Jornal Aldeia de Caboclos ed: 52

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Edição de número 52 do Jornal Aldeia de Caboclos

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Prezados irmãos de fé e caros leitores, em momentos de turbulência e acentuada crise política e econômica como a que estamos vivendo em nosso amado Brasil, necessária serenidade máxima para não nos deixar-mos desequilibrar e perder a razão e a capacidade de discernimento diante das mais diversas situações que são postas para nossa análise e decisão.

Notório e indeclinável o nosso direito de nos mani-festarmos sobre os inúmeros fatos e acontecimentos assombrosos que cercam a nossa classe política, to-davia, devemos ter a grande atenção de emanarmos nossos pensamentos, posicionamentos e ideais lem-brando que aqueles que detêm posições contrárias, igualmente, têm o direito de expô-las livremente.

Busquemos enfaticamente, de forma pacífica e sem-pre dentro da ordem e da legalidade, que nossos cla-ros e cabais direitos de cidadãos que almejam uma sociedade melhor, mais justa, mais digna, mais hon-rada, mais próspera, mais, íntegra, mais humana, sejam respeitados e concretizados por todos aque-les que nos representam tanto nas casas legislativas, quais sejam, vereadores, deputados estaduais, de-putados federais e senadores, bem como aqueles que ocupam os cargos maiores do Poder Executivo, isto

é, prefeitos, governadores e Presidente da República.

Por outro lado, válido e cabível, veementemente desta-car que devemos exercer nossos direitos de cidadão e a liberdade de expressão de nossas convicções, sejam elas de qualquer natureza, respeitando o próximo, res-peitando o ser humano de posição contrária à nossa, afastando a todo custo qualquer tipo de agressão ver-bal e/ou física de nossas manifestações de pensamen-to, zelando sempre pelo diálogo equilibrado e sensato como forma de solução de qualquer controvérsia.

Trabalhemos de forma conjunta por uma nação mais ética, mais justa, mais harmônica e que valorize a vida e dignidade humana acima de tudo.

E que os responsáveis, frise-se, sem qualquer referência a este ou aquele partido político, entenda-se, os responsáveis como um todo, pelo trágico cenário político-econômico que estamos vivendo, respondam pelos seus atos sempre no âmbito da Justiça, do Poder Judiciário, dentro do de-vido processo legal, e uma vez condenados, que cumpram efetivamente suas penas e que ressarçam os cofres públi-cos na medida e na extensão de suas condenações.

Que a Lei seja aplicada nas bases de sua essência, isto é, que valha para todos!

Igualmente, rezemos para que toda a espiritualidade irradie fluídos positivos e de evolução sobre as cabe-ças de nossos governantes, e que venha o mais breve possível uma solução serena, legal, justa e produtiva para reverter o escuro e sombrio período político--econômico que estamos presenciando.

Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi!

Alexandros Barros Xenoktistakis

Editorial

PREVISÃO BARALHO CIGANOCartas: Livros - Jardins - Nuvens

EXPEDIENTE

Diretor: Engels B. Xenoktistakis

Direção de Arte: Daniel Coradini

Redator: Engels B. Xenoktistakis

Colaboradores: Adriano Camargo /

Ronaldo Linares e

Alexandros Xenoktistakis

Assessoria Jurídica: Alexandros Barros

Xenoktistakis – OAB/SP 182.106

contato: [email protected]

Amor - Momento de reflexão com relaçao ao seu comportamento com a pessoa amada. Saiba respeitar o silêncio da outra pessoa, e use do mesmo para uma auto reflexão. Seja ponderado em suas atitudes e principalmente no que se re-fere a opiniões e comunicação de forma geral. Período mais sensivel emocional-

mente falando, cuidado com atitudes impulsivas ou de carência afetiva. Seja você mesmo, independente de qualquer situação. Para quem está sozinho é momento de se livrar das mágoas do passado e recomeçar.

Profissional e Financeiro - Convites ou propostas de trabalho chegaram até você, podendo assim trazer um certo conflito. Situaçoes que envolvem papéis ou documentações ou até mesmo processos de justiça, tendem nesse período come-çarem a caminhar. Coloque seus novos projetos em andamento, acredite em seu

potencial e aproveite pra ir atrás daquele curso ou aperfeiçoamento profissional que você está tando adiando. Organização e estudos são palavras chaves nesse momento.

Saúde - Momento de cuidar da alma e do corpo. Relaxar a mente para organi-zar as idéias. Cuidado para algumas pessoas com a parte respiratória. Vigie seus pensamentos.

TEMPLO DE UMBANDA ESTRELA DO ORIENTE CAROL AMORIMCONSULTA DE TARO E BARALHO

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Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira foi um verda-deiro fenômeno de massa que através da médium Cacilda de Assis. Cacilda, filha de fazendeiros de Va-lença, RJ, nasceu em 1917. Com cinco anos era uma menina comum que brincava de boneca como as de-mais. De repente começou a pedir que lhe dessem um cachimbo. Dona Rute, sua mãe, achava aquilo ridículo e prometia uma boa surra para ela parar com aquilo. As ameaças não intimidaram Cacilda que conseguiu um cachimbo e fumava escondida nos matos da fazenda de Valença. Depois veio a ca-chaça. Cidinha, como era chamada, passou a pedir aguardente aos pais, tios e aos vizinhos. Nova re-volta de Dona Rute que gritou: “se quer beber, que beba álcool”. E deram um litro de álcool que Cidinha tomou e voltou a ficar tranquila.

Fazer promessas para os santos, nos momentos de dificuldade, é uma antiga prática devocional. Pagar promessa feita pelos outros é, no mínimo, um grande aborrecimento. Quantas crianças não tiveram que pagar promessas feitas pelas avós para os santos de devoção.

Uma das tias de Cacilda de Assis resolveu fazer uma promessa para que a menina pagasse: deveria usar cabelos compridos e só usar roupas em tons azul-branco ou branco-rosa como oferenda a Nossa Senhora da Conceição para salvá-la. Na festa de ani-versário de sete anos tudo corria normalmente; ela brincava, cortou o bolo e de repente desmaiou no chão duro da fazenda. Chamaram o médico que ve-rificou que o coração e o pulso batiam normalmente, mas ela estava ali, enrijecida, olhos fechados. Passa-ram-se as horas, os dias e o quadro não se alterou. Nenhum médico conseguiu diagnosticar nem curar a menina. Gradativamente o seu estado de saúde foi piorando, acabando por entrar em coma profundo. Um sacerdote católico foi chamado e lhe aplicou a extrema unção. Podemos ler em reportagem de 03/09/1971 do Jornal do Brasil:

Um dos tios da menina havia iniciado um namoro com uma mocinha de Valença e, da conversa entre ambos, soube que a futura sogra era uma rezadeira. Contou-lhe o caso da sobrinha e soube que ela podia ser curada:

– Prefiro que minha filha morra a permitir que en-

tre uma mulher dessas em minha casa.

Mas a preta gorda, arrastando as chinelas acabou indo a fazenda de Dona Rute. Um copo com água, uns cantos misteriosos e Cidinha se ergueu pergun-tando: “E a festa?” O relato é de Luzia, ex-dona de colégio que não usa o vestido branco das médiuns, que não “baixa santo no terreiro” e que é auxiliar nas vendas e na parte de relações públicas. Também atua entre os que, habilmente, evitam que as pesso-as se aproximem de Dona Cacilda.

Esse inesperado momento mudaria tudo na vida de Cacilda, pois a rezadeira descobriu que ela esta-va sendo “possuída” por uma entidade espiritual e recomendou que fosse levada a um centro espírita, onde se manifestou o Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira. Cacilda ficou curada e, rapidamente se resta-beleceu. Passou, então, a operar curas que ninguém conseguia explicar.

Em 13 de junho de 1938 o Pai Espiritual Benedito Galdino do Congo fez o seu assentamento, na Mina de Santé, para o Seu Sete da Lira, em Coroa Grande, bairro localizado na região litorânea da cidade de Itaguaí, próximo a Itacuruçá, Rio de Janeiro, onde ficava a Tenda de Umbanda Oriental. de W. W. da Matta e Silva. A partir de então passou a trabalhar mediunizada com o Seu Sete.

Além de Seu Sete, Cacilda de Assis trabalhava tam-

bém com Audara Maria, esposa de Seu Sete, Dona da Rosa Vermelha. Também incorporava a Cabocla Jurema e Vovó Cambinda. Era compositora, escrito-ra e tinha programa diário na Rádio Metropolitana de Inhaúma, RJ, onde transmitia mensagens espi-rituais.

