Jaqueline Martins - TGI II _ projeto

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Preenchendo o Silêncio: remodelação da orla do Itaguá

Jaqueline Santos MartinsTrabalho de Graduação Integrado - TGI II 2013Instituto de Arquitetura e UrbanismoUSP São Carlos

Agradeço imensamente à minha família, namorado e amigos de São Carlos, sempre presentes, divertidos e otimistas nos momen-tos mais nebulosos; aos supervisores de estágio pela paciência e in-centivo; e finalmente às professoras Simone Viziolli e Luciana Schenk pelo acompanhamento até o fim desta jornada.

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Introdução ...........................................................................4 Leituras .........................................................6 Escolha da área..............................................7 Referências projetuais..................................9 Ubatuba...............................................12 Itaguá.................................................15Levantamento...........................................................18 Mapas...............................................20 Fotográfico.........................................22Estudos Preliminares........................................................26 Esquemas...................................................28 Croquis........................................................30Projeto..........................................................................34 Implantação........................................36 Intervenções Gerais....................................38 Primeiro Setor............................................40 Segundo Setor.............................................44 Terceiro Setor..............................................48 Vegetação..........................................50Cenas................................................................52Bibliografia...............................................................66

Índice

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Introdução

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Leituras

Este projeto teve início com um misto das experiências ad-quiridas nas viagens didáticas para o Rio de Janeiro e Belo Horizon-te em 2011 com as inquietações produzidas na disciplina de Pré-TGI em 2012. A decisão pela atuação nas áreas de paisagismo e urbanis-mo para o projeto de TGI foi natural, visto que é imprescindível a atuação de arquitetos e urbanistas na coordenação de espaços livres na cidade e de intervenções em larga escala. Os primeiros estudos vieram da observação das obras de Roberto Burle Marx durantes a viagens, e posteriormente, leitura de produção teórica e busca de referências em projetos de paisagismo contemporâneo, que embasassem a produção do TGI.

O trabalho de Burle Marx interessa pela manipulação da natureza como forma de arte sem nunca perder o respeito à suas particularidades, assim como a escolha de espécies e materiais por questões não apenas estéticas, mas também ambientais e culturais. É notável a importância atribuída aos espaços públicos, à análise de seu programa e a preocupação com os resultados de seus usos e sua preservação em relação às interferências políticas. Na questão plástica, seus jardins sugerem brincadeira e li-berdade em função do jogo inteligente entre formas orgânicas, geo-metria e massas de cores.

“O jardim ordenado, nos espaços urbanos de hoje, é um con-vite ao convívio, à recuperação do tempo real das coisas, em oposi-ção à velocidade ilusória das regras de consumo.”Burle Marx, 1987 apud Frota, 1994.

“Ao valer-se de formas geométricas acaba arranjando uma forma de substrair-se da racionalidade de seus desenvolvimen tos internos. Quando, em outras ocasiões, recorre a formas orgânicas,

consegue impor-lhes uma ordem diversa daquela de seu processo de crescimento. Logo, não parece haver propriamente contradição entre formas geométricas e orgâncicas, ambas servindo para a cons-trução de uma peculiar morfologia do espaço’.Siqueira, 2001.

Os jardins de Burle Marx, ao se recusarem a enfatizar a im-ponência da construção moderna, sobrevivem em si mesmos, sendo uma referência atemporal para o projeto de espaços livres.

Estudos: Avenida Atlântica e Residência Olívio Gomes

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A mais importante referência teórica foi o ensaio Terrain Vague de Ignasi de Solá-Morales, que auxiliou na compreensão da área escolhida para o projeto e nas ações posteriores. Os trechos des-tacados a seguir foram retirados do ensaio. O autor introduz o assunto do Terrain Vague pela análise da fotografia e da fotomontagem como maneira de emoldurar e in-terpretar a cidade contemporânea do século XX. Os produtos dos artistas começavam a apontar para os não-lugares existentes nas ci-dades:

“Os espaços vazios, abandonados, nos que já sucederam uma série de acontecimentos parecem subjugar o olho dos fotógra-fos urbanos.”

Esses espaços são denominados pelo autor como Terrain Va-gues, expressão francesa que possui múltiplos significados: grandes extensões de terra, não muito precisas, potencialmente aproveitá-veis, com algum significado já pré-estabelecido sobre o qual não co-nhecemos ou não nos importamos. Também remete a vácuo, vazio, desocupado, livre. É um espaço vazio como ausência, mas também vazio como possibilidade e expectativa, em especial sobre mobilida-de, liberdade e passatempo.

