Jornal Impressões - #02
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GOIÂNIA |PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS | AGOSTO DE 2014
ESPECIAL
grandes cidades, como Goiânia, mas que não recebem a devida valorização da sociedade. Trabalhadores que labutam
usufrui dos serviços que prestam. Em reportagem especial, o Impressõestêm, recentemente, mostrado o quanto a paralisação de
gostariam de ser mais respeitados, olhados – e enxergados – com mais consideração.
Págs. 12 a 15
JORNAL LABORATÓRIO
O essencial é invisível aos olhos
Foto
: Hér
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Mar
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O essencial é invisível aos olhos
Os vendedores ambulantes agitam as ruas de Goiânia com suas técnicas de persuasão. Conheça algumas pessoas que
Pág. 20
INFÂNCIA
O que as crianças querem ser quando crescerem?
Perguntamos a várias delas e as respostas sobre o
futuro são surpreendentes. Pág. 8
VIDA URBANA
P E R FIS
>> Radialistas populares de Goiânia contam como é seu trabalho. Pág. 11
2EDIÇÃO
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2 Impressões [ago | 2014]
Não somos heróisOPINIÃO
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Texto: Leonardo Rodrigues de AfonsecaDiagramação: Ana Amélia Ribeiro
Pode até causar estranhamen-to o que vou escrever, mas, ao contrário do que pensa a maioria da população, nós, bombeiros, não somos heróis.
Nas histórias em quadrinhos e no cinema, a imagem do super herói foi imortalizada como aquele cara destemido, dotado de po-deres especiais, que arrisca a própria vida para salvar as pessoas. Eles existem em função das outras pessoas, desistem dos so-nhos pessoais para ajudar o próximo.
Realmente é preciso ter muita coragem para ser bombeiro e, muitas vezes, precisa-mos arriscar nossa própria vida para rea-lizar ações de resgate, busca e salvamento na terra, em altura ou nas águas. Porém, ao invés dos super poderes, o que temos são equipamentos especializados e treinamen-to constante em uma atividade que não admite erro e exige foco e disciplina. Mais
escolha de vida. Goiás conta hoje com cerca de 2,7 mil
homens e mulheres que formam o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CB-MGO). A admissão se dá com criterioso con-curso público, realizado em diversas etapas como exame intelectual, inspeção de saúde
curso superior completo em qualquer área. Após a aprovação, o futuro bombeiro
entra na corporação como aluno. Logo ele
perceberá que estudar e treinar serão uma constante em sua carreira militar. Para o êxito de nossas missões, há treinamento constante e aprimoramento técnico-pro-
próprio que atrai bombeiros de várias par-tes do País. Estar preparado para atender ocorrências nas quais o imprevisível é uma realidade cotidiana exige dos bombeiros de Goiás treinamento constante.
Para ser bombeiro, é indispensável ter o desejo de servir à população e salvar vidas, excelente condicionamento físico e equilí-brio emocional para lidar com as situações mais adversas. Fazem parte de nosso tra-balho ações de salvamento em emergên-cias, busca e salvamento de pessoas e bens, combate a incêndios, ações coordenadas de defesa civil, vistorias e análise de projetos e atividades preventivas.
Usar o uniforme da corporação é carre-gar cotidianamente nos ombros a respon-sabilidade assumida de proteger a socieda-de goiana. Os bombeiros continuam sendo
da população no Brasil, segundo pesquisa recente do instituto alemão GfK Verein. Esse tipo de aprovação mostra que esta-mos no caminho correto e que a busca por melhorias em nosso serviço é tão im-portante quanto nos-sa dedicação ao que fazemos de melhor: salvar vidas.
O jornalismo tem um papel so-cial relevante e uma conduta com esse compromisso precisa ser refor-çada ainda na formação dos futuros
-vilegiado para isso são os veículos laboratoriais. No caso do curso de Jornalismo da Pontifícia Universi-dade Católica de Goiás (PUC Goiás), tal elemento é primordial e está ex-presso nesta edição do IMPRESSÕES.
Tendo como tema principal tudo o que se refere a Trabalho, este nú-mero traz uma variada gama de con-teúdos jornalísticos que dão ampla dimensão de diversos segmentos
que trata das funções dos garis e dos motoristas de ônibus e táxi, traz a preocupação em fazer com que o jornalismo enxergue o que muitos ignoram e para tais situações chame a devida atenção. Porque nossa obri-gação é enxergar e nós enxergamos o que para tantos é invisível.
Num esforço que envolveu de-zenas de estudantes do segundo, terceiro, quinto e oitavo períodos do curso de Jornalismo da PUC Goiás, dos turnos matutino e noturno, e de uma equipe de professores, apre-sentamos mais uma edição do Im-pressões. Desejamos a todos uma ótima leitura.
Nós enxergamos
ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA PUC GOIÁS:GRÃO-CHANCELERDom Washington Cruz, CPREITORProf. Wolmir Therezio AmadoVICE-REITORAProfª Olga Izilda RonchiPRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃOProfª Sônia Margarida Gomes SousaPRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E APOIO ESTUDANTILProfª Márcia de Alencar SantanaPRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAProfª Milca Severino PereiraPRÓ-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONALProf. Helenisa Maria Gomes de Oliveira NetoPRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃOProf. Daniel Rodrigues Barbosa
PRÓ-REITOR DE COMUNICAÇÃOProf. Eduardo Rodrigues da SilvaCHEFE DE GABINETEProf. Lorenzo Lago
Jornal ImpressõesCoordenação de Jornalismo: Sabrina MoreiraReportagens: Alunos do 2º e 3º períodos
Alunos do 2º períodoEdição: Alunos do 5º períodoDiagramação: Alunos do 5º períodoMonitoria: Ana Amélia Ribeiro (6º período)Professores: Antônio Carlos Cunha, Carolina Goos, Carolina Melo, Déborah Borges, Gabriella Luccianni, Júlia Mariano, Mariana Calaça, Rogério Borges, Salvio JulianoEdição Geral: Prof. Rogério Borges
Prof. Salvio Juliano
assessor de Comunicação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, é formado em gestão pública e está na corporação desde 1992
Ana Amélia Ribeiro
3 [ago | 2014] Impressões
À espera de regulamentaçãoApós um ano de aprovação da lei, veja o que mudou nos direitos e deveres de empregados e patrões
PEC DAS DOMÉSTICAS
Aprovada no Senado Federal em abril de 2013, a Emenda Constitucional 72, mais conhe-cida como a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das
domésticas, foi recebida como uma vitória
-
nova lei é vista como uma forma de garantia
-doras domésticas adquirimos certa estabili-
-vamos a mercê das regras estabelecidas por nossos patrões, o que na maioria das vezes
também deveres ao tra-
que diz Cléo da Silva, que trabalha como empregada
os empregados, quanto
onde trabalho, tenho que assinar o caderno de pon-
tudo para que as oito ho---
so eu negocio com minha
-
estabelecidas, a mensalista Cléo diz ter no-
-
boa parte das minhas colegas de trabalho -
--
vogado Antônio César Batista diz que
passado, para que a desigualdade no
é preciso romper a barreira cultural que
como a ideia de que as atividades desen-
sempre foi vista com muito preconceito e dis--
para essa classe, que, na maioria das vezes,
--
-
na nova lei um passo importante na luta pela igualdade dos seus direitos traba-
assinada em novembro do ano passado,
--
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Reportagem: Gabriela Rosália e Guilherme BarbosaEdição: Erika Galvão, Juliana Modesto e Larize AlmeidaDiagramação: Maristela Ramos e Michael Goulart
diárias e 44 horas semanais
Seguro contra acidente de trabalho
Adicional noturno
Foto: Ana Amélia Ribeiro
4 Impressões [ago | 2014]
mês, é compensado pela carteira assina-
área de vendas.Dono de uma distribuidora de bebi-
das, Ailton Lima, trabalha principalmen-
nesse período que as vendas aumentam. “O tempo é curto, mas não posso
ausência. Procuro estar presente mesmo
param de trabalhar têm grande impacto na economia nacional. No setor de te-lecomunicações, mais de 1,2 milhão de pessoas trabalham como operadores de telemarketing, de acordo com a Associa-ção Brasileira de Telesserviços (ABT). Só em Goiás esse número passa dos 50 mil, segundo as últimas atualizações do Sin-dicato dos Trabalhadores em Telecomu-nicações em Goiás (Sinttel-GO).
