Jb news informativo nr. 1.005

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1 JB NEWS Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal www.radiosintonia33 [email protected] Informativo Nr. 1.005 Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Loja Templários da Nova Era nr. 91 Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras Editoria: IrJeronimo Bdrges JP-2307-MT/SC ( Florianópolis SC ) - terça-feira, 04 de junho de 2013 Índice: Bloco 1 - Almanaque Bloco 2 - Opinião: Mario Gentil Costa - " Beethoven " Bloco 3 - Ir Pedro Juk - "Alferes Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes - o Mártir da Independência Bloco 4 - Ir Arnaldo Gonçalves - " Dupla dimensão da Escada de Jacó " Bloco 5 - Ir Marco Antonio Nunes - " Nosso Templo, o Universo " Bloco 6 - Ir León Zeldis - " Luvas, uma curiosidade " Bloco 7 - Destaques JB Pesquisas e artigos: Acervo JB News - Internet Colaboradores Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br Hoje, 04 de junho de 2013, 155º. dia do calendário gregoriano. Faltam 210 para acabar o ano. Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos

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JB NEWS Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal

www.radiosintonia33 – [email protected]

Informativo Nr. 1.005 Filiado à ABIM sob nr. 007/JV

Loja Templários da Nova Era nr. 91

Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras

Editoria: IrJeronimo Bdrges – JP-2307-MT/SC

( Florianópolis SC ) - terça-feira, 04 de junho de 2013

Índice: Bloco 1 - Almanaque Bloco 2 - Opinião: Mario Gentil Costa - " Beethoven "

Bloco 3 - Ir Pedro Juk - "Alferes Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes - o Mártir da Independência

Bloco 4 - Ir Arnaldo Gonçalves - " Dupla dimensão da Escada de Jacó "

Bloco 5 - Ir Marco Antonio Nunes - " Nosso Templo, o Universo "

Bloco 6 - Ir León Zeldis - " Luvas, uma curiosidade "

Bloco 7 - Destaques JB

Pesquisas e artigos:

Acervo JB News - Internet – Colaboradores – Blogs - http:pt.wikipedia.org

- Imagens: próprias e www.google.com.br

Hoje, 04 de junho de 2013, 155º. dia do calendário gregoriano. Faltam 210 para acabar o ano.

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Nesta quarta-feira eles serão lançados no Salão Nacional do Livro.

De 5 a 16 de junho de 2013!

Editora Maçônica "A Trolha"

Clique aqui para assinar o CLM

Livros maçônicos

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TEMA CENTRAL – ORIGENS HISTÓRICAS DO PA

1039 - Henrique III se torna Sacro Imperador Romano-Germânico. 1584 - A Inglaterra instala um núcleo de colonização na América do Norte, na ilha de Roanoke, que

desapareceu possivelmente destruído pelos nativos. 1794 - Tropas britânicas capturam Porto Príncipe, no Haiti.

1859 - Segunda Guerra de Independência Italiana: Na Batalha de Magenta, o exército francês comandado

por Napoleão Bonaparte, derrota o exército austríaco. 1919 - Os aliados e a Hungria firmam um tratado de paz, após a Primeira Guerra Mundial.

1932 - Estoura um movimento revolucionário no Chile e se instaura a chamada República Socialista.

1940 - Segunda Guerra Mundial: completada a retirada de Dunquerque em França com a evacuação de 300.000 soldados aliados (Operação Dynamo).

1941 - Morre Guilherme II, último imperador da Alemanha.

1943 - O Grupo de Oficiais Unidos, fundado pelo coronel Juan Domingo Perón, comanda um golpe de

Estado na Argentina que derruba o presidente Ramón Castillo. 1944 - Segunda Guerra Mundial: Roma é libertada pelas forças aliadas

1944 - Segunda Guerra Mundial: O grupo anti-submarino 22.3 dos Estados Unidos da América capturam

o submarino alemão U-505, marcando a primeira vez que um navio da Marinha dos EUA tinha capturado uma embarcação inimiga no alto mar desde o século XIX.

1969 - O Exército de Mobutu reprime uma manifestação no Congo, e morrem mais de 100 estudantes.

1970 - Independência de Tonga.

1982 - Invasão do Líbano por tropas israelenses, que chegam até Beirute. 1989 - Governo Chinês reprime estudantes na Praça Tianamen, provocando um massacre.

1992 - Líderes de 180 nações iniciam a ECO 92, no Rio de Janeiro.

Dia Nacional de Tonga - Oficialmente é dia 3 de Junho. - Data de sua emancipação política.

Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.

Eventos Históricos

Feriados e Eventos cíclicos

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(Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal)

1876 Nasce em Ferreira do Alentejo Ernesto Jardim de Vilhena, oficial da Marinha e administrador de

várias empresas. Foi um dos maiores colecionadores portugueses de arte. Governador de

Quelimane e da Zambézia no tempo da monarquia desempenhou igual cargo em Lourenço Marques já na República. Foi iniciado em 1911 na Loja Solidariedade, de Lisboa, com o nome

simbólico de «Rhodes».

2010 O G.M. do Grande Oriente Lusitano (GOL) Antonio Reis e o G.M. Adjunto Antonio Justino

Ribeiro, consideraram positiva a deslocação ao Brasil da delegação da Maçonaria Portuguesa que ambos encabeçaram. No passado dia 4 de junho, em Recife, a delegação portuguesa encontrou-se

com representantes do Grande Oriente Independente de Pernambuco. Para além da troca de

informações, procedeu-se à análise conjunta das principais preocupações das maçonarias portuguesa e brasileira, no quadro da globalização.

O autor, Mario Gentil Costa, é médico em Florianópolis. Contato: [email protected]

http://magenco.blog.uol.com.br

BEETHOVEN Dados históricos dizem que a surdez de Beethoven começou em 1794, quando o compositor tinha 24 anos e, por certo, não havia ainda produzido boa parte de sua soberba obra. Existe uma carta dessa época em que, com grande preocupação, ele se queixa dos primeiros sintomas a um amigo íntimo, dizendo, inconformado, que, dos vários médicos consultados, nenhum fora capaz de ajudá-lo.

De fato, a doença – Otosclerose – só foi descrita e compreendida em sua forma clássica em 1881, quase um século mais tarde, e até hoje, embora tratável na maioria dos casos com micro-cirurgia ou protetização, não tem sua causa esclarecida ou remédios que a controlem.

