Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

5
ISSN 1645-6386 JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Nº4 VERÃO 2003 Um Transporte Dois Museus Automóveis e Eléctricos STCP - Pensar o Futuro

description

n.º 4 (Verão 2003)

Transcript of Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

Page 1: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

ISSN 1645-6386

JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Nº4 VERÃO 2003

Um Transporte

Dois Museus

Automóveis e Eléctricos

STCP - Pensar o Futuro

Page 2: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

Jornal do Museu dos

Transportes e Comunicações

ficha técnica

periodicidade sazonal. propriedade da

Associação para o Museu dos Transportes e

Comunicações. coordenação editorial

Alexandra Melo. tiragem 1000 exemplares.

capa azul [manipulação sobre imagem da p5].

designazul. impressão Greca, Artes Gráficas.

fotografias: p2 José Manuel Rodrigues,

Arquivo AMTC. p7 Luís Ferreira Alves, Arquivo

AMTC.

issn 1645-6386

nota de abertura

Há, neste número, um especial enfoque numa Associada e num Museu,vizinho deste nosso Museu dos Transportes e Comunicações. Talvez poruma certa ironia do destino, o signatário, actualmente Presidente doConselho de Administração da AMTC, foi responsável por aquela nossaAssociada – a STCP – e foi responsável pela criação daquele museu – oMuseu do Carro Eléctrico. A saudação, que se faz, tem ponta de emoção.

Saudação e emoção que contemplam a parceria essencial, quase agemeidade, dos dois museus. Parceria que ora se concretiza de facto ecom frequência. Assinalável. Criados os dois museus numa época depredominância do espectáculo na indústria do lazer, poderia ter acontecidoque ambos tivessem enveredado por uma excessiva componente deespectáculo. Tentação natural. Certamente que se teria corrido o risco devir a ter de entregar os dois museus a profissionais efectivamentecompetentes no domínio do consumo cultural. Consequência inevitável.

Tal não aconteceu, porque se preferiu uma forte componente educativanos dois museus. Não foi esquecido que os museus antes de serem lugaresde espectáculo são, sobretudo, lugares de educação. Assumem estesmuseus uma significativa contribuição para formar homens como homens,mulheres como mulheres, constituindo-se meios de actualizar e realizaras potencialidades humanas. Um belo exemplo de cultura.

Em termos de alegoria, a cultura do museu não perdeu com a cultura doRato Mickey.

O Presidente Conselho de Administração

Eng. Carlos de Brito

jMTC.verão2003 editorial2 o automóvel jMTC.verão2003 3

A abolição do automóvelnão está na ordem do dia

1. Esta afirmação, parecendo desenquadrada,torna-se necessária quando nos apercebemos deque as novas políticas urbanas, principalmenteas direccionadas para as zonas centrais sujeitasa fortes pressões, retiram o automóvel, ou melhordizendo, a infraestrutura local que suporta o seufuncionamento, do centro das atenções. Apósdécadas de promoção do sistema rodoviário àsdiferentes escalas, a ferrovia ligeira e ultraligeiravolta a ser o alvo do esforço de investimento pú-blico em infraestruturas de transportes, a par como reforço dos comboios suburbanos e a alta velo-cidade. Esta mudança é lenta, não está completa-mente consumada e ainda é quase imperceptível.

Na verdade, a expansão das redes de metro (under-ground) nas grandes metrópoles, a “invenção” do“metro ligeiro de superfície” ou mesmo a expansãodo tram (eléctrico) em sítio próprio, entraram jáno imaginário comum como soluções necessáriastanto para a cidade “americana” como para a cida-de “europeia”.

A primeira, de modelo extensivo de baixa densi-dade, cresceu assente na democratização do auto-móvel particular e dos electrodomésticos que“inscreveram o fordismo, isto é, o sistema combi-nado de produção e consumo em massa, noespaço urbano”.1 Assiste-se agora a horas e horasde espera em longos engarrafamentos, numa redeviária que nunca é suficiente e cujo incrementonão pára de gerar mais procura. Na cidade euro-peia são as restrições impostas por malhas urbanasde textura complexa e a necessidade de preserva-ção de valores patrimoniais distintos que fizeramabrandar as políticas intraurbanas de expansio-nismo da rede viária nas décadas de 50-70 (entrenós mais tardiamente), a par do “espalhamento”territorial das funções urbanas que mais dependemdo automóvel.

