JANEIRO 2020 REVISÃO DE PSORÍASE - IPC...Saber mais Cuidar melhor 3Carta do Presidente...

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IMPACTO DAS ÚLTIMAS PESQUISAS SOBRE PSORÍASE VOLUME 16 :: NÚMERO 1 REVISÃO DE PSORÍASE JANEIRO 2020 TAMBÉM NESTE NÚMERO: CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS CIENTÍFICOS Página 4 RESUMO DE SIMPÓSIO Dissecando a psoríase: Estudos dos mecanismos da psoríase pustulosa e em placas REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE JAPONESA DE PESQUISA EM DERMATOLOGIA, PÁGINA 18 RESUMO DE SIMPÓSIO Modelos de mecanismos da psoríase: autoimunes, inflamatórios ou ambos? 49º ENCONTRO ANUAL DA SOCIEDADE EUROPEIA DE PESQUISA EM DERMATOLOGIA, PÁGINA 10 NOTÍCIAS DO IPC Página 24 EVENTOS EDUCATIVOS E CLÍNICOS Página 30 Psoríase pustulosa generalizada apresenta melhora acentuada após dose única do anticorpo monoclonal BI-655130 em estudo de fase 1 Inhibion of the interleukin-36 pathway for the treatment of generalized pustular psoriasis. Bachelez H, Choon SE, Marrakchi S, et al. N Engl J Med. 2019 Mar 7;380(10):981-983. doi: 10.1056/ NEJMc1811317. Agentes biológicos antipsoriásicos podem reduzir a formação de placas coronárias Coronary artery plaque characteriscs and treatment with biologic therapy in severe psoriasis: results from a prospecve observaonal study. Elnabawi YA, Dey AK, Goyal A, et al. Cardiovasc Res. 2019 Mar 15;115(4):721-728. doi: 10.1093/cvr/cvz009. Associação entre predisposição genética à psoríase e causas imunes pode ajudar a personalizar o tratamento Combining understanding of immunological mechanisms and genec variants toward development of personalized medicine for psoriasis paents. Gunter NV, Yap BJM, Chua CLL, Yap WH. Front Genet. 2019 May 3;10:395. doi: 10.3389/fgene.2019.00395. eCollecon 2019. publicação. Estudo sugere que a IL-17 pode contribuir para a indução de hiperglicemia em pacientes com psoríase Hyperglycemia is associated with psoriac inflammaon in both humans and mice. Ikumi K, Odanaka M, Shime H, et al. J Invest Dermatol. 2019 Jun;139(6):1329-1338.e7. doi: 10.1016/j.jid.2019.01.029. Epub 2019 Feb 15. Estudo investiga melhor janela terapêutica para obter o melhor resultado clínico com secuquinumabe em pacientes com psoríase Defining a minimal effecve serum trough concentraon of secukinumab in psoriasis: a step towards personalized therapy. Soenen R, Meulewaeter E, Grine L, et al. J Invest Dermatol. 2019 May 5. pii: S0022-202X(19)31504-0. doi: 10.1016/j.jid.2019.04.012. [Epub ahead of print]

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IMPACTO DAS ÚLTIMAS PESQUISAS SOBRE PSORÍASE

VOLUME 16 :: NÚMERO 1

REVISÃO DE PSORÍASEJANEIRO 2020

TAMBÉM NESTE NÚMERO:

CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS CIENTÍFICOSPágina 4

RESUMO DE SIMPÓSIODissecando a psoríase: Estudos dos mecanismos da psoríase pustulosa e em placasREUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE JAPONESA DE PESQUISA EM DERMATOLOGIA, PÁGINA 18

RESUMO DE SIMPÓSIOModelos de mecanismos da psoríase: autoimunes, inflamatórios ou ambos?49º ENCONTRO ANUAL DA SOCIEDADE EUROPEIA DE PESQUISA EM DERMATOLOGIA, PÁGINA 10

NOTÍCIAS DO IPCPágina 24

EVENTOS EDUCATIVOS E CLÍNICOSPágina 30

Psoríase pustulosa generalizada apresenta melhora acentuada após dose única do anticorpo monoclonal BI-655130 em estudo de fase 1Inhibition of the interleukin-36 pathway for the treatment of generalized pustular psoriasis. Bachelez H, Choon SE, Marrakchi S, et al. N Engl J Med. 2019 Mar 7;380(10):981-983. doi: 10.1056/NEJMc1811317.

Agentes biológicos antipsoriásicos podem reduzir a formação de placas coronárias Coronary artery plaque characteristics and treatment with biologic therapy in severe psoriasis: results from a prospective observational study. Elnabawi YA, Dey AK, Goyal A, et al. Cardiovasc Res. 2019 Mar 15;115(4):721-728. doi: 10.1093/cvr/cvz009.

Associação entre predisposição genética à psoríase e causas imunes pode ajudar a personalizar o tratamentoCombining understanding of immunological mechanisms and genetic variants toward development of personalized medicine for psoriasis patients. Gunter NV, Yap BJM, Chua CLL, Yap WH. Front Genet. 2019 May 3;10:395. doi: 10.3389/fgene.2019.00395. eCollection 2019. publicação.

Estudo sugere que a IL-17 pode contribuir para a indução de hiperglicemia em pacientes com psoríase Hyperglycemia is associated with psoriatic inflammation in both humans and mice. Ikumi K, Odanaka M, Shime H, et al. J Invest Dermatol. 2019 Jun;139(6):1329-1338.e7. doi: 10.1016/j.jid.2019.01.029. Epub 2019 Feb 15.

Estudo investiga melhor janela terapêutica para obter o melhor resultado clínico com secuquinumabe em pacientes com psoríaseDefining a minimal effective serum trough concentration of secukinumab in psoriasis: a step towards personalized therapy. Soenen R, Meulewaeter E, Grine L, et al. J Invest Dermatol. 2019 May 5. pii: S0022-202X(19)31504-0. doi: 10.1016/j.jid.2019.04.012. [Epub ahead of print]

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2 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 VOLUME 16 :: NÚMERO 1

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PARA ACESSAR SEM SMARTPHONE, USE O LINK WWW.PSORIASISCOUNCIL.ORG/RESOURCES/PSORIASISREVIEW

Janeiro 2020

CONSELHO DIRETOR DO IPC

ExecutivosJonathan Barker, Presidente, Reino Unido

Craig L. Leonardi, Vice-Presidente e Presidente-Eleito, Estados Unidos

Bruce Strober, Secretário e Tesoureiro, Estados Unidos

Christy Langan, Diretora, Estados Unidos

DiretoresHervé Bachelez, FrançaClaudia de la Cruz, ChileMahira El Sayed, EgitoJoel Gelfand, Estados Unidos

Christopher EM Griffiths, Reino Unido

Johann Gudjonsson, Estados Unidos

Robert Holland III, Estados Unidos

Lars Iversen, DinamarcaAlan Menter, Presidente Fundador, Estados Unidos

Lluis Puig, EspanhaRicardo Romiti, Brasil

Conselheiros do IPCÁfricaÁfrica do SulGail ToddTunísiaNejib DossAmérica LatinaArgentina Edgardo ChouelaCristina EcheverríaMatías MaskinBrasilGladys Aires-MartinsAndré CarvalhoChile Fernando ValenzuelaColômbiaCésar GonzalezAngela LondoñoMéxicoNancy PodoswaAmérica do NorteCanadá Robert BissonnetteMarc BourcierWayne GulliverCharles W. LyndeRichard LangleyYves PoulinRonald VenderEstados UnidosApril ArmstrongAndrew BlauveltAnne BowcockKristina Callis DuffinClay CockerellKevin Cooper

Kelly M. CordoroJT ElderCharles EllisColby EvansKenneth GordonAlice GottliebRobert E. KalbArthur KavanaughFrancisco KerdelAlexa B. KimballGerald KruegerJames KruegerMark LebwohlNehal MehtaAmy PallerDavid PariserMark PittelkowLinda Stein GoldNicole L. WardJashin WuÁsiaChinaXuejun ZhangMin ZhengCingapura Wei-Sheng ChongColin ThengFilipinas Vermén Verallo-RowellÍndia Murlidhar RajagopalanJapãoAkimichi MoritaMasamoto MurakamiHidemi NakagawaYukari OkuboTadashi TeruiMalásiaSiew Eng Choon

EuropaAlemanha Matthias AugustinUlrich MrowietzAlexander NastJörg PrinzKristian ReichRobert SabatWolfram SterryDiamant ThaçiÁustria Georg Stingl Robert StrohalBélgicaJo LambertDinamarca Lone SkovClaus ZachariaeFrançaDenis JullienCarle PaulManuelle ViguierIrlanda Brian KirbyCaitríona RyanItália Andrea ChiricozziGiampiero GirolomoniPaolo GisondiLuigi NaldiCarlo PincelliPaíses Baixos Menno Alexander de Rie Elke MGJ de JongErrol PrensMarieke B. SeygerPortugalTiago Torres

Reino Unido Darren AshcroftIan BruceChristine BundyArthur David BurdenRobert ChalmersFrancesca CaponAndrew FinlayElise KleynRuth MurphyAndrew PinkNick ReynoldsCatherine SmithRichard WarrenHelen YoungRomêniaGeorge-Sorin TiplicaSuéciaMarcus Schmitt-EgenolfSuíça Wolf-Henning BoehnckeCurdin ConradMichel GillietAlexander NavariniOceaniaAustráliaPeter FoleyOriente MédioEgitoMohamed EL-KomyIrãOmid ZargariIsrael Arnon D. CohenKuwaitNawaf Al-Mutairi

O IPC é uma rede global de especialistas, líderes de opinião e profissionais que atuam em psoríase. Nosso compromisso é melhorar o tratamento da psoríase por meio de educação, pesquisa e engajamento no mundo inteiro.

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3Saber mais Cuidar melhor

Carta do Presidente

Apresentamos a edição de janeiro de 2020 da Revisão de Psoríase do IPC.

O IPC traçou um novo plano estratégico para 2020 com foco em um grave problema, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde: no mundo inteiro, milhões de pessoas sofrem desnecessariamente com psoríase não controlada porque não têm acesso à assistência médica e ao tratamento.

O Plano Estratégico para 2020 a 2022 procurará melhorar o tratamento de pacientes com psoríase no mundo inteiro. Para isso, desenvolveremos iniciativas com as seguintes finalidades:

• abordar obstáculos que impedem o acesso a tratamentos eficazes, diagnóstico oportuno e tratamento apropriado;

• criar as bases para individualizar o tratamento da psoríase em todos os pacientes; e

• expandir os conhecimentos de profissionais de saúde para que possam diagnosticar, tratar e manejar melhor os pacientes.

Uma dessas iniciativas é o projeto de gravidade da psoríase. Na página 26 desta edição da Revisão de Psoríase do IPC, apresentamos um resumo de nossa publicação recente no Journal of the American Academy of Dermatology, em que tratamos da gravidade da doença. O artigo propõe classificar os pacientes como candidatos a tratamento tópico ou sistêmico em função da área da superfície corporal (ASC) envolvida, localização das lesões ou persistência dos sintomas após tratamento tópico. Ao eliminar a distinção entre psoríase leve, moderada e grave, essa nova abordagem simplifica o processo de escolha do tratamento correto em função do nível de atividade da doença. Esperamos que esse nova definição de psoríase seja incluída em estudos clínicos e na prática clínica.

Para saber mais sobre nosso plano estratégico, acesse psoriasiscouncil.org. Nas próximas edições da Revisão de Psoríase, apresentarei atualizações sobre o plano e oportunidades de participar desse importante trabalho e também no projeto de gravidade da psoríase.

Nesta edição, a série Cinco Principais Artigos (página 4) traz uma lista de publicações recentes, acompanhada de resumos e comentários, sobre o tratamento com agentes biológicos em populações específicas, com destaque para a redução da formação de placas coronárias em pacientes com psoríase grave.

Para quem não foi às reuniões anuais da Sociedade Europeia de Pesquisa em Dermatologia (ESDR), da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV) ou da Sociedade Japonesa de Pesquisa em Dermatologia (JSID), apresentamos resumos desses eventos na página 10.

Neste ano o IPC oferecerá mais programas educativos, masterclasses, simpósios e muito mais, ajudando profissionais de saúde do mundo inteiro a cuidar melhor de seus pacientes com psoríase. Esperamos contar com sua participação. Consulte a programação na página 30.

Mais uma vez, obrigado por participar do Conselho Internacional de Psoríase. Desejo a todos um feliz 2020.

Atenciosamente,

Dr. Jonathan Barker, Presidente do Conselho Internacional de Psoríase

Apresentação

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4 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 VOLUME 16 :: NÚMERO 1

A CADA SEIS MESES, A DIREÇÃO E OS CONSELHEIROS DO IPC SELECIONAM PELO VOTO OS ARTIGOS QUE MAIS INFLUENCIARAM A PESQUISA EM PSORÍASE. NESTA EDIÇÃO, APRESENTAMOS UMA REVISÃO DOS CINCO ARTIGOS MAIS VOTADOS PUBLICADOS ENTRE JANEIRO A JUNHO DE 2019.

Os resumos e comentários foram escritos pelos Conselheiros do IPC Dr. Robert Kalb (Buffalo School of Medicine, State University of New York, Estados Unidos) e Dr. Wayne Gulliver (Memorial University of Newfoundland, St. John’s, Canadá).

1. Psoríase pustulosa generalizada apresenta melhora acentuada após dose única de BI-655130 em estudo de fase 1Inhibition of the interleukin-36 pathway for the treatment of generalized pustular psoriasis. Bachelez H, Choon SE, Marrakchi S, et al. N Engl J Med. 2019 Mar 7;380(10):981-983. doi: 10.1056/NEJMc1811317.

RESUMO Neste estudo-piloto fase 1, a eficácia do BI-655130 foi avaliada em sete pacientes com psoríase pustulosa generalizada (PPG), uma forma de psoríase associada com mutações de perda de função do antagonista do receptor de interleucina 36 (IL-36). O estudo empregou tratamento sem mascaramento com uma dose intravenosa única de BI-655130, um anticorpo monoclonal contra o receptor de interleucina 36, na dose de 10 mg/kg de peso corporal (nº. NCTT02978690 em ClinicalTrials.gov). O quadro clínico dos pacientes foi avaliado usando-se a escala de Avaliação Global por Médico da Psoríase Pustulosa Generalizada (GPPGA), o que inclui avaliação da gravidade das pústulas, eritema e descamação em lesões de psoríase pustulosa generalizada. Cada componente foi classificado em uma escala de cinco pontos entre 0 (menos grave) e 4 (mais grave), e as médias foram calculadas. Dos 7 pacientes, 3 tinham uma mutação homozigota em IL-36RN, sendo que um deles apresentava uma mutação heterozigota no membro 14 da família do domínio de recrutamento de caspase (CARD14), e 4 não tinham nenhuma mutação em IL36RN, CARD14 e família de proteína adaptadora 1 (AP1 S3). Todas essas mutações foram associadas com PPG e outras doenças pustulosas de pele. Dos 7 pacientes tratados, 5 obtiveram escore GPPGA de 0 ou 1 (pele limpa ou quase limpa) após 1 semana; em 4 semanas, todos os pacientes haviam atingido essa meta. Após o tratamento, as pústulas desapareceram completamente em 3 pacientes nas primeiras 48 horas, em 5 pacientes na semana 1 e em 6 pacientes na semana 2. O BI-6551130 em dose única foi eficaz independentemente da presença da mutação IL36RN.

