JORNAL ESPACIAL DA AMPARE 10 ANOS

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ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DOS PACIENTES DE PÂNICO DE PERNAMBUCO Quem não se lembra do sonho da oliveira? Pág. 02 EDITORIAL HOMENAGEM AOS SÓCIOS FUNDADORES Pág. 03 AMPARE Quem somos e o que fazemos... Pág. 05 DIRETORIAS AMPARE Pág. 04 Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife/AMPARE: da idealização Wilson de Oliveira Jr.* Pág. 06 AMPARE – Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife 10 anos de existência. Jane Lemos Pág. 09 DEZ ANOS DA AMPARE – PARABÉNS! Ricardo Paiva Pág. 11 DEPOIMENTO DE Jacilene Cansanção Barreto Bittencourt Pág. 12 A AMPARE COMPLETA 10 ANOS WAGNER MAIA Pág. 14 Ó UM A PAR V F R M E SOBRE AÚ E EN AL S D M T g ina 17

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JORNAL ESPACIAL DA AMPARE 10 ANOS

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Quem não se lembra do sonho da oliveira? Pág. 02

EDITORIAL

HOMENAGEM AOS SÓCIOS FUNDADORES Pág. 03

AMPARE Quem somos e o que fazemos...

Pág. 05DIRETORIAS AMPARE

Pág. 04

Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife/AMPARE: da idealização

Wilson de Oliveira Jr.* Pág. 06

AMPARE – Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife 10 anos de existência. Jane Lemos Pág. 09

DEZ ANOS DA AMPARE – PARABÉNS!

Ricardo Paiva Pág. 11

DEPOIMENTO DE Jacilene CansançãoBarreto Bittencourt Pág. 12

A AMPARE COMPLETA 10 ANOS

WAGNER MAIA Pág. 14

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o inicio era apenas o sonho – A pequenina Nsemente...O vento soprou e soltou a semente num terreno fértil. O

sonho deixou de ser apenas um sonho. A semente germinou. Nasceu a AMPARE.

Uma a uma, as folhinhas foram surgindo... Uma, Duas, Três, Quatro, Cinco, Seis, Sete... Brotou o primeiro ramo. Um ramo pequenino e frágil, com Sete folhas novinhas e bem verdinhas, precisando dos cuidados de mãos hábeis, capazes de transformá-lo numa grande Árvore de Amigos, com raízes profundas, tronco robusto, galhos fortes e frondosos, e frutos saudáveis. Uma árvore capaz de resistir às intempéries.

Dez anos se passaram... Sopraram ventos, caíram chuvas, mudaram as estações. Mas, você resistiu. Você se manteve firme. Você cresceu.

PARABÉNS, AMPARE! VOCÊ SOBREVIVEU!

Algumas folhas caíram, outras nasceram. E, cada dia, mais folhas vão surgindo e multiplicando-se, tornando a sua copa mais frondosa. Que bom!

Você mereceu chegar aonde chegou. Hoje, passados Dez anos da sua fundação, você é uma árvore forte e viçosa, carregada de folhas amigas e frutos saudáveis, que oferece abrigo, amparo, proteção...

PARABÉNS, AMPARE! VALEU A PENA SONHAR!

Que a sua sombra possa abrigar sempre muitos amigos.Que novas folhas encham seus galhos todos os dias.Que suas raízes sejam fortes e profundas, para que nenhuma chuva ou

vento mais forte a arranque do chão.Que sua missão, como a de todas as árvores, nunca seja esquecida:

Acolher, abrigar, sustentar, amparar quantas vidas puder. Quantos seres buscarem guarida.Que Deus continue abençoando o seu trabalho por uma Medicina mais humana e Cristã, por uma melhor qualidade de vida.

É maravilhoso sentir ao deitar, a leveza de uma consciência tranqüila; a paz de um coração aberto ao amor e ao perdão; a felicidade de ter um trabalho digno para agradecer a Deus que enobreça o nosso espírito e dê sentido à nossa existência.

É maravilhoso, sobretudo, experimentar a satisfação do dever cumprido e buscar que a nossa passagem pela vida não seja em vão.

Obrigado, Deus, pela Semente da Oliveira!Obrigado, Semente da Oliveira, pelo seu sonho!Obrigado, Folhas da Oliveira, pela AMPARE!Obrigado, AMPARE, por nos tornar mais humildes e mais irmãos!

Socorro Capiberibe

Quem não se lembra do sonho da oliveira?EDITORIAL

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HOMENAGEM AOS SÓCIOS FUNDADORESMensagem:

(AMPARE) – amparar, acolher, abraçar, sustentar abrigar, adotar...Ampare, acolha, abrace, sustente, abrigue, adote:Essa idéia, esse sonho, essa esperança, esse caminho esseHorizonte, esse amigo...

Porque:Nós queremos, nós podemos, nós devemos, nós merecemos.Nós sofremos e crescemos, nós sonhamos e acreditamos que nos encontramos, não podemos nos dispersar.Simplesmente, tão somente, unicamente por essa razão:“Nós somos um grupo forte, amigo, solidário, corajoso, sofrido e vencedor.Uma vez que plantamos a semente, é nosso compromisso: DEIXÁ-LA FLORESCER.

É hora de SOMAR forças; MULTIPLICAR esperanças; SUBTRAIR sofrimentos; e DIVIDIR alegrias.