O critério com que nos ensinaram a pensar e queassenta na necessidade de dimensionar a infraestru-tura viária prevendo o crescimento progressivoda procura está por isso em declínio de aplicaçãono centro das cidades. Em ambos os modelosurbanos as palavras-chave que hoje determinamas políticas urbanísticas associadas aos grandesinvestimentos em infraestruturas de transportessão a densificação (mais residentes) e a compactação(mais actividades) dos centros da cidade.

Ora, a gradual perda de medo relativamente a essasduas palavras que até há bem pouco estavamproibidas aos urbanistas, reside precisamente naconclusão que se começa a tirar de que é possívelorganizar melhor o sistema urbano com menordependência relativamente ao transporte individual;ou seja, não há que estabelecer uma relação directaentre a densificação demográfica e a capacidade“automóvel” da malha de arruamentos de suporte,

desde que se aposte no incremento de uma multi-plicidade de soluções de apoio à mobilidade daspessoas e das mercadorias. A maximização dautilização da infraestrutura urbana e mesmo aobtenção de massa crítica que viabiliza (atravésde mais investimento público) muitos dos atributosque hoje nos são essenciais, desde a mobilidadeà cultura, só são possíveis a partir de níveis deconcentração e densidades apreciáveis.

A abolição do automóvel na cidade não está con-tudo na ordem do dia. Pelo contrário, poderemosafirmar que se prepara uma aliança tácita entrefabricantes e consumidores que, em poucos anos,quem sabe numa década, generalizarão o automó-vel “verde”2. O tema da produção, distribuição earmazenamento do hidrogénio, e a explicação dapilha de combustível que está na base do(s) veí-culo(s) eléctrico do presente-futuro, constitui umatemática que bem poderá justificar um próximomódulo da Exposição do Automóvel existente noMuseu dos Transportes e Comunicações.

A temática da erosão da cidade pelo automóvel,que no caso do Porto poderá ainda não ter atingidoo seu ponto mais alto quer nas zonas centraiscomo na nova urbanização apesar da motorizaçãojá ser elevada, faz já parte do percurso expositivo.Curioso é também notar que as novas políticas deurbanismo e transportes, ou de “urbansportes”(dada a indissociabilidade dos dois temas), queprocuram conter ou mesmo reduzir o espaço dedi-cado ao automóvel, têm já expressão à porta doMuseu. Trata-se da redução do automóvel pelacidade: na verdade, a intervenção na marginalfluvial que criou o corredor/ plataforma dedicadoa eléctrico + peões + bicicletas é disso um exemplo.

2. A visita ao Museu e à exposição fica pois com-plementada pelo percurso da Marginal. É contudointeressante fazer notar que a reestruturação con-sentida nesse corredor, com redução de espaçoautomóvel e criação do canal próprio para eléctrico,ainda hoje é interpretada como uma medidajustificada pela necessidade de dotar o Museudo Carro Eléctrico3 de uma infraestrutura capazde proporcionar (aos turistas) a circulação dosveículos antigos. Foi a interiorização da ideia deque é necessário preservar o património histórico(os “carros eléctricos” que ainda restavam) quepermitiu a marginal que hoje temos entre a Igrejade S. Francisco e o início do Passeio Alegre. Julgomesmo que é com base nessa ideia que um cor-redor sub-utilizado é consensualmente tolerado.Mas é também por essa razão que muitos aindapensam que foi um erro não localizar o canal doeléctrico do lado do rio.

Acontece que esse corredor está do lado dos futu-ros utentes do eléctrico, facilitando a interfacecom o modo a pé; a via única não impedirá uma

exploração comercial mais intensa com materialcirculante moderno, mais rápido e mais silencioso(pelo menos com frequências de 10 minutos porsentido), eventualmente substitutiva do autocarro,e a vista sobre o rio não está obviamente compro-metida… É mesmo urgente fazer esta demonstração.