COMENTÁRIO

A identificação das vias de sinalização envolvidas na patogênese da psoríase vem contribuindo significativamente para que tratamentos novos e potentes cheguem aos pacientes. Dos 11 agentes biológicos aprovados nos Estados Unidos desde 2015, 6 foram aprovados depois de 2015. Este estudo-piloto de fase 1 mostrou melhora dramática da psoríase pustulosa generalizada (PPG) com uma única infusão intravenosa de BI-655130, um anticorpo monoclonal contra o receptor de interleucina 36 (IL-36). A PPG geralmente é tratada com outras drogas sistêmicas com início de ação rápido, tais como ciclosporina, infliximabe ou, mais recentemente, antagonistas de IL-17 como o ixequizumabe ou o secuquinumabe (aprovado no Japão para tratamento de PPG). Pacientes sem IL-36RN mutante provavelmente apresentam outras mutações que afetam a via IL-36. Este estudo mostrou evidências definitivas de que a PPG está associada com a via IL-36 e que drogas que atuam sobre essa via poderão se tornar o tratamento de escolha para a doença. Com 11 opções de agentes biológicos, os profissionais de saúde poderão optar pela droga que se mostrar mais segura e eficaz. Acredita-se que a via IL-23/IL-17 seja o principal mecanismo patogênico da psoríase vulgar e que isso explique a eficácia das drogas anti-IL-17 contra a doença. Como foi realizado apenas um estudo-piloto, falta determinar se a via IL-36 é a principal via terapêutica da PPG e se drogas como o BI-655130 se tornarão o tratamento de escolha da doença.

– Robert Kalb

Os Cinco Melhores

Revisão semestral dos cinco principais artigos científicos sobre psoríase

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5Saber mais Cuidar melhor

2. O uso de agentes biológicos contra psoríase pode reduzir a formação de placas coronáriasCoronary artery plaque characteristics and treatment with biologic therapy in severe psoriasis: Results from a prospective observational study. Elnabawi YA, Dey AK, Goyal A, et l. Cardiovasc Res. 2019 Mar 15;115(4):721-728. doi: 10.1093/cvr/cvz009. PubMed PMID: 30721933; PubMed Central PMCID: PMC6432047.

RESUMO Neste estudo prospectivo de observação, usou-se angiotomografia computadorizada (ATC) para quantificar a redução dos indicadores de placas coronárias em uma amostra de 290 participantes tratados com agentes biológicos ou com outras modalidades terapêuticas. Dos 290 participantes, 215 concluíram o estudo. Um avaliador mascarado em relação ao tratamento empregado avaliou o volume total de placas coronárias e subcomponentes de placas nas três principais artérias coronárias. Os agentes biológicos foram associados com diminuição de 6% do volume de placas não calcificadas, diminuição do núcleo necrótico e ausência de efeito do volume fibroso. A redução do volume de placas não calcificadas no grupo tratado com agentes biológicos foi significativa em comparação com a progressão lenta observada no grupo que recebeu outros tratamentos. Contudo, esse estudo tem algumas limitações: foi apenas de observação, os tratamentos não foram mascarados, os parâmetros coronários eram muito diferentes entre os pacientes e ainda se sabe pouco sobre a progressão da aterosclerose subclínica medida por ATC em pacientes com psoríase. O estudo demonstrou que o tratamento da psoríase grave com agentes biológicos foi associado com efeitos favoráveis sobre índices de formação de placas coronárias medidos por ATC. Esses achados destacam a importância da inflamação sistêmica na doença coronária e indicam que são necessários mais estudos.

COMENTÁRIO

Uma das principais perguntas não respondidas em psoríase é sobre se os tratamentos realmente modificam a progressão da doença. Será que o início precoce de agentes biológicos é capaz de evitar o surgimento de artrite psoriásica? O uso de agentes biológicos ou outros agentes sistêmicos diminui o risco de infarto do miocárdio e de outros eventos cardiovasculares? Para responder a essas perguntas, seriam necessários estudos clínicos caros e demorados. Por isso, outros indicadores de doença coronária vêm sendo usados para demonstrar que o tratamento da psoríase pode produzir efeitos modificadores da doença. Estudos recentes analisaram os benefícios do tratamento sistêmico da psoríase usando exames PET com fluorodeoxiglicose em sequência. Neste estudo prospectivo, o volume de placas coronárias foi medido usando a angiotomografia coronária (ATC). Dados objetivos mostraram melhora no grupo tratado com agentes biológicos em relação ao outro grupo. A principal questão é saber se essa melhora do volume de placas coronárias se traduzirá em diminuição dos riscos de óbito e de infarto do miocárdio. Também falta determinar quais marcadores deverão ser usados para realizar essas mensurações em estudos futuros. O tratamento com agentes biológicos melhora o risco cardiovascular na psoríase? As evidências disponíveis atualmente sugerem que os agentes anti-TNF são a melhor opção. Mas uma coisa sabemos com certeza: pacientes com psoríase grave precisam de tratamento intensivo contra fatores de risco cardiovasculares. Esperamos que o tratamento adequado da psoríase ajude a reduzir o risco cardiovascular. – Robert Kalb

Os Cinco Melhores | Resumo e comentários

Se quiser propor um estudo para a série Os Cinco Melhores do IPC, escreva para [email protected].

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6 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

3. Conhecer melhor a relação entre predisposição genética e causas imunes pode ajudar a personalizar o tratamento da psoríase Combining understanding of immunological mechanisms and genetic variants toward development of personalized medicine for psoriasis patients. Gunter NV, Yap BJM, Chua CLL, Yap WH. Front Genet. 2019 May 3;10:395. doi: 10.3389/fgene.2019.00395. eCollection 2019. publicação.

RESUMOA psoríase é uma doença multifatorial com predisposição genética complexa. Avanços recentes em genética e genômica revelaram a relação entre a predisposição genética e os mecanismos imunopatológicos da doença. Novas abordagens baseadas em técnicas como estudos de associação em genoma inteiro (GWAS) identificaram polimorfismos de nucleotídeo único e vias associadas com a psoríase. A descoberta dessas vias de sinalização associadas à psoríase criou oportunidades de preencher lacunas nos conhecimentos sobre o tratamento da psoríase. Este estudo mostra como as funções imunes associadas a lócus de suscetibilidade à psoríase podem contribuir para a patogênese da doença em diferentes populações. Ao compreender as variações genéticas da psoríase e seus efeitos sobre vias imunológicas, poderemos desenvolver novos tratamentos específicos e personalizados para pacientes com psoríase.

COMENTÁRIO

Os agentes biológicos contribuíram enormemente para o tratamento da psoríase. Onze desses medicamentos já foram aprovados para tratamento da psoríase nos Estados Unidos. As vias imunes associadas à psoríase foram caracterizadas, e tratamentos contra o fator de necrose tumoral alfa, a interleucina 17 e a interleucina 23 se mostraram tremendamente eficazes e com poucos efeitos colaterais. Em um mundo ideal, os profissionais de saúde poderiam escolher o agente biológico ideal para cada paciente. Este artigo apresenta uma excelente revisão de estudos de associação em genoma inteiro e as possíveis aplicações da farmacogenômica em pacientes com psoríase. A eficácia dos tratamentos atuais varia bastante de indivíduo para indivíduo, mas os estudos de associação em genoma inteiro vêm ajudando os pesquisadores a identificar associações mais específicas. Esperamos que o tratamento da psoríase poderá ser individualizado e que os pacientes receberão tratamentos específicos capazes de controlar a doença por períodos prolongados com baixo risco de eventos adversos.

– Robert Kalb

Os Cinco Melhores | Resumo e comentários

Resumo online da reunião da EADV de 2019

O IPC publicou um resumo online do evento, com destaque para as apresentações de especialistas renomados em psoríase. Assim como em eventos anteriores, a psoríase teve destaque. Os palestrantes trouxeram novas informações sobre pesquisa dermatológica, revisões clínicas e atualizações sobre a eficácia e a segurança de longo prazo dos agentes biológicos usados no tratamento da psoríase. O resumo, de autoria do Dr. Deepak Balak (Fellow do IPC em 2019) está disponível em bit.ly/EADV2019

Você não foi ao congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV) em Madri em 2019?

COBERTURA DE EVENTOS RECENTES

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7Saber mais Cuidar melhor

4. Estudo sugere que a IL-17 pode contribuir para a indução de hiperglicemia em pacientes com psoríaseHyperglycemia is associated with psoriatic inflammation in both humans and mice. Ikumi K, Odanaka M, Shime H, et al. J Invest Dermatol. 2019 Jun;139(6):1329-1338.e7. doi: 10.1016/j.jid.2019.01.029. Epub 2019 Feb 15.

RESUMOO estudo de Ikumi et al. no Japão mostra que a IL-17 pode induzir hiperglicemia em pacientes com psoríase. Os pesquisadores usaram um modelo de camundongo com inflamação cutânea e sistêmica induzida por imiquimode para compreender a ação da IL-17 em induzir hiperglicemia. Trinta e nove indivíduos de uma coorte de 153 pacientes foram acompanhados com dosagens de A1c e mensurações do escore de área e gravidade da psoríase (PASI). Foi observada correlação significativa entre os escores PASI e HbA1c, sendo que os escores de HbA1c apresentaram correlação significativa com o componente eritematoso do escore PASI e os dois casos tratados com banho de PUVA (psoraleno e ultravioleta A) obtiveram redução da área acometida pela psoríase e melhora da HbA1c. Essas melhoras foram associadas com diminuição de IL-6, IL-17A e outras citoquinas pró-inflamatórias. Em seguida, os autores investigaram pacientes tratados com um anticorpo monoclonal anti-IL-17A. Foi observada redução significativa dos níveis de HbA1c, mas não houve correlação entre as variações do PASI e da HbA1c. Essa discrepância foi atribuída ao tratamento antidiabético usado antes dos agentes biológicos. Para compreender a imunopatogênese da hiperglicemia, psoríase e a importância da IL-17, os investigadores demonstraram que a inflamação induzida por imiquimode não apenas criou lesões psoriasiformes, mas também induziu hiperglicemia, que foi confirmada por ensaios de tolerância à glicose. Após sete dias de exposição ao imiquimode, os camundongos tratados com imiquimode apresentaram glicemias significativamente maiores que os controles. Os camundongos que receberam imiquimode tinham níveis de insulina mais baixos que os camundongos de controle. Em contraste, a inflamação induzida por dinitrofluorobenzeno (DNFB) não produziu mudanças semelhantes no metabolismo da glicose. Os camundongos tratados com imiquimode não apresentaram resistência à insulina nem alterações histológicas no pâncreas ou no fígado em comparação com os camundongos de controle. A função das células das ilhotas em camundongos tratados ou não com imiquimode foi semelhante, mas camundongos tratados com anticorpos monoclonais anti-IL-17A tiveram diminuição da glicemia de jejum. Os pesquisadores

também constataram que as ilhotas pancreáticas expressaram receptores para diversas citoquinas inflamatórias, incluindo algumas da família do receptor IL-17. Isso sugere que as drogas anti-IL-17 podem atuar diretamente sobre as células das ilhotas pancreáticas, melhorando a hiperglicemia ao diminuir a inflamação e restaurar as funções das ilhotas.

COMENTÁRIO

Infelizmente, o que funciona em camundongos nem sempre funciona no ser humano. No caso da relação entre IL-17 e hiperglicemia, os dados podem indicar que, com efeito, essa citoquina produz efeitos opostos em camundongos e humanos. Isso corrobora a teoria de que a IL-17 não só é importante nas vias inflamatórias da psoríase, mas também pode contribuir para a indução de hiperglicemia associada com inflamação, tanto em lesões psoriásicas como no restante do organismo. Mas como podemos usar essas informações na prática clínica diária? Como sabemos, muitos pacientes com psoríase também sofrem de diabetes, e algumas evidências sugerem que as duas doenças podem estar relacionadas. Alguns pacientes com psoríase grave são pré-diabéticos ou correm risco de desenvolver diabetes. As ferramentas para escolher o tratamento ainda são poucas, e a escolha de agentes biológicos ainda depende exclusivamente de informações clínicas, tais como a presença de artrite psoriásica, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal ou hidradenite supurativa. Resta saber se os dados serão confirmados pelo estudo Metabolix, um ensaio randomizado que recrutou 760 pacientes e vem estudando a eficácia do secuquinumabe isoladamente ou associado com intervenções de estilo de vida em produzir PASI 90 após 28 semanas. O resultados deverão estar disponíveis em 2021. Alguns parâmetros secundários são circunferência abdominal, variações de HbA1c e glicemia em jejum após 8, 16 e 28 semanas. Se os resultados do estudo Metabolix forem positivos, talvez tenhamos mais informações para escolher tratamentos para pacientes com psoríase moderada a grave, sobretudo em pacientes diabéticos ou sob risco de desenvolver diabetes. – Wayne Gulliver

Os Cinco Melhores | Resumo e comentários

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8 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

5. Estudo investiga melhor janela terapêutica do secuquinumabe em pacientes com psoríaseDefining a minimal effective serum trough concentration of secukinumab in psoriasis: A step towards personalized therapy. Soenen R, Meulewaeter E, Grine L, et al. J Invest Dermatol. 2019 May 5. pii: S0022-202X(19)31504-0. doi: 10.1016/j.jid.2019.04.012. [Epub ahead of print]

RESUMO Neste artigo, Soenen et al., de Ghent e Leuven, na Bélgica, apresentaram os resultados de um estudo piloto que analisou os níveis de Cmínima do secuquinumabe, um anticorpo monoclonal anti-IL17A humanizado, para tentar identificar a janela terapêutica ideal em pacientes com psoríase tratados com esse medicamento. Usando a resposta medida pelo Índice de Área Acometida e Gravidade da Psoríase (escore PASI), o estudo classificou os pacientes com PASI menor que 2 como tendo resposta ideal e PASI maior que 2 como resposta sub ideal. O PASI absoluto e o Cmínima também foram analisados. Os investigadores observaram diferenças significativas em Cmínima entre os pacientes que responderam ou não ao tratamento, assim como correlação significativa entre a Cmínima de secuquinumabe e a PASI absoluta. Baseado nessas observações, os autores sugerem que existe uma janela terapêutica para o secuquinumabe em pacientes com psoríase moderada a grave. O objetivo da segunda parte do estudo foi determinar o limite mínimo eficaz dessa janela terapêutica, que foi 33,2 µg/ml (área sob a curva 0,76, sensibilidade 78,3 e especificidade 75,6). Esses resultados indicam valores preditivos positivo e negativo de 0,82. A partir desses achados, os autores concluíram que o uso desse ensaio imunossorbente ligado a enzima tipo sanduíche desenvolvido internamente com Cmínima de secuquinumabe de 33,2 µg/ml pode distinguir pacientes com resposta ideal (PASI ≤ 2) ou sub ideal (PASI ≥ 2). Os autores também estudaram outros possíveis fatores de confusão e constataram que a obesidade, tabagismo ativo, tratamento prolongado e história de tratamento anterior foram associados com diminuição da Cmínima de secuquinumabe e respostas clínicas sub ideais.