A má sorte de Beethoven, na verdade, foi múltipla: primeiro,

fatos maçônicos do dia

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porque nasceu e viveu muito antes que a medicina pudesse ajudá-lo. Segundo, porque a moléstia predomina na mulher, e ele, até onde consta, nada tinha de feminino... E terceiro, porque, no meio de uma multidão de normais-auditivos, já que a doença acomete apenas 1% da população caucasiana, ele, que foi um dos maiores gênios da música universal, mereceria, mais que todos, uma audição perfeita.

Em outra carta, de 1802, já mostrando os efeitos depressivos que a perda lhe causava,

justificava seu desespero e seu humor azedo dos últimos tempos na certeza da morte próxima, implorando o perdão dos amigos e argumentando que a surdez progressiva era seu primeiro sinal...

Palavras suas: “Oh! Quão fortemente me afetou este revés, esta experiência

duplamente triste, que é ser surdo!” Apesar da angústia que o afligia, foi a partir desse período que escreveu algumas de

suas composições mais célebres. A Nona Sinfonia, concluída em 1823, quando o compositor já era incapaz de sustentar um diálogo, foi composta, segundo se diz, com o auxílio de uma “corneta acústica”, utensílio tosco para os padrões atuais, mas que, ajustado à sua orelha, foi capaz, graças ao efeito amplificador do contato direto com a madeira do piano, de lhe transmitir a vibração das notas musicais.

Uma cópia dessa ferramenta rústica, conquanto valiosa no dia-a-dia, me foi dada de

presente por um colega já falecido, que, anos antes, havia visitado a casa do músico e assistido a uma palestra sobre sua vida. A serventia desse instrumento na avaliação preliminar da percepção verbal dos surdos e na antecipação do rendimento de próteses acústicas continua válida até hoje.

Esse saudoso colega, segundo depreendi, teria tido nas mãos o osso temporal do

compositor, guardado como relíquia, no qual estaria confirmada, pelo respectivo laudo da necrópsia, a fixação do estribo à janela oval, causa direta da surdez que, nos últimos anos da vida do artista – morto em 1827 - teria evoluído para o tipo misto, com comprometimento do ouvido interno.

Caro(a) leitor(a), pessoas comuns, como eu ou você – que usamos o ouvido quase tão

somente na rotina do dia-a-dia – sempre que perguntadas sobre qual dos dois sentidos escolheriam perder em caso de doença – audição ou visão? – optarão por ficar surdas. É compreensível, por um monte de razões que não caberia discutir aqui.

Atrevo-me, entretanto, a presumir que Ludwig van Beethoven, por uma única e

primordial razão – a sua música – teria preferido ficar cego... Mesmo assim, de acordo com o grande Vitor Hugo, ”esse surdo ouviu o infinito”...

Mario Gentil Costa

Associação dos Funcionário

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A CENTRAL – ORIGENS HISTÓRICAS

DO PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ E DA TÁBUA DE DELINEAR

ALFERES JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER TIRADENTES – MÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA

Irmão Pedro Juk Morretes - PR

Martírio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo

É sempre importante lembrar que na nossa História

seguramente episódios de caráter pacifista, idealista e mesmo revolucionário muitas vezes foram arquitetados e amadurecidos por aqueles

que adquiriram conhecimentos hauridos dos ideais maçônicos. Desta forma não se pode ignorar ou querer dissociar a influência da MAÇONARIA na evolução do contexto social, histórico e político do Brasil e dentre estes o episódio conhecido como a Conjuração Mineira do qual foi comparte o Alferes Joaquim José da silva Xavier.

Nesta iniciativa de promover a lembrança da conduta do mártir e herói Tiradentes e pela magnitude de nossa Pátria, ousamos identificar que a própria História do Brasil, seus heróis e os seus episódios foram condenados a um mórbido desterro injustificável, pois muitas vezes pela desídia ou negligência das autoridades constituídas, nosso povo e, infelizmente, a nossa juventude, palmilha um caminho de ignorância do passado, vivendo apenas o presente sem qualquer preocupação com o futuro.

Citando Brecht, “Infeliz o povo que precisa de heróis. Mais infeliz ainda é o povo que esquece os seus heróis”. É oportuno neste momento lembrar que também é infeliz a nação que esquece o seu passado, ignorando a sua História, os seus costumes e as suas tradições, pois certamente esta forma de agir comprometerá a construção do presente, assim como qualquer projeto para o futuro.

OS ACONTECIMENTOS DA CONJURAÇÃO E O BRASIL DO SÉCULO XVIII

O domínio rígido da Metrópole Portuguesa controlava a economia colonial brasileira por

meio de um sistema monopolista, usualmente aplicado naquela época de acordo com o contexto do capitalismo comercial então em vigor, fazendo com que a economia do Brasil-Colônia viesse a completar o sistema econômico português exportando com exclusividade para Portugal matérias-primas e gêneros tropicais, enquanto importava produtos manufaturados. Resumindo: O Brasil nada podia produzir em detrimento a qualquer concorrência com a Metrópole Portuguesa. A exceção da produção açucareira, o algodão, o couro do gado abatido, as folhas de tabaco, nada poderia ser manufaturado no Brasil, fato que levou à época uma relação de exclusividade denominada “Pacto Colonial” que a bem da verdade travava o desenvolvimento econômico da Colônia, não só pelo abuso dos monopólios, mas, sobretudo o rigor fiscal da Metrópole que buscava uma solução à crise financeira

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que se instalara em Portugal no decorrer do Século XVIII pelo fato de que a Coroa Portuguesa não possuía um lastro de capital suficiente para concorrer com o processo de industrialização, já em franco desenvolvimento na Inglaterra.

Nesse sentido, incapaz de implantar o “Capitalismo Comercial” em oposição ao “Capitalismo Industrial”, Portugal continuava ligado ao mercantilismo e por conseqüência ao regime absolutista.

Em meados do Século XVIII na Capitania das Minas Gerais a mineração – grande fonte que sustentava a Metrópole – já se encontrava em franca decadência, tornando-se, portanto, um alvo da voracidade fiscal e tributária de Portugal.