“São suas bordas carentes de uma incorporação eficaz, são ilhas interiores esvaziadas de atividade, são olvidos e restos que permanecem fora da dinâmica urbana. Convertendo-se em áreas simplesmente des-habitadas, in-seguras, im-produtivas [...], lugares estranhos ao sistema urbano, exteriores mentais no interior físico da cidade que aparecem como contraimagem da mesma, tanto no sentido de sua crítica como no sentido de sua possível alternativa.”

A fotografia do terrain vague indica problemas éticos e es-téticos contemporâneos. Como devemos lidar com com os vazios?

A arte contemporânea consegue preservar a estranheza desses es-paços. Já a arquitetura encontra um problema, pois sua essência é organizar, funcionalizar, criar identidades, e é forte o desejo de edi-ficar o vazio, propondo uma transformação radical ao acabar com a obsolescência.

“A intervenção na cidade existente, nos espaços residuais, em seus interstícios enrugados já não pode ser confortável nem efi-caz tal como postula o modelo eficiente da tradição iluminista do movimento moderno. [...] Como pode atuar a arquitetura no terrain vague para não se converter num agressivo instrumento dos pode-res e das razões abstratas?”

Solá-Morales acredita que a continuidade é a chave da ação da arquitetura no terrain vague. Continuidade não da ordenação da cidade, mas sim de tudo o que tem caráter informal e humano: flu-xos, energias, ritmos.

“Só uma arquitetura do dualismo, [...] instalada na continui-dade do tempo pode fazer frente à agressão angustiosa da razão tec-nológica, do universalismo telemático, do totalitarismo cibernético do terror igualitário e homogeneizador.”

Escolha da área A área escolhida para o projeto fica na cidade de Ubatuba, localizada no litoral norte paulista a cerca de 250km da capital e 133km de São José dos Campos. Ubatuba é uma estância balneária com população estável de aproximadamente 80 mil habitantes mas que, em picos de temporada, recebe uma população flutuante de até 100 mil pessoas. Estive em Ubatuba quase tantas vezes na vida quanto estive na minha cidade natal, porém, sempre com uma visão de turista.

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Para o projeto de TGI decidi me propor o desafio de enxergar a cida-de como um todo e, a partir de sua análise, poder intervir em um es-paço que se mostrou extremamente controverso, onde a exuberante beleza natural coexiste com um caos urbanístico. Na visita ao local, com o olhar já treinado de arquiteta e ur-banista, descobri peculiaridades que me passaram despercebidas em duas décadas de passeios em Ubatuba. A praia do Itaguá, que na minha memória possuía uma extensão de aproximadamente 1,5km, mostrou-se uma sequência de ritmos quebrados ao longo de 2,4km de orla. A memória ignora a extensão total da praia e a razão é facilmente compreendida com uma olhada um pouco mais atenta: grande parte da vista do mar está escondida atrás de uma série de construções de uso privado. Para o observador a passeio de carro ou a pé, fica a impressão de um lapso onde, por um longo momento, perde-se a orientação geográfica e a relação com a natureza. A partir da visita, de levantamentos fotográficos, leituras e estudos em desenho foram definidas as diretrizes de projeto:

• criação de um eixo central estruturador de pontos de in-teresse, preenchendo o silêncio causado pelo esquecimento de uma área, • recuperação da relação da população com o local trazendo à vista elementos esquecidos que voltarão a ser marcantes. • soluções para reintegrar a área de intervenção ao restante da cidade, não de modo a replicar a organização urbana existente mas sim criando espaços livres, públicos e convidativos, • uso da plástica e do paisagismo para ativar a memória dos usuários e criar uma referência urbana na cidade.

Estudos de eixos e chamadas

Levantamentos realizdos na visita

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Estudos de interação com os elementos locais

As seguintes referências projetuais complementaram as leituras após a escolha do local. São projetos contemporâneos que lidam com orlas e portos de maneiras muito particulares devido à dimensão e localização, mas possuem pontos em comum: grandes áreas abertas para livre apropriação dos visitantes, uso de materiais simples como madeira e concreto e criação de uma interface de lazer e descanso entre a cidade o mar.