COMENTÁRIO

A disponibilidade de ensaios para Cmínima em pacientes tratados com agentes biológicos e psoríase moderada a grave facilitaria bastante a otimização do tratamento desses pacientes. Sabemos de dados da prática clínica diária e de registros que até 60% dos pacientes precisam trocar de agente biológico pelo menos uma vez; sabe-se também que fatores como obesidade, tratamento anterior com outros agentes biológicos e sexo feminino estão associados a falhas desse tratamento. Quando um agente biológico não funciona, pode-se trocar o medicamento, tentar otimizar o tratamento ou repetir a indução. Muitos dermatologistas optam pela troca. Em alguns casos, a otimização e a reindução podem restaurar a resposta ao tratamento. Sem conhecimento da Cmínima, o tratamento com agentes biológicos é feito às cegas e, por isso, pode acabar sendo modificado prematuramente em pacientes que não responderam à otimização ou reindução. Nossos colegas gastroenterologistas dosam os níveis terapêuticos das drogas e usam essa informação para fundamentar decisões terapêuticas. Eles podem, por exemplo, tentar outro medicamento em pacientes com níveis séricos apropriados mas que não respondem ao tratamento. Se a dose for subterapêutica, pode-se recorrer à reindução ou otimização (aumento da dose) para se tentar obter uma resposta sem trocar de medicamento. Em pacientes com psoríase, não é razoável usar um tratamento inferior por períodos prolongados se for possível otimizá-lo ou repetir a indução. Por isso, esperamos que seja possível desenvolver ensaios para todos os agentes biológicos. Isso permitirá criar diretrizes claras e objetivas para o tratamento desses pacientes. Também concordo com as recomendações dos autores de que a resposta ideal não requer dosagem da Cmínima e que, nesses casos, o tratamento deve continuar. Se não for obtida uma resposta ideal, deve-se dosar a Cmínima. Se ela estiver em níveis subterapêuticos, deve-se otimizar o tratamento aumentando a dose, diminuindo o intervalo ou repetindo a indução; se não estiver, deve-se trocar o agente biológico. – Wayne Gulliver

Os Cinco Melhores | Resumo e comentários

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10 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 VOLUME 16 :: NÚMERO 1

O SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO IPC SERÁ O EVENTO DE ABERTURA DA 49ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE EUROPEIA DE PESQUISA EM DERMATOLOGIA (ESDR).

Thomas Scharnitz, MD

O Dr. Thomas Scharnitz é residente terceiranista em dermatologia do Departamento de Dermatologia da Universidade de Michigan (Estados Unidos). Depois de se formar pela Universidade do Estado da Pensilvânia, o Dr. Scharnitz concluiu internato em medicina interna na Universidade da Virgínia.

A Sociedade Europeia de Pesquisa em Dermatologia (ESDR) realizou sua 49ª reunião em Bordeaux, na França. O evento começou com um simpósio apresentado pelo IPC, que apresentou algumas palestras e exibições de pôsteres. O simpósio “Modelos de mecanismos da psoríase: Autoimunes e/ou anti-inflamatórios?” foi apresentado pelos conselheiros do IPC Michael Gilliet, MD (Universidade de Lausanne, Suíça), Johann Gudjonsson, MD, PhD (Universidade de Michigan, Estados Unidos) e Jörg Prinz, MD (Universidade Ludwig-Maximillians, Munique, Alemanha). As principais apresentações do simpósio são resumidas a seguir.

AULAS DO SIMPÓSIO DO IPC

Células T autorreativas em psoríase Jörg Prinz, um dos moderadores do simpósio, discutiu a imunologia da psoríase, uma área dinâmica do conhecimento, e apresentou seu trabalho de identificação dos autoantígenos e alvos da doença.

Os agentes biológicos desencadearam um debate sobre a imunologia da psoríase, ajudando a definir as variantes genéticas que aumento o risco da doença. Mais de 80 variantes já foram identificadas, incluindo alterações das vias Th17 da IL-17/23, variantes de ganho de função da CARD14 pró-inflamatória e variantes de perda de função do receptor de IL-23, que protegem contra a doença.1

Um achado essencial para compreender a patogênese da psoríase é a epistase entre o gene HLA-C*06:02, que é fortemente específico para psoríase, e os genes ERAP.2 As proteínas codificadas pelos genes HLA e ERAP participam do processamento e da apresentação de antígenos .3 Diversas

publicações indicam que as células T CD8+ são essenciais para a psoríase; elas migram para epiderme psoriásica,4,5 reduzem as lesões ao serem inibidas,6 produzem IL-21/22,7 e apresentam forte expansão clonal em lesões psoriásicas.8

Os receptores de células T (TCRs) reconhecem vários antígenos, e isso dificulta a identificação de autoantígenos que possam servir como alvos terapêuticos. O grupo do Dr. Jörg Prinz analisou TCRs de células T CD8+ com expansão clonal para procurar células-alvo em vez de antígenos. Foram encontradas células T CD8+ que reagiam contra melanócitos positivos para HLA-C*06:02 , mas nunca para os negativos. Isso indica que os melanócitos são alvos de células T CD8+ em lesões psoriásicas e que essa resposta imune é mediada pelo HLA-C*06:02. Além disso, a análise dos peptídeos mostrou que a maioria das moléculas de HLA associadas à psoríase provavelmente apresenta o mesmo autoantígeno em razão da conservação de motivos de aminoácidos.9

Para esclarecer a epistase entre HLA-C*06:02 e ERAP-1, o grupo do Dr. Jörg Prinz criou linhagens celulares de melanoma deficientes em ERAP-1 (ERAP-1 -/-). Em estudos anteriores, foi observado que a proteína 5 semelhante a ADAMTS 5 (ADAMTSL5), um antígeno melanocítico apresentado pelo HLA-C*06:02, estimula o TCR psoriásico Vα3S1/Vβ13S1.9 Usando as células ERAP-1 -/-, o grupo constatou que o epítopo autoantigênico ADAMTSL5 depende do ERAP-1 para apresentação ao HLA-C*06:02 e identificou que algumas variantes de ERAP-1 aumentam o risco (rs30187) e outras protegem contra a doença (rs26653 e rs27044).10

REFERÊNCIAS1. Di Meglio P, Villanova F, Napolitano L, et al. The IL23R A/Gln381 allele promotes IL-23 unresponsiveness in human memory T-helper 17 cells and impairs Th17 responses in psoriasis patients. J Invest Dermatol. 2013;133(10):2381-2389.

2. Strange A, Capon F, Spencer CC, et al. A genome-wide association study identifies new psoriasis susceptibility loci and an interaction between HLA-C and ERAP1. Nat Genet. 2010;42(11):985-90.

3. Neefjes J, Jongsma ML, Paul P, Bakke O. Towards a systems understanding of MHC class I and MHC class II antigen presentation. Nat Rev Immunol. 2011;11(12):823-36.

4. Paukkonen et al. Arch Derm Res. 1992:284:375-379

Saber mais RESUMO DO SIMPÓSIOModelos de mecanismos da psoríase: autoimunes ou inflamatórios?

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11Saber mais Cuidar melhor

Resumo de simpósio

5. Conrad C, Boyman O, Tonel G, et al. Alpha1beta1 integrin is crucial for accumulation of epidermal T cells and the development of psoriasis. Nat Med. 2007;13(7):836-42.

6. Di Meglio P, Villanova F, Navarini AA, et al. Targeting CD8(+) T cells prevents psoriasis development. J Allergy Clin Immunol. 2016;138(1):274-276.e6.

7. Ortega C, Fernández-a S, Carrillo JM, et al. IL-17-producing CD8+ T lymphocytes from psoriasis skin plaques are cytotoxic effector cells that secrete Th17-related cytokines. J Leukoc Biol. 2009;86(2):435-43.

8. Chang JC, Smith LR, Froning KJ, et al. CD8+ T cells in psoriatic lesions preferentially use T cell receptor V beta 3 and/or V beta 13.1 genes. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91(20):9282-6.

9. Arakawa A, Siewert K, Stöhr J, et al. Melanocyte antigen triggers autoimmunity in human psoriasis. J Exp Med. 2015;212(13):2203-12.

10. Ombrello MJ, Kastner DL, Remmers EF. Endoplasmic reticulum-associated amino-peptidase 1 and rheumatic disease: genetics. Curr Opin Rheumatol. 2015;27(4):349-56.

Respostas de células T induzidas por lipídios na psoríaseChyung-Ru Wang, PhD, Feinberg School of Medicine da Universidade Northwestern (Chicago, Illinois, Estados Unidos) analisou os efeitos da hiperlipidemia (HLD) sobre uma população de células T capaz de reconhecer antígenos lipídicos endógenos apresentados pela molécula CD1.

Os antígenos lipídicos se ligam preferivelmente a moléculas CD1, que são glicoproteínas de baixíssimo polimorfismo encontradas na superfície celular.1,2 O lócus de CD1 humano codifica cinco proteínas CD1, que são divididas em três grupos. Uma proporção significativa (0,3% a 10%) das celulas T CD1 do grupo 1 (CD1 a, b e c) parecem ser autorreativas. Novos experimentos mostraram que a frequência de células CD1 a e b autorreativas é mais elevada em pacientes com psoríase.

A Drª. Chyung-Ru Wang estudou camundongos transgênicos que expressam CD1 humano (hCD1Tg) e constatou que as células dendríticas expressam níveis elevados de todas as isoformas de CD1 do grupo 1. O novo modelo de camundongo duplamente transgênico, denominado HJ1Tg (hCD1Tg × TCR autorreativo Cd1b) não apresentou manifestações de autoimunidade, reconhecimento de antígenos lipídicos autólogos ou secreção de citoquinas pró-inflamatórias.3,4

O cruzamento dos HJ1Tg com camundongos deficientes em ApoE, que são propensos a HLD (hDC1Tg/HJ1Tg/ApoE-/-), induziu grave dermatite clínica e aumentou a infiltração de neutrófilos e células T (medidos por citometria de fluxo) e IL-17/22/23 em lesões (medidos por perfil de mRNA). A estimulação policlonal induziu produção de IL-17A mas não de IFN-gama, e o tratamento anti-IL-17A produziu melhora significativa.5

Muitos lipídios apresentam níveis aumentados em camundongos transgênicos ApoE-/-. Os lipídios polares (mais potentes) e os fosfolipídios (mais abundantes) aumentaram a produção de citoquinas pelas células T HJ1Tg, o que sugere que ambos esses compostos são capazes de ativar essas células. Outro cruzamento com camundongos deficientes no receptor de LDL (LDLr-/-) demonstrou que a HLD isolada é capaz de promover inflamação da pele. O exame da pele revelou achados semelhantes aos observados em mutantes ApoE-/-. Os receptores autorreativos de células T parecem ser específicos, pois mutantes LDLr-/- específicos para o antígeno microbiano DN1Tg não desenvolveram dermatite. (Lin et al, dados não publicados)

Esse modelo de HLD mostrou que o acúmulo preferencial de lipídios na pele promove a mutação e a diferenciação de células dendríticas, levando eventualmente à secreção de IL-17A e, portanto, à inflamação, infiltração neutrofílica e produção de queratinócitos.6

REFERÊNCIAS

1. Porcelli SA. Bird genes give new insights into the origins of lipid antigen presentation. Proc Natl Acad Sci USA. 2005;102(24):8399-400.

2. Adams EJ. Lipid presentation by human CD1 molecules and the diverse T cell populations that respond to them. Curr Opin Immunol. 2014;26:1-6.

3. Felio K, Nguyen H, Dascher CC, et al. CD1-restricted adaptive immune responses to Mycobacteria in human group 1 CD1 transgenic mice. J Exp Med. 2009;206(11):2497-509.

4. Li S, Choi HJ, Felio K, Wang CR. Autoreactive CD1b-restricted T cells: a new innate-like T cell population that contributes to immunity against infection. Blood. 2011;118(14):3870-8.

5. Bagchi S, He Y, Zhang H, et al. CD1b-autoreactive T cells contribute to hyperlipidemia-induced skin inflammation in mice. J Clin Invest. 2017;127(6):2339-2352.

6. Bagchi, S, Genardi, S. & Wang, C.-R. Linking CD1-restricted T cells with autoimmunity and dyslipidemia: Lipid levels matter. Front Immunol. 2018; 9:1616.

A importância de antígenos “self” no sistema imune inatoMichel Gilliet apresentou suas pesquisas sobre a função do sistema imune inato na psoríase, com foco no autoantígeno peptídico antimicrobiano LL37.

A infiltração de células dendríticas plasmacitoides (CDp) produtoras de interferon 1 (IFN-1) é um evento essencial para o início da formação de placas psoriásicas. O IFN tipo 1 promove a expansão de células T e produção de IL-17, e o bloqueio das CDp evita a formação de lesões psoriasiformes em um modelo de xenotransplante murino.1

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12 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

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O grupo do Dr. Gilliet constatou que peptídeos antimicrobianos endógenos (p.ex. o LL37 produzido pelos queratinócitos) apresenta forte sobrexpressão em placas psoriásicas e exerce efeito ativador sobre as CDp.2 Os complexos de LL37 com DNA extracelular entram nos endossomos de CDp, ativando a produção de IFN tipo 1. Observou-se também colocalização desses complexos com TLR-9. O DNA humano não consegue fazer isso. Os complexos de LL37 possuem espaçamento de DNA ideal (3 a 4 nm), o que permite interdigitação com a molécula TLR-9 e indução de níveis elevados de IFNs do tipo 1.3

O grupo do Dr. Gilliet também constatou a presença de células T CD4 e CD8 específicas para LL37 em 40% dos pacientes e que isso se correlaciona com níveis mais elevados do índice de área e gravidade da psoríase (PASI). Em dois pacientes com doença grave, o tratamento com bloqueadores de TNF diminuiu os níveis de células T específicas para LL37 (ensaio quantitativo) e dos respectivos receptores de “homing” cutâneo (ensaio qualitativo para CCR6, CLA e CCR10*), produzindo melhora clínica.4 Tomados em conjunto, esses dados sugerem que a LL37 atua tanto como estimuladora da imunidade inata e como autoantígeno de célula T, podendo, portanto, participar da patogênese da psoríase.

Lesões psoriásicas agudas e instáveis apresentam níveis maiores de IFN tipo 1, enquanto lesões crônicas e estáveis são caracterizadas por inflamação mediada por Th17. A caracterização dos fenótipos permite diferenciar essas duas vias. Uma distinção semelhante é observada na psoríase paradoxal (induzida por tratamento anti-TNF), que é estimulada por IFN do tipo 1, e a psoríase, nas quais as células dendríticas não amadurecem o suficiente para estimular as células T. Com efeito, as lesões de psoríase paradoxal apresentam grandes quantidades de CDp, níveis altos de IFN tipo 1 e poucas células T CD8+ epidérmicas.5 Portanto, a psoríase paradoxal é um efeito colateral inato induzido pelo IFN tipo 1 e independente de células T e, portanto, não recorre na ausência de exposição a drogas anti-TNF.

REFERÊNCIAS

1. Nestle FO, Conrad C, Tun-kyi A, et al. Plasmacytoid predendritic cells initiate psoriasis through interferon-alpha production. J Exp Med. 2005;202(1):135-43.

2. Lande R, Gregorio J, Facchinetti V, et al. Plasmacytoid dendritic cells sense self-DNA coupled with antimicrobial peptide. Nature. 2007;449(7162):564-9.

3. Schmidt NW, Jin F, Lande R, et al. Liquid-crystalline ordering of antimicrobial peptide-DNA complexes controls TLR9 activation. Nat Mater. 2015;14(7):696-700.

4. Lande R, Botti E, Jandus C, et al. The antimicrobial peptide LL37 is a T cell autoantigen in psoriasis. Nat Mater. 2014;5:5621.

5. Conrad C, Di domizio J, Mylonas A, et al. TNF blockade induces a dysregulated type I interferon response without autoimmunity in paradoxical psoriasis. Nat Commun. 2018;9(1):25.

Desregulação da via da IL-36 na psoríase pustulosa e na psoríase vulgarO Diretor do IPC Hervé Bachelez (Hospital Universitário Saint Louis, Paris, França) discutiu os estudos científicos que demonstraram a importância funcional e o potencial terapêutico da via da interleucina 36 (IL-36) na psoríase.