Sem finais de semana ou dias santosReportagem: Kaio Lima,
Edição: Diagramação:
Qquem trabalha esta é uma opor-tunidade de estudar, descansar
e viajar. Mas nem todo trabalhador tem esse privilégio. Vendedores de shoppin-
operador de telemarketing, entre ou--
soas, na maioria das vezes, trabalham de domingo a domingo, sem ter tempo
-camente de terem vida social.
Mesmo com um cotidiano desgastan-
A vendedora da loja “Uatt?”, Jéssi-ka Coelho acredita que seu trabalho das
MetropolitanaCRER recebe voluntários
-
criou o projeto de voluntariado, que conta com pessoas que têm o compromisso e a sensibilidade
-dados aos pacientes do hospital.
ações sociais como Posso Ajudar, recreação, arteterapia, corte de cabelo, manutenção de cadeiras
-na de artesanato. Para se tornar um voluntário é preciso ter mais de 18 anos de idade, ter condi-
o trabalho, estabilidade emocio-
adaptação ao trabalho em equi-pe, responsabilidade, discrição, comprometimento, dedicação e disponibilidade para, no mínimo, ir ao local uma vez por semana.
http://www.crer.org.br / [email protected] / (62) 3232-3054 / (62) 3232-3000 / (62) 3232-3232
O surgimento das
oportunidades
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situada nas dependências dos VAPT VUPT espalhados pelo
sine.com.br. Outro local bastan-
Goiás ao Sistema da Federação
estágios e educação empresarial. -
tra pelo site www.ielgo.com.br.
-ma que trabalha doze horas
-va e muitas vezes estressante.
Ele acredita que consegue adequar seus horários para cuidar da saúde e ter tempo
de lazer.
Foto: Giovanna Gonçalves
5[ago | 2014] Impressões
H -sões mais desvalorizadas é a de professor, devido ao baixo salário, à grande carga horária semanal e ao des-
respeito dos alunos, tornando o trabalho estressante e cansativo. É cada vez mais
Muitas vezes até os próprios professores
seus direitos.Andréa Assis, formada em Letras Mo-
dernas pela Universidade Federal de Goi-ás (UFG), se mostra realmente entristecida
-al mercado de trabalho. Ela atua há 25 anos em uma escola estadual e há 17 em uma municipal e está descontente com a falta
-de sabe da necessidade de um professor,
EDUCAÇÃO
A professora Taís Souza critica o atual modelo de ensino. Lecionando em estabelecimentos da rede pública e privada, ela consegue perceber “uma diferença gritante” entre os dois
dos governantes com as escolas públicas. “A estrutura é de-
pelos professores.”
escola pública, pois possui mais autonomia e o salário ainda consegue ser um pouco melhor que no colégio particular em
etária de alunos com que ela trabalha, o elemento lúdico é mais importante do que o acadêmico, fator que contribui ainda mais
Reportagem: Danila Rezende e Daniele de OliveiraEdição: Nadia Sampaio eThereza OhanaDiagramação: Bruna Pires, Nadia Sampaio e Thereza Ohana
Foto: Nadia Sampaio
Aos mestres, sem carinho
Algo, entretanto, que a deixa bem satisfei-
de teatro até aulas de música, contribuindo para o desenvolvimento total do aluno.
Andréa julga que as escolas de período
pois os pais passam a maior parte do tempo
-
uma escola particular e em uma pública. Ela
-nos. Isso acontece porque, muitas vezes, os
Pollyanna Andrade, formada em peda-gogia pela Faculdade Nossa Senhora Apare-
em escolas municipais e acredita que essa
deveria vir de casa pesa para os professo-res, o que resulta num trabalho ainda mais
professoras acreditam que esse conjunto de
levando muitos alunos a procurar outras -
mo vestibular da UFG, o número de con-correntes para o curso de pedagogia foi de apenas 3,27 por vaga. A título de compara-
mais disputado do processo seletivo, foi de 64,48 candidatos por vaga.
Ygor Renato fez as provas desse vestibu-lar, mas concorrendo a uma vaga no curso de Letras, nutrindo o sonho de ser profes-
outras”, observa ele, que ingressou na uni-versidade com sucesso.
Segundo a professora Pollyanna An--
vam seus alunos a fazer o curso, pois sem-
enfrentam e isso começa a gerar o desin-teresse nos estudantes. Wellington Júnior, aluno do segundo ano do ensino médio, já
-sistiu de exercê-la. “Gosto muito dos meus professores. Muitas vezes os considero
--
“Diferença gritante”>> Professora Pollyanna Andrade em sala de aula
6 Impressões [ago | 2014]
Acidentes de trabalho fazem vítimas em Goiás
Falta de informações e do cumprimento das leis trabalhistas continua a provocar tragédias
CIDADES
Atualmente ir e voltar ileso to-dos os dias do trabalho tem se
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Vítimas
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Reportagem: Ana Paula Marques e Géssica VelosoEdição: Ana Flávia Andrade, Julia Maria Magalhães e Thaís DuquesDiagramação: Ana Flávia Andrade e Julia Maria Magalhães
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>> >>
O drama de vítimas e famílias
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7 [ago | 2014] Impressões
Oportunidades iguais, caminhos diferentes
O acesso ao ensino superior foi ampliado consideravelmen-te. De acordo com MEC, hoje
são mais de 7 milhões de estudantes matriculados apenas em instituições privadas. Um dos motivos para esse aumento foi a oferta de bolsas de es-tudos por universidades e faculdades, além de programas de estímulo de governos, o que vem possibilitando aos alunos cursarem uma graduação. Em Goiás, as possibilidades são diversas: Bolsa de Incenti-vo à Cultura (BIC), Bolsa de Iniciação Cientifica (BIC/PROPE, da PUC Goiás), Bolsa Vizinhan-ça, Bolsa Coral, Bolsa Universitária da Organi-zação das Voluntárias de Goiás (OVG), entre outras. Elas variam de 10% a 100% de isenção na mensalidade, levando-se em consideração o desempenho do aluno. Em contrapartida, os estu-dantes realizam trabalhos voluntários.
A responsável pelos bolsistas da OVG da PUC Goiás, Maria Santíssima Nunes, 50 anos, considera a partici-pação dos jovens na prestação de ser-viço algo de grande importância. “A contrapartida é uma forma de o alu-no contribuir com a sociedade valori-
zando a bolsa que o governo está lhe concedendo. Na PUC Goiás, o aluno tem oportunidade de cumpri-la nos projetos de pesquisa junto à Pró-Rei-toria de Pesquisa e também nos di-versos órgãos da instituição”, afirma.