Aplicando corretamente essa MATEMÁTICA tão simples, que a nossa doença nos ensinou tão bem... Conseguiremos obter os melhores resultados nesse VESTIBULAR, para o qual nos preparamos tão pouco, mas que certamente fará de nós, a melhor TURMA que a SINDROME DO PÂNICO já conseguiu formar.

Seremos alunos do TEMPO, na escola da VIDA, e colegas da HUMANIDADE.Estudaremos matérias essenciais, tais como:

CORAGEM, CONFIANÇA,COMPANHEIRISMO, PERSEVERANÇA,PACIÊNCIA e PERDÃO.

Teremos poucos momentos de lazer, muitas noites em claro; algumas lágrimas, alguns sorrisos.

- Reconhecimento?... – Talvez.- Decepções... Certamente.

Mas tudo isso faz parte do CURSO.

Prestaremos SOCORRO; buscaremos VITÓRIA; ouviremos WAGNER, TADEU, CRISTINA, PATRÍCIA e IVAN.E, em breve, muito breve, não seremos apenas Sete...A 'AMPARE' será uma grande famíliaAmanhã.

O importante é que nos preparemos para todas as PROVAS e que nos esforcemos para executar com amor os nossos TRABALHOS EM EQUIPE.E, com certeza receberemos o DIPLOMA de “AMIGOS DOS PACIENTES DE PÂNICO EM RECIFE” – e seremos a PRIMEIRA TURMA formada pela AMPARE.

Com carinho: Socorro CapiberibeRecife, 23 de abril de 2001(Abertura oficial da Ampare)

É hora de SOMAR forças; MULTIPLICAR esperanças; SUBTRAIR sofrimentos; e DIVIDIR alegrias.

“AMPARE – essa Realidade”

SocorroCapiberibe

WagnerMaia

TadeuCosta

CristinaFalcão

VitóriaOliveira

PatríciaAllen

IvanCadima

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“Faze com alma o que na vida te for dado fazer, mas não te esqueças de integrar-te nos grandes planos de Deus”.(D. Hélder Câmara)

undada em 23 de Abril de 2001, por um grupo de portadores do transtorno do pânico e idealizada pelo médico pernambucano Wilson Alves de Oliveira Jr., a Ampare existe para F"amparar" pessoas como você, que estão precisando de ajuda. E, apesar de criada

inicialmente para os pacientes com pânico, hoje a Ampare acolhe também os pacientes com Depressão, TOC, Transtorno Bipolar, Hiperatividade, Déficit de Atenção e outros transtornos de ansiedade e do humor.

Trabalhamos por uma Medicina mais humana e eficaz, que se traduza em tratamento digno e adequado, e uma melhor qualidade de vida para quem sofre de transtornos psicossomáticos. Temos um site informativo sobre o nosso trabalho, com artigos de médicos e psicólogos abordando sobre o Pânico, outros transtornos de ansiedade, depressão e seus tratamentos; além de entrevistas e depoimentos de pacientes, dicas de livros, agenda de palestras, cursos para estudantes e profissionais da área... Visite, fique por dentro e indique aos amigos:

Temos também um JORNAL de periodicidade trimestral com uma tiragem de 5.000

exemplares, que circula com êxito pelos meios médicos e demais meios sociais, levando a todos uma visão ampla de nossas atividades.Contamos com excelentes Profissionais: Médicos e/ou Psicólogos - que abraçando a causa humanista da AMPARE, prestam atendimento aos sócios dessa Associação, em seus próprios consultórios e com hora marcada, seguindo a nossa proposta eficiente e digna, que respeita os diferentes níveis sócio-econômicos dos pacientes.

A AMPARE também dispõe de um “SPPA” (Serviço de Psicologia e Psiquiatria AMPARE) na própria Sede, todos os dias, das 8:00 às 20:00h, com valores compatíveis ao nível sócio-econômico de cada um. Para isso, o sócio passará por uma avaliação com a Diretoria ou com o próprio Psicólogo, que determinará o valor mínimo possível para cada paciente.

Dispomos ainda de um atendimento virtual pelo E-mail: com sob a responsabilidade da Psicóloga Clinica: Dra. Jacilene

Cansanção - também diretora administrativa da AMPARE - que poderá orientar e responder aos pacientes com transtornos de ansiedade e depressão de outras localidades ou mesmo de Recife, que desejem se informar e tirar suas dúvidas.

Com uma taxa simbólica de apenas R$10,00 por mês, você se torna associado da AMPARE e pode usufruir dos serviços prestados por esta associação. Associe-se já!

Promovemos palestras em empresas, faculdades, colégios, igrejas etc., para divulgar os transtornos emocionais e o nosso trabalho. Para solicitar uma palestra fale conosco.

Nossos contatos: (81)3222-6252 / 8873.7400Nosso E-mail:

Nosso endereço: Rua Oswaldo Cruz, 393, sala 01, Boa Vista, CEP 50050-220, Recife - PE (Térreo e 1º Andar do Prédio Anexo da Associação Médica de PE). Nosso horário de atendimento: de 2ª à 6ª feira, das 7:30h às 19:30h e aos Sábados das 8:00 as 14:00h.

"Não, não pares. É graça Divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa, manter o ritmo... Mas a graça das graças é não desistir. Prosseguir firme... podendo ou não podendo... Caindo embora aos pedaços... Chegar até o fim." (Dom Helder Câmara)

www.ampare-pe.com.br

[email protected]

[email protected]

AMPARE Quem somos e o que fazemos...