Em 1943, fundou seu primeiro terreiro no subúr-bio carioca de Cavalcanti, onde muitas curas eram realizadas, gerando grande afluência de público. Ra-pidamente, o local ficou pequeno para receber tanta gente aflita e desesperada que buscava o bálsamo para as doenças físicas e espirituais que os afligiam. Um local maior foi encontrado em Cascadura e, ra-pidamente, tornou-se insuficiente. Entrevistada, em 1979, pela Revista Fatos e Fotos Gente, Cacilda de Assis explicou:

Estávamos pensando em como conseguir meios para comprar outro local, bem maior, para cons-truir outro centro. Foi então que Seu Sete mandou um dos meus filhos comprar um bilhete de Loteria Federal, durante uma das sessões. Acabada a ses-são, ele esqueceu por completo. Passando pela rua, ouviu um vendedor de bilhetes gritar o número. Lembrando-se da ordem de Seu Sete, comprou e ga-nhou na época Cr$ 400 mil. Com esse dinheiro nós compramos a área onde nos encontramos, fizemos as obras e demos início aos nossos trabalhos. A ou-tra parte foi usada para a compra de outras coisas

ArtigoEscrito por Diamantino Fernandes Trindade

SEU SETE DA LIRA - O EXU

DO POVO

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para a nossa família, tal como ele havia ordenado.

Em 1955, mudaram-se para esse novo local, locali-zado em um sítio no bairro de Santíssimo, a 42 qui-lômetros do centro do Rio de Janeiro, pertencente à região conhecida como Grande Bangu, situado entre o Morro do Lameirão e a Avenida Brasil. Era um local muito próspero na época em que o Rio de Janeiro exportava laranjas. Hoje é considerado um bairro dormitório.

Era um sábado chuvoso de 1971. Centenas de auto-móveis e ônibus trafegavam desde cedo pela Estra-da da Posse, em Campo Grande, até chegar próximo ao número 2000 onde estava (ainda está) localizado o Posto de Gasolina Sete da Lira. A partir daí o cami-nho precisava ser trilhado em uma estreita estrada de terra, a Estrada do Lameirão, quase intransitável, já transformada em lamaçal, pela chuva constante que caia. Isso não impedia que todos os que tinham fé nos poderes do Rei da Lira superassem os obs-táculos para participar das giras. Algumas kombis pegavam as pessoas na Estrada da Posse e as leva-vam até o local. Juntando-se aos veículos, muitos andarilhos juntavam-se às milhares de pessoas, provenientes dos mais variados pontos do país, que buscavam, tais como fiéis peregrinos, a cura para os seus males.

Não era possível se perder, pois diversas placas e setas indicavam o caminho. Até chegar lá algumas paragens para forrar o estômago em carrinhos com sanduíches, refrigerantes, caldo de cana etc. Muitos calçavam botas de borracha Sete Léguas, muito fa-mosas na época, para vencer a lama e permanecer com os pés secos, pois era possível que ficassem até a madrugada no local. Aproveitando a grande aflu-ência de público, alguns vizinhos faturavam ofere-cendo estacionamento a três e cinco cruzeiros.

Finalmente a chegada em frente ao grande portão de ferro, onde se destacavam, estampadas nas fo-lhas, duas grandes liras, também de ferro, encimado por um enorme luminoso de acrílico vermelho com o número sete pintado. Era o Templo Espírita Filhos da Cabocla Jurema.

O espetáculo enchia os olhos de quem chega-va pela primeira vez. Passando pelo portão, uma descida de terra levava até A Lira, uma construção de concreto em forma de galpão, com lugar para cerca de trezentas pessoas, que se acomodavam em torno da mesa de alvenaria, o local onde ocorriam as giras. Na extremidade, uma pequena capela. À esquerda ficavam localizados dois bares. Um deles vendia refrigerantes e souvenires, tais como cha-veiros, bolsas, abanos, flanelas, flâmulas, figas, pa-tuás, guias (colares ritualísticos), camisetas estam-padas, adesivos plásticos para o vidro do carro etc. Na época era muito comum ver tais adesivos em muitos carros do Rio de Janeiro e outros estrados brasileiros. No outro era possível restabelecer as forças físicas comendo sanduíches, tomando sopa e saboreando um café. Ali também se podia com-prar cachaça Creoula ou Caranguejo e o charuto Bororó, os preferidos de Seu Sete.

Ari Vizeu, radialista e relações públicas do terreiro

disse, em 1971, que Seu Sete consumia entre 40 e 60 garrafas de cachaça por sessão, além de 16 caixas de charutos. Dizia ainda que final não restava nenhum gosto da bebida nem do tabaco.

Tudo isso formava o Reino do Seu Sete Rei da Lira. A presença marcante da cachaça durante os traba-lhos era muito importante para Seu Sete que, em algumas ocasiões, deixou claro que ali o marafo era ferramenta de trabalho e nada mais do que isso.

Multidões chegavam de todas as partes do Rio de Janeiro, de outros estados brasileiros e até do exterior.

Muitos fiéis chegavam desde as cinco da manhã para ter acesso às fichas da mesa. Outros dormiam em frente ao sítio e recebiam assistência da família de Dona Cacilda que provia essa gente com lençóis, capas e lanche. Várias pessoas chegaram a adquirir casas e terrenos da redondeza para ter acesso mais fácil aos trabalhos. As fichas não eram cobradas, mas para participar da mesa de cura era necessá-rio levar uma garrafa de cachaça para o Seu Sete. Era quase impossível andar. Mais de 5000 pessoas aglomeravam-se ansiosas, aguardando o momen-to da entrada triunfal do Seu Sete da Lira. Os fiéis acomodavam-se em qualquer lugar aguardando pelo menos algumas gotas da cachaça sagrada. Pou-cos eram os bafejados pela sorte que conseguiam se aproximar do Senhor das Sete Encruzilhadas. As pessoas “brigavam” por uma gota de cachaça. Mo-vidos pela fé ou pelo magnetismo de Seu Sete da Lira, seus fiéis, de algum modo, sentiam-se acolhi-dos pelo Exu. Nada impedia que eles superassem os obstáculos em busca da cura. Um senhor cansado da espera reclamava:

– Assim é difícil. Tem muita gente. Não dá nem para ir tomar um café. Mas vale a pena o sacrifício, pois aqui curei o meu filho. Ainda um pouco irritado disse: médico não cura ninguém, e se curasse esse povo aí não teria dinheiro para pagar a consulta. Seu Sete é a esperança de todos aqui.

Nessa época, Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira era a mais discutida e popular entidade do meio um-bandista. Suas curas se propagavam de norte a sul, de boca em boca, em uma verdadeira demonstração de fé e esperança. Sua fama começou a crescer rapi-damente em função característica inusitada de suas giras – onde todo tipo de música poderia ser canta-da e tocada – e no uso impressionante da ingestão de várias garrafas de cachaça. Era impressionante o magnetismo e a capacidade de movimentação das pessoas que afluíam ao seu templo. Corriam as no-tícias das curas de doenças graves. Em pouco tempo a gira de Seu Sete atingiu a marca impressionante de mais de cinco mil atendimentos por rito. Ape-sar do grande número de pessoas, não havia brigas ou confusão. Seu Sete pedia sempre: Fé, respeito e compreensão. Algumas emissoras de rádio faziam a transmissão ao vivo dos trabalhos.

Nove da noite, a luz foi desligada. Um clarim anuncia a chegada de Seu Sete. Irrompe o som da música de abertura no ar. A música é uma das prin-cipais ferramentas de cura do Seu Sete. O povo so-

frido e angustiado começa a bater palmas no ritmo, acompanhando. No alto da Lira, em um pequeno palco, surge então Cacilda de Assis, vestida com grande esmero, roupa bordada em veludo com cal-ça preta, capa preta, cartola preta, colete vermelho, camisa impecavelmente branca, botas negras, dan-çando, dando pulos com uma ginga malandra, in-corporada com o Rei da Lira. Para muitos um mo-mento de milagres. A luz volta a ser ligada quando ele surge, “do nada”. Aplausos efusivos ouvem-se ao longe. Muitos gritam:

– Milagre! Milagre!

Na verdade todos esperam por um milagre! A cura que vem pelas mãos de Seu Sete. A música de aber-tura volta a ser cantada e tocada: “Salve Seu Sete Encruza da Umbanda”. No palco, do alto de sua majestade, Seu Sete, em verdadeiro frenesi, jogan-do cachaça à saúde, leva muita gente ao êxtase ar-rebatador. Rodeando seus cambonos, trajados com calças pretas e camisas vermelhas, Seu Sete dança, consciente de sua missão. A figura mais famosa da Umbanda da década de 1970 está em terra, como se diz na linguagem popular dos terreiros.