É também oportuno frisar que a reestruturaçãoda marginal com eléctrico em sítio próprio tinhaem mente o seu prolongamento-fecho pela Avenidada Boavista, Júlio Dinis, Cordoaria, Restauraçãoe, finalmente, Massarelos; não fazia parte dos“planos” de então acantonar o Museu do CarroEléctrico a uma linha turística de traçado limitadoentre a Alfândega e a Foz. Pelo contrário, pretendia--se mostrar como era possível a expansão da redeem sítio próprio e generalizável a outros eixosurbanos, como solução de transportes para asdeslocações intraurbanas, cuja necessidade o Inqué-rito à Mobilidade4 veio posteriormente evidenciar:32% das viagens principais no interior da cidadedo Porto fazem-se a pé e 26% de transporte público(quase exclusivamente em autocarro); as restantes42% usam o automóvel particular.

Existe assim um enorme potencial que justificaum modo ferroviário ultraligeiro, em que a veloci-dade e a capacidade não são determinantes, masem que a operação em sítio próprio com determi-nados graus de compromisso permitirá criar umaconfortável alternativa ao autocarro (sempre sujeitoao congestionamento) e às deslocações a pé. Estetema é vasto, apresenta um rol de implicações eefeitos em cadeia dificilmente explicáveis numartigo desta natureza, mas amplamente favorávela uma nova política de gestão da mobilidade emmeio urbano densificável e compactável. O eléctricofaz parte de uma “urbansportes” coerente quesó será possível de concretizar com determinaçãoe perseverança, ou seja, com uma política durável;ao contrário, as constantes mudanças de estraté-gia têm normalmente como consequência a crónicaperda de oportunidades, cenário que já não écompatível com o quadro de cooperação/competi-tividade com que trabalham as cidades da mesmaescala no espaço europeu.

Porto, Julho de 2003

António Pérez Babo

[prof. conv. feup e autor da actual proposta de revisão

do pdm do porto - transportes e mobilidade]

1 Ascher, François - Les nouveaux principes de l’urbanisme, éditions de

l’aube, 2001.2 Ver Jornal do Museu de Transportes e Comunicações (jMTC), no3

Primavera de 2003 - Centenário da Ford, pág. 3.3 Da STCP e localizado também na Marginal, um quilómetro para

Poente do MTC.4 Realizado pela DGTT/ INE em 2000.

Page 3: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

jMTC.verão2003 destaque4

Um Transporte

O Museu dos Transportes e Comunicações e o Museu do Carro Eléctricodecidiram unir esforços e criar um protocolo de colaboração que prevê entreoutras iniciativas conjuntas a criação de um bilhete único para os dois Museus.

Unidos pelas proximidades temática e geográfica os dois Museus esperamassim dinamizar mais ainda a oferta cultural na zona ribeirinha da cidadeentre a Alfândega e Massarelos.

A linha de eléctrico que passa em frente ao Edifício da Alfândega, onde estásediado o Museu dos Transportes e Comunicações e em frente ao Edifícioda Central Termo-eléctrica de Massarelos onde está instalado o Museu doCarro Eléctrico passa a ser um excelente meio de ligação entre as duasinstituições, oferecendo ao visitante uma deslocação cómoda e apetecível.

O primeiro passo na direcção desta colaboração foi dado no dia 18 de Maio,data em que se assinala o Dia Internacional dos Museus. Nessa alturarealizou-se um programa conjunto que ligou as duas instituições, sob atemática dos públicos periféricos. No Museu dos Transportes e Comunica-ções foi apresentada uma peça de teatro interpretada por pessoas portadorasde deficiência e no Museu do Carro Eléctrico foi lançado um Guia para umaVisita ao Museu em língua russa.

A ligação entre os dois museus foi feita num eléctrico ao som dos violinosde um grupo de músicos de origem eslava.

A semente da ideia estava lançada. A partir daí as equipas dos dois museustêm trabalhado no sentido de alargar o mais possível esta colaboração.

O Museu dos Transportes e Comunicações e oMuseu do Carro Eléctrico vão receber visitas degrupos de crianças, idosos e famílias de populaçãoresidente na área de intervenção do Programa deIniciativa Comunitária URBAN II.

