IV Colóquio Internacional de Metafísica Natureza e Metafísica de resumos... · intervención de...

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IV Colóquio Internacional de Metafísica Natureza e Metafísica 27 a 30 de agosto de 2012 UFRN - Natal/RN CADERNO DE RESUMOS

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IV Coloacutequio Internacional de Metafiacutesica

Natureza e Metafiacutesica

27 a 30 de agosto de 2012 UFRN - NatalRN

CADERNO DE RESUMOS

Comissatildeo Organizadora Fernanda Bulhotildees Cinara Maria Leite Nahra Daniel Durante Pereira Alves Gisele Amaral dos Santos Comissatildeo Cientiacutefica Cinara Maria Leite Nahra (UFRN) Daniel Durante Pereira Alves (UFRN) Fernanda Machado de Bulhotildees (UFRN) Gisele Amaral dos Santos (UFRN) Juan Adolfo Bonaccini (UFPE) Maria da Paz Nunes de Medeiros (UFRN) Celso Martins Azar Filho (UFF) Alessandro Pinzani (UFSC) Miguel Angel de Barrenechea (UNIRIO) Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Filosofia Universidade Federal do Rio Grande do Norte Campus Universitaacuterio Km 1 BR 101 Lagoa Nova Fone (84) 3215-3643 Fax (84) 3215-3641 httpcchlaufrnbrppgfileventosIVCIM

SUMAacuteRIO

CONFEREcircNCIAS 3

CONFEREcircNCIAS 4

GT ARTE E NATUREZA 8

PALESTRAS 9

COMUNICACcedilOtildeES 10

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA 15

PALESTRAS 16

COMUNICACcedilOtildeES 20

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA 28

PALESTRAS 29

COMUNICACcedilOtildeES 31

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA 41

PALESTRAS 42

COMUNICACcedilOtildeES 44

GT NATUREZA E METAFIacuteSICA NA FILOSOFIA ANTIGA 46

PALESTRAS 47

COMUNICACcedilOtildeES 49

CONFER

CONFEREcircNCIAS

CONFEREcircNCIAS Nome Giovanni Casertano Instituiccedilatildeo Universitagrave degli Studi di Naacutepoles ldquoFederico IIrdquo) Tiacutetulo Ser natureza e verdade a antimetafiacutesica de Goacutergias Resumo Contra Parmeacutenides se dirige a obra Sobre a natureza ou sobre o que natildeo eacute Nesse texto Goacutergias pretende realccedilar que o princiacutepio parmenidiano que regula os termos da relaccedilatildeo linguagem-realidade natildeo eacute paciacutefico pois comporta toda uma complexa seacuterie de problemas frequentemente silenciados ou ignorados Para Goacutergias eacute difiacutecil estabelecer a laquorealidaderaquo de algo independentemente do nosso discurso A afirmaccedilatildeo (ou a negaccedilatildeo) da realidade de algo a nossa inevitaacutevel atribuiccedilatildeo de predicados a qualquer coisa constituem sempre as nossas ldquoqualificaccedilotildeesrdquo dessa realidade E como se diraacute no Elogio de Helena as nossas qualificaccedilotildees natildeo satildeo nem podem ser ldquoneutrasrdquo pois exprimem sempre uma reorganizaccedilatildeo loacutegica afim e pessoal nossa da realidade A minha comunicaccedilatildeo trataraacute os seguintes pontos 1) a traduccedilatildeo loacutegica em termos de linguagem da realidade de um ldquoobjetordquo torna-o precisamente ldquoobjeto do discursordquo e a coincidecircncia de ldquoser objetordquo e de ldquoser objeto do discursordquo natildeo eacute de todo imediata 2) vice-versa se o nosso discurso eacute correto logicamente coerente a sua coerecircncia pode desenvolver-se somente se envolver de maneira necessariamente ambiacutegua mais do que um niacutevel o do ser o do pensar e o do nomear que mesmo que deixem de ser ldquoo mesmordquo como acontecia em Parmeacutenides satildeo todavia extremamente difiacuteceis de tratar como coisas diversas nas palavras que usamos para construir o nosso discurso 3) o nosso discurso que eacute aquilo com que realmente devemos tratar eacute de facto o uacutenico horizonte transitaacutevel da nossa mente e se neste horizonte natildeo eacute possiacutevel afirmar coerentemente um ldquoserrdquo entatildeo temos de concluir que aleacutem deste natildeo haacute mais nenhum ldquoserrdquo Palavras-Chave Goacutergias ser linguagem realidade Nome Joseacute Jara Instituiccedilatildeo Universidad de Valparaiacuteso Tiacutetulo Maacutes allaacute de la penuria El giro teoacuterico de Nietzsche Resumo El ejercicio intempestivo del pensar de Nietzsche su actuar en contra del presente y a favor de un tiempo por venir se entrelaza con su mirada genealoacutegica hacia el pasado de las condiciones de existencia de los hombres en sociedad en las que se apoya su mirada reflexiva hacia el futuro Este cruce de temporalidades es recogido en su obra mediante el empleo de tres teacuterminos Not penuria Beduumlrfniss menesterosidad y Notwendigkeir necesidad Si bien estas tres palabras suelen y pueden traducirse mediante una sola necesidad el uso diferenciado y consistente hecho por Nietzsche de ellas tres requiere de una atencioacuten especial A traveacutes de ellas se pueden apreciar los distintos modos y niveles de relacioacuten existentes entre un individuo y sus semejantes en la vida de una comunidad el paso desde las penurias del cuerpo y del alma hacia las menesterosidades de la comunicacioacuten y de la formacioacuten de la moral y de una conciencia intelectual Pero tambieacuten de la exigencia de un ldquoviraje de la penuriardquo a traveacutes de la intervencioacuten de la voluntad propuesta como una necesidad la de querer crear una y otra vez renovadas condiciones de existencia para la afirmacioacuten de la vida y de otro tipo de hombre que la haga suya Incluido el riesgo y la apuesta frente al optimismo econoacutemico avistado por eacutel en su tiempo de que se avecine un desplazamiento del centro de gravedad de la cultura Palavras-Chave

Nome Lucas Angioni Instituiccedilatildeo Unicamp Tiacutetulo Necessidade e conhecimento cientiacutefico em Aristoacuteteles Resumo Aristoacuteteles afirma vaacuterias vezes na Metafiacutesica e nos Segundos Analiacuteticos que aquilo que se conhece cientificamente eacute ldquonecessaacuteriordquo isto eacute natildeo pode ser de outro modo Muitos inteacuterpretes julgam que essa afirmaccedilatildeo daacute um fundamento ontoloacutegico para o conhecimento cientiacutefico Este conhecimento seria caracterizado pelo grau maacuteximo de certeza e indubitabilidade e essas caracteriacutesticas epistemoloacutegicas encontrariam um fundamento uacuteltimo na natureza ontoloacutegica do objeto do conhecimento cientiacutefico Aquilo que se conhece cientificamente seriam proposiccedilotildees necessaacuterias cujo valor de verdade natildeo poderia mudar dado que os objetos a que elas se referem teriam propriedades imutaacuteveis Pretendo discutir essa caracterizaccedilatildeo da necessidade do conhecimento cientiacutefico e mostrar que ela eacute inadequada para compreender o que Aristoacuteteles quer dizer em sua teoria Quando Aristoacuteteles fala em ldquoobjeto do conhecimentordquo ao qual atribui a propriedade de ser ldquonecessaacuteriordquo ele natildeo se refere nem a entidades tomadas isoladamente em si mesmas nem a proposiccedilotildees predicativas elementares (nas quais uma certa propriedade eacute atribuiacuteda a um dado sujeito) Antes o ldquoobjeto do conhecimentordquo deve ser entendido como uma relaccedilatildeo causal triaacutedica que Aristoacuteteles busca captar na estrutura triaacutedica do silogismo Aquilo que ldquonatildeo pode ser de outro modordquo eacute antes a relaccedilatildeo causal mais baacutesica pela qual um dada proposiccedilatildeo predicativa eacute explicada de modo apropriado Palavras-Chave necessidade essencialismo metafiacutesica causalidade explicaccedilatildeo demonstraccedilatildeo Nome Maria Luacutecia Cacciola Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo A filosofia da natureza em Schopenhauer Resumo Trata-se de estabelecer os paracircmetros segundo os quaisSchopenhauer pensou a ldquonaturezardquo Para isso iremos investigar qual seria a postura de Schopenhauer em relaccedilatildeo agraves ciecircncias da eacutepoca a saber determinar qual seria para ele o papel do conhecimento cientiacutefico em face da sua metafiacutesica da vontade No textoA vontade na naturezaque seraacute examinado por noacutes se estampa a busca de conciliar os resultados cientiacuteficos sobre o estudo da natureza com a sua filosofia No centro da investigaccedilatildeo eacute preciso levar em conta o alargamento da noccedilatildeo de conhecimento em Schopenhauer baseada em seu duplo ponto de vista sobre o mundo a saber seu ideal-realismo Para isso nos pautaremos na sua obra capital ldquo Omundo como vontade e representaccedilatildeoUma das noccedilotildees norteadoras para o exame da questatildeo seraacute a proacutepria definiccedilatildeo que Schopenhauer daacute de sua filosofia uma filosofia imnente que eacute ao mesmo tempo ldquociecircncia e arterdquo Palavras-Chave vontade natureza ciecircncia Nome Oscar M Esquisabel Instituiccedilatildeo UNQ-CONICET-UNLP Tiacutetulo Leibniz la ciencia general como una ontologiacutea de las ciencias Resumo ldquoCiencia generalrdquo es una denominacioacuten leibniziana para un proyecto de fundamentacioacuten de las ciencias De una manera general se la puede concebir como una

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Comissatildeo Organizadora Fernanda Bulhotildees Cinara Maria Leite Nahra Daniel Durante Pereira Alves Gisele Amaral dos Santos Comissatildeo Cientiacutefica Cinara Maria Leite Nahra (UFRN) Daniel Durante Pereira Alves (UFRN) Fernanda Machado de Bulhotildees (UFRN) Gisele Amaral dos Santos (UFRN) Juan Adolfo Bonaccini (UFPE) Maria da Paz Nunes de Medeiros (UFRN) Celso Martins Azar Filho (UFF) Alessandro Pinzani (UFSC) Miguel Angel de Barrenechea (UNIRIO) Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Filosofia Universidade Federal do Rio Grande do Norte Campus Universitaacuterio Km 1 BR 101 Lagoa Nova Fone (84) 3215-3643 Fax (84) 3215-3641 httpcchlaufrnbrppgfileventosIVCIM

SUMAacuteRIO

CONFEREcircNCIAS 3

CONFEREcircNCIAS 4

GT ARTE E NATUREZA 8

PALESTRAS 9

COMUNICACcedilOtildeES 10

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA 15

PALESTRAS 16

COMUNICACcedilOtildeES 20

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA 28

PALESTRAS 29

COMUNICACcedilOtildeES 31

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA 41

PALESTRAS 42

COMUNICACcedilOtildeES 44

GT NATUREZA E METAFIacuteSICA NA FILOSOFIA ANTIGA 46

PALESTRAS 47

COMUNICACcedilOtildeES 49

CONFER

CONFEREcircNCIAS

CONFEREcircNCIAS Nome Giovanni Casertano Instituiccedilatildeo Universitagrave degli Studi di Naacutepoles ldquoFederico IIrdquo) Tiacutetulo Ser natureza e verdade a antimetafiacutesica de Goacutergias Resumo Contra Parmeacutenides se dirige a obra Sobre a natureza ou sobre o que natildeo eacute Nesse texto Goacutergias pretende realccedilar que o princiacutepio parmenidiano que regula os termos da relaccedilatildeo linguagem-realidade natildeo eacute paciacutefico pois comporta toda uma complexa seacuterie de problemas frequentemente silenciados ou ignorados Para Goacutergias eacute difiacutecil estabelecer a laquorealidaderaquo de algo independentemente do nosso discurso A afirmaccedilatildeo (ou a negaccedilatildeo) da realidade de algo a nossa inevitaacutevel atribuiccedilatildeo de predicados a qualquer coisa constituem sempre as nossas ldquoqualificaccedilotildeesrdquo dessa realidade E como se diraacute no Elogio de Helena as nossas qualificaccedilotildees natildeo satildeo nem podem ser ldquoneutrasrdquo pois exprimem sempre uma reorganizaccedilatildeo loacutegica afim e pessoal nossa da realidade A minha comunicaccedilatildeo trataraacute os seguintes pontos 1) a traduccedilatildeo loacutegica em termos de linguagem da realidade de um ldquoobjetordquo torna-o precisamente ldquoobjeto do discursordquo e a coincidecircncia de ldquoser objetordquo e de ldquoser objeto do discursordquo natildeo eacute de todo imediata 2) vice-versa se o nosso discurso eacute correto logicamente coerente a sua coerecircncia pode desenvolver-se somente se envolver de maneira necessariamente ambiacutegua mais do que um niacutevel o do ser o do pensar e o do nomear que mesmo que deixem de ser ldquoo mesmordquo como acontecia em Parmeacutenides satildeo todavia extremamente difiacuteceis de tratar como coisas diversas nas palavras que usamos para construir o nosso discurso 3) o nosso discurso que eacute aquilo com que realmente devemos tratar eacute de facto o uacutenico horizonte transitaacutevel da nossa mente e se neste horizonte natildeo eacute possiacutevel afirmar coerentemente um ldquoserrdquo entatildeo temos de concluir que aleacutem deste natildeo haacute mais nenhum ldquoserrdquo Palavras-Chave Goacutergias ser linguagem realidade Nome Joseacute Jara Instituiccedilatildeo Universidad de Valparaiacuteso Tiacutetulo Maacutes allaacute de la penuria El giro teoacuterico de Nietzsche Resumo El ejercicio intempestivo del pensar de Nietzsche su actuar en contra del presente y a favor de un tiempo por venir se entrelaza con su mirada genealoacutegica hacia el pasado de las condiciones de existencia de los hombres en sociedad en las que se apoya su mirada reflexiva hacia el futuro Este cruce de temporalidades es recogido en su obra mediante el empleo de tres teacuterminos Not penuria Beduumlrfniss menesterosidad y Notwendigkeir necesidad Si bien estas tres palabras suelen y pueden traducirse mediante una sola necesidad el uso diferenciado y consistente hecho por Nietzsche de ellas tres requiere de una atencioacuten especial A traveacutes de ellas se pueden apreciar los distintos modos y niveles de relacioacuten existentes entre un individuo y sus semejantes en la vida de una comunidad el paso desde las penurias del cuerpo y del alma hacia las menesterosidades de la comunicacioacuten y de la formacioacuten de la moral y de una conciencia intelectual Pero tambieacuten de la exigencia de un ldquoviraje de la penuriardquo a traveacutes de la intervencioacuten de la voluntad propuesta como una necesidad la de querer crear una y otra vez renovadas condiciones de existencia para la afirmacioacuten de la vida y de otro tipo de hombre que la haga suya Incluido el riesgo y la apuesta frente al optimismo econoacutemico avistado por eacutel en su tiempo de que se avecine un desplazamiento del centro de gravedad de la cultura Palavras-Chave

Nome Lucas Angioni Instituiccedilatildeo Unicamp Tiacutetulo Necessidade e conhecimento cientiacutefico em Aristoacuteteles Resumo Aristoacuteteles afirma vaacuterias vezes na Metafiacutesica e nos Segundos Analiacuteticos que aquilo que se conhece cientificamente eacute ldquonecessaacuteriordquo isto eacute natildeo pode ser de outro modo Muitos inteacuterpretes julgam que essa afirmaccedilatildeo daacute um fundamento ontoloacutegico para o conhecimento cientiacutefico Este conhecimento seria caracterizado pelo grau maacuteximo de certeza e indubitabilidade e essas caracteriacutesticas epistemoloacutegicas encontrariam um fundamento uacuteltimo na natureza ontoloacutegica do objeto do conhecimento cientiacutefico Aquilo que se conhece cientificamente seriam proposiccedilotildees necessaacuterias cujo valor de verdade natildeo poderia mudar dado que os objetos a que elas se referem teriam propriedades imutaacuteveis Pretendo discutir essa caracterizaccedilatildeo da necessidade do conhecimento cientiacutefico e mostrar que ela eacute inadequada para compreender o que Aristoacuteteles quer dizer em sua teoria Quando Aristoacuteteles fala em ldquoobjeto do conhecimentordquo ao qual atribui a propriedade de ser ldquonecessaacuteriordquo ele natildeo se refere nem a entidades tomadas isoladamente em si mesmas nem a proposiccedilotildees predicativas elementares (nas quais uma certa propriedade eacute atribuiacuteda a um dado sujeito) Antes o ldquoobjeto do conhecimentordquo deve ser entendido como uma relaccedilatildeo causal triaacutedica que Aristoacuteteles busca captar na estrutura triaacutedica do silogismo Aquilo que ldquonatildeo pode ser de outro modordquo eacute antes a relaccedilatildeo causal mais baacutesica pela qual um dada proposiccedilatildeo predicativa eacute explicada de modo apropriado Palavras-Chave necessidade essencialismo metafiacutesica causalidade explicaccedilatildeo demonstraccedilatildeo Nome Maria Luacutecia Cacciola Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo A filosofia da natureza em Schopenhauer Resumo Trata-se de estabelecer os paracircmetros segundo os quaisSchopenhauer pensou a ldquonaturezardquo Para isso iremos investigar qual seria a postura de Schopenhauer em relaccedilatildeo agraves ciecircncias da eacutepoca a saber determinar qual seria para ele o papel do conhecimento cientiacutefico em face da sua metafiacutesica da vontade No textoA vontade na naturezaque seraacute examinado por noacutes se estampa a busca de conciliar os resultados cientiacuteficos sobre o estudo da natureza com a sua filosofia No centro da investigaccedilatildeo eacute preciso levar em conta o alargamento da noccedilatildeo de conhecimento em Schopenhauer baseada em seu duplo ponto de vista sobre o mundo a saber seu ideal-realismo Para isso nos pautaremos na sua obra capital ldquo Omundo como vontade e representaccedilatildeoUma das noccedilotildees norteadoras para o exame da questatildeo seraacute a proacutepria definiccedilatildeo que Schopenhauer daacute de sua filosofia uma filosofia imnente que eacute ao mesmo tempo ldquociecircncia e arterdquo Palavras-Chave vontade natureza ciecircncia Nome Oscar M Esquisabel Instituiccedilatildeo UNQ-CONICET-UNLP Tiacutetulo Leibniz la ciencia general como una ontologiacutea de las ciencias Resumo ldquoCiencia generalrdquo es una denominacioacuten leibniziana para un proyecto de fundamentacioacuten de las ciencias De una manera general se la puede concebir como una

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

SUMAacuteRIO

CONFEREcircNCIAS 3

CONFEREcircNCIAS 4

GT ARTE E NATUREZA 8

PALESTRAS 9

COMUNICACcedilOtildeES 10

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA 15

PALESTRAS 16

COMUNICACcedilOtildeES 20

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA 28

PALESTRAS 29

COMUNICACcedilOtildeES 31

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA 41

PALESTRAS 42

COMUNICACcedilOtildeES 44

GT NATUREZA E METAFIacuteSICA NA FILOSOFIA ANTIGA 46

PALESTRAS 47

COMUNICACcedilOtildeES 49

CONFER

CONFEREcircNCIAS

CONFEREcircNCIAS Nome Giovanni Casertano Instituiccedilatildeo Universitagrave degli Studi di Naacutepoles ldquoFederico IIrdquo) Tiacutetulo Ser natureza e verdade a antimetafiacutesica de Goacutergias Resumo Contra Parmeacutenides se dirige a obra Sobre a natureza ou sobre o que natildeo eacute Nesse texto Goacutergias pretende realccedilar que o princiacutepio parmenidiano que regula os termos da relaccedilatildeo linguagem-realidade natildeo eacute paciacutefico pois comporta toda uma complexa seacuterie de problemas frequentemente silenciados ou ignorados Para Goacutergias eacute difiacutecil estabelecer a laquorealidaderaquo de algo independentemente do nosso discurso A afirmaccedilatildeo (ou a negaccedilatildeo) da realidade de algo a nossa inevitaacutevel atribuiccedilatildeo de predicados a qualquer coisa constituem sempre as nossas ldquoqualificaccedilotildeesrdquo dessa realidade E como se diraacute no Elogio de Helena as nossas qualificaccedilotildees natildeo satildeo nem podem ser ldquoneutrasrdquo pois exprimem sempre uma reorganizaccedilatildeo loacutegica afim e pessoal nossa da realidade A minha comunicaccedilatildeo trataraacute os seguintes pontos 1) a traduccedilatildeo loacutegica em termos de linguagem da realidade de um ldquoobjetordquo torna-o precisamente ldquoobjeto do discursordquo e a coincidecircncia de ldquoser objetordquo e de ldquoser objeto do discursordquo natildeo eacute de todo imediata 2) vice-versa se o nosso discurso eacute correto logicamente coerente a sua coerecircncia pode desenvolver-se somente se envolver de maneira necessariamente ambiacutegua mais do que um niacutevel o do ser o do pensar e o do nomear que mesmo que deixem de ser ldquoo mesmordquo como acontecia em Parmeacutenides satildeo todavia extremamente difiacuteceis de tratar como coisas diversas nas palavras que usamos para construir o nosso discurso 3) o nosso discurso que eacute aquilo com que realmente devemos tratar eacute de facto o uacutenico horizonte transitaacutevel da nossa mente e se neste horizonte natildeo eacute possiacutevel afirmar coerentemente um ldquoserrdquo entatildeo temos de concluir que aleacutem deste natildeo haacute mais nenhum ldquoserrdquo Palavras-Chave Goacutergias ser linguagem realidade Nome Joseacute Jara Instituiccedilatildeo Universidad de Valparaiacuteso Tiacutetulo Maacutes allaacute de la penuria El giro teoacuterico de Nietzsche Resumo El ejercicio intempestivo del pensar de Nietzsche su actuar en contra del presente y a favor de un tiempo por venir se entrelaza con su mirada genealoacutegica hacia el pasado de las condiciones de existencia de los hombres en sociedad en las que se apoya su mirada reflexiva hacia el futuro Este cruce de temporalidades es recogido en su obra mediante el empleo de tres teacuterminos Not penuria Beduumlrfniss menesterosidad y Notwendigkeir necesidad Si bien estas tres palabras suelen y pueden traducirse mediante una sola necesidad el uso diferenciado y consistente hecho por Nietzsche de ellas tres requiere de una atencioacuten especial A traveacutes de ellas se pueden apreciar los distintos modos y niveles de relacioacuten existentes entre un individuo y sus semejantes en la vida de una comunidad el paso desde las penurias del cuerpo y del alma hacia las menesterosidades de la comunicacioacuten y de la formacioacuten de la moral y de una conciencia intelectual Pero tambieacuten de la exigencia de un ldquoviraje de la penuriardquo a traveacutes de la intervencioacuten de la voluntad propuesta como una necesidad la de querer crear una y otra vez renovadas condiciones de existencia para la afirmacioacuten de la vida y de otro tipo de hombre que la haga suya Incluido el riesgo y la apuesta frente al optimismo econoacutemico avistado por eacutel en su tiempo de que se avecine un desplazamiento del centro de gravedad de la cultura Palavras-Chave