Segue-se uma estrondosa gargalhada e mais ca-chaça flui pelo ar. Ele saúda agora Santo Antonio e a ele próprio. O povo continua em delírio, vibrando. Alguns mais próximos estendem canequinhas me-tálicas, com uma varinha, para recolher um pouco do liquido miraculoso, verdadeiro néctar curativo. A música continua forte. O guardião dos caminhos está trabalhando.

Guiado pelo fundo musical da Orquestra da Lira, formada por coral, metais e cordas, desce uma pe-quena escada que faz a ligação do palco com a mesa. A musica popular serve para polarizar as vibrações de cura. A canção Romaria, um clássico de Renato Teixeira, era constantemente tocada e cantada com muita fé nas sessões. Entre uma música e outra faz pequenas preleções que antecedem os trabalhos na mesa de cura:

Viva, viva, viva Sete EncruzaViva Sete Encruza da Umbanda!– Boa noite, boa noite! Ah! Ah! Ah!– Oh! Viva Santo Antonio!– Ah! Meu Santo Antonio!– Ah! Meu Santo Antonio!– Ah! Meu Santo Antonio!– Viva a Lira. – Salve a coroa da Lira.– Salve a força, o exé da Lira.– E salve o Povo da Lira.– Saravá o dia de hoje.– Saravá a dona da casa, Cabocla Jurema.– Saravá todo mano meu.– Saravá Santo Antonio.– Salve a minha orquestra.– Salve a minha coroa de palha de cana.– Salve a minha coroa do carnaval.– Salve a minha velha Audara Maria.

Continuamos na próxima edição.

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Diferenças entre as ervas frescas e ervas secasHá quem se divida nessa discussão. E não são poucos.

Alguns adeptos de religiões de matriz africana afir-mam piamente que as ervas secas estão mortas. Não admitem em hipótese alguma o uso desses exempla-res da natureza já desprovidos de água.

São elementos que passaram por uma transforma-ção. Da sua forma original foi retirado o líquido, a essência aquática.

Mas isso não é ruim, não. É apenas diferente e mui-to apropriado para algumas práticas.

O fato da erva ter passado por esse processo trans-formador, fez com que ela carregasse em si o próprio fator da transformação. A energia fica muito mais concentrada. Mas precisa ser acordada. É aí que co-meça a falta de conhecimento de quem as critica.

Acorda uma erva seca requer fé. É necessário acredi-tar que o elemento está vivo, ativo, vibrante, e naquele momento, está apenas em estado de dormência.

As ervas secas normalmente são colhidas por pesso-as que não conhecemos. Em situações que não sabe-mos. Por exemplo, não sabemos se, ao colher a erva, o individuo que o fez estava de tão mau humor, cap-tando energias negativas do astral, que impregnou as ervas dessa essência densa.

E então, fazer o que?

Pois bem, foi dito que para colher a erva, devemos nos dirigir com Amor e Bom Senso, muito respei-to mesmo ao espírito vegetal. Esse mesmo espírito vegetal continua animando a erva depois de seca. Numa forma e essência diferentes.

Repetir a reza para acordar a erva: Amado Pai Cria-dor de tudo e de todos nós, Amada Mãe Terra, força viva e geradora de tudo o que conhecemos e também do que desconhecemos, sagradas forças vegetais, peço que tornem novamente essa erva força viva e ativa, capaz de responder aos meus estímulos e solicitações de cura e amparo energético e façam cada vez mais de mim, instrumento de vossa vontade maior. Assim seja e assim será. (vide capítulo sobre rezas).

Faça isso mesmo que mentalmente e irradie com as palmas de suas mãos em direção à erva, já desemba-

lada e de preferência em um recipiente apropriado.

O procedimento é o mesmo para a preparação de um chá. Quando fazemos a evocação, mesmo nos preparos mais simples, aumentamos o poder cura-dor, o poder fatorial, o verbo ou ação contida na erva.

Já para a erva fresca, o processo não é muito dife-rente. E veja, não estamos falando de dogma religioso. Falamos de procedimento correto, Amor e Bom Sen-so. Veja no capitulo das rezas a mais adequada para recolher folhas e raízes. Lembre-se que as ervas fres-cas, sejam as do seu jardim ou as compradas no co-mércio, estão carregadas de água. E devemos também nos dirigir com respeito ao fator aquático contido nas ervas. Esse fator é muito importante para as praticas de magia. É ele quem protege a essência vegetal, en-volvendo-a em sutis vibrações do elemento aquático, permitindo que ela atue somente onde é necessária.

Aí vem a pergunta: e as pessoas que não estão lendo isso, e praticam esses atos de magia? Será que nunca ti-veram efeito real? Será que sempre fizeram isso errado?

Muito pelo contrario. Não quero aqui ser o dono da verdade, de jeito nenhum. Apenas trago uma for-ma diferente, um resgate daquilo que nosso espírito ancestral já conhece e nós esquecemos por causa da nossa vida urbana e uma série de outros fatores.

É muito comum vermos as pessoas irem ao terreiro de Umbanda, tomar o seu passe com o guia, sair com uma lista de ervas para tomar banho e com aquela cara de interrogação. E agora, o que eu faço?

E não é incompetência do espírito ali manifestado. É falta de conhecimento pratico. Com certeza para muitos esses escritos aqui é “chover no molhado”, ensinar o “padre nosso pro vigário”. Mas muitos se beneficiarão, e beneficiarão aos seus semelhantes também com essas dicas de simplicidade.

Resumindo, qual a melhor erva para se trabalhar? A seca, ou a fresca?

A resposta é, a que estiver à sua mão!

A que for mais fácil para você, exceto é claro, se for algo muito específico. Por exemplo, a pessoa passou por uma consulta espiritual, no seu centro, terrei-

ro, ou templo de confiança, com seu médium ou te-rapeuta de confiança, e o guia lhe pediu para fazer algo especificamente com ervas frescas ou secas. Ai a conversa é outra. Se você realmente confia naquilo que esta ouvindo ali, faça. Não discuta. Mas se pairar alguma dúvida, peça outra opinião, ou siga as reco-mendações que damos aqui.

E lembre-se, nunca fazemos defumação com erva fresca. Comentamos que a erva fresca carrega mui-ta água ainda, não é? Então não colocamos água no fogo. Isso é bom senso.

Temos ainda as resinas vegetais, que usamos ape-nas para defumação, pois seus usos nos banhos po-dem ser substituídos pelas essências das mesmas er-vas, quando são imprescindíveis.

Entre as resinas mais conhecidas temos o Incenso (Olíbano) de cor amarelada, a Mirra em tons averme-lhados, e o Benjoim em cor acinzentada.

Deixo o uso dessas resinas apenas para defumação, pois realmente temos um conjunto muito bom de ervas à disposição e podemos realmente encontrar para os banhos, os elementos contidos nessas seivas endureci-das, em folhas, cascas, raízes, sementes, flores e frutos.

Texto extraído do livro Rituais com Ervas - banhos, defumações e benzimentos de Adriano Camargo - Ed. Livre Expressão

Adriano Camargo - Erveiro da Jurema – É Sa-cerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com

Ervas, banhos defumações e benzimentos. [email protected]

www.oerveiro.com.br

Ervas naAldeiaEscrito por:Adriano Camargo

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Não poderíamos escolher um assunto mais adequa-do para o início deste mês de abril de 2.016.

"Esquecendo Deus” é um texto do jornalista, bacha-rel em filosofia e colunista da Folha sobre comporta-mento Hélio Schwartsman. Ele termina sua coluna dizendo: (...) Com o monoteísmo, veio o exclusivismo. Deus não pedia apenas para ser louvado como passou a exigir a destruição de seus, digamos, concorrentes. Estava aberta a avenida para a intolerância religiosa, que até hoje segue contabilizando vítimas. (...)

(...) A forma como encaramos Deus é, felizmente, mutável. (...) E, já que todos os sinais são de que a religião não desaparecerá tão cedo, resta esperar que ela continue se modificando para assumir formas menos destrutivas. Não creio que isso ocorrerá no horizonte de nossas vidas, mas quem sabe no dos ne-tos dos netos de nossos netos.

Online: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u311097.shtml

Iniciaremos então o “nosso texto” a partir do título de Schwartsman, repetindo incansavelmente aos que não são ateus:

• Estarão as pessoas esquecendo Deus em nome da religião que praticam???