O Programa de Iniciativa Comunitária URBAN IIPorto - Gondomar é um instrumento de intervençãointegrada entre os municípios de Porto e Gondo-mar para uma área urbana e social problemática.

Da parte do concelho do Porto, integra a zonaURBAN, o extremo norte do chamado Vale deCampanhã, extremo oriental da freguesia de Cam-panhã e do Concelho do Porto; da parte do concelhode Gondomar, integra a zona URBAN uma parteda freguesia de Rio Tinto, correspondente tambémao limite da mesma e dos concelhos confrontados(Porto e Maia).

O URBAN II Porto - Gondomar pretende contrariaro crescente desenvolvimento de patologias sociaise urbanas nesta zona da Área Metropolitana do Porto.

Durante o mês de Agosto os dois Museus vãoreceber gratuitamente grupos de cidadãos resi-dentes nestas áreas, num total de sete visitas decerca de 40 pessoas cada.

Programa de IniciativaComunitária URBAN IIVisitas

Carro americano circulando, com as igrejas do Carmo e

das Carmelitas em pano de fundo.

desconhecido (s\d) . arquivo museu do carro eléctrico

Vista de dois carros eléctricos que circulam no Passeio

Alegre. Pormenor de catenária em ferro Arte Nova.

desconhecido (s\d) . arquivo museu do carro eléctrico

Zorra n° 64 com logotipo do serviço municipalizado do

Serviço de Transportes Colectivos do Porto – STCP com

castelo do brasão da cidade.

desconhecido (s\d) . arquivo museu do carro eléctrico

destaque jMTC.verão2003 5

O museu oferece várias modalidades de visitas e actividades como a cele-bração dos aniversários no museu e programas dedicados à terceira idadeque integram uma visita guiada ao museu, lanche e uma viagem de eléctrico.

Para as escolas, o serviço educativo propõe que as colecções sejam umaextensão aos programas curriculares de diversas disciplinas em diferentesníveis de ensino.

Para que o professor possa preparar e dar continuidade a uma visita aomuseu com os seus alunos, o Serviço Educativo preparou um conjunto dePacks Educativos para os ajudar a tirar o melhor proveito possível da visita.

Para além de visitas com carácter geral, o museu oferece visitas temáticas,focando os seguintes temas : O eléctrico peça a peça, o eléctrico e as pes-soas, o eléctrico e a cidade.

Recentemente o Museu do Carro Eléctrico desenvolveu um projecto compúblicos habitualmente periféricos às actividades culturais, tendo produzido,nesse âmbito, um guia e um desdobrável do museu em russo e em braile.

Horário de funcionamentoTerça a Sexta das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h00Sábados, Domingos e Feriados das 15h00 às 19h00Encerra às Segundas feiras [pode ser visitado mediante marcação prévia]

Museu do Carro EléctricoAlameda Basílio Teles, 514150-127 Portotel 226 158 185fax 225 071 150

Dois Museus

Museu do Carro Eléctrico

Carro eléctrico n° 218 com logotipo do serviço municipal

do Serviço de Transportes Colectivos do Porto – STCP com

o castelo do brasão da cidade.

desconhecido (s\d) . arquivo museu do carro eléctrico

Carro Eléctrico com destino a Pereiró a aproximar-se de

uma abrigo situado na Avenida Júlio Dinis, junto à Escola

Industrial Infante D. Henrique.

teófilo rego (s\d) . arquivo museu do carro eléctrico

Carro eléctrico n° 218 com logotipo do serviço municipal

do Serviço de Transportes Colectivos do Porto – STCP com

o castelo do brasão da cidade.

azul (2003)

Em 1872, com 40 anos de atraso em relação aos Estados Unidos da América,chegou ao Porto um novo serviço de transportes de pessoas e mercadorias apeli-dado de "Americano", por ter sido inventado na América.Os "Americanos eram carros puxados por duas ou mais parelhas de mulas edeslocavam-se sobre carris..."A primeira companhia a explorar este novo meio de transporte foi a CompanhiaCarril de Ferro Americano do Porto à Foz e Matosinhos, tendo-se seguido aCompanhia Carris de ferro do Porto.Em 1893 as duas companhias fundem-se numa só prevalecendo o nome da se-gunda. No ano seguinte iniciaram-se os trabalhos de electrificação da linha daRestauração e a 12 de Setembro de 1895 surgem na cidade os primeiros eléctricos.[texto da exposição permanente no mce]

É assim que começa a aventura dos "amarelinhos" na cidade do Porto, eo resto da história está toda contada na exposição permanente do Museudo Carro Eléctrico.