Beneficiada pela bolsa da OVG em 2014, a acadêmica do terceiro período de Psicologia da PUC Goiás, Halyne Gonçalves, 22, exerce o voluntariado. “Ofereço parte do meu tempo para
trabalhar em uma Comunida-de Terapêutica Feminina
que atua na recupera-ção de mulheres de-pendentes químicas”, conta. No local, a es-tudante realiza pales-tras sobre prevenção
de recaída às drogas, senso de pertencimen-
to à família e cidadania, entrevista de triagem para
o recebimento de novas residentes e outras necessidades que houver.
Ser voluntário consiste em doar o tempo e o talento para causas de interesse social e comunitário, uma maneira encontrada pelo programa para incentivar o voluntariado e caso o trabalho seja de acordo com o cur-so, um meio de praticar aquilo que estudante aprende em sala de aula.
CIÊNCIA SEM FRONTEIRA
ARTES PLÁSTICAS
Reportagem: Dhayane Marques e Paulo Henrique Edição: Aline Costa, Priscilla Aguiar e Vitor SantosDiagramação: Aline Costa, Juliana Modesto e Erika Galvão
“Ofereço parte do meu tempo para
trabalhar em uma comunidade
Halyne Gonçalvesestudante
Foto
: M
arce
lina
Cord
eiro
Bolsas da OVG
Só no início de 2014, 142 mil estudantes foram contemplados com bolsas inte-
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Pesquisa feita em 2012 pelo IBOPE, em parceria com a World Independent Ne-twork of Market Research (WIN), revela
chega a 18% da população, inferior à
tendem a aumentar devido ao fato de o chamado Terceiro Setor oferecer traba-lhos geram satisfação pessoal para quem os faz e para quem os que recebe.
O Ciência sem Fronteiras é um -
nanciado pelo Ministério da Edu-cação (MEC), Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que sele-ciona estudantes de instituições de ensino superior para intercâmbio acadêmico. O objetivo do programa é aumentar a presença de pesquisa-dores e estudantes de vários níveis no exterior e promover a inserção internacional das instituições bra-sileiras. Bruno Vieira, estudante do curso de Engenharia de Software na UFG, se inscreveu no programa e ganhou a bolsa para os Estados Unidos. “Fiquei muito feliz ao saber que meu sonho ia se realizar. Houve obstáculos para minha desistência, mas foram assuntos possíveis de re-solver. Não tive medo ou incerteza, apenas vontade e coragem”, conta. Para participar basta se inscrever no site do programa (www.ciênciasem-fronteiras.gov.br), escolher o país que deseja ir e simultaneamente se regis-trar no departamento de assuntos internacionais da sua universidade.
8 Impressões [ago | 2014]
Profissões para salvar o dia
Televisão, desenhos animados e a convivência em determinados ambientes podem in�uenciar crianças nas escolhas para o futuro
Quem nunca pensou em ser um as-tronauta para visitar a lua, uma bailarina para rodar e rodar, um
veterinário para cuidar de cachorro ou até um super herói disposto a salvar o mundo? Com certeza todos nós. Grande parte dessa variedade de escolhas para o
assistem na TV, como desenhos anima-
Em entrevista concedida ao Vila Mu-lher, a pedagoga e mestre em estudos
-sistindo-os, elas tendem a imitar seus
personagens favoritos. As narrativas, o desfecho dos episódios e as temáticas tratadas nos desenhos compõem impor-
Hulk, em seguida pensou ser o Ho-
em diversos seres espaciais, Ben 10.A psicóloga Janaina Magalhães con-
--
Reportagem, edição, fotos e diagramação: Caroline Morais, João Barbosa e Maria Marta Presto
>> Antônio Luiz, 5 anos, gostaria de ser um Super Herói
determinantes nessa escolha. Arthur, de 7 anos, convive muito
para prender os vilões e proteger as -
-ciada pela TV ou por familiares, mas
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era a de bailarina. Depois, pensando so-
de ideia e decidiu ser médica. Segundo
Policial, médico e super-herói. In-dependente da seriedade e da realida-
-
proteger, cuidar, salvar e, principal-mente, se aventurar na própria imagi-
->> Maria Luize, 7 anos, gostaria de ser uma Médica
>> Arthur Moura Fé, 7 anos, gostaria de ser Policial
9 [ago | 2014] Impressões
“Quem fala, canta”
ENTREVISTA/VOLGA LEMOS
Reportagem: Matheus Carvalho Edição: Diagramação:
Professora de música há mais de 50 anos, Volga Lemos começou a tocar piano com apenas 4 anos. Aos 9, já lecionava. Formou-se em Música na Universidade Federal de Goiás e hoje ministra aulas de
canto no Teatro Basileu França. Nesta entrevista concedida sob o som de -
Quando decidiu fazer música, enfrentou preconceito? Volga: Nenhum, pelo contrário. No meu tempo de
-
Volga: Na realidade passei por vários cursos de música -
A gente começa a se interessar sempre por um motivo
-
Volga: Se você trabalha só como professor de canto, nas
se muito mal.
-balho, exige que cuidados especiais?Volga:
Volga: Você precisa ter um curso, de preferência, de
-peuta, enfermeira, formada em piano, em canto e em
uma coisa muito séria.
Precisa nascer com o dom?Volga: -
O que mais se busca nas suas aulas de canto? Volga:
atender necessidades como corais variados de escolas,
e cantar de forma freelancer. Hoje mesmo, estou atrás de um cantor. Tive um problema montando um espetá-culo e um dos participantes está machucado.
Volga: -
-
cantada. Pastores e professores também precisam do tra-
Na primeira e na segunda aulas, ele até consegue se sair bem. Nas outras, consegue ralando.
Volga:
vários fonoaudiólogos e, depois de nove meses de tra-balho, um dia atendi o telefone e a ouvi (emocionada)...
10 Impressões [ago| 2014]
No topo do mundoPara ter sucesso nas novas pro�ssões surgidas com a internet é preciso ter estudo, dedicação e criatividade
TECNOLOGIA
A internet tornou-se o maior meio de difusão de infor-mação. Com ela, também surgiu um vasto mercado
-lista de mídias sociais, gestor, gerente e analista de comunidades, gestor e geren-te de relacionamento são algumas das possibilidades de atuação para aqueles que querem trabalhar na área.
O social media é
cuida da visibili-dade da marca no meio digital, o que envolve o planejamento da presença das empresas nas mídias sociais, a produção de con-teúdo para sites, investimentos em publicidade online e em outros meios de divulga-ção oferecidos pela internet. A publicitária Camila Oliveira, 24, co-ordena uma equipe de social media e diz que o trabalho é grande e complicado.
Antes do desenvolvimento de conte-údos, é feito o planejamento da campa-nha e dos canais que serão utilizados. Em seguida, o planejamento é aprovado pelo cliente, produzido e publicado. O passo seguinte é o monitoramento do conteú-do para acompanhar o impacto gerado. “Hoje, as redes sociais em alta são o Face-book e o Instagram, onde todas as empre-
Reportagem: Amanda Mariano e Cristal AvilaEdição: Gustavo Carvalho, Yza Ortegal e Washington LuizDiagramação:
Cargos e salários
Analista de infraestrutura de suporte técnico Salário entre R$ 814 e R$ 2.400
Analista de infraestrutura de suporte técnico - Pleno Salário entre R$ 1.500 e R$ 3.719
Analista de infraestrutura de suporte técnico - Sr Salário entre R$ 3.954 e R$ 6.800
Analista Mídias Sociais - Jr Salário entre R$ 750 e R$ 2.500
Analista Mídia Sociais - Pleno Salário entre R$ 1.300 e R$ 4.311
Analista Mídias Sociais - Sr Salário entre R$ 1.750 e R$ 4.400
Diretor de Mídias Salário entre R$ 4.000 e R$ 23.598
Diretor de Criação Salário entre R$ 3.400 e R$ 26.000
Gerente Mídias - Jr Salário entre R$ 1000 e R$ 6.344
Gerente Mídias - Pleno Salário entre R$ 2.200 e R$ 7.000
Gerente Mídias - Sr Salário entre R$ 4.400 e R$ 10.800
sas querem estar, mas cabe à agência ana-lisar se esse canal é realmente rentável ao produto oferecido e se estar ali realmente vai fazer a diferença para determinado cliente”, orienta Camila.