Nome Lucas Angioni Instituiccedilatildeo Unicamp Tiacutetulo Necessidade e conhecimento cientiacutefico em Aristoacuteteles Resumo Aristoacuteteles afirma vaacuterias vezes na Metafiacutesica e nos Segundos Analiacuteticos que aquilo que se conhece cientificamente eacute ldquonecessaacuteriordquo isto eacute natildeo pode ser de outro modo Muitos inteacuterpretes julgam que essa afirmaccedilatildeo daacute um fundamento ontoloacutegico para o conhecimento cientiacutefico Este conhecimento seria caracterizado pelo grau maacuteximo de certeza e indubitabilidade e essas caracteriacutesticas epistemoloacutegicas encontrariam um fundamento uacuteltimo na natureza ontoloacutegica do objeto do conhecimento cientiacutefico Aquilo que se conhece cientificamente seriam proposiccedilotildees necessaacuterias cujo valor de verdade natildeo poderia mudar dado que os objetos a que elas se referem teriam propriedades imutaacuteveis Pretendo discutir essa caracterizaccedilatildeo da necessidade do conhecimento cientiacutefico e mostrar que ela eacute inadequada para compreender o que Aristoacuteteles quer dizer em sua teoria Quando Aristoacuteteles fala em ldquoobjeto do conhecimentordquo ao qual atribui a propriedade de ser ldquonecessaacuteriordquo ele natildeo se refere nem a entidades tomadas isoladamente em si mesmas nem a proposiccedilotildees predicativas elementares (nas quais uma certa propriedade eacute atribuiacuteda a um dado sujeito) Antes o ldquoobjeto do conhecimentordquo deve ser entendido como uma relaccedilatildeo causal triaacutedica que Aristoacuteteles busca captar na estrutura triaacutedica do silogismo Aquilo que ldquonatildeo pode ser de outro modordquo eacute antes a relaccedilatildeo causal mais baacutesica pela qual um dada proposiccedilatildeo predicativa eacute explicada de modo apropriado Palavras-Chave necessidade essencialismo metafiacutesica causalidade explicaccedilatildeo demonstraccedilatildeo Nome Maria Luacutecia Cacciola Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo A filosofia da natureza em Schopenhauer Resumo Trata-se de estabelecer os paracircmetros segundo os quaisSchopenhauer pensou a ldquonaturezardquo Para isso iremos investigar qual seria a postura de Schopenhauer em relaccedilatildeo agraves ciecircncias da eacutepoca a saber determinar qual seria para ele o papel do conhecimento cientiacutefico em face da sua metafiacutesica da vontade No textoA vontade na naturezaque seraacute examinado por noacutes se estampa a busca de conciliar os resultados cientiacuteficos sobre o estudo da natureza com a sua filosofia No centro da investigaccedilatildeo eacute preciso levar em conta o alargamento da noccedilatildeo de conhecimento em Schopenhauer baseada em seu duplo ponto de vista sobre o mundo a saber seu ideal-realismo Para isso nos pautaremos na sua obra capital ldquo Omundo como vontade e representaccedilatildeoUma das noccedilotildees norteadoras para o exame da questatildeo seraacute a proacutepria definiccedilatildeo que Schopenhauer daacute de sua filosofia uma filosofia imnente que eacute ao mesmo tempo ldquociecircncia e arterdquo Palavras-Chave vontade natureza ciecircncia Nome Oscar M Esquisabel Instituiccedilatildeo UNQ-CONICET-UNLP Tiacutetulo Leibniz la ciencia general como una ontologiacutea de las ciencias Resumo ldquoCiencia generalrdquo es una denominacioacuten leibniziana para un proyecto de fundamentacioacuten de las ciencias De una manera general se la puede concebir como una

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

CONFER

CONFEREcircNCIAS

CONFEREcircNCIAS Nome Giovanni Casertano Instituiccedilatildeo Universitagrave degli Studi di Naacutepoles ldquoFederico IIrdquo) Tiacutetulo Ser natureza e verdade a antimetafiacutesica de Goacutergias Resumo Contra Parmeacutenides se dirige a obra Sobre a natureza ou sobre o que natildeo eacute Nesse texto Goacutergias pretende realccedilar que o princiacutepio parmenidiano que regula os termos da relaccedilatildeo linguagem-realidade natildeo eacute paciacutefico pois comporta toda uma complexa seacuterie de problemas frequentemente silenciados ou ignorados Para Goacutergias eacute difiacutecil estabelecer a laquorealidaderaquo de algo independentemente do nosso discurso A afirmaccedilatildeo (ou a negaccedilatildeo) da realidade de algo a nossa inevitaacutevel atribuiccedilatildeo de predicados a qualquer coisa constituem sempre as nossas ldquoqualificaccedilotildeesrdquo dessa realidade E como se diraacute no Elogio de Helena as nossas qualificaccedilotildees natildeo satildeo nem podem ser ldquoneutrasrdquo pois exprimem sempre uma reorganizaccedilatildeo loacutegica afim e pessoal nossa da realidade A minha comunicaccedilatildeo trataraacute os seguintes pontos 1) a traduccedilatildeo loacutegica em termos de linguagem da realidade de um ldquoobjetordquo torna-o precisamente ldquoobjeto do discursordquo e a coincidecircncia de ldquoser objetordquo e de ldquoser objeto do discursordquo natildeo eacute de todo imediata 2) vice-versa se o nosso discurso eacute correto logicamente coerente a sua coerecircncia pode desenvolver-se somente se envolver de maneira necessariamente ambiacutegua mais do que um niacutevel o do ser o do pensar e o do nomear que mesmo que deixem de ser ldquoo mesmordquo como acontecia em Parmeacutenides satildeo todavia extremamente difiacuteceis de tratar como coisas diversas nas palavras que usamos para construir o nosso discurso 3) o nosso discurso que eacute aquilo com que realmente devemos tratar eacute de facto o uacutenico horizonte transitaacutevel da nossa mente e se neste horizonte natildeo eacute possiacutevel afirmar coerentemente um ldquoserrdquo entatildeo temos de concluir que aleacutem deste natildeo haacute mais nenhum ldquoserrdquo Palavras-Chave Goacutergias ser linguagem realidade Nome Joseacute Jara Instituiccedilatildeo Universidad de Valparaiacuteso Tiacutetulo Maacutes allaacute de la penuria El giro teoacuterico de Nietzsche Resumo El ejercicio intempestivo del pensar de Nietzsche su actuar en contra del presente y a favor de un tiempo por venir se entrelaza con su mirada genealoacutegica hacia el pasado de las condiciones de existencia de los hombres en sociedad en las que se apoya su mirada reflexiva hacia el futuro Este cruce de temporalidades es recogido en su obra mediante el empleo de tres teacuterminos Not penuria Beduumlrfniss menesterosidad y Notwendigkeir necesidad Si bien estas tres palabras suelen y pueden traducirse mediante una sola necesidad el uso diferenciado y consistente hecho por Nietzsche de ellas tres requiere de una atencioacuten especial A traveacutes de ellas se pueden apreciar los distintos modos y niveles de relacioacuten existentes entre un individuo y sus semejantes en la vida de una comunidad el paso desde las penurias del cuerpo y del alma hacia las menesterosidades de la comunicacioacuten y de la formacioacuten de la moral y de una conciencia intelectual Pero tambieacuten de la exigencia de un ldquoviraje de la penuriardquo a traveacutes de la intervencioacuten de la voluntad propuesta como una necesidad la de querer crear una y otra vez renovadas condiciones de existencia para la afirmacioacuten de la vida y de otro tipo de hombre que la haga suya Incluido el riesgo y la apuesta frente al optimismo econoacutemico avistado por eacutel en su tiempo de que se avecine un desplazamiento del centro de gravedad de la cultura Palavras-Chave

Nome Lucas Angioni Instituiccedilatildeo Unicamp Tiacutetulo Necessidade e conhecimento cientiacutefico em Aristoacuteteles Resumo Aristoacuteteles afirma vaacuterias vezes na Metafiacutesica e nos Segundos Analiacuteticos que aquilo que se conhece cientificamente eacute ldquonecessaacuteriordquo isto eacute natildeo pode ser de outro modo Muitos inteacuterpretes julgam que essa afirmaccedilatildeo daacute um fundamento ontoloacutegico para o conhecimento cientiacutefico Este conhecimento seria caracterizado pelo grau maacuteximo de certeza e indubitabilidade e essas caracteriacutesticas epistemoloacutegicas encontrariam um fundamento uacuteltimo na natureza ontoloacutegica do objeto do conhecimento cientiacutefico Aquilo que se conhece cientificamente seriam proposiccedilotildees necessaacuterias cujo valor de verdade natildeo poderia mudar dado que os objetos a que elas se referem teriam propriedades imutaacuteveis Pretendo discutir essa caracterizaccedilatildeo da necessidade do conhecimento cientiacutefico e mostrar que ela eacute inadequada para compreender o que Aristoacuteteles quer dizer em sua teoria Quando Aristoacuteteles fala em ldquoobjeto do conhecimentordquo ao qual atribui a propriedade de ser ldquonecessaacuteriordquo ele natildeo se refere nem a entidades tomadas isoladamente em si mesmas nem a proposiccedilotildees predicativas elementares (nas quais uma certa propriedade eacute atribuiacuteda a um dado sujeito) Antes o ldquoobjeto do conhecimentordquo deve ser entendido como uma relaccedilatildeo causal triaacutedica que Aristoacuteteles busca captar na estrutura triaacutedica do silogismo Aquilo que ldquonatildeo pode ser de outro modordquo eacute antes a relaccedilatildeo causal mais baacutesica pela qual um dada proposiccedilatildeo predicativa eacute explicada de modo apropriado Palavras-Chave necessidade essencialismo metafiacutesica causalidade explicaccedilatildeo demonstraccedilatildeo Nome Maria Luacutecia Cacciola Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo A filosofia da natureza em Schopenhauer Resumo Trata-se de estabelecer os paracircmetros segundo os quaisSchopenhauer pensou a ldquonaturezardquo Para isso iremos investigar qual seria a postura de Schopenhauer em relaccedilatildeo agraves ciecircncias da eacutepoca a saber determinar qual seria para ele o papel do conhecimento cientiacutefico em face da sua metafiacutesica da vontade No textoA vontade na naturezaque seraacute examinado por noacutes se estampa a busca de conciliar os resultados cientiacuteficos sobre o estudo da natureza com a sua filosofia No centro da investigaccedilatildeo eacute preciso levar em conta o alargamento da noccedilatildeo de conhecimento em Schopenhauer baseada em seu duplo ponto de vista sobre o mundo a saber seu ideal-realismo Para isso nos pautaremos na sua obra capital ldquo Omundo como vontade e representaccedilatildeoUma das noccedilotildees norteadoras para o exame da questatildeo seraacute a proacutepria definiccedilatildeo que Schopenhauer daacute de sua filosofia uma filosofia imnente que eacute ao mesmo tempo ldquociecircncia e arterdquo Palavras-Chave vontade natureza ciecircncia Nome Oscar M Esquisabel Instituiccedilatildeo UNQ-CONICET-UNLP Tiacutetulo Leibniz la ciencia general como una ontologiacutea de las ciencias Resumo ldquoCiencia generalrdquo es una denominacioacuten leibniziana para un proyecto de fundamentacioacuten de las ciencias De una manera general se la puede concebir como una

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

CONFEREcircNCIAS Nome Giovanni Casertano Instituiccedilatildeo Universitagrave degli Studi di Naacutepoles ldquoFederico IIrdquo) Tiacutetulo Ser natureza e verdade a antimetafiacutesica de Goacutergias Resumo Contra Parmeacutenides se dirige a obra Sobre a natureza ou sobre o que natildeo eacute Nesse texto Goacutergias pretende realccedilar que o princiacutepio parmenidiano que regula os termos da relaccedilatildeo linguagem-realidade natildeo eacute paciacutefico pois comporta toda uma complexa seacuterie de problemas frequentemente silenciados ou ignorados Para Goacutergias eacute difiacutecil estabelecer a laquorealidaderaquo de algo independentemente do nosso discurso A afirmaccedilatildeo (ou a negaccedilatildeo) da realidade de algo a nossa inevitaacutevel atribuiccedilatildeo de predicados a qualquer coisa constituem sempre as nossas ldquoqualificaccedilotildeesrdquo dessa realidade E como se diraacute no Elogio de Helena as nossas qualificaccedilotildees natildeo satildeo nem podem ser ldquoneutrasrdquo pois exprimem sempre uma reorganizaccedilatildeo loacutegica afim e pessoal nossa da realidade A minha comunicaccedilatildeo trataraacute os seguintes pontos 1) a traduccedilatildeo loacutegica em termos de linguagem da realidade de um ldquoobjetordquo torna-o precisamente ldquoobjeto do discursordquo e a coincidecircncia de ldquoser objetordquo e de ldquoser objeto do discursordquo natildeo eacute de todo imediata 2) vice-versa se o nosso discurso eacute correto logicamente coerente a sua coerecircncia pode desenvolver-se somente se envolver de maneira necessariamente ambiacutegua mais do que um niacutevel o do ser o do pensar e o do nomear que mesmo que deixem de ser ldquoo mesmordquo como acontecia em Parmeacutenides satildeo todavia extremamente difiacuteceis de tratar como coisas diversas nas palavras que usamos para construir o nosso discurso 3) o nosso discurso que eacute aquilo com que realmente devemos tratar eacute de facto o uacutenico horizonte transitaacutevel da nossa mente e se neste horizonte natildeo eacute possiacutevel afirmar coerentemente um ldquoserrdquo entatildeo temos de concluir que aleacutem deste natildeo haacute mais nenhum ldquoserrdquo Palavras-Chave Goacutergias ser linguagem realidade Nome Joseacute Jara Instituiccedilatildeo Universidad de Valparaiacuteso Tiacutetulo Maacutes allaacute de la penuria El giro teoacuterico de Nietzsche Resumo El ejercicio intempestivo del pensar de Nietzsche su actuar en contra del presente y a favor de un tiempo por venir se entrelaza con su mirada genealoacutegica hacia el pasado de las condiciones de existencia de los hombres en sociedad en las que se apoya su mirada reflexiva hacia el futuro Este cruce de temporalidades es recogido en su obra mediante el empleo de tres teacuterminos Not penuria Beduumlrfniss menesterosidad y Notwendigkeir necesidad Si bien estas tres palabras suelen y pueden traducirse mediante una sola necesidad el uso diferenciado y consistente hecho por Nietzsche de ellas tres requiere de una atencioacuten especial A traveacutes de ellas se pueden apreciar los distintos modos y niveles de relacioacuten existentes entre un individuo y sus semejantes en la vida de una comunidad el paso desde las penurias del cuerpo y del alma hacia las menesterosidades de la comunicacioacuten y de la formacioacuten de la moral y de una conciencia intelectual Pero tambieacuten de la exigencia de un ldquoviraje de la penuriardquo a traveacutes de la intervencioacuten de la voluntad propuesta como una necesidad la de querer crear una y otra vez renovadas condiciones de existencia para la afirmacioacuten de la vida y de otro tipo de hombre que la haga suya Incluido el riesgo y la apuesta frente al optimismo econoacutemico avistado por eacutel en su tiempo de que se avecine un desplazamiento del centro de gravedad de la cultura Palavras-Chave

Nome Lucas Angioni Instituiccedilatildeo Unicamp Tiacutetulo Necessidade e conhecimento cientiacutefico em Aristoacuteteles Resumo Aristoacuteteles afirma vaacuterias vezes na Metafiacutesica e nos Segundos Analiacuteticos que aquilo que se conhece cientificamente eacute ldquonecessaacuteriordquo isto eacute natildeo pode ser de outro modo Muitos inteacuterpretes julgam que essa afirmaccedilatildeo daacute um fundamento ontoloacutegico para o conhecimento cientiacutefico Este conhecimento seria caracterizado pelo grau maacuteximo de certeza e indubitabilidade e essas caracteriacutesticas epistemoloacutegicas encontrariam um fundamento uacuteltimo na natureza ontoloacutegica do objeto do conhecimento cientiacutefico Aquilo que se conhece cientificamente seriam proposiccedilotildees necessaacuterias cujo valor de verdade natildeo poderia mudar dado que os objetos a que elas se referem teriam propriedades imutaacuteveis Pretendo discutir essa caracterizaccedilatildeo da necessidade do conhecimento cientiacutefico e mostrar que ela eacute inadequada para compreender o que Aristoacuteteles quer dizer em sua teoria Quando Aristoacuteteles fala em ldquoobjeto do conhecimentordquo ao qual atribui a propriedade de ser ldquonecessaacuteriordquo ele natildeo se refere nem a entidades tomadas isoladamente em si mesmas nem a proposiccedilotildees predicativas elementares (nas quais uma certa propriedade eacute atribuiacuteda a um dado sujeito) Antes o ldquoobjeto do conhecimentordquo deve ser entendido como uma relaccedilatildeo causal triaacutedica que Aristoacuteteles busca captar na estrutura triaacutedica do silogismo Aquilo que ldquonatildeo pode ser de outro modordquo eacute antes a relaccedilatildeo causal mais baacutesica pela qual um dada proposiccedilatildeo predicativa eacute explicada de modo apropriado Palavras-Chave necessidade essencialismo metafiacutesica causalidade explicaccedilatildeo demonstraccedilatildeo Nome Maria Luacutecia Cacciola Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo A filosofia da natureza em Schopenhauer Resumo Trata-se de estabelecer os paracircmetros segundo os quaisSchopenhauer pensou a ldquonaturezardquo Para isso iremos investigar qual seria a postura de Schopenhauer em relaccedilatildeo agraves ciecircncias da eacutepoca a saber determinar qual seria para ele o papel do conhecimento cientiacutefico em face da sua metafiacutesica da vontade No textoA vontade na naturezaque seraacute examinado por noacutes se estampa a busca de conciliar os resultados cientiacuteficos sobre o estudo da natureza com a sua filosofia No centro da investigaccedilatildeo eacute preciso levar em conta o alargamento da noccedilatildeo de conhecimento em Schopenhauer baseada em seu duplo ponto de vista sobre o mundo a saber seu ideal-realismo Para isso nos pautaremos na sua obra capital ldquo Omundo como vontade e representaccedilatildeoUma das noccedilotildees norteadoras para o exame da questatildeo seraacute a proacutepria definiccedilatildeo que Schopenhauer daacute de sua filosofia uma filosofia imnente que eacute ao mesmo tempo ldquociecircncia e arterdquo Palavras-Chave vontade natureza ciecircncia Nome Oscar M Esquisabel Instituiccedilatildeo UNQ-CONICET-UNLP Tiacutetulo Leibniz la ciencia general como una ontologiacutea de las ciencias Resumo ldquoCiencia generalrdquo es una denominacioacuten leibniziana para un proyecto de fundamentacioacuten de las ciencias De una manera general se la puede concebir como una

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Lucas Angioni Instituiccedilatildeo Unicamp Tiacutetulo Necessidade e conhecimento cientiacutefico em Aristoacuteteles Resumo Aristoacuteteles afirma vaacuterias vezes na Metafiacutesica e nos Segundos Analiacuteticos que aquilo que se conhece cientificamente eacute ldquonecessaacuteriordquo isto eacute natildeo pode ser de outro modo Muitos inteacuterpretes julgam que essa afirmaccedilatildeo daacute um fundamento ontoloacutegico para o conhecimento cientiacutefico Este conhecimento seria caracterizado pelo grau maacuteximo de certeza e indubitabilidade e essas caracteriacutesticas epistemoloacutegicas encontrariam um fundamento uacuteltimo na natureza ontoloacutegica do objeto do conhecimento cientiacutefico Aquilo que se conhece cientificamente seriam proposiccedilotildees necessaacuterias cujo valor de verdade natildeo poderia mudar dado que os objetos a que elas se referem teriam propriedades imutaacuteveis Pretendo discutir essa caracterizaccedilatildeo da necessidade do conhecimento cientiacutefico e mostrar que ela eacute inadequada para compreender o que Aristoacuteteles quer dizer em sua teoria Quando Aristoacuteteles fala em ldquoobjeto do conhecimentordquo ao qual atribui a propriedade de ser ldquonecessaacuteriordquo ele natildeo se refere nem a entidades tomadas isoladamente em si mesmas nem a proposiccedilotildees predicativas elementares (nas quais uma certa propriedade eacute atribuiacuteda a um dado sujeito) Antes o ldquoobjeto do conhecimentordquo deve ser entendido como uma relaccedilatildeo causal triaacutedica que Aristoacuteteles busca captar na estrutura triaacutedica do silogismo Aquilo que ldquonatildeo pode ser de outro modordquo eacute antes a relaccedilatildeo causal mais baacutesica pela qual um dada proposiccedilatildeo predicativa eacute explicada de modo apropriado Palavras-Chave necessidade essencialismo metafiacutesica causalidade explicaccedilatildeo demonstraccedilatildeo Nome Maria Luacutecia Cacciola Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo A filosofia da natureza em Schopenhauer Resumo Trata-se de estabelecer os paracircmetros segundo os quaisSchopenhauer pensou a ldquonaturezardquo Para isso iremos investigar qual seria a postura de Schopenhauer em relaccedilatildeo agraves ciecircncias da eacutepoca a saber determinar qual seria para ele o papel do conhecimento cientiacutefico em face da sua metafiacutesica da vontade No textoA vontade na naturezaque seraacute examinado por noacutes se estampa a busca de conciliar os resultados cientiacuteficos sobre o estudo da natureza com a sua filosofia No centro da investigaccedilatildeo eacute preciso levar em conta o alargamento da noccedilatildeo de conhecimento em Schopenhauer baseada em seu duplo ponto de vista sobre o mundo a saber seu ideal-realismo Para isso nos pautaremos na sua obra capital ldquo Omundo como vontade e representaccedilatildeoUma das noccedilotildees norteadoras para o exame da questatildeo seraacute a proacutepria definiccedilatildeo que Schopenhauer daacute de sua filosofia uma filosofia imnente que eacute ao mesmo tempo ldquociecircncia e arterdquo Palavras-Chave vontade natureza ciecircncia Nome Oscar M Esquisabel Instituiccedilatildeo UNQ-CONICET-UNLP Tiacutetulo Leibniz la ciencia general como una ontologiacutea de las ciencias Resumo ldquoCiencia generalrdquo es una denominacioacuten leibniziana para un proyecto de fundamentacioacuten de las ciencias De una manera general se la puede concebir como una