Referências Projetuais

Ao lado: The City Bay, EUA. Projeto por STOSS

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Elwood Foreshore, Austrália, por Aspect Studios

Hornsbergs Strandpark , Suécia, por Nyréns Architects

Chicago Navy Pier, EUA, por B.I.G.

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Ubatuba possui importância histórica pelo seu papel no escoamento da produção cafeeira, perdendo posteriormente este posto para Santos. Nas décadas de 40/50 a cidade caiçara começou a sofrer transformações. A pesca tornou-se a principal atividade eco-nômica da região juntamente com o turismo, que se intensificou em toda a região (não só em Ubatuba como também em São Sebas-tião, Ilha Bela e Caraguatatuba). As conexões com outras cidades ainda eram precárias, e os núcleos urbanos (quando existentes) não estavam plenamente ligados. Nas décadas de 60/70 foram cria-das estradas turísticas costeiras em Ubatuba e Caraguatatuba, melhorando sua ligação e a ligação destas com o Vale do Paraíba e com o recém criado terminal petrolífero de São Sebastião. Come-çaram os investimentos no setor imobiliário, em formato residên-cias de veraneio. A população da cidade quadruplicou em apenas cinco décadas, culminando em uma taxa de urbanização de cerca de 81% em 1980. Nos anos de 80/90 houve um grande investimento em estradas, reforçando ainda mais as possibilidades turísticas de Ubatuba, que foi destrutivamente atravessada pela BR 101/SP 55 sem nenhum planejamento. A ocupação urbana tomou a forma de uma faixa costeira interrompida em alguns pontos por questões topográficas, dominada pela especulação imobiliária. A faixa se alargou em direção às encostas e à rodovia, abrigando a população local. Surgiram posteriormente as áreas de preservação ambiental graças às legislações criadas na época.

“A urbanização turística coloca as cidades no mercado de paisagens naturais e artificiais. Algumas cidades chegam a redefinir toda sua vida econômica em função do desenvolvimento turístico, reorganizando-se para produzir paisagens voltadas para o consumo e para o lazer. Assim, estabelece-se uma relação entre antigas paisa-gens e velhos usos e novas formas e funções”.Luchiari, 1999, p. 118

Ubatuba O que tornar-se um um pólo turístico traz para uma região sem planejamento para tal? Crescimento econômico por um lado, degradação da paisagem por outro, principalmente em regiões onde o turismo desperta de um ciclo de paisagens naturais, neste caso, as praias.

“Se considerarmos que as paisagens são construídas social-mente, elas não se esgotam, o que se esgota ou degrada é um deter-minado recurso natural ou determinados usos das paisagens. [...]. Os recursos naturais podem se esgotar, mas a paisagem é transfor-mada em outra, em outra, em outra, ainda que numa lógica perver-sa, destituída de beleza e de riqueza natural”.Luchiari, 1999, p. 129.

Este trecho ilustra claramente o que acontece com a pai-sagem de Ubatuba. A explosão da população e do turismo em um período muito curto devastou grande parte da paisagem natural da cidade, em particular na região central. Porém, essa devastação também pode ser encarada como a chegada do perfil urbano a uma comunidade caiçara.

“O que é analisado como declínio dos lugares turísticos pelo adensamento de residências, das infra-estruturas, pela concentra-ção de pessoas e pelo apinhamento das paisagens, pode ser sinal de uma transformação histórica dos lugares, os quais deixam para trás a determinação turística para produzir um novo lugar, em conexão sistêmica com o mundo.”Luchiari, 1999, p. 130.

Ubatuba apresenta diferentes desenhos urbanos pulveri-zados pela enorme área do município, em função de suas praias. A ocupação, em sua maioria, é de loteamentos privados com carac-terísticas das mais variadas: de recantos ecológicos ainda naturais a bairros-jardim projetados para acolher a classe alta. A região esco-

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lhida para intervenção, porém, está na área central.

