ISSN 1676-3220 brindar - comunitaitaliana.com.br · fazem deste um ano muito ruim para ele. Apesar...

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ISSN 1676-3220 R$ 11,90 Exclusivo: Lula assume seu lado torcedor e fala de futebol www.comunitaitaliana.com Rio de Janeiro, dezembro de 2009 Ano XVI – Nº 138 Para brindar POLITICA Conferenza conferma interesse dell’Italia di avvicinarsi all’America Latina KART A volta de Felipe Massa às pistas Itália comemora produção recorde de espumante. Quase 50 milhões de garrafas estão prontas para celebrar o Ano Novo. No Brasil, o mercado nacional da bebida prevê aumento de 30% nas vendas ESPECIAL O início da produção brasileira de azeite

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Exclusivo: Lula assume seu lado torcedor e fala de futebol

www.comunitaitaliana.com

Rio de Janeiro, dezembro de 2009 Ano XVI – Nº 138

Para brindar

PoLiticaconferenza conferma interesse dell’italia di avvicinarsi all’america Latina

KaRta volta de Felipe Massa às pistas

Itália comemora produção recorde de espumante. Quase 50 milhões de garrafas estão prontas para celebrar o Ano Novo. No Brasil, o mercado nacional da bebida prevê aumento de 30% nas vendas

EsPEciaLo início da produção brasileira de azeite

EditorialApito para 2010 ............................................................................08

Cose NostrePizza napolitana ganha selo de Garantia de Especialidade Tradicional da UE ................................................09

OmaggioAndré Urani firma il testo di addio al padre, l’articolista Franco Urani ...............................................................12

AtualidadeSão Paulo vai brigar com o Rio de Janeiro pela Expo 2020 ...............33

ComportamentoStati brasiliani cominciano ad adottare leggi antifumo ....................36

ProfiloUn calciatore modello per abilità e spirito sportivo, Leonardo è uno dei simboli del Brasile di oggi .................................50

KartA volta às pistas do piloto Felipe Massa, cinco meses após acidente ...55

CinemaV Semana Venezia Cinema porta in Brasile la bellezza dell’attrice Maria Grazia Cucinotta .................................................................57

48 524220Política Patrizia D’AddarioProstituta lança livro em que conta detalhes dos seus encontros com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi

Especial AzeiteBrasil terá pela primeira vez seu próprio óleo, a partir de espécies vindas diretamente da Itália

Literatura Paolo GiordanoNo Brasil, escritor italiano fala sobre o seu trabalho de estreia, A solidão dos números primos, best-seller internacional

Esporte LulaPresidente brasileiro fala sobre a escolha do Rio de Janeiro para a sede das Olimpíadas e de sua paixão maior, o futebol

22CAPA Espumantes italianos batem recorde de produção e desbancam o champagne francês. Em todo o mundo, 46,5 milhões de garrafas estão prontas para brindar o Ano Novo

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Entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Julio Vanni

COSE NOSTRE

DIREtOR-PREsIDENtE / EDItOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

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PUblICAÇãO MENsAl E PRODUÇãO:Editora Comunità ltda.

tIRAgEM: 40.000 exemplares

EstA EDIÇãO FOI CONClUíDA EM:11/12/2009 às 18:30h

DIstRIbUIÇãO: brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIstRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,

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REVIsãO / tRADUÇãO: Cristiana Cocco

PROJEtO gRáFICO E DIAgRAMAÇãO:Alberto Carvalho

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COlAbORADOREs: luana Dangelo; Pietro Polizzo; Venceslao soligo; Marco lucchesi; Domenico De Masi; Franco Urani; Fernanda

Maranesi; beatriz Rassele; giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi;

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CORREsPONDENtEs: guilherme Aquino (Milão);Janaína Cesar (treviso);lisomar silva (Roma);

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ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.

La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali

opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

IssN 1676-3220

Vitória duplaO atacante brasileiro Adriano

está rindo à toa. Depois de conquistar com o Flamengo o tí-tulo de campeão do brasileiro de 2009, o jogador celebra a justi-ça no caso do fotógrafo italiano acusado de chantageá-lo. Fabrí-cio Corona, proprietário de uma empresa de fotografia, foi con-denado a três anos e oito me-ses de prisão. Além do caso de Adriano, Corona foi considera-do culpado por tentar extorquir o motociclista Marco Melandri, supostamente fotografado em companhia de uma atriz pornô, e o jogador Francesco Coco, então atleta do Milan, clicado em uma discoteca. Outros jogadores, co-mo os italianos Francesco totti, Alberto gilardino e Christian Vie-ri, e o francês David trezeguet, estão envolvidos em supostos casos de chantagem.

sex symbolsOs atores italianos Raoul bova e Mônica bellucci foram apontados co-

mo o homem e a mulher ideal pelos internautas italianos, em uma pesquisa realizada pelo site de encontros e relacionamentos Meetic. A enquete intitulada “Amor e Cinema” foi feita com cerca de 800 pessoas, entre homens e mulheres dos 18 aos 60 anos. segundo o site, 43,4% dos casais declararam ser influenciados pela sétima arte. Os artistas italianos superaram personalidades hollywoodianas como brad Pitt, Angelina Jolie, george Clooney e scarlett Johansson. Já os filmes de amor mais citados pelos internautas foram Ghost (1990), E o Vento levou (1939), Casablanca (1942), Uma Linda Mulher (1990) e Dirty Dancing (1987).

Rapidinhas● De 30 de janeiro a 5 de fevereiro, a Região lombardia, em colabo-ração com a Promos, organiza em são Paulo e belo Horizonte encon-tros de negócios com operadores locais do setor de agroindústria.● Com sede no estádio do Mo-rumbi, o restaurante Copa gas-

tronomia & Futebol inaugurou a Confraria do Copa, que oferece degustações de vinhos e harmo-nizações especiais. ● Caxias do sul, no Rio grande do sul, e Pedavena, província de belluno, assinaram tratado de gemellaggio.

● O Vice-Presidente da Fiat Amé-rica latina, Valentino Rizziolli, e o prefeito de belo Horizonte, Márcio lacerda, foram os home-nageados da 4ª edição da entre-ga da Medalha Itália Affari, pro-movida pela Câmara de Comércio Italiana de Minas gerais.

Verace pizzaA pizza feita de acordo com a tradição napolitana obteve

o reconhecimento da Comunidade Europeia como sendo um produto stg, ou seja, de especialidade tradicional garan-tida. Agora, la vera pizza napoletana ficará protegida pela UE contra imitações e falsificações. A decisão de conceder o selo stg para a pizza feita em Nápoles foi tomada no início de dezembro, pelo comitê europeu responsável pelas indica-ções geográficas e denominações de origem do continente, que funciona em bruxelas.

3 eurosÉ o valor que cada italiano com mais de 18

anos gastou por dia, em 2009, apostan-do na loteria. A informação foi divulgada pe-la agência Agipronews, com base nos dados do Instituto Italiano de Estatísticas (Istat) e da Administração Autônoma dos Monopólios de Estado (Aams). No total, foram cerca de 45 bi-lhões euros despendidos por uma população de quase 50 milhões de pessoas.

MáfiaO ex-mafioso gaspare spa-

tuzza, que testemunha em um processo de segunda instân-cia contra o senador Marcello Dell’Utri, insinuou em depoimen-to, no início do mês, que o pri-meiro-ministro da Itália, silvio berlusconi, teria envolvimento com a Cosa Nostra, a máfia sici-liana. spatuzza afirmou que sou-be da suposta relação do premier com a organização criminosa em uma conversa com o chefe ma-fioso giuseppe graviano, que te-ria sido mantida nos anos 1990. O ex-mafioso também citou Dell’Utri, do partido governista Povo da liberdade (PDl), como suposto envolvido com a máfia siciliana. O senador já foi conde-nado em primeira instância a no-ve anos de prisão por associação mafiosa. spatuzza depôs sob um forte esquema de segurança. Ele testemunhou escondido atrás de um biombo branco, com o rosto coberto por uma máscara e cerca-do por agentes da polícia.

O ano de 2009 não foi brincadeira. Uma roda viva criada pelos mercados financei-ros deixou a todos apreensivos quanto ao futuro. No exterior, em especial na Eu-ropa, a crise é uma realidade dura que contamina os humores dos seus cidadãos

e isso atinge diretamente aos italianos. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se arrependeu ao apostar no otimismo. Através de medidas econômicas de redução e até eliminação de impostos, fez com que os consumidores continuassem em grande forma e, consequentemente, girou a roda mais rápido para o campo positivo.

O Brasil chega ao fim de 2009, definitivamente, como uma grande potência. Não só demonstrou sua liderança e competitividade em diversos setores, como conseguiu trazer otimismo e um toque de orgulho com a melhor notícia do ano: as Olimpíadas de 2016.

Enquanto isso, na Itália, o premier Silvio Berlusconi parece não ter muito o que comemorar. Aliás, as acusações de suas “comemorações” em sua residência oficial, o Palazzo Grazioli, suas festas com prostitutas na Villa Certosa e as recentes denúncias do mafioso pentito Gaspare Spatuzza que envolvem o primeiro-ministro italiano com a máfia, fazem deste um ano muito ruim para ele. Apesar disso, continua com a popularidade em alta e é um dos nomes preferidos da mídia internacional. Um bom banho de sal grosso na virada do ano lhe cairia bem.

Neste ano, em 27 de novembro, perdemos um grande colaborador: o amigo Franco Urani. Ele sim, um exemplo de italiano. Nascido em Turim, em 1930, era um apaixonado pela natureza e tinha verdadeiro amor pelo Brasil. Aqui, onde viveu diante da beleza do mar de São Conrado, era conhecido pelos projetos sociais que ajudavam comunidades carentes. Visionário, conseguiu instalar em Betim, Minas Gerais, o império FIAT. Foi ele o primeiro presidente, em 1974, da montadora no Brasil. Em sua última coluna de novembro, Franco estranhamente escreveu sobre os extraterrestres. Citou um fenômeno ocorrido no céu de sua terra natal em exatos 36 anos de sua morte. Estudioso de todas as coisas, deixa grande saudade. Seu filho, o amigo economista André Urani, assina sua coluna de despedida. Obrigado pela sua existência.

A Franco Urani e sua família, ergo um brinde. Um brinde ao futuro que, com certeza, nosso incansável e otimista colunista encontraria motivos de sobra para comemorar.

Ergo um brinde também a nossos leitores, colaboradores e anunciantes, fiéis companheiros de uma jornada que parte para seu 16º aniversário. Ao longo de todo o ano de 2009, publicamos mensagens de congratulações pelos nossos 15 anos. A todos que compartilharam conosco desse marco, o meu muito obrigado. A cada mês, as mensagens de apoio e carinho recebidas foram uma grande recompensa para toda nossa equipe. Para 2010, ano de Copa do Mundo, entraremos em campo com a determinação de sempre e o entusiasmo renovado de nossos atletas.

Para ajudar nesses brindes, Comunità oferece a seus leitores o melhor do espumante italiano e brasileiro. Nossa reportagem de capa da última edição de 2009 mostra como a bebida dos dois países passa por uma boa fase e chega com todo gás, ou melhor, bolhas, nas festas de final de ano.

Dentre as boas novas para o futuro, a revista também mostra o início da produção brasileira de azeite. Ainda sem tradição no setor, o país dá seus primeiros passos para ter um bom óleo, não por acaso, com a ajuda da Itália que tem um dos melhores produtos do mundo.

O ano que chega é de Copa do Mundo, mas ainda não no Brasil que receberá o evento em 2014. Mas Copa do Mundo é sempre sinônimo de festa e explosão de paixões. Comunità antecipa um pouco dessa paixão brasileira por futebol com uma entrevista com o seu “torcedor número 1”: o presidente Lula. Apaixonado por futebol e esportes em geral, ele concedeu uma entrevista que girou apenas sobre esses assuntos.

Agora, é correr para o abraço e comemorar.

Feliz Ano Novo!

Boa leitura.

Pietro Petraglia Editor

Apito para 2010

Soterrada por cinzas do vulcão Vesúvio, a cidade de Pompeia poderá ser visitada virtualmente. O google colocou a cidade

na sua ferramenta street View, onde o internauta pode “passear” entre os restos de antigas construções. trata-se de uma das mais bem conservadas cidades da Antiguidade, pois ficou enterrada sob as cinzas por 1.700 anos. Porém, o que as cinzas conservaram, o excesso de turistas está colocando em risco. O turismo virtual po-de ser a solução para preservar o que sobrou de Pompeia.

sexo“Gostaria de transar

com (barack) Oba-ma.” Esse é o “desejo secre-to” que o ex-deputado transe-xual Vladimir luxuria admitiu ter. A “confissão” foi feita, no início domes, durante o pro-grama de tV, Cena di Natale quasi perfetta , apresenta-do pelo trio Medusa, no sky Uno. luxuria é um habitual participante de programas de televisão. Ele inclusive, foi o vencedor da versão 2008 de A ilha dos famosos, o reality show mais famoso da Itália.

Divórcio caroVerônica lario, ex-mulher do primeiro-mi-

nistro italiano silvio berlusconi, pediu o equivalente a 5,3 milhões de dólares mensais de pensão no processo de divórcio iniciado de-vido ao suposto relacionamento do líder com uma jovem de 18 anos. berlusconi, também um bilionário empresário de mídia, teria feito con-traproposta de 300 mil dólares mensais para a ex-esposa com quem tem três filhos.

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“No mês de outubro participei do curso ‘Orizzonti Circolari - Ambas-

ciatori del Terzo Millennio’ promovido pelo Parco Nazionale dell’Appennino Tosco-Emi-liano. Pude visitar lugares lindos e tocar com as próprias mãos a História! Esse é o belíssimo castelo da família Malaspina em Fosdinovo (Massa), onde se tem a oportu-nidade de visitar o quarto em que Dante Alighiere dormiu durante sua estadia no castelo. Eu os convido a visitar as belas cidades que fazem parte do Parque.”

RobeRta bellettI, São Paulo - SP - por e-mail

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

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opinião

enquete

Sim – 33,3% Sim – 16,7%Não – 28,6%

Não – 66,7% Não – 83,3%Sim – 71,4%

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 1 a 4 de dezembro.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 24 a 27 de novembro.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 20 a 24 de novembro.

Adriano está na lista de reforços do Roma. O brasileiro voltará para a Itália?

berlusconi é eleito rockstar do ano pela Rolling stone. Você concorda?

Olimpíadas: prefeito de Veneza está otimista com candidatura para 2020. A cidade tem chances?

frases

“L’Italia è fortemente e fermamente convinta che Battisti sia un terrorista

comune e debba scontare la pena in Italia. Ma noi

non faremo pressioni sulla decisione del presidente

brasiliano”,

Franco Frattini, ministro degli Affari Esteri italiano

“Penso em me candidatar a deputada estadual pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS), em 2010. Quero falar sem palavras difíceis. Não abusarei de decotes e minissaias. Serei a dona de casa que luta pelos direitos. Não quero ser a Cicciolina”,

Monique evans, ex-modelo e apresentadora de televisão

“A história sugere que não é bom ser a cereja do bolo”,

Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia de 2008

“Berlusconi confonde il consenso popolare, che ovviamente ha e che lo legittima a governare, con

una sorta di immunità nei confronti di qualsiasi altra autorità di garanzia e di controllo”,

Gianfranco Fini, presidente della Camera dei Deputati italiana

“Le attese su Copenaghen sono state sproporzionate rispetto alle reali possibilità di accordo. La UE (Unione Europea) si è sbagliata pensando che il mondo le sarebbe andato dietro, invece segue in un’altra direzione”,

Corrado Clini, direttore generale del ministero dell’Ambiente italiano

Cetus (Rio de JaneiRo)O argentino Alejandro somaschi-ni apresenta na galeria Proget-ti, da italiana Paola Colacurcio, a mostra Cetus. Em sua primei-ra exposição individual no bra-sil, o artista, que exibiu traba-lho na recém-terminada bienal do Mercosul, ocupará os dois andares do espaço. Misturando, como anuncia a descrição de Vi-viana Usubiaga, “paleontologia, astrologia e futurologia em seu

método”, o artista nos traz per-guntas como: O que deduzirão a partir dos nossos restos? O que descobrirão sobre nós por meio da evidência dos nossos esquele-tos? Minuciosas, as obras de so-maschini descortinam seus tra-ços naturalistas enquanto emer-gem de uma descoberta. Até 27 de fevereiro, de terça a sábado, das 11h às 19h. galeria Progetti: travessa do Comércio, 22, Arco do telles. Rio de Janeiro. Infor-mações: (21) 2221-9893

Fashion Rio (Rio de JaneiRo) sob o tema Rio, Olímpico e Mara-vilhoso, o evento acontecerá de 8 a 13 de janeiro de 2010, no Píer Mauá, e vai falar sobre o esforço de milhares de pessoas para que os Jogos de 2016 entrem para a história, como um exemplo de organização, de resultados posi-tivos para os nossos atletas e de transformação do brasil. Durante seis dias, grifes brasileiras apre-sentarão suas coleções Inverno 2010 nos armazéns do Cais do

Porto, sendo que seis delas pi-sam pela primeira vez na passa-rela principal da semana de mo-da. Já o salão de negócios ofi-cial do Fashion Rio, que agora se chama Rio-à-Porter, vai reunir cerca de 150 expositores de dife-rentes estados brasileiros.

PaniFiCação aRtesanal (Rimini) salão Internacional da sorvete-ria, Confeitaria e Panificação Ar-tesanal, a sigep, é a vitrine eu-ropeia para confecção de doces e consolida seu espaço no setor

da panificação artesanal. Na 31º edição estarão em evidência as novidades quanto à matéria-pri-ma e produtos de base, equipa-mento para confecções variadas, decoração e mobília. são desta-ques as alas temáticas, concur-sos, demonstrações, cursos e se-minários de atualização. Na edi-ção de 2008, foram registrados 92 mil visitantes e 745 exposito-res. Dos dias 23 a 27 de janeiro. Informações: www.riminifiera.it ou com a Câmara ítalo-brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro através do e-mail [email protected].

ViVi la Casa 2010 (VeRona)A feira de decoração e design, que acontece anualmente em Ve-rona, chega a sua 8ª edição. O evento expõe mobiliário contem-porâneo e para empresas, arte e artesanato, novidades para am-bientes externos, moda e servi-ços para matrimônio. De 21 a 25 de janeiro. Outras informações: (21) 2262-9141.

na estante click do leitor

agenda

serviço

cartas“Será motivo de grande orgulho para nós, ítalo-brasileiros,

ter uma obra do genial Massimiliano Fuksas em são Paulo. Espero que o projeto saia do papel o mais rápido possível para po-der sentir o cheiro de brasil que ele deixará na nova sede do IIC graças ao uso de madeiras nativas. bela matéria.”