É oportuno lembrar que a aversão do povo brasileiro ao colonizador português e o rigor do fisco imposto pela Corte já se manifestava nas primeiras décadas do Século em questão por movimentos rebeldes de caráter nativista a exemplo da Guerra dos Mascates, em Pernambuco (1.710) e a insurreição de Vila Rica produzida por Filipe dos Santos em 1.720.

As absurdas exigências ditadas no Alvará Real de janeiro de 1.785 em prejuízo aos brasileiros despertavam mais uma vez a idéia de Independência, principalmente na Capitania das Minas Gerais.

Dentre outras, o Alvará Real determinava a proibição do uso das estradas do interior para o litoral visando evitar o contrabando e o extravio do ouro; A proibição da entrada de livros estrangeiros visando à propagação de ideais liberais no território brasileiro e a DERRAMA, destinada a cobrança de impostos atrasados devidos pelos mineiros à Coroa Portuguesa.

Embora o esgotamento do fastígio do ouro, a ambição desmedida do fisco ignorava o quadro e onerava cada vez mais com pesados tributos tornando a situação praticamente insustentável à população da Capitania das Minas Gerais.

Estando o Brasil fechado para outras nações do mundo, tanto no aspecto comercial por força dos monopólios, bem como no campo cultural, pois até mesmo os livros estavam proibidos, julgava Portugal que nos rincões brasileiros não soariam os acordes de liberdade que ameaçavam as monarquias absolutistas européias, abaladas pelos filósofos iluministas franceses como RUSSEAU, VOLTAIRE E MONTESQUIEU, cujas idéias falavam de liberdade, igualdade e fraternidade.

Estes ideais tomavam força e vigor pelo exemplo da independência dos Estados Unidos da América alcançada em 1.776, não tardando a encantar a juventude intelectual, sonhadora e visionária que nas Minas Gerais e, mais precisamente em Vila Rica, decidia-se em conquistar a liberdade do Brasil do jugo da Coroa Portuguesa.

Os primeiros passos para esse movimento libertário foram dados na distante Europa, quando o entusiasmo de brasileiros, filhos de famílias abastadas estudavam nas Universidades européias de Coimbra, Montpellier e Bordeaux, justamente nos calor das idéias liberais que mais tarde inflamariam a Revolução Francesa.

Há que se destacarem os maçons iniciados nas terras européias como José Joaquim Maia e Barbalho e José Álvares Maciel, cujo entusiasmo pela causa levou a José Joaquim da Maia a se encontrar com Thomaz Jefferson, o redator da declaração da Independência dos Estados Unidos e na época, embaixador na França. Em Nimes, Maia não titubeou a pedir apoio dos Estados Unidos para os planos de um Brasil Independente.

José Joaquim Maia e Barbalho viria a falecer em Portugal quando se preparava para regressar ao Brasil. Entretanto, seus companheiros José Álvares Maciel e Domingos Vidal Barbosa de regresso ao Brasil viriam a se instalar em Vila Rica e a partir de 1.788 passavam a arrebanhar adeptos no sentido de impulsionar a idéia de um Brasil independente.

Das idéias liberais trazidas da Europa pelos estudantes brasileiros, a voracidade do fisco português e o temor pela cobrança dos impostos atrasados, reuniram às sombras dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, homens cujo objetivo era a conquista da Independência do Brasil.

É dentre este grupo que surge a figura do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, alcunha de Tiradentes que viria a se constituir mais tarde como figura principal e Mártir da Independência.

A CONJURAÇÃO.

As reuniões de objetivo libertário eram realizadas de forma alternada nas casas de Cláudio

Manoel da Costa e do Ten. Cel. Freire de Andrade, todavia nem sempre cautelosas levando-se em conta a conspiração e os assuntos revolucionários. Devaneadores de um Brasil independente, os

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bravos conjurados de forma até utópica, anteviam um Brasil como República Democrática, sem escravos, onde haveria escolas e universidades para o povo, justiça tributária, incentivo para instalação de indústrias, etc. Seria também concedida uma anistia fiscal, a mineração e o comércio seriam livres e a capital seria transferida para São João Del Rey.

Dentre outros planos dos visionários conjurados, estes tinham convicção do apoio popular, não se preocupando em preparar o povo para a rebelião. Para os conjurados, pois estes eram reconhecidamente influenciados pela independência dos Estados Unidos da América do Norte, o povo daria incontestável apoio tal qual ocorrera no continente norte-americano, onde os colonos americanos pela criação de impostos sobre o chá, vidro, etc., rebelaram-se em busca da independência que foi alcançada. A DERRAMA, aqui no Brasil seria suficiente para provocar reação popular nas Minas Gerais. Neste sentido, os conjurados decidiram que a revolução romperia quando fosse lançada a DERRAMA.

Talvez pela ação conspiratória um tanto quanto visionária e o ato covarde de Joaquim Silvério dos Reis – integrante do grupo dos conjurados – denunciando a conjura ao governador da Capitania, Visconde de Barbacena, levou ao malogro o projeto libertário do Brasil, sepultando os anseios daqueles conjurados.

Com o ato traiçoeiro, é então suspendida a DERRAMA e ordenada à prisão dos Conjurados residentes em Vila Rica e em outras localidades da Capitania, sendo comunicado ao vice-rei D. Luiz de Vasconcelos o movimento conspiratório quando então fora ordenada a prisão de TIRADENTES que se encontrava em atividade conspiratória no Rio de Janeiro.

Inicia-se então – em 1.789 – um longo e penoso procedimento investigatório denominado de Autos da Devassa que duraria três anos, submetendo os conjurados a exaustivos interrogatórios, seguidos de violência e invasão de domicílio em busca de provas e materiais documentais que pudessem comprometer os conjurados.

Ao longo deste período inquisitorial, surpreendentemente muitos dos conjurados mostraram uma fraqueza de caráter, acusando-se mutuamente no sentido de dar provas de arrependimento, o que acarretaria em um turbilhão de acusações a Tiradentes. Entretanto, para toda regra existe uma exceção, o comportamento do Alferes Joaquim José da Silva Xavier durante todo o período interrogatório foi o de nunca ter acusado os companheiros, nem mesmo demonstrando arrependimento e fraqueza de caráter, pautando-se firme na convicção do propósito de libertar o Brasil de Portugal.