Zoneamento - Município de Ubatuba-SP, Lei Municipal 711, 14/02/84 - Plano Diretor Físico do Municípiodestaque para a região central

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Plano diretor 1992 - Município de Ubatuba-SP, Proposições Espaciais - Plano de Massadestaque para a região central

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Fonte: Terrafoto, ICG, PMU. Organização: Omar de A. Cardoso

A área central do município constitui o Setor Z - 5 Zona da Sede Municial, que segundo mapa anexo do plano diretor possui funções múltiplas: apoio urbano, lazer e descanso a ser consolidado e/ou melhorado. A praia do Itaguá possui águas calmas e brisa constante, sendo muito procurada para a prática de esportes náuticos como canoagem, jet-ski e vela. É uma área muito plana e

convidativa para a construção, por ser muito próxima ao Centro e também à Praia Grande, e assim foi ocupada em uma primeira etapa por residências, com a execução de aterros individuais criando um desnível de cerca de 1,5m em relação ao nível do mar. Consoli-dou-se como um bairro horizontal em uma área originalmente pou-co vegetada. Em uma segunda etapa, com a intensificação do turismo e a alta demanda do mercado imobiliário, surgiu uma grande quanti-dade de edifícios de três e quatro pavimentos sobre pilotis. Foram instalados muitos hotéis e pousadas, shoppings e uma imensa quan-tidade de restaurantes e lojas de artesanato local. A maioria destes estabelecimentos dedicados ao turismo tem sua fachada na Aveni-da Leovegildo Dias vieira, e ocupa as quadras mais próximas à orla marítima.

Itaguá

Bairros da Sede Municipal

Tenório

Toninhas

Praia Grande

Itaguá

Centro/Iperoig

Perequê-Açú e TaquaralIpiranguinha e

Horto

Estufa I e II

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O apinhamento de turistas nas épocas de alta temporada aliado a uma péssima gestão do saneamento tornaram a Praia do Itaguá permanentemente poluída. A orla tornou-se obsoleta, com quiosques vazios durante o dia e um abandono fantasmagórico du-rante a noite, principalmente nos meses de baixa temporada. Esque-cida pela população e ignorada por turistas que têm sua atenção voltada para dentro dos estabelecimentos comerciais, restou pouca vida diurna na área incentivada pelos esportes náuticos e passeios de escuna, e nenhuma vida noturna. É grave que este problema seja visto em um setor do município que, em tese, deveria ser repleto de equipamentos de apoio urbano e lazer. Mais grave ainda é a existência de um trecho de 700m dos 2.5km da orla , a interface entre o fim do bairro e o começo do Cen-tro, que tem servido nas últimas décadas como varanda privada para um conjunto de pousadas e restaurantes. Não há barreira física que impeça a entrada das pessoas que venham pelo centro ou pelo cal-çadão do Itaguá a pé, porém, não existem ruas perpendiculares que revelem e induzam o visitante a conhecer o tímido gramado com campinho de areia e aproveitar o frescor das sombras ao pôr do sol. Para conhecer esse lugar o visitante é surpreendido dentro dos es-tabelecimentos comerciais com passagens quase secretas, induzidas apenas pelos anúncios do tipo “possuímos mesas com vista para o mar”. O Itaguá possui um forte aspecto de amarra, pois liga duas partes vitais e muito urbanizadas da cidade: o centro (comercial e cultural) e a Praia Grande (praia mais popular de Ubatuba), além de ser de fácil acesso para a população local que mora nos bairros Estufa I e II. O que vemos no Itaguá (reflexo de Ubatuba de maneira ge-ral) é uma absoluta falta de equipamentos públicos. Tem-se a im-pressão de que, por contar com uma grande quantidade de praias belíssimas e muito visitadas, todas as gestões públicas se abstiveram de fazer investimentos em lazer na área central e em seu entorno. Este trabalho deseja preencher o silêncio da orla marítima do Ita-guá. Trazê-la de volta à memória da população, criando parte do Aerocarta do Itaguá - 1997, anexo do plano diretor, organizado por Omar

de A. Cardoso

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suporte ao lazer do qual a cidade carece.

Estudo de ligação entre os bairros Centro/Itaguá/Praia Grande

Centro histórico e Praia Grande

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Levantamento

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20Bairro do Itaguá com a área de intervenção destacada

em turquesa e pontos de interesse em roxo

Antigo cais

Novo cais

Shopping Itaguá

Aquário

Pista de skate

Píer

Aeroporto

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21Mapa temático

institucionalesporte e lazer

comércio e serviçosmisto com predominância de comércio

misto com predominância de residênciasresidencial

lotes vazios

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Levantamento fotográfico

Orla marítima, à partir da rotatória de encontro da Rua Capitão Felipe (vindo da Praia Grande) com a Avenida Leovegildo Dias Vieira. Quios-ques fechados, pontos de aluguel de barcos.

Arborização densa de Chapéus-de-Praia, ciclofaixa junto à rua e ponto de ônibus.

A visita foi feita em maio de 2013, sábado, no período da manhã.