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

ontologiacutea de las ciencias en el sentido de que trata los conceptos y principios fundamentales que luego cada ciencia deberaacute aplicar dentro de su dominio respectivo Por otra parte dentro de este disentildeo de fundamentacioacuten ontoloacutegica de las ciencias una disciplina la ciencia combinatoria debe ocuparse de los aspectos que constituyen el armazoacuten estructural o formal de toda ciencia convirtieacutendose asiacute en una ciencia de ldquorelaciones formalesrdquo Nuestro propoacutesito es esbozar la estructura general del proyecto y caracterizar maacutes especiacuteficamente la ciencia combinatoria como ldquociencias de las formasrdquo es decir como ciencia de las estructuras formales Palavras-Chave Leibniz ontologiacutea loacutegica epistemologiacutea metafiacutesica Nome Oswaldo Chateaubriand Instituiccedilatildeo PUC-Rio Tiacutetulo O Verdadeiro e o Falso Resumo Em seu artigo ldquoFunccedilatildeo e Conceitordquo Frege introduz dois objetos O Verdadeiro e o Falso que o levam a modificar a estrutura conceitual do sistema de loacutegica formulado na Conceitografia Em ldquoSobre o Sentido e a Referenciardquo e na introduccedilatildeo das Leis Baacutesicas da Aritmeacutetica Frege argumenta a favor da postulaccedilatildeo desses objetos tanto do ponto de vista da conceitualizaccedilatildeo da linguagem como do ponto de vista da formulaccedilatildeo da loacutegica Os argumentos natildeo satildeo definitivos e alguns tem caraacuteter distintamente pragmaacutetico No seacuteculo XX vaacuterios loacutegicos e filoacutesofos retomaram a ideacuteia de Frege e formularam argumentos mais especiacuteficos em favor de suas conclusotildees Entre estes se destacam as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson Em minha palestra analisarei as consideraccedilotildees de Frege em favor da postulaccedilatildeo dos valores de verdade e argumentarei que as formulaccedilotildees de Goumldel Church e Davidson natildeo estabelecem os resultados almejados Palavras-Chave Frege valores de verdade Goumldel Church Davidson Nome Oswaldo Giacoacuteia Junior Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Linguagem Conhecimento Metafiacutesica notas sobre Nietzsche e Platatildeo Resumo Nesse trabalho pretendo recolher e articlar subsiacutedios para uma reflexatildeo sobre a relaccedilatildeo entre linguagem pensamento ciecircncia e metafiacutesica tomando como ponto de partida as os apontamentos ineacuteditos para a preleccedilatildeo de Friedrich Nietzsche intitulada Introduccedilatildeo ao Estudo dos Diaacutelogos de Platocircnicos ministrada na Universidade de Basileia em 18711872 e 18741875 Pretendo indicar como essas notas de aula do jovem filoacutelogo conteacutem elementos seminais da filosofia de Nietzsche tambeacutem de seu periacuteodo de maturidade especialmente no que concerne agrave sua ambivalente interpretaccedilatildeo de Soacutecrates e Platatildeo em contraste com o platonismo e o socratismo assim como no que respeita a seu programa filosoacutefico de transvaloraccedilatildeo de todos os valores Para cumprimento de tal intento contrastarei as preleccedilotildees de juventude com algumas passagens da obra de maturidade Palavras-Chave cultura criacutetica metafiacutesica linguagem pensamento ciecircncia teoria das ideias transvaloraccedilatildeo dos valores Nome Thomas Edward Sorell Instituiccedilatildeo University of Birminghan- UK Tiacutetulo Excusable Caricature and Philosophical Relevance

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Resumo The case of Descartes The vilified Descartes of 20th century philosophy is not the same as the canonical Descartes and not the same either as the historical Descartes ndashthe Descartes of the best-informed Descartes specialists But there is some difficulty in saying which the real Descartes is as if the others were pure impostors To see this is to recognize some of the limitations of history of philosophy To the extent that history of philosophy is a historical enterprise it inclines the practitioner to enter the preoccupations of Descartes the 17th century scientistmetaphysician To the extent that history of philosophy is a philosophical enterprise it inclines the practitioner to remould Cartesian ideas so as to give them a clear location in live philosophical debates The second inclination is more likely to produce caricatrure than the first But the first can and does have the drawback of being philosophically boring As someone who approaches the history of philosophy with an interest in current analytic philosophy as well as the early modern period I do not think the problem of boringness is insignificant and so I think that within limits caricature is tolerable for the sake of philosophical relevance But I think there is a need for work on Descartes that bridges the divide between current analytic philosophy and history of philosophy and I try to explain the idea of bridging work by reference to my Descartes Reinvented Palavras-Chave

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

GT ARTE E NATUREZA

GT ARTE E NATUREZA

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

PALESTRAS Nome Miguel Angel Barrenechea Instituiccedilatildeo UNIRIO Tiacutetulo Nova era traacutegica para aleacutem da metafiacutesica Resumo Neste trabalho a minha proposta eacute esclarecer de que forma conforme a interpretaccedilatildeo nietzschiana eacute possiacutevel entender a histoacuteria da metafiacutesica em todo o devir do pensamento ocidental como a ldquohistoacuteria de um errordquo cujo corolaacuterio seria a retomada do paacutethos traacutegico e a instauraccedilatildeo de uma nova era traacutegica Lembremos que conforme interpreta o pensador alematildeo apoacutes uma era de esplendor vivida pelos helenos traacutegicos (ateacute o Seacuteculo V ordf C) em que eram afirmadas todas as potecircncias vitais afetivas artiacutesticas e instintivas surge o socratismo e o platonismo que na contramatildeo desse paacutethos traacutegico postula uma instacircncia metafiacutesica um aleacutem um ldquomundo verdadeirordquo ou ldquointeligiacutevelrdquo totalmente afastado da terra da vida Esse ldquoerrordquo baseado na crenccedila em um utoacutepico e inexistente mundo verdadeiro dominaraacute todo o percurso da metafiacutesica ocidental Mas aos poucos esse ldquoerrordquo mostraraacute sua total falta de confiabilidade ateacute evidenciar que se trata apenas de uma ldquofaacutebulardquo de um engodo que iludiu os homens durante muito tempo Para aleacutem desse erro metafiacutesico o paacutethos traacutegico continuou agindo aticcedilando a memoacuteria do homem ocidental atuando subliminarmente e trazendo lembranccedilas de forccedilas recocircnditas e esquecidas Esse paacutethos e essa memoacuteria traacutegicos acabaratildeo impondo uma reviravolta no devir da cultura ocidental que levaraacute agrave instauraccedilatildeo de uma ldquonova era traacutegicardquo Essa reviravolta eacute considerada por Nietzsche como a iminecircncia de um novo tempo Incipit tragoedia Em resumo a minha proposta consiste em refletir sobre o percurso da ideia de mundo verdadeiro que dominou o pensamento ocidental e concluir indagando em que consistiria essa retomada do paacutethos traacutegico conforme a oacutetica nietzschiana que levaria agrave retomada de uma nova era traacutegica Palavras-chave era traacutegica histoacuteria de um erro metafiacutesica mundo verdadeiro incipit tragoedia Nome Miguel Antonio do Nascimento Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Arte vida e natureza Resumo Na histoacuteria da filosofia vaacuterios filoacutesofos se empenharam em mostrar como o conteuacutedo da arte exprime significado filosoacutefico Desse modo passou-se a ter uma compreensatildeo filosoacutefica do que eacute a arte e de sua relaccedilatildeo com o homem e com a natureza Nesta condiccedilatildeo eacute de se dizer que isto se deve ao fato de que o conteuacutedo da arte natildeo se desvincula do sentido da vida e tambeacutem da natureza No entanto quando temos de justificar o que haacute de comum agrave arte e agraves outras coisas e o que torna cada uma diferente da outra aparece uma dificuldade tiacutepica que eacute natildeo podermos dizer com facilidade o que eacute verdadeiro e o que eacute falso na arte e no que denominamos vida e natureza Para perseguir esta dificuldade desenvolvemos este assunto enfatizando a seguinte consideraccedilatildeo Noacutes nunca estamos afastados da arte desde sempre jaacute nos vemos dentro da verdade da arte Por que ainda assim natildeo entendemos o que eacute a arte Com esta pergunta estabelecemos uma reflexatildeo filosoacutefica sobre o viacutenculo da arte com a natureza e o mundo em seu todo A abordagem do assunto eacute feita mediante designaccedilatildeo de conteuacutedo para a relaccedilatildeo entre a arte e a filosofia a vida e a natureza a partir de referecircncia feita a Platatildeo Aristoacuteteles Nietzsche e Heidegger Palavras-chave A arte o saber filosoacutefico a natureza

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Nelma Garcia de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRRJ Tiacutetulo O autocircmato espiritual ou o artificialismo espinosista Resumo A noccedilatildeo de autocircmato espiritual aparece em um texto de juventude de Espinosa chamado Tratado da Reforma do Entendimento escrito por volta de 1662 Insere-se no contexto da discussatildeo sobre o conhecimento e se refere ao que Espinosa entatildeo concebe como ldquouniatildeo da mente com a Natureza inteirardquo princiacutepio que seraacute desenvolvido na Eacutetica culminando na concepccedilatildeo de ldquociecircncia intuitivardquo Segundo o filoacutesofo quanto mais a mente acompanha os processos de conhecimento que ela proacutepria eacute como capacidade de articulaccedilatildeo de ideias e coisas mais entende a ldquoordem da naturezardquo Conhecendo seus processos de articulaccedilatildeo a mente se torna mais apta a ldquodirigir-se e estabelecer regras para si mesmardquo do mesmo modo que entendendo a ordem da natureza ldquotanto mais facilmente pode evitar o que eacute inuacutetilrdquo O autocircmato espiritual que noacutes somos eacute uma maquinaria complexa e anocircnima que funciona a partir dos mesmos elementos de base da maquinaria substancial (deus sive natura) sendo espiritual por ser pura capacidade de articulaccedilatildeo Nossa proposta de trabalho pretende apresentar a noccedilatildeo de autocircmato espiritual na filosofia espinosista partindo da tese de que tudo portanto tambeacutem o reino do mental estaacute dotado precisamente com o mesmo tipo de estrutura e inteligibilidade que se encontra no mundo material Isso daacute um estatuto artificioso e articulatoacuterio agrave ideia de natureza e de mente agrave medida que esvazia o suposto privileacutegio do artifiacutecio dito ldquohumanordquo concebendo-o como potecircncia de criaccedilatildeo e entendimento que replica em regime modal a potecircncia da natureza com o que eacute possiacutevel arte e metamorfose Palavras-chave Autocircmato artifiacutecio natureza

COMUNICACcedilOtildeES Nome Amanda Santos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Do pensaacutevel para o viviacutevel Resumo A partir da expressatildeo ldquoaproximar o pensaacutevel do viviacutevelrdquo presente na biografia nietzschiana escrita por Rudiger Safranski este trabalho pretende identificar o que o bioacutegrafo classifica por audiacutevel e visiacutevel dentro do pensamento nietzschiano no capiacutetulo 10 do mesmo livro investigando de que forma a fisiologia caracteriacutestica dos livros de aforismas perpassa o ldquopensaacutevelrdquo valendo-se do ldquoaudiacutevel e visiacutevelrdquo que ressoaraacute no ldquoviviacutevelrdquo O periacuteodo sobre o qual se ancora esta pesquisa estaacute compreendido entre 1876 e 1882 o desembarque em Humano demasiado humano daacute iniacutecio agrave transiccedilatildeo do trajeto intelectual de Friedrich Nietzsche para o que viria a ser a segunda fase de seu pensamento fortemente anti-romacircntica e sob a aura do Positivismo seraacute identificada com o Positivismo ceacutetico Haacute uma senda na qual uma ciecircncia altamente investigativa floresce Antes Nietzsche via a ciecircncia sedenta por exatidatildeo como uma possibilidade restrita no descortinar do mundo em oposiccedilatildeo a uma arte possuidora de acesso privilegiado ao acircmago das coisas no fim da deacutecada de 70 isso seraacute repensado a ciecircncia carregaraacute um elemento de curiosidade experiecircncia tentativa erro valendo-se destes elementos sem se embriagar de um pensamento calculador que a tudo classifica incisivamente percebemos que nos deparamos com elementos fundamentais no perceber do mundo do olhar para esta terra a metafiacutesica do artista de outrora natildeo eacute mais benquista e a ciecircncia em seu fundamento mais originaacuterio do descortinar do mundo ganha forccedila dando espaccedilo a novas possibilidades de experienciar esta realidade

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Palavras-chave Fisiologia ciecircncia arte Nome Danilo Rodrigues Pimenta Instituiccedilatildeo UNICAMP Tiacutetulo Esteacutetica e metafiacutesica Albert Camus como educador absurdo Resumo Albert Camus natildeo possui uma obra especiacutefica sobre educaccedilatildeo mas o conjunto de seus textos nos oferece indicaccedilotildees para pensar uma pedagogia do absurdo assim o objetivo da comunicaccedilatildeo eacute analisar a relaccedilatildeo entre metafiacutesica e esteacutetica na obra camusiana e apresentar o pensamento esteacutetico do franco-argelino como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta Feito isso o proacuteximo passo eacute pensar em uma possiacutevel pedagogia do absurdo Segundo Camus a obra de arte natildeo eacute autocircnoma visto que ela eacute comprometida com a condiccedilatildeo ontoloacutegica do homem assim a verdadeira obra de arte eacute fiel ao absurdo O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciecircncia da efemeridade de sua obra Para uma obra ser verdadeiramente absurda natildeo basta apresentar o problema do absurdo como fez Dostoievski trata-se de manter-se nessa constataccedilatildeo isto eacute ser fiel a essa verdade A intenccedilatildeo pedagoacutegica do artista consiste em manter a consciecircncia por meio de sua obra visto que satildeo os fracassos da existecircncia absurda que mais nos ensinam a respeito dela Dessa maneira notamos que a pedagogia do absurdo eacute proporcional ao homem e por isso eacute mais esclarecedoras que todas as bibliotecas visto que Camus estaacute convencido da mensagem instrutiva da aparecircncia sensiacutevel que descreve o fracasso da existecircncia humana Assim a arte proposta por Camus exige um artista consciente que por conseguinte natildeo induziraacute o homem agrave ilusatildeo agrave esperanccedila mas ao despertar da consciecircncia e agrave manutenccedilatildeo da mesma Eacute exatamente por isso que a criaccedilatildeo artiacutestica eacute um instrumento de libertaccedilatildeo visto que ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal isto eacute da vida desprovida da consciecircncia da absurdidade da existecircncia Palavras-chave Esteacutetica existecircncia educaccedilatildeo Nome Filipi Gradim Oliveira Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo Um olhar sobre a metafiacutesica do belo em Schopenhauer Resumo Schopenhauer define a metafiacutesica como uma espeacutecie de conhecimento cujo pendor dirige-se agrave universalidade conhecimento que graccedilas a uma potecircncia elevada do intelecto (o ldquogecircniordquo) realiza intuitivamente a compreensatildeo do mundo em seu sentido mais fundamental No entanto conforme afirma o filoacutesofo em Sobre a filosofia e seu meacutetodo ldquoa base e o solo sobre os quais repousam todos os nossos conhecimentos e ciecircncias eacute o inexplicaacutevelrdquo De modo que se quisermos destrinchar qualquer conceito teremos que construir passo a passo uma metafiacutesica em outras palavras laborar um modo de investigaccedilatildeo ldquoque natildeo apenas reconhece aquilo que existe a natureza e a ordena e a considera em seu nexo mas tambeacutem a apreende como um fenocircmeno dado de alguma maneira determinado no qual se apresenta um ser dela mesma diferente que seria entatildeo a coisa-em-sirdquo Ao inquirirmos sobre o ser da Arte recairemos em outra inquisiccedilatildeo ainda mais profunda acerca da constituiccedilatildeo da natureza da Vontade do ser da coisa-em-si de todo fenocircmeno Apoiado nisso a presente pesquisa pretende pensar o processo de composiccedilatildeo da noccedilatildeo de arte como um trabalho da capacidade representativa do intelecto genial de poder perfurar o veacuteu fenomenal partindo ldquoda aparecircnciardquo daquilo ldquoque aparece [Erscheinende]rdquo ateacute tocar ldquono que estaacute escondido atraacutesrdquo Orientado por esta loacutegica indaga-se seraacute a arte um veiacuteculo de comunicaccedilatildeo mais

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

adequado entre o intelecto e a natureza Seraacute a arte a linguagem que mais se aproxima do Inexplicaacutevel no ato de sua aplicaccedilatildeo e que conseguiria natildeo esclarecer mas antes sugerir a essecircncia que a natureza guarda em si Estas perguntas soacute seratildeo respondidas ao traccedilarmos a Metafiacutesica do belo uma vez que eacute esta que atraveacutes do fenocircmeno artiacutestico nos daacute uma ldquocompreensatildeo mais completa e purardquo da ldquomanifestaccedilatildeo objetiva e exteriorrdquo da coisa em si Palavras-chave Metafiacutesica Vontade Belo Nome Joana Brito de Lima Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Natureza vontade e moral Schopenhauer sob suspeitas nietzschianas Resumo O que fundamenta a moral e qual a sua relaccedilatildeo com a natureza humana A partir desses questionamentos Schopenhauer propotildee que a compaixatildeo eacute o verdadeiro fundamento das accedilotildees altruiacutestas que formam a base da moralidade Agir moralmente significa suprimir a distacircncia entre os indiviacuteduos e participar imediatamente do sofrimento alheio a fundamentaccedilatildeo da moral entatildeo se sustenta sobre a metafiacutesica da Vontade A essecircncia da Vontade eacute o iacutempeto cego incontrolaacutevel e ldquogrundlosrdquo (sem fundamento) que se objetiva nos indiviacuteduos sob a forma de um ciacuterculo vicioso (desejos-saciedade-insatisfaccedilatildeo-sofrimento) desse modo a compaixatildeo representa um ldquoquietivordquo apaziguador No entanto como eacute possiacutevel assumir o altruiacutesmo da compaixatildeo Se Schopenhauer afirma que o Ser determina o Agir natildeo seria contraditoacuterio defender o domiacutenio de algo indomaacutevel (Vontade) Tais questionamentos levantam suspeitas sobre a metafiacutesica schopenhaueriana e nos remetem agrave transvaloraccedilatildeo filosoacutefica nietzschiana Nietzsche argumenta que o fundamento da moral definido por Schopenhauer contrapotildee-se agrave noccedilatildeo de que natildeo haacute natureza humana tampouco a compaixatildeo e o altruiacutesmo seriam atributos naturais do caraacuteter humano A suspeita nietzschiana sobre a metafiacutesica de Schopenhauer consiste em defender a sentenccedila segundo a qual ldquotornar-se quem se eacuterdquo traduziria a nossa uacutenica possibilidade de existecircncia assim Nietzsche analisa o agir humano a partir da vontade de poder (afirmaccedilatildeo e apropriaccedilatildeo artiacutestica da vida) O objetivo desta comunicaccedilatildeo enfim eacute pensar as contribuiccedilotildees de Schopenhauer e Nietzsche sobre os controversos dilemas humanos Palavras-chave Vontade Moral Natureza Nome Lindoaldo Campos Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Nietzsche e a grande eacutetica da alegria Resumo Contrapondo-se a um ldquoverdadeiro culto do sofrerrdquo (Aleacutem do bem e do mal 293) oriundo da uniatildeo entre conhecimento e repressatildeo dos instintos que perpassa a tradiccedilatildeo filosoacutefica Nietzsche propotildee uma filosofia da alegria uma ciecircncia gaia(ta) e recomenda o riso como ldquoum bom amuleto que se ostente em volta do pescoccedilo e junto ao coraccedilatildeordquo (id ibid) uma eacutegide portanto contra o peso dos valores decadentes inerentes agrave metafiacutesica Neste sentido Nietzsche alude mesmo a uma hierarquia dos filoacutesofos conforme a qualidade do seu riso ldquocolocando no topo aqueles capazes da risada de ourordquo (Aleacutem de bem e mal 294) aqueles capazes portanto de ldquopermanecer alegres e zombar bem-humorados tambeacutem de si mesmosrdquo (Ecce homo O caso Wagner 1) Daiacute porque pensar para aleacutem das oposiccedilotildees de valores constitutivas da metafiacutesica exige uma perspectiva a partir da qual seja possiacutevel denunciar a tartufice a bufonaria em que se assenta todo pensamento ldquoprofundordquo (leia-se dogmaacutetico) E para isto ndash diz Nietzsche ndash

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

eacute necessaacuteria a grande arte do riso este eacute o reino onde vigora a grande trindade da alegria calma grandeza e luz solar (Humano demasiado humano II O andarilho e sua sombra 332) este eacute o reino do riso criador da libertaccedilatildeo quanto ao espiacuterito de vinganccedila o reino do reconhecimento alegre de que nada obedece a uma ordem a uma verdade e que portanto tudo pode ser criado Palavras-chave Nietzsche alegria criaccedilatildeo Nome Ramon Boliacutevar Cavalcanti Germano Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Consideraccedilotildees sobre o conceito de natureza em Ludwig Feuerbach Resumo No presente trabalho visamos agrave apresentaccedilatildeo do conceito de natureza em Ludwig Feuerbach levando em conta sobretudo o papel central exercido por este conceito no interior da nova proposta filosoacutefica desenvolvida pelo pesador alematildeo Neste sentido mostramos como o conceito de natureza desenvolvido de maneira mais luacutecida e abrangente a partir de Das Wesen der Religion (1846) preenche uma lacuna presente em Das Wesen der Christentums (1841) a saber o tratamento isolado da essecircncia do homem desconsiderando o ser que o homem em sua essecircncia pressupotildee ou seja a natureza como causa ou fundamento do homem Vem a tona entatildeo o conceito filosoacutefico de Natureza natildeo-humana que traz em si antes de mais a afirmaccedilatildeo da total independecircncia da existecircncia da natureza seja frente agrave vontade de um suposto criador supremo seja frente ao homem como suposta ldquomedidardquo da natureza Diante da natureza enquanto alteridade absoluta o homem sente-se dependente de um outro que natildeo depende dele Daiacute o tema central do sentimento de dependecircncia enquanto fundamento psicoloacutegico e subjetivo da religiatildeo Aleacutem disso natildeo podemos limitar a funccedilatildeo criacutetica do conceito feuerbachiano de natureza apenas agrave contestaccedilatildeo do teiacutesmo e do idealismo enquanto desprezadores da natureza Antes temos de levar em conta a criacutetica agrave supervalorizaccedilatildeo (endeusamento) da natureza pela religiatildeo da natureza e pelo panteiacutesmo O dever de Feuerbach neste sentido seraacute o de evitar os extremos os superlativos do sentimento religioso e considerar a natureza tal como ela eacute para entatildeo poder fazer da natureza como matildee uma morada Palavras-chave Feuerbach natureza homem Nome Raquel Patriota da Silva Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Belo natural e negatividade em Theodor Adorno Resumo O problema da dominaccedilatildeo da natureza constitui um dos centros de forccedila do pensamento de Theodor Adorno No que concerne agrave sua Teoria Esteacutetica a abordagem da arte se relacionaraacute com esse pressuposto de modo a tecer uma noccedilatildeo peculiar de ldquoexperiecircncia esteacuteticardquo De iniacutecio Adorno pretende pensar a linguagem artiacutestica como um modo natildeo-intencional de alegorizar a ldquoreconciliaccedilatildeordquo com a Natureza Se a ldquorazatildeo instrumentalrdquo incide um olhar projetivo sobre a natureza a fim de dominaacute-la e exploraacute-la enquanto mateacuteria-prima inerte a racionalidade esteacutetica representa sua negaccedilatildeo determinada a ruptura com a intencionalidade do sujeito Essa cisatildeo eacute transfigurada por Adorno atraveacutes da noccedilatildeo alegoacuterica do ldquobelo naturalrdquo categoria que empalideceu nas esteacuteticas mas que porta em si um teor de verdade o iacutendice da falsidade do sujeito autocircnomo e de sua liberdade em relaccedilatildeo agrave natureza O belo natural na esteacutetica de Adorno aponta para a promessa de reconciliaccedilatildeo com a natureza envilecida pela ratio cientiacutefica uma natureza que natildeo se deixa expressar de maneira discursiva e