• Estarão as pessoas, em nome de Deus, promo-vendo a desigualdade, cometendo atos criminosos contra seus semelhantes e contra seus patrimônios, para a prática de sua religião?

Ao longo dos séculos, enquanto a tecnologia pro-porcionou melhor qualidade de vida às pessoas e elas puderam estudar, armazenar conhecimento, terem capacidade e facilidade de reflexão sobre suas vidas e os problemas que as envolvem, me parece que foram ficando cada vez mais intolerantes, egoístas e preocu-padas consigo mesmas.

Qualquer um tem acesso a informações sobre tudo o tempo todo, mas parece que ler e se informar não é o suficiente para mudarem seus conceitos, para

aprenderem algo que possa melhorá-los como pesso-as, para que possam evoluir suas mentes e iluminar suas almas. Não devemos esperar que a mudança venha sempre do outro, também temos que avaliar nossos conceitos todo o tempo, pois, quem não muda não evolui, quem acha que mudar de opinião é sinal de fraqueza, não entendeu ainda o que é viver. To-dos nós temos um(a) amigo(a) que tem boa aparên-cia, parece ter uma vida ótima, tem muita preocupa-ção com o que pensam sobre eles, mas, só os íntimos conhecem-no(a) verdadeiramente, com seus pen-samentos preconceituosos e tacanhos. Pessoas que priorizam as próprias necessidades ainda que afetem o próximo; que não conseguem sentir empatia pelos diferentes, que não conseguem abrir seus horizontes e suas mentes para o novo. Essa é uma forma de in-tolerância, ainda que não apenas religiosa, mas tão nociva quanto.

Pergunto novamente: Será que estamos esquecen-do Deus enquanto praticamos religião?

Nós que somos praticantes das religiões de descen-dência africanas e, desde sempre, as maiores vítimas de preconceito e intolerância, estamos vendo a vio-lência chegar ao campo físico, desde a invasão e in-cêndios de Templos até apedrejamento de crianças em escolas. É com muito pesar que pergunto: “Será que Schwartsman está certo? Serão apenas os netos dos netos de nossos netos que poderão viver em paz na religião que escolherem praticar?

Combate à Intolerância Religiosa e Defesa do estado Laico

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

“A intolerância religiosa representa, certamente, um dos problemas mais delicados em nosso planeta, onde o fanatismo religioso, tão estranho em milhões de pessoas, conduz umas a realizarem, contra as ou-tras, verdadeiras guerras, em nome, supostamente, de sua religião, como se fosse possível estabelecer, com isso, qual a religião “estaria com a razão”.

A questão é tormentosa e envolve o ser humano em sua mais pura essência, na medida em que são colo-cadas em jogo sua consciência e crença.

Podemos citar a falta de bom senso e respeito míni-mo `q diversidade como fatores que criam e fortale-cem situações de caos e violência vistas em todo canto do mundo, inclusive em nosso país, decorrentes de di-vergências que levam um ser humano, inconformado com a consciência e a crença esposadas por outro ser humano, a tentar impor-lhe a sua própria consciência e crença, o que afigura absurdo desmotivado, inútil e ofensor à liberdade fundamental de cada pessoa.

A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso VI, preceitua que é inviolável a liber-dade de consciência e de crença, sendo assegurado o li-vre exercício dos cultos religiosas e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.

O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos veda, em seu artigo 2º, primeiro parágrafo, a discriminação por motivo de religião. Mais adiante, no art. 18, preceitua:

“ARTIGO 18

1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensa-mento, e consciência e de religião. Esse direito im-plicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.

2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coerci-tivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de aditar uma religião ou crença da sua escolha.

3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas a limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a se-gurança, a ordem, saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.

4. Os Estados Partes do presente Pacto comprome-tem-se a respeitar a liberdade dos países, quando for

Esquecendo Deus

Falando de UmbandaEscrito por:Pai Ronaldo Linares

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o caso, dos tutores legais de assegurar a educação religiosa e moral os filhos que esteja de acordo com suas próprias convicções.”

Oportuno frisar que a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), buscando proteger cultos re-ligiosos de matriz africana, tidos como aqueles que estão entre os mais discriminados no Brasil, estatui em seus arts.24 e 26:

“Art. 24. O direito 1a liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:

I – a prática de cultos, a celebração de reuniões rela-cionadas 1a religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;

II – a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões;

III – a fundação e a manutenção, por iniciativa pri-vada, de instituições beneficentes ligadas 1=às res-pectivas convicções religiosas;

IV – a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados as costumes e às práticas fundadas na respectiva reli-giosidade, ressalvadas as condutas vedadas por legis-lação específica;

V – a produção e a divulgação de publicações re-lacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana;

VI – a coleta de contribuições financeiras de pes-soas naturais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões;

VII – o acesso aos órgãos e aos meios de comunica-ção para divulgação das respectivas religiões;

VIII – a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes de práti-cas de intolerância religiosa nos meios de comunica-ção e em quaisquer outros locais. (...)

Art. 26. O poder público adotará as medidas neces-sárias para o combate à intolerância religiosa com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de:

I – coibir a utilização dos meios de comunicação so-

cial para a difusão de proposições, imagens ou abor-dagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas;

II – inventariar, restaurar e proteger os documen-tos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueoló-gicos vinculados às religiões de matrizes africanas;

III – assegurar a participação proporcional de re-presentantes das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das demais religiões, em co-missões, conselhos, órgãos e outras instâncias de de-liberação vinculadas ao poder público.”

Todas as pessoas e suas respectivas religiões mere-cem proteção e respeito. Mencionamos dispositivos de lei que se referem propriamente a cultos de matriz africana apenas a título de ilustração, para indicar a preocupação do legislador em resguardar as liber-dades de cada indivíduo, inclusive com relação a di-ferenças humanas de consciência e de crença, e em combater a disseminação do ódio entre as pessoas, fundado em intolerância religiosa.

Convém anotar que a Lei nº 11.635/07 instituiu o dia 21 de janeiro como o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”.

Não se pode olvidar, outrossim, que o Brasil deve adotar uma postura neutra no campo religioso, de sorte a não apoiar ou discriminar nenhuma religião.

Com efeito, em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e com toda a legisla-ção que asseguram a liberdade de crença religiosa às pessoas, além de proteção e respeito às manifesta-ções religiosas, a laicidade do Estado deve ser bus-cada, afastando a possibilidade de interferência de correntes religiosas em matérias sociais, políticas, culturais, etc.

A laicidade do Estado tem interface com diversos direitos humanos fundamentais, como a liberdade de expressão, a liberdade de crença e de não cren-ça, a igualdade de gênero e os direitos da população LGBT, população esta que sofre forte discriminação em virtude de dogmas religiosos.

Aperfeiçoar a tolerância às diferenças é indispen-sável no regime democrático. Quando se consegue fazer valer a laicidade do estado, preservam-se di-

reitos fundamentais.

Reconhecendo que a prática de ato de intolerância religiosa constitui violação ao Estado Democrático de Direito, que não se coaduna com a finalidade de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, esta Coordenaria de Direitos Humanos buscará com-bater tais atos de intolerância e, também, contribuir para a laicidade do Estado, municiando, sempre que possível, os órgãos de execução do Ministério Públi-co, para que adotem as providências cabíveis, a fim de preservar os direitos fundamentais das pessoas, independentemente de sua crença religiosa.”

Online:

http://www.mprj.mp.br/areas-de-atuacao/direitos-humanos/areas-de-atuacao/combate-a-intolerancia-religiosa-e-defesa-do-estado-laico

Para finalizar, lembro que quando temos a informa-ção correta e sabemos onde buscar nossos direitos, fica mais difícil sermos discriminados, ofendidos, menosprezados ou provocados. O fanatismo é o ca-minho mais rápido para a violência. Sejamos alertas e atuantes. Não somos melhores, porém jamais pio-res do que ninguém, portanto devemos exercer nosso direito (assegurado por Lei) de praticarmos a religião que escolhemos ou pela qual fomos escolhidos.

A religião está no coração de cada um e sempre é tempo de mudar nossa direção quando estamos nos distanciando do caminho.

