Joãozinho de Lusia

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Literatura de Cordel Autor: Paulo Tarciso Buique

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DEDICATÓRIA

A todas as pessoas e instituições, que de alguma forma contribuem com a recuperação de pessoas dependentes de drogas, na certeza de que, apesar das dificuldades, é possível uma reabilitação total, principalmente quando as partes envolvidas apresentam os maiores remédios: a fé e a vontade de vencer; afinal, sem desejar a libertação, qualquer esforço é desperdício.

Obs: Qualquer semelhança envolvendo nomes e fatos é meramente coincidência.

AutorPaulo Tarciso Freire de Almeida

Buíque – PEE-mail: [email protected]

Cel. (87) 9637.9801

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JOÃOZINHO DE LUSIA(Liberdade nunca é tarde)

A istora que eu contoÉ pra sirvir de lição

Sobre os muitos caminhosQui tem imriba do chão

E sobre os fí que nós temosTodo cuidado é pequenoAmigo, preste atenção.

Pedro Gaspar era um homeDe uma famia ixemprar

Trabaiador e honestoVivia bem no lugar

Casou com dona GertrudeUma muié de virtude

De muita paz em seu lar.

Mermo não teno riquezaPorém, na simpricidade

Tinha o respeito de todosCom muita capacidade

A morada construiuFicava perto dum rioNaquela boa cidade.Vindo o primeiro fioA aligria foi imensaUma “minina muié”Bonita por issolênça

Dero o nome de VitóriaConsiderada uma bença.

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Um ano dispois GertrudeDe novo engravidou

O bucho cresceu demaisDe agonia injuou

Nasceu logo duas gêmia(s)Foi uma segunda bença:Três fias se compretou.

Passou-se então mais dois anosO bucho vortou crescerD. Gertrude engravida

Quem vem de lá, vamos vêSe é minino ou minina

Se é homem é pra valer.

Quando o rebento nasceuFui um minino grandão

O dotô deu uma parmadaMelou a luva e a mão

E aligria reinavaE os vizim comentava:

“Minina agora tem irmão!.”

Dero o nome ao mininoDe Joãozinho de LusiaO sobrenome da mãe

Era de uma famiaDe uma grande tradição

Todos naquele torrãoOs tinha com honraria.

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Foi a famia crescenoIm paz todo mundo viu

Todos os mininos brincavaNadano naquele rio

Pedro Gaspar trabaianoDona Gertrude cantano

Famia iguá ninguém viu.

Joãozim era uma criançaCheia de vida e ispertaUm adoleslcente filizCom uma famia certa

Ao seu pai sempre ajudavaSua mãe se alegrava

E a profissão era honesta.

Dizia Joãozim um dia:“-Papai, eu vou ser dotô;Vou estudar, ser espertoQuero ajudar o sinhorÉ só esperar eu crescerDiga isso pra vovô!”.

E realmente era assimNa escola nota boaNa rua só amizadeE nada fazia a toaEra tudo direitinho

Igual o pássaro no ninhoE o pescador na canoa.

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O tempo foi se passanoJoãozim pega a crescer

Troca os amigos de infânciaPor novos a aparecer

E os custumes foi mudanoDos seus pais foi se afastano

E os pai(s) sem perceber.

Cumeçou a chegar tardeSem dar uma ixpricação

E quando ia durmirAos pais não dava a benção

Na escola já não iaE a os pais respondia

“Marcas” nos braços e na mão.

Mas Joãozim nem ligavaCumeçou a passiar

Arrumar ôtos amigosDeixano iscola pra lá

Afinal adolescenteMuda logo e de repenteComeçaro a cumentar:-Joãozim tá diferente

O que foi que aconticeu?Vive todo acabrunhado

Será que a cobra o mordeu?Nunca mais o vi surrinoFaz pena aquele minino

Todo mundo num aperreio.

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Nunca mais foi pra escolaNão mais responde a lição

Os óios arregaladosEm nada presta atenção

Fica oiando pra ribaPensando só nessa vida

É de cortar coração!.

Arranjou novos colegasDos da infância isqueceuSó falava agora em gírias:'Tá ligado! sacou meu!”

E aí malandragem?To aqui dando viagem!Todo corpo endureceu!.

Um cheiro muito ixtranhoCumeçou sortar da pele

Mas quano lhe perguntavamDizia: “Se for eu gele!”“Corta essa” e “sai fora”Não perturbe nessa horaAntes que eu amarele!.

O pai ficou precupadoC'as coisas que se sumia

E d'uma hora pra ôtaMas o pobre num sabiaQue era seu fio robano

Pra drogas ficar compranoUsando noite e de dia.

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Dispois foi o seu dinheiroO fí passou a robarVivia só pelas ruas

Não vinha nem armoçarE os pais enlouquecidosJá se sentiam perdidosLutano pra acreditar.