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

instrumentalizada mas que transcende a aparecircncia na qual o sujeito se enreda Ao quebrar com essa aparecircncia por dentro ou seja atraveacutes dela mesma a arte instaura a possibilidade de se enxergar o que eacute desprovido da mera aparecircncia e da inverdade das construccedilotildees culturais eacute assim que a arte se coloca como uma esperanccedila negativa Palavras-chave Belo negatividade natureza

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

GT EacuteTICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

PALESTRAS

Nome Cinara Maria Leite Nahra Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Moral enhancement o aprimoramento moral da humanidade Resumo O objetivo desta apresentaccedilatildeo eacute discutir o conceito de moral enhancement (aprimoramento moral) mostrando que este estaacute relacionado a trecircs coisas a) aos princiacutepios que noacutes usamos para guiar nossos julgamentos e nossas accedilotildees b) ao nosso conjunto de motivaccedilotildees e c) as accedilotildees em si mesmo Assim o que conta como moral enhancement eacute o aprimoramento dos princiacutepios que noacutes usamos para julgar e agir o enhancement da nossa capacidade de aderir a eles ou seja de segui-los e como consequumlecircncia de a e b o enhancement das accedilotildees que cada um de noacutes e por consequumlecircncia todos noacutes praticamos Discutirei aqui aleacutem do enhancement dos princiacutepios morais que usamos para fazer julgamentos morais e agir e do enhancement do nosso conjunto de motivaccedilotildees tambeacutem a questatildeo da permissibilidade ou natildeo do enhancement biotecnoloacutegico a questatildeo da seleccedilatildeo geneacutetica para a moralidade e a questatildeo sobre se o enhancement moral deve ou natildeo ser considerado uma condiccedilatildeo necessaacuteria para outros tipos de enhancement especialmente o que noacutes chamamos de enhancement cognitivo Palavras-chave Moral enhancement enhancement aprimoramento moral Nome Dax Moraes Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho Amor em Schopenhauer a perspectiva da natureza e a da vontade Resumo A palestra tem como objetivo distinguir adequadamente dois aspectos do amor em Schopenhauer de acordo com a dupla perspectiva do mundo como vontade e do mundo como representaccedilatildeo Para tanto eacute necessaacuterio de iniacutecio recordar o que significa essa dupla perspectiva e determinar o que corresponde a cada um de seus aspectos Enquanto o mundo como vontade eacute o da liberdade sem meta e o da unidade indiferenciada o mundo como representaccedilatildeo eacute o da necessidade natural cuja realidade objetiva se nos apresenta segundo o princiacutepio de individuaccedilatildeo A este uacuteltimo pertence o instinto sexual pelo qual se manifesta o fenocircmeno da vontade de viver cuja natureza Schopenhauer explica no capiacutetulo dedicado agrave ldquoMetafiacutesica do amor sexualrdquo Neste contexto estrito eacute que se insere a famosa e tatildeo polecircmica tese sobre a ldquoilusatildeo do amorrdquo A palestra deve entatildeo esclarecer por que para Schopenhauer natildeo haacute algo como um amor entre indiviacuteduos que natildeo seja em seu fundo mera ilusatildeo que encobre a inflexiacutevel necessidade de gerar um novo indiviacuteduo perpetuando assim o fenocircmeno da vontade e portanto a dor o sofrimento e a morte O verdadeiro amor portanto deveria se produzir mediante a superaccedilatildeo do princiacutepio de individuaccedilatildeo logo do mundo como representaccedilatildeo que eacute o mundo natural Trata-se desta vez da compaixatildeo pela qual se daacute a unidade impessoal entre eu e o outro o uacutenico legiacutetimo fundamento de toda virtude e de toda moral Diante disto se pode reconhecer afinidades entre a doutrina de Schopenhauer sobre o amor e aquelas do platonismo e do cristianismo Palavras-Chave Amor Sexualidade Compaixatildeo

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Eacuterico Andrade M de Oliveira Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho A generosidade com um imperativo sentimental por uma abordagem contemporacircnea da moral cartesiana Resumo Meu ponto no presente artigo consiste na defesa de um componente contemporacircneo da moral cartesiana inscrita na tese de que a accedilatildeo moral eacute uma accedilatildeo que condensa a motivaccedilatildeo e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral num imperativo sentimental indicado no conceito de generosidade Assim a filosofia cartesiana abre um importante espaccedilo para a reflexatildeo moral contemporacircnea agrave medida que indica uma conciliaccedilatildeo entre a motivaccedilatildeo moral (que determina a nossas accedilotildees) e o criteacuterio de avaliaccedilatildeo moral (que pressupotildee uma margem de escolha do agente moral e confere legitimidade ao uso dos predicados morais) Descartes parece sugerir que um bom caminho para pensar a moral eacute natildeo assumir as emoccedilotildees apenas como um vetor de motivaccedilatildeo moral inexoraacutevel ainda que indesejado por alguns filoacutesofos mas ele mostra sobretudo que as emoccedilotildees tambeacutem servem como um importante aparato criacutetico para a avaliaccedilatildeo moral A minha tese suscitaraacute uma discussatildeo em trecircs diferentes niacuteveis a) primeiramente no que concerne agrave liberdade humana vou defender que Descartes eacute compatibilista b) segundo vou mostrar que para Descartes as paixotildees satildeo as responsaacuteveis pela motivaccedilatildeo moral c) por uacuteltimo vou enfatizar que o caraacuteter deontoloacutegico assumido pela moral em Descartes se refere agrave determinaccedilatildeo da vida feliz como dever que compele os indiviacuteduos a agirem racionalmente por meio da planificaccedilatildeo de suas paixotildees as quais devem assumir a forma de um imperativo sentimental inscrito no conceito de generosidade Concluirei que Descartes iraacute propor a generosidade como um imperativo moral Essa posiccedilatildeo cartesiana faz convergir motivaccedilatildeo moral e avaliaccedilatildeo da moralidade das accedilotildees Palavras-Chave moral Descartes natureza humana Nome Helder Buenos Aires de Carvalho Instituiccedilatildeo UFPI Tiacutetulo do Trabalho Virtudes animalidade teleologia responsabilidade e biologia filosoacutefica em Alasdair MacIntyre e Hans Jonas Resumo A filosofia tradicionalmente tem se caracterizado por uma persistente tematizaccedilatildeo do humano como que distanciada de sua animalidade em um quase esquecimento do pertencimento do ser humano agrave natureza como um todo Daiacute as teorias eacuteticas tradicionais corriqueiramente operarem com uma visatildeo do agente moral como sendo autocircnomo adulto racional e natildeo sujeito agraves vicissitudes da doenccedila do sofrimento e das limitaccedilotildees a que estaacute submetido durante sua vida inteira como que situado em um plano transcendental ou metafiacutesico abstraiacutedo de sua animalidade e condiccedilatildeo bioloacutegica Hans Jonas e Alasdair MacIntyre satildeo pensadores que por caminhos diversos tecircm buscado questionar essa perspectiva tradicional da filosofia e recuperar esse terreno esquecido na teoria moral alertando-nos para os riscos proacuteprios ao esquecimento da condiccedilatildeo bioloacutegica da animalidade do humano um esquecimento que jaacute desemboca na crise ecoloacutegica que passamos e no niilismo contemporacircneo reafirmados pelo individualismo sem freios e pelo consumismo destrutivo proacuteprio dos sistemas capitalistas e de certas poliacuteticas liberais modernas A nossa comunicaccedilatildeo busca mostrar num esforccedilo exploratoacuterio inicial como encontrarmos terreno comum para a reflexatildeo moral na eacutetica comunitarista das virtudes de MacIntyre e na eacutetica da responsabilidade de Jonas a partir da perspectiva de uma possiacutevel complementaridade entre as filosofias desses dois importantes pensadores na tematizaccedilatildeo das relaccedilotildees entre eacutetica teacutecnica e natureza Conceitos como virtudes teleologia responsabilidade animalidade e vida

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

articulados por certas concepccedilotildees bioloacutegico-filosoacuteficas satildeo fundamentais para essa exploraccedilatildeo comparativa dos dois pensadores na direccedilatildeo de uma reflexatildeo filosoacutefica que decirc conta da problemaacutetica moral atual e ao mesmo tempo incorpore a dimensatildeo ambiental Palavras-Chave Eacutetica Virtudes Animalidade Nome Joseacute Expedito Passos Lima Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A nuova scienza como nova metafiacutesica da vida civil em Giambattista Vico e a tradiccedilatildeo humanista renascentista Resumo O tema eacutetico da vida civil e da metafiacutesica pressupotildee certa heranccedila em Giambattista Vico quer da tradiccedilatildeo retoacuterica do humanismo civil quer dos metafiacutesicos renascentistas ou seja a cultura da trattatistica sul comportamento de orientaccedilatildeo retoacuterica do vivere civile (Castiglione Pontano Palmieri Della Casa Guazzo Cinzio) e a busca de concoacuterdia entre saberes e doutrinas nas formulaccedilotildees enciclopeacutedicas dos metafiacutesicos renascentistas (Marsilio Ficino e Pico della Mirandola) hipoacutetese interpretativa desta proposta de exposiccedilatildeo Natildeo obstante a constante preocupaccedilatildeo viquiana com o vivere civile era preciso para a compreensatildeo da vida civil uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica Apoacutes o anuacutencio da nova scientia no De Constantia do Diritto Universale (1720-1721) Vico defende a importacircncia de uma Filologia justificada filosoficamente isto eacute uma investigaccedilatildeo de novos princiacutepios para uma fundamentaccedilatildeo metafiacutesica ou de uma nova metafiacutesica do mundo civil das naccedilotildees pois a Filologia ofereceraacute os elementos produzidos pelo arbiacutetrio humano que constituem a natureza do vivere civile A Scienza Nuova (1725-1730-1744) apresentaraacute essa nova metafiacutesica oposta agrave da natureza preenchendo assim a lacuna ateacute entatildeo presente no mundo douto de semelhante saber capaz de contribuir com as ciecircncias morais Tal lacuna natildeo fora poreacutem preenchida por pensadores de orientaccedilatildeo cartesiana e jusnaturalistas natildeo obstante a contribuiccedilatildeo de Grotius Daiacute a necessidade de se propor uma nova metafiacutesica e a sua praacutetica em virtude dos rumos da ratio e do vivere civile na Modernidade risco da barbaacuterie da reflexatildeo Palavras-Chave Metafiacutesica Nuova scienza vivere civile Nome Luciano Donizetti da Silva Instituiccedilatildeo UFJF Tiacutetulo do Trabalho Contingecircncia e liberdade os desafios de uma eacutetica do ser livre Resumo A partir dos pressupostos de O Ser e o Nada (1943) uma ontologia fenomenoloacutegica que estabelece a liberdade como fundamento do homem eacute possiacutevel erigir uma eacutetica Que Sartre a tenha prometido e jamais levado a termo eacute algo digno de sua biografia mas seria cabiacutevel propor uma eacutetica tendo como pressuposto que cada homem eacute individual e absolutamente livre Note-se o homem natildeo possui liberdade senatildeo ela lhe viria de fora como um atributo ele natildeo eacute apenas livre como se isso resultasse de sua condiccedilatildeo existencial Ele eacute liberdade ele existe enquanto age intencionalmente no mundo ou melhor enquanto age e tambeacutem quando natildeo age (pois natildeo agir eacute ainda uma escolha livre) Seja agindo ou negando-se a agir o homem projeta visa previamente um fim uma finalidade para seu ato Ora e se os fins forem diferentes do que foi projetado E mais seraacute mesmo impossiacutevel agir sem almejar fim algum Como mostrar que eacute necessaacuterio que se tenha um projeto sem com isso limitar a liberdade Nestes termos eacute preciso rever o que poderia ser tal proposta eacutetica (natildeo pode

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

ser eacute claro uma eacutetica prescritiva) pois mesmo que se trate de algo sui generis natildeo parece faacutecil admitir que ela seja viaacutevel Natildeo A menos que se adentre a Critica da Razatildeo Dialeacutetica (1960) pois eacute ali que Sartre malgrado a forccedila das infraestruturas e superestruturas e apesar de todo tipo de determinismos desenvolve sua teoria de inteligibilidade da Histoacuteria a partir da Liberdade mesma e essa teoria eacute tambeacutem o fundamento para se falar numa eacutetica a partir de sua filosofia Palavras-Chave Sartre Liberdade Eacutetica Nome Maria de Lourdes Borges Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho Paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Resumo Neste trabalho investigo a relaccedilatildeo entre paixatildeo e deliberaccedilatildeo em Kant Ao determinar os trecircs graus do mal Kant localiza o mal propriamente dito na deliberaccedilatildeo por maacuteximas contraacuterias agrave lei moral e entende a fraqueza como a dificuldade momentacircnea de seguir o que a maacutexima moral ordena Se os afetos satildeo responsaacuteveis pela fraqueza as paixotildees satildeo o moacutebil para a adoccedilatildeo refletida de maacuteximas natildeo-morais Neste sentido as paixotildees satildeo mais nocivas para a moralidade do que os afetos Farei neste texto a distinccedilatildeo entre afetos e paixotildees bem como os relacionarei com os graus do mal Na Antropologia do ponto de vista pragmaacutetico Kant apresenta a divisatildeo das paixotildees Ele as classifica entre paixotildees inatas advindas da inclinaccedilatildeo natural e paixotildees adquiridas procedentes da civilizaccedilatildeo dos seres humanos As paixotildees do primeiro gecircnero chamadas de paixotildees ardentes (passiones ardentes) satildeo agrave inclinaccedilatildeo agrave liberdade e a inclinaccedilatildeo sexual as do segundo gecircnero denominadas de paixotildees frias (passionas frigidae) satildeo o que considera serem as trecircs principais paixotildees ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila As do primeiro gecircnero estatildeo ligadas aacute inclinaccedilatildeo mas natildeo as do segundo ligadas ldquoagrave persistecircncia de uma maacutexima dirigida a certos finsrdquo (Ant AA 7268) As paixotildees adquiridas (ambiccedilatildeo vontade de poder e cobiccedila) advecircm do desejo de possuir o poder de controlar os seres humanos em geral Este controla sobre os outros seres humanos eacute feito atraveacutes da honra da autoridade e do dinheiro ldquoPossuindo estes trecircs poderes no diz Kant pode-se influenciar qualquer um senatildeo por meio de um destes poderes por meio de outrordquo (Ant AA 7 272) As paixotildees exploram uma tripla fraqueza humana atraveacutes das quais um indiviacuteduo se apodera de outro Assim as paixotildees satildeo sempre uma forma de dominaccedilatildeo atraveacutes da fraqueza Por fim ilustrarei esta diferenccedila utilizando as trageacutedias de Shakespeare com ecircnfase para Romeu e Julieta Macbeth Palavras-Chave Paixatildeo Deliberaccedilatildeo Mal Nome Ricardo Antocircnio Rodrigues Instituiccedilatildeo UFPel Tiacutetulo do Trabalho Da Dignidade agrave Responsabilidade Humana Resumo No momento em que vivemos faz-se necessaacuterio uma nova perspectiva de enfatizarmos talvez natildeo mais tanto a dignidade mas a responsabilidade humana Eacute neste sentido que Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) cria uma possibilidade de pensar a dignidade numa relaccedilatildeo indissociaacutevel com a responsabilidade humana Ao acolher a definiccedilatildeo de pessoa sugerida por Boeacutecio ldquonaturae rationabilis indiudua substantiardquo (Contra Eutychen et Nestorium III 170) Boaventura agrega a noccedilatildeo de relaccedilatildeo (De Trinitate q 2 a 2 n 9 I Sent d 25 a 1 q 1) esse acreacutescimo a noccedilatildeo de pessoa natildeo apenas reconhece a natureza individual e racional do indiviacuteduo humano

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

mas lhe confere a relaccedilatildeo que tem sentido ontoloacutegico de lsquoum constitutivo essencialrsquo A partir dessa compreensatildeo a pessoa humana eacute uma realidade aberta dinacircmica de lsquorespectividade do serrsquo e autodeterminada recriando uma nova forma de ser e estar-no-mundo A pessoa como relaccedilatildeo natildeo inova apenas na visatildeo de pessoa humana mas numa nova forma de relaccedilatildeo desta com o mundo Para Boaventura natildeo haacute uma natureza ou uma pulsatildeo que condiciona e determina a existecircncia humana A pessoa humana eacute reflexo espelho que eacute e reflete a imagem divina como expressatildeo plena da liberdade e da autodeterminaccedilatildeo como dignidade ontoloacutegica que lhe constitue e lhe daacute assegura uma condiccedilatildeo de total liberdade e por isso total responsabilidade com tudo e com todos Isso supera o antropocentrismo e a mitologia com isso o humano natildeo eacute superior e nem inferior a tudo o que existe ao mundo e a natureza por exemplo mas parte integrante infinitamente digno e por isso responsaacutevel Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Dignidade Humana

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adelino Montenegro dos Prazeres Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Egoiacutesmo racional possibilidades e limites de uma eacutetica do interesse proacuteprio Resumo O egoiacutesmo racional seraacute apresentado como uma teoria que sustenta que diante de questotildees morais o agente racionalmente rejeitaraacute as opccedilotildees que impliquem em sacrifiacutecio adotando a postura mais vantajosa para seus proacuteprios interesses Argumentar-se-aacute ainda que a existecircncia individual e separada das pessoas leva ao surgimento incontornaacutevel do egoiacutesmo em situaccedilotildees morais A plausibilidade do egoiacutesmo racional remeteraacute agrave seguinte questatildeo Como um agir eacutetico que tem como motivaccedilatildeo primeira o interesse individual se viabiliza diante da gama de relacionamentos requeridos pelas interaccedilotildees sociais e dos quais o agente depende As dificuldades para a defesa de uma eacutetica egoiacutesta vatildeo desde uma concepccedilatildeo popular que associa o egoiacutesmo agrave maldade agrave excessiva vaidade e agrave prepotecircncia ateacute a argumentos mais elaborados atinentes agrave inconsistecircncia loacutegica da teoria e consequumlentemente ao menosprezo pelos relacionamentos sociais A perspectiva egoiacutesta dizem os criacuteticos exagera na independecircncia do individuo em detrimento da interdependecircncia muacutetua negligenciando os relacionamentos como motivaccedilatildeo para a moralidade Por outro lado as reflexotildees do artigo buscaratildeo uma caracterizaccedilatildeo do egoiacutesmo racional como motivaccedilatildeo parcial para a accedilatildeo moral dos agentes A hipoacutetese subjacente a esse argumento eacute de que para aleacutem de uma absolutizaccedilatildeo da motivaccedilatildeo exclusivamente egoiacutesta eacute possiacutevel defender um ldquoegoiacutesmo tamanho econocircmicordquo em detrimento de um egoiacutesmo puro ou extremo segundo o qual o comportamento egoiacutesta do agente natildeo eacute contraditoacuterio com a consideraccedilatildeo genuiacutena pelos interesses dos outros Palavras-Chave eacutetica egoiacutesmo Nome Antocircnio Laacutezaro Vieira Barbosa Junior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Derrida Singer e os animais

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Resumo Os filoacutesofos Jacques Derrida e Peter Singer dedicaram parte de seu tempo a entabular problemas sobre os animais seja no quadro de uma investigaccedilatildeo conceitual de ordem metafiacutesica seja no quadro de uma abordagem eacutetica Neste trabalho pretendo confrontar os argumentos de ambos acerca do animal demonstrando as possiacuteveis proximidades e diferenccedilas entre eles Os conceitos de animot (Derrida) e especismo (Singer) que seratildeo empregados nesta tarefa se afiguram aqui centrais para o debate pelo fato de denunciarem o lugar secundaacuterio tradicionalmente atribuiacutedo aos animais tanto no campo filosoacutefico quanto no dia-a-dia das empresas de alimentos e da pesquisa cientiacutefica Finalmente pretendo assinalar a urgecircncia dos debates em torno dos animais apontando sua importacircncia tanto para os animais em geral como para os proacuteprios seres humanos Palavras-Chave filosofia contemporacircnea eacutetica aplicada animais e filosofia Nome Claacuteudia Passos Instituiccedilatildeo UFRJ Tiacutetulo do Trabalho For Empathy A response to Prinrsquoz arguments against empathy Resumo I will defend the claim that empathy understood either as emotion or as imaginative cognitive process is fundamental to the development of the moral agent and the absence or deficiency of these processes leads to the lack of an important aspect of our morality The prevailing view in moral psychology argues that empathy and sympathy play a key role in our morality and pro-social and altruistic actions But there is little consensus on what would be the emotions of empathy and sympathy and what is its real role in our morality Recently Jesse Prinz challenged this view and showed the problems of a morality based on empathic emotions showing that empathy does not exert a foundational or causal role in our morality and very much to the contrary the presence of empathic emotions would be harmful to our morality Based on recent research on moral development I will argue that there are aspects of our morality for which empathic feelings are fundamental and necessary and that a morality that exempts empathic feelings would undermine these aspects I intend to mitigate the clause that empathy is not required for morality by showing that depending on the moral system that we advocate empathy may be considered a prerequisite for developing the moral agency generated by our evolutionary history I will refute two points 1) empathy does not play a role in our moral development 2) there is no moral benefit associated with empathic feelings Palavras-Chave empatia psicologia moral emotivismo

Nome Diany Mary Falcatildeo Alves Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho O Princiacutepio Responsabilidade de Hans Jonas Uma criacutetica agraves eacuteticas tradicionais Resumo No Princiacutepio Responsabilidade a ideia central de Hans Jonas eacute a de fundamentar metafisicamente uma eacutetica em vista agraves geraccedilotildees vindouras Uma eacutetica que seja pautada pela responsabilidade e que estabeleccedila uma nova postura do homem em relaccedilatildeo ao mundo Diante da vulnerabilidade do homem e da natureza a eacutetica sobre o princiacutepio responsabilidade se mostra essencial para proteger o homem dos efeitos irreversiacuteveis que a ciecircncia juntamente com a tecnologia moderna estabelecem Segundo Jonas o poder tecnoloacutegico conteacutem uma dimensatildeo ameaccediladora e perigosa natildeo soacute no campo individual mas no acircmbito coletivo este poder impotildee o risco de desfigurar

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

a essecircncia do homem e da natureza Destaca Jonas as limitaccedilotildees das eacuteticas tradicionais Primeiro os resultados do agir humano soacute eram considerados num limite espaccedilo-temporal proacuteximos ao agir ou seja o bem e o mal referiam-se as accedilotildees imediatas Logo em uma perspectiva de longo prazo tudo era considerado destino ou providecircncia Segundo a eacutetica permaneceu ao longo da tradiccedilatildeo como uma eacutetica antropocecircntrica e simeacutetrica da qual tratou apenas das relaccedilotildees entre pessoas natildeo estando inseridas em suas questotildees as relaccedilotildees do homem com a natureza Partindo das limitaccedilotildees da eacutetica tradicional Jonas justifica a necessidade de uma nova eacutetica que tenha como horizonte de sua projeccedilatildeo o futuro desconhecido o direito dos que ainda natildeo existem e que estabeleccedila como referecircncia natildeo somente o homem mas a vida do cosmo Dessa forma o autor expotildee a necessidade de um novo paradigma eacutetico ancorado numa metafiacutesica do ser que reconheccedila o valor deste na sua existecircncia juntamente com a natureza Palavras-Chave Eacutetica Responsabilidade Metafiacutesica