Disse o alferes: “Se mil vidas tivesse, mil vidas daria”. Estas palavras encontram-se

registradas nos Autos da Devassa e são prova inconteste do seu firme propósito em lutar e morrer pela soberania da Pátria Brasileira.

Concluída a “Devassa”, no dia 18 de abril de 1.792 exarou-se a sentença que no dia seguinte era lida aos conjurados, donde onze foram condenados à morte na forca, cinco condenados ao degredo perpétuo e os demais ao degredo temporário. Entretanto no dia 20 de abril daquele ano nova sentença era lida, comutando a pena de morte pelo degredo perpétuo para dez conjurados, mantendo-a apenas para Tiradentes, cuja sentença determinava por ser “o único que se fez indigno da real piedade”.

Na manhã de sábado, 21 de abril de 1.792, na forca levantada no Campo de São Domingos, ou Larga da Lâmpadosa, consumava-se o martírio de TIRADENTES.

A SAGA DE TIRADENTES.

Ruínas da sede da Fazenda do Pombal, atualmente no município

de Ritápolis. Neste local nasceu Tiradentes, onde está prevista a

construção de um memorial

Joaquim José da Silva Xavier nasceu a 12 de novembro de 1.746 na Fazenda do Pombal,

Freguesia de Santa Rita do Rio Abaixo, em Minas Gerais, de pai português e de mãe brasileira. Cedo aprendeu com o seu padrinho, Sebastião Pereira Leitão, o ofício de dentista prático,

no qual se tornou perito e que lhe rendeu a alcunha de “Tiradentes”. Aos 25 anos começa a realizar

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viagens com fins comerciais e profissionais entre Minas Novas e o Rio de Janeiro, as quais durariam aproximadamente cinco anos. Aos vinte e nove anos assenta praça na cavalaria da Companhia dos Dragões de Vila Rica com o posto de alferes. Alferes (do árabe: al-farc=cavaleiro) é um antigo posto do exército brasileiro correspondente ao atual segundo-tenente.

De perfil muito expansivo e falante, tornou-se bastante conhecido entre Vila Rica e o Rio de Janeiro, nas estalagens, nas fazendas, nas casas comerciais e nos destacamentos militares. Em 1781, comandava o posto de vigilância no caminho do Rio, com a missão de reprimir o contrabando na serra da Mantiqueira. Dedicou-se também a construção de estradas, como a ligação de Sete Lagoas a Paracatu e o melhoramento de variante do Caminho Novo do Rio de Janeiro. Interessou-se pela descoberta de novas lavras e teve uma fracassada experiência agrícola.

Nunca se casou, porém teve uma filha de nome Joaquina, de sua ligação com Antonia Maria do Espírito Santo.

Em face as suas permanentes movimentações, fizeram-no, além de conhecido, estimado, ainda mais em consideração ao seu temperamento simpático e expansivo, à sua língua solta e à sua personalidade pitoresca. Sendo recebido em todos os meios, logo iria se associar àqueles que se queixavam da opressão fiscal, dos impostos extorsivos, dos peculatos, da corrupção e dos desmandos das autoridades.

O ano de 1.788 marcou seus decisivos contatos no Rio de Janeiro com homens que iriam marcar a sua vida e a sua atuação daí em diante. Em março ele se aproxima do padre Rolim que era acusado de contrabando e expulso das Minas Gerais. A 23 de julho ocorre o famoso e importante encontro dele com José Álvares Maciel que acabara de retornar da Europa. Este lhe dá conta da correspondência entre José Joaquim Maia e Barbalhos e Thomas Jefferson. Deste encontro Maia entrega a Tiradentes um exemplar do “Recueil”, coletânea dos princípios políticos básicos do sistema constitucional norte-americano.

A partir daí, ele começou sua pregação, participando de conventículos e da importante reunião dos principais ativistas do movimento, em 26 de dezembro de 1.788, na casa de Freire de Andrade, para formalizar os planos de um levante armado contra a Coroa portuguesa.

Essa pregação do alferes, todavia, ao invés de se limitar ao segredo de recintos fechados, como convém a revoltosos, acabou atingindo reuniões em locais públicos, nas ruas, nas praças, nos quartéis, nas tabernas, ou seja, em qualquer lugar em que pudessem existir ouvintes que poderiam aderir ao movimento. Suas fala sobre corrupção dos governadores, a exploração da colônia pela metrópole, as riquezas da Capitania e a perfeição do regime republicano, que faria emergir essas riquezas em benefício dos brasileiros, passavam de boca a boca e iam comprometendo o futuro da revolta que, evidentemente, teria que ser absolutamente secreta para ter êxito.

Era um entusiasta que expunha suas idéias com fervor e que ia articulando os planos para o movimento, garantindo a todos que o levante seria apoiado por gente do Rio de Janeiro, do Pará, da Bahia, de Pernambuco e até da França, que haveria de mandar naus de Bordéus. Graças a isto, muitos dos seus companheiros o consideravam um visionário.

Quando parecia delineado o movimento, o Tiradentes volta ao Rio de Janeiro, a 11 de março, depois de ter recebido licença no dia 10. A 14 do mesmo mês é suspensa a Derrama – conforme carta enviada por Barbacena à Câmara de Vila Rica – e no dia seguinte, dia 15, o delator do movimento Silvério dos Reis, apresentava verbalmente a sua denúncia, conforme atestado do visconde de Barbacena, incluindo no Vol. I dos Autos da Devassa.

Denunciado o motim, ou o que restava dele, o Tiradentes passou a ser vigiado no Rio de Janeiro, sendo preso no dia 10 de maio, três dias depois de instalada a Devassa do Rio de Janeiro. Encarcerado na ilha das Cobras passou por vários interrogatórios entre 1789 e 1791. Em 18 de janeiro de 1790 ele confessa ter sido cabeça do motim, justificando o fato de nada ter dito antes por não querer perder ninguém, mas que, diante das evidências contra ele apresentadas, reconhece que tramou tudo, sem que sofresse a influência de ninguém.

O espetáculo desta tragicomédia chegaria ao fim com o enforcamento do Alferes Joaquim José na manhã de 21 de abril de 1.792, ao redor das 11 horas, numa ensolarada manhã de sábado. Morria o homem que sonhou com a liberdade do Brasil, nascendo concomitantemente o mito que estimularia a Independência de 1.822.