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DIRETORIAS AMPAREPrimeira Diretoria / 2001 – 2003

Segunda Diretoria / 2003 – 2007

Terceira Diretoria / 2007 – 2011

•Wagner Maia (Diretor Cultural);•Socorro Capiberibe(Presidente); •Maria Helena Baltar (Diretora Tecnica); •Jacilene Cansanção (Diretora Administrativa); •Rosa Romano(Diretora Financeira); •Ivan Cadima(Vice – Presidente)

Wagner Maia• (Diretor Cultural);

Jacilene Cansanção• (Diretora Admistrativa);

Francisca Modesto• (Diretora Financeira); Maria Helena Baltar•

(Diretora Técnica); Socorro Capiberibe•

(Presidente); Wilson de Oliveira Junior•

(Vice – Presidente e Presidente de Honra)

•Socorro Capiberibe (Presidente); •Maria Helena Baltar (Diretora Técnica); •Francisca Modesto (Diretora Financeira);•Wilson Oliveira Junior (Vice – Presidente); •Wagner Maia (Diretor Cultural); •Jacilene Cansanção (Diretora Administrativa)

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Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife/AMPARE: da idealização

Wilson de Oliveira Jr.*

entendimento a respeito da relação entre emoções e saúde é bastante antigo. Galeno, por exemplo, no séc. II a.C., já Oafirmava que determinados tipos de personalidade

apresentavam maior susceptibilidade a desenvolver doenças. Portanto, a idéia de que as emoções surtem impacto na saúde já vem da Antiguidade.

Relacionar as emoções com alterações da função cardíaca remonta há mais de cem anos, quando o médico inglês, Sir Willian Osler, descreveu, em 1892, que pacientes portadores de doença coronária apresentavam similaridade comportamental. Porém, foi só a partir da década de 80, do século passado, que houve maior progresso na tentativa de integrar fatores psicossociais como contribuintes para o desenvolvimento de doenças orgânicas.

A ansiedade é uma das causas mais comuns que levam os pacientes a procurar ajuda médica. Como o transtorno apresenta a combinação de manifestações somáticas, frequentemente relacionadas ao sistema cardiovascular, o cardiologista é o primeiro a ser procurado. Quando predominam os sintomas somáticos, o diagnóstico nem sempre é realizado.

Outro fator que não deve ser esquecido é o simbolismo imputado ao coração e devido aos sintomas somáticos, frequentemente há uma ampliação da ansiedade. Considerado o órgão de maior simbolismo do corpo humano, ele carrega em si deferentes crenças e valores. Ao longo da História, depara-se com o coração simbólico com vários significados: força vital, coragem, vida e amor. Na própria Bíblia, livro mais lido da humanidade, a palavra coração é citada 873 vezes. O Provérbio 4:23 diz “acima de tudo, guarda o teu coração, pois ele é fonte de vida”. Para Hipócrates, considerado o pai da Medicina Ocidental, o coração era considerado a sede da alma.

O transtorno do pânico (TP) é uma experiência de ansiedade levada ao extremo, resultado de um grau de desorganização orgânica e psíquica em que o indivíduo experimenta terríveis reações físicas e psicológicas, tendendo, assim, a perder completamente a capacidade de reagir aos desafios do mundo externo. O TP é uma das formas de ansiedade mais freqüente na prática clínica, sendo responsável pelo sofrimento de grande número de pessoas, por ele atingido.

A palavra pânico vem do grego panikon, (Pã), que tem como significado susto ou pavor repetitivo. Na mitologia grega, o deus Pã provocava, com seu aparecimento súbito em qualquer lugar, uma intensa reação de susto e de horror, nos pastores e camponeses. Daí os portadores de TP apresentarem medo violento e repentino, que surge sem causa aparente, gerando neles um grande sofrimento.

Descrito, em 1980, pelo Manual de Diagnósticos e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria, o TP foi reconhecido como entidade nosológica diferente dos outros transtornos de ansiedade e tem sido um dos mais estudados.

Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores.

Carlos Drummond de Andrade

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Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife/AMPARE: da idealização

Wilson de Oliveira Jr.*

Inicialmente, pensava-se que a doença estivesse ligada à esfera cardiovascular pela frequência com que os pacientes apresentavam e apresentam sintomatologia sugestiva de lesão cardíaca, como: dor e desconforto no peito, sensação de falta de ar ou de sufocação, palpitações (sentir o coração bater forte), sudorese, dentre outros. Tendo em vista a expressividade dos sintomas cardiorrespiratórios, várias denominações relacionadas ao sistema cardiovascular foram-lhe atribuídas, “coração irritável”, “neurose cardíaca”, “taquicardia nervosa”, “astenia neurocirculatória”,“estado circulatório hiperdinâmico adrenérgico”. Vale ressaltar que nenhum autor reconheceu, na época, o papel central que a ansiedade exercia na gênese dos sintomas cardiovasculares. O reconhecimento dessa relação só foi descrita pelo psicanalista Sigmund Freud, no início do século passado, denominando-a, assim, de “neurose de angústia”.

Com a presença de sintomas relacionados ao aparelho cardiovascular, seus portadores procuram, como primeiro atendimento, o cardiologista, quer em consultórios, quer em emergências, acreditando serem vítimas de um “ataque cardíaco”. Com a repetição dos sintomas, a insegurança e o desespero tomam as rédeas da vida dos indivíduos, impactando negativamente na sua qualidade de vida e levando-os a procurar outros especialistas. Não raro recebem o veredicto “você não tem nada”, “é só cabeça”, “é psicológico” ou, ainda, “vai passar”.