Ela acredita que o trabalho no mundo digital só tende a crescer, pois a internet proporciona facilidade ao consumidor. Além disso, a coordenadora de social media conta que as empresas estão come-çando a aceitar a ideia de que o marketing antigo e a publicidade intrusiva não ven-dem mais. Camila explica que os maiores investimentos das empresas são feitos em
AdWords, serviço de pu-
e em AdS, que é a publicida-
de paga do Facebook. “O You-tube tem se des-t a c a d o também, mas não são to-
das as empresas
que estão preparadas
e dispostas a investir em boas
campanhas de audio-visual, por ser um produto
mais caro”, acrescenta.Camila explica que os maiores in-
vestimentos das empresas são feitos em AdWords, serviço de publicidade do
paga do Facebook. “O Youtube tem se destacado também, mas não são todas as empresas que estão preparadas e dis-postas a investir em boas campanhas de audiovisual, por ser um produto mais caro”, acrescenta.
A remuneração depende do conheci-
os cargos oferecem vagas nos níveis jú-nior (iniciante), pleno e sênior (experien-
mercado é a falta de cursos de graduação -
mente na área de comunicação, já estão incluindo disciplinas sobre o assunto em seus currículos.
11 [ago | 2014] Impressões
As vozes do rádio Inspiração vem do momento, a transmissão, do pro�ssionalismo, e a emoção, do sentimento de quem trabalha com um veículo muito popular
PERFIS
Segundo o IBGE, 76% das casas no Brasil contam com rádio e televi-são. Com a chegada da TV e ago-ra na era da internet, o rádio foi obrigado a se adequar aos novos
-mitindo seriedade ao anunciar uma notícia,
O IMPRESSÕES conversou com alguns dos locutores e apresentadores de rádio mais importantes de Goiás para saber como é o
dias, falam a milhares de ouvintes.
ARTES PLÁSTICAS
Reportagem: Fernanda Caroline Moraes e Gabriel Evan BorbaEdição: Mariah Barros e Géssyca BasílioDiagramação: Bruno Felipe e Isabella Naves
Locutor da Rádio Universitária, que completa seus 50 anos no ar, João So-breira trabalhou por três anos na Rádio Clube de Goiás, inaugurada em 1942.
tem um contato direto com o ouvinte” explica ele. Em sua opinião, o grande diferencial do rádio é que as informa-
-ginam. “Essa era, e ainda é, a grande vantagem do rádio. Ele se torna um amigo de cabeceira”, brinca Sobreira.
Ele diz que ser locutor não é uma
mas pode se tornar uma atividade muito prazerosa. “No passado, ser locutor de rádio era considerado um
-breira. Algo que acontecia porque as
muito ligadas ao mundo artístico, que sofria preconceito da sociedade da época. O locutor acredita na grande importância dos radialistas no mundo atual. “Mesmo com as outras formas
Formado em 2002 pela Univer-sidade de Goiás, Pablo Kossa, lo-cutor da Rádio Interativa, escolheu Jornalismo 15 dias antes do vesti-
--
lismo e comecei a fazer Direito na UFG em 2005. No final de 2006 lar-guei porque Direito é muito chato. Então me reconciliei com o Jorna-
-
-mente por ele. “Caso alguém não goste, a culpa é totalmente minha”, brinca. Ele acha acha divertido ter
de colocar no ar tudo com o que se
atividade, a de DJ. Pablo também assina uma co-
que trabalha com opinião.
Referência na área em Goiás, o lo-cutor Lázaro Santos – ou o Caubói da Poeira, como também é chamado – é conhecido pela maioria dos goianos por sua voz inconfundível. Lázaro faz parte do dia a dia das donas de casa,
prédio antigo bem no centro de Goi-
Terra FM. Vindo do interior, ele não
outra qualquer. Aprendeu tudo o que sabe na prática, ou como ele mesmo diz, “na faculdade da vida”.
“É tudo prática, o rádio se tornou pra
de um dia de trabalho, ele não vê a hora
-cidos do rádio goiano, como “Alô, Goi-ânia, terra das mulheres bonitas e dos homens apaixonados e trabalhadores!” e “Eu vim chegando com o chapéu na
-so dinheiro para gastar com as mulheres solteiras, bonitas e apaixonadas.”
Pablo KossaLázaro Santos João Sobreira
12 Impressões [ago | 2014]
Invisibilidade e descasoOs pro�ssionais responsáveis pela limpeza nos centros urbanos quase nunca são reconhecidos como merecem
CAPA
Oagente responsável pela limpeza dos princi-pais centros urba-
nos do País é o gari. Essa
no Brasil desde a época do Império, em 1830. Em Goiânia existem mais de cinco mil empregados na área responsável por este serviço de coleta de lixo, in-cluindo motoristas de caminhões e coletores. No entanto, na capital é
à importância das funções que executam.
que torna o trabalho ainda mais difícil.
“Pretendo sair em breve do emprego
conta que durante os anos de trabalho conheceu muitas pessoas de bem, mas que já chegou a receber um copo en-gordurado e sujo ao pedir um pouco de água, o que lhe rendeu muito constran-gimento. Além dessas situações, ele cita as condições de trabalho que podem ser prejudiciais à saúde, como estar cons-tantemente exposto à poeira, e os riscos no trânsito, em que o maior deles é um possível atropelamento.
“A pior coisa é você ser destratado enquan-
faço e ainda receber este tipo de tratamento, a
-mula dia após dia.
Na coleta de lixo nos cami-
teme pela segurança no ho-rário de trabalho e as pos-síveis infecções no contato diário com o lixo. “Ainda
-ceito, mas sim da negligência
de moradores ao fechar os sa-cos de lixo, muitas vezes rasgados
pontiagudas e superam os equipamentos de
os comerciantes dos bairros da capital é o que mais gosta em seu trabalho. Os funcionários da coleta de lixo costumam receber alguns agra-dos, como refrigerantes das distribuidoras de bebidas para amenizar o cansaço, pois é preciso preparo físico para encarar a rotina e as corridas nos quarteirões em busca de uma coleta mais
-que a gente conhece quase
-
--
--
ter a limpeza de aproximadamente dois
Reportagem: Alan Farias e Johann Germando KabbertEdição: Geiseane Teixeira e Larissa CarneiroDiagramação: João Barbosa
“A pior coisa é você ser destratado
enquanto está trabalhando”
João Carlosgari
>> Gari varre calçada na capital: busca por maior reconhecimento da sociedade
Foto
s: H
éric
a M
aris
sa
designados, com a carga horária de oito horas por dia”.
Ele garante que todos recebem os
-tituídos por botas, calças, camisas, capas protetoras e bonés com proteções laterais e para a nuca, com o objetivo de ameni-zar os efeitos do sol, além de receberem
-lubridade. O salário, segundo o assessor, varia entre mil e mil e duzentos reais,
vale- transporte.