Pai Ronaldo Linaressantuariodaumbanda.com.br

[email protected]/

santuariodaumbanda.fugabc

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ATACADO E VAREJO

@casadocigano [email protected]/casadocigano

WWW.CASADOCIGANO.COM.BR

A M A I O R E M E L H O R

LO J A D E U M B A N D A E C A N D O M B L É

D O B R A S I L

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ATACADO E VAREJO

23ABRIL

DAS 09 ÀS 19HS

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UmbandaLegal

OGUM, A LEI DIVINA

Escrito por:Valéria Siqueira

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Dia 23 de abril comemora-se o dia de São Jorge. Sin-cretizado na Umbanda com Pai Ogum, o senhor das batalhas, sem dúvida um dos Orixás mais conhecidos.

Sabemos que São Jorge é um santo católico e, por-tanto, não é Pai Ogum, mas pertence à linha da Lei que é regida por ele.

Pai Ogum na Umbanda é a exteriorização da irradia-ção, do sentido, da vibração da Lei Divina para toda a criação.

Por esse motivo, a ordenação é uma das principais qualidades de Ogum. Lei e ordem andam juntas, pois uma não pode existir sem a outra.

Quando falamos de ordenação é a nível universal e não apenas a nível terra, e a mesma ordem necessá-ria para manter a criação planetária é necessária para manter a estabilidade cósmica.

Ogum é conhecido como o senhor dos caminhos; isso não significa apenas as estradas em si, mas também a ordenação das vias evolutivas, pois sem ordem não há evolução.

Muito sem fala em evolução, mas quantos umbandis-tas realmente compreendem do que se trata? Ogum ordena a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a evo-lução e a geração, e sem ele tudo estaria no caos.

Há leis imutáveis que regem a criação e todos estamos sujeitos a elas, queiramos ou não...ou alguém acha que pode, sob a bandeira da Umbanda, praticar atos con-trários à Lei Divina e sair impune? Doce ilusão...a Lei é implacável e nada escapa às suas vistas.

Muitos do que hoje vemos procurar as religiões evan-gélicas, se denominando “ex” pais e mães de santo”, nada mais são do que pessoas que desvirtuaram os princípios da Umbanda e usaram seu nome em pro-veito próprio, para obter vantagens financeiras, favo-res ou para prejudicar desafetos, e simplesmente não suportaram quando a Lei do Retorno, tal qual um bu-merangue, lhes devolveu segundo suas ações...

Lá ficarão, na ilusão de que a salvação da alma de-

pende apenas de uma conversão condicionada a dízi-mos e ataques a outras religiões...Pai Ogum é a própria potência divina: será que alguém, em sã consciência, acha que pode fugir dele?

E o que dizer dos filhos que não levam a sério a reli-gião? Que usam as entidades pra dizer o que não têm coragem de dizer olhando no olho das pessoas, ou que ameaçam quem os contraria usando o nome dos nos-sos amados guardiões?

E dos dirigentes que querem manter as pessoas no terreiro às custas de chantagens baratas e não permi-tem que eles estudem porque se sentem ameaçados e só sabem liderar pessoas desinformadas?

Queridos, se existe um livro da vida, onde todos os nossos atos estão escritos, nele Pai Ogum escreve à tinta, e enquanto não dermos conta de cada um deles, estaremos sob o julgo da implacável Lei Divina.

Deixemos nas mãos de Ogum apenas as batalhas ex-ternas, as que estão fora do nosso alcance; mas as in-ternas, lutemos nós mesmos, com as armas do conhe-cimento, do amor, da bondade...não há escudo maior do que o bom fruto colhido das próprias mãos.

Sejamos soldados desse pai que não perde uma ba-talha, que vence todas as demandas e que diz: Minha é a vitória!

Sejamos honrados, éticos, respeitosos, retos nas grandes e pequenas atitudes...a ponto de podermos olhar as pessoas nos olhos e, ao deitarmos, dormirmos realmente em paz; não a paz que vemos nos facebooks da vida, mas a paz real, a que nossa própria consciên-cia nos concede.

Inclusive neste momento decisivo que nosso país está passando, quem vocês acham que está tirando toda a sujeira que estava debaixo do tapete? Acham que é por acaso? Claro que não! São as falanges da Lei agindo por nós.

Meus irmãos, Deus sempre ouviu as preces dos jus-tos, porque agora seria diferente?

Orem, acendam velas para as falanges de trabalhado-res da linha da Lei, sejam eles caboclos, pretos-velhos, baianos, qualquer uma delas...

Os magos façam mandalas da Lei, invoquem as for-ças divinas, peçam que esse país abençoado se livre das teias desses políticos desalmados e desumanos, peçam que se cumpra a Lei Divina no Brasil.

Peçam que se abram os caminhos dos poucos corajo-sos que estão enfrentando todo um sistema totalmen-te corrompido, onde a impunidade é certa e o medo da lei já não existe mais e que sejam protegidos pra cumprir suas missões até o fim.

Que Pai Ogum nos proteja nas estradas da vida, do falso amigo que nos aperta a mão, dos que nos olham com olhos de inveja, dos que demandam contra nós na penumbra, dos que não suportam a luz das pessoas que fazem o bem.

Que ele nos corrija quando estivermos no erro, e que sejamos humildes o suficiente pra aceitar a re-primenda.

Que ele nos inspire força, garra, fé e esperança mes-mo diante das maiores dificuldades; o mais perigoso dragão é aquele que silenciosamente alimentamos no nosso íntimo...

Que a sua espada corte todos os males deste mundo.

Que Pai Ogum estabeleça a Lei Divina entre nós e nos traga dias melhores, Axé!

Terreiro de UmbandaPai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas

e Mestre Zé PilintraCríticas e sugestões:

[email protected]

Por Mãe Valéria Siqueira

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16 de abril4ª CAMINHADA DE

OGUM FUCESPData: 16/04/2016Local: (Concentração)Sede da Fucesp - Alameda YaYá, 79Horário: 09:00 hOrganização: Fucesp - Pai SalumContato: 11-99937-1770

17 de abril 45º FESTA DE OGUM

U.R.U.Z.G.S.PData: Domingo, 17 de abril de 2016

Local: Ginásio de Esportes Prof. José Liberatti

Endereço: Praça Lucas Pavão s/n

Presidente Altino –Osasco

Contato: 011 3682-6679

13º FESTA DE SÃO JORGE

Datas10 de abril às 09:00 h

(19º Encontro de Umbandistas e

dirigentes Espirituais)

16 de abril às 19:00 h

21 de abril às 19:00 h

22 de abril às 19:00 h

23 de abril às 19:00 h

(Dia da tradicional Feijoada)

Local: Rua Estado do Sergipe, 355

Jd.Imperador, São Paulo - SPOrganização: T.U.C Cacique Pena Vermelha

e Ogum IaraApoio: Projeto Filhos do CaciqueContato 2721-3015 - 9 7616-2890

24 de abrilVAMOS SARAVAOGUM - AUEESP

Data: Domingo, 24 de abril de 2016

Local: Clube Escola Mooca - Rua Taquari,

Mooca, São Paulo - SP

Horário: 13:00 h

Organização: A.U.E.E.S.P- Idealizadora

Sandra Santos

Contato: 11-2954-7014

24 de abril59ª HOMENAGEM A SÃO

JORGE ORIXÁData: 24/04/2016

Local: Vale dos Orixás – Juquitiba - SP

Horário: 10:00 h

Organização: União de Tendas /

Associação Paulista de Umbanda

Contato:11-3062-7450

07 de maio11ª FEIJOADA BENEFICENTE

COM PAGODEData: 07 de maio de 2016

Horário: 12h:30min

Local: ACENI – Avenida Maria Cursi, 621,

São Mateus – São Paulo – SP

Organização: Associação Espírita Alfa e Ômega

Contato: 11 – 2018-0879

01 de maio25ª FESTA DE OGUM

Horário: 12:00 h

Local: Concentração na Praça Castelo Branco

Centro de Diadema - SP

Organização: FUCABRAD - Pai Leonardo

Contato: 11-992367108

22 de maio1° FESTIVAL DE CURIMBA

RAIZ DO MEU AXÉData: Domingo, 22 de maio de 2016

Local Quadra Escola De Samba X-9 Paulistana,

Rua Paulo Silva Araújo, 30, Cantareira,

São Paulo - SP - Horário: 12h

Organização: Grupo Emoriô

Contato: 9 5192-12 65 / 9 8173-8443

10 de julho4º FESTIVAL DE CURIMBA

E DANÇA DA WEB RÁDIOBATUQUEIRO DA LUZ

Data: Domingo, 10 de julho de 2016

Local: Quadra da escola de Samba

Nenê de Vila Matilde

Rua Júlio Rinaldi – Penha, São Paulo - SP

Horário: 11h

Organização: Web Radio Batuqueiros da Luz

Contato: 9 6027-3709

15 de maioFESTA DE OGUM - PROJETO

REFORMAR O CENTRO ESPIRITA URUBATAN

Horário: 13h as 17h Local: Avenida Guilherme Cotching, 798Vila Maria –SPOrganização Pai João de OgumContato 3875- 1615 - 99983-344799667-6802