Apesar da sua alta prevalência, pacientes portadores de TP são vítimas de discriminação, preconceito e estigmatização, muitas vezes vindo dos próprios profissionais da área da saúde. Infelizmente devido a falta de diagnóstico precoce, muitos desses pacientes são submetidos a excessivos exames e podem desenvolver complicações. Algumas vezes, ainda, recebem uma dose adicional de culpabilidade, sendo responsabilizado pela sua própria doença. Lamentável, mas verdadeiro, que, isso ocorra ainda nos dias atuais. Tal atitude profissional caracteriza atuação desumana e antiética.

Por ser o TP muito freqüente na prática clínica, é importante que todos os médicos sejam capazes de reconhecê-lo e que possam orientar e encaminhar os pacientes a tratamento adequado. Atualmente dispomos de uma gama de tratamentos farmacológicos e psicoterapêuticos que apresentam eficácia para a maioria desses pacientes.

Dentro desse contexto - diante da grande demanda de pacientes do consultório e do ambulatório do Hospital Universitário Oswaldo Cruz-UPE e sentindo a necessidade de consolidar uma abordagem integral no atendimento, em abril de 2001, estimulou-se, de forma pioneira em Pernambuco, a criação da ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DOS PACIENTES DE PÂNICO DO RECIFE-AMPARE. Paulatinamente, a idéia foi abraçada por alguns pacientes, familiares e simpatizantes, de forma afetiva e efetiva. Naquele momento, contamos, especialmente, com a dedicação, a garra, a determinação, o despreendimento e, acima de tudo, a vontade de ajudar ao

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Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife/AMPARE: da idealização

Wilson de Oliveira Jr.*

próximo de Socorro Capiberibe e Wagner Maia.

Juntamente com outros membros da Associação, e apoio de entidades médicas captaneadas pelo Dr. Ricardo Paiva e, posteriormente, pela Sociedade de Medicina de Pernambuco, na pessoa da sua Presidente Drª Jane Lemos, metas foram traçadas e a cada ano novas conquistas surgiam. Socorro tornou-se a presidente da AMPARE e vem trabalhando, até os dias atuais, de maneira incessante, com o objetivo de ampliar a área de atuação da Associação. Inicialmente, o atendimento era restrito a pacientes portadores de transtorno do pânico, mas, graças ao sucesso conseguido, outros pacientes portadores de transtornos mentais também passaram a ser assistidos.

Composta por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos e psicólogos, a AMPARE tem cumprido o seu papel social propiciando um atendimento humanizado, digno e de custo acessível, além de estimular a melhoria do vínculo entre profissional da saúde, paciente e seus familiares. A integração da equipe da saúde tem apresentado um papel relevante no sucesso terapêutico, em termos de presença, atendimento e disponibilidade, o que se traduz numa postura humanizada.

Por meio de psicoeducação (participação em eventos, palestras e congressos de áreas afins) os membros da Associação têm contribuído para minimizar o sofrimento dos pacientes que padecem com o TP. Por meio de suas ações, observa-se impacto positivo na melhoria da qualidade de vida, adequação laboral, inclusão social, quebra de mitos, paradigmas e preconceitos, bem como convívio familia. Tais fatores tem favorecido a adesão ao tratamento por parte dos pacientes.

Nestes 10 anos, a AMPARE tem contribuído para que o atendimento aos pacientes se estabeleça dentro de uma postura de assistência em um contexto biopsicossocial. O seu trabalho torna-se mais significativo se considerarmos que a saúde mental ainda é uma área muito negligenciada, devido ao estigma ainda presente e aos limitados recursos financeiros a ela destinados.

Parabéns a todos que colaboraram e colaboram com dedicação e afinco à administração e às atividades da Associação tornando-a uma instituição ética, comprometida com o bem estar social, forte e atuante, em total sintonia com os anseios de seus idealizadores!

A AMPARE reforça um lema que tenho defendido em minha vida que a verdadeira lucidez é não esquecer de sonhar.

Obrigado pela realização do sonho.

Professor de Cardiologia da Universidade de PernambucoPresidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática-ABMP/ 2006-2008 Presidente de Honra da AMPARE

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AMPARE – Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife 10 anos de existência.

Jane Lemos

m 23 de abril de 2011 -- 10 anos de existência da AMPARE - Associação dos Amigos dos Pacientes de EPânico em Recife. Com certeza é uma data bastante

significativa para todos que lutam por uma saúde mental de melhor qualidade em nosso Estado.

Foi com muita honra que recebi o convite para registrar o acontecimento numa publicação comemorativa, tanto como profissional de saúde mental como na condição de Presidente de uma entidade médica-científica a AMPE - Associação Médica de Pernambuco que este ano completa 170 anos de existência com marcante contribuição à medicina e à sociedade pernambucana.

Como profissional de saúde mental há 40 anos, que, há duas décadas vem lutando, por uma política de saúde mental que reformule o modelo assistencial redirecionando o modelo assistencial do eixo hospitalar para o extra hospitalar, foi com muita satisfação que assisti a criação e expansão da AMPARE em total consonância com esse novo paradigma.

A atual política propõe a construção de uma rede diversificada e integrada de diferentes níveis de complexidade, com ênfase sobre direitos humanos e de cidadania e tendo com pressuposto básico a inclusão social e a habilitação da sociedade em lidar com a diferença. Este nos parece ser o caminho que a AMPARE vem percorrendo nestes dez anos de existência.