NeuSa FIoRI – São Paulo, SP – por e-mail

“Ao ler a matéria sobre a renúncia do governador do lazio, fiquei pensando como a Itália é mesmo um país curioso. Ao mesmo

tempo em que é um lugar assumidamente machista, não param de pi-pocar casos sobre envolvimento de italianos com travestis. Quando vão terminar os escândalos sexuais envolvendo governantes do país?”

lúCIa de MattoS – Rio de Janeiro, RJ – por e-mail

Villa-Lobos – O florescimento da música brasileira. Mundialmen-te conhecido, Heitor Villa-lobos foi um dos compositores latino-americanos mais importantes da música erudita de sua época. Ape-sar de nunca ter se enquadrado em um movimento cultural especí-fico e ter sido desconhecido do público e atacado pela crítica por muito tempo, o também maestro produziu uma extensa obra que une, de forma multifacetada, a música brasileira tradicional com a europeia. Fundiu os sons da mata, dos traços indígenas e africa-nos da cultura brasileira a características das cantigas, dos choros e sambas nacionais. O ano de 2009 marca os 50 anos de morte do músico e a obra de Manuel Negwer não deixa a data passar em bran-co. O autor o apresenta em toda sua heterogeneidade, além de fazer um amplo estudo das correntes culturais no brasil da primeira me-tade do século 20. Martins Fontes Editora, 320 páginas, 44,90 reais.

Deus abençoe esta bagunça – Imigrantes italianos na ci-dade do Rio de Janeiro. Professora colaboradora do pro-grama de pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Cléia schiavo Weyrauch apresenta um retrato colorido e entusias-mado do mundo empresarial, das artes e do trabalho elabora-do pelos italianos no Rio de Janeiro, com destaque para a Zo-na Rural (atual Zona Oeste), os bairros da gávea, santa teresa e Centro e o atual município de Nova Iguaçu. são lembranças emocionadas da família da própria pesquisadora combinadas a documentos inéditos. O livro é resultado do curso de Pós-doutoramento realizado pela professora na Universidade de Roma II (tor begata) sob a orientação do professor Aniello Angelo Avella. Editora Comunità, 196 páginas, 28 reais.

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André Urani

OpiNiONEEzio Maranesi

[email protected]

Um uomo che ha vissuto

chi, da quache anno, scri-veva in questa pagina era mio padre, Franco Urani, che è mancato il 27 di

novembre ultimo a torino – do-ve era anche nato, nel 1930. se ne è andato in pace, abbraccia-to a mia madre, mia sorella e a un amico prete, a cui era molto attaccato. Io, purtroppo, non ho fatto in tempo ad arrivare per dargli un ultimo saluto.

Ha lottato instancabilmen-te contro un linfoma per più di nove anni, ma ha lavorato fino alla fine, con il buon umore e l’ottimismo che lo hanno sempre caratterizzato. Ci lascia una scia “do bem”, ripiena di realizzazio-ni, semplicità e generosità che ci incitano a voler fare delle belle cose in questo mondo.

Amava la natura: dalle Alpi piemontesi, che erano la sua pas-sione, alla Pedra da gávea (su cui è salito almeno una trentina di volte), passando dalla sua spiag-gia di são Conrado (dove cam-minava tutte le mattine, a piedi nudi sulla sabbia, quando era qui a Rio) e a ogni tipo di animale, in particolare gli insetti. Non per

L’Europa impone all’Italia di staccare il Crocefisso dalle pareti delle aule scolastiche

Una sentenza stupida

Franco Urani: 45 anni di Brasile tra fabbriche e favelas

alla parete bianca alle spalle della maestra era appeso, anni fa, ed è ap-peso ancora oggi, un Cro-

cefisso. E’ sempre sembrato na-turale che fosse in quell’ aula. Ha accompagnato, silenzioso ma presente, il cammino scolastico di noi ragazzi cattolici piú o me-no devoti e non ha mai turba-to le coscienze dei pochi ragazzi non cattolici. la Corte Europea dei Diritti dell’Uomo ha deciso, con sentenza, che il crocefisso deve essere tolto dalle aule sco-lastiche italiane. Motivo: il 10% degli studenti oggi appartiene ad altre etnie. Questi studenti sono costretti a subire la presen-za sulle loro teste di un simbolo religioso cattolico.

l’Italia è uno stato laico quindi, razionalmente, la sen-tenza sembra avere una sua lo-gica. si può obbiettare che esi-ste un Concordato tra la Chiesa e l’Italia, ma non la metterei sul piano giuridico. Parliamo invece

di buon senso e pensiamo all’im-portanza e al significato della rivoluzione cristiana nella sto-ria del mondo. gesú Cristo non è un essere mitologico; la sua esistenza e la sua crocefissione sono ampiamente provate. Il suo insegnamento ha dato ori-gine ad un movimento religioso che è cresciuto nel tempo e as-sunto una valenza mondiale. se vi sono state pagine non sem-pre gloriose, l’Inquisizione o il processo a galileo per esempio, o papi non sempre santi, non si può negare l’influenza che il cri-stianesimo ha avuto nel divenire della storia di tanti popoli. lo viviamo, senza rendercene con-to, anche nelle piccole grandi cose che accompagnano la no-stra vita: il tempo si conta a partire dalla nascita di Cristo, il Natale e la Pasqua si festeggia-no ovunque, la domenica è festa perche Dio al settimo giorno ri-posò. lungo le nostre strade vi sono cappelle, altari, Madonne e

Crocefissi, molte città e strade hanno nomi di santi, la Croce Rossa e tanti altri enti con il simbolo della Croce ci assistono col loro generoso lavoro, nella bandiera di vari stati campeg-gia la croce. storiche chiese, monasteri, abbazie sono ovun-que, i campanili, aguzzi nelle Alpi, tondeggianti in Padania, mozzi in toscana, aggregano le case dei villaggi, come i pastori aggregano le loro pecore e ri-saltano nei paesaggi dell’intera Europa. Ovunque vi sono monu-menti, statue, affreschi che ci ricordano gesú. sulle vette delle Alpi troviamo sempre una Cro-ce. Noi siamo nati e cresciuti in questo contesto; questo è il no-stro mondo. Metastasio sintetiz-zò questo sentimento in modo memorabile: “Ovunque il guardo io giro, immenso Dio ti vedo . .”. E la Corte di strasburgo vuole togliere il Crocefisso dalle aule scolastiche. E poi? Vieterà di suonare le campane? Vieterà le processioni? Ordinerà di cam-biar nome a piazza san Pietro o a santa Margherita ligure? Or-dinerà alla svezia di togliere la croce gialla dalla sua bandiera? suggerirà al governo brasiliano di sostituire il Cristo Redento-re con la statua di Platone, o di Voltaire, o di un altro cam-pione del razionalismo per non turbare i sonni dei musulmani

carioca? E gli arabi rifiuteran-no i dollari del petrolio perché sulle banconote c’è scritto “In god we trust”? Abbiate buon senso, giudici europei, e invece di preoccuparvi del Crocefisso nelle aule scolastiche italiane o, come talvolta fate, del diametro dei cetrioli europei, occupatevi di regolamentare l’immigrazio-ne distribuendo su tutti i paesi dell’Europa il peso e le respon-sabilità che oggi gravano so-prattutto sull’Italia e sugli altri paesi mediterranei invasi dagli sbarchi clandestini.

l’Italia ricorrerà alla senten-za ma, comunque, non accette-rà l’imposizione disobbedendo, se necessario. Non possiamo accettare che una Corte Euro-pea neghi la presenza nelle aule scolastiche di un simbolo che, da sempre, ha accompagna-to le nostre vite. Quella parete bianca non può restare vuota; già c’è troppo vuoto nei valori che la cultura dominante oggi ci propone. Al figlio dell’immi-grato musulmano o induista non nuocerà la presenza di un sim-bolo che è caro a noi, che sia-mo i padroni di casa. Il fenome-no della immigrazione è molto complesso e non si può parlar-ne liquidandolo in tre righe. Ma su un punto l’Italia deve essere ferma: l’immigrato, rispettate le regole di ingresso nel paese fissate dal governo, può certa-mente continuare a pregare Al-lah, ma è benvenuto solo se è disposto ad accettare le nostre leggi e gli usi e costumi che so-no la nostra cultura.

“Vedeva lontano Fran-co quando, nei primi

anni ’70, cercava di convince-re la FIAt ad investire in bra-sile. Quando FIAt decise, nel 1973, la situazione finanzia-ria del gruppo non era buona e l’investimento era ingente. la costruzione delle fabbriche ini-ziò in betim nel 1974. Franco era il presidente e il responsabi-le della iniziativa.

Mi accolse, con gli altri di-rettori inviati da torino, con semplicità e spirito fraterno. Era il suo carattere. la respon-sabilità era immensa: il cantie-re, l’acquisto degli impianti, la preparazione del personale, il difficile rapporto con il gover-

no di Minas. Franco affrontò i problemi con serenità e pro-fessionalità e ci diede sempre il suo esempio. Vi furono mo-menti di sconforto quando, nel ’75, l’investimento rallentò; FIAt aveva problemi di liquidità e si parlava di cessione alla g. M. Franco sempre ebbe e ci trasmi-se fiducia. la libia entrò nel ca-pitale della FIAt e l’investimento riprese. Nel ’77 la prima vettura 147 usciva dalla fabbrica.

Ci siamo visti poco negli ul-timi tempi. Ma non ho mai di-menticato l’esempio di serenità, di impegno e di competenza che Franco, il mio presidente, mi ha dato in quegli anni. sono orgo-glioso di essergli stato amico.”

“È stato un onore per me, nel corso di questi ulti-

mi due anni, essere “opinionis-ta” di “ComunitàItaliana” accan-to ad una persona come Franco Urani: personaggi come lui so-no il miglior esempio di come il rapporto Italia-brasile possa far nascere esperienze straordina-rie di integrazione e solidarietà

quando i protagonisti sono uo-mini dotati di una innata sen-sibilità e una profonda umani-tà. Ciao, Franco! I tuoi amici italiani e brasiliani ti piangono ma sono felici e riconoscenti per tutto quello che ci hai lascia-to. Un abbraccio alla tua famiglia e ancora grazie per il dono della tua lunga e bella esistenza.”

Franco, il mio presidente Ezio MaranEsi

Messaggio per Franco Urani Fabio Porta

qualità della vita dei suoi vicini di Vila Canoas, a são Conrado.

Amava aiutare gli altri: la famiglia (genitori, zii, fratelli, moglie, figli, nipoti – tutti quan-ti!), gli amici, i poveracci di ogni specie, perfino gli insetti che rimanevano incastrati nella luce di una lampada. si divertiva ad offrire opportunità.

Amava mia madre, con cui è stato felicemente sposato per più di 50 anni.

Amava la vita, in tutte le sue manifestazioni.

Non importava cosa facesse: dava sempre il meglio di se stes-so. Aveva il pallino di realizzare le cose; si poneva degli obiettivi chiari e non si dava pace finché non li portava a termine. Non si scoraggiava mai, prendeva sempre

il lato positivo delle cose e aveva un profondo senso di giustizia.

Nelle sue ultime settimane di vita si è messo a scrivere la sua storia. l’ha finita quattro giorni prima di morire. Cercheremo ades-so di pubblicarla, perchè merita.

Ha vissuto intensamente e si è preso tante soddisfazioni. E riconoscimenti: nei primi anni ‘70 fu nominato Commendatore della Repubblica (il più giova-ne, fino a quel momento); nel 2006, cittadino onorario di Rio de Janeiro. Ma anche tutte le manifestazioni di stima, rispetto ed affetto che mia madre, mia sorella ed io stiamo ricevendo da quando se ne è andato.

Possiamo piangerlo (ecco-me!), ma non avere rimpianti.

la saudade è già grande!

niente studiò scienze agrarie e fece una tesi di laurea sulle ca-vallette (di cui scoprì tre nuove speci), grazie alla quale è vissuto durante un anno e mezzo nel Par-co Nazionale del gran Paradiso.

Amava il brasile, la sua gente, le sue contraddizioni e le sue sfide.

Amava lo sport: le cammina-te con mia madre, le gite di sci-alpinismo, il tennis e la sua Juve.

Amava (da buon piemonte-se) il suo lavoro: idealizzando e montando l’impero FIAt in bra-sile, appoggiando mia madre e mia sorella nella vendita dei piz-zi Alabianca, dandosi da fare in tutti i modi possibili e immagi-nabili per cercare di migliorare la

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Fabio Porta

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Perché e quando gli italiani sono passati ad essere il popolo più triste d’Europa e cosa fare per farli ridiventare quel popolo simpatico e cordiale che tutto il mondo ha conosciuto

L’Italia è cambiata, non è più la stessa, non è più simile a sé stessa o – me-glio – non è più simile

all’immagine che tutti nel mondo abbiamo sempre avuto del belpa-ese: l’Italia allegra e spensiera-ta, il Paese del lieto vivere, della proverbiale cordialità e simpatia dei suoi abitanti non esiste più.

Una constatazione che sino a qualche tempo fa veniva fatta di solito dai nostri emigranti al lo-ro rientro a casa, o al paese dei loro nonni o bisnonni; dov’era fi-nito quel popolo allegro e ospi-tale, sempre pronto alla battu-ta e all’accoglienza sorridente e disinteressata? Oggi i primi ad ammettere questo cambiamento, questa vera e propria trasforma-zione o metamorfosi della loro maniera di essere sono gli stessi italiani. sconsolatamente e con una certa rassegnazione.

Perché tutto questo è avve-nuto e, soprattutto, quando è iniziato questo processo che ha trasformato nel giro di pochi de-cenni gli italiani dal popolo più felice a quello più pessimista d’Europa?

Per trovare una risposta, e forse anche una data, dobbiamo fare un salto all’indietro di cir-ca trent’anni. siamo nella secon-

L’anno che verràda metà degli anni’70, quando esplode in Italia con tutta la sua virulenza il fenomeno del terro-rismo. Attentati, sparatorie, se-questri di persona, sono all’ordi-ne del giorno. Improvvisamente, in particolare nelle grandi città, si comincia ad aver paura di usci-re la sera, di andare in luoghi af-follati, si diventa sospettosi ver-so il vicino di casa o il collega da poco seduto nella scrivania accanto alla nostra.

I miei genitori rinunciarono all’ultimo momento di trasferirsi dalla sicilia a Roma per paura; sì, la paura di perdere la sicurezza che una piccola cittadina di pro-vincia poteva offrire ad una fami-glia con figli in età scolare.

sono anche gli anni del co-siddetto “riflusso”. Dopo la gran-de partecipazione democratica del dopoguerra, le conquiste so-ciali dei governi di centrosinistra e l’euforia collettiva di studenti e lavoratori del sessantotto/ses-santanove, la politica non è più di moda; entra in scena con ir-ruenza il privato, entrano in crisi i ‘grandi miti’ collettivi.

In quegli anni lucio Dalla, uno dei cantautori italiani più famosi anche all’estero, scrive una canzone intitolata “l’anno che verrà” nella quale descrive

alla sua maniera e con la forza magica di musiche e parole sa-pientemente coniugate il clima di quel periodo. la canzone è una lettera ad un amico, scritta a pochi giorni dalla fine di uno di quegli anni bui e pesanti: “Ca-ro amico ti scrivo – canta lucio – così mi distraggo un po’, e sic-come sei molto lontano più forte ti scriverò”.

Dopo poche strofe ecco co-me il cantautore descrive il cli-ma di quegli anni: “si esce poco la sera, compreso quando è fe-sta, e c’è chi ha messo dei sacchi di sabbia vicino alla finestra (…) e si sta senza parlare per intere settimane, e a quelli che hanno cose da dire di tempo ne rimane”.

In questi trent’anni l’Italia è cambiata e ancora di più so-no cambiati gli italiani; agli anni del riflusso e del terrorismo sono seguiti gli anni di “mani pulite” e dell’ingresso del nostro Paese nell’Europa della moneta unica, con il passaggio dalla lira all’eu-ro; un lungo periodo di scarsa crescita economica, di crescente disoccupazione e di difficile man-tenimento per le famiglie italiane dei livelli di benessere ottenuti precedentemente. Fino ad arriva-re ai tempi più recenti dominati dal “berlusconismo” e dal “leghi-

smo”. Il partito di berlusconi e la lega Nord hanno in qualche mo-do incarnato meglio di qualsiasi altro movimento questo disagio e questa difficoltà del Paese ad uscire dalla spirale perversa nel quale è entrata negli anni ’80. lo hanno fatto, a mio avviso, accen-tuando gli aspetti e gli effetti ne-gativi di questa crisi, rafforzan-done le tentazioni alla chiusura e all’isolamento del Paese e non le speranze di apertura e di cam-biamento. la grave disattenzio-ne di questi ultimi anni verso gli italiani nel mondo e le politiche severe e xenofobe in materia di immigrazione ne sono uno degli esempi più lampanti.

Eppure, nonostante questo scenario certamente non otti-mista, come italiano non voglio perdere la speranza di vedere il mio popolo recuperare quei va-lori e quelle caratteristiche che nel corso dei secoli l’hanno re-so simpatico, unico e inimitabile agli occhi di tutto il mondo. E voglio credere che questo mira-colo si realizzerà anche grazie a tanti milioni di stranieri in Italia e di italiani nel mondo.

“l’anno che sta arrivando – concludeva la canzone di Dalla – tra un anno finirà; io mi sto pre-parando, è questa la novità!”