19 de junho12ª PROCISSÃO, HOMENAGEME LOUVAÇÃO AO ORIXÁ XANGÔData: 19 de junho 2016Local: Clube Escola Mooca - Rua Taquari,

Mooca, São Paulo - SPHorário: 13:00 hOrganização: Escola de Curimba e arte

Umbandista Aldeia de Caboclos/Templo Amor

e Caridade Caboclo Pena VerdeContato: 11-2796-4374 / 11-94785-5874

11-94726-7609

CalendárioDatas e Eventos

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MESTRE RUBENS SARACENI

Certa vez falei ao Pai Rubens Saraceni que a gente era suspeito para falar de Um-banda Sagrada ou Magia Divina, então de imediato me corrigiu dizendo que: “Não somos suspeitos, nós somos os mais indicados!”. Fiquei muito tempo pensando naquela frase e na forma como o Rubens conseguia ver as situações de ângulos diferentes e inusitados. Ao receber o convite do irmão e Pai Engels de Xangô, para escrever algo sobre o meu amigo, mestre e pai Rubens Saraceni, logo me lembrei desta frase do Rubens. Se não sou o mais indicado com certeza sou um dos mais indicados por conviver cerca de 20 anos ininterruptos com o Rubens e sua obra.

Algumas coisas deste convívio me marcaram profundamente como certa vez em que confirmou que estávamos juntos no astral durante a implantação da Umban-da no Brasil e que já vivemos juntos em muitas outras encarnações. Meu convívio com o Rubens não foi apenas uma oportunidade mas um privilégio de estar jun-to e perto daquele que é meu Mestre. Em muitas oportunidades eu já comentei como conheci Rubens Saraceni e como ele se tornou meu Pai Espiritual, já falei e repeti muitas vezes sobre sua obra e influencia na construção da Umbanda con-temporânea, no entanto nunca é demais falar sobre quem mudou pra melhor a vida de tanta gente e que mudou e muito, também pra melhor, a Umbanda ou mesmo a nossa forma de se relacionar com a Umbanda.

Na década de 1980 Rubens Saraceni psicografou seu primeiro romance de Um-banda por meio do preto-velho Pai Benedito de Aruanda, que é o “Cavaleiro da Estrela Guia”. No inicio da década de 1990 ele publica o “Guardião da Meia Noi-te”, a historia de um Exu, que causaria um alvoroço na comunidade umbandista e se tornaria seu titulo mais lido dentre todos os mais de 60 publicados pela Edi-tora Madras. Na sequencia vieram os livros de doutrina e teologia de Umbanda assim como a liberação de seus Mestres para ministrar os cursos de Magia Divina

e a publicação dos títulos relacionados a Arte Real, a Magia.

Ninguém imaginava tanto conhecimento sobre Umbanda à disposição do leitor, muitos consideravam tudo como segredo, e para estes Rubens foi tido como um “traidor” que estava revelando o que deveria ser oculto, fechado ou esotérico, que dá na mesma. Mas ali estava seu perfil e sua coragem de seguir uma ordem maior de seus Mestres e enfrentar tudo e todos por sua verdade. Sim meus irmão ele foi um escolhido e um revelador para nossa religião e esta foi sua missão, aceitem ou não é um fato. Por isso pagou um preço alto, de calunias, difamações e agres-sões de todos os tipos em mundo real e virtual. Muitos tentaram desacreditar o homem, o médium, o sacerdote e o Mestre que ele é e continua sendo no astral.

Seus livros e seus cursos popularizaram a religião de Umbanda por meio de uma visão racional e teológica, organizada e estruturada. Criou-se uma cultura de estudo, educação e ensino religioso umbandista, considerado como uma “Luz do Saber” par a Umbanda, que ainda hoje incomoda quem prefere ficar acomodado nas “trevas da ignorância” a cerca dos fundamentos das coisas sagradas em nossa religião. Em 1996 começou a ministrar o curso livre e teórico de “Teologia de

ArtigoPor Alexandre Cumino

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Umbanda Sagrada”, em 1999 começou a ministrar o Curso de Magia Divina em seu primeiro grau, o grau da “Magia Divina das Sete Chamas Sagradas” ou Magia do Fogo, viriam ainda mais de 21 graus e formas de praticar Magia. No ano de 2000 Rubens idealizou um “Curso de Sacerdócio de Umbanda Sagrada”, e logo estabeleceu o “Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda”, na Zona Leste de São Paulo, onde deu estrutura para todos estes cursos e mais o “Curso de Desenvolvimento Mediúnico Umbandista”. Tudo isso eu acompanhei, e uma das coisas que mais chamava a atenção era a obediência total do Rubens a seus Mestres, com destaque ao Mestre Seiman Hamiser Yê, Pai Benedito de Aruanda, Pai João da Mina, Pai Ogum Beira Mar, Pai Caboclo Arranca Toco, Baiano Simão do Bom Fim, Exu Tranca Tudo entre outros guias e mentores que lhe orientavam.

Com uma mediunidade excepcional Rubens Saraceni atuou como médium de incorporação, médium psicógrafo e principalmente médium audiente, ou se pre-ferir clariaudiente. Sim ele ouvia seus guias o tempo todo e todo tempo se con-sultava e seguia uma ordenação maior com relação a sua obra e dedicação à Um-banda. Outra coisa impressionante era o seu nível de dedicação total e diário em que quase todos os dias ministrava aulas de Umbanda e Magia, chegando a ter de cinco a seis turmas apenas nos fins de semana, fora as turmas de segunda a sexta feira. Por tudo isso podemos dizer que Rubens Saraceni viveu para a Umbanda, se entregou à esta missão de corpo e alma.

Poderia escrever muitos livros sobre a convivência com Rubens Saraceni, mas de tudo ainda tem algo que muitos desconhecem e que marcava muito sua per-sonalidade ele era totalmente encantado pela Umbanda, encantado por tudo que seus mestres o revelavam. A cada livro psicografado ele ficava profundamente entusiasmado e ansiava por apresentar os novos conhecimentos a quem quisesse aprender. Me lembro quando começou a receber o conhecimento das “Sete Li-nhas de Umbanda”, quando estudou e ensinou o entrecruzamento dos Orixás no “Código de Umbanda”, sua alegria por publicar uma “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”, o quanto se divertiu com algumas das lendas de orixás que aparecem no livro “Lendas da Criação”, ficou muito satisfeito por preencher uma lacuna do conhecimento de energias, fatores e realidades com o “Livro das Energias e da Criação”, trouxe um novo olhar como o revolucionário conceito do lado interno e externo da Criação no “O Livro da Criação”, mas uma das coisas que mais o reali-zava era a oportunidade de apresentar à Umbanda os livros e conceito de “Orixá Exu”, “Orixá Pombagira” e “Orixá Exu Mirim”. Sim, Rubens revelou divindades desconhecidas à Umbanda que foram renomeadas para identificar novos orixás reconhecidos e cultuados no astral como “Logunan” e “Oroiná-Egunitá”. Sabe-mos e claro que o Rubens sabia que não existe Orixá Pomba Gira e muito menos Exu Mirim na cultura Nagô Yorubá ou no Candomblé, no entanto os nomes foram toma-dos emprestado apenas para identificar as divindades que são as doadoras e mante-nedoras dos mistérios destas duas linhas de trabalho, legiões, dentro da Umbanda.

São tantas revelações que acabou por se criar de uma forma muito natural uma vertente dentro da Umbanda, a “Umbanda Sagrada” para identificar quem segue esta linha de conhecimentos. Claro que toda a Umbanda é Sagrada, no entanto nas obras de Rubens isso é sempre enfatizado por conta da forma como Pai Be-nedito se referia sempre `a “Umbanda Sagrada” ele estava falando dela como um todo, uma unidade, mas aqui na terra fazemos questão de separar e identificar a qual das “umbandas” nós pertencemos. Unidade e diversidade nunca foi uma preocupação, no entanto é um fato na religião, assim como em outras religiões.