Todas as variantes de psoríase pustulosa apresentam semelhanças moleculares e parecem ser monogênicas, o que indica que a doença é de natureza autoinflamatória.1 No cromossomo 2 do cluster da família IL-1, o IL-36RN codifica o antagonista do receptor de IL-36 (IL-36Ra).2 O receptor de IL-36 (IL-36R) é expresso em níveis elevados em várias células; nos fenótipos pustulosos, os queratinócitos e as células imunes inatas e adaptativas podem servir como alvos terapêuticos.3

O equilíbrio entre agonistas e antagonistas de IL-36 é essencial, e anomalias tendem a produzir inflamação desregulada. A pesquisa de mutações genéticas mostrou que as mutações de IL-36RN são mais prevalentes na psoríase pustulosa generalizada (PPG) que na psoríase pustulosa palmoplantar (PPP), sendo que ainda existe alguma incerteza sobre a patogenicidade de mutações heterozigotas de IL-36RN nas variantes pustulosas.4 Em camundongos transgênicos, o aumento da expressão de agonistas de IL-36α na pele promove inflamação psoriasiforme, e o nocaute do gene IL-36RN (+/- ou -/-) produz inflamação cutânea mais acentuada com característica de PPG.5 Em estudos de deficiência de IL-36Ra (DITRA), a uma mutação missense de IL-36RN (L27P) reduziu a zero a expressão da proteína IL-36Ra em western blot,6 ao passo que outras mutações reduziram os níveis e/ou a funcionalidade da proteína, que é comumente encontrada na PPP. Por sua vez, a mutação missense V2F inibiu a clivagem de IL-36RN e a atividade biológica de IL36Ra, induzindo influxo de neutrófilos na pele e PPG.7

A psoríase vulgar (PV) e a psoríase pustulosa generalizada (PPG) são geneticamente diferentes, embora haja algumas notáveis semelhanças genéticas entre as duas formas da doença (p.ex. ambas apresentam sobrerregulação dos genes de IL-36).8,9 Um achado interessante é que, em modelos de PV em camundongo, o tratamento com um anticorpo monoclonal contra o receptor da IL36 (anti-Rp2) em camundongos com xenoenxerto10 e a eliminação por nocaute do receptor IL-36 no modelo de camundongo tratado com imiquimode11 eliminam a inflamação cutânea.

Embora os fenótipos pustulosos sejam graves e debilitantes, o tratamento com antagonistas de IL-36 vem se mostrando promissor. Em um estudo-piloto recente de fase 1, 7 pacientes com PPG aguda receberam uma infusão de espesolimabe (anticorpo monoclonal humanizado anti-IL-36R) e obteve redução dramática do Índice de Área Acometida e Gravidade

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13Saber mais Cuidar melhor

de Psoríase Pustulosa Generalizada (GPPASI) em 79,8% até a semana 4 em todos os pacientes, melhora que se manteve por 20 semanas. Esse resultado abre caminho para novos estudos de fase 2 em diferentes formas de psoríase pustulosa.

REFERÊNCIAS

1. Marian AJ. Molecular genetic studies of complex phenotypes. Transl Res. 2012;159(2):64-79.

2. Marrakchi S, Guigue P, Renshaw BR, et al. Interleukin-36-receptor antagonist deficiency and generalized pustular psoriasis. N Engl J Med. 2011;365(7):620-8.

3. Lian LH, Milora KA, Manupipatpong KK, Jensen LE. The double-stranded RNA analogue polyinosinic-polycytidylic acid induces keratinocyte pyroptosis and release of IL-36γ. J Invest Dermatol. 2012;132(5):1346-53.

4. Twelves S, Mostafa A, Dand N, et al. Clinical and genetic differences between pustular psoriasis subtypes. J Allergy Clin Immunol. 2019;143(3):1021-1026.

5. Blumberg H, Dinh H, Trueblood ES, et al. Opposing activities of two novel members of the IL-1 ligand family regulate skin inflammation. J Exp Med. 2007;204(11):2603-14.

6. Tauber M, Bal E, Pei XY, et al. IL36RN Mutations Affect Protein Expression and Function: A Basis for Genotype-Phenotype Correlation in Pustular Diseases. J Invest Dermatol. 2016;136(9):1811-1819.

7. Bal E, Lim AC, Shen M, et al. Mutation in IL36RN impairs the processing and regulatory function of the interleukin-36-receptor antagonist and is associated with DITRA syndrome. Exp Dermatol. 2017;

8. Swindell WR, Remmer HA, Sarkar MK, et al. Proteogenomic analysis of psoriasis reveals discordant and concordant changes in mRNA and protein abundance. Genome Med. 2015;7(1):86.

9. Mahil SK, Catapano M, Di meglio P, et al. An analysis of IL-36 signature genes and individuals with knockout mutations validates IL-36 as a psoriasis therapeutic target. Sci Transl Med. 2017;9(411)

10. Johnston A, Xing X, Guzman AM, et al. IL-1F5, -F6, -F8, and -F9: a novel IL-1 family signaling system that is active in psoriasis and promotes keratinocyte antimicrobial peptide expression. J Immunol. 2011;186(4):2613-22.

11. Rabeony H, Pohin M, Vasseur P, et al. IMQ-induced skin inflammation in mice is dependent on IL-1R1 and MyD88 signaling but independent of the NLRP3 inflammasome. Eur J Immunol. 2015;45(10):2847-57.

Desregulação de AP1S3 e CARD14 na psoríase e em doenças psoriasiformesA geneticista Francesca Capon (Guy’s Hospital, Londres, Reino Unido) apresentou suas pesquisas sobre dois alelos gênicos que conferem risco para variantes de psoríase pustulosa.

A análise genética de formas raras de psoríase permite saber mais sobre a fisiopatologia da doença.

Apesar de terem baixa penetração, os alelos da subunidade sigma 3 do completo relacionado à proteína adaptadora 1 (AP1S3, que codifica uma subunidade do complexo AP1) aumentam significativamente o risco de psoríase pustulosa, sendo que

os alelos F4C e R33W são mais frequentes em casos que em controles.1 O laboratório da Drª. Capon estudou duas irmãs que apresentavam a mutação IL36RN, uma com fenótipo grave e outro leve. A irmã com a forma grave da doença também apresentava uma mutação do alelo AP1S3. Esse achado sugere que a AP1S3 pode afetar a expressão fenotípica do IL36RN mutante.2 O membro 14 da família das recrutadoras de caspases (CARD14) é abundante em queratinócitos e promove a ativação de NF-kB ao sofrer desenovelamento induzido por estímulos inflamatórios. Mutações de ganho de função da CARD14 causam ativação constitutiva da NF-kB, o que promove a psoríase vulgar, formas familiares de pitiríase rubra pilar e psoríase pustulosa generalizada. Essas mutações ativadoras, que são todas encontradas próximo à região inativadora “enovelada”, reduzem a CARD14 plasmática livre e aumentam os agregados insolúveis que medeiam a NF-kB.3-5

As mutações de perda de função produzem manifestações diferentes. O grupo da Drª. Capon analisou a sequência da CARD14 em 160 casos não aparentados de psoríase palmoplantar (PPP) e encontrou nove variantes raras não-sinônimas, que provavelmente possuem potencial deletério (p = 0,0006) e duas variantes com potencial deletério (E442K, R682W) mais frequentes em indivíduos com PPP (p= 0,05). Ao contrário da mutações de ganho de função, as mutações de perda de função são encontradas ao longo de todo o gene. Duas variantes (posições 591 e 597) são encontradas em locais próximos de uma variante de perda de função (posição 593) e são responsáveis por dermatite atópica. Esse achado sugere que as variantes associadas à psoríase pustulosa palmoplantar promovem perda de função.6

REFERÊNCIAS1. Setta-Kaffetzi N, Simpson MA, Navarini AA, et al. AP1S3 mutations are associated with pustular psoriasis and impaired Toll-like receptor 3 trafficking. Am J Hum Genet. 2014;94(5):790-7.

2. Mahil SK, Twelves S, Farkas K, et al. AP1S3 Mutations Cause Skin Autoinflammation by Disrupting Keratinocyte Autophagy and Up-Regulating IL-36 Production. J Invest Dermatol. 2016;136(11):2251-2259.

3. Jordan CT, Cao L, Roberson ED, et al. PSORS2 is due to mutations in CARD14. Am J Hum Genet. 2012;90(5):784-95.

4. Fuchs-telem D, Sarig O, Van steensel MA, et al. Familial pityriasis rubra pilaris is caused by mutations in CARD14. Am J Hum Genet. 2012;91(1):163-70.

5. Berki DM, Liu L, Choon SE, et al. Activating CARD14 Mutations Are Associated with Generalized Pustular Psoriasis but Rarely Account for Familial Recurrence in Psoriasis Vulgaris. J Invest Dermatol. 2015;135(12):2964-2970.

6. Peled A, Sarig O, Sun G, et al. Loss-of-function mutations in caspase recruitment domain-containing protein 14 (CARD14) are associated with a severe variant of atopic dermatitis. J Allergy Clin Immunol. 2019;143(1):173-181.e10.

Resumo do simpósio

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14 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

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APRESENTAÇÕES DE PÔSTER EM SIMPÓSIOS DO IPC

O inibidor seletivo da tirosina quinase 2 BMS-986165 diminui a assinatura transcricional das vias da Th17, interleucina 12 e interferon na pele psoriásica: resultados de um estudo de fase 2. Ian Catlett, PhD, Bristol-Myers Squibb (Princeton, Nova Jérsei, Estados Unidos)

• A psoríase depende da via IL-23/Th17, e acredita-se que a doença seja iniciada pela ativação de células dendríticas plasmacitoides e indução de interferons do tipo 1 (IFNs).

• O BMS-986165 é um inibidor de tirosina quinase 2 (TYK2) via oral que se liga ao domínio de pseudoquinase (e não ao domínio conservado como os inibidores de JAK), bloqueando a transdução de sinais por IL-23, IL-12 e IFNs tipo 1 em ensaios celulares.

• Neste ensaio de determinação de dose randomizado e controlado de fase 2, 267 pacientes com psoríase moderada a grave foram alocados em três grupos de dose de BMS-986165 (exceto 3 mg em dias alternados) e obtiveram resultados melhores que com placebo em atingir PASI 75 depois de 12 semanas. A incidência de PASI 75 foi de 9,1% com 3 mg em dias alternados, 39% com 3 mg/dia, 69% com 3 mg 2x/dia, 67% com 6 mg 2x/dia e 75% com 12 mg/dia, contra 7% com placebo (p < 0,001 para todas as comparações).

• Em um subestudo opcional (n = 37), as biópsias de lesão e de pele sadia identificaram alterações significativas na expressão gênica após o tratamento, e a análise dos transcriptomas mostrou que o tratamento com BMS-986165 diminuiu as concentrações de marcadores de IL-23/Th17 e da via da IFN.

• Em resumo, o BMS-986165 mostrou resultados promissores, com seletividade e efeitos sobre o perfil de assinaturas de transcrição, o que sugere que a droga deve continuar a ser investigada.

Algumas variantes de CARD14 estão associadas à psoríase palmoplantarAthanasios Niaouris, MSc, King's College de Londres, Reino Unido

• A proteína que contém o domínio de recrutamento de caspase 14 (CARD14) é uma proteína adaptadora que medeia a sinalização por NF-kB em queratinócitos. Mutações de ganho de função da CARD14 podem causar psoríase vulgar e psoríase pustulosa generalizada.

• O grupo investigou a participação da CARD14 na pustulose palmoplantar (PPP) analisando anomalias da CARD14 em 160

casos de PPP por meio de perfis de exoma inteiro (n = 103) ou sequenciamento de Sanger da região CARD14 (n = 57).

• Foram identificadas onze variantes que provavelmente exercem efeitos deletérios, e um teste da correlação com a intensidade da doença encontrou associação significativa entre as mudanças e a PPP (RC 2,5, IC 95% 1,39 a 4,65; p = 0,0023).

• A análise de marcador único revelou um alelo infrequente com potencial deletério (E422K), que foi mais frequente nos casos que nos controles (RC 1,7; IC 95% 1,07 a 2,69; p = 0,025).

• As variantes foram encontradas ao longo de todo o gene e mapeadas em outras regiões que não a da mutação de ganho de função conhecida como porção hélice enovelada.

• Esses achados sugerem que o CARD14 participa da patogênese da PPP e que os alelos de risco podem atuar por meio de mecanismos de perda de função.

O micro-RNA circulante em vesículas extracelulares plasmáticas pode servir como biomarcador de artrite psoriásica em pacientes com psoríaseLorenzo Pasquali, doutorando do Hospital Universitário Karolinska, Estocolmo, Suécia

• A artrite psoriásica (APs) é uma complicação grave que ocorre em 30% dos pacientes com psoríase. Atualmente não existem marcadores moleculares confiáveis para APs.

• Os micro-RNAs (miRNA) são RNAs regulatórios não codificantes encontrados em vesículas extracelulares na circulação. Postulou-se que eles podem servir como biomarcadores em várias doenças.

• Foram obtidas amostras de plasma de pacientes com psoríase cutânea (PsC) e APs diagnosticada há pelo menos dez anos.

• Na coorte de descoberta (PsC n = 15 e APs n = 14), o sequenciamento de RNA identificou expressão diferencial de 19 miRNAs de vesículas extracelulares em APs em relação à PsC. Na fase de validação (PsC n = 29 e APs n = 28), 41 miRNAs em vesículas extracelulares apresentaram níveis plasmáticos significativamente mais baixos em arrays de PCR quantitativo (let-7b-5p e miR30e-5P).

• A diminuição dos níveis de miRNA foi associada com a presença de APs, e a análise da curva resposta-operador revelou ASC de 0,68 (IC 95% 0,53 a 0,83) para let-7b-5p e 0,69 (IC 95% 0,55 a 0,84) para mi-R-30e-5p.

• Em resumo, os micro-RNAs em vesículas extracelulares podem servir como biomarcadores de artrite em pacientes com psoríase.

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15Saber mais Cuidar melhor

Diferenças entre assinaturas de expressão gênica ajudam a distinguir a resposta clínica ao ustequinumabe em comparação com o adalimumabe na psoríase Ashley Rider, MSc, Newcastle University, Newcastle Upon Tyne, Reino Unido

• Esse estudo procurou identificar assinaturas de expressão gênica preditivas da resposta a dois agentes biológicos comumente usados: o adalimumabe (inibidor de TNF-α) e o ustequinumabe (inibidor de IL-12/23).

• Análises de sequenciamento de RNA de grande volume de biópsias de pele foram realizadas em 82 pacientes com psoríase tratados com adalimumabe ou ustequinumabe no início do tratamento, após 1 semana e após 12 semanas. A resposta clinica foi definida em termos da redução percentual do escore PASI após 12 semanas em comparação com o início (ΔPASI).

• Foi identificada expressão diferencial de genes. A análise de componentes principais mostrou que os principais fatores relacionados a variação do transcriptoma foram o tecido, o tempo e o escore PASI (nessa ordem). A análise pelo software Ingenuity Pathway Analysis mostrou que as duas coortes de tratamento possuem sinais regulatórios em comum.

• A subregulação das vias NF-κB e p38 apresentou associação mais forte com PASI absoluto com adalimumabe que com ustequinumabe. A subregulação da sinalização por interferon (IFN) durante a fase inicial apresentou forte associação com ΔPASI em pacientes tratados com ustequinumabe, mas não com adalimumabe. A subregulação da sinalização por IFN nas semanas 1 e 12 foi associada com a variação do escore PASI em ambas as coortes de tratamento.

• Esse estudo mostra que o tratamento com agentes biológicos na psoríase pode ser estratificado em função da expressão gênica inicial observada no início do tratamento.

O miR-378a é sobrexpresso em queratinócitos de psoríase e potencial respostas inflamatórias mediadas por IL-17A Enikö Pivarcsi Sonkoly, MD, PhD, Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia

• A citoquina IL-17 produzida pela Th17 é essencial para a patogênese da psoríase. A IL-17 atua sobre os queratinócitos (QCs) e induz vias inflamatórias.