JaquetLa prima tappa dell’instal-

lazione della Piattaforma di Mexilhão (PMXl-1) è sta-ta conclusa il mese scorso. Il jaquet – struttura di acciaio che funge da base alla piat-taforma e che resterà fissata sul fondo del mare – è stato lanciato nel bacino di santos. l’operazione ha avuto luogo a circa 140 chilometri dalla co-sta di Caraguatatuba (sP) do-ve la PMXl-1 entrerà in operazione dal 2010. Quella di Mexilhão sarà la maggior piattaforma fissa per estrazione di gas del brasile, con capacità di produzione di fino a 15 milioni di metri cubici di gas al giorno – l’equivalente alla metà della capacità del gasdot-to bolivia-brasile.

comexLe relazioni commerciali tra il brasile e l’Italia potrebbero es-

sere molto più intense se ci fosse più divulgazione sui pro-cessi di esportazione ed importazione tra le imprese brasiliane, specialmente quelle micro e piccole. la conclusione è stata tratta da esperti che hanno partecipato al seminario “Capacitação em Comércio Exterior e Relações bilaterais com a Itália”, promosso dalla Câmara ítalo-brasileira de Comércio, Indústria e Artesana-to de Minas gerais, che ha avuto luogo il mese scorso al Fiemg trade Center, a belo Horizonte. secondo il direttore della Venta-na serra do brasil e rappresentante della Câmara ítalo-brasileira, Paolo Casadonte, “bisogna migliorare la cultura dell’internazio-nalizzazione, specialmente nei comparti come quello della mo-da e dell’artigianato, che contano ancora su un marketing molto timido all’estero”. secondo Casadonte un altro problema riguarda la mancanza di cooperativismo da parte delle imprese brasiliane, che lui considera “fondamentale per rafforzare l’internazionalizza-zione delle compagnie brasiliane”.

comex 1Sempre durante l’evento realizzato in Minas il direttore del-

la Fragata Internacional, Públio Júnior, che ha tenuto una conferenza in cui ha spiegato le fasi dell’iniziazione al commer-cio estero, ha osservato che ci sono grandi imprese che non si sono internazionalizzate e piccole imprese che invece già espor-tano. secondo lui la prima cosa da fare, da parte di un’impresa che vuole esportare, è iscriversi alla Receita Federal e al banco Central. Per lui il brasile e l’Italia hanno ancora molto da svol-gere nel campo del commercio estero “che andava meglio fino al 2000”. Oggigiorno l’Italia è solo l’ottavo principale partner com-merciale del brasile.

ValorizzazioneLa banca di investimenti americana goldman sachs ha affer-

mato in uno studio che il real è la moneta più supervalorizza-ta del mondo e che gli sforzi del governo brasiliano per contenere questo fenomeno possono essere insufficienti dovuto alla “valan-ga di soldi” che sta entrando nel Paese. tra le principali monete del mondo nessuna ha avuto un aumento maggiore del real sul dollaro, che è stato circa del 30%. secondo la banca l’aumento del real ha perso ritmo in rapporto alle altre valute da quando il governo ha cominciato a far pagare una tassa del 2% sulle appli-cazioni estere nella borsa o sul reddito fisso, dal 19 ottobre. Ma, dice la banca, l’efficacia del provvedimento “non è ancora chiara” e una nuova valorizzazione potrebbe portare all’adozione di altre misure di controllo. secondo la goldman sachs le entrate di dena-ro dall’estero sono una conseguenza del rapido recupero dell’eco-nomia brasiliana e dell’aumento crescente della domanda di com-modities da parte dei mercati emergenti, come quello cinese.

Blindati 1In aprile il guarani è stato presentato alla fiera di materiale da

difesa laad 2009 (latin America Aerospace & Defence), a Rio. Il costo di ogni unità è stato stimato in Us$ 1,5 milione di dol-lari. Ciò significa che il governo potrà costruire circa 2.300 blin-dati. la dichiarazione del ministro è stata rilasciata dopo che il governo lula ha riattrezzato la Marinha con sottomarini francesi e durante la fase finale d’acquisto di nuovi caccia per l’Aeronautica.

BlindatiIl presidente brasiliano luiz Inácio lula da silva ha autorizza-

to un investimento di 6 miliardi di reais durante 20 anni per la costruzione di più di 2mila blindati per riattrezzare l’Esercito. secondo il ministro della Difesa, Nelson Jobim, il progetto Veícu-lo blindado sobre Rodas ha già un preventivo a sua disposizione. I nuovi blindati, che saranno chiamati guarani, saranno costru-iti nella fabbrica della Fiat/Iveco a sete lagoas (Mg). Il mini-stro ha anche detto che il VbsR sostituirà tutto il sistema mobile dell’Esercito. Jobim ha dichiarato che i blindati Urutu e Cascavel, ormai superati e che erano prodotti dalla fallita Engesa (che li esportava in circa 20 Paesi), saranno ristrutturati per comporre la flotta della Força.

Jaquet 1Costruito a Niterói (RJ) il jaquet è una struttura di acciaio

dalla base quadrata che misura 70 metri per 70 con topsi-de che misurano 40 metri per 40, costruita con tubi che pesano 11.300 tonnellate in tutto. Alta 182 metri, dopo l’ancoraggio la sua topside rimane a 10 metri al di sopra del livello del mare. Il lancio del jaquet in mare è stato effettuato dal rimorchiatore italiano saipem 600. Invece la nave semisommergibile saipem 7000 posizionerà il jaquet al posto giusto e lo fisserà sul fondo del mare con tralicci di 116 metri di lunghezza e 400 tonnellate di peso ognuno.

PrevidenzaDopo tre anni di ricerche e normative gli italiani e discenden-

ti residenti in brasile ora hanno l’opportunità di partecipa-re ad un piano di previdenza complementare gestito dalla Petros. sarà il primo settore ad usare la lei 109/2009, che ha ampliato il campo d’azione del fondo di previdenza complementare della Pe-tros a categorie come associazioni, consigli e sindacati. Chiamato Previtália, il piano usa come compagnia assicuratrice le generali do brasil. lanciato a Rio de Janeiro, dove gli italiani sono circa 1,2 milione, il piano dà i primi passi con sei associazioni fonda-trici. secondo il coordinatore del progetto, Odilon de barros, la meta è quella di raggiungere, entro 10 anni, 10 milioni di italiani e discendenti in tutto il Paese.

notizie

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critiche al sistema finan-ziario internazionale e all’atteggiamento dei pa-esi avanzati in rapporto

ai loro “vergognosi sussidi agri-coli” hanno segnato la parteci-pazione del presidente brasiliano luiz Inácio lula da silva nel Ver-tice Mondiale sulla sicurezza Ali-mentare il mese scorso a Roma. Con l’assenza dei leader dei paesi più ricchi del mondo, lula è stato il capo di stato più festeggiato. E gli è anche stato reso omaggio dall’organizzazione non governa-tiva ActionAid Internacional “per i suoi buoni risultati nella lotta contro la fame in brasile”.

Presso la sede dell’Orga-nizzazione delle Nazioni Unite per Agricoltura e Alimentazione (FAO), lula non solo ha propa-

gandato i suoi principali pro-grammi sociali per l’erradicazio-ne della fame nel Paese, come ha proposto l’applicazione di quello principale, il Fome Zero, nei Pa-esi dell’Africa subsahariana, di-cendo che questo progetto ha dato origine ad importanti risul-tati in brasile. secondo dati del ministério do Desenvolvimento social e Combate à Fome, gli in-vestimenti nel Paese con il Fome Zero hanno raggiunto più di 700 milioni di reais.

— l’esperienza brasiliana e di altri paesi dimostra che affrontare il problema della fame esige, pri-ma di tutto, volontà e determi-nazione politica. sono state ini-ziative politiche a permettere al brasile di sradicare 20,4 milioni di persone dalla povertà e di ridurre del 62% la denutrizio-ne infantile, rompendo il ci-clo perverso che perpetua la miseria e la mancanza di spe-ranza — ha detto il presidente, continuando: — Programmi come il bolsa Família, principale stru-mento del Fome Zero, che si pren-de cura di 50 milioni di brasiliani, garantiscono che il cibo arrivi ef-fettivamente sulla tavola di colo-ro che ne hanno bisogno. Inoltre stimolano la produzione agricola, promuovono lo sviluppo locale e contribuiscono a creare un vasto mercato di consumo popolare.

secondo dati della FAO 16 milioni di brasiliani soffrivano di denutrizione nel 1991. Dal 2001

al 2005 questi numeri sono scesi a 12 milioni e la percentuale di denutriti è caduta dal 10 al 6%.

In una conferenza stampa, quando gli è stato chiesto di parlare dell’assenza dei principa-li leader mondiali all’evento, lula ha risposto che “la verità nuda e

cruda” è che non ci si aspetta, in realtà, che i paesi ricchi “ven-gano alla FAO ad annunciare che daranno soldi”. secondo il pre-sidente brasiliano sarebbe stata più importante la presenza dei paesi poveri “affinché si potesse fare esigenze di fatto e di dirit-to” riguardo all’adempimento di accordi già siglati.

In luglio, durante il suo incon-tro annuale realizzato a l’Aquila, in Italia, il g-8 (gruppo dei paesi più ricchi) ha promesso di desti-nare ai paesi in via di sviluppo 20 miliardi di dollari entro tre anni per dare impulso all’agricoltura nei paesi in via di sviluppo.

secondo la FAO il numero di denutriti nel mondo supera già la cifra di 1 miliardo, il peggior livello dagli anni ’70. l’istituzio-ne ha per meta quella di ridur-re il numero di denutriti a 420 milioni di persone entro il 2015. Per risolvere il problema legato all’aumento della popolazione, che dagli attuali 7 miliardi viene stimato a 9 miliardi nel 2050, la produzione di alimenti in questi Paesi dovrà aumentare del 70% in questo periodo. Ciò significa che gli investimenti in agricoltu-ra alimentare dovranno passare

dagli attuali 7,9 miliardi di dol-lari a 44 miliardi di dollari annui.

— Credo che “a goccia a goc-cia si scava la pietra”. Il mondo si sta rendendo conto del fatto che con meno della metà dei sol-di messi a disposizione per salva-re il sistema finanziario, nell’ot-tobre dello scorso anno, potremo salvare l’umanità da questa bom-ba di distruzione di massa che è la fame. I paesi che si preoc-cupano dell’Iran, dell’Afganistan o dell’Irak devono cominciare a preoccuparsi di questa guerra in-visibile, che uccide innocenti che non possono dire a voce alta co-sa sia la fame — difende lula.

Il premier italiano, silvio berlusconi, ha fatto eco alle pa-rola di lula per ciò che riguar-da la messa in pratica dello “ac-cordo di l’Aquila”. secondo lui è arrivato il momento di “decidere le date e le modalità” per inve-stire i soldi promessi. Nella di-chiarazione fatta nella cerimonia di apertura dell’evento “è ora di passare dalle parole ai fatti”:

— la lotta contro la specula-zione dev’essere vista tra le prio-rità per sradicare la povertà e la fame. Ciò vale per il petrolio, il rame e l’acciaio ma, soprattutto,

per il grano, il riso e la soia — difende berlusconi.

Il Vertice Mondiale sulla sicu-rezza Alimentare ha contato sulla partecipazione di circa 60 leader di stato. Per richiamare l’atten-zione sul tema il segretario ese-cutivo della FAO, Jacques Diouf, ha fatto un digiuno simbolico di 24 ore in solidarietà “con coloro per cui questo tipo di realtà non è opzionale”. Dovuto a questa iniziativa il comune di Roma ha

cancellato il cocktail che sareb-be stato offerto alle delegazioni dei Paesi che hanno partecipato al Vertice.

Visto che si trovava in tur-chia durante l’evento, il presi-dente dell’Italia, giorgio Napoli-tano, ha inviato al segretario ge-nerale della Organizzazione delle Nazioni Unite (ONU) ban Ki-mo-on, e al direttore generale della FAO, Jacques Diouf, un messag-gio in cui gli ha chiesto l’impe-gno della comunità internaziona-le per combattere la fame:

— E’ tempo di un rinnovato impegno da parte della comuni-tà internazionale, specie dei pa-esi più ricchi, per sconfiggere la povertà e per porre le basi di uno sviluppo sostenibile e diffuso.

Nel messaggio Napolitano ha osservato che il problema della fa-me nel mondo si è aggravato do-vuto alla crisi economica e finan-ziaria. secondo lui “le difficoltà dell’ultimo anno ci hanno insegna-to che ricchezza e benessere han-no valore quando sono largamente e imparzialmente distribuiti”.

Presidente brasiliano è presenza importante in evento su sicurezza alimentare a Roma, dove gli viene reso omaggio

È ora di entrare in azione

politica

sônia aPolinário*

Battisti A Roma lula è stato ricevuto dal premier italiano, silvio berlu-sconi, con onori militari presso Palazzo Chigi (sede del governo italiano) dove ha avuto luogo un pranzo di lavoro. Durante l’in-contro i due capi di governo han-no affrontato temi bilaterali e di politica internazionale. In Italia c’era una grande attesa riguardo al tema del caso battisti. sempre durante la conferenza stampa lula ha negato di aver di-scusso il tema con berlusconi. se-condo il presidente brasiliano lui non avrebbe potuto discutere un tema che è ancora all’analisi del-la Corte suprema – all’epoca della visita di lula in Italia il supremo tribunal Federal non aveva ancora ripreso la votazione del caso.

— E’ impossibile venire in Italia e non discutere la questio-ne di battisti. Ma sto dicendo che non posso dire niente perché il caso si trova nelle mani della giustizia — afferma lula.

*Con agenzie

Al presidente Lula vengono regalati guanti che simbolizzano

la lotta contro la fame

Sopra, il presidente Lula parla all’apertura del Vertice Mondiale sulla Sicurezza Alimentare. Sotto, Lula saluta il segretario generale delle Nazioni Unite, Ban-Ki-moon

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É assim que se apresenta a prostituta Patrizia D’Addario no li-vro Sirva-se Presidente, toda a ver-dade da escort mais famosa do mundo, que escreveu junto com a vice-diretora do jornal Corriere del Mezzo-giorno, Maddalena tulanti. Publicado pela editora Alber-ti, chegou às livrarias italia-nas no final do mês passado e logo virou polêmica.

As primeiras frases abrem a cortina de um dos maiores escândalos sexuais da Itália num momento em que o pri-meiro-ministro silvio berlus-coni ganha a capa da revista Rolling Stone pelo seu “estilo rock de ser e estar na vida”. Para a pu-blicação, as performances do pre-mier na cama matariam de inveja

astros como Mick Jagger e Keith Richards, nos seus áureos tempos.

Patrizia D’Addario é uma tes-temunha em primeira pessoa, car-ne, osso e alma, deste capítulo à parte da política italiana submer-sa numa rede de intriga, sexo, po-der, mentiras e gravadores. E de-pois de ver a sua história contada e replicada em todas as línguas e versões jornalísticas, decidiu ela própria contar tudo. A base dos relatos são as lembranças e vozes gravadas durante a sua estadia no Palazzo grazioli, “um dos palácios mais belos de Roma, e residência privada do homem mais podero-so da Itália, o chefe do governo, silvio berlusconi”, como escreve ela, em trecho do livro.

E o conheceu bem, pois esteve duas vezes no local: uma em 16 de outubro de 2008 e outra em 4 de novembro do mesmo ano. Ambas as visitas foram organizadas pelo empresário e amigo de silvio ber-lusconi, gianpaolo tarantini, pro-cessado por corrupção e falcatruas em licitações em bari. Na primei-ra ida à casa de berlusconi eram 20 mulheres, em meio a rios de champagne, música e piadas. Na segunda, o harém diminuiu para três mulheres, entre elas Patrizia

D’Addario, que não tinha passado despercebida no encontro anterior.

Na cama de Putin – assim ba-tizada por ter sido um presente do presidente russo - duas lésbi-cas acariciam os pés do primei-ro-ministro enquanto Patrizia e uma das “odaliscas” recebiam o convite para ir a um spa: “Vocês podem vir também? Massagem, relax, nós juntos, um mundo de diversão”, garante berlusconi, instigado pela lembrança da pro-messa feita por ele a uma das mulheres, algum tempo antes.

E de promessas, Patrizia esta-va farta. Ela conta que pagou uma

promessa de berlusconi com favores sexuais. Ela admite que fez da pro-fissão de escort, “acom-panhante de alto nível”, um caminho para ganhar dinheiro e vencer a buro-cracia italiana que travava a realização do projeto de família: construir um hotel, a partir das ruínas de um ve-lho prédio, em bari. A ela não interessava o pagamen-to de cinco a dez mil euros por cada noite passada com o

primeiro-ministro, pagos do bol-so de gianpaolo tarantini. Patri-zia conta que o que ela queria era a garantia de que berlusconi se ocuparia em retirar os obstáculos jurídicos para a realização do pro-jeto que já tinha custado a vida de seu pai – ele se suicidou por não conseguir fazer frente à dívi-da contraída junto aos bancos lo-cais para erguer o hotel.

berlusconi não sabia que es-tava com uma escort, segundo alardeia gianpaolo tarantino, que a teria apresentado como uma amiga. segundo Patrizia, quando ele soube do seu problema, pro-meteu ajuda-la e “foi atencioso dentro e fora da cama”. “Eu vou te ajudar, vou enviar duas pes-soas de confiança no canteiro de obras”, foi a frase ouvida e gra-vada por ela, da boca de berlus-coni. Ninguém, porém, apareceu para ajudá-la. A tiragem inicial do livro é de quinze mil cópias. E se o interesse pelas memórias de Patrizia for tão grande quan-to a repercussão do caso, o títu-lo já deverá ser um best-seller e um dos presentes de Natal mais disputados, além de candidato a se transformar em roteiro de fil-me. Os ingredientes estão todos lá, nas 274 paginas do livro.

Prostituta lança livro onde relata com detalhes seus encontros com Silvio Berlusconi

Na cama com o premier

política

“o último jornal que fa-la de mim me foi da-do de presente alguns dias atrás por ludo-

vico Fontana, um jovem jornalis-ta do Corriere del Mezzogiorno, de bari. Chegava do tibet. É o Hima-layan Times, estou na primeira pá-gina junto com estranhas notícias sobre um país que eu não poderia nem menos encontrar facilmente no mapa. Faz três meses, falam de mim os jornais de todo o mundo, as emissoras de tV de todo o mun-do. Fui para a cama com berlusco-ni, sou uma grande notícia”.

GuilhErME aquinoCorrespondente • Milão

Dois anos após a prisão de Cesare battisti, no brasil, sua extradição para a Itá-lia ainda é um suspense.

Depois do italiano receber do mi-nistro da Justiça brasileiro, tarso genro, o status de refugiado po-lítico, o caso acabou no supremo tribunal Federal, que votou pela extradição. Agora, a questão está nas mãos do presidente luiz Iná-cio lula da silva que, até o fe-chamento desta edição, não tinha dado o seu veredicto.

O Promotor Público e chefe do setor anti-terrorismo do tri-bunal de Milão, Armando spata-ro, aplaude a decisão do stF. Ele foi um dos promotores do caso battisti, na Itália, que levou o ex-terrorista a ser condenado a prisão perpétua.