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Mais quiosques obsoletos e a parte mais poluída da praia.

Alargamento da calçada, ponto de interesse (shopping, segunda foto), baias de estacionamento.

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Mato alto impedindo a vista do mar. Más condições da calçada não encorajam seu uso (em frente a um dos restaurantes mais populares da cidade).

Praça árida com grande espaço livre, lateral do Aquário (ponto de interesse) e passagem da ciclovia para o trecho escondido pelas construções.

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Pela rua, a fachada do Aquário e o perfil que chega ao centro. Pela ciclovia, uma intenção de parque linear com campinho de futebol e parqui-nho.

Fundos de restaurantes e pousadas e o perfil que chega ao centro pela orla.

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Estudos preliminares

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A intenção do projeto é remodelar a orla da praia para que possa abrigar programas esportivos e espaços de estar, funcione como atração e também extensão dos restaurantes ao longo da ave-nida. Deseja também melhorar as condições de acessibilidade, se-gurança e conforto para pedestres e ciclistas, e integrar de maneira mais eficiente a área ao transporte público. Com uma intervenção uniforme, reforça a importância do caráter de ligação dessa praia, estabelece continuidade e traz o bairro de volta ao circuito de lazer e cultura da cidade, induzindo a remodelação de outras orlas ma-rítimas ao longo da sede municipal. Elementos de enquadramento da paisagem reinserem a praia do Itaguá na memória da cidade. Fi-nalmente, o projeto deve funcionar como uma primeira operação, quase cirúrgica, de recuperação do uso comum da orla marítima, que agora torna-se parte do parque linear do Itaguá e que se encontra

Esquemas escondida atrás de construções privilegiadas. Inicialmente foram realizados estudos sobre as dimensões e forma do aterro atual, e quais poderiam ser as soluções adotadas para a reformulação. Em um segundo momento foi pensado o pro-grama que seria responsável por criar a atração na área escondida fornecendo à cidade uma parte do que sua infraestrutura carece. De acordo com pesquisas e estudos do mapa temático, foi decidio o enfoque pela questão do esporte, com a criação de espa-ços funcionais para a prática de variadas modalidades em caráter informal e de lazer, porém, com uma estrutura bem definida, em contraponto ao esporte praticado nas praias. Definido o programa, foram estudadas as intervenções espaciais que poderiam recolocar a àrea secreta de volta ao conjunto.

A existência de um terreno vazio de 16.000m², per-tencente à prefeitura, sugere a implantação de um equipamen-to público de grande impacto na cidade. Desse modo, foi de-finida a diretriz de ocupação deste terreno como sendo um

Azul: terrendo da prefeitura ao lado do aeroporto

Ciclovia (vermelho) como contraponto ou contorno da orla

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edifício, ou conjunto de edifícios, que mantenha o térreo livre para permitir a ligação visual deste equipamento com a orla. Para viabilizar essa ligação, optou-se pela desapropriação de parte dos lotes da orla com fachada para o terreno, e a implantação neste local de um pavilhão coberto que permitisse a realização de eventos (outra estutura ausente na cidade). Em complemento a essa operação de abertura, foram escolhidos outros lotes estratégicos a serem removidos para criar ruas de acesso ao parque. A ciclovia, muito utilizada em Ubatuba por ser uma cida-de plana, aparece como uma ferramenta poderosa não apenas de de criação de unidade, mas especialmente de interrupção do ritmo de apropriação privada da orla. Assim, a nova ciclovia proposta somada ao redimensionamento da calçada descola o parque dos fundos dos lotes.

Ciclovia atual: azul / Ciclovia estruturadora proposta: roxo

A praça atual aparece toda recortada por uma rua que leva a um grande estacionamento para um espaço sem uso nenhum devido à falta de mobiliário adequado e vegetação. A nova configuração da

praça deve conectar as duas partes distintas do projeto com a elimi-nação da passagem para veículos e fornecer condições confortáveis para sua utilização para lazer e descanso.

Em cima: configuração atual da praça com recortesEmbaixo: nova configuração contínua

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Em roxo: localização dos novos píers

Foi estudada também a implantação de três novos píers de pesca (parte do programa esportivo) que, espalhados a distâncias parecidas, funcionam como atrativo também no sentido perpendi-cular à orla, utilizando como modelo as dimensões do Píer do Cen-tro.

