiais. A Reatech dispõe de stands (pagos) para quem quiser divulgar trabalhos; ou empresas, porém tudo voltado ao “mundo” das pessoas com de-ficiências. Nesses stands, podemos encontrar di-versos artigos, como próteses em geral, diversos tipos de cadeiras de rodas, bengalas, acessórios digitais para uso de computador, materiais para adaptação de locais não adaptados, adaptações

para carros, cadeiras de rodas, etc... E tudo que tem de mais moderno e inovador. Tam-bém se encontram ONGs e instituições que trabalham para o bem estar do deficiente, artistas divulgando seus trabalhos, escrito-res lançando autobiografias, projetos para inclusão de pessoas com deficiências, atletas participando de campeonatos de basquete e rugby em cadeira de rodas durante a própria feira em uma quadra disponibilizada para tal. No palco central, acontecem dos mais varia-dos shows, desfile de moda inclusiva e, neste ano, teve até casamento. Há um espaço para equoterapia e exposição de animais (TAA- Terapia assistida por animais). Durante toda a programação da feira, acontecem inúmeras palestras sobre os mais variados temas volta-dos para esse “mundo” das pessoas com defi-ciências. Essa feira é muito valiosa em termos humanos, pela heterogeneidade, uma vez que o público é bem variado, cada um com a sua história de vida, porém lutando pela mesma causa, que é a de sobreviver em um mundo re-pleto de preconceitos e barreiras que acabam lhes dificultando seguir a vida de uma forma

digna e tranqüila. Não é à toa que, a cada ano, a Reatech aumenta, seja em aspectos físicos, tecnológicos ou em termos de participação do público em geral, uma vez que a feira se torna cada vez mais atraente e envolvente, dando a esperança a muitos de saber que podemos se-guir a vida mesmo que tenhamos limitações. Já com a tecnologia, inclusão e acessibilidade, isso passa ser um mero detalhe.

Reatech

Michelli BertoniPsicóloga

em formaçã[email protected]

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