13 [ago | 2014] Impressões
metade já foi concluído e o reló-gio marca meio-dia, mas quem avisa é o estômago. Debaixo de
um sol quente que parece derreter sua
limpar o suor e tomar água. Para ele, a carga horária de oito horas mais parece
limpeza das praças, parques e vias públi-cas, recolhendo o lixo que a cidade pro-duz diariamente, ajudando a prevenir
-
sua família. Ela acorda todos os dias às
trabalho se inicia às sete horas. Para a
de artrite, doença que provoca uma in-
Luta diária contra o preconceitoReportagem: Pollyana de Jesus da SilvaEdição: Carlos Kubo e Rafael PachecoDiagramação: João Barbosa
Para ela, a caminhada feita durante sua jornada de trabalho é muito can-sativa. A gari tem orgulho do que faz,
quando ela aparece com seu uniforme de trabalho para buscá-las na escola.
cada olhar, cada gesto delas e noto um
-
já perdeu a conta de quantas vezes sofreu
sempre se tem um banheiro pra gente usar, e somos seres humanos, temos necessida-des. Quase sempre que pedimos algum mo-rador ou comerciante pra usar o banheiro, o discurso é o mesmo. Dizem que o banheiro
-ça da gente”, desabafa.
“Já estou acostumada a beber água da
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sa. Ao beber, senti um gosto diferente. Aos poucos percebi que a moradora tinha mis-turado água sanitária.”
O papel dacoleta seletiva
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pela coleta de lixo e limpeza das ruas e avenidas da capital goiana, além
-va, por usa vez, se colocou como di-
forma de educar minha menina. Mi---
A rotina destes trabalhadores se resume em se reunirem nas garagens antes e depois do expediente, pegarem seus objetos de trabalho e atuarem em áreas pré-estabelecidas pelos seus su-periores. Ramilton diz que os materiais de trabalho como luvas, uniformes e
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ças a Deus nós somos bem amparados. -
corridos e levados para o posto de saú-de e se for preciso, deixados em casa.”
Questionados sobre os aspectos -
dores mostraram-se reticentes. Per-cebe-se um receio da parte deles em expor queixas, esquivando-se das perguntas mais incômodas que tra-
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nada do que reclamar.
Reportagem: Gabriela Câmarae Luana de Castro LopesEdição: Joyce Silva
>> Grupo de garis limpando ruas de Goiânia: trabalho essencial para a cidade
14 Impressões [ago | 2014]
Motoristas querem mais respeito
Pro�ssionais do transporte coletivo queixam-se do que passam em sua rotina de trabalho, o que vem acarretando até problemas psicológicos
CAPA
Já foi o tempo em que jovens de classe média baixa, com idade entre 22 e 30 anos, enxergavam
forma de ingressar no mercado de traba-lho e correr atrás de um futuro. Segun-do pesquisa feita pelo site de empregos
está entre os dez piores empregos do Brasil. O trânsito conturbado, o compor-tamento de muitos passageiros pouco respeitosos e, principalmente, as más condições de trabalho contribuem para que a atividade seja vista como uma das mais estressantes e cansativas.
Para José Pereira, de 53 anos e há 28 anos motorista da empresa HP, a eleva-da carga horária de trabalho e a grande demanda de passageiros para a quanti-
tempo fora do trabalho é bem reduzido, porque levantamos muito cedo e dor-mimos muito tarde, fazendo as viagens.
-co.” A grande demanda de passageiros
e pontos, faz com que o caos na hora do embarque seja maior, afetando o moto-
e acabam faltando com o respeito. Posso -
peita o motorista. Todos querem entrar
-ma o motorista acaba sendo o culpado
-ciso lidar diariamente com o trânsito de
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foi planejada para um número de pesso-as e acabou crescendo desordenadamen-te, e o trânsito sofreu com isso. A falta de gentileza é elemento essencial para
-
que existe um monitoramento durante a
Estresse da profissão
Com tantos elementos cau-sadores de situações tensas em sua rotina, motoristas sentem fal-ta de um acompanhamento reali-
A psicóloga Ivone Souza, profes-
existem tratamentos para pesso-as com estresse do trabalho e que
-toristas, mas também outras vari-áveis que, podem levar o funcio-nário a uma determinada fobia”.
Em casos mais graves, a situ-
ter uma síndrome, que a psicólo-ga descreve como Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental
de esgotamento cuja causa está -
sional”, explica. Trabalhar diuturnamente, ter
o trânsito caótico pela frente, tra-var relacionamento diário com pessoas diferentes e ser confron-
-cipais causas do problema psico-
-perativa de Transporte do Estado de Goiás, Cotego.
e vejo a rotina dos motoristas, que encaram o trânsito caótico de Goiânia, além de transportar passageiros nervosos, que muitas
-veríamos respeitar mais esse pro-
que merece ser reconhecida com -
dante Wéllida Karla.
Reportagem: Alexandre Araújo Sila e Keyla Regina Carvalho Edição e Foto: Bruno Cunha, Paulo Ricardo e Valéria Maria Diagramação: Giullya Franco e Samiha Sarhan
“Eu me relaciono muito bem com os passageiros, estou acostumado com
isso, mas problemas corriqueiros sempre temos”
José Luiz Trindade, motorista
15 [ago | 2014] Impressões
Aventura atrás do volanteCAPA
Reportagem: Laura Sabrina Dias Weiller e Welker Almeida SilvaEdição: Bruno CunhaDiagramação: Carlos Kubo, Lúcio Vernon e Rafael Pacheco
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De acordo com o IBGE, atualmente Goiania possui 1,3 milhão de habitantes. Isso dá
uma média de cerca de 700 habitantes para cada táxi.
Atualmente Goiânia conta com 1.820 táxis circulan-do pela cidade. A idade entre os taxistas varia muito, desde os 18 anos –
idade mínima para obter a carteira de motorista – até os 60. O taxista Fran-cisco André Sobrinho, mais conhecido como Ceará, é natural de Fortaleza. Trabalha como taxista em Goiânia há 25 anos. O taxista, muito bem humo-rado, diz que foi assaltado duas vezes e em que nenhuma ocasião perdeu o humor: “A segunda vez em que fui as-saltado, há uns 4 meses, o cara colocou a arma aqui na minha barriga e pediu o dinheiro. Eu perguntei se ele queria o táxi e ele disse: Não, não, eu sei que vocês são rastreados” conta, rindo. Para ele não existe cliente chato ou exigente, procura sempre atender com educação. Como ele mesmo diz: “Vai na onda do camarada, se ele torce pro São Paulo, eu vou torcer pro São Pau-lo.” Francisco conseguiu comprar um carro, uma moto, montar uma lancho-nete na praça Tamandaré e formar suas
pudesse escolher de novo escolheria a
Reinildo Siqueira Souza vê muitas oportunidades de crescimento pessoal em ser taxista. Ele é o que chamam de au-
xiliar – taxista que não tem carro próprio e reveza com outro motorista, cada um
tinha uma confecção de roupas mas, pela indicação de um amigo, resolveu traba-lhar como taxista. Quando questionado sobre alguma reclamação, Reinildo per-de um pouco da timidez. “Nunca recla-maram de mim, procuro sempre ser cal-mo e educado com o cliente.” Albertino Taliba de Campos, 54 anos, diz que resolveu ser taxista porque não estudou e também por causa da sua ida-de. Trabalhava como vendedor de salga-dos e, com a indicação de um cunhado, começou a trabalhar no ramo. Ele come-çou como auxiliar e neste ano conseguiu
seu próprio carro. Diferente do taxista Francisco, Albertino diz que se pudes-se escolher, faria outra coisa. Comenta
-sageiro que entra é um desconhecido e sua vida está em risco. Sem contar que já houve meses em que não conseguiu pagar as contas. Ele ressalta que como
-lher continua trabalhando e ele também
Mas o que nenhum taxista pode negar -
ras. A cada corrida se aprende uma coisa nova. Para ser taxista, a paciência deve vir em primeiro lugar e contar com a sorte de
Os motoristas de táxi também passam quase despercebidos no cotidiano dos centros urbanos, mas ninguém conhece melhor a cidade do que eles
>> Reinildo Siqueira: há 5 anos no ramo
>> Francisco Sobrinho, o Ceará: muita história para contar
dos Montadores de Banca da Feira Hippie (ASMOBAFEHI), a feira é um ponto de re-ferência da capital que atrai consumidores de todas as partes do País.