Os elementos de enquadramento da paisagem foram pensa-dos em função da vista proporcionada pelos morros que dão forma à baía da sede municipal, e também possuem a função de cobertura emergencial contra a chuva, constante na região durante o ano todo.

A seguir, croquis e estudos sobre as ações projetuais em or-dem cronológica.

Primeira idéia de remodelação da calçada

Estudos da ligação com o terreno pelo piso

Estudos da implantação do píer 2

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Estudos da orientação das quadras

Idéia para o piso da calçada

Último estudo para a praça antes da banca de TGI I

Ilustração das idéias apresentadas até julho (píer e praça)

Novas idéias para o terreno (descartadas)

Pisos e canteiros

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Renderizações apresentadas na pré-banca em Setembro

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Idéia para o espelho d’agua (descartado)

Arranjos de pisos e coberturas para a praça usando as linhas das ruas, idéias até outubro

Layer de vegetação da praça

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Projeto

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1. Implantação

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2. Intervenções gerais

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DesapropriaçãoCicloviaPíers (1-2-3)

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3. Primeiro Setor

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Pavilhão

QuadrasFutebol societyPoliesportivaVôlei de areia (2)Bocha (2)Frescobol e peteca

As quadras estão enterradas 1.2m em relação ao gramado para diminuir o tamanho dos alambrados necessários. O desnível é responsável pela criação dos degraus da arquibancada.

O Pavilhão para eventos é composto de uma grande laje, um piso descoberto e espelho d’agua, mantendo o eixo visual do terreno para o mar.

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Parquinho

O parquinho com estrutura em concreto foi extrudado a partir do desenho do piso, onde foram distribuídas funções de brin-quedos comuns (escorregador, balanço, etc) em novos formatos.

Blocos de apoio e pórticos Os blocos de apoio e porticos de enquadramento acompa-nham a mesma linguagem do pavilhão.Blocos de apoio: 8m x 12m x 4mPórticos: 4m x 12m x 4m Pavilhão: 35m x 17m x 7m

Pórtico Info. e aluguel Sanitários Pavilhão

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4. Segundo Setor

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Plano de piso Bancos

O desenho do piso foi traçado com a continuação das linhas de força das ruas e calçadas, e as subdivisões combinando diferentes materiais com diferentes espécies de árvores criam diversos espaços de livre apropriação.

Piso intertravado de concreto avermelhado

Deck de madeira

Grama A mesma base de curvas do parquinho, em diferente escala, define o formato de grandes bancos/estares de concreto a 50cm de altura.

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Aspersores

Novamente a mesma base definiu o formato do piso cinza--escuro que é intercalado com aspersores, em contraponto com a configuração atual da praça (extremamente seca).

Referência: Koenig Heinrich Averdung Platz, Alemanha, projeto por Agence Ter.

Ponto de ônibus

De acordo com os cálculos de distância padrão entre para-das de ônibus, foi definido o local da parada que integra a praça ao circuido do transporte público da cidade. O ponto é composto por dois pórticos e possui recuo para o estacionamento de dois ônibus simultaneamente.

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5. Terceiro Setor

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6. Vegetação

Porte médiofloração amarela

Porte grandefloração cor-de-rosa

Porte pequeno pouco densa

Porte pequeno pouco densa

Porte pequeno floração lilás

Porte médiodensidade média

Porte pequeno, frutífera

Porte médio, frutíferafloração branca

Existentes (Chapéu-de-Praia)

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Cenas

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Bibliografia Frota, Lélia Coelho. “Burle Marx : landschaftsgestaltung in Brasilien”. Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, 1994.

Siqueira, Vera Beatriz. “Burle Marx”. Cosac & Naif, São Paulo, 2001.

Marx, Roberto Burle. “Roberto Burle Marx : homenagem à nature-za”. Coletânea de textos 1909-1994, Petrópolis.

Solá-Morales, Ignasi. “Territorios”. Gustavo Gilli, Barcelona, 2002.

Vieira, Rosana Silva. “Paisagens invisíveis: os Sertões de Ubatuba - SP”, FAUUSP, São Paulo, 2008.

Cardoso, Omar de Almeida. “Ubatuba-SP: urbanização, paisagem e meio ambiente.”, FAUUSP, São Paulo, 1999.

Luchiari, Maria Tereza Duarte Paes. “O lugar no mundo contem-porâneo: turismo e urbanização em Ubatuba.”, Campinas, 1999.

http://www.big.dk http://www.stoss.nethttp://www.landezine.com

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