A AMPARE em seus primórdios foi proposta com o objetivo de atuar junto aos portadores de Transtornos de Pânico, como consta em seu próprio estatuto, visando essencialmente um trabalho educativo/preventivo junto ao individuo e seus familiares. No entanto, seus dirigentes e demais integrantes conscientes e comprometidos com tarefa tão relevante logo ampliaram suas ações no sentido de oferecer uma assistência clinica e psicoterápica não apenas aos portadores de Transtornos de Pânico, mas, envolvendo também outros transtornos mentais de grande prevalência e relevância médico social, numa perspectiva global do ser humano. Desta forma, sua tarefa de “amparar” conforme expressão que consta no Estatuto do Associado ampliou-se, enfocando o tratamento efetivo de portadores de transtornos mentais com eficácia e eficiência. Portanto, a AMPARE passou a constituir-se num importante segmento da rede de saúde mental voltada para a reabilitação e inclusão social.

Não se pode deixar de ressaltar que as questões da saúde mental tem assumido cada vez mais importância na atualidade, tanto pela sua abrangência, perpassando por todas as áreas da medicina, como pela sua complexidade com múltiplo impacto sobre a qualidade de vida além do custo econômico e social mensurável e imensurável. Portanto, todo trabalho desenvolvido nessa área merece realce e estimulo para expansão.

Em sua vitoriosa trajetória a AMPARE tem realizado regularmente reuniões de caráter educativo com palestras sobre temas os mais diversos e de real interesse para a comunidade, especialmente voltada para questões de saúde mental, ministrada por profissionais de bom nível técnico e vasta experiência.

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AMPARE – Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife 10 anos de existência.

Jane Lemos

Além destas palestras de caráter informativas e educativas, a AMPARE tem realizado eventos científicos de elevado nível abordando temas relevantes de saúde mental, sob uma ótica multidimensional e interdisciplinar, contribuindo para atualizar e aperfeiçoar os conhecimentos dos profissionais de saúde. Em todos esses eventos promovidos há sempre um clima de congraçamento entre Diretoria e demais participantes, transmitindo sempre a idéia de que todos compartilham dos mesmos objetivos e compromissos. O fato da AMPARE está atualmente sediada na mesma sede da Associação Médica de Pernambuco, entidade medico cientifica que já foi berço de tantas entidades, entre outras o Sindicato dos Médicos de Pernambuco e as Cooperativas Médicas, tem sido motivo de orgulho para todos nós que integramos a AMPE.

Desta forma, registramos nossas congratulações a todos que compõem a AMPARE desejando que continuem a realizar tão importante trabalho em prol da comunidade pernambucana na área de saúde, especialmente saúde mental, com compromisso, seriedade e dentro dos mais elevados princípios técnicos e éticos.

*Psiquiatra e Presidente da Associação Médica de Pernambuco.

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DEZ ANOS DA AMPARE – PARABÉNS!

Ricardo Paiva

á 10 anos fui testemunha do lançamento da AMPARE por Socorro Capiberibe. Escritora, Hpoetisa, militante e, sobretudo, uma pessoa

sensível, aglutinou sua família, Wilson Oliveira Jr. e tantos outros para criar uma instituição para AMPARAR as pessoas portadoras de Síndrome do Pânico.

A instituição daquela data até os dias de hoje, conquistou suas metas fundamentais: garantir assistência psicológica e de fármacos para pessoas portadores da síndrome, mas, sobretudo, desmistificar o Pânico e combater o preconceito, sem olvidar de sensibilizar a sociedade para com a boa ferramenta da cidadania, fomentar uma cultura de respeito e elevação da auto-estima das pessoas que passam pelo processo do Pânico.

Pessoalmente, aprendi com Wilson e Socorro o que não aprendi na faculdade sobre Síndrome do Pânico e entendi na própria pele o que é sofrer dessa síndrome quando vivenciei após duas mortes sucessivas de parentes, desencadeou-se em mim esse processo. Foi quando subitamente apresentei por diversas vezes no intervalo de três anos, aquela sensação de morte iminente, a falta de ar progressiva, a náusea, tonturas, diarréias e a certeza que ia desconectar.

Em uma palavra posso definir tudo que senti: DESAMPARO. Foi preciso psicoterapia e medicações para que eu pudesse controlar o quadro. Síndrome de Pânico é igual a desamparo tanto quanto Ampare é igual a Socorro Capiberibe, Wilson Oliveira e todos os que fazem essa associação.

Que venham não apenas mais 10 anos, mas 100, afinal é na organização cidadã que são semeadas e colhidas as políticas públicas. PARABÉNS!!!!!!

*Médico Cardiologista e Diretor do CREMEPE

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DEPOIMENTO DE

JACILENE CANSANÇÃO BARRETO BITTENCOURT

com carinho que relembro a trajetória da Ampare Énesses dez anos. Para que esta instituição ocupasse o lugar que hoje ocupa na sociedade foi percorrido um longo caminho com muitas dificuldades, mas com muito empenho e dedicação de seus diretores.

Cheguei à Ampare no dia 23 de Abril de 2001 através de um convite enviado pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco-SIMEPE ao Sindicato dos Psicólogos de Pernambuco-PSICOSIND, como diretora do sindicato e muito interessada pelo tema. Numa reunião de diretoria fui logo me candidatando a representar o Sindicato naquele evento e assim foi. Na palestra de abertura que aconteceu no auditório do Sindicato dos Médicos, foi impossível chegar junto de Socorro Capiberibe que estava cercada de pessoas interessadas no assunto.