Cita Calógeras, “antes mesmo de nascer, a Inconfidência tinha morrido. Resumiam-se em planos, projetos e conferências vagas. Nada fora feito para transformá-la em realidade. Sua importância, entretanto, manifestou-se com o decorrer do tempo, não em execução, mas como sintoma. Dera a medida da opinião pública, índice de hostilidade generalizada contra a administração

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lusitana e seus métodos. Nela despontava a Independência”.

CONCLUSÃO.

Antes mesmo de nascer esse movimento sedicioso de Vila Rica tinha morrido. Talvez lhe

tenha faltado consistência ideológica, não sendo fácil a abordagem desta questão, pois tão escassas e vagas são as idéias que transparecem nos registros que também eram raros.

Tiradentes, proclamado herói nacional quando foi implantada a república, e patrono do Brasil em época mais recente, merece na realidade estas honrarias póstumas, pois foi um entusiasta de uma causa de que outros se aproveitavam, assumiu todos os riscos, com o estoicismo dos predestinados e enfrentou a morte com a serenidade e a dignidade que os demais conjurados não souberam manter nos momentos mais cruciais.

Graças ao fato de ter sido levado ao degrau mais alto do altar da Pátria como mártir da liberdade, a sua figura sempre seduziu a todas as camadas sociais e a todos os pesquisadores da História nacional.

Neste momento de homenagem ao mártir da liberdade da nossa Pátria, é oportuno uma reflexão sobre os dias atuais tão conturbados e abarrotados de péssimos exemplos por parte de alguns partícipes de segmentos da política nacional.

Ao lembrarmos Tiradentes e o seu calvário na forca tendo o seu corpo esquartejado e espalhado a servir de um tétrico exemplo, tão grave quanto esta execução sumária são os exemplos deixados por aqueles que eleitos para representar os anseios do povo brasileiro, trocam este objetivo por atos de corrupção e enriquecimento ilícito, roubando a nação e se escondendo sobre o manto secreto do corporativismo onde acertos e acordos tomam o lugar da justiça e da equidade.

Se o mártir fora sacrificado por lutar por justos ideais, quando a Derrama extorquia os brasileiros com impostos descomunais, o que se poderia dizer atualmente com a pesada carga de impostos auferidos pelos poderes constituídos, sacrificando uma nação cansada de lutar pelo seu engrandecimento, mas sem a devida recompensa.

Num afã de neologismos criam-se adjetivos para qualificar as vias da corrupção. Propinodudos, valeriodutos, mensalão são adágios do dia a dia de uma nação que tem um povo simples, humilde e trabalhador, entretanto, extorquido.

A liberdade ainda que tardia desperta o povo, ergue a nação e exalta as sãs consciências. A palavra liberdade inspira poetas, encoraja soldados, arma patriotas e produz heróis.

O corpo repartido de Tiradentes arde até hoje exposto nas estradas do tempo da nossa História, sangrando para que a liberdade seja lembrada todos os dias e todas às horas, convidando-nos ao testemunho, à vigilância e ao exemplo.

Tomara que o exemplo do mártir na luta pela liberdade possa assegurar a cada brasileiro as condições mínimas de subsistência como alimentação, educação, habitação e a saúde. Que assegure o direito de não ser discriminado pela cor, pela condição social, pela idade e pelas convicções políticas e religiosas. Que o suplício de Tiradentes lembre às autoridades que o homem tem o direito a felicidade, ao trabalho e, sobretudo, a viver com dignidade.

E.T. No resumo histórico deste texto, em grande parte, tiveram por base apontamentos do saudoso Irmão José Castellani, assim como bibliografia pertinente ao tema.

PEDRO JUK.

ABRIL/2006.

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DO PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ E DA TÁBUA DE DELINEAR

Ir Arnaldo Gonçalves

Loja Luz do Oriente,

Macau ( China )

A Escada de Jacob na sua dupla dimensão:

intimista e simbólica

A ideia da ascensão gradual e penosa faz o mister do Escocismo como escola primeira da Arte Real. Está presente, também, nas grandes tradições do Ocidente como esforço individual para a procura de uma mais alta espiritualidade ou de um diálogo mais íntimo com Deus. Tem lugar também nos mistérios egípcios, gregos, escandinavos ou de Mitra e nos dos Cabalistas . Em todos estes mistérios e escolas filosóficas, a escada tem o sentido figurativo de uma realização espiritual que se alcança, degrau a degrau, vencendo as várias dificuldades e através da aprendizagem das várias virtudes. Se a realização é espiritual e não meramente protocolar ou digitaria, ela exige uma entrega psicológica total, uma crença na capacidade de se alcançar o limiar desejado. Esse esforço é retribuído pela consciência de se atingir um grau de maior perfeição, luz refletida do objeto glorificado: Deus, o Grande Geômetra, Buda, Cristo, Alá. A percepção da progressão espiritual como processo fazendo associa, por vezes, duas ideias errôneas: a de que chegados à etapa almejada, o estado de iluminação é total e sem mácula; e que alcançado esse estado não há retorno ou, para usar uma imagem trivial, não há queda pela escada abaixo. Possível representação do que aqui digo é a atitude de alguns Mestres que se pavoneiam nas assembleias maçônicas com uma profusão de medalhas e condecorações, à esquerda do seu tuxedo, sem que saibam exatamente o que elas significam. A escada para cumprir efetivamente o seu simbolismo esotérico terá que ter um curso ascendente e um curso descendente e este sentido mais profundo e enigmático é dado, apenas, pela Escada de Kadosh. É errado, contudo