• Este estudo identificou RNAs pequenos derivados de queratinócitos, originário tanto de lesões como de pele sadia, por meio de sequenciamento de RNA de nova geração. Constatou-se que o mi-R378a é expresso de forma diferente

em QCs na psoríase e apresenta sobrerregulação acentuada em QCs lesionais.

• A expressão em QCs humanos primários em cultura foi analisada por qPCR. Os resultados mostraram que a IL-17A é uma indutora importante da expressão de miR-378a, o que não ocorre com outras citoquinas.

• O inibidor da via NF-κB BAY 11-7082 impediu que a IL-17A induzisse a miR-378a. Isso sugere que a via da NF-κB contribui para a regulação de miR-378a.

• A sobrexpressão de miR-378a em QCs primários potencializa redução mediada por IL-17A de CCL20, IL-8, hBD2 e outros mediadores inflamatórios em queratinócitos.

• Esses achados sugerem que a sobrerregulação de miR-378a em QCs de lesões aumenta a resposta inflamatória a IL-17A, amplificando assim a inflamação mediada por IL-17A. Talvez a inibição de mi-R378a produza efeitos terapêuticos na psoríase.

O tratamento com espesolimabe, um anticorpo contra receptores de interleukin-36, está associado com diminuição de biomarcadores ligados às vias inata, Th1/17 e neutrofílica em pacientes com psoríase Christian Thoma, MD, Boehringer Ingelheim International GmbH, Biberach, Alemanha

• A psoríase pustulosa generalizada (PPG) é uma doença rara, associada a risco de vida e caracterizada por erupções cutâneas recorrentes difusas e forte associação genética com a via da IL-36.

• Neste estudo-piloto de fase 1, o anticorpo monoclonal anti-IL36R espesolimabe (BI-655130) foi administrado a sete pacientes com PPG e exacerbações moderadas a graves. Foi usada uma dose única intravenosa de 10 mg/kg sem mascaramento.

• O espesolimabe produziu melhora rápida e persistente. Na semana 4, todos os 7 pacientes obtiveram escore de 0 ou 1 (pele limpa ou quase limpa) na escala de Avaliação Global por Médico da Psoríase Pustulosa Generalizada (GPPGA), com melhora de 79,8% em relação ao início no Índice de Gravidade e Área Acometida por Psoríase Pustulosa Generalizada (GPPASI). Ambos esses escores haviam se mantido após 20 semanas.

• Dosagens de biomarcadores no sangue e na pele das lesões mostrou forte subregulação das vias patogênicas neutrofílicas após o tratamento.

• Nenhum evento adverso sério foi observado. São necessários mais estudos para determinar a eficácia clínica, durabilidade do efeito e eventos adversos associados a esse novo medicamento.

Resumo do simpósio

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18 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 VOLUME 16 :: NÚMERO 1

SIMPÓSIO CIENTÍFICO APRESENTADO PELO IPC NA REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE JAPONESA DE PESQUISA EM DERMATOLOGIA (JSID) DE 2019

Kana Masuda-Kuroki, MD

A Drª. Kana Masuda-Kuroki é fellow clínico do departamento de dermatologia da Universidade Médica de Tóquio, no Japão. Ela se formou em medicina pela Escola de Medicina da Universidade Ehime (Ehime, Japão) em 2011 e concluiu doutorado em dermatologia pela Escola de Pós-graduação da mesma universidade em 2019.

Nos últimos anos, os pesquisadores realizaram avanços significativos na compreensão dos mecanismos e da genética da psoríase. Esse assunto foi tema de um simpósio apresentado pelo Comitê de Pesquisa do IPC no congresso da Sociedade Japonesa de Dermatologia Investigativa (JSID) em Aomori, Japão, no início de novembro. Foram discutidos modelos de mecanismos, dados epidemiológicos, estudos genéticos e medicina estratificada por meio de uma abordagem “multiômica”.

O programa Dissecando a Psoríase: Estudos dos Mecanismos da Psoríase Pustulosa e em Placas foi apresentado pelo Prof, Jonathan Barker (St John’s Institute of Dermatology, King’s College, Londres) e pelo Membro da Diretoria do IPC Prof. Chris Griffiths (Universidade de Manchester, Reino Unido). O evento contou com cinco apresentações com novas informações sobre os mecanismos patológicos que contribuem para a psoríase e doenças relacionadas.

Modelo genético da psoríase pustulosa generalizada O Membro do IPC Dr. Hervé Bachelez (Hospital Universitário Saint Louis, Paris) abriu o simpósio com uma discussão dos estudos imunogenéticos sobre a psoríase pustulosa generalizada (PPG). O Dr. Bachelez explicou que a PPG e a psoríase vulgar apresentam diferenças genéticas entre si.

Cada uma dessas doenças segue um modelo genético diferente. A PPG possui um fenótipo complexo, semelhante ao observado na hipertrofia cardíaca, que o Dr. Bachelez citou como fenótipo complexo, assim como diversos outros determinantes de expressão fenotípica de hipertrofia cardíaca, tais como genética, genômica e fatores ambientais externos, conforme descrito por Marian AJ et al.1

As primeiras mutações heterozigotas de perda de função do gene IL36RN foram identificadas na psoríase pustulosa por Marrakchi et al.2 e Onoufriadis et al.3. Esses autores revelaram o importante papel patogênico da via da interleucina 36 (IL-36) na PPG, que é secundário à perda da estrutura e função do antagonista do receptor IL-36 (IL-36RA). Jordan et al.4 e Sugiura et al.5 demonstraram que mutações de ganho de função do gene CARD14 (p.ex. c.526G>C, que acarreta p.Asp176His) podem causar psoríase pustulosa generalizada com psoríase vulgar em uma coorte japonesa. Setta-Kaffetzi et al. descreverem que o gene AP1S3 apresenta anomalias na psoríase pustulosa generalizada.6 Garlanda et al. identificaram a via da IL-36 como parte importante da resposta imune inata da pele .7

A identificação de anomalias genéticas patológicas permite estratificar melhor os pacientes e reconhecer correlações entre genótipos e fenótipos. Twelves et al. demonstraram que as mutações de IL36RN são mais frequentes na PPG e na acrodermatite contínua de Hallopeau (ACH) que na pustulose palmoplantar (PPP). Essas mutações também afetam a idade d início da doença.8 Tauber et al. observaram que a IL36RN mutante produz efeitos diferentes sobre a expressão e função da proteína IL36Ra e que isso influencia a gravidade da doença.9

Recentemente, foram publicados estudos de genética funcional e proteômica da família das proteínas do antígeno epitelial prostático humano (STEAP). A STEAP1 e a STEAP4 possuem a mesma localização que a IL36-γ e se correlacionam com a família IL-1. Bal et al. descreveram mutações missense de IL36RN que codificam IL36RA imatura, o que produz PPG e doença de pele secundária à deficiência do antagonista do receptor IL-36 (IL-36R). Isso demonstra que a geração da forma bioativa a partir da clivagem da forma imatura é necessária para a homeostasia da via IL-36.10

Por outro lado, embora a IL36RN não apresente mutações em pacientes com psoríase vulgar, a via da IL-36 é desregulada em lesões de pele psoriásicas. Isso sugere que a IL-36 pode exercer efeitos pró-inflamatórios em diversos subtipos de psoríase, independentemente das características genéticas da doença.

Investigações genéticas de fenótipos “extremos” de psoríase, considerados doenças órfãs, já levou a estudos sobre tratamentos inovadores. Oito anos depois da primeira publicação descrevendo uma anomalia causal na PPG, Bachelez et al.

RESUMO DO SIMPÓSIODissecando a psoríase: Estudos dos mecanismos da psoríase pustulosa e em placas

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19Saber mais Cuidar melhor

publicaram em 2019, na mesma revista, que o espesolimabe, um anticorpo monoclonal anti-IL-36R, reduz a gravidade da PPG em um estudo de fase 1 da doença.11

Em resumo, a psoríase pustulosa generalizada serve como modelo que traz informações sobre o sistema imune cutâneo, e a psoríase pustulosa possui uma genética diferente daquela da psoríase vulgar.

Mecanismos fisiopatológicos da pustulose palmoplantarO Dr. Masamoto Murakami, professor adjunto de dermatologia da Escola de Pós-Graduação em Medicina da Universidade Ehime, no Japão, apresentou estudos interessantes sobre psoríase pustulosa palmoplantar e questionou se a PPP é uma doença relacionada à psoríase ou uma forma localizada de psoríase pustulosa.

A pustulose palmoplantar (PPP) possui três fenótipos: vesicular pustulosodescamativo e eritematoso. O conceito de PPP foi descrito pela primeira vez em 1930. A pustulose palmoplantar (PPP) de Barber é uma forma de psoríase pustulosa localizada que afeta as superfícies palmares e plantares.12 Em 1934, Andrews et al. descreveram vários casos com pústulas persistentes nas palmas das mãos e nas solas dos pés.13 No ano seguinte, Andrews et al. deram a essas erupções o nome de “bactérides pustulosas das mãos e pés”.14 Hoje a doença é considerada uma patologia relacionada à psoríase ou uma forma localizada de psoríase pustulosa em países do ocidente. No Japão, contudo, várias publicações a consideram uma entidade distinta, sendo rara a ocorrência simultânea de PPP e psoríase.15 Os japoneses denominam “pustulose palmoplantar” a doença que o resto do mundo conhece como “psoríase palmoplantar.”

O Dr. Murakami apresentou vários estudos dos mecanismos da PPP. Ele observou que as vesículas da PPP se formam inicialmente no acrossiríngeo e contêm os peptídeos antimicrobianos hCAP-18/LL-37 e dermocidina, que são encontrados no suor.16 Os níveis de mRNA de IL-8 também aumentaram significativamente com a estimulação de vesículas de PPP, sendo observada também diminuição do hCAP-18/LL-37 endógeno por cromatografia de afinidade (dep-PPP-VF)17 Essas publicações sugerem que o PPP-VF contém a proteinase necessária para processamento de LL-37 e pode sobrerregular diretamente a IL-8 em queratinócitos nas lesões, o que contribui para a inflamação subsequente da pele com lesões de PPP. Em seu trabalho, o Dr. Murakami mostrou que a TLN-58, que é outra forma processadora de hCAP18, foi encontrada em vesículas de lesões de PPP.18 Essa forma adicional também pode participar da inflamação constante observada em lesões de PPP.

No encerramento, o Dr. Murakami demonstrou a formação anormal de escamas observadas nas vesículas e pústulas da

PPP. Kaneko et al. descreveram sobrexpressão de peptidases relacionadas à calicreína (KLK) na pustulose palmoplantar.19 O Dr. Murakami afirmou que o mecanismo da PPP no acrossiríngeo pode estar relacionado com LL37, IL-8 e sobrexpressão de KLK.

Distúrbios autoinflamatórios queratinizantesO Dr. Kazumitsu Sugiura, professor de dermatologia da Universidade Fujita de Ciências da Saúde (Toyoake, Japão) discutiu as doenças associadas com distúrbios autoinflamatórios queratinizantes, a deficiência do antagonista do receptor de interleucina 36, a psoríase familiar mediada por CARD14, a queratose liquenoide crônica e os genes mutantes associados a cada uma dessas doenças.

São distúrbios autoinflamatórios queratinizantes (DAQ) a deficiência do antagonista do receptor de interleucina 36 (DITRA), a psoríase mediada por CARD14 (CAMPS) e a queratose liquenoide crônica familiar (QLCF).20

A DITRA é causada por uma mutação de IL36RN e está associada com a psoríase pustulosa generalizada (PPG) e com o impetigo. O Dr. Sugiura observou DITRA no impetigo herpetiforme,21 e na PPG associada ao vírus da varicela zoster heterozigoto para mutação de IL36RN,22 assim como PPG induzida por amoxicilina em gêmeos idênticos.23 Portanto, a DITRA é uma doença autoinflamatória monogênica com risco à vida causada por mutações de perda de função do gene IL36RN.

A psoríase mediada por CARD14 (CAMPS) é causada por uma mutação de CARD14. Acredita-se que o CARD14 ativa o promotor da cadela leve kappa do fator nuclear de células B ativadas (NF-kB). O Dr. Sugiura descreveu a variante c.526G>C (p.Asp176His) do CARD14, que é um fator de risco significativo para PPG associada à psoríase vulgar.5 Berki et al. e Mossner et al. constataram que a variante p.Asp176His também está associada com PPG e com a pitiríase rubra pilar (PRP).24,25

Griffiths et al. sugeriram pela primeira vez que a PRP pode ser classificada em cinco tipos em função de suas características clínicas, idade de início e prognóstico.26 Recentemente, Takeuchi et al. descreveram que a PRP tipo V é um distúrbio autoinflamatório queratinizante causado por mutações de CARD14.27 Mellet et al. demonstraram que mutações de ganho de função de CARD14 causam erupções psoriasiformes.28

O grupo do Dr. Sugiura também observou que a queratose liquenoide familiar crônica (QLFC) é causada por uma mutação do NLRP1 que ativa os inflamassomos, induzindo secreção de IL-1b e IL-18. O Dr. Sugiura concluiu que a PPG, a PRP e o líquen plano são todas distúrbios autoinflamatórios queratinizantes, assim como a DITRA, CAMPS e QLFC. No futuro, outras doenças de pele inflamatórias cujos mecanismos ainda são desconhecidos poderão ser reconhecidas como DAQ.

Resumo do simpósio

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20 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

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Genética da psoríase em placas e seu uso na estratificação da doençaO Presidente do IPC Prof. Jonathan Barker discutiu estudos que demonstraram uma relação entre a genética e a psoríase.

O estudo genético de doenças como a psoríase permite entender a suscetibilidade, identificar as vias biológicas mais pertinentes e a causalidade (p.ex. estudos de associação em genoma inteiro [GWAS] da IL-23 ou array do exoma de TYK2), prever a evolução clínica (fatores de risco para artrite psoriásica e associação causal com a obesidade) e, quando combinado com outras análises “ômicas”, estratificar a doença em função do fenótipo e da evolução clínica (IL-36RN e PPG, HLA 06:02 e evolução associada com o uso de agentes biológicos).

A hereditariedade é responsável por 60% a 70% do risco de psoríase. A maioria dos estudos genéticos acompanhou pacientes caucasianos ou chineses da etnia han. Existe grande sobreposição, mas também algumas diferenças entre essas etnias. O HLA-C 06:02 (HLA-Cw6) é o principal fator de risco genético para psoríase vulgar. Seu efeito genético é maior que o de todos os outros lócus combinados.29

Estudos de associação de genoma inteiro permitem usar os conhecimentos patológicos no tratamento da doença. Dand et al. demonstraram que algumas variantes do IFIH1 (gene que codifica o receptor antiviral inato MDA5) e do TYK2 (que codifica uma Janus quinase) têm participação significativa na produção e sinalização do interferon tipo I (IFN) e da IL-23.30

Bowes et al. notaram que o HLA-C*06:02 não está associado com artrite psoriásica.31 Patrick et al. introduziram um algoritmo computacional para prever artrite psoriásica em pacientes com psoríase usando dados de seis coortes com mais de 7.000 pacientes com artrite psoriásica e psoríase vulgar sem artrite.32 Acredita-se que as diferenças entre a psoríase e a artrite psoriásica dependem de elementos reguladores.30

Estudos recentes revelaram uma associação ente o índice de massa corporal (IMC) e o risco de psoríase. Budu-Aggrey et al. apresentaram evidências de que IMCs mais elevados aumentam o risco de psoríase.33 Ogawa et al. identificaram uma relação causal entre obesidade e risco de psoríase.34 Esses estudos indicam que é necessário priorizar o tratamento e intervenções de estilo de vida que controlem o peso corporal para prevenir ou tratar a doença de pele.