Nome Douglas Andreacute Gonccedilalves Cavalheiro Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho As Caracteriacutesticas Antinaturais do Historicismo Resumo O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo do aspecto antinatural das doutrinas que fundamenta-se no historicismo realizada por Karl Popper na Pobreza do Historicismo Popper estabelece uma criacutetica agraves ciecircncias sociais que se fundamentam como pilar central no historicismo O filosofo afirma que o historicismo eacute uma tentativa do homem de controlar o tempo com o fim de lanccedilar previsotildees sobre o futuro Essas tentativas proveacutem de uma perspectiva de perceber a sociedade como um complexo conectada como um organismo vivo conhecido por holismo Sobre essa visatildeo que se fundaram os regimes os regimes totalitaacuterios no decorrer do seacuteculo XX Popper demonstra que a histoacuteria de toda a sociedade eacute impossiacutevel de ser padronizada em padrotildees histoacutericos determinados numa escala evolucionista como se eacute realizado nas ciecircncias exatas Assim como o homem natildeo tem capacidade de apreender toda a realidade num uacutenico sistema natildeo eacute possiacutevel haver previsatildeo para as accedilotildees individuais Faz parte da natureza da histoacuteria a impossibilidade loacutegica de profetizar o futuro da histoacuteria para qualquer sociedade As teorias historicistas fazem com que o homem vem a ter que negar a realidade da natureza do tempo e passa a seguir a doutrina ideoloacutegica mais que a realidade Dessa forma emergi o totalitarismo que satildeo organizaccedilotildees sociais que se propotildee a estabelecer uma visatildeo do tempo controlado e traccedilar visotildees futuristas para a sociedade O determinismo do historismo natildeo somente leva ao totalitarismo como tambeacutem eacute uma quimera utoacutepica por isso antinatural Palavras-Chave Historicismo Totalitarismo Utopia Nome Erica Costa Sousa Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica Resumo O presente trabalho Epicuro e Nietzsche o corpo como percepccedilatildeo de mundo e construccedilatildeo de uma ldquoconsciecircnciardquo eacutetica tem o principal objetivo analisar como os dois filoacutesofos entendem a relaccedilatildeo do corpo com o mundo fundamentalmente no que diz respeito nas percepccedilotildees desse para a formaccedilatildeo de um pensamento As afecccedilotildees fazem parte da filosofia de ambos quando dizem que ldquocorpo e almardquo satildeo indissociaacuteveis e capazes de formar uma memoacuteria no homem A gnosiologia epicurista eacute rigorosamente

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

sensista pois tem as sensaccedilotildees como seu principal fundamento Todo o nosso conhecimento deriva da sensaccedilatildeo uma reuniatildeo ou conexatildeo de sensaccedilotildees constroem ser como indiviacuteduo material que constitui uma realidade originaacuteria Essa forma de pensar corpo como percepccedilatildeo de mundo eacute uma ideia que estaacute intriacutenseca tambeacutem nas obras nietzschianas quando ele inicia as suas criacuteticas a moral cristatilde a qual tem como principal fundamento a negaccedilatildeo das sensaccedilotildees corpoacutereas Portanto ao fazer a comparaccedilatildeo entre as sensaccedilotildees corpoacutereas tanto em Epicuro quanto em Nietzsche haacute uma relaccedilatildeo em ambos da ligaccedilatildeo entre afetos e mundo como esses compotildeem a memoacuteria a consciecircncia e principalmente como servem como formadores de um pensamento eacutetico no homem devem haver uma uniatildeo harmoniosa entre pensamento racional e afetos para que haja a formaccedilatildeo de uma subjetividade a qual possui valores e atitudes que formam o agir eacutetico Palavras-Chave Sensaccedilotildees Corpo e Eacutetica

Nome Faacutebio Joseacute Barbosa Correia Instituiccedilatildeo Faculdade DecisatildeoFaculdade Damas Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo da liberdade em Agostinho de Hipona e suas implicaccedilotildees eacuteticas e morais Resumo A questatildeo da liberdade sempre foi um tema recorrente nas obras de Agostinho de Hipona Por sua natureza essencialmente difiacutecil e polecircmica esse assunto rendeu grandes debates na histoacuteria da humanidade Nenhum deles entretanto pode ser comparado aos embates travados por Agostinho contra os Maniqueus e especialmente contra o monge irlandecircs Pelagius Eacute o homem livre possuidor de uma liberdade tal que natildeo permita nenhum tipo de inclinaccedilatildeo de sua vontade nem para o bem nem para o mal Ou antes eacute sua vontade de alguma forma predeterminada pelo destino ou ainda por uma vontade soberana Outros importantes assuntos estatildeo diretamente ligados ao grande tema da liberdade a exemplo do Livre-arbiacutetrio Graccedila Necessidade Providecircncia divina Problema do mal e a questatildeo dos Futuros contingentes Assumir postura face a esse importante tema eacute tambeacutem assumir todos os ocircnus e bocircnus que estatildeo imbricados nas questotildees eacutetica e morais Agostinho um filoacutesofo a frente do seu tempo natildeo se furtou a dar sua importante contribuiccedilatildeo nesse debate Sua abordagem aleacutem de atenderas exigecircncias racionais-filosoacuteficas tambeacutem estabelece uma importante base para a teologia e para outras aacutereas do saber Procuraremos demonstrar a visatildeo de Agostinho sobre o assunto bem como as consequecircncias assumidas por ele no que diz respeito agrave questatildeo da Liberdade observando inclusive a evoluccedilatildeo e possiacuteveis variaccedilotildees em sua forma de pensar esse que eacute um dos temas mais importantes da humanidade Palavras-Chave Liberdade Eacutetica Moral

Nome Fortunato Monge de Oliveira Neto Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Rawls e o enhancement cognitivo Resumo Rawls faleceu em 2002 quando o debate sobre o cognitive enhancement ainda natildeo havia se colocado mas jaacute existia o debate entre bioconservadores e poacutes-humanistas E ele em Uma Teoria da Justiccedila demonstra que eacute a favor dos poacutes-humanistas Com base nesse e em outros indiacutecios eacute possiacutevel sustentar a tese de que Rawls seria a favor do enhancement Nesse sentido este artigo se propotildee a especular como o conceito de justiccedila de Rawls passando pelo seu conceito de veacuteu de ignoracircncia loteria natural e razatildeo puacuteblica contribuiria no debate realizado por autores como Bostrom que defende o cognitive enhancement dentro de determinados criteacuterios Savulescu que pretende que

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

o mesmo seja precedido de um moral enhancement e Harris que pretende que o cognitive enhancement eacute positivo se controlado de forma a gerenciar riscos A interpretaccedilatildeo de Rawls seraacute orientada pela leitura de Eva Orlebeke Caldera que trata diretamente da relaccedilatildeo dele com o cognitive enhancement A anaacutelise seraacute exemplificada com o aprimoramento cognitivo atraveacutes de substacircncia quiacutemicas como Adderal e Ritalin que tem um uso crescente mesmo sem avaliar os impactos sobre a sauacutede humana Palavras-Chave cognitive enhancement justiccedila como equidade loteria natural Nome Gabriel Garmendia da Trindade Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Institutionalized animal exploitation and violent direct action Contemporary global issues Resumo According to the Food and Agriculture Organization (FAOUN) statistics report from 2007 humans are slaughtering about 56 billion sentient nonhuman land animals per year for food The institutionalized use of aquatic animals for food and of nonhumans in biomedical and cosmetic research the fashion industry and entertainment also contributes to the killing of billions more However such activities have been seen as unjust and morally unacceptable by many people around the world In fact the ethical relationship between human beings and nonhuman animals is the main subject of numerous philosophical sociological and political writings worldwide Nevertheless given the difficulty of persuading consumers and the international market to abandon those practices for the benefit of humans nonhumans and the environment some activist groups began to support the use of violent direct action to achieve their goals For instance the group called Animal Liberation Front (ALF) advocates sabotage destruction of property and open rescue as ways to inflict economic damage on those who profit from animal exploitation Because of this ALF is listed as the number one domestic terrorist threat by US government In view of the above the present paper aims to address the use of violence in defense of nonhuman animals as discussed in the writings of Peter Singer Tom Regan and Gary L Francione Ultimately it will be argued that the urgency of addressing those issues can only be properly understood by looking at them in a global context Palavras-Chave Animal Liberation Front Direct Action Civil Disobedience Nome Gilson Ruy Monteiro Teixeira Instituiccedilatildeo UESB Tiacutetulo do Trabalho O conceito espinosiano de Natureza e suas (possiacuteveis) relaccedilotildees eacutetico-ecoloacutegicas Resumo A relaccedilatildeo entre o conceito espinosiano de natureza e a compreensatildeo de ecossistema eacute objeto desta comunicaccedilatildeo O conceito de natureza em Espinosa eacute polissecircmico engloba tanto a totalidade do real quanto as coisas particulares em seu estatuto ontoloacutegico A partir da leitura da Eacutetica pode-se compreender que haacute um movimento constante por parte do homem em compreender a realidade O conceito Deus sive Natura se apresenta como elemento propulsor e dinamizador da relaccedilatildeo entre o naturante e o naturado Natildeo haacute aqui somente uma mediaccedilatildeo mas uma pertenccedila ou copertenccedila que se retroalimenta formando um ecossistema Os movimentos dicotocircmicos que marcam a metafiacutesica ocidental satildeo suprimidos na medida em que haacute uma participaccedilatildeo completa e dinacircmica constituindo-se uma uacutenica realidade O homem encontra-se inserido nela faz parte da natureza Suas accedilotildees satildeo accedilotildees eacuteticas em uma

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

realidade complexa mas unitaacuteria em sua Natureza Do ponto de vista da eacutetica a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo discutir as implicaccedilotildees conceituais entre metafiacutesica e eacutetica na relaccedilatildeo com a questatildeo ambiental ecoloacutegica Utiliza-se a obra de Espinosa e a interpretaccedilatildeo que lhe daacute Espinosa Rubio como instrumental teoacuterico-conceitual Palavras-Chave natureza ecossistema eacutetica Nome Joseacute Erivaldo da Ponte Prado Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Responsabilidade ontoloacutegica e eacutetica do agir em Hans Jonas Resumo A obra ldquoO princiacutepio responsabilidaderdquo [1979] de Hans Jonas compreendida como um tratactus technologico-ethicus tenta resgatar agrave imagem do homem grego obscurecida pela tecnologia Ao apresentar a responsabilidade como categoria ontoloacutegica Jonas pretende sinalizar ao homem um agir prudente frente agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e agraves propostas de futuro da humanidade O princiacutepio ontoloacutegico de Jonas encontra sua fundamentaccedilatildeo na filosofia de Martin Heidegger e no seu questionamento acerca do ser A categoria ontoloacutegica da responsabilidade deveraacute implicar para Jonas uma eacutetica como doutrina do agir A questatildeo do ser eclipsada em virtude de uma preponderacircncia da dimensatildeo racional desde Aristoacuteteles alcanccedila seu apogeu no iluminismo Partindo da criacutetica ao iluminismo Jonas conduziraacute seu discurso aos efeitos da tecnologia sobre a existecircncia humana e sua integridade fiacutesica Surge aqui o questionar acerca dos fundamentos da eacutetica tradicional e o seu enfraquecimento frente agrave teacutecnica moderna cuja essecircncia natildeo identificada assume novas proporccedilotildees diante dos poderes do homem de intervenccedilatildeo na natureza Essa segunda natureza ou natureza nova exige um agir responsaacutevel de alcance e amplitude proporcionais ao nosso poder Palavras-Chave Responsabilidade Tecnologia Natureza Nome Marcello Henrique Medeiros de Paiva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Eacutetica e metafiacutesica em Plotino Resumo Uma das muitas singularidades da filosofia na eacutepoca heleniacutestica e romana eacute o fato de que muitos filoacutesofos confundiam o seu pensamento com o proacuteprio modo de viver Como o uacuteltimo filoacutesofo antigo Plotino natildeo fugiu ao modo de proceder dento Hadot observado que os 54 tratados do filoacutesofo podem ser compreendidos como ldquoexerciacutecios espirituais nos quais a alma se esculpe a si mesma ou seja se purifica se simplifica se eleva ao plano do pensamento puro antes de transcender-se no ecircxtaserdquo O pensamento de alexandrino vai aleacutem do discurso filosoacutefico troca a dureza do linguajar teacutecnico pelo encantamento da metaacutefora propotildee que atraveacutes da filosofia na senda da razatildeo e da virtude o homem possa buscar a purificaccedilatildeo (katharsis) da alma (psycheacuteanima) Pensando a ascensatildeo da Alma para o Nocircus e deste para o Uno como uma forma de purificaccedilatildeo do proacuteprio homem o trabalho desenvolvera a possibilidade de uma doutrina eacutetica em Plotino como uma ideia de importacircncia para a vida e o pensamento do filoacutesofo licopolitano Palavras-Chave amizade eacutetica Plotino Nome Maacutercio de Lima Pacheco Instituiccedilatildeo UNIR

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Tiacutetulo do Trabalho Ricoeur e o mal o pensar o mal a partir do relato biacuteblico Resumo O mito ou o relato de Adatildeo eacute sem duacutevida um mito antropoloacutegico que relaciona o homem com o mal O homem nos mais diversos credos se considera autor do mal e refeacutem por conseguinte de uma constituiccedilatildeo maacute que eacute antecedente a todo ato singular Tal relato tenta nos mostrar como se deu a separaccedilatildeo da criaccedilatildeo boa para um momento de perdiccedilatildeo Deste modo entra aiacute uma bipolaridade a) o mal como concepccedilatildeo maacutegica a um esquema de interioridade (malum culpa) b) uma tendecircncia que remete o mal para aleacutem do ser humano e o concentra em uma maacute escolha Pretende-se desta forma esboccedilar como Ricouer opotildee-se a uma tradiccedilatildeo gnoacutestica que coloca o mal como uma realidade uma substacircncia algo que envolve e atrai para pensar o mal como aquilo que ameaccedila o pensamento pensamento esse que se pergunta pela origem pelo porquecirc Palavras-Chave Paul Ricoeur Mal Homem Substacircncia Nome Maria Joseacute da C Souza Vidal Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Sobre o respeito como sentimento moral Resumo Nesse estudo faremos uma abordagem da noccedilatildeo kantiana do respeito como um sentimento moral Trataremos de apontar as relaccedilotildees entre a definiccedilatildeo desse sentimento com a compreensatildeo de vontade razatildeo praacutetica lei moral e liberdade no acircmbito da filosofia moral de Kant Cumpre destacar que o respeito enquanto sentimento moral eacute o uacutenico que podemos ter conhecimento racional completo a priori acerca do qual temos certeza da sua necessidade pois esse se daacute como uma produccedilatildeo com base intelectual portanto natildeo tem fundamento empiacuterico O respeito pode se daacute de dois modos a saber um negativo e outro positivo e se efetiva como uma promoccedilatildeo da liberdade sendo produzido pela razatildeo praacutetica Natildeo se constitui enquanto motivo da moral mas se configura na proacutepria moralidade Ressaltando que o sentimento do respeito se dirige ou noutros termos se relaciona sempre com pessoas seus exemplos suas accedilotildees que representam ou inspiram a moral e nunca a coisas ou objetos Bem como natildeo podemos recusaacute-lo isso significa que eacute uma questatildeo de merecimento assim tambeacutem natildeo podemos evitar senti-lo Palavras-Chave Respeito sentimento moral e Kant Nome Renato de Medeiros Jota Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A controveacutersia entre senso moral e empirismo na filosofia de David Hume Resumo O senso moral inglecircs destaca o papel dos sentidos como fonte do conhecimento eacutetico e epistecircmico do homem Essa ideia nos remete a nova forma de pensar o conhecimento na modernidade que tenha como base a experiecircncia como por exemplo a filosofia natural Portanto os filoacutesofos que valorizam a experiecircncia comumente satildeo chamados de empiristas Hume como legiacutetimo representante desse pensamento filosoacutefico defende a interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos obtidos pelo sentidos semelhante com aqueles encontrados na filosofia natural o que contribuiria para a sua concepccedilatildeo da ciecircncia do homem Entretanto sua posiccedilatildeo empirista parece ser incompatiacutevel com os dados obtidos pelos sentidos na medida em que os sentidos restringirem-se apenas aos fenocircmenos natildeo podendo extrapolar os limites do observaacutevel Enquanto a experiecircncia pressupotildee o contraacuterio a saber eventos observados anteriormente satildeo projetados para o futuro mesmo quando natildeo vieram a ser constatadas

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

pelos sentidos Esta aparente contradiccedilatildeo existente entre a teoria perceptiva de Hume e seu empirismo pareceria inviabilizar seu projeto de formaccedilatildeo de uma ciecircncia do homem a primeira vista e transformou-se em um problema para seus interpretes a respeito de seu senso moral Portanto o objetivo dessa comunicaccedilatildeo procura identificar na suposta contradiccedilatildeo do senso moral de Hume os pressupostos baacutesicos que levaram a essa controveacutersia Palavras-Chave Senso moral empirismo conhecimento Nome Waleska Mendes Cardoso Instituiccedilatildeo UFSM Tiacutetulo do Trabalho Teorias morais abolicionistas como justificativa coerente para resolver questotildees faacuteticas envolvendo animais e humanos uma problematizaccedilatildeo eacutetico-filosoacutefica sobre o estatuto dos animais Resumo Debates envolvendo uso abuso trato e mau-trato com animais jaacute ocupam espaccedilo no cenaacuterio juriacutedico-poliacutetico brasileiro Com a inclusatildeo da proibiccedilatildeo de atos crueacuteis contra animais no artigo 225 a Constituiccedilatildeo Federal trouxe bem mais do que rasa proteccedilatildeo legal aos animais inaugurou uma nova disciplina ndash Direitos Animais ndash que discute aleacutem do novo estatuto juriacutedico e moral dos animais tambeacutem os conflitos entre princiacutepios basilares constitucionais A Carta Magna estabelece as garantias e direitos fundamentais dos indiviacuteduos como liberdade de crenccedila e culto religioso no mesmo patamar do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e da proteccedilatildeo dos animais Antes do texto de 1988 e numa interpretaccedilatildeo antropocecircntrica das normas positivas natildeo haveria problema nos muacuteltiplos usos dos animais Todavia hoje eacute possiacutevel trazer para o niacutevel institucional o debate eacutetico sobre a relaccedilatildeo entre animais e humanos que jaacute eacute seriamente enfrentado no exterior desde a deacutecada de 70 O sacrifiacutecio de animais em cultos religiosos eacute pano de fundo do presente trabalho para resolver o choque entre princiacutepios de mesma hierarquia recepcionados pelo Direito Positivo Neste artigo traz-se uma abordagem abolicionista para fundamentar a proibiccedilatildeo do sacrifiacutecio de animais bem como a extinccedilatildeo das outras formas de exploraccedilatildeo animal A partir de uma concepccedilatildeo que atribua direitos morais aos animais ao reconhecer-lhes valor inerente pode-se resolver o conflito faacutetico apresentado e fundamentar de maneira coerente a proteccedilatildeo juriacutedica efetiva que se quer destinar aos animais Palavras-Chave Direitos animais teoria moral abolicionista eacutetica animal

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA METAFIacuteSICA

GT HISTOacuteRIA E CRIacuteTICA DA

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

PALESTRAS

Nome Evaldo Sampaio Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Nietzsche eacute um antimetafiacutesico Resumo Vaacuterios estudos situam a filosofia de Nietzsche a partir de sua polecircmica relaccedilatildeo com a ldquotradiccedilatildeo metafiacutesicardquo Haacute assim aqueles que como Martin Heidegger (Nietzsche) consideram que o proacuteprio Nietzsche pertence agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica mesmo que como seu fatiacutedico ponto de dissoluccedilatildeo Haacute outros como Michel Harr (Nietzsche et la Meacutetaphysique) e Peter Poellner (Nietzsche and Metaphysics) que interpretam o pensamento de Nietzsche como um exitoso projeto de ldquosuperaccedilatildeo da metafiacutesicardquo Haacute tambeacutem aqueles que como John Richardson buscam mostrar que as ideias de Nietzsche contra sua proacutepria inclinaccedilatildeo conceptual constituem elas mesmas um ldquosistema metafiacutesicordquo (Nietzschersquos System) Minha hipoacutetese eacute de que o erro comum a essas diferentes leituras estaacute em interpretar a criacutetica de Nietzsche agraves doutrinas metafiacutesicas como fundada essencialmente no plano ontoepistemoloacutegico Desse modo desconsideram que Nietzsche concede maior relevacircncia ao acircmbito moral (ou extramoral) do que ao ontoepistecircmico e por isso natildeo estaacute em conflito direto com as pretensotildees ldquopara aleacutem da experiecircnciardquo das doutrinas metafiacutesicas e sim com os preacute-juiacutezos morais que supostamente conduzem tais pretensotildees Eacute sobretudo nesse sentido extramoral que Nietzsche se pode dizer um criacutetico da metafiacutesica No entanto espero justificar que essa criacutetica se destina agraves doutrinas que ateacute entatildeo vigoravam e natildeo a proacutepria ideia de uma ldquometafiacutesicardquo Por uma leitura histoacuterico-conceptual do controverso sect370 da Gaia Ciecircncia viso esclarecer por que Nietzsche embora Nietzsche natildeo se comprometa com a dissoluccedilatildeo superaccedilatildeo ou assimilaccedilatildeo da metafiacutesica ocidental pode contribuir para uma possiacutevel revitalizaccedilatildeo da proacutepria metafiacutesica Palavras-Chave Histoacuteria da Filosofia Moderna Criacutetica da Metafiacutesica Nietzsche F Nome Joseacute Teixeira Neto Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo do Trabalho O universo como ldquounidade de muitas coisasrdquo no Livro II do De docta ignorantia de Nicolau de Cusa Resumo Nicolau de Cusa apresenta o De docta ignorantia(1440) como contento suas ldquoideias baacuterbaras e friacutevolasrdquo e como ldquoum certo modo de raciocinar sobre as coisas divinasrdquo Ele admite certa ldquonovidaderdquo no tiacutetulo mas tambeacutem reconhece que ali natildeo se encontraraacute algo de ldquodesconhecido antesrdquo e o que chamaraacute a atenccedilatildeo do Cardeal Cesarini a quem a obra eacute enviada eacute a audaacutecia com que ele trata a douta ignoracircncia O texto estaacute dividido em trecircs livros cujo caraacuteter unitaacuterio se sustenta no conceito de ldquomaacuteximordquo Se o primeiro livro eacute uma investigaccedilatildeo sobre o maacuteximo absoluto ldquoque na feacute de todos os povos se crecirc sem duacutevida ser Deusrdquo o segundo seraacute uma investigaccedilatildeo sobre o universo ou maacuteximo contraiacutedo De modo geral aleacutem do Proacutelogo poderiacuteamos dividir o segundo livro em trecircs momentos um primeiro momento (capiacutetulos I-VI) no qual Nicolau se preocuparia em determinar a unidade do universo um segundo (capiacutetulos VII-X) no qual ele discute sobre a trindade do universo e um terceiro e uacuteltimo momento (capiacutetulos XI-XIII) no qual vamos encontrar a cosmologia cusanaEm nosso texto nos preocuparemos com os dois primeiros momentos buscando esclarecer os termos e os conceitos principais que justificaratildeo a ideia de que para o Cusano o universo deve ser pensado como um organismo que se constitui pela unidade e pela relaccedilatildeo entre todas as coisas Essa ideia permitiraacute natildeo somente que ele reafirme a verdade da frase de