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concluir-se que a escada surge no ritual associado aos altos graus do Escocismo. Ela aparece, antes, de forma velada, já que o Rito Escocês Antigo e Aceite não conserva uma figuração clara da escada nos quadros de loja dos três primeiros Graus. No 1° Grau, ela insinua-se abaixo das colunas do pórtico exterior do Templo sendo uma série de degraus de acesso; no 2° Grau, esses degraus passam para além das colunas do Templo; no 3° Grau, a escada está de todo ausente. Não é assim no Rito de Emulação onde a Escada de Jacob aparece logo no 1° Grau, revelando vários degraus (sete ou mais) que constituem as virtudes morais que estimamos . Os três primeiros degraus representam, em regra, a Fé, a Esperança e a Caridade e a escada dirige-se para o céu e atinge nele sete estrelas. A Escada de Jacob assenta, segundo uma tradição que data da Maçonaria Inglesa do século XVIII, sobre o Livro da Lei Sagrada e sobe até ao Céu simbolizando o sonho bíblico de Jacob, filho de Isaac. A Escada de Jacob é referida no Antigo Testamento no Livro de Genesis, Cap. 28, vs. 10-22, um dos cinco livros que os historiadores maçônicos acreditam ter sido escrito durante o cativeiro do povo judeu na Babilônia. A história é a seguinte: Jacob filho mais novo de Isaac, usou um estratagema para receber a bênção do pai e ser designado como chefe da família em vez do primogênito Esaú como era tradição judaica. Este jurou matá-lo. Jacob recebeu ordem do pai para se dirigir a Pada-Aramm a casa de Betuel, seu avô e ali escolher esposa. No caminho, Isaac decidiu passar a noite num dado lugar e serviu-se de um das pedras do lugar como travesseiro. No sonho que teve viu uma escada apoiada na terra cuja extremidade tocava o Céu e ao longo da escada subiam e desciam mensageiros de Deus. Por cima da escada estava Deus que lhe disse: Sou o Senhor, Deus de Abraão e de Isaac. Esta terra em que te deitaste será tua se me adorares. No dia seguinte, Jacob usou a pedra que lhe servira de travesseiro e ergueu-a como monumento, chamando-lhe Betel e afirmando ser para ele, a partir daí, a casa de Deus. O exemplo bíblico de Jacob revela o uso de um estratagema para alcançar uma vantagem ilegítima. Revela igualmente o sentido da Providência Divina sempre presente, indicando o caminho para Deus, o qual só se torna exequível através da prática da caridade, a mais sublime das virtudes. A escada torna-se etérea porque os degraus são níveis da consciência. Só com a iluminação da divindade o véu que cobre o topo da escada se dissipa e podemos lobrigar as sete estrelas ou os sete céus. É trivial a ideia que ao atingir-se o Grau de Mestre o Maçom possui a iniciação integral e que os Altos Graus não lhe trarão nada de novo, pois nada são mais que desenvolvimentos dos graus anteriores. Este é o ponto de

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vista de Boucher ao afirmar que com a Mestria o Maçom passa por uma transformação total e profunda tendendo para o conhecimento do Absoluto, onde desaparecem as relatividades da existência material e do pensamento. Trata-se de uma ideia despida de todo o fundamento. O Maçom pela mestria inicia uma nova etapa do seu aperfeiçoamento espiritual, da percepção do sagrado, caminho que como tudo o que é humano pode ter retrocessos. Até porque a necessidade de consolidar as Ordens Maçônicas tem facilitado a subida meteórica de obreiros com a evidente perda de qualidade final. A mais correta figuração desta dicotomia é dada pela Escada de Kadosh, a escada que aparece no 30° Grau do Escocismo. Trata-se de uma escada de dois braços, de dois lances, com sete degraus cada e com uma significância simbólica própria. Sobre o lado virado para a coluna do Norte encontra-se a indicação das sete artes liberais i.e. de baixo para cima: Matemática, Astronomia, Física, Química, Fisiologia, Psicologia, Sociologia, no lado virado para o Sul uma sequência de virtudes, i.e. de baixo para cima: Sinceridade, Paciência, Coragem, Prudência, Justiça, Tolerância, Devotamento. Sobre cada um dos lances estão marcadas duas inscrições hebraicas: Ahev Eloha (Amor a Deus) e Ahev Narabah ou Kerabh (Amor ao Próximo). Outros autores dão-lhe outras designações. A escada encontra-se aberta em 45º. Sabemos também que a escada de Kadosh encontra-se, em parte, figurada no 26º Grau do REAA [Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário] ao permitir o conhecimento das virtudes teológicas chegando-se ao Terceiro Céu, subindo-se para uma plataforma através de uma escada de três degraus pintados respectivamente de branco, verde e vermelho. René Guénon sublinha muito bem esta dimensão tradicional e esotérica da escada quando diz “a escada dos Kadosh (em hebraico “santo”) coloca a esfera de Saturno imediatamente acima da de Júpiter, chegando-se ao pé dessa escada pela Justiça e ao seu topo pela Fé, sendo esse símbolo da escada trazido para o Ocidente pelos Mistérios de Mitra”. O 30° Grau que durante muito tempo foi o último grau do Escocismo possui - regista ainda - elementos iniciáticos que remontam antes da fundação da Ordem do Templo. O processo de ascensão espiritual idealizado pelo duplo lance das escadas é gradativo, aproximando o homem terrestre do Céu, dando-lhe uma condição purificada. Mas o simbolismo não ficaria completo se não se acrescentasse à condição ascendente uma condição descendente: o iniciado Kadosh, depois de concluir o seu percurso iniciático, deve ser capaz de transmitir os ensinamentos que aprendeu. Tem que chegar ao 30° Grau para poder descer ao plano da Terra, para cumprir a sua missão de Cavaleiro Místico. Deve tornar-se um educador, um iniciador,

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expor as concepções tradicionais àqueles que são capazes de compreendê-las, ou seja: receber a mensagem e transmiti-la. Este é o verdadeiro sentido da via descendente e onde a sinceridade – a virtude que está no degrau cimeiro do primeiro lance da escada - o liberta da arrogância, do fanatismo, da condescendência consigo próprio. O objetivo ritualista é a procura da Luz, a Luz da Liberdade e o combate da opressão, seja qual for à forma que esta assuma. Esta procura é só possível nos graus filosóficos, pois só aí o Cavaleiro Escocês se liberta das limitações e dos equívocos de uma Mestria insuficiente, do obscurantismo que ainda limita a sua liberdade de consciência e das convenções. A razão é intuitiva: no julgamento da nossa alma, depois da nossa morte física, o Grande Criador do Universo julga-nos pela sinceridade que emprestamos às nossas ações em vida, por aquilo que fizemos desinteressadamente pelos outros, sendo despicienda a proclamação laudatória das nossas virtudes próprias. Contudo, a liberdade aqui representada não deve ser identificada como licenciosidade, já que esta implica excesso e o bom maçom deve viver em equilíbrio utilizando sabiamente os instrumentos que se habituou a usar. Arnaldo M. A. G., Cav.'. Kad.’. Conselho Kadosh Marquês de Pombal,