Cláudia Azevedo Wanderley, 41 anos, é proprietária de uma loja de enxovais
roupas na feira. Ela tem que levar mate-riais para costurar, buscar o que já está pronto e pesquisar lugares mais baratos
para comprar as peças. “Trabalho de segunda a sexta, das 7h até 18
horas e a confecção não para. Temos que produzir roupas o tempo todo para atender pedidos particulares, da loja e também vendê-los
Luiz Gonçalves, 62 anos, vende roupas femi-
ninas no local há mais de 15 anos. “O meu trabalho é
bem mais leve, porque já pego pronto, pego a mercadoria e
viajo para o interior do Estado durante a semana” conta. Thiago Alves da Fon-
De sol a solO feirante tem um trabalho mais difícil do que parece, o que exige desses pro�ssionais muita disposição para manter abertas suas barracas
VAREJO
Reportagem1: Karina AzevedoEdição: Lhaís SilvaDiagramação: Larize Almeida, Erika Galvão e Juliana Modesto
“É muito
não deixo de jeito nenhum”
Luiz Gonçalves, feirante
Quando se fala em feira é possível que as pessoas já
-do. A origem das feiras li-vres no Brasil vem do perí-
odo colonial, quando surgiram como um meio de troca entre as pessoas. Segundo o professor de História Geral Armando Souto, com o que sobrava para alguns e faltava para outros, houve a necessidade de intercâmbio de mercadorias.
Tradição que é mantida até hoje e que pode ser vis-ta nas ruas de Goiânia. A Feira Hippie, a maior da cidade, existe desde a década de 1960, quando os hippies expunham as peças de artesanato no Parque Mutirama. Atualmente, ela está locali-zada na Praça do Trabalhador e conta com mais de seis mil fei-rantes, entre pessoas que trabalham com comida, roupas e calçados. Para Elias Fer-reira Florencio, secretário da Associação
seca, 32 anos, é dono de uma sapataria há 16 e há oito vende sapatos na Feira Hippie. Durante a semana, trabalha na fabricação dos calçados junto com os funcionários. “Começo as 7 horas e não tenho hora pra parar.” Ele conta que a
inteira e fazer feira sábado e domingo. “É muito cansativo, mas não a deixo de jeito nenhum.”
Em meio a tantas bancas de rou-pas e em uma feira desse tamanho, é difícil ficar sem comer. Por isso, em pontos estratégicos do labirinto de produtos oferecidos, é possível encon-trar as barraquinhas de comida, com uma diversidade imensa, que vai de um simples lanche aos almoços e “jan-tinhas” completas, como as servidas por Neide Azevedo da Costa, 43 anos, que está na feira há 1 ano. “Trabalhar com comida aqui na feira é muito difí-cil, porque não temos água encanada, temos que trazer de casa. Sem contar que é uma mudança que trazemos. É uma mudança!”, enfatiza.
Fotos: Wanessa Rúbio
16 Impressões [ago | 2014]
Sobram vagas, falta mão-de-obra
O Brasil necessita de quase 340 mil pro�ssionais em pelo menos 20 áreas
EMPREGO
A -
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Reportagem: Hanier Maciel e Nathalia FreitasEdição: Leonardo José e Rayanne FerreiraDiagramação: Douglas Freitas
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Principais lacunasAnalista de sistemas:
Engenheiro civil:
Gerente de TI:
Montador automotivo:
Caminhoneiro frotista:
Quantos são necessários: 1,130 milhão
Quantos são atualmente: 1 milhão
Quantos faltam: 130 mil
Remuneração média inicial: R$ 1.700
17 [ago | 2014] Impressões
18 Impressões [ago | 2014]
Produtores de leite encaram o avanço das novas tecnologias como ferramenta de crescimento em seu trabalho coditiano
CAMPO
Uma das maiores bacias leiteiras do Estado encontra-se no muni-cípio de Orizona, a 123 km
da capital. Nessa região, produ-tores de leite com realidades totalmente diferentes apre-sentam níveis de tecnologia condizentes com o tama-nho da produção e da mão-de-obra. Em uma proprie-dade de 48 hectares, Antônio Dimas e a esposa Dorilene de
e têm como principal fonte de renda a produção leiteira. Ao chegar ao curral da propriedade, observa-se que a pro-dução ainda é de uma forma que pouco se vê atualmente. O balde de metal de-bruçado na pia e o curral sem nenhuma canalização de equipamentos - a não ser o tanque de expansão - mostram que a ordenha ali ainda é feita de forma ma-nual.Dimas, como é conhecido na re-gião, conta que diariamente tira cerca de 270 litros de leite de 19vacas. E desde que começou na atividade há dez anos, esse número pouco mudou.
Se em algumas propriedades o mane-jo com o animais é feito quase da mesma maneira que era realizado décadas atrás, em outras novas tecnologias se aproxi-mam aos poucos. É o caso da fazenda de José Geraldo Ribeiro. Com uma área de 25 hectares, ele e a esposa Rosana Corrêa Ribeiro trabalham na produção de cerca
de 400 litros diários. Mas nem sempre foi assim. Produtor desde 1988, José Geraldo tirava leite de duas vacas, levava para ci-
que muita coisa mudou com o tempo.A produção e a família cresceram
aumentando os gastos ao ponto de a ren-
mudar de ramo de atividade. Venderam a maioria das wvacas, continuando
com algumas para a produção de queijos, e passaram a
trabalhar com aprestação de serviço para terceiros em dois tratores. Essa mudança durou apenas alguns anos, por conta de
problemas pessoais e com a contratação da mão-de-o-
bra. Dessa forma, José decidiu vender um dos tratores e voltar para a produção leiteira, onde se
mantém até hoje. Aos poucos, a produção foi aumen-
tando e houve necessidade de aderir a no-vas tecnologias.O tanque de expansão e a ordenhadeira mecânica foram alguns dos avanços adquiridos. “Mesmo pra ganhar o dobro, eu não trocaria a vida que tenho aqui, mexendo com o leite pra ir pra cida-de. A gente tem que fazer o que gosta”, pondera o produtor. E conclui: “O que eu sei fazer é tirar leite, o que eu gosto é isso”.
Hoje, os proprietários se sentem pressionados a crescer pela forma como
por quantidade - e pela rapidez com que as tecnologias vêm evoluindo. O produ-tor Oleno Marçal começou no ramo há 35 anos, tirando 37 litros de leite por dia. Hoje produz 4.000 litros diários com 160 vacas, três ordenhas e seis funcionários.