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Anaxaacutegoras (qualquer coisa em qualquer coisa) mas tambeacutem que reinterprete alguns motivos do neoplatonismo e da fiacutesica aristoteacutelica Palavras-Chave Universo Unidade Relaccedilatildeo Nome Maria de Faacutetima Batista Costa Instituiccedilatildeo FAFICA (Caruaru) ESUDA e ESTAacuteCIO (Recife) Tiacutetulo do Trabalho A necessidade de desconstruccedilatildeo da metafiacutesica em Martin Heidegger Resumo Para Martin Heidegger a metafiacutesica eacute a questatildeo primeira do pensamento ocidental natildeo em ordem de originalidade ou importacircncia mas porque eacute o solo a partir do qual se alimenta a questatildeo do ser a diferenccedila entre ente e ser Portanto a desconstruccedilatildeo funciona como o refinamento aprofundamento ou acabamento das questotildees fundamentais da metafiacutesica Para Heidegger ldquoo pensar natildeo supera a metafiacutesica enquanto ainda mais a exacerba ultrapassa e a sobressume em qualquer lugar mas enquanto recua para a proximidade do mais proacuteximordquo (Carta sobre o humanismo) A radicalizaccedilatildeo das questotildees da metafiacutesica revelaraacute o que haacute de Metafiacutesico no homem o ser Segundo Heidegger ldquo() o pensar que pensa desde a questatildeo da verdade do ser pensa mais radical e originariamente do que a Metafiacutesica eacute capaz de questionarrdquo(Carta sobre o humanismo 168) Para o filoacutesofo eacute ldquoa proacutepria estrutura do ser do homem que deve ser esclarecida em primeiro lugar () no sentido em que o homem eacute lugar em que o sentido do ser se manifesta se revelardquo(Ser e Tempo) O homem natildeo eacute outra coisa senatildeo a proacutepria pergunta pelo ser e sendo assim a ontologia fundamental eacute a radicalizaccedilatildeo do proacuteprio ser do homem que ao interrogar-se potildee a si mesmo como a questatildeo Na primeira fase do pensar de Heidegger a criacutetica ao pensamento ocidental e a pretensatildeo de superaccedilatildeo da metafiacutesica eacute concebida num sentido extremamente positivo que eacute o de buscar uma fundamentaccedilatildeo para este Trata-se de voltar ao fundamento da metafiacutesica ocidental atraveacutes da tematizaccedilatildeo do sentido do ser que lhe serve de fundamento Como comenta Manfredo ldquo() a superaccedilatildeo da Metafiacutesica (forma concreta da filosofia ocidental) se efetua atraveacutes de seu aprofundamento realizado atraveacutes da ontologia fundamental que busca esclarecer o proacuteprio fundamento da Metafiacutesicardquo (Heidegger e o fim da filosofia) Palavras-Chave Ser Pensar Metafiacutesica Nome Pablo Enrique Abraham Zunino Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Metafiacutesica e intuiccedilatildeo em Bergson Resumo A filosofia de Bergson eacute uma valorizaccedilatildeo do tempo enquanto experiecircncia imediata Aproximar-nos dessa apreensatildeo exige que nos esforcemos no sentido de intuir o tempo como uma evoluccedilatildeo criadora e natildeo mais como uma ldquoquestatildeordquo filosoacutefica A metafiacutesica claacutessica segundo nosso autor tratou a temporalidade de maneira estaacutetica conceitual perdendo o caraacuteter movente desse processo em vias de realizaccedilatildeo Com efeito a separaccedilatildeo intelectual que operamos nessa totalidade dinacircmica promove uma reduccedilatildeo condizente com a metafiacutesica da forma aquela que privilegia a ldquoformardquo em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo a estrutura em relaccedilatildeo ao processo deixando escapar o movimento constituinte para extrair dele suas formas Bergson vai se contrapor a essa metafiacutesica olhando o mundo a partir da primazia da diferenccedila Ao abandonar as prerrogativas loacutegicas do princiacutepio de identidade o filoacutesofo denuncia o pressuposto do Ser eterno e imutaacutevel como fundamento da metafiacutesica tradicional O projeto bergsoniano de re-

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

instauraccedilatildeo da filosofia deveraacute demonstrar a possibilidade de outra metafiacutesica compatiacutevel com a experiecircncia imediata da duraccedilatildeo psicoloacutegica aquela que nos devolve a passagem real do tempo Nesta palestra portanto pretendemos examinar a relaccedilatildeo entre a metafiacutesica da duraccedilatildeo e o meacutetodo de intuiccedilatildeo propostos por Bergson problematizando a noccedilatildeo de ldquointuiccedilatildeordquo jaacute que enquanto ldquoatordquo ela supotildee uma apreensatildeo imediata poreacutem ao afirmar-se como meacutetodo implica uma ldquomediaccedilatildeordquo isto eacute um trabalho de anaacutelise criacutetica sem o qual natildeo se chega agrave intuiccedilatildeo Como conciliar entatildeo o mediato com o imediato Palavras-Chave metafiacutesica intuiccedilatildeo meacutetodo

COMUNICACcedilOtildeES

Nome Alfran Marcos Borges Marques Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Tempo e criaccedilatildeo no domiacutenio social-histoacuterico Resumo Dando prosseguimento aos desdobramentos do modo como o ser para si eacute um processo constante e ininterrupto de autocriaccedilatildeo no domiacutenio do social e histoacuterico Cornelius Castoriadis aponta para o atributo essencialmente criador do tempo Tal conclusatildeo a respeito do Ser do tempo e da criaccedilatildeo permaneceu obscura para a ontologia tradicional porque esta entendeu que natildeo existe nada aleacutem de acontecimentos obedientes agraves leis e processos histoacutericos determinados pelo espiacuterito absoluto Isso implica em afirmar que o tempo eacute uma ilusatildeo diante do que eacute desde sempre e para sempre e se algo se modifica suas condiccedilotildees de mudanccedila podem ser totalmente explicadas seja pela teoria cientiacutefica seja por uma noccedilatildeo de unicidade da histoacuteria A partir deste ponto Castoriadis analisaraacute os impactos do uso inteiramente novo dos termos forma organizaccedilatildeo e ordem dentro do domiacutenio do social-histoacuterico demonstrado a impropriedade em utilizaacute-los do mesmo modo ao que se aplicam os termos na matemaacutetica fiacutesica e biologia Aponta que as sociedades sempre no plural satildeo mantidas pela coesatildeo da instituiccedilatildeo social como um todo que pode ser assegurada superficialmente pela coerccedilatildeo e sanccedilatildeo ou mais profundamente pela adesatildeo apoio consenso legitimidade e crenccedila E esta organizaccedilatildeo geral da sociedade eacute resultado da transformaccedilatildeo da mateacuteria-prima humana composta pelo nuacutecleo da psique (a mocircnada psiacutequica) para o indiviacuteduo social que engloba as instituiccedilotildees e os mecanismos de perpetuaccedilatildeo e criaccedilatildeo Palavras-Chave social-histoacuterico tempo instituiccedilatildeo social Nome Amanda Viana de Sousa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Vida sem-porquecirc em Mestre Eckhart desprendimento e cotidiano Resumo A presente comunicaccedilatildeo tem por finalidade expor uma reflexatildeo sobre a concepccedilatildeo de vida entendida como sem-porquecirc a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart Seguindo o pressuposto do desprendimento procura-se compreender e explicitar a concepccedilatildeo de vida sem-porquecirc como a irrupccedilatildeo que des-vela Deus e homem Assim descreve-se primeiramente uma reflexatildeo do que eacute o desprendimento de acordo com trecircs dimensotildees ocircntica ontoloacutegica e miacutestica A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma anaacutelise do ontoloacutegico de todo ocircntico que para Eckhart eacute o ser de Deus em sua deidade inapreensiacutevel para o homem Entretanto a

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

anaacutelise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontoloacutegico e o ocircntico no mundo A dimensatildeo miacutestica fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquecirc Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestaccedilatildeo da vida mesma Natildeo existe sermatildeo definitivo meacutetodo milagroso caminho percorrido ou estrateacutegia eficaz para tal fim ndash eacute na realizaccedilatildeo da vida que se eacute capaz de perceber o ressoar da auto-denuacutencia divina que nos escapa Eacute difiacutecil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relaccedilatildeo a sua concepccedilatildeo de vida pois todo seu esforccedilo eacute resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinaccedilatildeo Com isso natildeo existe rotina e determinaccedilatildeo em Mestre Eckhart Todo o ordinaacuterio eacute o espelho do extraordinaacuterio e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgecircncia de restabelecer a unidade do que eacute corriqueiro pelo vieacutes do que eacute essencial Palavras-Chave Desprendimento cotidiano vida sem-porquecirc Nome Ana Carla de Abreu Siqueira Instituiccedilatildeo UFCE Tiacutetulo do Trabalho Linguagem e Metafiacutesica em Ser e Tempo Resumo O objetivo deste trabalho eacute fazer uma breve explanaccedilatildeo sobre a abordagem que o filoacutesofo alematildeo Martin Heidegger faz da linguagem na sua principal obra Ser e Tempo Nessa primeira fase de seu pensamento Heidegger ainda natildeo daacute tanto enfoque agrave questatildeo Entretanto faz valiosas consideraccedilotildees iniciais sobre um dos temas que iraacute constituir um dos principais temas de sua pesquisa apoacutes a virada (die Kehre) Para isso seraacute feita uma apresentaccedilatildeo de seu contexto filosoacutefico partindo de sua criacutetica agrave metafiacutesica claacutessica e agrave filosofia da subjetividade Seratildeo feitas ainda consideraccedilotildees sobre o Dasein como ser dotado de linguagem e de um primado ontoloacutegico diante dos entes intramundanos onde sua analiacutetica existencial tem fundamento em sua situaccedilatildeo de ser-no-mundo Desse modo seraacute possiacutevel perceber como Heidegger trata do tema em relaccedilatildeo agrave compreensatildeo e interpretaccedilatildeo dimensotildees constitutivas do homem visto aqui como abertura e a linguagem tomada como esfera mediadora e natildeo mais como mero instrumento Palavras-Chave Metafiacutesica Linguagem Compreensatildeo Nome Carlos Bezerra de Lima Juacutenior Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo do Trabalho Sobre o deserto da deidade em Meister Eckhart diferenccedilas entre deus e divindade Resumo O presente estudo visa explanar sistematicamente a diferenccedila entre deus e divindade na miacutestica especulativa do filoacutesofo medieval MeisterEckhart Faz-se para isso necessaacuteria uma investigaccedilatildeo acerca do conceito de deus e tambeacutem acerca da impossibilidade de imputar atributos agrave deidade o que configura em Eckhart uma espeacutecie de teologia negativa Nesse caso deus seria apenas uma imagem da divindade assim como tambeacutem seriam imagens a trindade A imagem natildeo revela a deidade mas engana o homem em sua externalidade na qual tudo eacute relativo e temporal O autor faz uso dessa distinccedilatildeo em correspondecircncia ao desprendimento do homem pois o homem desprendido eacute aquele que se regozija no deserto da divindade eacute aquele que comunga com ela Para o homem entregue ao mundo da impermanecircncia a divindade eacute um misteacuterio insondaacutevel um princiacutepio inefaacutevel de tudo aquilo que por ele eacute gerado O presente trabalho eacute portanto uma pesquisa bibliograacutefica que se sustenta atraveacutes de um

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

estudo das obras latinas e alematildes do proacuteprio Eckhart e tambeacutem de comentadores construindo assim um argumento que esclareccedila essa distinccedilatildeo relevando sua importacircncia ao entendimento da miacutestica do autor cujo conhecimento eacute indispensaacutevel para a compreensatildeo da metafiacutesica do seacuteculo XIV sobretudo da metafiacutesica empreendida na miacutestica renana Palavras-Chave Metafiacutesica Deus Meister Eckhart Nome Claacuteudia Dalla Rosa Soares Instituiccedilatildeo UERJ Tiacutetulo do Trabalho Pensiero debole e fim da metafiacutesica Gianni Vattimo e a criacutetica agrave fundamentaccedilatildeo Resumo Na segunda metade do seacuteculo XX inaugura-se certa orientaccedilatildeo filosoacutefica como expressatildeo de uma outra forma de se pensar despojada das caracteriacutesticas autoritaacuterias do pensamento fundacionista a saber o pensiero debole Tal proposta filosoacutefica na qual se insere o filoacutesofo Gianni Vattimo (1936- ) segue uma orientaccedilatildeo esteacutetico-hermenecircutica como resposta aos problemas atuais considerando as transformaccedilotildees ocorridas na sociedade contemporacircnea Para Vattimo a contemporaneidade eacute o momento em que se experiecircncia a Verdade e seu valor absoluto apenas como justificaccedilatildeo ideoloacutegica da dominaccedilatildeo e da violecircncia Tal acontecimento possibilita a vivecircncia de ldquosignificaccedilotildees difusasrdquo como potencialidade positiva de uma experiecircncia ldquodeclinanterdquo dos valores Nesse sentido o pensiero debole eacute uma criacutetica em relaccedilatildeo a tudo que pretende se apresentar como fundamento uacuteltimo e universal sendo assim uma maneira de se interpretar natildeo apenas a histoacuteria da filosofia mas principalmente as mudanccedilas soacutecio-culturais ocorridas no tempo presente Por isso o pensiero debole eacute uma filosofia que dispensa os princiacutepios primeiros que nasce como reconhecimento dos riscos do pensamento fundacionista sendo dessa forma a reposta mais adequada agrave eacutepoca do pluralismo da modernidade avanccedilada Esta comunicaccedilatildeo objetiva apresentar a criacutetica vattimiana ao pensamento fundacionista destacando o lugar paradigmaacutetico ocupado pela experiecircncia esteacutetica no que concerne agrave criacutetica agrave racionalidade metafiacutesica e agrave ordem existente Palavras-Chave metafiacutesica pensiero debole poacutes-modernidade Nome Faacutebio Rocha Teixeira Instituiccedilatildeo USP Tiacutetulo do Trabalho Antigos e Modernos na histoacuteria da civilizaccedilatildeo Giacomo Leopardi e a metafiacutesica como questatildeo Resumo Em suas observaccedilotildees de certa evoluccedilatildeo histoacuterica relativa ao deslocamento meridional-setentrional da civilizaccedilatildeo GiacomoLeopardi (1798-1837) identifica em seu Zibaldone di pensieri a presenccedila de um ldquoresiacuteduo de imaginaccedilatildeordquo nos novos protagonistas da civilizaccedilatildeo os setentrionais Tal ldquoresiacuteduordquo se revela na imaginaccedilatildeo abstrata e metafiacutesica fruto mais da Filosofia e da razatildeo por se distanciarem da natureza e das ldquovagas ideiasrdquo oriundas da ldquoimaginaccedilatildeo primitivardquo Leopardi refuta os filoacutesofos metafiacutesicos e abstratos em especial os setentrionais alematildees pois na Literatura na Filosofia e nas Ciecircncias satildeo aquilo que eram os antigos Essas observaccedilotildees preparam as suas consideraccedilotildees sobre os setentrionais e em particular sobre as faculdades e modo de ser desses povos Embora pareccedila que a imaginaccedilatildeo seja neles algo muito caloroso e original eacute antes Filosofia e profundidade que imaginaccedilatildeo e a poesia deles mais Metafiacutesica que Poesia decorrentes mais do pensamento que das ilusotildees A imaginaccedilatildeo

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

nos setentrionais por causa da pouca vida da natureza funda-se no pensamento na Metafiacutesica nas abstraccedilotildees na Filosofia nas Ciecircncias no conhecimento das coisas Se a Greacutecia e a Itaacutelia na Antiguidade tempo do belo e da imaginaccedilatildeo correspondem ainda agrave paacutetria e ao lugar a inclinaccedilatildeo natural dos setentrionais eacute a profundidade do entendimento do verdadeiro do melancoacutelico A Idade moderna eacute o tempo do pensamento e o setentriatildeo a sua paacutetria Palavras-Chave Antigos Modernos Metafiacutesica Nome Felipe Rodrigues Costa Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho Da criacutetica da metafiacutesica em Gianni Vattimo Resumo Estudando Vattimo podemos encontrar dois caminhos para fazer uma criacutetica agrave metafiacutesica um atraveacutes da filosofia de Nietzsche e outro pela filosofia de Heidegger Ambos os caminhos convergem na direccedilatildeo que concebe de uma forma geral a metafiacutesica como pensamento violento autoritaacuterio construiacutedo a partir de estruturas fortes que se fecham muitas vezes ao debate ou avaliaccedilatildeo A verdade que a metafiacutesica vem apresentar mostra-se como algo irrefutaacutevel outras vezes ateacute mesmo inquestionaacutevel Em geral torna-se uma busca por uma absolutizaccedilatildeo do real da verdade da fundamentaccedilatildeo uacuteltima E eacute justamente isso que caracteriza a metafisica como um pensamento violento pois natildeo possibilita o diaacutelogo aberto ininterrupto uma autoridade que cala sem dar as devidas explicaccedilotildees Sobre esse aspecto Vattimo com base em Nietzsche e em Heidegger abandonando o caraacuteter da superaccedilatildeo criacutetica no que concerne agrave metafisica propotildee que seja reconhecida a diferenccedila ontoloacutegica entre ser e ente rompendo assim com a dimensatildeo objetivista da metafiacutesica Eacute neste ponto que Vattimo afirma a abertura para uma concepccedilatildeo natildeo-metafiacutesica da verdade ou seja o pensamento fraco ganha espaccedilo para reflexatildeo na sociedade poacutes-moderna sobre vaacuterios aspectos A questatildeo da criacutetica da metafiacutesica em Vattimo abre a possibilidade de pensar uma criacutetica as doutrinas totalizantes e autoritaacuterias que marcaram a histoacuteria da filosofia ocidental Palavras-Chave Metafiacutesica Verdade Violecircncia Nome Gleisson Roberto Schmidt Instituiccedilatildeo UFSC Tiacutetulo do Trabalho A anaacutelise merleau-pontyana da diplopia metodoloacutegica da filosofia moderna Resumo A pergunta acerca da estrutura sentido e fundamento da natureza figura entre os problemas mais recorrentes na histoacuteria da filosofia Entre os temas deste debate figura o da relaccedilatildeo entre natureza e espiacuterito A dificuldade consiste sumariamente na relaccedilatildeo entre a natureza como domiacutenio regido pelo causalmente determinaacutevel e passiacutevel de representaccedilatildeo e o mundo dos valores do sentido da liberdade e da razatildeo tipicamente ldquohumanordquo Agrave soluccedilatildeo kantiana opocircs-se o naturalismo o qual a galope da biologia aboliu a divisatildeo de princiacutepio entre a natureza inorgacircnica e orgacircnica Foi Merleau-Ponty (1908-1961) quem especialmente em seus cursos dos anos 1950 no Collegravege de France desenvolveu este tema sob a eacutegide de uma ldquopsicanaacutelise da naturezardquo retomando a ideia presente na Pheacutenomeacutenologie de laperception(1945) segundo a qual o ser humano eacute capaz por conaturalidade de encontrar um sentido em aspectos do ser ldquosem tecirc-los dado eu mesmo mediante uma operaccedilatildeo constituinterdquo (p 250) seus cursos sobre a natureza (1956 a 1960) mostram que ela eacute isso que possui um sentido sem que o

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

sentido tenha sido posto por um pensamento A natureza eacute entatildeo um subjetivo-objetivo que se torna incompreensiacutevel quando satildeo separados ambos os elementos - como o fazem o naturalismo e seu contraponto o idealismo Este trabalho propotildee-se reconstruir o percurso argumentativo do autor no que concerne agrave filosofia da natureza o qual inclui a criacutetica da diplopia da ontologia ocidental (caracteriacutestica de suas primeiras obras) e a elaboraccedilatildeo dos princiacutepios que norteariam uma ldquoontologia natildeo-separadardquo uma filosofia que natildeo eacute mais a oposiccedilatildeo entre a reflexatildeo e o irrefletido Palavras-Chave Natureza diplopia ontologia Nome Hilan Bensusan Instituiccedilatildeo UNB Tiacutetulo do Trabalho Expressatildeo e preensatildeo A metafiacutesica de Whitehead e a monadologia de Leibniz virado ao avesso Resumo A filosofia do processo que em algum sentido remonta ao esforccedilo pioneiro de repensar a monadologia de Leibniz por parte de Gabriel Tarde encontrou sua primeira forma claacutessica na filosofia do organismo de Whitehead em Process and Reality Ali haacute tambeacutem uma clara inspiraccedilatildeo leibniziana Neste trabalho esboccedilo a ideacuteia de que Whitehead apresenta a metafiacutesica de Leibniz virada ao avesso preensotildees ao inveacutes de relaccedilotildees internas entidades atuais ao inveacutes de mocircnadas substanciais e processo ao inveacutes de harmonia Eacute interessante considerar noccedilotildees como a de contiacutenuo extensivo de inspiraccedilatildeo claramente monadoloacutegica que permite a Whitehead lidar com o problema da expressatildeo em Leibniz De uma maneira geral as conexotildees necessaacuterias internas da monadologia de Leibniz se tornam alianccedilas contingentes na filosofia do processo Alguns elementos contudo satildeo mantidos em particular o apelo agrave infinidade e ao infinitesimal ndash mocircnadas e entidades atuais satildeo infinitas As semelhanccedilas e diferenccedilas entre os dois sistemas satildeo dignas de nota Palavras-Chave Leibniz Whitehead Contiacutenuo extensivo Nome Iacuteris Faacutetima da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A propoacutesito das Muacuteltiplas Formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel em Luigi Pareyson Resumo Assim como o ser se diz de muitos modos tambeacutem a inexauribilidade pode ser dita de modos distintos pode-se falar desde a inexauribilidade do ser da verdade da pessoa da liberdade a inexauribilidade da interpretaccedilatildeo da arte de Deus Eacute justo inferir que na filosofia de Luigi Pareyson o conceito de inexauribilidade eacute um conceito chave da segunda fase do seu pensamento Decerto nas sete principais formulaccedilotildees da ontologia do inexauriacutevel pode-se observar a singularidade de cada uma delas Natildeo obstante Pareyson argumenta que a verdade eacute inseparaacutevel de cada interpretaccedilatildeo sem contudo nunca se identificar com ela assim sendo natildeo se pode nem afirmar que a verdade nunca se manifesta em si mas somente em outra coisa nem sustentar que a palavra seja sede inadequada da verdade Para revelar a verdade eacute preciso interpretaacute-la assim a palavra natildeo pode ser nunca uma enunciaccedilatildeo exaustiva da verdade mas a sede mais adequada para acolhecirc-la e conservaacute-la como inexauriacutevel jaacute que dela a verdade natildeo apenas se subtrai para retirar-se no segredo estimulando-a e permitindo-lhe novas revelaccedilotildees a verdade natildeo eacute algo incompreensiacutevel heterogecircneo um siacutembolo uma alusatildeo mas eacute antes de tudo uma irradiaccedilatildeo de significados que ultrapassa a desvalorizaccedilatildeo da palavra alcanccedilando sua supervalorizaccedilatildeo conferindo-lhe uma nova