Supremo Conselho dos Grandes Inspetores - do Grau 33,

Lisboa - Portugal

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A CENTRAL – ORIGENS HISTÓRICAS

DO PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ E DA TÁBUA DE DELINEAR

Ir Marco Antônio Nunes - Florianópolis - SC ARLS.'. "Fraternidade Catarinense" n° 09 –

Grande Oriente de Santa Catarina – GOSC

Sabemos que a Loja simboliza o Universo e, como tal, seus limites não encontram fronteiras senão aquelas convencionadas pela Maçonaria para dar-nos a ideia de medida, sem a qual a nossa percepção, sempre ávida de limitações, não alcança a devida compreensão.

Sua altura, da Terra ao Céu, extrapola-se pela abóbada azul salpicada de estrelas e por onde transitam o Sol, a Lua e os astros que circulam e convergem rumo ao infinito, num equilíbrio de forças magnéticas que se interpenetram e mantém a harmonia do universo, somando-se às nossas esperanças, aspirações e às preces que elevamos ao Pai Celestial por um mundo melhor, pelo entendimento e o amor entre os homens.

Preces que viajam pelo espaço, passando por muitos sóis, muitas luas e muitos plane-tas - quem sabe iguais ao nosso - na expectativa de sermos ouvidos e atendidos. Ouvidos, com certeza. Atendidos, nem sempre. Ele sabe quanto merecemos.

Da superfície ao centro da Terra é a delimitação que nos mostra que abaixo de nossos pés encontra-se o destino do nosso "eu material", quando o espiritual está voltado para o alto. É o destino, também, dos que não separam o espírito da matéria e têm na própria Terra a sua morada eterna. É o Umbral, onde penam os desprovidos de luz e que lá encon-tram seus iguais para, em uníssono, clamar impropérios pelo destino escolhido pelo seu li-vre arbítrio.

Sua largura de Norte ao Sul, é a distância que percorremos, como aprendizes, para sair-mos das sombras onde desbastamos a pedra bruta, para alcançarmos a luz do conhecimen-to, rumo à exaltação. É o contrastante caminho das trevas do desconhecimento, para os

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primeiros lampejos luminosos do entendimento e da compreensão da nossa verdadeira identidade, até então presa sob espessa camada de matéria bruta. É a espiritualização da nossa consciência enraizada de sentimentos embrutecidos pelo desconhecimento da verdadeira vida. São os limites dos nossos limites prestes a abrir as suas fronteiras a cada lasca tirada da pedra e partir rumo à luz.

E, por toda essa vastidão, caminhamos nós, aprendizes, companheiros e mestres, sustentados pelas colunas da Sabedoria, da Força e da Beleza, em busca do nosso aperfeiçoamento. O caminho é interminável e os obstáculos são tantos quanto for nossa capacidade de criá-los, e as dificuldades serão tantas quanto for nossa capacidade de união para, em conjunto, superá-las.

Nosso templo tem o tamanho exato da dimensão imaginativa de cada um. Para uns, apenas um mero prédio repleto de símbolos sem sentido; para outros, símbolos maçónicos representando convenções criadas pelo imaginário maçónico, mas que não passam de representações simbólicas de sentimentos, lendas e tradições.

Mas, para o verdadeiro maçom, para o mestre que tenha alcançado a plenitude da sua capacidade de extrapolar os limites da matéria, é a representação do próprio universo, onde as três luzes que representam a Sabedoria (Razão), a Força (Poder) e a Beleza (Amor) partem de um só Malhete: o da Trindade Divina que comanda esse infinito templo do Oriente Universal.

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Ir León Zeldis.

( O Autor foi o Soberano Grande Comendador do Supremo

Conselho do Rito Escocês do Estado de Israel, no período de

1996/98)

O costume de entregar dois pares de luvas ao recém-iniciado, um para si mesmo e o outro para a mulher que mais respeita, tem uma longa tradição histórica. Possivelmente, sua origem remonta ao século X. Uma crônica relata que, no ano 960, os monges do Monastério de São Albano, em Mogúncia, ofereciam um par de luvas ao bispo, em sua investidura. Na oração, que se pronunciava na cerimônia da investidura, implorava-se a Deus que vestisse, com pureza, as mãos de seu servente. Durandus de Mende (1237-1206) interpretava as luvas como símbolo de modéstia, já que as boas obras executadas com humildade devem ser mantidas em segredo. Na investidura dos reis da França, estes recebiam um par de luvas, tal como os bispos. As mãos ungidas e consagradas do rei, assim como as de um bispo, não deviam ter contato com coisas impuras. Depois da cerimônia, o Hospitalário queimava-as, para impedir que pudessem ser utilizadas para usos profanos. No ano 1322, em Ely (cidade inglesa, onde se levanta uma grande catedral), o Sacristão comprou luvas para os maçons ocupados na "nova obra"; em 1456, no Colégio Eton, destaca-se que cinco pares de luvas foram entregues aos pedreiros que edificavam os muros, "como é obrigação por costume". Também, há um documento que precisa que, no Colégio Canterbury, em