— Eu defendo que battisti é um assassino puro — afirma spa-taro, em entrevista à Comunità.

comunitàitaliana - Qual é a sua avaliação sobre o caso Battisti?armando spataro – Em relação ao supremo tribunal Federal de-cidir que o presidente lula tem a palavra final, lembro que ele disse aqui na Itália que segui-ria a decisão da justiça. gostaria de demonstrar o meu alto apreço pelo stF porque quando em casos como este, com mortos e um as-

sassino como battisti, não é que se pode falar de felicidade, mas esta decisão confirma a falsida-de de algumas teses da defesa de battisti. também confirma a le-galidade dos procedimentos ita-lianos nos nossos anos de chum-bo. Esta é uma razão de satisfa-ção porque as palavras do minis-tro da Justiça do brasil, tarso genro, me pareciam palavras mal informadas. Agora vamos espe-rar, ainda que exista um ponto interrogativo. Existe uma razoá-vel esperança de ver battisti, fi-nalmente, numa prisão italiana. ci – o que o senhor acha que po-de ocorrer com Battisti caso se-ja extraditado?as - Ele vai ser tratado como todos os detentos aos quais a lei italiana reconhece ainda possibilidades de resgate e de benefícios penitenci-ários. Não sei para qual prisão ele vai ser levado, pois este é um tema do ministério da Justiça, uma vez

que o processo já terminou. Ele deve apenas descontar a pena e é o departamento de administração penitenciária o órgão responsável.ci - o senhor acha que a pressão popular italiana tenha influen-ciado o voto do supremo tribu-nal Federal?as - Francamente não sei se a pressão popular tenha surtido efeito na magistratura brasilei-ra. teria que perguntar isso aos juízes do stF. Eu tenho a sensa-ção que o direito, a necessidade de seguir a convenção interna-cional, ao final, foram mais for-tes do que qualquer outra coisa. Mesmo com a votação sendo de 5 votos a favor e 4 contra, o im-portante é o resultado final. O meu respeito vai a todos os inte-grantes do stF, incluindo os que votaram contra. Eu acho que os protestos serviam para apresen-tar o problema mais ao povo bra-sileiro do que aos juízes. A ver-

dade é que, no final, conta o di-reito e o direito triunfou.ci - o senhor foi procurado por representantes do governo ou da magistratura brasileira?as - Absolutamente, nunca, ne-nhum magistrado brasileiro me procurou. Fui apenas consultado pelo embaixador italiano no bra-sil que queria algumas informa-ções concretas e algumas sobre o rito do processo.ci - Existe diferença entre um cri-me de natureza política e aquele comum?as - Depende, porque a noção de delito político quando formou-se nunca previu a cobertura de atos de terrorismo. Posso dizer que a finalidade política dos reatos tem uma razão jurídica de existir. Pos-so imaginar, por exemplo, reatos cometidos contra uma ditadura, mas não falo de homicídio, falo de ações em defesa da democracia. O terrorismo é uma coisa comple-tamente diferente, ele não é, ab-solutamente, um delito político e isto é importante compreender.

Sempre em guerra, Magistratura italiana e o primeiro-ministro Silvio Berlusconi se entendem quando se trata do caso Battisti

Ponto de união

política

GuilhErME aquinoCorrespondente • Milão

Quando alguém diz que é um di-reito político, não é verdade. Eu defendo que battisti é um assassi-no puro. battisti cometeu homicí-dios. Desafio quem quer que seja a me dizer que o assassinato de um açougueiro tenha uma finali-dade política, que o homicídio de um cliente de um restaurante, co-mo torregiani, tenha uma finali-dade política e, mais ainda, não se pode falar de reato político se os atos de terrorismo são cometidos numa democracia, ou seja, contra a democracia. É preciso estar bem atento em definir atos políticos de atos de terrorismo.ci - o senhor acha que o caso Battisti poderia ser manipulado pelo governo? Battisti disse que seria um troféu nas mãos de sil-vio Berlusconi.as - O caso battisti seria um dos poucos no qual o governo e a magistratura estariam do mes-mo lado.

18 D e z e m b r o 2 0 0 9 / C o m u n i t à i t a l i a n a 19C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 9

“L’America latina è un socio indispensabi-le”. la frase del mi-nistro italiano degli

Affari Esteri, Franco Frattini, ha “dato il la” di incontri e discorsi della 4ª Conferenza Italia-Ame-rica latina e Caraibi, realizzata all’inizio del mese a Milano. Per due giorni ministri delle nazioni che fanno parte del continente, tra cui guido Mantega (Fazenda) e Paulo bernardo (Planejamen-to, Orçamento e gestão) hanno riconfermato il loro desiderio di essere partner della nazione del paese europeo.

secondo Frattini l’America latina è un “interlocutore essen-ziale” non solo dal punto di vista economico, ma anche per risol-vere i grandi problemi mondiali. secondo il ministro l’Italia – che ora guida il g-8 (gruppo forma-to dai sette paesi più ricchi del mondo più la Russia) – ha assi-stito quest’anno all’emergere di paesi come il brasile, l’Argentina e il Messico sulla scena mondia-le, e per questo ora queste nazio-ni hanno potere decisionale.

— E’ nostro compito conso-lidare sempre di più questa rela-zione, ogni giorno. l’Italia punta sull’America latina. Una scom-messa che, ne sono sicuro, non ci deluderà. la regione rappre-senta un mercato con oltre 500 milioni di persone, con una sim-patia naturale per il nostro pae-se e per il Made in Italy, raffor-zata dalla presenza di comunità di origini italiane perfettamen-te integrate. Vivono in America latina 1,13 milione di cittadini italiani e decine di milioni di di-scendenti di italiani — ha detto il ministro in una dichiarazione rilasciata alla stampa.

Il ministro ha anche ricorda-to che ci sono “250 parlamentari

di origine italiana sparsi nei di-versi paesi [latinoamericani] e una presenza imprenditrice ita-liana di assoluta importanza, che porta con sé tecnologia di pun-ta”. Attualmente l’Italia è il ter-zo paese europeo che più impor-ta merci dall’America latina, con una partecipazione dell’11,1% del totale. Inoltre è responsabile del 13,5% dei prodotti importati dalla regione, restando al secon-do posto tra le nazioni europee.

Come ha ricordato il presi-dente della lombardia, Roberto Formigoni, il Prodotto Interno lordo (PIl) latinoamericano è aumentato del 5% negli ultimi cinque anni, mentre gli investi-menti esteri nella regione sono aumentati del 53,6% tra il 2006 e il 2007 e del 14,5% tra il 2007 e il 2008.

Circoscritto il ruolo economi-co della regione, Frattini ha in-dicato la creazione del g-20 co-me elemento che ha sanzionato definitivamente la funzione che il continente disimpegna nella congiuntura mondiale e in tut-te le sfide internazionali, con la crisi economica, il Doha Round, l’ambiente, il narcotraffico, il

terrorismo e la non proliferazione delle armi nucleari. Ma bisogna mettere in risalto che il brasile è l’unico paese dell’America lati-na a partecipare a questo nuovo gruppo di leader mondiali.

Il primo ministro italia-no, silvio berlusconi, ha difeso “un’alleanza” con l’America la-tina per far fronte alla “offensi-va economica” delle tigri Asiati-che – gruppo formato da taiwan, Hong Kong, Corea del sud e sin-gapore. Il premier non ha nasco-sto la collaborazione che queste nazioni in gruppo possono offrire

al ruolo dell’Italia nelle relazioni internazionali:

— guardiamo ad un’allean-za con l’America latina perché siamo protagonisti nel mondo e perché portiamo l’occidente, nel senso più ampio del termine, nel mondo — dichiara berlusconi, mettendo in risalto che l’occi-dente del pianeta deve mantene-re la sua importante posizione. — Nel mondo ci sono protago-nisti che non conosco e che non applicano quelli che sono i valori basici dell’occidente.

la 4ª Conferenza Italia-Ame-rica latina e Caraibi si è occupata di temi come quello dell’integra-zione economica, culturale e po-litica, dei Mondiali di Calcio del 2014, dell’Expo 2015 e delle Olim-piadi del 2016. In un messaggio diretto ai partecipanti della con-ferenza il presidente della Repub-blica italiano, giorgio Napolitano, ha messo in risalto che la riunio-ne “permette una comune rifles-sione sui problemi causati dalla crisi economica mondiale, che ha fortemente colpito le nostre eco-nomie e ha causato importanti conseguenze sociali”.

sempre secondo il presiden-te “dobbiamo [i paesi riuniti alla conferenza] non solo condivide-re le gravi difficoltà, ma anche accogliere le opportunità che la crisi offre all’affermazione di un modello di governance mondiale giusto, inclusivo e solido”.

— l’Europa unita, forte grazie alla sua esperienza, alle potenzia-lità offerte dall’entrata in vigore del trattato di lisbona, potrà svi-luppare un ruolo di protagonista sullo scenario internazionale e contribuire alla promozione della stabilità e della prosperità in tutti i continenti — prevede.

*Con agenzie internazionali

politica

Conferenza a Milano conferma interessi dell’Italia di avvicinarsi sempre di più all’America Latina

Relazione imprescindibile

sílvia souza*

I ministri brasiliani Guido Mantega (sopra) e Paulo Bernardo hanno

partecipato alla Conferenza

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Morre travesti brasileiro envolvido com governador do Lazio

Queima de arquivo?

política

sônia aPolinário*

Pivô do escândalo sexual que provocou a renúncia do governador do lazio, Piero Marrazzo, o traves-

ti brasileiro brenda foi encon-trado carbonizado, mês passado, em Roma. segundo laudo da au-tópsia, a morte foi causada por asfixia ao inalar fumaça em seu apartamento, que pegou fogo. Ainda de acordo com laudo, o corpo não apresentava sinais de lesões físicas. O verdadeiro nome de brenda seria Wendell Mendes Paes. Ele teria 31 anos.

Em declarações reproduzidas pelo jornal Corriere della Sera, que cita fontes próximas de Mar-razzo, o governador teria lamen-tado a morte do travesti e revela-do que se sente culpado.

— É culpa minha, é culpa mi-nha. Depois de terem me destruí-do, também a fizeram morrer. Não é possível, não é justo, não devia ser assim — teria afirmado o polí-tico. — Perdoem-me pelo mal que fiz a todos. Não queria. Eu errei, cometi muitos erros, mas as coisas não tinham que terminar assim.

O governador também teria dito que acredita na hipótese de que a morte de brenda seja par-te de um complô. No entanto, seu advogado, luca Petrucci, assegu-rou que todas as declarações são falsas “da primeira à última linha”.

Marrazzo renunciou ao cargo de governador do lazio dia 27 de outubro e desde então se man-tém afastado em retiro espiritual. O corpo de brenda foi encontrado na madrugada de 21 de novembro.

A morte do travesti está sen-do investigada pelo Judiciário de Roma, que trabalha com a hipó-tese de homicídio. Outro travesti que conhecia brenda, identifica-do como China, relatou à impren-sa italiana que o brasileiro bebia

No dia 2 de novembro, ao prestar depoimento, Marrazzo ad-mitiu ter saído duas vezes com brenda. Agentes da polícia des-

confiam que o travesti brasileiro poderia fazer parte de um amplo esquema de chantagem com ba-se em vídeos e fotos compro-metedores, do qual Marrazzo te-ria sido apenas uma das vítimas. Outro fato que aumenta o mistério do caso é a morte, ocorrida no dia 12 de setembro, de gianguarino Cafasso. Ele é traficante de drogas e fornecia cocaína a brenda e de-mais travestis. Cafasso foi vítima de overdose de heroína.

O escândalo envolvendo Mar-razzo e seu relacionamento com travestis veio à tona com a pri-são de quatro policiais que esta-riam tentando extorquir o então governador em 80 mil euros. tudo começou quando policiais do Ra-ggruppamento Operativo Specia-le (ROs) investigavam tráfico de drogas pela potente Camorra na-politana. Numa das interceptações telefônicas realizadas com autori-zação judicial, colheu-se o relato de que quatro policiais militares (carabinieri) estavam chantage-ando Marrazzo. Para isso, usavam uma filmagem de encontro sexual dele com travestis, em um quar-to onde havia carreiras de cocaína em cima de uma mesa. Os carabi-nieri teriam flagrado o governador em pleno ato sexual com Natalia, ao invadir a casa deste também travesti brasileiro. Já a filmagem teria sido feita pela própria bren-da, em um aparelho celular.

* Com agências

Brenda: suspeita de fazer parte de um esquema de chantagem que

levou Piero Marrazzo à renúncia do cargo de governador do Lazio

muito e tomava remédios para dormir. Para China, a morte não teria passado de um “incidente”.

Já o travesti brasileiro bár-bara discorda. Para ele, brenda foi morta:

— brenda estava mal psico-logicamente e queria voltar para o brasil. Agora, precisamos en-contrar quem fez isso — declarou bárbara, que contou ter se encon-trado com brenda na noite ante-rior de sua morte, quando beberam uísque em um estacionamento.

O corpo foi encontrado por bombeiros, que atenderam a um chamado de incêndio. O traves-ti estava seminu. também foram achadas duas malas prontas e uma garrafa de uísque. Um deta-lhe que chamou a atenção da po-lícia foi o computador de brenda, que teria sido jogado no interior do vaso sanitário, em uma apa-rente tentativa de danificá-lo.

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saúde!Espumantes italianos batem recorde de produção

em 2009 e desbancam o champagne francês neste final de ano. No Brasil, o mercado nacional

da bebida também comemora diante de uma perspectiva de crescimento de 30% nas vendas

Salute!

Spumanti italiani battono record di produzione nel 2009 e sbancano lo champagne francese

questo Capodanno. Anche in Brasile il mercato nazionale della bevanda festeggia dovuto ad una

prospettiva di crescita del 30% delle vendite

lisoMar silvaCorrespondente • roMa

Neste final de 2009, ao abrir a sua garrafa de espumante italiano, você vai brindar não somente os melhores momentos de sua vida em companhia de parentes e amigos, mas

também o sucesso das bolhinhas que venceram a po-derosa concorrência francesa do inigualável champag-

ne no mercado internacional. Ao espocar a rolha, você vai fazer parte de uma rede de consumidores que estará

desfrutando de cerca de 46,5 milhões de garrafas de es-pumantes em todo mundo para festejar o Ano Novo. Essa é

a previsão do Fórum do Espumante Italiano, que anunciou a presença cada vez maior do frisante vinho italiano nos pa-

íses emergentes, entre eles o brasil. Nos últimos doze meses, o volume de exportações do es-

pumante cresceu em 70 países. A Coldiretti, a maior confedera-ção italiana dos empresários no setor agrícola na Europa, indica

que, pela primeira vez na história, a produção de espumantes superou a do champagne - que sofreu uma redução de garrafas na ordem de 44% para controlar os efeitos da crise econômica

no setor enológico. Os produtores franceses colocaram à disposição dos consumidores pouco mais de 262 mi-

lhões de garrafas da safra 2009, enquanto o es-pumante italiano ganhou um aumento de

15% em sua produção – o equivalente

N el Capodanno del 2009, quando aprirai una bottiglia di spu-mante italiano brinderai non solo ai migliori momenti della tua vita in compagnia di parenti e amici, ma anche al suc-cesso delle bollicine che hanno vinto la potente concorrenza

francese dell’impareggiabile champagne nel mercato internazionale. Allo scoppio del tappo farai parte di una rete di consumatori che sta-ranno sfruttando circa 46,6 milioni di bottiglie di spumante in tutto il mondo per festeggiare il Capodanno. E’ questa la previsione del Forum dello Spumante Italiano, che ha reso nota la presenza sempre mag-giore del vino italiano frizzante nei paesi emergenti, tra cui il Brasile.

Negli ultimi dodici mesi il volume di esportazioni dello spumante è aumentato in 70 Paesi. La Coldiretti, maggior confederazione ita-liana di imprenditori del settore agricolo in Europa, indica che per la prima volta nella storia la produzione di spumanti ha superato gli ef-fetti della crisi economica nel settore enologico. I produttori francesi hanno messo a disposizione dei consumatori poco più di 262 milioni di bottiglie della vendemmia del 2009, mentre lo spumante italiano ha raggiunto un aumento di produzione del 15% – l’equivalente a 11,5 milioni di bottiglie – per un totale calcolato in 328,485 milioni di bottiglie, con un fatturato annuale stimato in 2,5 miliardi di euro.

Questo è anche il primo anno di produzione del Prosecco con eti-chetta Doc (Denominazione di Origine Controllata), e con quel-

la Docg (Denominazione di Origine Controllata e Garantita) per gli spumanti Conegliano Valdobbiadene Prosecco e Colli

Isotani Prosecco, mantendendo alta la qualità con ot-timi prezzi per il mercato interno e internazionale.

Il Prosecco, in tempi di crisi, si presenta come un prodotto versatile, facilmente riconoscibile e con

prezzi convenienti. Buona parte del Prosecco Doc e tradizionale (il 18%) viene destinata a Inghilterra, Scandinavia e America Latina.

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● Evite os copos dourados e coloridos. Use o copo certo, ou seja, o flute, alto, sóbrio e elegante, feito em cristal liso e transparente. lembre-se que o prazer de se beber um espumante começa em ver a cor do líquido e as bolhinhas que se desprendem, docemente, aos milhares – e que você vai chamar perlage, como se diz em francês. ● sirva-o (e beba-o) frio, a uma temperatura entre 6 e 9 graus centígrados.● Para chegar à justa temperatura, mergulhe sua garrafa em um balde com água e gelo durante 30 ou 40 minutos, ou então colo-que-a na geladeira pelo menos 24 horas antes de servi-la.● Evite esfriar demais a bebida, caso contrário, você corre o risco de anular o efeito das bolhinhas e anestesiar suas papilas gusta-tivas quando bebê-la.● Evite também erros comuns como colocar a garrafa no congela-dor, encher o copo com cubos de gelo ou usar diretamente os copos gelados – com isso, você vai simplesmente estragar seu espumante.● A elegância e o charme, na abertura da garrafa, estão em evitar provocar a explosão com a tampa. Desloque-a lentamente, com fir-meza, girando docemente a garrafa, inclinando-a em posição quase horizontal, até que a tampa saia. Verse o maravilhoso líquido fresco e borbulhante em seu flute e faça muitos brindes durante todo o ano.

● Evita i bicchieri dorati o colorati. Usa il bicchiere giusto, ossia, il flûte, alto, sobrio e elegante, fatto di cristallo liscio e trasparen-te. Ricordati che il piacere di bere uno spumante comincia col ve-dere il colore del liquido e le bollicine che si staccano, dolcemen-te, a migliaia – e che chiamerai perlage, come si dice in francese.● Servilo (e bevilo) freddo, a una temperatura tra i 6 e i 9 gradi centigradi.● Per arrivare alla temperatura giusta, immergi la tua bottiglia in un secchietto con acqua e ghiaccio per 30 o 40 minuti, altrimenti mettila in frigo perlomeno 24 ore prima di servirla.● Evita di raffreddare troppo la bevanda, altrimenti corri il rischio di annullare l’effetto delle bollicine e di anestetizzare le tue pa-pille gustative quando la berrai.● Evita anche errori comuni, come mettere la bottiglia nel freezer, riempire il bicchiere con cubetti di ghiaccio o usare direttamente bicchieri gelati – facendo ciò rovinerai il tuo spumante.● L’eleganza e lo charme, quando si apre la bottiglia, risiedono in evi-tare di provocare l’esplosione con il tappo. Toglilo lentamente, con fermezza, girando dolcemente la bottiglia, inclinandola in posizione quasi orizzontale, fino all’uscita del tappo. Versa il meraviglioso liquido fresco e frizzante nel tuo flûte e fai molti brindisi durante tutto l’anno.