Uma exposição profusamente ilustrada com preciosas fotografias, artefactosrelacionados com a actividade e fardas que relatam a evolução deste sim-pático meio de transporte.

O Museu do Carro Eléctrico foi fundado em 1992 pela Sociedade de Trans-portes Colectivos do Porto, S.A, com o objectivo de preservar e divulgaruma vasta colecção de carros eléctricos, atrelados e veículos de mercadoriasde inegável valor patrimonial.

Através da investigação e da exposição das suas colecções, da organizaçãode exposições e programas de índole cultural, o museu proporciona aos seuspúblicos a oportunidade de aprender, experimentar e conhecer de perto ahistória, o desenvolvimento e o impacto sócio-económico dos transportespúblicos sobre carris da cidade do Porto.

Os desfiles anuais de carros eléctricos e as Noites de Massarelos são doisdos eventos promovidos pelo MCE, com mais visibilidade, no entanto diaria-mente o museu é visitado por dezenas de escolas com quem desenvolveactividades pedagógicas organizadas pelo serviço educativo. Recorrendoa uma abordagem sensorial e experimental das colecções, os programaseducativos do museu abordam temas como a cidade, as pessoas e ostransportes.

Page 4: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

Projecto Público na Escolano Museu dos Transportes e ComunicaçõesDurante os dez primeiros anos de vida do Projecto Público na Escola, asredacções do Porto e de Lisboa receberam a visita de muitos milhares dealunos e professores de estabelecimentos de ensino de todo o país. Aosvisitantes era oferecido o jornal do dia e cada escola recebia uma página,feita na ocasião, com uma fotografia dos visitantes. Os permanentes pedi-dos para visitas de estudo às duas redacções do Público acabariam porjustificar a criação de um equipamento capaz de proporcionar aos jovensestudantes uma impressiva aproximação ao universo mediático. Assimnascia, em 2002, o CLIP – Laboratório de Imprensa do Público, um equipa-mento actualmente sediado no Porto, no Museu dos Transportes e Comuni-cações, no âmbito da exposição permanente "Comunicação do Conhecimentoe da Imaginação". O CLIP é, portanto, a alternativa que o Projecto Públicona Escola agora oferece a quem pretende visitar o jornal.

O CLIP – Laboratório de Imprensa do Público convida os jovens adesempenharem, durante algumas horas, o papel de jornalistas do Público,executando tarefas que fazem parte do quotidiano de um meio de comuni-cação social de referência. O equipamento interactivo ajuda a compreendercomo se recolhe a informação, como se escolhe o melhor título ou a fotomais adequada para representar o que aconteceu no país e no mundo. NoCLIP, estão simuladas uma mini-redacção e vários cenários onde se encon-tram as personagens que constituem as fontes de informação para a cons-trução das notícias de seis das 12 editorias que diariamente fazem o Público:Nacional, Mundo, Sociedade, Economia, Ciências e Desporto.

O CLIP é apenas uma das vertentes do trabalho do Projecto Público na Escola,que, no seu currículo, regista a participação em incontáveis colóquios econferências, a colaboração em múltiplos estudos, trabalhos e projectosde alunos e de professores, o empréstimo e a oferta de documentação ede publicações diversas. A edição, mensal, de um Boletim e, mais espaça-damente, de Dossiers Temáticos e de Cadernos-Guia do Professor faz partedo trabalho regular do Público na Escola. Com estas publicações, pretende--se fornecer às escolas instrumentos úteis para o uso dos "media" como

suporte do ensino e, ao mesmo tempo, para incentivar a reflexão sobre alógica específica dos diversos meios de comunicação social. Desde 1991,foram editados cerca de trinta títulos de Dossiers Temáticos e de Cadernos-Guia do Professor quase todos esgotados. O número de exemplares vendidosronda os 60 mil.