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Oxford, o Mordomo anotou, em suas contas, que "deram-se vinte “pence” como “glove Money” (dinheiro de luva) a todos os maçons ocupados na reconstrução do Colégio". Em 1423, em York (Inglaterra) dez pares de luvas foram subministradas aos pedreiros ("setters"), com um custo total de dezoito “pence”. Na Inglaterra, nas épocas isabelina e jacobina (1558-1625), as luvas tinham um prestígio difícil de compreender na atualidade. Tratava-se de um artigo de luxo, possuidor de muito simbolismo, e constituíam um presente apreciado. A luva significava, então, um profundo e recíproco vínculo entre quem a dava e quem a recebia. Em 1571, Robert Higford enviou um par de luvas à mulher de Lawrence Banister. Em 1609, J. Beaulieu comunicou a William Trumbull: "Meu senhor deu de presente 50 “xelins” em um par de luvas ao Monsenhor Marchant como retribuição por lhe haver enviado o desenho da escala". No Ano Novo de 1606, os músicos reais obsequiaram, cada um, um par de luvas perfumadas ao rei Jacob I. Em 1563, o Conde de Hertford, com quem a rainha estava desgostosa, querendo congraçar-se com ela, escreveu ao Lorde Robert Dudly que desejava uma reconciliação e rogou que presenteasse à Rainha, em seu nome, um pobre par de luvas como objeto. Luvas eram um presente costumeiro no Ano Novo, às vezes, substituído pelo "dinheiro de luva". Do mesmo modo, as luvas constituíam um obséquio tradicional dos apaixonados às suas prometidas. Na obra de Shakespeare (filho de um luveiro) “Much Ado about Nothing” (Muito barulho por nada), a personagem feminina Firo declara: "estas luvas, que o conde me envia, são um excelente perfume" (Ato III, cena 4). O palhaço, no “The Winter's Tale” (Conto de Inverno), declara: "se não estivesse apaixonado pela Mopsa, não deverias tomar meu dinheiro, mas, estando encantado como estou, estarei, também, escravizado com certas cintas e luvas” (Ato IV, cena 4). No “Henrique V”, o Rei intercambia luvas com o soldado raso Williams (Ato IV, cena 1). Entre 1598 e 1688, em muitos documentos escoceses, menciona-se a entrega de luvas aos canteiros e pedreiros. Esses documentos se referem a maçons operativos, mas, também, em relação aos especulativos, existem documentos antiquíssimos. Desde 1599, existem provas de que, a cada maçom, em sua iniciação, devia entregar-se o um par de luvas - que pagava de seu bolso. O documento mais antigo nessa matéria é o chamado Estatuto Shaw, dirigido à Loja Maçônica Kilwinning em dezembro de 1599, onde se estipula que os direitos de iniciação na Loja Maçônica somavam 10 libras esterlinas escocesas, com 10 xelins para as luvas. Documentos da Loja Maçônica de Melrose, dos anos 1674-1675, demonstram que tanto os aprendizes como os companheiros tinham que pagar direitos de ingresso "com luvas suficientes para toda a companhia ...". Em um documento do Aberdeen, em 1670, expressas e que o aprendiz deve pagar "quatro dólares reais por um avental de linho e um par de boas luvas para cada um dos irmãos". O uso do linho em vez de couro é interessante, mas se explica por tratar-se de uma zona onde existiam numerosas tecelagens de linho. Em 1686, Robert Plot, no The Natural History of Stafford-Shire (História Natural do Condado de Stafford), relata que era costume entre os Franco-Maçons: "admitidos na Sociedade, convoca-se uma reunião (ou Loja Maçônica, como a chamam em algumas partes), que deve consistir de, pelo menos, 5 ou 6 dos Antigos da Ordem, a quem os candidatos obsequiam com luvas, e, desse mesmo modo, a

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suas esposas...". Essa é, aparentemente, a primeira menção do obséquio de um par de luvas à mulher como parte da cerimônia de iniciação. Em 1723, publicou-se o documento chamado “Exame de um Maçom” no periódico londrino “O Correio Volante”, que começa assim: "Quando é recebido um novo Franco-maçom, depois de ter entregue a todos os presentes um par de luvas para homem e um par para mulheres e um avental de couro...". Posteriormente, isso se transformou em uma tradição em todas as iniciações e aparece em todos os rituais de iniciação franceses do século XVIII, embora caiba assinalar que, na Inglaterra e na Escócia, perdeu-se, paulatinamente, o costume e, desde começos do século XIX, já nem se menciona nas atas e regulamentos de lojas Maçônicas. Em 1724, menciona-se que, na Loja Maçônica, em Dunblane, entregava-se um par de luvas e um avental a seus iniciados. Em 1754, no Haughfoot (Inglaterra), a Loja Maçônica estabeleceu: "ninguém pode entrar na Loja Maçônica sem um par de luvas para cada membro”. Na primeira "revelação" francesa conhecida, que data de 1737, chamada Carta de Herault, destaca-se que o Aprendiz recebe, na cerimônia de iniciação, um avental de couro branco, um par de luvas para si mesmo e um par de luvas para a mulher que mais estima. A tradição se mantém viva, especialmente, nas Lojas Maçônicas que trabalham no Rito Escocês Antigo e Aceito, embora outras, também, pratiquem o mesmo costume. É interessante mencionar que, nos Graus Superiores do Rito Escocês, usam-se luvas de diversas cores, especialmente negra e verde, além da branca, apropriadas ao Simbolismo do Grau.

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L

GRANDE ORIENTE DO BRASIL – SANTA CATARINA Federado ao Grande Oriente do Brasil – GOB

A:.R:.L:.S:. LUZ DE ÓRION Nº.3951 Fundada em 17/10/2008 REAA – 2ª-feiras – 20h

Rua 902 B3 nº.116 - cx.p.-71Alto São Bento – Itapema SC

Eminente Ir:. Wagner Sandoval Barbosa Grão Mestre Grande Oriente do Brasil - Santa Catarina

CONVITE SESSÃO MAGNA DE INICIAÇAO

A A:.R:.L:.S:. Luz de Órion, nº. 3951 Or:. de Itapema/SC, tem a honra de convidá-lo para

Iniciação de dois futuros obreiros: Leonardo Borba Fernando Airoso

A sessão será realizada no Templo da A:.R:.L:.S:. Vale do Tijucas, à rua Inhambu s/n, Or:. de Tijucas/SC, no dia 15/06/2013 (sábado) com início às 9 h.

Com a alegria da beneficência, pedimos a colaboração de todos os irmãos convidados a trazerem 1 kg de alimento não perecível que será recolhido e doado a uma entidade

necessitada.

Contamos com sua honrosa presença, invocamos as bênçãos do Grande Arquiteto e aproveitamos o ensejo para renovar nossos ideais e transmitir um TFA.

Itapema, 22 de maio de 2013.

Guilherme Borger Veronese Tiago Ternes Andriani

Venerável Secretário

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Rádio Sintonia 33 e JB News. Música - Informação - Cultura

Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal

www.radiosintonia33.com.br

Praça da maçonaria, no centro da cidade de Aruba

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