Estudos genéticos também podem produzir dados valiosos para validação de alvos terapêuticos. Cook et al. discutiram os resultados de um estudo longitudinal abrangente de drogas de molécula pequena a fim de criar um framework baseado nos cinco principais determinantes técnicos de sucesso do projeto e qualidade de pipeline.35 Os alvos de drogas para os quais havia

evidências genéticas de participação na fisiopatologia da doença tinham duas vezes mias chances de serem bem-sucedidas.

Abordagem “multiômica” para estratificação clinicaO Membro da Diretoria do IPC Prof. Christopher Griffiths apresentou a estratificação por meio de uma abordagem multiômica para vários fenótipos da psoríase.

No Reino Unido, a psoríase afeta cerca de 2% da população, sendo que a maioria dos casos começa antes dos 40 anos de idade. Quase 55% dos casos de psoríase de início precoce estão associados com HLA Cw 0602. A psoríase também é acompanhada de graves comorbidades, tais como artrite psoriásica (30%), depressão (30%), doença inflamatória intestinal, doenças cardiovasculares e obesidade.

Diversos agentes biológicos foram desenvolvidos e usados na psoríase, tais como anti-IL-12/23p40 (ustequinumabe), anti-IL-23p19 (tildraquizumabe, guselcumabe e risanquizumabe), anti-IL-17A (secuquinumabe e ixequizumabe), anti-IL-17R (brodalumabe) e diversos agentes antagonistas do fator de necrose tumoral como etanercepte, infliximabe e adalimumabe. No Reino Unido, esses fármacos são usados como tratamento de primeira linha quando o tratamento convencional é ineficaz ou inadequado.

A medicina estratificada se baseia na identificação de subgrupos de pacientes com mecanismos distintos de doença (endótipo da doença) ou respostas específicas a tratamentos (endótipo de resposta terapêutica). Esse método permite que os pesquisadores identifiquem e desenvolvam tratamentos eficazes para grupos específicos de pacientes. A medicina estratificada busca criar orientações terapêuticas, de modo a eliminar a tentativa e erro da escolha dos tratamentos e garantir que o paciente certo receba o tratamento certo na hora certa.36

Wilkinson et al. observaram que os níveis sanguíneos de adalimumabe no início do tratamento são preditores da regressão da doença após seis meses.37 Tsakok et al. constataram que os níveis de ustequinumabe no início do tratamento também são preditores da resposta da doença.38 Dand et al. demonstraram que pacientes com psoríase e HLA-Cw6+ve apresentam resposta PASI 90 (pontuação 90 no Índice de Área e Gravidade da Psoríase [PASI]) com ustequinumabe que aqueles com HLA-Cw6-ve.39

O Registro de Biológicos e Imunomoduladores da Associação Britânica de Dermatologia (BADBIR) é um registro de farmacovigilância de longo prazo de pacientes com psoríase tratados com agentes biológicos, moléculas pequenas ou tratamentos sistêmicos convencionais em 164 departamentos de dermatologia no Reino Unido e na Irlanda. O registro possui

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21Saber mais Cuidar melhor

Resumo do simpósio

dados de quase 19.000 pacientes, dos quais um terço doaram amostras de DNA ou amostras de soro seriadas. Trabalhos recentes com “machine learning” (modelagem de classes latentes mistas) identificaram quatro trajetórias de resposta aos agentes biológicos a partir dos dados do registro BADBIR.40-43

No encerramento, o Dr. Griffiths introduziu um framework de previsão multiômica da resposta da psoríase ao tratamento com agentes biológicos.44 O estudo apresentou um framework analítico e uma base empírica para estimar a potência estatística necessária em estudos maiores, em especial o consórcio Psoriasis Stratification to Optimise Relevant Therapy (PSORT), que reúne universidade e indústria no Reino Unido. O PSORT utiliza biomarcadores clínicos, genéticos e imunes para tentar prever como os pacientes com psoríase responderão aos tratamentos biológicos.

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3. Onoufriadis A, Simpson MA, Pink AE, et al. Mutations in IL36RN/IL1F5 are associated with the severe episodic inflammatory skin disease known as generalized pustular psoriasis. Am J Hum Genet. 2011 Sep 9;89(3):432-7. doi: 10.1016/j.ajhg.2011.07.022. Epub 2011 Aug 11.

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5. Sugiura K, Muto M, Akiyama M. CARD14 c.526G>C (p.Asp176His) is a significant risk factor for generalized pustular psoriasis with psoriasis vulgaris in the Japanese cohort. J Invest Dermatol. 2014; 134: 1755-1757.

6. Setta-Kaffetzi N, Simpson MA, Navarini AA, et al. AP1S3 mutations are associated with pustular psoriasis and impaired Toll-like receptor 3 trafficking. Am J Hum Genet. 2014; 94: 790-7.

7. Garlanda C, Dinarello CA, Mantovani A. The interleukin-1 family: back to the future. Immunity. 2013 Dec 12;39(6): 1003-1018.

8. Twelves S, Mostafa A, Dand N, et al. Clinical and genetic differences between pustular psoriasis subtypes. J Allergy Clin Immunol. 2019 Mar; 143(3):1021-1026.

9. Tauber M, Bal E, Pei XY, et al. IL36RN mutations affect protein expression and vunction: a basis for genotype-phenotype correlation in pustular diseases. J Invest Dermatol. 2016; Sep;136(9): 1811-1819.

10. Bal E, Lim AC, Shen M, et al. Mutation in IL36RN impairs the processing and regulatory function of the interleukin-36-receptor antagonist and is associated with DITRA syndrome. Exp Dermatol. 2019 Oct;28(10): 1114-1117.

11. Bachelez H, Choon SE, Marrakchi S, et al. Inhibition of the interleukin-36 pathway for the treatment of generalized pustular psoriasis. N Engl J Med. 2019 Mar 7; 380(10):981-983.

12. Barber HW. Pustular Psoriasis. Proc R Soc Med. 1930 Oct 23(12): 1637.

13. Andrews G, Birkman FW, Kelly RJ. Recalcitrant pustular eruptions of the palms and soles. Arch Dermatol Syphilol. 1934; 29(4): 548-563.

14. Andrews G, Machacek GF. Pustular bacterids of the hands and feet. Arch Dermatol Syphilol. 1935;32:837-847.

15. Uehara M, Ofuji S. The morphogenesis of pustulosis palmaris et plantaris. Arch Dermatol. 1974 April;109(4):518-520.

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17. Murakami M, Kaneko T, Nakatsuji T, et al. Vesicular LL-37 contributes to inflammation of the lesional skin of palmoplantar pustulosis. PloS One. 2014; 9(10):e110677. Published online 2014 Oct 16.

18. Murakami M, Kameda K, Tsumoto H, et al. TLN-58, an additional hCAP18 processing form, found in the lesion vesicle of palmoplantar pustulosis in the skin. J Invest Dermatol. 2017 Feb; 137(2):322-331.

19. Kaneko T, Murakami M, Kishibe M, et al. Over-expression of kallikrein related peptidases in palmoplantar pustulosis. J Dermatol Sci. 2012 July;67(1):73-76.

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21. Sugiura K, Oiso N, Iinuma S, et al. IL36RN mutations underlie impetigo herpetiformis. J Invest Dermatol. 2014 Sep;134(9): 2472-2474.

22. Sugiura K, Uchiyama R, Okuyama R, Akiyama M. Varicella zoster virus-associated generalized pustular psoriasis in a baby with heterozygous IL36RN mutation. J Am Acad Dermatol. 2014 Nov;71(5):e216-218.

23. Sugiura K, Shoda Y, Akiyama M. Generalized pustular psoriasis triggered by amoxicillin in monozygotic twins with compound heterozygous IL36RN mutations: comment on the article by Navarini et al. J Invest Dermatol. 2014 Feb;134: 578-579.

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26. Griffiths WA. Pityriasis rubra pilaris. Clin Exp Dermatol. 1980 Mar;5(1): 105-112.

27. Takeichi T, Sugiura K, Nomura T, et al. Pityriasis rubra pilaris type V as an autoinflammatory disease by CARD14 mutations. JAMA Dermatol. 2017 Jan 1;153(1):66-70.

28. Mellett M, Meier B, Mohanan D, et al. CARD14 gain-of-function mutation alone is sufficient to drive IL-23/IL-17-mediated psoriasiform skin inflammation in vivo. J Invest Dermatol. 2018 Sept;138(9):2010-2023.

29. Tsoi LC, Stuart PE, Tian C, et al. Large scale meta-analysis characterizes genetic architecture for common psoriasis associated variants. Nat Commun. 2017 23815382,

30. Dand N, Mucha S, Tsoi LC, et al. Exome-wide association study reveals novel psoriasis susceptibility locus at TNFSF15 and rare protective alleles in genes contributing to type I IFN signalling. Hum Mol Gen. 2017 Nov 1;26(21):4301-4313.

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22 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

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32. Patrick MT, Stuart PE, Raja K, et al. Genetic signature to provide robust risk assessment of psoriatic arthritis development in psoriasis patients. Nat Commun. 2018 Oct 9;9(1):4178.

33. Budu-Aggrey A, Brumpton B, Tyrell J, et al. Evidence of a causal relationship between body mass index and psoriasis: A mendelian randomization study. PLoS Med. 2019 Jan;16(1) :e1002739.

34. Ogawa K, Stuart PE, Tsoi LC, et al. A transethnic mendelian randomization study identifies causality of obesity on risk of psoriasis. J Invest Dermatol. 2019 Jun;139(6):1397-1400.

35. Cook D, Brown D, Alexander R, et al. Lessons learned from the fate of AstraZeneca's drug pipeline: a five-dimensional framework. Nat Rev Drug Disc. 2014 Jun;13(6):419-431.

36. Hood L, Friend SH. Predictive, personalized, preventive, participatory (P4) cancer medicine. Nat Rev Clin Oncol. 2011 Mar; 8(3):184-187.

37. Wilkinson N, Tsakok T, Dand N, et al. Defining the therapeutic range for adalimumab and predicting response in psoriasis: a multicenter prospective observational cohort study. J Invest Dermatol. 2019 Jan;139(1):115-123.

38. Tsakok T, Wilson N, Dand N, et al. Association of serum ustekinumab levels with clinical response in psoriasis. JAMA Dermatol. 2019;155(11):1235-1243.

39. Dand N, Duckworth M, Baudry D, et al. HLA-C*06:02 genotype is a predictive biomarker of biologic treatment response in psoriasis. J Allergy Clin Immunol. 2019 June;143(6):2120-2130.

40. Warren RB, Brnabic A, Saure D, et al. Matching-adjusted indirect comparison of efficacy in patients with moderate-to-severe plaque psoriasis treated with ixekizumab vs. secukinumab. Br J Dermatol. 2018 May;178(5):1064-1071.

41. Warren RB, Reich K, Langley RG, et al. Secukinumab in pregnancy: outcomes in psoriasis, psoriatic arthritis and ankylosing spondylitis from the global safety database. Br J Dermatol. 2018 Nov;179(5):e216-1207.

42. Yiu ZZN, Ashcroft DM, Evans I, et al. Infliximab is associated with an increased risk of serious infection in patients with psoriasis in the U.K. and Republic of Ireland: results from the British Association of Dermatologists Biologic Interventions Register (BADBIR). Br J Dermatol. 2019 Feb;180(2):329-337.

43. Warren RB, Marsden A, Tomenson B, et al. Identifying demographic, social and clinical predictors of biologic therapy effectiveness in psoriasis: a multicentre longitudinal cohort study. Br J Dermatol. 2019 May;180(5): 1069-1076.

44. Foulkes AC, Watson DS, Carr DF, et al. A framework for multi-omic prediction of treatment response to biologic therapy for psoriasis. J Invest Dermatol. 2019 Jan;139(1): 100-107.

Saber mais

Iniciativa de Educação em biossimilares do IPC em 2020

À medida que novos biossimilares são lançados no mundo inteiro, os dermatologistas e outros profissionais que cuidam de pacientes com psoríase precisam conhecer profundamente essas novas opções de tratamento para discutir sua segurança e eficácia com seus pacientes.Temos o prazer de oferecer novas oportunidades educativas a profissionais de saúde do mundo inteiro.

Este programa recebeu apoio da Samsung Bioepis e da Biogen.

RECURSOS ONLINE

Biblioteca completa de biossimilares, para ajudar você a tomar as melhores decisões terapêuticas para seus pacientes, com webseminários sob demanda, artigos publicados pelo IPC e informações e ferramentas atualizadas de fontes confiáveis.

psoriasiscouncil.org/biosimilars

WEBSEMINÁRIOS SOB DEMANDA:

Biossimilares na prática clínica: dois casos reaisLars Iversen, MD, DMSc, Hospital Universitário de Aarhus

Uso de biossimilares na psoríaseTiago Torres, MD, PhD, Instituto Abel Salazar de Ciências Biomédicas

Biossimilares em um caso difícil de psoríaseTiago Torres, MD, PhD, Instituto Abel Salazar de Ciências Biomédicas

Prepare-se para os biossimilaresLars Iversen, MD, DMSc, Hospital Universitário de Aarhus

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23Saber mais Cuidar melhor

Save the Date!

Co-ChairsJonathan Barker - London, UKChristopher Griffiths - Manchester, UK

Psoriasis Gene to Clinic, the pre-eminent international meeting for the dissemination of information on all aspects of psoriasis, will next be held in London 10th - 12th December 2020.

Plenary sessions will cover:

• Genetics• Immunology and immunity• Co-morbidities and outcome measures• Targeted therapeutics

British Association of Dermatologists4 Fitzroy Square, London W1T 5HQTel: +44 (0)20 7391 6072 Fax: +44 (0)20 7388 0487 Email: [email protected]: www.psoriasisg2c.com

PSORIASISfrom gene to clinic

Please put the date in your diary!

PSORIASISfrom gene to clinic

9th International CongressPark Plaza Westminster Bridge, London, UKThursday 10th - Saturday 12th December 2020

Key Dates Congress Dates

10th - 12th December 2020

Abstract Deadline3rd August 2020

Early Registration Deadline1st September 2020

PSORIASIS save the date 2020 Flyer.indd 1 01/03/2019 09:06

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24 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 VOLUME 16 :: NÚMERO 1

EVENTOS

Simpósio do IPC explora casos difíceis de psoríase no Congresso Mundial de DermatologiaNo 24º Congresso Mundial de Dermatologia realizado em junho em Milão, Itália, o IPC apresentou o simpósio Hot Topics e Casos Difíceis de Psoríase, com foco em psoríase pustulosa e pediátrica, uso de biossimilares e tratamento de pacientes em regiões desfavorecidas. O Presidente do IPC Jonathan Barker (St John’s Institute of Dermatology, Reino Unido) foi moderador do evento. Também participaram da atividade os conselheiros do IPC Hervé Bachelez (Hospital Universitário Saint Louis, Paris, França), que apresentou Tratamento da Psoríase Pustulosa e Outras Formas Raras de Psoríase; Lars Iversen (Hospital Universitário de Aarhus, Dinamarca), que apresentou Prepare-se para os Biossimilares; Kelly Cordoro (Universidade da Califórnia, Estados Unidos), com a palestra Desafios no Tratamento da Psoríase Pediátrica; e Omid Zagari (Universidade de Ciências Médicas Shahid Beheshti, Teerã, Irã), com Tratamento Personalizado em Regiões Desfavorecidas do Mundo. Na segunda parte do simpósio, o Prof. Iversen, a Drª. Cordoro e o Dr. Zagari apresentaram casos difíceis relacionados aos temas de suas apresentações (biossimilares, psoríase pediátrica e tratamento da psoríase em regiões desfavorecidas). Os vídeos dos simpósios estão disponíveis em bit.ly/VideoLectures.