Acabando a palestra fui para casa com um desejo enorme de me envolver ainda mais com o tema, que já tinha escutado falar por alto na Universidade e em 1992 o interesse pelo tema aumentou após um Congresso de Psiquiatria. Depois tive a oportunidade de ouvir o nosso vice presidente Wilson Oliveira Júnior em uma atividade promovida pelos estudantes da UNICAP. Nessa época tudo que eu sabia sobre pânico era através dos encontros citados e da escassa bibliografia.

Dias depois da palestra de abertura entrei em contato com Socorro Capiberibe que como sempre, muito acessível, me atendeu e informou a data da próxima reunião (31/07/2001) e já me convidou a participar. Em agosto já estávamos trabalhando para montar a primeira diretoria da Ampare e em novembro/2001 eu já era diretora administrativa, junto com mais duas colegas psicólogas, Rosa Romano (Diretora Financeira) e Maria Helena Baltar (Diretora Técnica) e os ex-pacientes Wagner Maia (Diretor Cultural), Socorro Capiberibe e Ivan Cadima (presidente e vice, respectivamente). Nesse primeiro momento ficamos realizando palestras quinzenalmente com temas ligados à saúde mental, abertas ao público em geral, mas em 2002 já foram mensalmente. Temos realizado fóruns de debate, por ocasião do aniversário da Ampare a cada 2 anos. O nosso primeiro jornal saiu em outubro de 2001. Ainda em 2001 começamos a proferir palestras em Instituições e foram muitos convites e todos atendidos.

Usamos as instalações do Sindicato dos Médicos até novembro de 2001. Nesse período só fazíamos o cadastro dos pacientes e os encaminhávamos para os consultórios particulares credenciados da Ampare. Então, resolvemos alugar uma sala no Espinheiro onde todos os custos eram rateados pelos diretores. Com a sala nova nos distribuímos durante a semana para que cada diretor pudesse dar um expediente. Além de ser contadora e psicóloga eu deixei reservadas para a

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DEPOIMENTO DE

JACILENE CANSANÇÃO BARRETO BITTENCOURT

Ampare as tardes das quartas-feiras. Nessa sala já demos início aos atendimentos psicológicos após o horário de atendimento ao público. Os pacientes eram atendidos após as 17h e aos sábados. Em 2003 fomos para a Av. Norte e ali a Ampare já contava com duas salas e mais profissionais foram chegando para cobrir os horários. Nessa época nossas palestras passaram a acontecer na Igreja Matriz do Espinheiro. A demanda de novos associados aumentava e precisávamos de mais um psiquiatra, pois na época contávamos apenas com o médico Janduirtes Figueiredo. Foi quando convidamos a médica Keila Albuquerque e que logo depois indicou a médica Simone Andrade. Já em 2005 ocupamos o atual endereço, no prédio da Associação Médica de Pernambuco com três salas; em 2006 alugamos mais uma; em 2008, mais outra sala e em maio 2009 mais duas salas, totalizando seis salas de atendimento médico psicológico e uma sala para a recepção da Ampare. Com a ampliação do número de salas, novos psicólogos e psiquiatras foram aderindo ao trabalho proposto pela Ampare. Revendo essa trajetória lembro que tivemos muitos momentos difíceis, mas jamais pensamos em desistir. É bom recordar de Socorro dizendo diante das dificuldades: “é importante que a Ampare dê passos curtos, porém firmes”. Sempre fomos muito cautelosos e responsáveis nas decisões, mas quando precisávamos decidir por algo que parecia grande, fazíamos com muita confiança para que o crescimento da instituição pudesse acontecer. Certa vez li que “as etapas que atravessamos na vida, nada mais são que degraus que subimos ou descemos, segundo os caminhos que nós mesmos escolhemos” e a Ampare escolheu subir. Nessa jornada várias pessoas cruzaram nosso caminho e deixaram sua marca neste crescimento e a todos elas nós somos extremamente gratos. O nosso agradecimento aos psicólogos e psiquiatras posto que sem eles o nosso projeto não sairia do papel. E aos pacientes que acreditaram em nossa proposta humanista de tratamento sem perder a qualidade técnica e ética. Agradeço em especial ao médico cardiologista Wilson de Oliveira Jr, que sonhou com uma instituição que pudesse acolher as pessoas que padeciam do mal do Pânico e a Socorro Capiberibe que ouviu o relato do sonho e que não ficou parada. Foi assim que surgiu a Ampare. Acima de tudo agradeço o amparo Divino nesses 10 anos.

Termino meu relato com duas frases importantes: uma, de Fernando Pessoa: “Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma.O sonho é o que temos de realmente nosso ... de inexpugnavelmente nosso"; e outra, de Augusto Cury:“Se pensar é o destino do ser humano, continuar sonhando é o seu grande desafio. E isto, é lógico, implica em trajetórias com riscos, em vitórias, com muitas lutas, e não poucos obstáculos pelo caminho. Apesar de tudo, seja ousado. Liberte sua criatividade. E NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS, pois eles transformarão sua vida em uma grande aventura."