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a 11,5 milhões de garrafas - pa-ra um apetitoso total calculado em 328,485 milhões de garrafas, com um faturado anual estimado em 2,5 bilhões de euros.

Este também é o primeiro ano de produção do Prosecco com etiqueta Doc (Denominação de Origem Controlada), assim como a Docg (Denominação de Origem Controlada e garantida) para os espumantes Conegliano Valdobbiadene Prosecco e Colli Isotani Prosecco, mantendo alta a qualidade com ótimos preços para o mercado interno e inter-nacional. O Prosecco, em tem-pos de crise, se coloca como um produto versátil, facilmente re-conhecível e com preços conve-nientes. boa parte do Prosecco Doc e tradicional (18%) é desti-nado à Inglaterra, Escandinávia e América latina.

Hoje, a categoria dos espu-mantes Doc e Docg inclui 278 denominações espalhadas em 20 regiões italianas – incluindo 75 províncias e 390 territórios vo-cados - com 600 casas viníco-las que produzem o equivalente a 2360 etiquetas, presentes no mercado nacional e mundial. Uma das principais zonas de produção é Valdobbiadene, que reúne 1400 vinícolas que cultivam as uvas glera, destinadas à produção do famoso vinho borbulhante.

As regiões de lombardia, Vêneto e Piemonte são as mais produtivas. A lombardia lidera a

produção de espumantes obtidos com o método clássico (presen-ça de anidride carbônica em fer-mentação natural na garrafa na fase de vinificação), que carac-teriza a alta qualidade dos pro-dutos originários de Franciacor-ta. A célebre zona é líder - com a área vinícola de trento - tan-to na venda de seus espumantes nos restaurantes e nas enote-cas quanto como presentes pa-ra grandes comemorações. Entre-tanto, a zona de Asti é rainha in-contestável e responde por 80% da produção destinada a brindes em todas as festas principais do ano, acompanhando doces e so-bremesas artesanais.

Uma das mais expressivas descrições sobre o atraente per-fil dos espumantes parte do Fo-rum Spumanti d’Italia, realizado

mês passado. giampiero Comolli, 55 anos, é o seu presidente des-de 2005, ano de sua fundação. Ele explica porque os espumantes são feitos para conquistar um su-cesso de mercado cada vez maior:

— são produtos que respon-dem a exigências precisas e dire-tas do consumidor comum, seja ele habitual ou ocasional. Ele quer um produto com teor alcoólico agradável e que combine em vá-rias ocasiões, seja como aperitivo ou para acompanhar pratos da co-zinha tradicional ou sofisticada. O espumante também permite que o consumidor o reconheça facilmen-te, sem estar vinculado a um co-nhecimento metódico sobre o que vai beber. busca, enfim, um pro-duto moderno e fácil de se combi-nar aos pratos mais variados, mas com um custo compatível com su-as possibilidades econômicas.

Comolli explica que as vendas de espumantes nos últimos dias do ano são decisivas. Elas indicam o sucesso dos rótulos que se va-lorizam e passam a ser cobiçados pelo mercado internacional.

— Atualmente, estamos empenhados em proteger nos-sa produção contra imitações e fraudes, prejudiciais para a ima-gem do espumante. Ao mesmo tempo, cultivamos a meta de transformar o consumo de espu-mantes em um hábito comum, pois as pessoas ainda estão acostumadas a pensar neste vi-nho somente para ocasiões es-peciais — explica Comolli.

Ele esteve no brasil há cerca de quinze anos. Na época, obser-vou o crescente interesse dos con-sumidores em conhecer cada vez melhor os vinhos italianos, princi-palmente os espumantes. Comolli lembra que os brasileiros queriam consumir vinhos de qualidade e começavam a conhecer claramen-te as características das produções vinícolas européias, principalmen-te a francesa e a italiana. E que, neste campo, sabiam distinguir e apreciar as peculiaridades dos es-pumantes dos dois países.

Agora, observa, o brasil tem seus produtos de alta qualidade, reconhecidos e premiados nos concursos internacionais. Porém, segundo Comolli, começa também a importar cada vez mais espu-mantes italianos. Dados de 2008 informam que foram adquiridas 2.360.000 garrafas de casas vi-nícolas italianas que exportaram também vinhos brancos e tintos de outras tipologias. Cerca de 1,5 milhão de garrafas levavam a eti-queta “Prosecco”, outras 200 mil eram de Asti spumante Doc e o

Oggigiorno la categoria degli spumanti Doc e Docg include 278 denominazioni sparse nelle 20 regioni italiane – includendo 75 provincie e 390 zone vocate – con 600 case vinicole che producono l’equivalente a 2360 etichette presenti nel mercato nazionale e mondiale. Una delle principali zo-ne di produzione è quella di Val-dobbiadene, che riunisce 1400 in-dustrie vinicole che coltivano le uve Glera, destinate alla produ-zione del famoso vino frizzante.

La Lombardia, il Veneto e il Piemonte sono le regioni più pro-duttive. La Lombardia guida la produzione di spumanti ottenuti

con il metodo classico (presenza di anidride carbonica in fermen-tazione naturale nella bottiglia nella fase di vinificazione), che caratterizza l’alta qualità dei pro-dotti provenienti da Franciacorta. La celebre zona è leader – insieme all’area vinicola di Trento – tanto di vendite dei suoi spumanti in ri-storanti ed enoteche, come per re-galo per grandi commemorazioni. Ma la zona di Asti è l’indiscutibile regina e risponde per l’80% della produzione destinata a brindisi in tutte le principali feste dell’anno, come accompagnamento di dolci industriali o artigianali.

Una delle più eloquenti de-scrizioni dell’attraente profilo degli spumanti parte dal Forum Spumanti d’Italia, realizzato il mese scorso. Giampiero Comol-li, 55 anni, ne è il presidente dal 2005, anno della sua fon-dazione. Comolli spiega perché gli spumanti sono fat-ti per conquistare un successo di mercato sempre maggiore:

— Sono prodot-ti che rispondono

ad esigenze precise e dirette del consumatore comune, tanto abi-tuale come occasionale. Questi vuole un prodotto dalla gradazio-ne alcolica gradevole e che vada bene in varie occasioni, sia come aperitivo, sia per accompagnare piatti della cucina tradizionale o sofisticata. Inoltre lo spuman-te permette che il consumatore lo riconosca facilmente, senza essere vincolato ad una qualche conoscenza metodica su ciò che berrà. Insomma, cerca un pro-dotto moderno e facile da com-binare con i piatti più svariati, ma con un gusto compatibile alle sue possibilità economiche.

Comolli spiega che le vendi-te di spumanti negli ultimi giorni dell’anno sono decisive e indicano il successo delle marche che si va-

lorizzano e passano ad essere desi-derate dal mercato internazionale.

— Attualmente siamo impe-gnati a proteggere la nostra pro-duzione contro imitazioni e fro-di, che danneggiano l’immagine dello spumante. Allo stesso tem-po pensiamo alla meta di trasfor-mare il consumo di spumanti in abitudine comune, visto che la gente è ancora abituata a pensa-re a questo vino solo per le occa-sioni speciali — spiega Comolli.

Lui è venuto in Brasile circa quindici anni fa. Allora ha os-servato il crescente interesse dei consumatori di conoscere sempre meglio i vini italiani, specialmen-te gli spumanti. Comolli ricorda che i brasiliani volevano bere vini di qualità e cominciavano a cono-scere chiaramente le caratteristi-che delle produzioni vinicole eu-ropee, specialmente quelle fran-cesi ed italiane. E che, in questo campo, sapevano distinguere e apprezzare le particolarità degli spumanti dei due Paesi.

Ora, osserva, il Brasile ha i suoi prodotti di alta qualità, rico-nosciuti e premiati nei concorsi in-ternazionali. Ma, secondo Comolli, comincia anche ad importare sem-pre più spumanti italiani. Dati del 2008 dicono che sono stati acqui-siti 2 milioni e 360 mila bottiglie di case vinicole italiane che hanno esportato anche vini bianchi e ros-si di altri tipi. Circa 1,5 milione di bottiglie usavano l’etichetta “Pro-secco”, altre 200 mila erano di Asti

Regrinhas básicas Regolette basiche

Valdobbiadene: uma das principais áreas de produção de

prosecco com 1400 vinícolas

Giampiero Comolli

Valdobbiadene: una delle principali zone di produzione di prosecco

con 1400 aziende vinicole

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restante pertencia a outras cate-gorias de espumantes. Desta vez, os importadores fizeram e recebe-ram encomendas, sobretudo, de Asti spumante e Prosecco.

Comolli chama a atenção para a “confusão injustificada” que se faz ao comparar o amplo leque de vinhos espumantes italianos com produtos específicos de zonas produtivas vocadas de outros paí-ses como Champagne para a Fran-ça, o Cava para a zona espanhola de Penedés, ou o sekt alemão:

— Não se pode comparar a diversificada produção italiana com essas zonas vocadas, que dão origem a produtos com pe-culiaridades bem definidas. O pa-trimônio enológico rico e variado no mundo dos espumantes mere-ce atenção especial, sobretudo, em relação às vinícolas com pro-dução pequena, mas de alto ní-vel desta preciosa bebida, como se fossem jóias criadas em série limitada e únicas. Este é mais um motivo para se privilegiar os es-pumantes no plano qualitativo. Em países como o brasil, Argen-tina, Austrália e Rússia, inten-sificamos nossos contatos para incentivar a venda e o consumo dos espumantes, principalmente, junto às redes de hotelaria, nos restaurantes da faixa médio-alta

e no serviço de catering, para de-pois focalizar o comércio nas re-des de supermercados.

Happy hour Um aperitivo leve, antes e duran-te o almoço ou o jantar, pode se tornar ainda mais prazeroso se você saborear um espumante de qualidade, que estimula o apeti-te e se harmoniza bem com uma gostosa refeição. Com essa idéia, o Forum Spumanti d’Italia pro-moveu a bebida e obteve resulta-dos animadores: o consumo dos vinhos espumantes servidos dire-tamente em flute vem aumentan-do rapidamente. A grande moda do momento na Itália, porém, é beber também os versáteis espu-mantes rosados, perfeitos parcei-ros de um aperitivo com petiscos picantes ou suaves, ou para uma refeição com pratos leves à base de carne, peixe ou frutos do mar.

O consumo dos espumantes rosados teve início na Inglater-ra há dois séculos, expandindo-se depois na França. Os italianos descobriram o fascínio das bolhi-nhas cor-de-rosa nas garrafas de produção originária da zona de Oltrepó Pavese, sobretudo nos úl-timos dez anos. Comolli sublinha:

— O consumidor moderno quer simplicidade e facilidade para combinar vinhos aos pratos que é capaz de fazer até mesmo em casa.

Spumante Doc e il resto faceva parte di altre categorie di spuman-ti. Stavolta gli importatoti hanno fatto e ricevuto ordini soprattutto di Asti Spumante e Prosecco.

Comolli richiama l’attenzione sulla “ingiustificata confusione” che si è fatta paragonando l’am-pio ventaglio di vini spumanti italiani con prodotti specifici di zone produttive vocate di altri Pa-esi come Champagne per la Fran-cia, il Cava per la zona spagnola di Penedés o il Sekt tedesco:

— Non si può paragonare la svariata produzione italiana con queste zone vocate, che dan-no origine a prodotti dalle par-ticolarità ben definite. Il patri-monio enologico ricco e svariato nel mondo degli spumanti meri-ta speciali attenzioni, soprattut-to per ciò che riguarda le indu-strie vinicole che producono po-ca di questa preziosa bevanda ma di grande livello, come se fossero gioielli creati in serie limitate e uniche. Questo è un altro dei mo-tivi per privilegiare gli spumanti sul piano qualitativo. In paesi co-me Brasile, Argentina, Australia e Russia, abbiamo intensificato in

nostri contatti per incentivare la vendita e il consumo degli spu-manti, specialmente nelle reti al-berghiere, nei ristoranti della fa-scia medio-alta e nel servizio di catering, per poi focare il com-mercio nelle reti dei supermercati.

Happy hour Un aperitivo leggero, prima o do-po il pranzo o la cena, può di-ventare ancora più piacevole se vuoi assaporare uno spumante di qualità che stimoli l’appetito e si armonizzi bene con un pasto gu-stoso. Con questa idea il Forum Spumanti d’Italia ha promosso la bevanda e ha ottenuto stimolanti risultati: il consumo dei vini spu-manti serviti direttamente in flûte sta aumentando rapidamente. Ma la grande moda del momento in

Os espumantes também dão uma atmosfera de alegria e emoções felizes, satisfazendo plenamente o palato de gulosos e gourmands, a um preço certamente inferior, se comparado ao do champagne.

Nascido na região da Emília-Romanha, Comolli é antes de tudo um empresário do setor vinícolo com um percurso rico de experi-ências interessantes. trabalhou em vinícolas da zona lombarda de Franciacorta e depois na produção de espumantes na localidade de trento, junto ao grupo Ferrari. Em seguida, a zona toscana de bol-gheri - coração do celebérrimo vi-nho tinto sassicaia - atraiu a sua atenção. Porém, os espumantes o reconquistaram através da criação do Fórum, com sede na região ve-neta de Valdobbiadene:

— O Fórum tem a finalidade principal de manter viva a rede de contatos entre os produtores das diversas tipologias de espuman-tes em todo o país. talvez poucos

saibam, por exemplo, que existem espumantes até na sicília, mesmo que em quantidade limitada. Uma de nossas metas é a de difundir cada vez mais o valor que nosso patrimônio enológico oferece em matéria de espumantes, para ter-mos consumidores cada vez mais preparados e informados. todos os anos, o Fórum realiza encon-tros internacionais com autorida-des governamentais do setor agrí-

Italia é bere anche i versatili spu-manti rosé, perfetti partner di an-tipasti piccanti o meno, o di un pasto a base di piatti leggeri di carne, pesce o frutti di mare.

Il consumo degli spumanti rosé ha avuto inizio in Inghil-terra due secoli fa, allargandosi poi in Francia. Gli italiani hanno scoperto il fascino delle bollicine rosa nelle bottiglie prodotte nel-la zona dell’Oltrepò Pavese, spe-cialmente negli ultimi dieci anni. Comolli sottolinea:

— Il consumatore moder-no vuole semplicità e facilità per combinare vini ai piatti che è ca-pace di fare anche a casa. Inoltre gli spumanti procurano un’atmo-sfera di allegria e emozioni felici, soddisfacendo appieno il palato di golosi e gourmand, ad un prez-zo certamente inferiore se para-gonato a quello dello champagne.

Nato in Emilia-Romagna, Co-molli è prima di tutto un impren-ditore del settore vinicolo, con un percorso pieno di interessanti esperienze. Ha lavorato in azien-de vinicole della zona lombarda di Franciacorta e dopo nella pro-duzione di spumanti a Trento in-sieme al gruppo Ferrari. In se-guito la zona toscana di Bolghe-ri – cuore del famosissimo vino rosso Sassicaia – lo ha colpito. Ma gli spumanti l’hanno rincon-quistato grazie alla creazione del Forum, con sede nella regione veneta di Valdobbiadene:

— Il Forum ha per scopo prin-cipale quello di mantenere viva la rete di contatti tra i produttori delle varie tipologie di spumanti in tutto il Paese. Forse poca gen-te sa, per esempio, che ci sono spumanti perfino in Sicilia, anche se in quantità limitata. Una delle nostre mete è quella di diffonde-

O mercado de vinhos espumantes nacionais prevê um cresci-mento de 30% nas vendas, na comparação com o mesmo pe-

ríodo de 2008, por conta das festas de final de ano. Os moscatéis, vinho pouco mais adocicado que os outros frisantes, terão um in-cremento ainda maior, em torno de 40%. As projeções são realiza-das pelo Instituto brasileiro do Vinho (Ibravin).

As vendas de espumantes produzidos no Rio grande do sul, onde estão mais de 90% das vinícolas brasileiras, avançaram 14,6% entre janeiro e outubro de 2009 na comparação com o mes-mo intervalo do ano passado.

Ao todo, foram comercializados 6,5 milhões de litros de espu-mantes neste ano – contra 5,7 milhões de litros no mesmo período de 2008. No caso dos moscatéis, a ampliação comercial foi ainda maior – crescimento de 22,6% nas vendas.

Apesar do otimismo do setor, os produtores nacionais estão cientes que terão que brigar pela atenção do consumidor contra vários rótulos internacionais que vão abastecer o mercado brasi-leiro. A “culpa” pela “invasão estrangeira” é a baixa do dólar que favorece a importação. Além dos prêmios e do reconhecimento in-ternacional que o espumante brasileiro colheu ao longo do ano, a bebida nacional espera contar com um trunfo especial para atrair o consumidor: melhores preços. A previsão é de que a participação de mercado fique 60% com produto nacional e 40% com a bebida produzida no exterior.

Em agosto, a Associação brasileira de Enologia (AbE) realizou a sexta edição do Concurso do Espumante brasileiro. Na Câmara da Indústria e Comércio de garibaldi (Rs), foram julgadas amos-tras de espumantes elaborados a partir dos métodos Champenoise, Charmat e processo Asti. Foram avaliados 205 espumantes inscri-tos por 66 vinícolas, registrando um aumento de 42% no número de amostras inscritas em relação à edição anterior, em 2007, quan-do 50 empresas inscreveram 147 amostras.

Do total de inscritos, 62 foram premiadas. O grande vencedor foi Do lugar Espumante brut Charmat da vinícola Dal Pizzol que recebeu a grande Medalha de Ouro.

I l mercato dei vini spumanti nazionali prevede una crescita delle vendite del 30%, in paragone allo stesso periodo del 2008, do-

vuto alle feste di fine d’anno. I moscatelli, vini un po’ più dolcia-stri degli altri frizzanti, subiranno un incremento ancora maggiore, circa del 40%. Le proiezioni sono realizzate dall’Instituto Brasilei-ro do Vinho (Ibravin).