Reportagem e fotos: Marluce Corrêa e Vanessa Pereira Edição: Douglas Freitas, Giullya Franco e Samiha Sarhan Diagramação: Caroline Morais
“O que eu sei
leite, o que eu gosto é isso”
José Geraldoprodutor rural
A transição entre o antigo e o novo
No início da produção, o proprietá-
estrutura, gado, falta de conhecimento e mão-de-obra especializada. Apesar dos obstáculos, ele ressalta que tinha de crescer na atividade e conseguir dobrar a produção. “A tecnologia foi algo indis-
>> Vacas em instalações mais modernas: chegada de novidades
>> Ordenhadeira mecânica: mais facili-dade no trabalho do campo
>> Curral de fazenda em Goiás: modo tradicional de manejo do gado
Toque femininoCresce o número de mulheres que decidem criar suas próprias empresas. Especialistas dizem que elas são mais detalhistas e organizadas
EMPREENDEDORISMO
Valéria entra em contato com fornecedores, vai ao buffet, recebe clientes, define o cardápio do res-taurante, orienta funcio-
nários... E ainda são nove horas da manhã! Dona Cida, ao chegar na con-fecção, pesquisa tecidos, desenvolve metas, gerencia o caixa da loja, tudo antes do horário do almoço. Essas não são as rotinas apenas de Valéria No-leto e Aparecida Tavares, mas sim de muitas outras Valérias, Aparecidas, Marias, Teresas, Anas.
O sexo feminino vem conquistan-do espaço no mercado e se destacando no ramo empreendedor nos últimos anos. De acordo com o Anuário de Em-preendedorismo em Micro e Peque-nas empresas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), no ano de 2010, em Goiás, mais de 13 mil mulheres iniciaram seu próprio negócio. Em 2012, o Estado já contava com aproximadamente 45 mil empresárias em começo de carreira.
De acordo com a pesquisa divul-gada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae, 6,5 milhões de mulheres co-
mandam suas próprias atividades no Brasil. O estudo revela um dado curio-so. Enquanto homens abrem suas em-presas em busca de lucro, as mulheres procuram aliar rentabilidade com o prazer de fazer o que gostam.
As regiões Centro-Oeste e Norte despontam como referências do em-preendedorismo feminino. O anuário do Sebrae revela que são as regiões com o maior número de empresárias estabelecidas em atividade com mais de três anos. Cada uma alcança 16,9% da população da mesma classe.
Elaine Souza, gerente de Inovações e Competitividade do Sebrae Goiás, acredita que o empreendedorismo fe-minino no Estado tende a crescer. Se coragem, iniciativa e determinação são características de um bom empreen-dedor, a mulher que decide criar uma
-bilidade, intuição e cooperação. “Den-tre essas guerreiras, 40% são chefes de
conseguem conciliar as atividades pro--
de”, revela a gerente do Sebrae. Segundo Maurício Keller Tamioso,
consultor organizacional e instrutor do
empreendedora abrange pessoas de 25 a 50 anos que buscam, antes de tudo, se conhecer e desenvolver seu potencial empreendedor através de capacitação prévia para, somente depois, começa-
Atendimento diferenciado
Valéria Noleto se interessou por cozinha aos 16 anos e escolheu a gas-tronomia como trabalho. Aos 21, mon-tou seu primeiro restaurante. Em 1993, após período de viagem e estudos, teve a oportunidade de criar o Buffet Imperial, casa de eventos e festas. Co-meçou com pequenas cerimônias que logo tomaram proporções maiores, sendo necessário investir em novos
-tou sua cozinha industrial, o projeto Gran Chef, voltado a abastecer refei-tórios de grandes empresas onde pro-duz mil refeições por dia, sem perder o toque de uma boa comida caseira. E nos últimos três anos inaugurou o res-taurante Victoria Gourmet.
A identidade do restaurante é totalmente feminina, só há mulhe-res no atendimento. “Tenho uma carga horária média de 17 horas por dia. É um segmento exaustivo, mas, compensador”, relata Valéria. De acordo com a empresária, o olhar amoroso e a atenção ao cliente são toques femininos que fazem toda a diferença no mercado.
Reportagem: Marcus GouveiaEdição: Luiz Magno LeãoDiagramação: Bruna Pires, Nádia Sampáio, Thereza Ohana
rem bem um negócio. “As mulheres são mais organizadas, comprometidas e detalhistas no que fazem, buscam informações de especialistas, querem saber pessoalmente como as coisas são feitas e têm mais iniciativa diante das
Aparecida Tavares, conhecida por todos como Dona Cida, trabalhou du-rante anos como funcionária de mon-tagem, corte e costura em uma confec-ção. Em busca de nova oportunidade saiu e começou a costurar em casa. Algum tempo depois recebeu propos-ta de seu sobrinho para iniciar uma confecção de camisetas. “Em 1991 re-solvemos fazer camisas masculinas e a ideia deu certo. O negócio expandiu, a casa ficou pequena e assim a Alta Voltagem Moda Masculina passou a existir. Isso já faz 23 anos”, conta Dona Cida. Uma loja foi aberta em Campi-nas. Um pouco depois, a fábrica, outra
Acre, Maranhão e Mato Grosso.
>> Elaine Souza, do Sebrae
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19 [ago | 2014] Impressões
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Questão de segundosEm busca de uma renda melhor do que teriam no mercado formal, trabalhadores escolhem os semáforos para vender suas mercadorias
VIDA URBANA
Faça chuva ou faça sol, milhares de carros passam pelas ruas da capital e é neste meio que pes-
soas buscam uma forma de sustento para si ou para a família. Ao esperar parados em um semáforo, motoristas são abordados por vendedores de doces, frutas e até mesmo de acessórios para carros.
Em Goiânia, segundo a Secretária Municipal de Trânsito (SMT), exis-tem cinco mil pontos de semáforos. Um de-les fica no cruzamento entre as avenidas C-1 e C-4, no Setor Coimbra, onde a jovem Pomathielly Vieira, 21, conhecida como Pona, vende frutas de segunda a sábado. A profissão apareceu em sua vida após o convite do cunhado, que possui uma equipe de funcionários espalhados pela capital. Antes, ela trabalhou como vendedora em loja de roupa, promotora de vendas e caixa em um supermercado.
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dutos. “Quando o cliente diz que a fruta está estragada, eu retruco que não está, porque o meu produto é muito bom”,
-nha cerca de R$ 50 por dia e que o valor mensal pode chegar até R$ 2 mil. “Se eu comparar quanto recebo hoje e quanto recebia na época que trabalhei de cartei-ra assinada, o meu lucro é bem maior”.
Durante a reportagem, em menos de duas horas, Pona vendeu cinco caixas de
caqui. Cada caixa contém em média 13 frutos. Diariamente ela vende uma mé-dia de 50 caixas. Apesar do sucesso nas
-cia de que não existe um futuro no meio
sabendo disso, ela está conseguindo construir sua casa própria.
Adalberto Pereira Braga, 37, é vendedor de frutas e acessórios para carro na aveni-da C-4, no Setor Coimbra, há sete anos. Ele trabalha todos os dias a partir das 7h da ma-
nhã e ressalta que consegue lucrar -
gundo Adalberto, as ven-das podem chegar até
o lucro é de R$ 2 mil. Com esse dinheiro ele
Adalberto conta que a falta de estudos
é um dos motivos que o levaram a trabalhar nesta
área. Situação parecida é a do ambulante Marcos de Souza, 19,
que vende panos de pratos na Rua 115 com a Av. Fued José Sebba, no Setor Sul. O trabalho, de segunda a sábado, é reve-zado em outros pontos da capital, como em semáforos no Setor Marista, Bueno e na Vila Nova. “Depende do dia, tem lo-cais que vendem mais”, garante.