*Psicóloga Clínica e Diretora Administrativa da Ampare(Gestões 2001 - 2003 / 2003- 2007/ 2007 - 2011)

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e repente se passaram dez anos... parece que foi ontem. Acompanhando minha esposa Socorro Capiberibe, Dacometida de Transtorno do Pânico, aos consultórios da

psicóloga Cristina Jatobá e do médico Wilson Oliveira Júnior, pude começar a entender aquela doença que durante vários anos, fez não apenas a paciente, mas uma família inteira sofrer. Além disso, tomei conhecimento do sonho de Dr. Wilson, de materializar uma associação capaz de não apenas divulgar a existência do TP, mas, sobretudo, de oferecer condições de tratamento às pessoas de todas as classes sociais, especialmente as mais carentes.

Talvez pela convivência durante o tratamento, o médico tenha visto na paciente a pessoa capaz de materializar seu sonho, principalmente depois do lançamento do livro O Fantasma do Pânico ou o Fundo do Poço: Como Esquecer? Uma pessoa que teve a coragem de expor ao público todo o seu sofrimento com certeza teria condições de comandar uma associação destinada a ajudar os portadores da síndrome.

Em uma das consultas ele nos deu os telefones de Tadeu Costa e de Cristina Falcão – também pacientes dele - e nos pediu para entrar em contato com eles. O mesmo ele fez com Tadeu e Cristina, dando a eles o nosso telefone. Formou-se aí o primeiro elo. Entramos em contato uns com os outros e começaram as primeiras conversas, inicialmente por telefone e internet, sobre a criação da associação. Posteriormente aderiram ao grupo: Ivan, Patrícia e Vitória, pacientes de outros médicos e que já se correspondiam pela internet com Fernando Mineiro do GRUPAN de Belo Horizonte, grupo pioneiro no Brasil, sobre TP.

Realizamos o primeiro encontro em nossa residência, ocasião em que todos nos conhecemos pessoalmente – com exceção de Cristina e socorro, minha esposa, que já haviam se conhecido alguns dias antes no apartamento de Cristina, quando Socorro esteve lá para levar uns exemplares do livro do Pânico de sua autoria, por solicitação de Cristina que queria presentear seus familiares – mas voltando ao primeiro encontro do grupo em nossa residência, numa tarde de sábado, passamos a discutir as primeiras idéias para o funcionamento da associação e começamos a elaborar o estatuto. Nesse encontro nós já tínhamos um nome para a associação: AMPARE – nome, este, criado por Socorro e bem acolhido por todos. De saída nos defrontamos com o primeiro e maior problema: Onde a associação iria funcionar?

Fomos então levados por Dr. Wilson ao SIMEPE – Sindicato dos Médicos de Pernambuco – que nos apresentou ao seu amigo Dr. Ricardo Paiva, presidente da entidade, a quem apresentou o projeto da associação. Dr. Ricardo, pessoa compreensiva e humana, não só entendeu a proposta, como nos acolheu no seio do SIMEPE, disponibilizando uma sala com telefone, para que pudéssemos iniciar nossas atividades. Disponibilizou também o auditório para a realização de palestras e reuniões.

Foi então marcada para as 18h do dia 23 de Abril de 2001 a reunião de apresentação e fundação da AMPARE. Amplamente divulgada pelos meios de comunicação, graças ao prestigio de Dr. Wilson e de Dr. Ricardo, o auditório do sindicato foi pequeno para acolher o público que compareceu. A abertura da reunião e apresentação da AMPARE foi presidida por Dr. Ricardo Paiva, seguida da palavra de Ivan Cadima (Coordenador do projeto escolhido para representar o

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grupo) e concretizada com a palestra sobre o Transtorno do Pânico proferida por Dr. Wilson de Oliveira Jr. (Idealizador da AMPARE e Presidente de honra).

Após essa reunião os então coordenadores da associação passaram a se revezar, na sala do sindicato, para atender pacientes em busca de tratamento e médicos e psicólogos que, entendendo a proposta da AMPARE, desejavam se credenciar para receber pacientes. Foi estipulado um preço popular para as consultas e o programa Adote um Paciente, para atender aqueles que não tinham condições de pagar.

Dr. Wilson foi o primeiro médico a adotar pacientes e Amparo Caridade a primeira psicóloga a adotar um paciente em atendimento individual. Logo em seguida a psiquiatra Zenaide Regueira adotou vários pacientes para terapia em grupo. A cada quinze dias havia reunião no auditório com um palestrante, médico ou psicólogo. Após a palestra os coordenadores recebiam os pacientes e faziam os encaminhamentos para os profissionais, cujo número aumentava a cada reunião.

Foi nessas reuniões que conhecemos o Psiquiatra Janduirtes Figueiredo, que entendendo a nossa proposta humanista adotou também 6 pacientes em seu consultório e ampliou o nosso quadro de Psiquiatras levando a nossa causa para outros colegas de profissão que atuavam com ele na mesma clínica. Dr. Janduirtes permanece conosco até os dias atuais.

Também nas mesmas reuniões, tivemos o privilégio de conhecer as psicólogas: Jacilene Cansanção, Maria Helena Baltar e Rosa Romano, que movidas pelo mesmo espírito de solidariedade também adotaram pacientes e vieram posteriormente a fazer parte da primeira diretoria da AMPARE. Embora a idéia inicial fosse compor a diretoria com os 7 Sócios Fundadores - todos ex-pacientes ou mesmo pacientes - a desistência de três dos coordenadores, por razões particulares, levou à mudança da idéia. Dos coordenadores permaneceram apenas Socorro Capiberibe, Wagner Maia e Ivan Cadima na primeira diretoria e Tadeu Costa no Conselho Fiscal.