IPC no EADV: Simpósio ‘hot topics’ debate a gravidade da doençaO IPC apresentou um simpósio satélite no 28º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV) em Madri, na Espanha, tendo como principais tópicos os biossimilares, eficácia das drogas em longo prazo e tratamentos sistêmicos. Os moderadores do programa foram os Conselheiros do IPC Catherine Smith (St John’s Institute of Dermatology, Reino Unido) e Bruce Strober (Central Connecticut Dermatology, Estados Unidos). Os apresentadores foram os Conselheiros do IPC Lone Skov (Universidade de Copenhagen, Dinamarca), com a palestra “Durabilidade do tratamento e uso sequencial de agentes biológicos”; Tiago Torres (Instituto Abel Salazar de Ciências Biomédicas, Porto, Portugal), que apresentou “Uso de biossimilares na psoríase” e a Profª. Catherine Smith, com “Atualização sobre o metotrexato”. Em uma segunda sessão (“Abordagens práticas”), os profs. Skov e Torres apresentaram e discutiram casos difíceis de psoríase junto com o Dr. Robert Strohal (Hospital Feldkirch, Áustria). Na sessão final, o Dr. Strober falou sobre a classificação da gravidade da doença. O fellow do IPC em 2009 Deepak Balak escreveu um resumo do congresso, que está disponível em bit.ly/EADV2019. Os vídeos dos simpósios do IPC estão disponíveis em bit.ly/VideoLectures.

NOTÍCIAS DO IPC

Projetos e voluntários em destaque

Palestrantes do simpósio do IPC no Congresso Mundial de Dermatologia em Milão, Itália em junho de 2019 (da esquerda para a direita): Jonathan Barker (Reino Unido), Omid Zargari (irã), Kelly Cordoro (Estados Unidos), Hervé Bachelez (França) e Lars Iversen (Dinamarca).

As sessões do simpósio satélite do IPC no congresso da EADV em outubro foram moderadas por (da esquerda para a direita) Bruce Strober (Estados Unidos), Robert Strohal (Áustria), Lone Skov (Dinamarca), Tiago Torres (Portugal) e Catherine Smith (Reino Unido).

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25Saber mais Cuidar melhor

IPC apresenta masterclasses na Índia e na Áustria Neste ano o IPC apresentou uma masterclass em Chenai, na Índia, e outra em Viena, na Áustria. O IPC oferece as masterclasses a fim de expandir o alcance global da organização e apresentar uma abordagem abrangente ao tratamento da psoríase. Esses eventos são organizados por dermatologistas e pessoas que querem aprender mais sobre como tratar a psoríase, especialmente em regiões com poucos recursos.

Em Chenai, os especialistas do IPC apresentaram aulas, discussões em painéis e discussões de casos, abordando tópicos como a patogênese da psoríase, tratamentos novos e emergentes e o que os profissionais de saúde podem fazer por seus pacientes. Outros tópicos em debate foram uma visão geral da psoríase e suas comorbidades, a importância das citoquinas e seus alvos em potencial, objetivos do tratamento, agentes sistêmicos (biológicos ou não), tratamento por períodos prolongados, dificuldades do diagnóstico e tratamento e manejo da doença e suas comorbidades em mulheres e crianças. O moderador da atividade foi o Conselheiro do IPC Murlidhar Rajagopalan (Chenai). Os apresentadores foram os Conselheiros Hervé Bachelez (Paris, França) e Alan Menter (Texas, Estados Unidos), além de Abir Saraswat (dermatologista da Indushree Skin Clinic em Lucknow, na Índia).

Criada especialmente para dermatologistas que cuidam de pacientes na Europa, a masterclass do IPC em Viena foi realizada em novembro. Foram dois dias de discussão de temas como fenótipos e avaliação da psoríase e artrite psoriásica, psoríase pustulosa, comorbidades da psoríase (p.ex. síndrome metabólica e saúde mental), uso de agentes tópicos, os agentes sistêmicos

e biológicos mais usados, reações paradoxais aos agentes biológicos e workshops com discussão de casos difíceis de psoríase. Os moderadores foram o Diretor Médico do IPC Peter van de Kerkhof (Amsterdã, Países Baixos) e o Conselheiro do IPC Georg Stingl (Viena). O evento contou com apresentações de April Armstrong (Califórnia, Estados Unidos) e Errol Prens (Roterdã, Países Baixos).

Em 2020, o IPC apresentará sua primeira masterclass na Ásia na 45ª Conferência Regional de Dermatologia em Bangkok, na Tailândia em fevereiro e em Assunção, no Paraguai, em abril durante a Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA).

Think Tank do IPC se reúne em Lisboa

Mais de 50 conselheiros e membros da diretoria do IPC e 25 representantes das empresas que apoiam o IPC compareceram ao Think Tank de 2019 realizado em dezembro em Lisboa, Portugal. O Think Tank é um evento anual em que os conselheiros do IPC e empresas patrocinadoras se reúnem para discutir desafios globais no tratamento e conhecimento da psoríase. Na edição de Lisboa, o evento realizou um programa científico com um dia de duração, com palestras de especialistas sobre tópicos de destaque em psoríase e sua relação com o plano estratégico do IPC. O Conselheiro do IPC Jörg Prinz (Alemanha) apresentou a aula inaugural da sessão Em Busca dos Antígenos Fugazes da Psoríase. Em seguida, os conselheiros fizeram apresentações sobre tópicos como Desafios no Uso de Biológicos em Países em Desenvolvimento (Mahira El Sayed, Egito), Durabilidade do Tratamento com Agentes Biológicos (Lone Skov, Dinamarca), Monitoramento Terapêutico e Individualização de Doses de Agentes Biológicos (Catherine Smith, Reino Unido), Desafios na Avaliação da Gravidade e Evolução da Doença” (Matthias Augustin, Alemanha), Mecanismos Imunes em Formas Pustulosas de Psoríase (Johann

Projetos e voluntários em destaque

A masterclass do IPC realizada em Chenai, na índia, em abril de 2019 contou com a participação de mais de vinte profissionais de saúde. Na primeira fileira, da esquerda para a direita: Murlidhar Rajagopalan, diretor do programa, e os palestrantes Alan Menter e Abir Saraswat.

Representantes do IPC como palestrantes e apresentadores de programas (da esquerda para a direita): o Diretor Clínico do IPC Peter van de Kerkof (Países Baixos) e os Conselheiros do IPC April Armstrong (Estados Unidos), Georg Stingl (Áustria) e Errol Prens (Países Baixos).

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26 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 :: VOLUME 16 :: NÚMERO 1

Gudjonsson, Estados Unidos) e Gravidade da Doença (Bruce Strober, Estados Unidos). A palestrante convidada Profª. Sara Brown (Escola de Medicina da Universidade de Dundee, Escócia) discutiu o tema “Existe ligação entre obesidade e psoríase? Como avaliar a causalidade”. O Presidente da Diretoria do IPC Jonathan Barker (Reino Unido) abriu a sessão e apresentou uma atualização sobre o planejamento estratégico do IPC. Também compareceram ao evento os novos fellows do IPC Romina Contreras (Paraguai), Deepak Balak (Países Baixos) e Rebecca Nguyen (Austrália). Eles foram apresentados durante a sessão pela diretora Claudia de la Cruz (Chile).

PROJETOS DO IPCNovo Atlas Global de Psoríase oferece dados sobre prevalência

Pesquisadores, responsáveis por políticas, profissionais de saúde, pessoas que sofrem de psoríase e outros interessados em saber mais sobre a doença agora podem consultar o recém-lançado Atlas Global de Psoríase (AGP) no website globalpsoriasisatlas.org.

Criado em 2016, o AGP é uma parceria entre o IPC e duas outras importantes associações globais: A Federação Internacional de Associações de Psoríase (IFPA) e a Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS). Com o objetivo de longo prazo de criar um banco de dados abrangente e documentar a extensão da psoríase em todo o mundo, o AGP vem reunindo dados para ajudar a preencher lacunas nos conhecimentos sobre a doença e ajudar a compreender como ela afeta diferentes grupos de pessoas.

O novo website apresenta dados sobre a prevalência da psoríase em adultos e crianças, estatísticas de saúde e histórias pessoas de pacientes com psoríase. Essas informações ajudarão a conscientizar mais pessoas sobre as opções de tratamento disponíveis no mundo inteiro e a fazer comparações entre países. O Atlas será atualizado anualmente, disse o diretor do projeto, o Membro da Diretoria do IPC Chris Griffiths (Universidade de Manchester, Reino Unido).

Os grupos de trabalho do AGP são liderados pelos Conselheiros do IPC Darren Ashcroft (Universidade de Manchester) e Matthias Augustin (Centro Médico Universitário Hamburg-Eppendorf, Hamburgo, Alemanha).

Psoríase ganha destaque em reunião da ONU sobre saúde

A psoríase e a artrite psoriásica receberam atenção global na Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde, realizada em Nova York em 23 de setembro. Representantes da Federação Internacional de Associações de Psoríase

(IFPA), baseada em Estocolmo, na Suécia, se uniram a mais de cem organizações da área de saúde do mundo inteiro para defender o acesso universal à assistência à de saúde. O evento definiu cobertura universal de saúde como “todas as pessoas, independentemente da capacidade de pagamento, devem ter acesso aos tratamentos de que precisam, onde e quando precisarem, sem sofrer dificuldades financeiras”.

“A cobertura universal de saúde é a principal maneira de reduzir os efeitos da doença em pessoas que sofrem de doenças crônicas, incuráveis e não transmissíveis, tais como a psoríase e a artrite psoriásica”, disse a declaração da IFPA à Assembleia Geral durante a reunião. “Apoiamos com ênfase os esforços para fortalecer a atenção primária à saúde, e incentivamos a participação dos mais diversos interessados, incluindo associações de pacientes e soluções inovadoras em saúde”.

Em 24 de setembro, a IFPA também organizou um evento no Harvard Club de Nova York relacionado à Reunião de Alto Nível das Nações Unidas. A sessão teve como foco a força de trabalho e o manejo de doenças não-transmissíveis, sendo a psoríase um exemplo destas últimas que requer coordenação entre atenção primária e tratamento especializado.

PUBLICAÇÕESJournal of the American Academy of Dermatology publica consenso do IPC sobre nova classificação para a gravidade da psoríase

Recategorization of psoriasis severity: Delphi consensus from the International Psoriasis Council. Strober B, Ryan C, van de Kerkhof P, et al.; International Psoriasis Council Board Members and Councilors. J Am Acad Dermatol. 2019 Aug 16. doi: 10.1016/j.jaad.2019.08.026. [Epub ahead of print]

O Journal of the American Academy of Dermatology (JAAD) publicou um artigo de consenso do IPC propondo uma nova classificação para a psoríase.

Os métodos anteriores de determinar a gravidade e o tratamento da psoríase procuram classificar a doença em leve, moderada ou grave em função da área de superfície corporal (ASC) acometida por psoríase ativa ou pelo escore PASI (gravidade e área corporal acometida pela psoríase). Essa abordagem nem sempre considera os efeitos da psoríase sobre regiões específicas do corpo, tais como face, unhas, escalpo, mãos e pés e genitália, nem consideram a resposta do paciente aos tratamentos tópicos. Por isso, muitas pessoas com psoríase – sobretudo aquelas com formas leves a moderadas (menos graves) da doença – não têm acesso aos tratamentos sistêmicos de que precisam para controlar a doença.

NOTÍCIAS DO IPC

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27Saber mais Cuidar melhor

O método de avaliação da gravidade da psoríase proposto pelo IPC na edição de outubro de 2019 do JAAD prioriza o tratamento e simplifica bastante o processo de escolher o medicamento apropriado em função da gravidade da doença. Ao rejeitar a classificação da psoríase em leve, moderada e grave, o método do IPC propõe classifica os pacientes como candidatos a tratamento tópico ou a tratamento sistêmico. Para serem considerados candidatos a tratamento sistêmico, os pacientes precisam atender a pelo menos um dos seguintes critérios:

• ASC maior que 10%

• Lesões psoriásicas em áreas sensíveis do corpo, tais como mãos ou pés, face, genitália ou escalpo

• Persistência dos sintomas após tratamento tópico

Com base nesse artigo, o IPC pretende trabalhar junto a seguradoras, clínicas e outras pessoas envolvidas no desenvolvimento de drogas para integrar o novo método de avaliação da gravidade da psoríase nos padrões de tratamento da doença, como objetivo de tornar o tratamento mais acessível para pacientes do mundo inteiro.

Artigo científico internacional apresenta estudo do IPC sobre vínculo entre psoríase e saúde mental

Psoriasis and mental health workshop report: Exploring the links between psychosocial factors, psoriasis, neuroinflammation and cardiovascular disease risk. Kleyn CE, Talbot PS, Mehta NN, et al. Acta Derm Venereol. 2019 Nov 19. doi: 10.2340/00015555-3375. [Epub ahead of print]

A revista internacional Acta Dermato-Venereologica publicou um artigo do IPC discutindo a depressão como comorbidade da psoríase. A publicação apresentou um resumo de um workshop realizado em Barcelona, na Espanha, com foco na depressão e suicidalidade, assim como na importância da neuroinflamação na psoríase, distúrbios do somo e efeitos da depressão sobre a doença cardiovascular.

O workshop apresentou estudos e apresentações de especialistas, que analisaram as comorbidades psiquiátricas da psoríase e os efeitos da inflamação sistêmica crônica sobre desfechos neurológicos e cardiovasculares.

O relatório apresentou as seguintes conclusões:

• A associação entre psoríase e depressão foi bem estabelecida em estudos epidemiológicos, mas não é tão bem conhecida na prática clínica. “A conscientização e a preocupação com o tratamento eficaz da depressão em pacientes com psoríase certamente irá melhorar o manejo da doença em geral”.

• São necessárias novas pesquisas para compreender como as citoquinas pró-inflamatórias subjacentes à inflamação da psoríase afetam os eventos cardiovasculares e a depressão.

Revistas científicas citam o Atlas Global de Psoríase em dois estudos

O Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology (JEADV) e o JAMA Dermatology publicaram recentemente dois artigos baseados em estudos apoiados pelo Atlas Global de Psoríase (AGP). O AGP é desenvolvido em parceria pelo IPC e duas outras organizações internacionais de dermatologia: a Federação Internacional de Associações de Psoríase e a Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia.

O artigo da JEADV, intitulado “Incidence and prevalence of psoriasis in Israel between 2011 and 2017”, foi publicado na edição de 25 de junho de 2019 da revista e reconheceu a “importante contribuição” do AGP à administração do estudo. O artigo salientou que a prevalência da psoríase ainda não havia sido estudada em Israel e citou um estudo de pesquisadores israelenses que determinou a incidência, prevalência e mortalidade entre pacientes com a doença no país. O artigo concluiu que a psoríase vem se tornando mais prevalente em Israel, mas a incidência vem se mantendo estável. O estudo observou que “clínicos e responsáveis por políticas devem abordar as crescentes demandas clínicas, econômicas e sociais impostas pela psoríase”.

O segundo artigo, intitulado Association of psoriasis with the risk of developing or dying of cancer - a systematic review and meta-analysis, foi uma revisão sistemática e meta-análise sobre o risco de câncer em pacientes com psoríase, publicada no JAMA Dermatology na edição de 26 de outubro de 2019. O estudo concluiu que os pacientes com psoríase parecem ter incidência mais elevada de câncer e maior mortalidade por câncer, e que os dermatologistas precisam estar cientes desse risco. O AGP financiou o estudo, e os autores do artigo reconhecerem “a relevante participação de organizações colaboradoras do AGP”. O artigo está disponível em bit.ly/PsoriasisCancerRisk.