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

espessura e profundidade onde o expliacutecito perde a proacutepria estreiteza fugindo da tentaccedilatildeo de isolar-se numa presunccedilosa suficiecircncia aceitando anunciar a riqueza do impliacutecito que carrega dentro de si A presente comunicaccedilatildeo apresentaraacute as muacuteltiplas formulaccedilotildees da Ontologia do Inexauriacutevel discutidas no volume Veritagrave e Interpretazione de Luigi Pareyson Palavras-Chave Luigi Pareyson Ontologia Inexauriacutevel Nome Joatildeo Carlos Neves de Souza e Nunes Dias Instituiccedilatildeo UFAL Tiacutetulo do Trabalho O corpo na filosofia de Merleau-Ponty notas sobre o corpo proacuteprio na Fenomenologia da Percepccedilatildeo Resumo Partimos da Fenomenologia da percepccedilatildeo no sentido de evidenciar elementos em torno compreensatildeo do corpo na filosofia de Maurice Merleau-Ponty O filoacutesofo parte de uma criacutetica agrave tradiccedilatildeo metafiacutesica particularmente no que se refere agraves filosofias da consciecircncia do racionalismo cartesiano ao idealismo transcendental kantiano do intelectualismo ao empirismo claacutessico do subjetivismo filosoacutefico e do objetivismo cientiacutefico A noccedilatildeo de corpo proacuteprio em Merleau-Ponty natildeo se encerra na explicaccedilatildeo e compreensatildeo do corpo a partir de uma realidade bioloacutegica ou mecacircnica ou ainda da dicotomia claacutessica entre sujeito e objeto O corpo proacuteprio eacute amplificado a partir da noccedilatildeo de percepccedilatildeo e de como esse movimento perceptivo nos permite construir uma ldquocarta do visiacutevelrdquo na relaccedilatildeo com o mundo e com os outros ou ainda na relaccedilatildeo com o invisiacutevel O corpo proacuteprio natildeo eacute medido por um projeto preacute-determinado mas pela indeterminaccedilatildeo a partir de um movimento de transcendecircncia na existecircncia pelo vivido na medida em que ldquofatosrdquo satildeo retomados e transformados da contingecircncia em necessidade A partir da debilidade metafiacutesica do homem no sentido de que natildeo saberemos jamais como as coisas satildeo em sua totalidade o filoacutesofo elege o corpo e a percepccedilatildeo como lugar de centralidade de suas problematizaccedilotildees na medida em que tudo o que aparece ao humano aparece por seu corpo portanto o corpo eacute o caminho para acessar o mundo Merleau-Ponty perspectiva o corpo como lugar de investigaccedilatildeo filosoacutefica natildeo do corpo como objeto ou como coisa mas do corpo como corpo proacuteprio e simboacutelico como sujeito da percepccedilatildeo Palavras-Chave Fenomenologia da Percepccedilatildeo Corpo proacuteprio Percepccedilatildeo Nome Kibson Rodrigo Santos da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho A produccedilatildeo no teacutelos do utensiacutelio e sua pertenccedila ao mundo Resumo Na concepccedilatildeo heideggeriana temos que a histoacuteria do Ocidente eacute a histoacuteria de como a metafiacutesica produtivista dos antigos gregos gradualmente miscigenou em tecnologia moderna Esta seraacute a anaacutelise inicial feita para se chegar a dizer que a preocupaccedilatildeo maior relativa ao modo tecnoloacutegico de compreender as coisas (utensiacutelios) estava totalmente ligada agrave investigaccedilatildeo sobre o ser dos entes Ser este que funciona como a siacutentese dos meios que moldam a histoacuteria segundo a qual os entes se revelam a si proacuteprios Em que a ontologia grega e sua histoacuteria satildeo provas de que Dasein (ser-aiacute) se compreende a si mesmo e o ser a partir do mundo Provando que uma ontologia que se desenvolveu em virtude de tal pensamento caiu mais uma vez e deteriorou-se numa tradiccedilatildeo metafiacutesica filosoacutefica que afundou numa realidade oacutebvia Entender a natureza e o caraacuteter do processo de produccedilatildeo pela tradiccedilatildeo metafisica grega eacute necessaacuteria em destaque a aristoteacutelica ndash para que se compreenda o ser-dos-entes como alterado no decurso dos seacuteculos Iniciada na Antiga Greacutecia o pensar sobre a era tecnoloacutegica foi antecipadamente desde os primoacuterdios da histoacuteria da metafiacutesica Acredita-se que a

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

moderna tecnologia foi o produto da forccedila desta histoacuteria Para Aristoacuteteles por exemplo o ser significava ser produzido tendo em vista que o ser dos entes eacute em certa medida constituiacutedo em termos potencialmente tecnoloacutegicos A perspectiva da qual todas as coisas nada mais satildeo do que mateacuteria-prima que atuam como o processo natildeo interrompido de produccedilatildeo e de consumo representam o estaacutegio final da histoacuteria metafiacutesica produtivista Palavras-Chave Aristoacuteteles Heidegger produccedilatildeo Nome Lauro Ericksen Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Autenticidade e insolecircncia do Dasein no modo de ser-com os outros Resumo O presente trabalho visa analisar como eacute possiacutevel que o Dasein venha a apresentar um modo de ser que o possibilite a ser autecircntico em seu espectro decisoacuterio comunitaacuterio a partir de toda a sua imersatildeo na impessoalidade Destarte seraacute apresentado o conceito de insolecircncia (do alematildeo Selbstherrlich) o modo de ser atraveacutes do qual o Dasein se posiciona e adota uma postura resoluta perante o domiacutenio impositivo do impessoal determinando como ele poderaacute a partir de entatildeo interpretar-se em seu proacuteprio horizonte de finitude compreendendo desta maneira o seu si-mesmo mais proacuteprio A partir dos contornos do modo de ser insolente perante o domiacutenio ditatorial do impessoal o Dasein passa a natildeo estar mais afeito de maneira preacute-determinada e a ele co-relacionada a todas as prescriccedilotildees normativas de condutas da inautenticidade inserta no impessoal De acordo com essa premissa o Dasein passa a poder ser propriamente si-mesmo natildeo apenas em sua proacutepria concepccedilatildeo de ser em si-mesmo mas tambeacutem em sua compreensatildeo de ser-no-mundo o que o possibilita a apresentar-se originariamente para com os outros comunitariamente se compreendendo e podendo ser desta feita autecircntico tambeacutem nesses meandros coletivizados Afinal sem tal apresentaccedilatildeo insolente os meios coletivizados em que o Dasein se inseriria seriam apenas reflexos da inautenticidade do modo de ser impessoal do qual ele cotidianamente eacute refeacutem Palavras-Chave Dasein Autenticidade Insolecircncia Nome Marcela Barbosa Leite Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo do Trabalho Heidegger e o fundamento ontoloacutegico da Histoacuteria Resumo Este trabalho discute a perspectiva heideggeriana sobre o fundamento ontoloacutegico das ciecircncias histoacutericas Para Heidegger eacute compreendendo-nos existencialmente em nossa historicidade radical que podemos construir uma ldquociecircnciardquo da Histoacuteria Veremos que o acesso ao sentido da Histoacuteria seja como ldquocurso dos acontecimentosrdquo seja como ldquoestudo dos acontecimentosrdquo nos eacute dado pela hermenecircutica da facticidade todos os acontecimentos os monumentos os instrumentos as circunstacircncias os relatos as obras as vivecircncias as instituiccedilotildees soacute satildeo em si mesmos ldquohistoacutericosrdquo ou soacute podem ser objeto possiacutevel de investigaccedilatildeo historiograacutefica por sua pertinecircncia ao mundo do Dasein Dessa forma o propoacutesito desse trabalho eacute mostrar como em Heidegger a tematizaccedilatildeo historiograacutefica se torna possiacutevel isto eacute quaisas condiccedilotildees de possibilidade da ldquoconstruccedilatildeo do mundo histoacuterico pelas ciecircncias do espiacuteritordquo esperando explicitar daiacute os principais problemas relacionados agrave criacutetica dirigida agrave concepccedilatildeo tradicional da Histoacuteria Palavras-Chave hermenecircutica da facticidade ontologia Histoacuteria Nome Marco Ceacutesar de Souza Melo

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo do Trabalho A criacutetica de Hans Jonas ao dualismo Resumo Na obra O Princiacutepio Vida o pensador alematildeo Hans Jonas desenvolve sua filosofia da natureza mediante a criacutetica do dualismo formulado pela metafiacutesica tradicional Jonas tematiza o problema do ser afirmando que a primeira forma do dualismo originada na antiguidade claacutessica consistia em uma reaccedilatildeo ao enigma da morte pois em um mundo panvitalista isto eacute onde tudo eacute animado a morte representava uma contradiccedilatildeo agrave logica da natureza Desse modo o dualismo negou a morte ao estabelecer a separaccedilatildeo entre duas instacircncias dissonantes para defender a tese reforccedilada pela religiatildeo de que o ser permanece ou seja a morte natildeo significa a sua eliminaccedilatildeo mas apenas uma mudanccedila de estado Posteriormente segundo Jonas ocorrem na modernidade tentativas de dissoluccedilatildeo da teoria dualista juntamente com a inversatildeo da compreensatildeo claacutessica do mundo que de panvitalista passa a pan-mecanicista cujo pressuposto eacute a ideia de natureza como um aglomerado de mateacuteria inanimada cujas relaccedilotildees estritamente mecacircnicas satildeo desprovidas de sentido perspectiva enfatizada jaacute nas filosofias por exemplo de Descartes e Hume Tais tentativas de superaccedilatildeo satildeo empreendidas por doutrinas materialistas e idealistas que segundo o filoacutesofo alematildeo antes de lograrem ecircxito reforccedilam ainda mais a dualidade entre mateacuteria e forma uma vez que suas formulaccedilotildees privilegiam uma polaridade em detrimento da outra Ao pocircr em questatildeo tais filosofias nosso autor propotildee uma concepccedilatildeo monista que se fundamenta na experiecircncia do corpo orgacircnico no qual exterioridade e interioridade apenas se distinguem mas natildeo se separam Palavras-Chave Metafiacutesica dualismo monismo Nome Marcos Faacutebio Alexandre Nicolau Instituiccedilatildeo UVA Tiacutetulo do Trabalho A questatildeo do comeccedilo em Fichte e Schelling uma aacutenalise da intuiccedilatildeo intelectual Resumo Umas das principais senatildeo a principal pretensatildeo da filosofia eacute a de ser a ciecircncia do princiacutepio primeiro-uacuteltimo isto eacute do princiacutepio que eacute comum a tudo Tal questatildeo eacute encarada pelos filoacutesofos do idealismo alematildeo que buscam dar-lhe soluccedilatildeo em seus sistemas Em tal busca os idealistas alematildees proporatildeo um projeto que somente poderia ser almejado a partir de uma articulaccedilatildeo criacutetica da proposta metafiacutesica de apreender o princiacutepio absoluto e irrenunciaacutevel Seus esforccedilos seratildeo no sentido de elaborar uma argumentaccedilatildeo filosoacutefica livre de qualquer viacutenculo com instacircncias natildeo filosoacuteficas ou seja a filosofia deve ser autocircnoma auto-fundante Por isso os idealistas alematildees arquitetaratildeo o programa de uma nova filosofia surgida assim da exigecircncia de realizar o sistema filosoacutefico a partir de um princiacutepio fundamental tido como certo e indubitaacutevel Ora para tal seraacute exigida da filosofia a realizaccedilatildeo da tarefa de chegar ao comeccedilo ou seja ao princiacutepio natildeo-condicionado que a fundamente partindo natildeo de hipoacuteteses fora dela mas que seja capaz de fundamentar a si mesma a partir dela mesma Entenda-se tal pretensatildeo como a exigecircncia de uma autofundamentaccedilatildeo reflexiva que Fichte e Schelling acreditam estar na ideia de uma intuiccedilatildeo intelectual fundamental na formulaccedilatildeo de seus sistemas eacuteticos Palavras-Chave Idealismo Alematildeo Autofundamentaccedilatildeo Intuiccedilatildeo Intelectual Nome Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto Instituiccedilatildeo UFRN

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Tiacutetulo do Trabalho Teria o pensamento de Hegel sido negligente quanto agrave fundamentaccedilatildeo uacuteltima do seu sistema Resumo O sistema de Hegel ainda hoje eacute acusado como sabemos de ter cometido diversos deslizes epistemoloacutegicos constituindo sua filosofia entatildeo um forte dogmatismo que presume-se somente o cientificismo e a anaacutelise loacutegica da linguagem poderiam erradicar Embora tal acusaccedilatildeo seja correta em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Berna cuja preocupaccedilatildeo central era de caraacuteter eminentemente praacutetico-religioso o mesmo natildeo se pode afirmar no tocante aos periacuteodos subsequentes sobretudo ao de Iena Mesmo porque data do iniacutecio deste periacuteodo o surgimento em conjunto de duas de suas principais preocupaccedilotildees filosoacuteficas que evidenciam se natildeo a fragilidade dessa acusaccedilatildeo ao menos seu total desconhecimento quanto agrave verdadeira natureza do pensamento hegeliano Por isso tendo principalmente como base da nossa exposiccedilatildeo uma resenha publicada por Hegel em 1802 no Jornal Criacutetico de Filosofia posteriormente conhecida como o Ensaio sobre o Ceticismo mostraremos que a primeira dessas preocupaccedilotildees consistia em alcanccedilar seguridade epistemoloacutegica para os fundamentos do seu entatildeo projeto de sistema ao passo que a segunda por sua vez consistia numa tentativa de neutralizar a ameaccedila do desafio lanccedilado pelo ceticismo Uma vez que estas questotildees se encontram imbricadas nosso trabalho encontra sua justificativa na suposiccedilatildeo de que o projeto de fundamentaccedilatildeo do sistema especulativo longe de ser negligenciado por Hegel constitui conforme entendemos o elemento teoacuterico determinante que o teria levado a se ocupar com o problema do ceticismo Palavras-Chave Sistema Fundamentaccedilatildeo Ceticismo Nome Osvaldo Ferreira de Andrade Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Deus para aleacutem das categorias do ser e da verdade no pensamento de Nicolau de Cusa Resumo A compreensatildeo de Deus no pensamento do cardeal alematildeo Nicolau de Cusa faz parte de um capiacutetulo do neoplatonismo cristatildeo que pouco foi lido pela Histoacuteria da Filosofia Essa tradiccedilatildeo miacutestica que se debruccedilou sobre a inefabilidade divina encontra em Nicolau o seu desfecho e a sua perpetuaccedilatildeo pois estando localizado no seacuteculo XV ele ocupa um lugar de transiccedilatildeo do qual transpotildee para o Renascimento alguns toacutepicos recorrentes no pensamento medieval Nicolau caracteriza Deus como Maacuteximo absoluto e inominado no qual a ideia de unidade se realiza na concordacircncia do muacuteltiplo Deus encontra-se para aleacutem dascategorias do Ser e da Verdade Deus eacute o princiacutepio fundante de todas as coisas que une e transcende em si as diferenccedilas atraveacutes da superaccedilatildeo que se daacute na coincidentia oppositorum Para o Cusano Deus estaacute acima do proacuteprio nada e de qualquer coisa da mesma forma que eacute ele eacute tudo aquilo que natildeo eacute Deus eacute origem e causa de tudo o que eacute nomeado E embora seja efaacutevel sobre todas as coisas Ele permanece inefaacutevel e por isso natildeo podemos entender ou falar das coisas que tratam da natureza infinita de Deus Ainda que tudo seja fruto de sua criaccedilatildeo divina nada diz ou revela sobre sua natureza una e infinita Palavras-Chave Ser inefabilidade conhecimento Nome Rafael Lucas de Lima Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo do Trabalho Kosik e uma metafiacutesica do concreto

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Resumo Esta comunicaccedilatildeo tem como objetivo discutir acerca dos aspectos metafiacutesicos da perspectiva kosikiana de realidade a partir de uma anaacutelise da obra Dialeacutetica do concreto Palavras-Chave Karel Kosik metafiacutesica do concreto

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

GT LOacuteGICA E METAFIacuteSICA

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

PALESTRAS Nome Andreacute Nascimento Pontes Instituiccedilatildeo UFAM Tiacutetulo Benacerraf contra o platonismo matemaacutetico sobre conhecimento e verdade na matemaacutetica Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar o argumento contra o platonismo matemaacutetico proposto por Paul Benacerraf em seu ceacutelebre artigo Mathematical Truth Em linhas gerais o argumento de Benacerraf eacute caracterizado pela afirmaccedilatildeo de que o platonismo matemaacutetico eacute incompatiacutevel com a teoria causal do conhecimento A estrutura do meu trabalho pode ser dividida em duas partes na primeira parte apresento o argumento de Benacerraf A segunda parte eacute dedicada a algumas criacuteticas desferidas contra o uso da teoria causal do conhecimento em contextos matemaacuteticos dentre elas destaco as respostas de Chateaubriand e Linnebo Vale ressaltar que o argumento de Benacerraf eacute mais uma instacircncia do chamado problema do acesso a saber como explicar nosso conhecimento acerca de entidades pretensamente abstratas tais como nuacutemeros conjuntos universais dentre outras se natildeo estamos causalmente conectados com tais entidades Apoacutes uma anaacutelise geral do debate minha conclusatildeo possui em grande parte um caraacuteter negativo embora a praacutetica matemaacutetica esteja crescendo continuamente na sofisticaccedilatildeo de seus meacutetodos e volume de conhecimento demonstrado natildeo possuiacutemos ainda uma epistemologia satisfatoacuteria que descreva a natureza do nosso acesso ao domiacutenio das verdades matemaacutetica Palavras-chave Conhecimento verdade matemaacutetica Nome Ciacutecero Antocircnio Cavalcante Barroso Instituiccedilatildeo UFC Tiacutetulo Uma explicaccedilatildeo cognitiva do lsquosegue-sersquo Resumo O principal ponto de partida de qualquer loacutegica dedutiva eacute o fato de que alguns enunciados se seguem necessariamente de outros Mesmo uma pessoa sem nenhum treino loacutegico muitas vezes eacute capaz de identificar essas conexotildees entre enunciados Em todo caso natildeo eacute faacutecil dizer qual eacute o criteacuterio que usamos para dizer que um enunciado α se segue necessariamente de um conjunto de enunciados Γ Ateacute os loacutegicos divergem sobre esse ponto dividindo-se em dois grupos principais O primeiro grupo manteacutem que o criteacuterio eacute semacircntico Para eles podemos dizer que α se segue necessariamente de Γ quando verificamos que natildeo eacute possiacutevel que os enunciados de Γ sejam todos verdadeiros e α seja falso O outro grupo sustenta que o criteacuterio eacute sintaacutetico Para esses podemos afirmar que α se segue necessariamente de Γ se assumimos certas regras de derivaccedilatildeo sintaacutetica e com essas regras podemos derivar α a partir de Γ Aleacutem de defenderem suas proacuteprias convicccedilotildees os membros de cada um desses grupos tambeacutem procuram apontar problemas na explicaccedilatildeo do grupo rival e cada lado parece ter bons argumentos Diante desse impasse uma terceira via explicativa poderia nos indicar uma saiacuteda Na minha apresentaccedilatildeo tentarei fazer um esboccedilo dessa via A ideia baacutesica eacute de que quando dizemos que α se segue necessariamente de Γ fazemos isso porque Γ em conjunto com certos pressupostos nos compele para α Minha opiniatildeo eacute de que essa compulsatildeo resulta de um processo cognitivo que opera tanto com o seguimento de regras como com a aplicaccedilatildeo de modelos semacircnticos Palavras-chave Semacircntica loacutegica sintaxe loacutegica compulsatildeo

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Claudio Ferreira Costa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Uma resposta fregeana ao problema do indexical essencial Resumo A tese de Perry sobre proferimentos indexicais eacute que eles natildeo podem ser substituidos por proposiccedilotildees descritivas sem alteraccedilatildeo em seu significado Meu objetivo eacute tentar desenvolver paraacutefrases fregeanas dos proferimentos indexicais que embora natildeo preservando os aspectos fenomenais nem a perspectiva da primeira pessoa satildeo capazes de preservar o sentido como modo de apresentaccedilatildeo o valor verdade da frase indexical envolvida e a sua capacidade de explicar o comportamento Palavras-chave Proferimentos indexicais proposiccedilotildees descritivas modo de apresentaccedilatildeo valor de verdade Nome Giovanni Queiroz Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo Sobre a loacutegica da pesquisa cientiacutefica Resumo ``Loacutegicas intuicionistas duais foram introduzidas em muitos artigos e investigadas sob vaacuterios aspectos atraveacutes do uso de diferentes teacutecnicas e meacutetodos Loacutegicas intuicionistas duais tem-se revelado loacutegicas paraconsistentes A ideia de uma tal loacutegica jaacute aparece em um trabalho de Popper embora Popper tenha pensado que esta era ``sem utilidade(Popper 1963) Este trabalho investiga o trabalho de Popper sobre o tema apresentando as intuiccedilotildees subjacentes e as criacuteticas que lhe foram feitas depois examina uma proposta baseada nos trabalhos de Popper de uma loacutegica da pesquisa cientiacutefica uma ampliaccedilatildeo desta proposta eacute entatildeo apresentada tal loacutegica eacute paraconsistente e incorpora as intuiccedilotildees de Popper sobre o desenvolvimento da pesquisa cientiacutefica Conclui-se mostrando o lugar de Popper no desenvolvimento da loacutegica paraconsistente e aclaram-se alguns dos mitos encontrados na literatura sobre tal tema Palavras-chave Loacutegica intuicionista loacutegicas paraconsistentes dualidade Nome Joseacute Maria Arruda Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo Leibniz e o problema do ldquoJudas pecadorrdquo Resumo O trabalho procura explicitar a partir da formulaccedilatildeo leibniziana do problema do ldquoJudas Peccatorumrdquo os fundamentos loacutegicos e metafiacutesicos das verdades contingentes segundo Leibniz O problema resume-se a uma uacutenica pergunta Poderia Judas natildeo ter cometido o pecado de trair Cristo Essa questatildeo envolve natildeo somente a questatildeo de se Judas poderia ter agido diferente mas em outra abordagem se outro Judas que natildeo fosse pecador poderia ter existido Trata-se aqui de uma discussatildeo em que as principais teses loacutegico-metafiacutesicas de Leibniz a saber o princiacutepio de Razatildeo Suficiente sua concepccedilatildeo analiacutetica de verdade e o postulado da demonstrabilidade de toda verdade parecem entrar em colapso e se misturam de tal forma que resta a suspeita de que sua filosofia natildeo passa de uma forma mais sofisticada de determinismo loacutegico Pretendo explicitar a tensatildeo que existe na concepccedilatildeo de verdade em Leibniz como inclusatildeo do predicado no sujeito e a outra noccedilatildeo de verdade que aparece em seus textos como ldquoverdadeiro em um mundo possiacutevelrdquo Minha proposta eacute que somente a soluccedilatildeo de distinccedilatildeo entre verdades demonstraacuteveis e verdades natildeo demonstraacuteveis natildeo eacute suficiente para resolver o problema do ldquoJudas peccatorumrdquo Palavras-chave Leibniz metafiacutesica modalidades