Foi também de Dr. Ricardo a iniciativa de permitir o uso do site do sindicato pela AMPARE. Surgiu então o nosso primeiro site: . Foi também com o apoio do SIMEPE que iniciamos a publicação do Jornal da Ampare sob o comando do jornalista Chico Carlos, assessor de imprensa do sindicato.

Por tudo acima citado a AMPARE talvez não existisse se não fosse o apoio recebido de Dr. Ricardo Paiva, hoje nosso Sócio Benemérito. A ele nossa eterna gratidão.

Com o término da gestão do nosso benemérito, a nova administração precisou da sala para outra finalidade e a AMPARE viu chegada a hora de tentar crescer com suas próprias pernas. Foi alugada uma sala na Rua Conselheiro Portela no Espinheiro, paga pelos próprios diretores, onde além dos plantões eram feitos atendimentos psicoterapêuticos. Quanto às Palestras, continuaram sendo realizadas no auditório do SIMEPE.

www.simepe.com.br/ampare

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Passamos depois para a Av. Norte, também no Espinheiro, já então com duas salas e transferimos as nossas palestras para a Matriz do Espinheiro, gentilmente cedida por Frei Geraldo.

O crescimento na procura de atendimento nos fez procurar um espaço maior e ai surgiu a AMPE – Associação Médica de Pernambuco – na Rua Oswaldo Cruz, na Boa Vista, onde encontramos uma grande acolhida por parte de sua presidente a Drª Jane Lemos. Inicialmente com três salas e hoje com sete. Utilizamos também o auditório Bruno Maia para a realização de nossas palestras e o auditório Octávio de Freitas (de maior porte) para a realização de nossos fóruns

Isto porque desde 2002, quando ainda realizávamos nossos encontros no SIMEPE, passamos a realizar a cada dois anos fóruns com a presença de renomados profissionais da área de saúde para discutir as novidades sobre as diversas patologias atendidas na AMPARE, pois com a falta de associações especializadas e a grande procura por parte de pacientes de outras patologias da esfera emocional, a AMPARE ampliou o seu atendimento Psiquiátrico / Psicoterapêutico para essas outras enfermidades mentais.

Também entre as atividades da AMPARE estão as palestras realizadas em diversas entidades, empresas públicas e privadas, principalmente nas faculdades da área de Saúde, onde procuramos levar a mensagem de que o Transtorno do Pânico, se tratado adequadamente tem cura ou pelo menos controle.

Finalizo com um pensamento que cultivo e que simboliza o meu desejo para todos os anos vindouros da Instituição que ajudei a criar e que há 10 anos acompanho passo a passo, dando o melhor de mim juntamente com a minha família, para o seu crescimento:

“Que todo aquele que buscar a AMPARE encontre o AMPARO que necessita!”

*Engenheiro Civil, Sócio Fundador, Diretor Cultural (2001-2011)

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V FÓRUM AMPARE SOBRE SAÚDE MENTAL (Sexta-Feira)19:30 Abertura /Apresentação do Livro: AMPARE - 10 ANOSPor Socorro Capiberibe

19:50 Palestra: O Impacto das emoções positivas na prevenção das doenças CardiovascularesPalestrante: Wilson de Oliveira Júnior

20:40 Debate

21:00 Coquetel / Apresentação musical

(Sábado)08:30 – 09:50 Mesa Redonda Tema: O Pânico nas diversas abordagensModerador: Jacilene C. BittencourtRelator 1: ACP- Gustavo FigueiredoRelator 2: Analítica – Ana Paula Hawatt Relator 3: Gestalt - Carolina ParenteRelator 4: TCC- Cristina Jatobá

09:50 – 10:10 Debates

10:10 – 10:30 Intervalo para café

10:30 – 11:10 Palestra: Transtornos de Ansiedade na visão do cardiologistaPalestrante: Edgard Pessoa de Mello Júnior11:10 – 11:30 Debates

11:30 – 12:10 Palestra: Depressão na GravidezPalestrante: Amaury Cantilino12:10 – 12:30 Debates

12:30 – 14:00 Intervalo para Almoço

14:00 – 14:40 Palestra: Alienação Parental e sua síndrome Palestrante: Valeria Correia14:40 – 15:00 Debates

15:00 – 15:40 Transtorno Bipolar do humor Palestrante: Jane Lemos15:40 – 16:00 – Debates

Dia:29/042011

Dia:30/042011

Continua

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V FÓRUM AMPARE SOBRE SAÚDE MENTAL

16:00 – 16:20 Intervalo para café

16:20 – 17:00 Palestra: Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Palestrante: Edson Rodrigues17:00 – 17:20 Debates

17:20 – 18:00 Palestra: Família e Psicoterapia Palestrante: Luis Schettini Filho18:00 – 18:20 Debates

18:20 – Encerramento: Mensagem final e sorteio de brindesPor Socorro Capiberibe

Local: Auditório da AMPE (Associação. Médica de Pernambuco) Rua Oswaldo Cruz, 393 – Boa Vista

Inscrições: na AMPARE (3222.6252/8517.1057) ou com estudantes credenciados

Investimento: Até 15/04/2011: Estudantes e Associados: R$ 30,00 Profissionais: R$ 50,00

De 16/04 a 27/04/2011: Estudantes e Associados: R$ 50,00Profissionais: R$ 70,00

Serão conferidos certificados de participação para enriquecimento curricular para os estudantes da área de saúde.

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