O Boletim Público na Escola é publicado entre Setembro e Junho com umaperiodicidade mensal. Tem um tema principal, apresenta propostas detrabalho, refere livros e "sites" úteis para quem trabalha na área da educaçãopara os "media". Além disso, dá a conhecer o trabalho que os estabeleci-mentos de ensino desenvolvem na área da comunicação. Os DossiersTemáticos reúnem textos de órgãos de comunicação social nacionais eestrangeiros sobre um determinado assunto da actualidade acompanhadosde há múltiplas sugestões de actividades para tornar mais simples a utili-zação da imprensa na sala de aula. Os Dossiers incluem ainda propostasde utilização de outros recursos pedagógicos disponíveis sobre o temaproposto. Os Cadernos-Guia do professor são manuais que conjugam areflexão teórica com a apresentação de propostas de trabalho.

O Concurso Nacional de Jornais Escolares, que se realiza anualmente,pretende estimular o aparecimento das publicações escolares e o aperfeiçoa-mento das existentes, cumprindo assim um dos primordiais objectivos doPúblico na Escola. O número de jornais concorrentes – quatro centenasem média – mostra bem a adesão que as iniciativas do Projecto suscitamjunto de escolas de todos os graus de ensino. Desde há mais de umadezena de anos, o Projecto Público na Escola aprecia publicações em papele jornais electrónicos – além de outros trabalhos na área da comunicação –realizadas por muitos milhares de alunos e muitas centenas de professoresde estabelecimentos de ensino de todos os graus de ensino básico e secun-dário, que, certamente, constituem inestimáveis contributos para a dinami-zação da vida escolar. O Projecto Público na Escola tem, evidentemente,o maior orgulho em ajudar nessa importante tarefa.

eduardo jorge madureira

olga barreiros

comunicações jMTC.verão2003 7jMTC.verão2003 associados AMTC6

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto,SA é o operador de transporte público rodoviáriodo Porto, possuindo uma oferta alargada de liga-ções dentro da cidade do Porto e entre esta e osconcelhos vizinhos. A oferta da Empresa abrange6 dos 9 concelhos da AMP (Porto, Matosinhos,Maia, Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia),com cerca de 500 km de rede distribuídos pelas52 freguesias servidas.

A STCP assegura diariamente as deslocações demais de 600.000 cidadãos com uma frota de cercade 600 autocarros, mantendo o estatuto de maioroperador de transporte público na AMP. De olhospostos no futuro, é assumida a missão da STCPde gerar benefícios sociais e ambientais atravésda sua actividade de transporte público de passa-geiros da AMP, num quadro de racionalidadeeconómica.

O papel social que cabe a uma empresa de trans-portes públicos é plenamente exercido pela STCP:opera 82 linhas durante o dia e cerca de metademantém-se em funcionamento até à uma horada manhã. O Porto é das poucas cidades europeiasque tem uma rede de transportes em funciona-mento durante 24 horas, assegurada integralmentepela STCP através de 14 linhas radiais.

A STCP disponibiliza também uma sub-rede de32 linhas preparadas para receber cadeiras de rodas,com 345 viaturas de piso rebaixado, 175 das quaisequipadas com rampa para acesso de deficientes.

Os próximos desafios passam pela adaptação darede de autocarros à introdução do metro ligeironos principais eixos de serviço da STCP e aosprojectos da intermodalidade, numa óptica dearticulação da oferta entre operadores e da inte-gração de serviços e estruturas comuns, como jáé exemplo a bilhética sem contacto que suportao tarifário Andante, também adoptada pela STCPem algumas das suas linhas.

O compromisso com o futuro passa igualmentepela adopção de tecnologias amigas do ambientena propulsão dos autocarros. A STCP tem a segun-da maior frota de autocarros movidos a gás naturalna Europa, apenas ultrapassada pela da cidadede Malmö na Suécia, e espera receber no final de2003, no âmbito de um projecto comunitário, os3 primeiros autocarros do país movidos a pilhade combustível. Estes autocarros são motivo deorgulho para a cidade do Porto pois representamo estado da arte e mais uma vez catapultam acidade para a liderança no que toca à inovaçãoem transportes em Portugal.