Sai dessa meu pai, coroa!Joãozim em bom tom dizia“Do tipo” não devo nada

Deixa eu curtir com aligriaSacou? Esse é meu barato!Pra você eu sou um chato

Não me aperrei; Que agonia!!!.

Cumeçou com uma doseUma caninha “das boa”

Pidiram: “cara, exprementa!Essa bebida é a toa

Não vai fazer mal pra genteTu é um cara inteligenteSó o tolo é que caçoa!.

Dispois partiu prum cigarroDos que dizem: “É normal

É coisa de cabra machoNão vejo nada de mal

Vai meu colega experimentaTem sabor até de menta

É um baraaattto legaaaaal.!!!”

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“Nada demais meu amigo!Diziam assim para eleE tu vai ser um molãoSó deitado numa rêde?

Tu vai gostar de montãoEntra nessa molecão,

Vem curtir, matar a sede!!!.”

E Joãozim não demorouNa rua passou morar

Robar, correr da políçaCom o vício a dominarNem se tocava do mauDe uma vida infernal

Que estava a lhe esperar

C'um pouco era a “Cadeia”O lar onde ele morava

Pulícia, o superiorQue pelo pai já trocavaA escola era do crime

Dizia: -“Eu vi no “cine” “Mas o Joãozim nem ligava.

O cabelo já inormeA barba cresceu tombémTatuagem em todo corpoNão encarava ninguémInfiou em seus ouvidoEspeto fino e cumprido

Dizendo: Assim fico bem!”

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Infiou também nos beiçoUm arame afinado

No pau-da-venta um pregoDo outro lado invergado

Quem vê Joãozinho agoraDiz mermo naquela hora

Pensa: 'Joazim foi trocado”.

Uma culera na guelaÔta de couro na mãoOs cabelos ispichado

As unha parece o ”cão”Camisa preta e istampadaCom uma cavêra pintadaChama isso de curtição.

As irmãs todas casaram

Já tão até trabaianoFuncionárias do Estado

Só bom exempro vem dandoOs pais de tudo fizeram

Joãozinho diz: “-Eu não queroDeixem eu aqui me cuidano!”.

Mais o pai de JoãozimNão disistiu de lutar

Lutou, fez tudo que podeFoi até na igreja orar

Fez voto e ajuda pidiuE acabrunhado insistiuTudo cumeçou mudar.

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Os pais chorava de noiteAjuda o filho aceitou

Foi internado numa casaCum insistência chegou

Hora da libertaçãoJoãozim a o pai deu a mão

Todo passado apagou.Dispois de três anos em luta

De fé, corage e açãoJoãozim vortou pra famiaLá todos lhe dero a mãoJoãozim já tá trabaiano

Já casou mudou seus pranoQuem tem fé não luta em vão.

A famia foi ixemproE Joãozim assim venceuEnfretaro com coragemA o sucesso acunticeu

Não disista do seu filhoAgora mermo repito

Ele é a bênça que Deus deu.

“Filho obedeça ao pai!”É assim que bíblia dizFilho que é obediente

Nunca será infelizDrogas matam corpo e alma

Elas são a pior armaFugir dela é ser feliz.

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Joãozim hoje é um homeQue aos seus pais dar prazerNão tem vício e as tatuagens

Apagou pra esquecerÉ casado e a companheiraUma mulher verdadeira

Ta ajudando ele a crescer.

É um grande empresaroDo ramo de alimentos

Ajuda quem lhe procuraDar “consei” e até sustento

Sabe o que sente um drogadoCarente e nicissitadoE o que é sufrimento.

Tem um casá de fiinhoMinina se chama GlóriaO minino é Davizinho

Os dois mudaro a históraLhe são muito obidientes

E tombém inteligentesE junto a famía ora.

Mas pra vencer é pricisoPrimeiro vir desejar

Fugir daquele buracoPra ser livre e respirarViver longe do escuro

Ver o mundo e o futuroViver livre e caminhar.

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A droga é um “lombisome”Viva longe dela então

Tenha fé e siga em frenteSeja em quarquer situaçãoLute sempre com coragem

Inicie sua viageSeja forte meu irmão!.

Creia em Deus e vença tudoEssa arma eu chamo féFuja de tudo que é vícioSeja o home ou a muíéSó com fé e isperança

Crê no velho e na criançaTem sucesso e fica em pé.

Se é droga fuja delaCorra até se for priciso

Pratique esporte e caminheMostre a todos seu sorriso

Não desista da famíliaA droga é uma armadilha

Pra tirar-te o paraíso.

Autor

Paulo Tarciso Freire de AlmeidaBuíque – PE

E-mail: [email protected]. (87) 9637.9801

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