Le vendite di spumanti prodotti nel Rio Grande do Sul, dove ci sono più del 90% delle aziende vinicole brasiliane, sono aumen-tate del 14,6% tra gennaio e ottobre del 2009 in paragone allo stesso periodo dell’anno scorso.

In totale, quest’anno sono stati commercializzati 6,5 milioni di litri di spumante – contro i 5,7 milioni di litri nello stesso perio-do del 2008. Nel caso dei moscatelli, l’aumento commerciale è sta-to anche maggiore: c’è stata una crescita del 22,6% delle vendite.

Malgrado l’ottimismo del comparto, i produttori nazionali sono consapevoli del fatto che dovranno accaparrarsi le attenzioni dei consumatori contro le marche internazionali, che riforniranno il mercato brasiliano. La “colpa” della “invasione straniera” è il bas-so valore del dollaro che favorisce le importazioni. Oltre ai premi e al riconoscimento internazionale che lo spumante brasiliano ha ricevuto quest’anno, la bevanda nazionale spera di contare su uno speciale asso nella manica per attrarre i consumatori: prezzi mi-gliori. Si prevede che la partecipazione nel mercato si stabilizzi al 60% per il prodotti nazionale e al 40% per quello estero.

In agosto l’Associação Brasileira de Enologia (ABE) ha realizza-to la sesta edizione del Concurso do Espumante Brasileiro. Presso la Câmara da Indústria e Comércio de Garibaldi (RS), sono stati giudicati campioni di spumanti prodotti con metodi Champenoise, Charmat e processo Asti. Sono stati valutati 205 spumanti iscritti da 66 aziende vinicole, registrando un aumento del 42% sul nume-ro di campioni iscritti in rapporto all’edizione anteriore, nel 2007, quando 50 aziende hanno iscritto 147 campioni. Del totale degli iscritti 62 sono stati premiati. Il grande vincitore è stato Do Lugar Espumante Brut Charmat dell’azienda vinicola Dal Pizzol, che ha ricevuto la Grande Medalha de Ouro.

No Brasilin Brasile

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capa

cola para que os produtores tro-quem ideias, avaliem o perfil e as tendências do mercado. O Fórum também se encarrega de criar ca-nais de comunicação entre escolas de agronomia, enologia e as ca-sas vinícolas para a formação de novos profissionais com alto grau de especialização. temos, enfim, a preocupação de divulgar, junto aos consumidores, as caracterís-ticas e peculiaridades das zonas produtivas, de modo que possam

conhecer a relação de iden-tidade de um produto e seu território de origem.

A vinícola Valdo, locali-zada em Valdobbiadene, é líder

na produção de espumantes, ex-portando seus produtos Prosecco Doc também para o brasil, com resultados que Paolo Oliviero, di-retor de exportação da empresa, considera promissores. Os espu-mantes Valdo são colocados nas redes de restaurantes da faixa médio-alta. Nos últimos anos, a empresa conquistou e consolidou posições apreciáveis no mercado internacional. Quanto aos países fora da Europa, Oliviero explica:

re sempre di più il valore offerto dal nostro patrimonio enologico in materia di spumanti, per ave-re consumatori sempre più prepa-rati ed informati. Tutti gli anni il Forum realizza incontri interna-zionali con autorità governative del settore agricolo affinché i pro-duttori scambino idee, valutino il profilo e le tendenze del mercato. Il Forum si incarica anche di cre-are canali di comunicazione tra scuole di agronomia, enologia e le industrie vinicole per la formazio-ne di nuovi professionisti dall’al-to grado di specializzazione. Infi-ne, ci preoccupiamo di divulgare ai consumatori le caratteristiche e particolarità delle zone produt-tive, cosí che possano conoscere il rapporto di identità tra un pro-dotto e il suo territorio di origine.

L’industria vinicola Valdo, si-tuata a Valdobbiadene, è leader di produzione degli spumanti, esportando i suoi prodotti Prosec-co Doc anche in Brasile, con risul-tati che Paolo Oliviero, direttore di esportazione dell’impresa, con-sidera promettenti. Gli spumanti Valdo vengono inseriti nelle re-ti di ristoranti di fascia medio-alta. Negli ultimi anni l’azienda ha conquistato e consolidato ri-levanti posizioni nel mercato in-ternazionale. Quanto ai paesi al di fuori dell’Europa, Oliviero spiega:

— Le abitudini alimentari e le diverse tradizioni gastronomiche ci hanno obbligati a realizzare uno sforzo maggiore per conquistare i consumatori. Ma i risultati rag-giunti in paesi come, per esempio, il Brasile, il Messico e il Giappone, sono stati molto interessanti.

Junto com imigrantes que chegaram ao Rio grande do sul por volta de 1878, estavam os irmãos Martino e bartolo Dal Pizzol.

Ainda jovens, juntamente com os pais, tios e avós, escolheram a região da serra gaúcha, mais precisamente bento gonçalves para se estabelecer. Vieram de san Pietro di Feletto e Conegliano, na província de treviso, Região do Vêneto. Como todos os imigrantes, dedicaram-se inicialmente à agricultura e iniciaram o plantio de videiras, cujo vinho se destinava ao próprio consumo.

João baptista, filho mais velho de Martino e Catharina titton, ao constituir família na linha Paulina, em bento gonçalves, consolidou-se como produtor de uvas viníferas. O vinho que João baptista produ-zia era, já na época, muito apreciado. A arte foi passando de pai para filho e Atílio, o primogênito, em sua mocidade aprimorou seus co-nhecimentos com vinhateiros e portugueses que chegaram à região.

Em 1940, Atílio e sua jovem família estabeleceram-se nas terras recém adquiridas em Faria lemos, distrito de bento gonçalves, onde vales e encostas eram promissores para o cultivo da videira. Planta-ram famosas castas européias e passaram a produzir um melhor vinho.

Até hoje a filosofia da família trazida da Itália por Martino e seguida por Atílio e seus filhos é de manter uma produção limita-da de vinhos elaborados com uvas finas. Em 1974, Atílio reuniu os filhos e institucionalizou a venda de seus produtos, criando a Vi-nícola Monte lemos ltda., empresa constituída unicamente pelos membros da família Dal Pizzol. Foi escolhido o nome Monte lemos (Faria lemos), em cujas encostas estão plantados os vinhedos da família que dão origem aos vinhos de sua adega.

Insieme agli immigranti che arrivarono nel Rio Grande do Sul verso il 1878 c’erano i fratelli Martino e Bartolo Dal Pizzol. Ancora gio-

vani, insieme a genitori, zii e nonni scelsero la regione della Serra Gaúcha, più precisamente Bento Gonçalves, per mettere radici. Veni-vano da San Pietro di Feletto e Conigliano, in provincia di Treviso, in Veneto. Come tutti gli immigranti prima si dedicarono all’agricoltura e iniziarono a piantare viti, il cui vino era per consumo familiare.

João Baptista, figlio più grande di Martino e Catharina Titton, mettendo su famiglia si affermò come produttore di uve vinifere. Il vino prodotto da João Baptista era, già all’epoca, molto aprezzato. L’arte passò da padre in figlio e Atílio, il primo-genito, quando era giovane migliorò le sue conoscenze con vignaioli e portoghesi che erano arrivati nella regione.

Nel 1940 Atílio e la sua giovane fa-miglia si stabilirono nelle terre appe-na comprate a Faria Lemos, distretto di Bento Gonçalves, dove valli e pendici erano promettenti per la coltivazione della vite. Vi piantarono famose viti europee e comin-ciarono a produrre un vino migliore.

Ancora oggi la filosofia della famiglia portata dall’Italia da Martino e seguita da Atílio e i suoi figli è quella di mantenere una produzione limitata di vini elaborati con uve di qualità. Nel 1974 Atílio ha riunito i figli ed ha istituzionalizzato la vendita dei suoi prodotti, creando la Vinícola Monte Lemos Ltda., azienda costitui-ta dai soli membri della famiglia Dal Pizzol. E’ stato scelto il nome Monte Lemos (Faria Lemos), sulle cui pendici vengono piantati i vigneti della famiglia che danno origine ai vini della loro cantina.

T re anni fa la Dal Piz-zol ha creato un “par-

co tematico” per impianta-re una collezione di varietà di uve, mostrando i diversi comportamenti vegetativi e le caratteristiche genetiche di ogni tipo. Di recente è stato inaugurato il Mapa Bo-tânico da Videira, che conta su informazioni delle varietà di uva coltivate nel “Vinhe-do do Mundo” là esistente. Disposta su un pannello, la mappa permette una visione chiara della vite, specie ve-getale presente nei cinque continenti e che viene col-tivata fin dagli inizi della ci-viltà conosciuta.

In questo momento il vi-gneto presenta circa 200 va-rietà originarie da 22 Paesi e cinque continenti che ven-gono identificate, elencate e localizzate sul pannello. Il materiale vegetativo che ha dato origine al vigneto è sta-to ottenuto grazie a vivaisti, viaggiatori, banche di ger-moplasma, viticoltori dei ri-spettivi paesi ed ha contato sull’appoggio speciale della Embrapa Uva e Vinho, per mezzo del ricercatore Hum-berto de Almeida Camargo. La pianificazione, impianta-zione e lavorazione del vi-gneto sono state realizzate dall’ingegnere agronomo del-la Dal Pizzol, Tiago Postal.

Há três anos, a Dal Pizzol criou um “parque temáti-

co” com o objetivo de implan-tar uma coleção de variedades de uvas, mostrando os diferentes comportamentos vegetativos e características genéticas de cada varietal. Recentemente, foi inau-gurado o Mapa botânico da Vi-deira que conta com informações sobre as variedades de uva cul-tivadas no “Vinhedo do Mundo” existente no local. Disposto em um painel, o mapa proporciona uma visão clara sobre a videira, espécie vegetal presente nos cin-co continentes e que é cultivada desde o início da civilização.

Atualmente, o vinhedo con-ta com cerca de 200 variedades originárias de 22 países e cin-co continentes que estão iden-tificadas, listadas e localizadas no painel. O material vegetati-vo que deu origem ao vinhedo foi obtido através de viveiris-tas, viajantes, bancos de germo-plasma, de viticultores dos res-pectivos países e contou com o apoio especial da Embrapa Uva e Vinho, através do pesquisador Humberto de Almeida Camargo. O planejamento, a implantação e o manejo do vinhedo, são fei-tos pelo engenheiro agrônomo da Dal Pizzol, tiago Postal.

Dal Pizzol

Dal Pizzol

Parco tematico

Parque temático

— Os hábitos de alimentação e as diversas tradições gastronô-micas nos colocam na exigência de realizar um esforço maior para conquistar o consumidor. Porém, os resultados alcançados em pa-íses como o brasil, o México e o Japão, por exemplo, têm sido muito interessantes.

Com uma produção equiva-lente a 6,5 milhões de garrafas,

a Valdo tem seguido uma linha inovadora em seus produtos, fo-cando o aperfeiçoamento tanto na técnica de vinificação quanto no elegante design das garrafas e das embalagens. O mais novo de seus produtos é o Rosé Valdo, que já está alcançando ótimo volume de vendas em 25 países.

Colaborou Sônia apolinário

Con una produzione equiva-lente a 6,5 milioni di bottiglie, la Valdo sta seguendo una linea in-novatrice per i suoi prodotti, met-tendo a fuoco il perfezionamento tanto della tecnica di vinificazione, quanto del design delle bottiglie e dei contenitori. Il più nuovo dei suoi prodotti è il Rosé Valdo, che sta già raggiungendo un ottimo vo-lume di vendite in 25 paesi.

Ha collaborato Sônia apolinário

Do Lugar, espumante premiada com a Grande Medalha de Ouro

em concurso brasileiro, é um dos produtos da vinícola Dal Pizzol, criada por imigrantes italianosDo Lugar, spumante premiato

con la Grande Medaglia d’Oro in un concorso brasiliano, è uno dei prodotti dell’azienda vinicola Dal

Pizzol, fondata da immigranti italiani

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negócios

Popular marca brasileira de bebidas, a Cereser amplia sua produção com equipamentos italianos

turbinadanayra GaroFlE

cerca de 10 a 15% de sua pro-dução para países da áfrica e da América do sul.

Molina informa que a amplia-ção da capacidade de produção da empresa não tem como ob-jetivo levar o produto para as classes A e b, embora, segundo ele, no fim do ano, “esse públi-co também seja cliente da Cere-ser”. O gerente industrial conta que o trabalho mercadológico da empresa é voltado para estender a frequência do consumo, já que as vendas de sidra se concen-tram entre setembro e dezembro, o que significa 90% das vendas anuais. Até o fim do ano, a Cere-ser vai produzir uma quantidade superior a 2,2 milhões de caixas, o que corresponderá a mais de 26 milhões de garrafas de bebidas.

sem criseO projeto de ampliação das ins-talações da empresa foi concebi-do em 2007 e prosseguiu mesmo no auge da retração econômica do último ano.

— Nós realizamos a compra dessa linha em julho de 2008 com seguro cambial, dessa for-ma, o risco financeiro não foi nosso, mas do fornecedor. Então, começamos a rezar porque não tinha mais volta. Esse negócio representava 70% do investimen-to. Aqui na empresa chegamos a falar que tiramos o “s” da palavra “crise” e ficamos com “crie”. ti-vemos de ser criativos e supera-mos a crise. Agora estamos muito contentes — conta Molina.

Assim como todo o comple-xo da fábrica de Jundiaí, a nova linha de produção está adequa-da às normas de segurança ali-mentar (bPF – boas Práticas de Fabricação), segurança do traba-lho e meio ambiente. Fluxos de água provenientes da chuva e lavagem são conduzidos a Esta-ção de tratamento de água e Es-goto para serem reaproveitados. A fábrica conta com certificação IsO9001: 2008.

Da itália para o BrasilA história da empresa começou no ano de 1886, quando santo Cereser partiu da cidade italiana de Noventa di Piave (a 28 quilô-metros de Veneza), com destino ao brasil. Assim como tantos ita-lianos que abandonavam o país em busca de novas oportunida-des, Cereser desembarcou sozi-

nho no porto de santos, em são Paulo, deixando na Itália a espo-sa Maria e seus sete filhos: Caroli-na, luzia, giulia, Humberto Mas-similiano, Ema, Antônio e sofia. Cereser seguiu para a Fazenda se-te Quedas, na próspera região de Campinas, onde plantou 500 pés de uva, que lhe rendiam apenas o suficiente para não gastar as eco-nomias que trouxera da Itália.

Dois anos depois, o italiano trouxe a família para o brasil e depois de pouco tempo mudou-se para a cidade de Jundiaí. Instala-ram-se no chamado “barracão da Colônia”, mas não demorou mui-to para adquirir um sítio de dez alqueires na região do atual bair-ro do Caxambu. Iniciava, assim, uma vida nova com a família e 40 pés de uvas que os amigos imi-grantes lhe concederam.

Com dificuldades para obter mais mudas de uva, santo con-tatou o administrador da Fa-zenda sete Quedas e conseguiu transferir para suas novas terras os 500 pés de uva que plantara quando chegou ao brasil. Era ho-ra de replantar.

A família Cereser iniciou a produção de vinhos inicialmen-te para consumo próprio. O filho, Humberto Massimiliano, que se destacava no cultivo da uva, deu continuidade ao trabalho junto com a mulher e os filhos: João,

Rosa, santo e Humberto Vene-rando. O sítio Cereser chegou a fornecer uvas para uma das maio-res produtoras de vinho do brasil na época, a Viti Vinícola tralde.

Em 1926, João partiu para são Paulo com duas carroças car-regadas com parte da safra. Ao entregar a matéria-prima, a in-dústria, que estava em dificulda-des financeiras, havia desistido do negócio. De volta a Caxambu, a safra recusada foi transformada em vinho e comercializada.

Nascia, assim, a Indústria de Vinhos santa Isabel, que futura-mente se transformaria na atual Viti Vinícola Cereser. Dez anos de-pois, em 1936, João e seus irmãos já forneciam bons vinhos para clientes de todo estado de são Paulo e outras regiões do brasil.

João comprou dos irmãos a parte que lhes cabiam na indús-tria e prosseguiu com os negócios junto com os filhos Pedro, Xisto, terezinha e bernadete. Em 1957, entregou a Cantina da Indústria à supervisão de Pedro e a direção comercial aos cuidados de Xisto.

Em 1967, já com uma linha de produtos diversificados, os vinhos Cereser haviam alcançado o sul e o norte do país. Neste mesmo ano, a empresa lançou a sidra Cereser, o produto mais conhecido da empre-sa e líder no mercado nacional de espumantes, atualmente detentor de cerca de 40% de participação.

ProfissionalizaçãoNa década de 80, a empresa in-vestiu pesado na modernização de suas instalações e garantiu a montagem de um complexo de produção de primeiro mundo. Em 1989, a empresa partiu para uma reformulação profissional, pas-sando aos acionistas da família o conselho administrativo e criando o cargo de superintendente para gerenciar as ações da empresa, sempre com o apoio do conse-lho que protege os interesses dos acionistas. Em 2000, coube ao herdeiro Marcelo Cereser, tatara-neto de santo, assumir o processo de profissionalização da empresa.

Em 1997, a Viti Vinícola Ce-reser iniciou a política de ex-pansão de mercados promissores com a aquisição do sun Home Indústria de Alimento ltda., fa-bricante de sucos e néctares com sede em Araraquara (interior de são Paulo), detentora das marcas Jussy e Frully.

Em 2003, a sun Home deixou de existir e suas marcas de sucos passam a fazer parte do portfó-lio da Cereser, que no mesmo ano, instalou na sua sede em Jundiaí, a planta industrial da divisão de sucos e néctares. Em suas duas fábricas, a Cereser possui uma ca-pacidade de produção de 65 mil litros/hora, e uma capacidade de armazenagem de até 20 milhões de litros.

Uma das marcas de bebida mais populares do brasil ganhou o re-forço de tecnologia italiana para alavancar suas vendas. trata-se

da Cereser, que acaba de inaugurar a sua maior linha de produção de espumantes, não por acaso, às vésperas das tradicio-nais festas de final de ano.

Com a utilização de equipamentos e suporte técnico made in Italy,

a empresa, cujo foco são as classes C, D e E, tem ago-

ra capacidade pa-ra processar 26

mil garrafas de 660 ml por hora ou 36 mil

garrafas das que contém entre 250 e 350 ml de bebida. Isto significa um au-mento de 30% na produção da empresa.

No mercado há 83 anos, a fábri-ca brasileira criada por um italiano es-tá montada em uma nova estrutura de produção de 2 mil metros quadrados, apta a suprir a demanda de suas mar-cas que crescem a uma taxa de 8% ao ano: a Chuva de Prata (agora também na versão sem álcool), a tradicional si-dra Cereser, e suas versões nos sabores Morango, Pêssego e Uva, todas com ou sem álcool, e a nova Cereser Zero. todo

o conceito de fabricação do espumante é italiano.