Sociedade de TransportesColectivos do Porto, S. A.

Dinamismo e Inovaçãoao Serviço do Porto

1 O Porto foi a primeira cidade da

Península Ibérica a ter eléctricos (1895).

desconhecido (s\d)

arquivo fotográfico museu do carro eléctrico

2 Em 1948 os autocarros começaram a

prestar serviço no Porto.

foto alvão (s\d)

arquivo fotográfico museu do carro eléctrico

3 O troleicarro circulou no Porto entre

1959 e 1997.

teófilo rego (c.1958)

arquivo fotográfico museu do carro eléctrico

4 Autocarros MAN a gás natural e

Mercedes a diesel. Ambos equipados com

ar condicionado e rampa de acesso.

armindo cerqueira (2003)

21

3 4

Page 5: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

Exposições Permanentes

"O Automóvel no Espaço e no Tempo"

Exposição permanente sobre a história do Automóvel

e o seu impacte na sociedade durante o século XX.

"Comunicação do Conhecimento e da Imaginação"

[Encerrada aos Domingos]

Exposição interactiva sobre os processos de

comunicação e os meios de comunicação social.

Memória do Edifício da Alfândega

Visita ao edifício da Alfândega através de um percurso

autónomo com o auxílio de quiosques multimedia

e placas identificativas, ou através de visita guiada.

InformaçõesUm Museu perto de si…

Modalidades de visita

Modalidade 1

Visita acompanhada a uma das exposições.

Modalidade 2

Participação numa oficina da exposição ‘Comunicação

do Conhecimento e da Imaginação’.

Modalidade 3

Exposição ‘Automóvel no Espaço e no Tempo’ e

exposição ‘Comunicação do Conhecimento e da

Imaginação’ ou Exposição ‘Automóvel no Espaço e

no Tempo’ e uma oficina da exposição ‘Comunicação

do Conhecimento e da Imaginação’ ou duas oficinas

da ‘Comunicação do Conhecimento e da Imaginação’.

Preçário

Bilhete entrada - ¤ 3.00

Estudantes, 3a idade e cartão jovem - ¤ 1.50

Crianças até 6 anos e professores enquanto

acompanhantes de grupo - gratuito

Exposições temporárias (sem acompanhamento do

Serviço Educativo e de Animação) - gratuitas

Grupos

Modalidade 1 e 2 - ¤ 2.00

Modalidade 3 - ¤ 3.00

Programas para famílias

(fins de semana, com lanche) - ¤ 3.75

Oficinas pedagógicas na garagem do ‘Sr. Teixeira’

(fins de semana) - ¤ 4.50

Exposições temporárias com acompanhamento do

Serviço Educativo e de Animação - ¤ 2.00

Horários de Visita

Segunda a Sexta: 9h › 12h00 e 14h › 18h30

Sábados, Domingos e Feriados: 15h › 19h

Contactos

Museu dos Transportes e Comunicações

Edifício da Alfândega

Rua Nova da Alfândega

4050-430 Porto

tel 223 403 000

fax 223 403 098

[email protected]

www.amtc.pt

PORTO PALÁCIO HOTELO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES RECOMENDA

jMTC.verão2003 notícias8

Campanha de VerãoO Museu dos Transportes e Comunicações vai estaraberto durante todo o mês de Agosto, pela primeiravez desde a sua fundação.Aproveitando a sua localização, no centro histórico,o Museu quer assim conquistar o público que vi-sita o Porto nas férias grandes, integrando-se nomapa das ofertas culturais desta área da cidade.Para o efeito foram produzidos desdobráveis eminglês e espanhol, que se distribuíram por postosde turismo e hotéis e um cartaz promocional queserá colocado em 6oo paragens de autocarro, coma colaboração da STCP.Este Verão o Museu oferece aos visitantes, alémdas duas exposições permanentes e da visita aoedifício, duas exposições temporárias.