E Rubens deixou uma legião de seguidores e discípulos que dão continuidade ao seu trabalho e obra. Dra. Miriam Soares é responsável pelo “Colégio Tradição de Magia Divina” que certifica todos os cursos de “Magia Divina” idealizados por Rubens Saraceni. Sandra Santos é presidente da AUEESP (“Associação Umban-dista e Espiritualista do estado de São Paulo”) que reúne e congrega os Templos e Colégios de Umbanda Sagrada, que seguem a doutrina da “Umbanda Sagrada”.

Sua esposa Alzira Saraceni, filhas Stela Saraceni e Graziela Saraceni e sua irmã Fátima Saraceni dão continuidade às atividades do “Colégio de Umbanda Sagra-da Pai Benedito de Aruanda”, onde são ministrados cursos de Magia Divina, Desenvolvimento Mediúnico, Sacerdócio de Umbanda Sagrada e atendimento de Umbanda. Além de muitos outros Colégios de Umbanda Sagrada em todo o Bra-sil, assim como o “Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca” dirigido por mim, Alexandre Cumino, e estabelecido em São Paulo no bairro do Ipiranga, ao lado do Metrô Alto do Ipiranga.

Todos os livros de Rubens Saraceni são publicados pela Editora Madras (www.madras.com.br).

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5º Aniversário da Escola de Curimba e CantoEspaço do Ogã.Dia 19 de março de 2015, celebramos o 5º

aniversário da Escola de Curimba e Canto Es-paço do Ogã.

Desejo a todos muita paz e que Deus esteja sempre com todos. É muito bom saber que te-nho pessoas que posso contar sempre que pre-ciso. Sou muito grato por tudo o que sempre fizeram por mim e pelos valores que me ensi-naram para ser o que me tornei hoje. Sou muito feliz por tê-los ao meu lado por mais um ano! São muitas pessoas e não dá para agradecer a cada uma pela amizade, carinho e afeto que dedicam a escola durante todos esses anos. Por isso venho por meio dessa mensagem agrade-cer a todos pelas felicitações e dar um abraço

em cada um de vocês que se lembrou desse dia tão especial na minha vida! Amigos, longe, perto, dis-tante, de todos os lugares possíveis. Amizade não se mede pelo tempo, pelo lugar, pelas condições, mas sim pela sua intensidade! Sou muito grato por ter tantos amigos e agradeço a todos por se lem-brarem do nosso aniversário! Parabéns a todos por essa passagem e que nossos caminhos sejam sem-pre de glorias.

Obrigado ao irmão Sandro Mattos pela visita e palestra ministrada aos alunos, pois renderam a cada um o despertar da enorme responsabilidade que temos com a religião de Umbanda.

Obrigado Patrícia Doutor, minha esposa e com-panheira e Beatriz Doutor, que organizaram tudo com amor e carinho.

Ao mestre de Curimba Severino Sena e mãezi-nha Cida Martins Sena, pelos constantes conselhos, orientações e carinho.

A mãezinha Conceição Florindo, pela maternal amizade e amparo, sempre que solicitados.

Obrigado aos parceiros que cedem o espaço em seus terreiros para que aulas da escola possam ser ministradas, T.U.C.A. representado por Junior Pe-reira e Pai Alan Hakanaa do Colégio de Umbanda Baiano Jeremias, minha eterna gratidão. Obrigado ao Pai Joaquim de Angola, Pai Ogum Sete Bandei-ras e Pai Baltazar (Neve) pela passagem, aprendi-zado e amizade.

Obrigado a toda espiritualidade.

E a todos os alunos da nossa escola de curim-ba e canto, o nosso muito obrigado, porque vocês nos fazem sentirmos especiais, acreditar que podemos vencer todas as dificuldades e que podemos seguir em frente. Então, muito obri-gado por acreditar em nós e continuem sendo essas pessoas incríveis, especiais, carinhosas, inteligentes e marcantes porque vocês são mais do que alunos, são nossas inspirações

Eventos

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MEDALHA THEODOSINA RIBEIRO 2016No dia 28/03/2016 - nós realizamos uma sessão

solene para a entrega da Medalha Theodosina Ri-beiro - edição 2016. Quero agradecer a presença mais que especial da sempre ilustre e imprescindí-vel presença da Dra. Theodosina Ribeiro, ser huma-no que inspirou e continua inspirando gerações de mulheres, e também uma inspiração para o nosso mandato que batizou este prêmio com o nome da Dra. Theodosina.

Agradecemos e parabenizamos todas as homena-geadas de hoje que honraram esta Casa de Leis e a todos os presentes com suas histórias, ações, ativi-dades e legados sociais. Todas mulheres reais, for-tes, intensas que ajudam a transformar a realidade de muitas pessoas diariamente, quais sejam Dra. Zeni Rose Toloi, supervisora de saúde Casa Verde, Sandra Santos, liderança nacional da Umbanda e militante no combate à intolerância religiosa, Ra-

quel Trindade, artista ímpar do nosso Brasil, Nátali Araújo, guerreira na luta contra o câncer de mama, Renata Peron, artista e mulher transexual, militante no combate à transfobia, Renata Martins, cineasta premiada, Sharylaine, rapper, cantora, compositora e produtora cultural, Conceição Lourenço, jornalis-ta, Dra. Kenarik B. Felippe, desembargadora, e Ale-xandra Loras, consulesa da França no Brasil. Além destas mulheres, houve menções honrosas para as

Eventos

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intérpretes da Linguagem Brasileira de Sinais, Ale-xsandra Gonçalves e Silvia Mateus.

A Medalha tem por objetivo reconhecer o trabalho e as ações de mulheres que empoderam, impactam e influenciam decisivamente a vida de pessoas per-tencentes a grupos vulneráveis da sociedade. Neste ano, 10 mulheres foram homenageadas e 2 tiveram menção honrosa.

Iniciativa da deputada Leci Brandão, a Medalha foi instituída em 2015 após aprovação de um Proje-to de Resolução de sua autoria. Ao ser instituída sob a forma de Resolução, a outorga da Medalha passou a ter caráter permanente e a integrar o calendário anual da Assembleia Legislativa. “É sempre muito emocionante para nós fazer essa homenagem por-que é um gesto de reconhecimento ao trabalho de mulheres fortes, guerreiras, competentes nas suas áreas e que contribuem muito para a nossa socieda-de. Fica muito evidente o protagonismo das mulhe-res negras nesta homenagem. É uma forma de dar visibilidade às mulheres negras que ocupam espa-ços de Poder e que fazem a diferença no empodera-mento de outras mulheres”, declara Leci.

A Medalha Theodosina Ribeiro conta com a par-ceria da ONG Elas por Elas – Vozes e ações das mulheres, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Unaccam – União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama e da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo.

Conheça Theodosina Rosário Ribeiro

Nascida em 29 de maio de 1930, na cidade de Barretos (SP), Theodosina Rosário Ribeiro foi a primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo, sendo eleita em 1970 com a segun-da maior votação daquele pleito.

Em 1974 foi eleita a primeira deputada negra da Assembleia Legislativa do Estado, onde ocu-pou o cargo de vice-presidente e permaneceu por três legislaturas. Dra. Theodosina é formada em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciên-cias e Letras da Universidade de Mogi das Cru-zes e em Direito, pela FMU – Faculdades Metro-politanas Unidas.

A filósofa, advogada e ex-deputada se tornou uma referência e estímulo para negras e negros. Depois dela, outras mulheres negras se engaja-ram na vida pública.

Texto Leci Brandão – facebook

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3º Festival de Curimba Umbanda Jovem

Aconteceu no domingo dia 03 de abril de 2016 QUADRA DA PERUCHE que fica localizada na Rua Samaritá, 1040 - Ponte do Limão/SP O 3º Festival de Curimba e Dança Umbanda Jovem. Ao comando da Curimba Umbanda Jovem Foi um belíssimo evento cheio de energia e de muitas emoções com as apresentações das Curimbas participantes.

Parabéns aos Organizadores pelo belíssimo festival e parabéns para todos as Curimbas .

Eventos

Classificação

1 lugar - Curimba Tradição da Umbanda2 lugar - Escola de Curimba Mãos de Ogã3 lugar - Escola de Curimba Caminhos de Oxalá

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48ª Homenagem ao Orixá Oxóssi e ao Caboclo Arranca TocoAconteceu no domingo dia 03 de abril de 2016 no Clube Escola Mooca que fica localizado na Rua Taquari nº 635 - Mooca a 48ª Homenagem ao Orixá Oxóssi e ao Caboclo Arranca Toco ao comando da nossa querida irmã Mãe Maria Aparecida Nalessio Presidente e responsável pelo Primado do Brasil Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do Brasil. Foi um belís-simo evento cheio de energia e de muitas emoções com os Caboclos aben-çoando a linda Homenagem.