— A compra dos equipamentos para produção foi feita a partir da concorrência internacional entre fornecedores de primei-ra linha. A escolhida foi a italiana sidel e todos os equipamentos são de última gera-ção tecnológica. Alguns foram importados diretamente da Itália e outros foram cons-truídos no brasil seguindo o projeto italia-no desenvolvido na unidade industrial da sidel aqui no país — explica o gerente in-dustrial da Cereser, Carlos Molina.

segundo ele, a Cereser já usa equipa-mentos italianos há cerca de 30 anos. Atu-almente, são 18 máquinas que compõem a fábrica principal, em Judiai (sP), das quais cinco foram importadas diretamente da Itália e o restante construído pela sidel. A empresa tem uma segunda fábrica no Com-plexo Industrial de suape, em Pernambuco.

— Não podemos divulgar quanto foi o investimento da empresa, mas posso garan-tir que foram vários milhões — diz Molina.

O gerente de Marketing, Edgar gal-biatti, acredita que o ritmo de cresci-mento de 8% ao ano será mantido em 2010. A Cereser também busca novas parcerias com outras empresas que quei-ram aproveitar a infra-estrutura para envase de produtos. A empresa exporta

tradiçãoO gerente industrial Carlos Molina.

Em destaque, o filho Humberto, responsável pela fundação da Viti

Vinícola Cereser

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Lisomar Silva

ROMA

100 PresepiEssa manifestação anual foi crescen-

do rapidamente e superou o número clássico dos 100 presépios. A atual edi-ção recebeu 160 deles, vindos de todo mundo, nos mais diferentes cenários de-dicados ao nascimento do menino Jesus. todos estão reunidos na basílica Nostra signora del Popolo, na Piazza del Popolo. A representação segundo a tradição na-politana é uma das mais ricas e lembra que o presépio tornou-se um símbolo das festas religiosas do Natal a partir do sécu-lo 17, ganhando grande esplendor no sé-culo seguinte. Porém, a cultura do presé-pio como a maior expressão da Natividade recebe interpretações extraordinárias, co-mo as dos países africanos e da ásia Cen-tral. Você vai ficar encantado com tanta beleza! Não deixe de ver também o gran-de presépio construído em dimensão hu-mana ao lado de uma gigantesca árvore de Natal no centro da Praça são Pedro, no Vaticano. O cenário campestre recorda as terras alemãs da bavária, onde o papa bento 16 nasceu. Mostra Cento Presepi: aberta todos os dias das 9.30 às 20.00

algodão doceAté o dia 6 de janeiro, você pode comer al-

godão doce e sanduíches preparados sob encomenda, além de comprar brinquedos e di-vertidas lembracinhas para seus amigos na Pra-ça Navona que, durante um mês, fica repleta de barraquinhas para as festas típicas de fim de ano. Milhares de crianças entregam suas carti-nhas ao Papai Noel que se encontra sentado em sua charrete, pronto para receber e depois en-tregar as encomendas feitas. Mercadinho aber-to das 10.00 às 22.00. Acesso livre.

Porta PorteseÉ o maior e mais famoso mercado antigo

de Roma. Recebe milhares de visitantes italianos e turistas estrangeiros todos os do-mingos. Os vendedores começam a chegar de madrugada com móveis antigos e originais ob-jetos de decoração. Os primeiros clientes – co-lecionadores e vendedores de lojas especializa-das em arredamento – selecionam e negociam suas aquisições desde as primeiras horas da manhã. Porta Portese: acesso livre todos os domingos desde a madrugada até as 14 horas.

Borghetto FlaminioLocalizado a poucos passos da Piazza del

Popolo, este mercado acontece todos os fins-de-semana e apresenta bancas com ideias originais como chapéus antigos, broches fei-tos com materiais de artesanato, peças, aces-sórios e roupas do vestuário masculino e fe-minino. se você procurar com atenção, pode encontrar até roupas e objetos grifados como bolsas, óculos e criações que os artistas de cinema exibiram uma só vez. Piazzale della Marina, 32. Aberto sábados e domingos das 9.00 às 20.00. Ingresso: 1,60 euro

Luzes, cores e presentesChegou a época das festas sagradas

e profanas, com presentes e brin-des para se renovar as esperanças

de mais alegrias para o Novo Ano. As ruas e vitrines da cidade ganham maior bele-za, com enfeites originais e decorações lu-minosas cheias de cores. Esse é o período ideal para se saborear os pratos típicos da cozinha invernal italiana e passear apro-veitando o melhor que a capital oferece em matéria de tradições da cultura popular

nacional e estrangeira. Os principais bair-ros de Roma se transformam em verdadei-ros centros de atração com seus presépios e mercadinhos repletos de objetos de an-tiquário misturados a modernos acessórios de moda, a preços muito convenientes. A variedade de propostas é tão grande quan-to o embaraço da escolha. se quiser, você pode comprar até as peças e esculturas pa-ra criar sua árvore de natal e um presépio com cenários personalizados.

Empolgado com a escolha do Rio de Janeiro como se-de dos Jogos Olímpicos de 2016, o prefeito da cida-

de, Eduardo Paes, anunciou que vai entrar na disputa para trazer para a cidade maravilhosa a Expo 2020. Mais discretamente, porém, outra cidade brasileira acalenta o mesmo objetivo: são Paulo.

será a segunda tentativa dos paulistas de sediar o evento. Em 2007, eles fizeram a primei-ra tentativa já de olho na Expo 2010 que ficou com Xangai. se-gundo o secretário de Relações Internacionais da prefeitura de são Paulo, Alfredo Cotait, a ini-ciativa daquela época serviu de experiência para que a propos-ta de agora seja formulada com “mais maturidade”.

Para isso, Cotait espera con-tar com a preciosa ajuda de Mi-lão, que vai sediar a Expo 2015. O secretário já entrou em conta-to com a prefeitura da cidade ita-liana e sua Câmara de Comércio.

seu objetivo é acompanhar de perto a preparação da Expo Mi-lano. Ele lembra que existe um acordo de cooperação entre são Paulo e Milão, já se tratam de ci-dades-irmãs.

— O acordo se intensifica com a identificação das voca-ções da cidade. Milão está para a Itália assim como são Paulo está para o brasil. são grandes centros de negócios nas duas na-ções. Apoiamos Milão para a Ex-po 2015 e eles têm nos transmi-tido experiência na proposição da candidatura e na preparação para o evento — afirma Cotait.

Ele informa que são Paulo tem até 2011 para se candidatar ofi-cialmente e até 2013 para apre-sentar seu projeto cujo tema pode vir a ser Mobilidade Urbana. Já no ano que vem, a cidade terá seu próprio estande na Expo Xangai.

Essa é a primeira vez que uma Expo Universal permite a partici-pação de cidades e não apenas de países. Elas ocuparão uma área batizada de Urban beste Practi-ce Areas (UbPA), que mostrará soluções para problemas urbanos comuns. Quando a expo abriu es-sa possibilidade, 188 cidades se candidataram e 55 foram aprova-das. são Paulo ficou em quarto lugar com o projeto “Cidade lim-pa”. O estande paulistano terá 400 m² e foi projetado pela cenó-grafa Daniela thomas (do Museu do Futebol) e Felipe tassara. Cus-tará 4,5 milhões de reais, entre construção e manutenção.

— Vamos apresentar o que temos de melhor em nossas práti-cas públicas para melhorar a vida do cidadão — conta o secretário.

Na Expo Xangai, o Rio vai participar como observador e te-rá um estande no pavilhão do brasil. somente após essa expe-riência, a cidade vai começar a desenvolver seu projeto de can-didatura para a Expo 2020. O evento em Xangai será realizado de maio a outubro. Deverá contar com a participação de 200 países

sendo que a expectativa de pú-blico é de 70 milhões de pessoas.

Quando perguntado se ter o Rio de Janeiro como adversária é preo-cupante, Cotait levanta a polêmica:

— Não se trata de rivalidade, trata-se de bom senso. Apoia-mos o Rio de Janeiro nas Olimpí-adas, mas deixem o business pa-ra são Paulo.

Ele ressalta, no entanto, que a candidatura de uma cidade bra-sileira poderia ser negociada com o governo federal. Cotait afir-ma que “se quiserem o Rio para 2020”, são Paulo vai brigar para sediar o evento em 2025.

— Não vamos perder o foco só porque o Rio resolveu ser can-didata. Esse é um projeto de ci-dade e de país. Cabe a nós enca-minharmos e fazermos com que são Paulo seja a indicada. É um sonho que gostaríamos de deixar encaminhado para outras gera-ções futuras executarem.

Em 2009, Cotait fez várias viagens para a Itália a fim de di-vulgar a cidade e se aproximar dos organizadores da Expo 2015. Dentre os eventos que participou estão a Feira de Milão, em junho, e o Fórum Econômico brasil-Itá-lia organizado pela Confindús-tria, em novembro. Ao longo do ano, participou de reuniões, tan-to em são Paulo quanto na Itália, com representantes do governo e de instituições comerciais das re-giões da lombardia e da toscana.

— O brasil está em um mo-mento especial. Nunca uma cidade da América do sul sediou uma Ex-po Universal. Acreditamos que são Paulo possa ser uma forte candi-data — diz o secretário.

atualidade

São Paulo vai brigar com Rio de Janeiro para ser escolhida como sede da Expo 2020

Disputa acirrada

Elida olivEiraCorrespondente • são paulo

Iquamcommy nim nonse deliquis

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formam em bed&breakfast, as lo-jinhas típicas se transformam em vitrines do alto luxo ou em pontos de venda de lembrancinhas vene-zianas produzidas na China.

Durante todo o ano, enormes transatlânticos navegam diante da orla da cidade como elefantes pas-seando dentro de uma loja de cris-tais. E despejam milhares de turis-tas que mal sabem o que fazer e

aonde ir em Veneza nos dois dias (ou menos) que costumam ocupar a cidade em rodízio, como se esti-vessem em um parque de diversão.

O “enterro” atraiu os venezia-nos nostálgicos, a imprensa do mundo inteiro e um grupo de pes-quisadores da Worcester Plythecnic

Istitute de Massachussets e da Na-tional geographic society. Eles de-sembarcaram na cidade para reco-lher amostras de DNA dos mora-dores. O objetivo é estudar o flu-xo migratório dos venezianos e a origem das populações da Europa centro-ocidental. O banco de da-dos vai permitir ainda saber quan-do e para onde os venezianos via-jaram, abandonando a terra natal, ou melhor, a água natal.

Quando as coisas melhorarem, quem sabe, muitos poderiam re-tornar à sereníssima. Esta é a es-perança dos jovens venezianos. O presidente da Associação Jovens Venezianos, Marco Vidal, conta para Comunità que está recolhen-do assinaturas para levar uma sé-rie de propostas ao novo prefeito, a ser eleito no próximo ano:

— Queremos a transformação de zonas abandonadas da cidade em áreas habitacionais com pre-ços justos. Queremos atrair em-presas para o nosso território e assim fomentar novas vagas no mercado do trabalho.

Enquanto a população bai-xa, a água sobe. Ela emerge dos bueiros, dando vazão à pressão da força da maré alta do Adriático que, em poucas horas, pode ala-gar tudo diante da impotência do homem contra este fenômeno da natureza. O declínio populacional por um lado, e a erosão marinha por outro, colocam em xeque o futuro de Veneza.

O problema da maré alta pode estar com os dias contados, gra-ças a uma monumental obra de contenção do avanço do mar. O chamado projeto MOsE promete aposentar as passarelas de madei-ra usadas pelos venezianos para caminhar sobre as águas quando elas invadem a cidade.

— Pensamos num projeto que não deturpasse o paisagismo de Veneza. Assim, chegamos na cria-ção de defesas que saíssem do fun-do do mar quando fosse necessário — afirma o magistrado das águas de Veneza, Patrizio Cioccoletta.

gigantescas barreiras sub-mersas estão sendo construídas pelo governo italiano para im-pedir a entrada de água do mar Adriático na lagoa através dos três canais de acesso. Para isso foram criados canteiros de obras flutuantes e ilhas artificiais para realizar o projeto com previsão de ser inaugurado em 2014. O princípio de Arquimedes norteia

o MOsE. Placas de concreto, com o interior cheio de água, ficam deitadas no fundo do mar. Elas recebem uma injeção de ar com-primido para expelir o líquido e, desta forma, levitar, em caso de maré alta. Na superfície, as bar-reiras funcionam como escudos flutuantes para impedir o fluxo de marés altas de até 3 metros.

Os técnicos acreditam que com este projeto Veneza estará protegida até mesmo contra a ele-vação do nível do mar de até 60 centímetros. Não é pouco sabendo que a cidade afundou 23 cm no úl-timo século porque o solo cedeu e o mar subiu - dois fenômenos na-turais contemporâneos e que po-dem selar o futuro da cidade. Po-rém, eles são apenas uma das par-tes visíveis do drama veneziano. A outra é justamente a ausência, em carne e osso, dos venezianos.

VetraioUm dos sonhos dos venezianos é despertar nos jovens da cidade o amor e o respeito pelos anti-gos ofícios tradicionais. Como os artesãos do vidro. Uma profissão passada de geração em geração, que corre o risco de extinção de-vido à falta de trabalho. Muitas fundições, assediadas pela espe-culação imobiliária e pela falta de mão-de-obra especializada, ameaçam fechar suas portas. O problema ocorre na ilha de Mura-no, distante 20 minutos de nave-gação de Veneza.

Desde os áureos tempos da sereníssima, ali se concentram os homens que sopram o vidro e rea-lizam fantásticas esculturas, úni-cas no mundo e um dos símbolos do Made in Italy. Na época do “do-ge”, esta nobre arte era segredo de estado. O risco de incêndio em Veneza, quando as construções, na sua maioria de madeira, levou à transferência dos trabalhos para a vizinha Murano, onde estão até

hoje. E ao desembarcar na ilha é fácil ver que se trata de um lugar suspenso no tempo e no espaço. As jardineiras das casas são de flores de vidro e estão sempre re-luzentes e brilhantes. Os lugares públicos viram ateliês ao ar livre, com tantas esculturas modernas de vidro que contrastam com as torres das igrejas seculares.

Murano é uma ilha da fanta-sia, literalmente. Aqui, os arte-sãos do vidro transformam em re-alidade as criações dos designers e artistas. Em quarenta minutos eles trabalham o vidro em esta-do semi-fluido, em fornos a 1.300 graus centígrados. tudo é feito com as mãos - no malabarismo com o vidro incandescente, fazen-do com que a gravidade e a tra-jetória desenhada no espaço de-em a forma justa para a peça - ou com o fôlego, no momento de so-prar o vidro para preencher de ar as cavidades de vasos e garrafas.

Com o advento do plástico no pós-guerra, os artesãos aprende-ram e desenvolveram novas téc-nicas para fazer frente aos mode-los de objetos industrializados. E de artesãos viraram artistas plás-ticos, escultores, ainda que todos prefiram ser chamados de vetraio.

— Infelizmente, hoje, os jo-vens possuem outros interesses. Eu aprendi este trabalho com o meu pai, quando era adolescen-te. Já se passaram trinta anos e o

entusiasmo de fazer uma peça ex-clusiva é o mesmo. E meu maior desafio é fazer sempre coisas no-vas — afirma o vetraio Massimo seno da empresa Formia.

As autoridades de Veneza até que estão sensíveis aos problemas. Entretanto, ainda há mais uma questão jogando contra a cidade: a rigidez dos vínculos paisagísticos e as leis de urbanismo que não se atualizaram e tornam ainda mais complicado qualquer projeto de modernização do território.

— Esta é uma tarefa mui-to difícil. temos que respeitar o contexto arquitetônico, histó-rico e artístico. As leis de hoje não são suficientes. Mas vemos um grande interesse do setor pri-vado em se unir ao público para relançar Veneza — diz o assessor para o turismo da prefeitura de Veneza, Augusto salvadori.

Para uma das personalidades mais influentes da cidade, Fran-cesca bortolotto Possati, dona do hotel de luxo bauer, diante do ca-nal grande, “Veneza tem que pre-servar o passado se quiser ter um futuro”. Ela acha que os venezia-nos devem ter um papel ativo, de protagonista “neste novo final que todos querem para a cidade” e não aquele projetado pela atual erosão demográfica e marinha.

atualidade

dade por causa da falta de empre-gos e do alto custo de vida impos-to, em boa parte, pelo gigantesco fluxo de turistas. Vinte milhões de pessoas visitam a cidade, todos os anos. O implacável mercado, com as leis capitalistas da oferta e da procura, condicionou a vida na ci-dade, voltada para o turismo de massa. Resultado: os venezianos vendem os imóveis ou os trans-

os moradores de Veneza fizeram luto de um dia. O morto ilustre, alvo da “homenagem” foi a pró-

pria cidade. No último dia 14 de novembro, milhares de venezia-nos acompanharam o funeral de Veneza. O cortejo náutico seguiu pelos canais da cidade um caixão de cor violeta. O protesto foi de-sencadeado depois que o conta-dor oficial de venezianos assina-lou a quebra de uma barreira psi-cológica importante: no final de outubro, o número de residentes ficou abaixo de 60 mil, mostran-do uma tendência que reduziu a menos da metade a população lo-cal nos últimos 40 anos. O conta-dor foi instalado na porta de uma antiga farmácia localizada entre a Ponte Rialto e a Praça san Marco.

Com o protesto, os moradores tentaram mostrar ao mundo a tris-teza de ver Veneza perder a identi-

População em baixa, maré em alta: Veneza pede socorro

Luta contra o declínio

GuilhErME aquinoCorrespondente • Milão

Murano (abaixo) sofre com a falta de mão-de-obra para a atividade que é sinônimo da própria ilha: o artesanato

de vidro feito pelos vetraio

Detalhe do “enterro” de Veneza. Ao lado, o contador oficial da população da cidade

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Dopo la lei seca, la lei Antifumo. In brasile il divieto alle sigarette in luoghi collettivi, che agli

inizi era cominciato a são Pau-lo, è arrivato in altri stati come quello di Rio de Janeiro e del Pa-raná. Nella città meravigliosa i proprietari di bar e ristoranti si sentono danneggiati e quindi ri-corrono alla giustizia per ottene-re il diritto di, perlomeno, lascia-re un’area riservata per i fumato-ri nei loro locali.