Exposições Temporárias"O Dinheiro e os Transportes" e "ADN 50" são asduas exposições temporárias a inaugurar duranteo mês de Agosto no Museu dos Transportes eComunicações.A primeira, da responsabilidade da Fundação Dr.António Cupertino de Miranda, divulga os con-teúdos do novo núcleo museológico da Fundação,dedicado à relação do Dinheiro com os Transportesao longo do tempo. A inauguração está marcadapara dia 05 de Agosto.A segunda exposição da responsabilidade do BritishCouncil, é uma exposição comemorativa dos 50anos da descoberta do DNA. Esta exposição paten-te no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, seráinaugurada no Museu dos Transportes e Comuni-cações no dia 30 de Agosto.

O Dinheiro e os Transportes 5 Agosto › 28 Agosto

Exposição sobre a relação entre o dinheiro e os transportes ao

longo do tempo. Auditório do MTC

ADN 50 30 Agosto › 28 Setembro

Exposição organizada pelo British Council para assinalar os

50 anos da descoberta do ADN.

A exposição será acompanhada por um ciclo de conferências.

Sala dos Despachantes

Novos Horários dos ServiçosOs serviços do Museu dos Transportes e Comuni-cações encerram mais cedo a partir do mês deJulho. O horário de funcionamento passa a serde segunda a sexta feira entre as 9h00 e as 12h00,as 14h00 e as 18h30.A exposição "Comunicação do Conhecimento eda Imaginação" passa a estar encerrada aos Do-mingos e Feriados, abrindo por marcação préviapara grupos.Os horários das exposições mantêm-se sem alteração.

Novo Director ExecutivoApós acordo entre a AMTC e a Câmara Municipaldo Porto, Associada Institucional Fundadora,assumiu funções, como Director Executivo daAMTC, no início do mês de Junho, o Dr. AntónioAlberto Gouveia Santos, quadro da edilidade.

Setembro - Fins de SemanaDurante o mês de Setembro pode vir dançar noMuseu...Dia 6 , uma sessão especial sobre DJ’s prometeensinar as técnicas e os modos de pôr plateias adançar e os estilos musicais mais falados do mo-mento. Se não sabe ou quer saber mais sobre amúsica de dança, não perca esta sessão que começaàs 15h00 com a participação de Dj Dinis, Dj PedroMesquita e um convidado surpresa.Dia 13, a dança contemporânea invade o Museu.Uma sessão de dança interactiva com o espaço,é a proposta apresentada por duas alunas finalistasda escola de dança Ballet Teatro.Dia 20, a música chega do Brasil mas as escolasde Samba são criação nossa.Durante as oficinas de verão, dezenas de criançase jovens produziram e criaram três Escolas deSamba que vão desfilar neste dia, "Porque vai sersábado..."Dia 27, um passo mais a sul e chegamos à Argentina,neste dia os segredos do Tango vão ser desvenda-dos por uma professora da modalidade. Se temvontade de experimentar venha até ao Museu apartir das 15h00.

Sessão/oficina sobre DJ’s 6 Setembro

Os DJ’s, os Discos, o Rap/Funk/Soul/Drum’n’Bass/House/

Electro/, o que é isto?

O Museu a Dançar 13 Setembro

A dança contemporânea invade os espaços do Museu.

Carnaval em Setembro 20 Setembro

Grande Festa do Samba. Com a participação das Escolas de

Samba das Oficinas de Verão

Os segredos do Tango 27 Setembro

Participe numa sessão livre de Tango

Oficinas de Verão"Anda daí vem Sambar"

Em 2003 a proposta do Serviço Educativo para asOficinas de Verão chega do outro lado do Atlânticocom um cheirinho de Brasil."Anda daí vem Sambar" é o mote para os maisnovos ocuparem os tempos livres nas férias. Duassemanas em Julho e duas semanas em Setembropara aprender tudo o que é preciso para criaruma escola de Samba.As crianças entre os 6 e os 14 anos vão dar o nomeà escola, criar a bandeira e as letras dos sambas,tocar as músicas, fazer os fatos e finalmentedançar até "cair no chão".

Horário

09h30 › 12h30

14h30 › 17h30

Calendário

Semana 1 - 14 › 18 Julho

Semana 2 - 21 › 25 Julho

Semana 3 - 1 › 5 Setembro

Semana 4 - 8 › 12 Setembro