Projetos e voluntários em destaque

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28 REVISÃO DE PSORÍASE :: JANEIRO 2020 VOLUME 16 :: NÚMERO 1

Novos conselheiros do IPC

Expandido nossa rede global de especialistas em psoríase

Andrea Chiricozzi, MD Roma, Itália

O Dr. Andrea Chiricozzi é pesquisador sênior da Unidade de Dermatologia do Departamento de Medicina Translacional da Universidade Católica de Roma e dermatologista no hospital Fondazione Policlinico Universitario A. Gemelli IRCCS. Seus

interesses científicos incluem imunologia da pele e de doenças dermatológicas inflamatórias como a psoríase, dermatite atópica e hidradenite supurativa, com foco na fisiopatologia da formação de placas psoriásicas. Ele desenvolveu seus trabalhos sobre doenças de pele imunomediadas no Laboratório de Dermatologia Experimental, chefiado pelo Conselheiro do IPC Dr. James Krueger, da Universidade de Nova York, como fellow de pós-doutorado e dermatologista visitante. O Dr. Chiricozzi foi investigador em vários ensaios clínicos de agentes biológicos e de novos tratamentos orais e tópicos para doenças de pele inflamatórias, além de contribuir para as novas diretrizes italianas para tratamento da psoríase e para o PsoBiosimilars, um registro italiano de biossimilares em pacientes com psoríase e artrite psoriásica. Ele já publico mais de 100 artigos científicos e 4 capítulos de livros e ganhou o prêmio Leo Pharma Research Silver Award em 2012.

Nejib Doss, MDTúnis, Tunísia

O Prof. Nejib Doss é diretor do departamento de dermatologia do Hospital Militar de Túnis. Depois de se formar na escola de medicina de Túnis, ele realizou treinamento em dermatologia em Paris no Hospital Bégin. Em 1985 ele retornou a

Túnis, onde fez carreira acadêmica e se tornou professor em 2002. Ele é vice-presidente da Sociedade Internacional de Dermatologia e co-fundador da Associação Africana de Dermatologia e Venereologia, além de membro da Sociedade Tunisiana de Dermatologia e Venereologia da Rede Internacional de Grupos de Psoríase. Desde 2007, ele é diretor do programa de Prevenção de HIV e DST nas Forças Armadas da Tunísia e participa da Equipe Principal Africana da União Internacional

contra Infecções Sexualmente Transmitidas. Ele desenvolve pesquisas em doenças ungueais, psoríase e escabiose.

Arthur Kavanaugh, MDSan Diego, Califórnia, Estados Unidos

O Dr. Arthur Kavanaugh é Professor de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e diretor do Centro de Tratamentos Inovadores da Divisão de Reumatologia, Alergia e Imunologia da Universidade. Seus principais interesses acadêmicos

envolvem pesquisa clínica, sobretudo pesquisas translacionais em reumatologia. Embora tenha se concentrado em artrite reumatoide e artrite psoriásica, ele também realizou vários estudos em outras doenças autoimunes, tais como lúpus eritematoso sistêmico, espondilite anquilosante e doença inflamatória intestinal, além de ajudar a criar diretrizes para o tratamento de pacientes com doenças reumatológicas e participar da criação do Grupo de Pesquisa e Avaliação de Psoríase e Artrite Psoriásica (GRAPPA, na sigla em inglês), onde é atualmente membro do conselho executivo. Ele também é membro do registro CORRONA (Consórcio de Pesquisadores em Reumatologia da América do Norte) desde a criação da entidade. O Prof. Kavanaugh já publicou mais de 500 artigos científicos, revisões e capítulos de livros, além de atuar no conselho editorial de várias revistas científicas. É também fellow da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia e do Colégio Americano de Reumatologia.

Andrew Pink, MDLondres, Inglaterra, Reino Unido

O Dr. Andrew Pink é dermatologista e diretor de estudos clínicos dermatológicos em adultos do St. John’s Institute of Dermatology do hospital Guy’s e St. Thomas’ (NHS Foundation Trust, Londres), professor honorário do King’s

College de Londres e secretário honorário da Sociedade de Dermatologia do Hospital St. John’s. Seus principais interesses clínico-acadêmicos são a psoríase e o eczema. Ele se formou em medicina pela Universidade de Nottingham em 2004 e concluiu fellow em dermatologia no St John’s Institute of Dermatology

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29Saber mais Cuidar melhor

e King’s College de Londres, sendo o primeiro recipiente do National Institute of Health Research (NIHR) Academic Clinical Fellowship. Durante seu treinamento em dermatologia, ele recebeu o MRC Clinical Research Training Fellowship para concluir doutorado em dermatologia clínica (genética molecular da hidradenite supurativa), tendo seu trabalho premiado com

o MRC Centenary Award. Em seguida, ele assumiu o cargo de instrutor clínico acadêmico patrocinado pela NIHR no St John’s Institute of Dermatology e no King’s College de Londres antes de ser promovido a médico sênior. Ele desenvolve pesquisas em psoríase, eczema e dermatologia geral.

Expandido nossa rede global de especialistas em psoríase

IPC OFERECE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA SOB DEMANDA

Tratamento orientado por metas: Como tratar a psoríase com foco no pacienteOs pacientes com psoríase e os médicos nem sempre concordam sobre quais sintomas devem ser tratados. Os pacientes reclamam mais do prurido, e os dermatologistas dão mais importância ao tamanho e ao local das lesões de pele. Por isso, pacientes e profissionais de saúde precisam colaborar mais estritamente para definir expectativas e metas de tratamento.

Neste programa de educação médica continuada, um dermatologista, um médico de atenção primária e um paciente com psoríase discutem o tratamento da doença em todos os seus aspectos e definem expectativas para melhora a comunicação entre pacientes e profissionais durante o tratamento. Os participantes também discutem o diagnóstico diferencial, patologia e tratamento da psoríase.

O objetivo do programa é ajudar a aliviar as frustrações dos pacientes e ajudar os clínicos a melhorar o tratamento da doença de pele e de comorbidades relacionadas ao tratamento.

Para saber mais ou realizar a atividade, acesse bit.ly/Treat2Goal

OBJETIVOS DIDÁTICOSApós concluir essa atividade, os participantes estarão mais qualificados para:• Reconhecer os principais sintomas de

pacientes individuais a fim de desenvolver planos de tratamento personalizados

• Desenvolver uma estratégia de tomada de decisão compartilhada, com definição de objetivos mensuráveis para melhorar a evolução clinica dos pacientes

• Descrever a patogênese da psoríase• Discutir o leque de tratamentos disponíveis

e as evidências que fundamentam o desenvolvimento de planos terapêuticos personalizados

• Identificar e manejar comorbidades utilizando uma abordagem de tratamento colaborativo com outras disciplinas

PÚBLICO ALVODermatologistas, clínicos de atenção primária, enfermeiras clínicas, assistentes de médicos e outros profissionais de saúde que cuidam de pacientes com psoríase.

DECLARAÇÃO SOBRE ACREDITAÇÃOEsta atividade foi planejada e implementada de acordo com os requisitos e políticas de acreditação da ACCME por meio de parceria com a Pritzker School of Medicine da Universidade de Chicago, o Conselho Internacional de Psoríase e FACTORx Inc. A Pritzker School of Medicine da Universidade de Chicago possui acreditação da ACCME como fornecedora de educação médica continuada para médicos.

CRÉDITOSA Universidade de Chicago classificou este material permanente como apropriado para conceder até, 1,0 AMA PRA Category 1 Credit(s).™ Os médicos devem reivindicar apenas os créditos correspondentes à sua participação na atividade.

Esta atividade recebeu apoio de verbas educacionais da AbbVie, Celgene Corporation e Janssen Biotech Inc. e é oferecida pela Janssen Scientific Affairs LLC e pela Ortho Dermatologics.

Responsáveis por esta atividade de educação continuada (esquerda para a direita): Paul Doghramji, Johann Gudjonsson, David Pariser e Kathleen Gallant. Os autores discutem estratégias de comunicação entre pacientes e profissionais de saúde para definir metas de tratamento para a psoríase.

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Eventos e material didático

Aprenda mais sobre o tratamento da psoríase

CENTRO DE EDUCAÇÃO E RECURSOS PROFISSIONAIS DO IPC

WEBSEMINÁRIOS SOB DEMANDAO IPC oferece uma série de webcasts apresentados por líderes globais em dermatologia para você aprender mais sobre psoríase.

DIRETRIZES DE TRATAMENTOCompilação de diretrizes baseadas em evidências para diagnóstico e tratamento de psoríase, colhidas do mundo inteiro.

FERRAMENTAS DE MENSURAÇÃOFerramentas de mensuração comumente usadas para tratamento da psoríase e em ensaios clínicos.

COBERTURA DE CONGRESSOSRevisão dos destaques em psoríase dos principais congressos no mundo inteiro.

BIBLIOTECA DE IMAGENS EM PSORÍASEMais de 500 imagens de vários subtipos e fenótipos de psoríase, disponíveis para finalidades clínicas e educativas.

AULAS EM VÍDEOBiblioteca de aulas e apresentações de casos difíceis, classificadas por assunto e data.

O Centro de Recursos e Educação profissional do IPC está disponível em www.psoriasiscouncil.org/education e psoriasiscouncil.org/tools_resources.htm.

PRÓXIMOS EVENTOS DO IPC

23 E 24 DE FEVEREIRO DE 2020Masterclass de Psoríase do IPCBangkok, Tailândia

26 DE FEVEREIRO DE 2020 Simpósio do IPC24ª Conferência Regional de Dermatologia (RCD) Bangkok, Tailândia

19 DE MARÇO DE 2020Simpósio do Dia de Educação Global do IPCReunião Anual da Academia Americana de Dermatologia (AAD) Denver, Colorado

29 E 30 DE ABRIL DE 2020Masterclass de Psoríase do IPCAssunção, Paraguai

3 DE MAIO DE 2020Simpósio do IPCReunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA) Assunção, Paraguai

13 DE MAIO DE 2020Simpósio do IPCReunião Anual da Sociedade de Dermatologia Investigativa (SID) Scottsdale, Arizona

O CONSELHO INTERNACIONAL DE PSORÍASE TEM O PRAZER DE LEVAR A VOCÊ NOVAS OPORTUNIDADES EDUCATIVAS PARA APRIMORAR SEUS CONHECIMENTOS SOBRE COMO TRATAR PACIENTES COM PSORÍASE.

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31Saber mais Cuidar melhor

O programa de Fellow Internacional do IPC dá a dermatologistas e pesquisadores em início de carreira amplo acesso à nossa rede de especialistas em psoríase, reafirmando nosso compromisso de melhorar a qualificação na área.

Para saber mais, acesse www.psoriasiscouncil.org/ipc_fellowship

O IPC gostaria de agradecer à AbbVie e à Janssen Pharmaceutical Companies of Johnson & Johnson por seu apoio ao programa de fellowship do IPC em 2020.

FELLOWS DO IPC PARA 2020FELLOWS DO IPC PARA 2020

Lily Tumalad, MD, FPDSA Drª. Lily Tumalad é diretora do centro de psoríase do Departamento de Dermatologia do Centro Médico Rizal e da unidade de fototerapia do Departamento de Dermatologia do East Avenue Medical Center (Manila, Filipinas), além de consultora para duas instituições de treinamento do governo filipino. Ela estudará com o Dr. Curdin Corad no Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça.

Matthew Vesely, MD, PhDO Dr. Matthew Vesely é instrutor do Departamento de Dermatologia da Universidade de Yale, onde atende pacientes e desenvolve pesquisas translacionais em doenças de pele autoimunes. Ele concluiu doutorado em imunologia, com tese sobre a detecção e erradicação de cânceres pelo sistema imune, e estudará com a Drª. Alice Gottlieb da Icahn School of Medicine em Mount Sinai no Estados Unidos.

Julia-Tatjana Maul, MD A Drª. Julia-Tatjana Maul é Dermatologista Sênior da Clínica de Dermatologia do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça. Ela é a investigadora principal da Swiss Dermatology Network for Targeted Therapy (SDNTT) in Psoriasis, sediada em Zurique, e desde 2019 vem contribuindo para o Atlas Global de Psoríase (GPA) como coordenadora médica. A Drª. Maul estudará com a Drª. Claudia de la Cruz, da Clinica Dermacross (Chile) e com o Dr. Ricardo Romiti (Universidade de São Paulo).

Jacquelini Barboza da Silva, MDA Drª. Jacquelini Barboza da Silva é dermatologista e possui clínica particular em Santa Cruz do Sul, Brasil. Ela também é instrutora na Universidade de Santa Cruz, onde está concluindo mestrado em biomarcadores da psoríase por espectroscopia, e estudará com os Profs. Darren Ashcroft e Chris Griffiths na Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Alvaro Gonzales-Cantero, MD, PhDO Dr. Alvaro González-Cantero é dermatologista do Departamento de Dermatologia do Hospital Universitário Ramón y Cajal (Madri, Espanha), onde realiza atividades de atendimento e pesquisa. Ele concluiu doutorado em psoríase e comorbidades em 2019 na Universidade de Castilla la Mancha e estudará com o Dr. Joel Gelfand na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

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International Psoriasis Council1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600St. Louis, MO 63117

TEL 972.861.0503 FAX 214.242.3391

PsoriasisCouncil.org

Fundado em 2004, o Conselho Internacional de Psoríase é uma organização global sem fins lucrativos, voluntária e liderada por dermatologistas, que conta com mais de 100 especialistas, líderes de opinião e profissionais dedicados a melhorar o tratamento de pacientes com psoríase no mundo inteiro.

Nosso trabalho ajuda a compreender melhor a psoríase e seu tratamento. Para fazer avançar o tratamento da doença, incentivamos pesquisas de ponta, reunimos interessados em desenvolver ações conjuntas e compartilhamos nossos conhecimentos. Aplicando conhecimento científico com independência, influenciamos diretamente o tratamento de pacientes com psoríase no mundo inteiro.

ACREDITAMOS EM UM MUNDO LIVRE DE PSORÍASE

Acreditamos que todo paciente com psoríase, onde quer que viva e por mais grave que seja sua doença, deve ter acesso ao melhor tratamento possível. Podemos criar um mundo sem psoríase.

NOSSA MISSÃO É DESENVOLVER ATIVIDADES EM EDUCAÇÃO, PESQUISA E ENGAJAMENTO PARA MELHORAR O TRATAMENTO DAS PESSOAS QUE SOFREM DE PSORÍASE NO MUNDO INTEIRO

Saber mais Cuidar melhor

CO-EDITORESO IPC gostaria de agradecer aos coeditores Robert Kalb (Buffalo School of Medicine da State University of New York, Estados Unidos) e Wayne Gulliver (Memorial University of Newfoundland, St. John’s, Canadá) por redigir e editar os artigos para a edição de janeiro de 2020 da Revisão de Psoríase do IPC.

AUTORESThomas Scharnitz, MD Kana Masuda-Kuroki, MD

EQUIPE EDITORIALMary Bellotti, Editora Rene Choy, Design gráfico Catie Coman, Diretora de Comunicação Paulo Mendes, Tradução

PARCEIROS CORPORATIVOS 2020Os parceiros corporativos oferecem verba sem impor condições para apoio à missão do IPC.

DiamondAbbVie

PlatinumEli Lilly and CompanyThe Janssen Pharmaceutical

Companies of Johnson & Johnson

SunPharma/Almirall

GoldLeo PharmaNovartis

SilverAmgenUCB

BronzeBoehringer-IngelheimBristol-Myers SquibbOrtho DermatologicsPfizer

Para obter mais cópias da Revisão de Psoríase do IPC ou saber mais sobre o IPC, acesse PsoriasisCouncil.org.