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Maria da Paz Nunes de Medeiros Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Loacutegica modal dos domiacutenios constantes uma abordagem semacircntica Resumo Loacutegicas intermediaacuterias satildeo aquelas que tecircm como axiomas certas proposiccedilotildees natildeo aceitas intuicionisticamente sem terem entretanto a mesma capacidade dedutiva da Loacutegica Claacutessica Uma das loacutegicas intermediaacuterias mais conhecidas eacute a loacutegica dos domiacutenios constantes que do ponto de vista semacircntico caracteriza-se pelo fato de que o domiacutenio de quantificaccedilatildeo eacute o mesmo em todos os mundos Apresentaremos um sistema formal para a loacutegica modal dos domiacutenios constantes e analisaremos os aspectos semacircnticos decorrentes da interaccedilatildeo dos quantificadores universal e existencial com os operadores modais de necessidade e possibilidade Palavras-chave Loacutegica mocal loacutegicas intermediaacuterias loacutegica dos domiacutenios constantes quantificadores operadores modais

COMUNICACcedilOtildeES Nome Adan John Gomes da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O papel da verdade na filosofia da ciecircncia de Thomas Kuhn Resumo Racionalidade e verdade tem figurado como os dois principais temas na filosofia da ciecircncia contemporacircnea razatildeo pela qual podemos agrupar praticamente todos os filoacutesofos da ciecircncia influentes sob o debate desses temas Thomas Kuhn natildeo eacute uma exceccedilatildeo A fim de confirmar essa ideia pretendo mostrar como esse filoacutesofo faz uso de seu anti realismo cientiacutefico para prestar agrave sua teoria da ciecircncia o elemento racional do qual seus criacuteticos a julgavam desprovida Para esse propoacutesito inicio com uma descriccedilatildeo das ideias pelas quais Kuhn atraiu para si a alcunha de irracionalista e relativista Em seguida apresento algumas das reacuteplicas que Kuhn apresentou contra essas acusaccedilotildees evidenciando sua convicccedilatildeo de que a ciecircncia apesar de tudo que disse sobre ela eacute um empreendimento racional Explico ainda como o abandono do ideal realista de ciecircncia se torna o elemento essencial ao modelo de racionalidade cientiacutefica descrita por Kuhn em seus uacuteltimos trabalhos Concluo defendendo a ideia de que seu anti realismo eacute um elemento injustificado e anterior agrave toda a sua teoria da racionalidade Palavras-chave Ciecircncia verdade racionalidade Nome Bruno Camilo de Oliveira Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A loacutegica do Modus Operandi Newtoniano Resumo Eacute no modus operandi de Isaac Newton que visualizamos as novas epistemes que iratildeo permear toda a ciecircncia moderna Pois de um lado temos a filosofia mecacircnica a qual compreende que a uacutenica forma de garantir a certeza de algo eacute dispocirc-lo matematicamente propondo a reduccedilatildeo da natureza agraves categorias matemaacuteticas de outro temos a filosofia empiacuterica que propotildee grandes sistemas coerentes com a realidade empiacuterica cujo experimento criterioso eacute fundamental para o estabelecimento de verdades ou conceitos acerca dessa realidade A metodologia newtoniana natildeo negava esta ou aquela episteme simplesmente por divergirem em seu meacutetodo mas encarava-as como disciplinas que podiam andar juntas pois seus meacutetodos almejam se aproximar do verdadeiro conhecimento O talento e o discernimento experimental de Newton

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

ajudaram-no em uma completa compreensatildeo bastante clara do meacutetodo e do sentido de investigaccedilatildeo que o novo pensamento cientiacutefico exigia Objetamos que Newton viu aleacutem porque se serviu de um meacutetodo necessaacuterio para reduzir os maiores fenocircmenos de todo o universo da mateacuteria a categorias matemaacuteticas Analisemos como ele descreve seu meacutetodo seu modus operandi para que seja necessaacuteria uma apreciaccedilatildeo de sua influecircncia na metafiacutesica moderna e na filosofia da ciecircncia atual Palavras-chave Filosofia mecacircnica modus operandi leis naturais Nome Eacuteder Nogueira Bezerra Instituiccedilatildeo UECE Tiacutetulo Sobre o argumento ontoloacutegico e a gecircnese da objetividade na loacutegica hegeliana Resumo Com uma longa tradiccedilatildeo o assim chamado argumento ontoloacutegico para provar a existecircncia de Deus estabelece que o ser do qual nada maior se pode pensar existe necessariamente Iniciado por Anselmo retomado e desenvolvido por autores do racionalismo e criticado por Kant o argumento estabelece a passagem da essecircncia agrave existecircncia do ser absoluto Com isso em mente o presente trabalho objetiva articular a recepccedilatildeo hegeliana de tal argumento em sua loacutegica no exato momento em que se expotildee a transiccedilatildeo da subjetividade agrave objetividade Como categoria loacutegica especifica o objeto aparece quando Hegel tematiza a terceira e uacuteltima forma silogiacutestica o silogismo da necessidade Nesse momento temos que o objeto se articula como a realizaccedilatildeo do conceito onde o universal configura-se como totalidade una que pelo suprassumir da mediaccedilatildeo se determinou como unidade imediata Como consequecircncia direta disso temos que o objeto eacute um ser autocircnomo concreto completo em si uma autonomia que eacute a totalidade do conceito Nesse primeiro momento do objetivo o mesmo se nos apresenta como o Todo uno indeterminado em si e universalizado o mundo objetivo em geral Deus o objeto absoluto A retomada do argumento ontoloacutegico aqui tem por fim ressaltar a dimensatildeo natildeo-subjetiva e absoluta deste desenvolvimento loacutegico de tal modo que assim como do conceito de Deus se chega agrave existecircncia do mesmo da subjetividade do conceito se alcanccedila sua objetividade Palavras-chave Loacutegica Ontologia Objetividade

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

GT NATUREZA E FILOSOFIA ANTIGA

GT NATUREZA E METAFIacute SICA NA FILOSOFIA ANTIGA

SICA NA

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

PALESTRAS Nome Celso Martins Azar Filho Instituiccedilatildeo UFF Tiacutetulo O cosmos relacional dos Ensaios o conceito de lei natural em Montaigne e seus antecedentes teoacutericos Resumo Se o mobilismo universal eacute uma das caracteriacutesticas centrais das descriccedilotildees do cosmos na obra de Michel de Montaigne este teve nisto alguns predecessores ceacutelebres em quem poderia ter se apoiado Contudo chegar a definir como mutaacuteveis as leis naturais em si mesmas como faz o ensaiacutesta constitui um ponto de vista esposado por muito poucos autores antes ou depois da Renascenccedila O que se pretende eacute examinar os antecedentes de tal concepccedilatildeo e sua recepccedilatildeo nos Ensaios para daiacute avaliar com mais clareza a singularidade da concepccedilatildeo montaigniana Palavras-chave Montaigne Lei natural Renascimento Nome Everton da Silva Rocha Instituiccedilatildeo UNIRN Tiacutetulo A natureza do real pensar o invisiacutevel a partir do visiacutevel no pensamento de Epicuro Resumo Apoacutes um preacircmbulo no qual foram apresentados os preacute-requisitos fundamentais para dar iniacutecio ao estudo da natureza Epicuro aborda na Carta a Heroacutedoto seu primeiro problema filosoacutefico de grande relevacircncia a questatildeo da geraccedilatildeo e da corrupccedilatildeo Eacute necessaacuterio responder qual a natureza de todas as coisas homens animais e plantas A pergunta tem caraacuteter universal e engloba tudo que nasce e perece Eacute digno de nota que essa discussatildeo estaacute dimensionada no campo do imperceptiacutevel e por isso o filoacutesofo deve direcionar sua capacidade de reflexatildeo para o terreno das realidades invisiacuteveis O primeiro grande passo natildeo eacute dado pela investigaccedilatildeo sensiacutevel direta o que contraria algumas atribuiccedilotildees costumeiramente feitas ao epicurismo como materialismo1 ou empirismo e outras da mesma ordem O pensamento deve lanccedilar matildeo de recursos legiacutetimos que permitam acessar essas verdades e aqui Epicuro utiliza-se principalmente da analogia como recurso de investigaccedilatildeo filosoacutefica Palavras-chave Natureza realidade invisiacutevel Nome Joseacute Gabriel Trindade Santos Instituiccedilatildeo UFPB Tiacutetulo lsquoEacutersquorsquonatildeo eacutersquo em Parmecircnides Resumo Vou defender a tese de que o que eacute eacute o nome atribuiacutedo ao uacutenico objecto episteacutemico possiacutevel (que pode ser pensadoconhecido B22) A falta de sujeito e predicado gramaticais a lsquoeacutersquorsquonatildeo eacutersquo (B23 B25) sugere que o verbo natildeo seja lido como coacutepula Daiacute resulta que os caminhos devem ser lidos como nomes que nada afirmam ou negam de nada exterior ao pensamento O laquopensamentoraquo seraacute a lsquofaculdadeestadorsquo infaliacutevel que funde o captado na captaccedilatildeo (laquoSe PplusmnPraquo soacute haacute lsquovisatildeorsquo do lsquovistorsquo etc captaccedilatildeo do captado) Aceitando esta interpretaccedilatildeo o argumento natildeo tem implicaccedilotildees ontoloacutegicas Palavras-chave ser natildeo ser

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Marcos Roberto Nunes Costa Instituiccedilatildeo UFPE Tiacutetulo A Metafiacutesifa do bem na filosofia da natureza de Santo Agostinho Resumo Partindo do princiacutepio judaico-cristatildeo de que Deus Ser uacutenico mediante um ato livre de amor criou todas as coisas a partir do nada (criaccedilatildeo ex nihilo) Santo Agostinho defende que no universo fiacutesico criado e governado por Deus natildeo haacute espaccedilo para a desordem ou imperfeiccedilatildeo (o mal) mas que a natureza eacute perfeitamente ordenada e harmoniosa natildeo havendo senatildeo o bem de forma que em Agostinho existir ser e bem satildeo sinocircnimos Jaacute o suposto mal fiacutesico ou a imperfeiccedilatildeo no universo natildeo passa de uma ausecircncia ou privaccedilatildeo do bem que acontece natildeo como ser mas como natildeo ser Palavras-chave Santo Agostinho Natureza Bem Nome Markus Figueira da Silva Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Proleacutepsis phantasiacutea e diaacutenoia a relaccedilatildeo entre imagem e pensamento em Epicuro Resumo Epicuro indicou de maneira sucinta nos paraacutegrafos 46 a 53 da Carta a Heroacutedoto a produccedilatildeo e concepccedilatildeo das imagens a partir das impressotildees sensiacuteveis distinguindo entre aquelas que formam o pensamento imaginativo (phantasiacutea) e aquelas que constituem o pensamento filosoacutefico (diaacutenoia) Definiu o movimento do pensar como um salto ou projeccedilatildeo do pensamento inteligiacutevel a partir de analogias com as impressotildees sensiacuteveis utilizando a expressatildeo Heacute phantastikeacute epiboleacute teacutes diaacutenoias O que se pretende neste trabalho eacute expor a articulaccedilatildeo dos conceitos presentes no texto para explicitar a relaccedilatildeo sensiacutevelinteligiacutevel na produccedilatildeo do pensamento Palavras-chave Proleacutepsis phantasiacutea diaacutenoia Epicuro

Nome Rodrigo Vidal do Nascimento Instituiccedilatildeo IFRN Tiacutetulo A Natureza do Corpoacutereo constituiccedilatildeo do pensamento e perspectiva unitaacuteria da realidade Resumo A partir das discussotildees em torno da corporeidade do pensamento tem-se como implicaccedilatildeo a visibilidade do fator responsaacutevel por nortear a perspectiva da realidade em direccedilatildeo da unidade dos corpos Isso significa refletir sobre qual direcionamento eacute dado por Epicuro para a constituiccedilatildeo da visatildeo totalizante da realidade tendo em vista os aspectos intencionalmente sugeridos para a compreensatildeo corpoacuterea do todo e de suas partes Ao analisar os textos de Epicuro notadamente o conteuacutedo da Carta a Heroacutedoto eacute possiacutevel perceber parte da intencionalidade no sentido da indicaccedilatildeo mesmo que de forma sutil de como devem ser observados os fenocircmenos naturais e quais procedimentos satildeo necessaacuterios e adequados tanto para a investigaccedilatildeo como para a compreensatildeo da natureza Palavras-chave Epicuro Natureza Corporeidade

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

COMUNICACcedilOtildeES Nome Antonio Julio Garcia Freire Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo O Clinamen em Lucreacutecio contribuiccedilotildees dos antigos atomistas agrave Phyacutesis Epicuacuterea Resumo No De Rerum Natura (II 216-293) Lucreacutecio argumenta a favor da existecircncia do desvio dos aacutetomos A declinaccedilatildeo atocircmica (clinamen parenclisis) eacute uma das mais difiacuteceis e controversas teorias do epicurismo Citada por Ciacutecero (De Finibus I 18-19) a menccedilatildeo direta agrave questatildeo do desvio natildeo se encontra em nenhuma das obras sobreviventes de Epicuro mestre do filoacutesofo romano Na physiologiacutea epicuacuterea o papel da declinaccedilatildeo eacute explicar como os corpos compostos satildeo criados aleacutem de oferecer uma justificativa para a accedilatildeo voluntaacuteria e a liberdade (autarquia) Lucreacutecio na sua descriccedilatildeo da natureza apresenta dois tipos de movimento (DRN II 83-85) a saber a queda livre dos aacutetomos causada pelo seu peso e o movimento em todas as direccedilotildees resultantes de colisotildees entre esses aacutetomos Mas um terceiro movimento atocircmico (clinamen) deve ser presumido para explicar a existecircncia dos corpos compostos e a accedilatildeo voluntaacuteria Considerando que a teoria do clinamen tem suas raiacutezes no Filoacutesofo do Jardim e que tal noccedilatildeo enceta alguns problemas coloca-se a seguinte questatildeo a partir de que princiacutepio Epicuro e posteriormente Lucreacutecio agregou a teoria do desvio agrave sua teoria da natureza Podemos encontrar nos antigos atomistas e filoacutesofos anteriores agrave Epicuro e Lucreacutecio referecircncias que possam subsidiar a teoria da declinaccedilatildeo atocircmica O objetivo desta comunicaccedilatildeo eacute apresentar uma breve introduccedilatildeo agrave teoria do movimento atocircmico entre os atomistas antigos e sua presumida influecircncia na physiologiacutea epicurista particularmente na noccedilatildeo do clinamen Palavras-chave epicurismo declinaccedilatildeo clinamen Nome Francisca Galileacuteia Pereira da Silva Instituiccedilatildeo Universidad Complutense de Madrid Tiacutetulo Bem em si e bem por participaccedilatildeo uma reflexatildeo sobre os graus dos seres nos Elementos Teoloacutegicos de Proclo Resumo Ao dar inicio agrave distinccedilatildeo entre bem por si e bem por participaccedilatildeo em Proclo em seus Elementos teoloacutegicos deve-se ter como ponto de partida da exposiccedilatildeo a premissa tudo o que produz outra coisa eacute por natureza superior agravequilo que foi produzido Trata-se aqui da tese fundamental sobre a qual Proclo elabora proposiccedilotildees que possibilitam atestar a validade ou falsidade do argumento Inferioridade igualdade ou superioridade satildeo as possibilidades demarcadas pelo filoacutesofo de formas de relaccedilatildeo entre o produtor e o produto Diante das possibilidades elencadas tem-se que se a relaccedilatildeo se tratar de uma igualdade chegar-se-aacute a conclusatildeo de que tudo produtor e produto eacute igual algo que mesmo numa anaacutelise superficial dos seres se pode averiguar a falsidade Caso a relaccedilatildeo seja de superioridade do produto diante do produtor um esforccedilo reflexivo pode concluir que o primeiro natildeo pode ser superior ao segundo porque se o produtor pode produzir algo superior a ele mesmo ele poderia fazer de si mesmo algo mais elevado do que jaacute eacute Afinal eacute o produtor que daacute a substacircncia agravequilo que produz igualmente lhe confere potecircncia em conformidade com a substacircncia Resta entatildeo uma relaccedilatildeo de superioridade do produtor com o produto uma relaccedilatildeo ontoloacutegica que vai refletir diretamente no modo como os seres tendem ao bem Isto se daacute desta forma porque cada ser tende segundo Proclo ao bem conforme sua natureza Assim uma natureza superior indica ao mesmo tempo uma natureza melhor A proposta pois deste estudo eacute realizar uma articulaccedilatildeo entre os graus ontoloacutegicos e a participaccedilatildeo do

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

bem pondo em relevo a dimensatildeo argumentativa desenvolvida por Proclo nos Elementos teoloacutegicos Palavras-chave Proclo Bem Ser Nome Joseacute Eudo Bezerra Instituiccedilatildeo UERN Tiacutetulo Aacutetomos e vazio na compreensatildeo epicuacuterea de phyacutesis Resumo O objetivo desse trabalho eacute apresentar dois elementos relevantes no que se refere agrave phyacutesis no pensamento epicuacutereo aacutetomos e vazio Satildeo considerados fundamentos e modos de realizaccedilatildeo da phyacutesis Segundo Epicuro os aacutetomos satildeo corpos indivisiacuteveis e imutaacuteveis Satildeo soacutelidos logo de natureza corpoacuterea compostos de infinita variedade de formas isto implica admitir que natildeo satildeo gerados e deles provecircm todas as formas presentes na realidade (phyacutesis) Fazem parte do princiacutepio de que ldquonada nasce e nada perecerdquo Os aacutetomos satildeo considerados tambeacutem corpos simples isto eacute satildeo originais e essenciais para a geraccedilatildeo e a subsistecircncia dos corpos compostos Satildeo aacutetomos que se movem no vazio e com seus movimentos possibilitam a origem das realidades que satildeo percebidas pelos sentidos No Corpus epicuacutereo o vazio eacute definido como condiccedilatildeo necessaacuteria ao movimento dos corpos Assim o vazio eacute o espaccedilo que acolhe os corpos possibilitando-lhes o movimento a agregaccedilatildeo e a dissoluccedilatildeo determinando a geraccedilatildeo a corrupccedilatildeo das coisas da natureza Palavras-chave phyacutesis aacutetomos vazio Nome Lourival Bezerra da Costa Juacutenior Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Imagem da Viga Contraacuterio e o Exame da Natureza no Feacutedon de Platatildeo Resumo A imagem construiacuteda em torno do binocircmio prazerdor no Feacutedon eacute chamada aqui por analogia de ldquoa viga contraacuteriardquo (τὸ δοκοῦν ἐναντίον) Contudo antes de justificar tal nomeaccedilatildeo eacute oportuno mostrar de que modo essa imagem foi construiacuteda em grego no Feacutedon de Platatildeo organizado por John Burnet 1903 a quem de acordo com R Hackforth o estudo dessa obra tem sido associado por mais de meio seacuteculo Burnet organizou a referida imagem em grego antigo do seguinte modo

ldquoὩς ἄτοπον ἔφη ὦ ἄνδρες ἔοικέ τι εἶναι τοῦτο ὃ καλοῦσιν οἱ ἄνθρωποι ἡδύ ὡς θαυmicroασίως πέφυκε πρὸς τὸ δοκοῦν ἐναντίον εἶναι τὸ λυπηρόν τὸ ἅmicroα microὲν αὐτὼ microὴ θέλειν παραγίγνεσθαι τῷ ἀνθρώπῳ ἐὰν δέ τις διώκῃ τὸ ἕτερον καὶ λαmicroβάνῃ σχεδόν τι ἀναγκάζεσθαι ἀεὶ λαmicroβάνειν καὶ τὸ ἕτερον ὥσπερ ἐκ microιᾶς κορυφῆς ἡmicromicroένω δύ ὄντεrdquo

Sobre o caminho percorrido ateacute o texto citado acima em grego antigo Em primeiro lugar John Burnet o organizador do referido trecho foi educado na Universidade de Edimburgo e no Balliol College em Oxford recebeu seu grau de bacharel em 1887 e foi professor de latim tambeacutem em Edimburgo Em 1892-1926 foi professor de grego na Universidade de St Andrews e se tornou um pesquisador da British Academy em 1916 Em 1909 foi oferecida a Burnet a cadeira de grego na Universidade de Harvard mas ele natildeo aceitou Palavras-chave ldquoviga contraacuteriardquo copoacutereo incorpoacutereo

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino

Nome Renato dos Santos Barbosa Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo Entre phyacutesis e noacutemos uma consideraccedilatildeo epicurista sobre as agregaccedilotildees humanas Resumo Epicuro (341-270 aC) reflete sobretudo em suas Maacuteximas principais sobre as agregaccedilotildees humanas e se posiciona no cerne do problema da oposiccedilatildeo entre natureza (phyacutesis) e convenccedilatildeo (noacutemos) De um lado tem-se a dinacircmica necessaacuteria eterna e imutaacutevel da natureza e de outro os pactos mutaacuteveis e dependentes das circunstacircncias e do entendimento entre os homens Epicuro harmoniza a aparente discoacuterdia entre a vida segundo a natureza e a vida em sociedade com seus intriacutensecos acordos para a utilidade muacutetua O espaccedilo para acordos sociais eacute garantido pela concepccedilatildeo epicurista de natureza Segundo esta a necessidade inflexiacutevel (anaacutenke) natildeo interfere nas relaccedilotildees humanas visto que haacute na natureza um espaccedilo para aquilo que concerne aos homens (paacuterrsquohemaacutes) Palavras-chave Natureza convenccedilatildeo agregaccedilotildees humanas Nome Voltaire Ribeiro Vianna Filho Instituiccedilatildeo UFRN Tiacutetulo A Alma antes da Repuacuteblica de Platatildeo Resumo Nesta breve comunicaccedilatildeo vamos discorrer sobre a visatildeo da Alma na Antiguidade antes de Platatildeo ter terminado de escrever a sua obra-prima A Repuacuteblica Iniciaremos com a Paideia Grega procurando saber como Homero e Hesiacuteodo passando pelos filoacutesofos Preacute-Socraacuteticos os Oacuterficos os Pitagoacutericos e Soacutecrates nos diaacutelogos antes da Repuacuteblica ( Apologia Goacutergias e Feacutedon) tratavam algumas questotildees sobre a Alma O objetivo eacute analisarmos como cada um deles respondia a algumas questotildees sobre a Alma tais como- As Almas foram criadas ou eram eternas - As Almas eram imortais ou natildeo - O Homem tinha quantas Almas Trecircs Duas Ou soacute tinha Uma - Qual era o destino das Almas apoacutes a morte apoacutes deixar o corpo Finalizaremos com uma pequena comparaccedilatildeo com a Alma Tripartite da Repuacuteblica de Platatildeo Palavras-chave Alma Imortalidade Destino