Eventos

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Inauguração do Templo Umbandista Senhor Ogum Sete Lanças e Pai João de Aruanda

No dia 21 de fevereiro de 2016, com grande alegria e muita fé, aconteceu a cerimônia religiosa de inau-guração do Templo Umbandista Senhor Ogum Sete Lanças e Pai João de Aruanda, dirigido pelo Sacerdo-te Rodrigo Bertozzi.

O templo recebeu mais de 120 convidados entre Pais e Mães espirituais, Curimbas e amigos. Neste lindo dia foi homenageado Orixá Oxóssi e todos os Caboclos, sob o comando do Pai Espiritual da casa o Senhor Caboclo Águia das Matas.

Um dia inesquecível por todas as emoções, vibra-ções e bênçãos recebidas pelos sagrados Orixás, guias e protetores espirituais!

Agradecemos a todos os convidados e filhos da casa, e em especial a Escola de Curimba e Arte Umbandista Al-deia de Caboclos, o Núcleo de Curimba Tambor de Ori-xá, a Escola de Curimba Tambores de Umbanda, Sandro Luiz, a Escola de Curimba Tambores de Palmares, o Ter-reiro Iansã Guerreira e Baiano Zé Pelintra, Jr Atabaques, Ogã Daniel, e a Sol de Aruanda artigos religiosos.

Eventos

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Na batida do TamborAconteceu no dia 12 de março de 2016 na Quadra da X9 – Paulistana, o evento na batida do tam-bor, organizado pela Loja de artigos religiosos Sol de Aruanda, abrilhantaram o evento, Curimbas e Grupos de São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá, os tambores vibraram.

O cantor Royce do cavaco emocionou o público presente e o cantor Dudu Nobre encerrou o even-to com muito samba, e energia.

Parabéns pelo Belíssimo evento!

Eventos

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Mais um ano a Federação

Umbandista Carapicuíbana

ao comando do nosso irmão

Ogan Franklin de Ogum re-

alizou a homenagem aos

Caboclos Brasileiros, desta-

camos diversas apresentações

culturais, a caminhada pela

mata a louvação e incorpo-

ração dos Caboclos.

Parabéns pelo Belo evento!

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Formatura de Sacerdócio do Templo de Umbanda Casa da FéSem dúvida esse foi um dia muito especial. A For-

matura da 1ª Turma de Sacerdócio 2013/2015.

Foram 2 e 9 meses de curso, e somente quem pas-sou por esse tempo sabe o que passamos e o que ga-nhamos.

No início éramos em 27alunos.Com o tempo, Olo-rum foi reafirmando quem ficaria. Acredito que tudo tem seu tempo certo.

Durante todo esse tempo, foram muitos dias de aprendizado e conscientização do que seria um cur-so de sacerdócio. Minha preocupação era não formar

uma quantidade sem qualidade. Nos dias de hoje, é necessário o despertar do que é ser um representante da Umbanda. Esses 10 grandes guerreiros chegaram ao fim. Nesse período eu os amei e odiei, e vice-versa.

Uma relação de grande intensidade!

Valeu a pena? Valeu muito a pena! Vou levar vocês para sempre em meu coração e em minha memória.

A Casa da Fé sempre será a casa de todos e vamos entregar os desígnios nas mãos de Olorum. Estare-mos sempre juntos.

A nossa rotina desses anos ficará guardada e nunca esqueçam cada palavra de amor dedicado a vocês.

Parabéns meus queridos sacerdotes!!!

Uma noite especial com grandes homenagens!

Agradeço a presença do Pai Engels Aldeia de Cabo-clos e ao vereador Quito Formiga e a linda homena-gem à semana de Umbanda, onde a casa foi honrada pelas homenagens à Mães da Umbanda. Obrigada meus queridos por todo carinho e reconhecimento. Esse momento ficará eternizado em nossa casa e a homenagem aos queridos alunos!

Eventos

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Amor aoPróximoPor: AssociaçãoEspirita Alfa & Omega

BINGO BENEFICENTE DE PÁSCOA Realizamos no dia 19.03 (sábado) nosso tradicio-

nal BINGO BENEFICENTE DE PÁSCOA e contamos com a presença de aproximadamente 100 pessoas. A cada ano sentimos nosso trabalho crescer e isso nos traz muita alegria e gratidão.

Os trabalhos beneficentes que fazemos têm o obje-tivo de arrecadar fundos para nossas obras sociais, praticamos a caridade constantemente e temos em nossa associação um trabalho mensal de entrega de cestas básicas para as famílias carentes da Zona Les-te de SP. Esse trabalho é sério, os médiuns da nossa associação fazem uma triagem, visitando as famílias pessoalmente para termos a certeza que tais famílias necessitam desse auxílio. As famílias recebem uma cesta básica por mês durante um trimestre, assim evitamos que haja alguma espécie de acomodação por parte dessas famílias.

Agradecemos a todos que nos ajudaram a or-ganizar esse bingo, que se dedicaram a fazer os ovos de Páscoa (trabalho árduo e delicado), àqueles que no dia se disponibilizaram a trabalhar na associação, servindo lanches, vendendo refrigerantes, as pes-soas que doaram os doces para vendermos no dia. Enfim, agradecemos quem pôde de alguma maneira nos auxiliar. Contamos, mais uma vez, com a presen-ça da Família Aldeia de Caboclos, que está sempre nos ajudando a divulgar e expandir nossos trabalhos sociais. Recebemos em nosso bingo também o Vere-ador Quito Formiga, ficamos felizes com sua presen-ça, pois sabemos o quanto é importante o trabalho que ele faz em nome da nossa religião. Precisamos de mais pessoas assim, com essa força de vontade e disposição para vencer a discriminação, minimizar a intolerância religiosa e levar a missão da Umbanda

ao máximo de pessoas possíveis.

Nosso próximo trabalho beneficente já tem lo-cal e data definida, nossa tradicional Feijoada com Pagode, esse ano completamos nossa 11ª edição. A feijoada acontecerá dia 07/05/2016 às 12h30m no ACENI (Rua Maria Cursi 621 São Mateus). O valor do convite custa R$ 30 por pessoa. Serviremos feijo-ada entre 12h30 e 16h30, durante esse período pode--se comer à vontade. Crianças até 10 anos não pagam entrada. Teremos uma tarde com muita agradável, com muita música, alegria e feijoada!!! Os convites já estão à venda na associação e também com todos os médiuns da casa. Em nosso facebook, já temos um grupo com todas as informações desse importante trabalho beneficente.

Não podemos negar que essas festas beneficen-

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tes dão muito trabalho, exige muito tempo de cada pessoa que se dispõe a organizar, mas o resultado sempre é positivo e ao fim de cada trabalho, reco-nhecemos que todo o esforço foi válido. Ter a opor-tunidade de ajudar cada vez mais famílias e crianças carentes nos impulsiona a cada vez nos dedicarmos mais. Abaixo colocaremos todas as informações de como você pode nos procurar para fazer parte tam-bém desses trabalhos sociais. Temos em nossa casa um importante trabalho espiritual relacionado a re-ligião Umbanda, mas você, leitor, que quer nos aju-dar nos trabalhos sociais, sem comparecer as giras, também é bem vindo.

Enfim, obrigada a todos que nos auxiliam, que comparecem em nossos eventos. Só temos que agra-decer a Zambi que nos dá a oportunidade de aju-darmos aqueles que necessitam mais que nós. De-sejamos prosperidade, fartura, saúde e disposição a todos. Que Oxalá vos abençoe, irmãos de FÉ. Cada um fazendo sua parte, podemos melhorar o mundo, só depende de nossas ações.

Nosso Pai Oxalá nos deixou o ensinamento que de-vemos partilhar o pão, somente assim conseguimos multiplicá-lo. Nossa casa segue essa filosofia e quan-do nos unimos em prol de um mesmo ideal tudo fica mais fácil, mais leve.

Associação Espírita Alfa e ÔmegaRua Augusto Giorgio, 222 - São Mateus São Paulo - SP

CEP 03965-050 Brasil - (11) 2018 [email protected]

http://www.associacaoalfaeomega.org https://www.facebook.com/alfa.eomega.56

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Avenida Vila Ema, 3248- Vila EmaSão Paulo/SP

Tel.: 11 2604-5524 / 98564-1207Nextel=78250655 id122*72459

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Endereço: Rua Viela Espinard nº 17 Picanço- Guarulhos

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