Antes de mudar para Goiânia, Marcos trabalhava como técnico de manutenção de alarme no munícipio de Rondon, no Pará. Na época, o vendedor recebia R$
venda de panos de pratos. O ambulante consegue enviar R$ 500 para a mãe, que mora em Rondon. Futuramente, ele so-nha montar uma equipe de vendas nos semáforos. “Já possuo CNPJ, o que auxi-
mais barato”, assinala.
ARTES PLÁSTICAS
Reportagem: Alexandre Vinícius e Paulo Ruan Edição: Mayra Borges e Verônica SilvérioDiagramação: Bruno Felipe e Isabella Naves
“Depende do dia, tem locais que vendem
mais”Adalberto Braga
vendedor ambulante
Um trabalho com vários riscos
Trabalhar no sol de quase 30 graus é
do vendedor de rua. Consequentemente, essas pessoas podem ter mais facilidade em contrair câncer de pele. A dermato-
que o câncer é gerado pelo excesso de exposição aos raios solares. Entre 10h e 16h, estes vendedores deveriam evitar o sol, paralisando seu trabalho. Cláudia
-ção e se proteger. ”O ideal para estes tra-
ter uma sombrinha de lona, chapéu que cubra as orelhas e a nuca, passar prote-tor solar a cada duas horas e usar camisa de mangas longas”, aconselha a médi-ca. O ambulante Marcos de Souza asse-gura que segue os passos da proteção.
Além do inimigo solar, o trabalho re-alizado pela Secretaria Municipal de Fis-calização é considerado pelos vendedo-res um grande risco para os ambulantes.
apreende a mercadoria dos autônomos que não possuem registro. O diretor de
Mendonça de Rezende, informa que os produtos alimentícios apreendidos são
após a apreensão, todos os alimentos são enviados para órgãos que vão usu-fruir dos produtos.” Outros tipos de mercadorias apreendidas vão a leilão.
De acordo com Paulo Rezende, exis-tem 500 pessoas registradas na Secretaria de Indústria e Comércio com autoriza-ção para vendas em esquinas. O diretor pondera, entretanto, que o número de pessoas não registradas é inimaginável. “Se eu falar que existem 100 pessoas, vai ser pouco, se for 10 mil poder ser muito. Não existe um número exato, até porque muitas dessas pessoas chegam todos os dias a Goiânia vindo de outros estados.”
20 Impressões [ago | 2014]
21 [ago | 2014] Impressões
C --
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Serviço-
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Museu Zoroastro
Artiaga aberto
a visitação
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Reportagem: Vinícius PachecoEdição e diagramação:Anna Carolina Pimenta
“Tenho a capoeira e música como arte. Tenho alunos que são músicos e mestres atuando hoje na
França, Alemanha, Inglaterra, Espanha.”
Mestre Vermelho
panorâmica
>> Mestre Vermelho e Regis
‘Grupo Só Angola forma cidadãos’
Foto
s: Iz
abel
la C
risty
na
22 Impressões [ago | 2014]
O desafio dos palcos Atores goianos falam das di�culdades de exercer a pro�ssão em Goiás
CULTURA
A carreira de ator é sempre lembrada pelo glamour que nos acostumamos em ver nas grandes produ-ções. Para ver seu traba-
lho reconhecido pelo grande publico, a
ter bem mais do que talento. Também -
posição, dedicação, estudo e muita per-sistência para quem quer ingressar em
e se torna mais competitivo. O diretor, ator e escritor Sandro Frei-
tas, 44 anos, natural de Santa Helena de -
pressar, mesmo em períodos difíceis,
escassa em incentivos governamentais. Ele atuou na Cia Anthropos, onde tam-bém foi colaborador. Desejando, porém, ter sua própria companhia, fundou o
grupo também se realizou pelo convite do Teatro Zabriskie para a apresentação
-po em que o Brasil sofria com a ditadura.
manutenção de uma companhia, devido à falta da consolidação de uma indústria cultural em Goiânia, a começar da re-muneração, não só de atores mas de ce-
-
registros DRTs e leis trabalhistas a serem
contra a natureza do ator” ele destaca, por
acreditar que a arte é inerente no ser hu--
nais que sonham apenas em interpretar. Apesar da preferência em manter atores
-po Trupicão com um número maior de
o meu melhor amigo, o banco, e vou para a praça atuar”, assinala. Atualmente com os integrantes Cristyanne Cabral, 25, João
-dro como diretor, o Grupo Trupicão traz um formato que o diferencia das outras companhias goianas. O lema parece ser:
companhia formada, o foco é apenas atu-ar. O mais novo projeto de Sandro e que
-ra goiana, uma parceria que consolidou com a Cia Oops..!. É uma modalidade chamada projeto de residência, quando dois ou mais grupos se encontram para
Anos de sonho
sonha com a carreira de atriz, iniciou -
mente três anos e meio, ingressan-do na escola Cep em Artes Basileu
parada”, ela ressalta. Apoiada pela -
gos Teatrais durante um ano e meio no Basileu. Quando mais nova no colégio sempre realizava apresenta-ções em eventos culturais. A jovem atriz elogia o público goiano e sua
falta de interesse da população em
-ceiro através da arte. Ela, porém, não se abate. “Quem critica não conhece
“Fazer artes é provar constan-temente a competência, seja para o público, seja através dos editais. É como se estivéssemos constante-mente em avaliação, fazendo pro-vas de concurso público”, compara a atriz. Estas são as palavras de João
um dos fundadores da Cia Oops...!, uma das principais de Goiânia.
-riedade de espaços estruturados para apresentações e criações de es-
da produção local, principalmente por parte da imprensa, que pouco divulga.” Mas todos esses fatores não impediram João de ter sucesso
-
cenas e performances. A Oops...! é composta apenas por cinco in-
um bom teatro, que ganhe espaço
Reportagem: Kamilla AraújoEdição: Bruna Pires e Márli SouzaDiagramação: Amanda Pacheco e Ana Flávia Andrade
Fotos: Lorena Melo
>> Grupos de teatro ensaiam em
23 [ago | 2014] Impressões
A evolução do clickFotógrafos de diferentes gerações falam sobre sua relação com as novas tecnologias da área e de como encaram os métodos do passado
FOTOGRAFIA
Você conseguiria imaginar
O acesso à tecnologia vem
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de nós tiveram contato com a câmera analógica e se lembram das inúmeras
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-do o ofício na divisão de comunicação
de nostalgia em relação à câmera analó-
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universidade tive uma ma-
Os fotógrafos antigos -
durante esta transição:
Foto
: Deb
ora
Borg
es
Novas Gerações
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Reportagem: Amanda Teixeira, Elisa Manuela e Isabela DazemEdição e diagramação: Isabella Naves e Bruno Felipe
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em toda essa revolução tecnológi--
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24 Impressões [ago | 2014]
Não há encanto em seu laborAos olhos de quem conta dinheiroMas aqueles que catam o dia inteiroCada coisa à qual não damos valorReconstroem histórias e caminhos,Recriam a vida, encontram tesouros
Não aqueles de ouro e prata,Mas de vidro, plástico, papel e lata
E de luta, fé e dignidade.Afinal, o que é sustentabilidade?É o que eu faço e você tambémPara deixar um mundo melhor
Àqueles que ainda vêm
Não há encanto em seu labor...ENSAIO
Fotos: Warley CoutoTexto: Déborah Borges Diagramação: Joana Vargas