A Rio de Janeiro, la lei 5.517/09 è stata sanzionata dal governatore sérgio Cabral in ago-sto ed è entrata in vigore in no-vembre. Cabral dice che all’indo-mani dell’inizio dei controlli perché fosse osservata la lei Antifumo ha deciso di smettere di fumare.

— Fumare in luoghi al chiu-so dimostra mancanza di rispetto verso la salute pubblica. Quando ero un fumatore mi preoccupavo già di questo — dice.

secondo il presidente del sin-dicato de bares e Restaurantes di Rio de Janeiro, Alexandre sam-paio, è stato fatto un sondaggio informale con gli associati. la prima settimana la frequenza dei clienti è diminuita del 15%.

— la legge non permette il diritto di scelta dei nostri clien-ti. Preservato il diritto dei non fu-matori, permettendo che le veran-de potessero ricevere fumatori, avremmo risolto il problema del fumo passivo. Avremmo accetta-to che fumare in ambienti inter-ni fosse vietato, anche se questo sarebbe entrato in contraddizione

con la legislazione federale del 1996, che permette ‘fumodromi’, per esempio — osserva.

Il giorno prima dell’inizio dei controlli il sindRio ha otte-nuto un’ingiunzione preliminare che impediva l’applicazione della legge di stato antifumo. secondo l’ente circa duemila alberghi, bar e ristoranti della capitale flumi-nense potrebbero non applicare la legge statale e seguire la leg-ge federale del 1996. Prima che la legge municipale entrasse in vigore ci sono stati blitz educati-vi durati circa tre settimane a Rio ma, dal 18 novembre, chi insiste a fumare in luoghi non autoriz-zati è soggetto a multa, che va da 3mila a 30mila reais, secondo la nuova legge. Come a são Pau-lo, la nuova norma responsabiliz-za, e punisce chi non la segue, i proprietari o responsabili dei lo-cali commerciali o mezzi pubblici dove il consumo di sigarette con-tinui ad essere praticato. Per sampaio questa

mobilizzazione contro le sigarette fa parte di una stra-

tegia del ministério da saúde, ap-poggiata da qualche stato e comu-ne, che vuole applicare una politi-ca di tolleranza zero contro le ma-lattie causate dalle sigarette.

— E’ una strategia destinata all’insuccesso. sarebbe più logi-co investire in informazione sui mali causati dalle sigarette sui banchi scolastici fin dalla più te-nera età — crede.

in Brasilela lei antifumo è in vigore a são Paulo da agosto. Un rilevamento

fatto dalla secretaria de Estado da saúde rivela che nei primi tre mesi di vigenza sono stati realiz-zate circa 110 mila azioni di con-trollo in tutto lo stato, risulta-te in 405 multe, il che dimostra che il 99,6% dei locali seguono la legge. gli agenti di controllo mettono in atto più di 1.200 vi-site di controllo al giorno.

Nel Paraná la legge è stata sanzionata dal governatore Ro-berto Requião in settembre. la

nuova legislazione ha comin-ciato a valere il 28 novembre e vieta la creazione di ‘fu-modromi’. Nello stato para-naense la multa per i lo-cali in cui viene permesso il consumo di qualsia-si tipo di fumo nel suo interno è di 5,8 mila reais. I controlli sono nelle mani della Vi-gilância sanitária e de-gli organi di difesa dei consumatori.

Un bilancio preli-minare della secreta-ria de saúde del Pa-raná rivela che circa 500 équipe sono state coinvolte nella mobiliz-

zazione e hanno visita-to, solo il primo giorno di

controlli, circa 2 mila loca-li. Nella maggior parte dei

comuni dove ha avuto luogo la mobilizzazione la proposta

è stata accettata positivamente nei locali.

— la gente è piú consa-pevole e potremo contare sul-la collaborazione di utenti e proprietari di locali affinché la proposta sia seguita corret-tamente — afferma il diretto-re della 17ª Regional de saúde di londrina, Adilson de Castro. la città che adotterà la lei An-tifumo dal 2010 sarà Florianópo-lis. Il sindaco gean loureiro ha sanzionato la legge municipa-le 8.042 che vieta di fumare in qualsiasi spazio collettivo, pub-blico o privato, al chiuso o par-zialmente al chiuso della capitale catarinense. la multa per i reci-divi sarà di 300 reais e raddoppia ad ogni recidività. Alla quinta, il locale sará chiuso per 30 giorni e, alla sesta, gli verrà annullata la licenza di funzionamento.

Numero di fumatori diminuiscesecondo lo studio saúde bra-sil 2008, reso noto in novembre

dal ministério da saúde, la per-centuale di adulti fumatori è di-minuita la metà negli ultimi due decenni. Nel 1989 fumavano re-golarmente nientedimeno che il 31% dei brasiliani. Oggigiorno si è arrivati al 16,3%. la diminu-zione viene attribuita alle cam-pagne di consapevolizzazione e alle leggi antifumo.

—la diminuzione del tabagi-smo è da festeggiare specialmen-te perché ha già cominciato a ri-flettersi sulla diminuzione di de-cessi per malattie cardiovascolari — afferma la coordinatrice gene-rale di Doenças e Agravos Não-transmissíveis del ministério da saúde, Deborah Malta.

in italiagli italiani hanno da quattro an-ni una legge antifumo simile a quella brasiliana. E’ stata creata per proteggere i non fumatori e vieta il fumo in luoghi pubblici al chiuso, cosí come in luoghi di lavoro.

Quando la legge sirchia è en-trata in vigore c’è stata una ri-duzione del 6% del consumo di sigarette, ma il numero di fuma-tori è rimasto stabile. la legge italiana che proibisce le sigaret-te in ambienti al chiuso è servita da modello ad altri Paesi euro-pei, come l’Inghilterra, la Francia e la germania. Prima dell’Italia solo l’Irlanda e Malta avevano re-golato il consumo di sigarette in luoghi pubblici.

In generale gli italiani si erano dimostrati favorevoli, in un primo momento, alla legge. Ma ci sono molte critiche sul po-co o inesistente controllo per-ché sia seguita.

— basicamente la legge ha fatto quello che doveva fare ma, senza controlli, non è andata avanti e il numero di fumato-ri non è diminuito — afferma Piergiorgio Zuccaro, direttore dell’Istituto superiore di sanità.

Ma la legge cosa dovrebbe fare? Ridurre il numero di ma-lattie causate dal fumo passivo o indiretto. Uno studio realizza-to l’anno scorso in quattro re-gioni italiane (Piemonte, Friuli Venezia giulia, lazio e Campa-nia) mostra una diminuzione di più del 7% dei ricoveri dovuto ad infarto acuto del miocar-dio, situazione confermata da uno studio simile realizzato per il Piemonte.

attualità

Stati brasiliani cominciano ad adottare leggi antifumo che vietano le sigarette in luoghi al chiuso. In Italia una legge simile esiste già da quattro anni

Menofumo

nayra GaroFlE

secondo la legge statale è vietato fumare in ambienti total-mente o parzialmente chiusi in uno qualsiasi dei loro lati da pa-reti, séparé, soffitti o tetti, an-che se provvisori, ove rimangano o passino persone. Nei luoghi in cui il fumo è vietato dev’esse-re affisso un avviso, con telefoni e indirizzi degli organi respon-sabili della vigilanza sanitaria e della difesa dei consumatori.

dRio ha già presentato un ricorso.

la legge federale 9.496, del 1996, vieta di fumare “in luoghi collettivi, privati o pubblici” ma prevede la creazione di spazi de-stinati esclusivamente al fumo, isolati e con circolazione d’aria (i chiamati ‘fumodromi’). Ecco quindi la breccia trovata dal sin-dRio per giustificare, per esem-pio, la creazione dei ‘fumodromi’: una legge statale non può preva-lere su una federale.

Il giudice lu-iz Henrique Mar-ques, della 1ª Vara de Fazenda Pública, che ha concesso l’ingiunzione preli-minare al sindRio, ha dichiarato che è di competenza della União regolare la questione, visto che è in vigore dal 1996 una legge federale che vieta il fumo in luo-ghi pubblici o privati al chiuso. Ma la Procuradoria geral do Esta-do ha presentato un ricorso e lo stesso giudice ha annullato l’in-giunzione preliminare. la Procu-radoria ha usato l’argomento se-condo il quale la 1ª Vara da Fa-zenda Pública non avrebbe potu-to concedere l’ingiunzione preli-minare visto che la 4ª Vara aveva già giudicato una richiesta ante-riore del sindacato e gliel’aveva negata. sampaio dice che il sin-Alexandre Sampaio

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SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

Na era da beleza magra, uma nova doença espreita quem tem obsessão por comidas saudáveis

Quando comer bem faz mal

nayra GaroFlE

Você tem o hábito de veri-ficar as calorias das comi-das que consome? Costu-ma sempre dar uma olha-

dinha na composição dos alimen-tos, na porcentagem de gordura e açúcares e, em hipótese alguma, se dá ao prazer de degustar uma pizza ou um hambúrguer? Pres-te bem atenção, porque você po-de estar sofrendo de ortorexia. trata-se de um novo transtorno alimentar que ainda não tem um diagnóstico oficial, mas surge quando a pessoa se torna obses-siva em relação aos padrões da-quilo que come.

Quem faz o alerta é Mauro scharf, endocrinologista da Da-sa (maior empresa de medicina diagnóstica da América latina com representação em vários es-tados do brasil). O médico para-naense explica que ao contrário da anorexia ou bulimia, a pessoa come, mas fica tão obcecada com a alimentação saudável que che-ga a ter desnutrição. Calorias, vi-taminas e nutrientes tornam-se o ponto focal da comida e qualquer

alimento considerado não saudá-vel não é consumido.

— As pessoas que têm esta doença demonstram desordens de alimentação ligadas a uma obsessão compulsiva por só co-mer coisas saudáveis. Elas não se permitem, em circunstância al-guma, um desvio do seu progra-ma de tipos de alimentos autori-zados — conta.

O transtorno foi descrito pela primeira vez em 1997 pelo médico norte-americano steven bratman e é, frequentemente, associado às dietas vegetarianas ou de ali-mentos crus. segundo scharf, os sintomas mais comuns são, além da obsessão por comidas saudá-veis, o isolamento social, a perda de peso e, por vezes, distúrbios vitamínicos, fraquezas e astenia, termo empregado pela medicina para designar uma fraqueza orgâ-nica, porém sem perda real da ca-pacidade muscular.

— O paciente deixa de ir a restaurantes e festas, por exem-plo, por não ter certeza de que no preparo das comidas foi utilizado somente ingredientes saudáveis — diz o médico.

scharf explica que a pessoa pode começar a se isolar e se tor-nar distante à medida que vai se fixando cada vez mais nas suas regras dietéticas. Para alguns, a capacidade de desempenhar tra-balhos ou de estudar pode come-çar a declinar.

—A preocupação compulsiva chega a um ponto que, por exem-plo, pensar em quantas vezes se deve mastigar, acaba deixando pouco espaço para outros pensa-mentos, fazendo com que a con-centração e a motivação acabem por ficar em segundo plano.

O diagnóstico da doença é clínico, baseado nas observações do comportamento diário do pa-

ciente. A perda de peso é o pri-meiro sinal de alerta. Já o trata-mento é nutricional e psiquiátri-co. Algumas vezes é necessário a utilização de drogas antidepres-sivas e anti-psicóticas. Apesar de ser mais comum entre as mulhe-res, scharf afirma que, diferente da anorexia, a ortorexia acomete em maior frequência os homens. É possível observar casos da do-ença em todas as faixas etárias, porém, da adolescência até os 25 anos a incidência é maior.

De acordo com o endocrino-logista a causa da doença está na pressão social sobre um corpo bonito e saudável. Os padrões de estética atuais contribuem para o desenvolvimento da ortorexia:

— A sobrecarga de infor-mações veiculadas a respeito de alimentação saudável, muito comum hoje na mídia em geral, essa busca dos produtos e em-presas em vincular suas vendas a produtos saudáveis, são fato-res que certamente estão contri-buindo para a doença.

Como muitos transtornos ali-mentares, a ajuda de um profissio-nal de saúde é importante. Embo-ra a doença não seja tão conhe-cida como outros tipos de trans-torno alimentar, pode ter o poten-cial de ser igualmente séria para a saúde, assim como qualquer outro transtorno alimentar.

Fique atento aos sintomas● Examinar cada detalhe nutricional de cada alimento;● só se permitir alimentos saudáveis;● ter dificuldades em comer uma refeição preparada por outra pessoa;● Observar e comentar a maneira como outras pessoas preparam a comida;● Analisar diariamente o conteúdo nutricional do que comeu, es-quecendo o prazer em comer;● Perder muito peso sem seguir conscientemente uma dieta;● Isolar-se socialmente por causa da dieta saudável.

O endocrinologista Mauro Scharf alerta para a nova doença

Nem tão vilã assimA maionese, pelo menos na versão in-

dustrializada, não é uma bomba ca-lórica cheia de colesterol como se imagi-na. É composta principalmente por água e óleo, que se misturam na presença do ovo, o terceiro componente. Ainda na sua fórmula está o suco de limão, sal, açú-car e mostarda. O óleo utilizado é o ve-getal, que contém as gorduras conside-radas boas para nosso organismo e que não aumentam o lDl, o mau colesterol. sem falar que o tipo monoinsaturado ain-da ajuda a aumentar o HDl, a faceta boa do colesterol. A famosa gordura trans não está presente nos óleos vegetais e, as-sim, não consta da receita da maione-se. No molho ainda encontramos lipídios interessantes: os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, gorduras essenciais para o nosso corpo e que não produzimos.

obesidadeSegundo um estudo inédito da se-

cretaria de Estado da saúde de são Paulo, realizado pelo hospital Dan-te Pazzanese, mulheres obesas e hi-pertensas têm risco dez vezes maior de sofrerem um ataque do coração, como in-farto, do que homens na mesma condição. A comparação estatística apontou tam-bém que os pacientes obesos, homens e mulheres, possuem nove vezes mais chances de terem um evento cardiovas-cular do que os pré-obesos. Os resultados apontaram que 98% das mulheres ava-liadas tinham circunferência abdominal muito elevada (acima de 88 cm), contra 82,7% dos homens. Para o sexo masculi-no a circunferência abdominal é conside-rada elevada a partir de 102 cm.

Maçã contra a gripeUm trabalho da Universidade da Carolina

do sul, nos Estados Unidos, afirma que a quercetina, substância que aparece aos mon-tes na maçã, pode afastar a gripe. Os estu-diosos avaliaram a boa atuação em um grupo de ratos que foram separados dos demais e submetidos à atividade física. Depois, os cien-tistas botaram os animais em contato com o vírus causador da doença. Entre aqueles que receberam a substância houve maior prote-ção, porque a quercetina tem ação antioxi-dante e preserva as células do sistema imune.

caminhadaCaminhar faz bem e todo mundo sabe disso.

Emagrece, tonifica os músculos, aumenta a eficiência do sistema imunológico e diminui o estresse. Para ganhar este pacote de vanta-gens, pessoas de todas as idades e com diferen-tes graus de condicionamento físico precisam apenas calçar um tênis e colocar as pernas para trabalhar. O exercício precisa ser praticado três vezes por semana, durante 30 minutos, no mí-nimo. Um estudo realizado na Universidade de san Diego, (EUA) revela que, para manter a saú-de do coração em dia, é preciso conseguir uma média de 100 passos por minuto.

ElixirO sono foi definido como o elixir da

longa vida, no último congresso mundial de estudiosos sobre o assunto, o sleep, realizado nos Estados Unidos. Um de seus efeitos protetores foi revela-do por um estudo que acompanhou 5 mil americanos durante oito anos. Os indiví-duos que prezaram por um bom descanso noturno tornaram-se menos vulneráveis a todo tipo de doença. “As pessoas que dormem menos de seis ou mais de nove horas correm mais riscos”, conta a líder da pesquisa, Alison laffan, da Escola de saúde Pública Johns Hopkins. Quantidade de horas de sono não significa qualidade. Ficar tempo demais debaixo das cobertas pode ser o resultado de uma noite con-turbada e não reparadora. “Esta condição aumenta a pressão arterial, favorecendo males cardiovasculares”, diz a cientista.

caféUm recente estudo do Instituto Nacional

do Câncer dos Estados Unidos revela uma relação entre o fígado e o café. Os cientistas avaliaram 766 pacientes que tiveram hepatite C. Entre os que bebiam mais de três xícaras de cafezinho por dia houve uma desaceleração no desenvolvimento da doença.

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calendarioPer la seconda volta il brasile è servito da scenario per la pro-

duzione del calendario cult della Pirelli. l’edizione 2010 è stata fotografata a trancoso, nella bahia. Nel 2005 era stata scel-ta Rio de Janeiro. Nel nuovo la-voro le foto sono state scattate da terry Richardson, conosciu-to per il suo approccio provo-cante e scandaloso. Il calenda-rio è composto da 30 immagini e ha contato sulla partecipa-zione di 11 modelle: Catherine McNeil, Abbey lee Kershaw e Miranda Kerr (Australia), Eni-ko Mihalik (Ungheria), Marloes Horst (Olanda), lily Cole, Daisy lowe, e Rosie Huntingdon (gran bretagna), georgina stojilijtoric (servia) e le brasiliane gracie Carvalho e Ana beatriz barros.

PastaRio de Janeiro sarà sede del IV Congresso Mondiale della Pasta,

che avrà luogo nell’ottobre 2010. Ogni 5 anni l’evento riunisce produttori, fornitori, ricercatori e formatori di opinione che analiz-zano tendenze di mercato, materie prime, tecnologia, nutrizione e azioni promozionali delle paste alimentari nel mercato mondiale. Il primo congresso era stato realizzato a Roma nel 1995. la terza edi-zione, realizzata a barcellona, ha contato sulla partecipazione di 36 Paesi. In questo evento è stata fondata la IPO - International Pasta Organization per richiamare le attenzioni dei media e dei consuma-tori sul valore nutritivo del prodotto. Il brasile si è fatto presente in tutti i congressi e partecipa alla IPO fin dalla sua creazione.

oscarIl film salve geral, di sérgio Rezende, è stato scelto dal ministério

da Cultura come rappresentante del brasile nella selezione per l’Oscar di miglior film straniero. Il lungo racconta la storia di una delle maggiori bande armate del paese che, nel 2006, ha paralizza-to são Paulo con una serie di attacchi sferrati nelle strade. Con An-dréa beltrão come protagonista, il film è stato lanciato il 2 ottobre in brasile. In gennaio l’accademia del cinema statunitense sceglie i lunghi che concorreranno a questa categoria dell’Oscar.

ReligioneIl Candomblé e l’Umbanda sono i più recenti patrimoni imma-

teriali dello stato di Rio de Janeiro. la decisione è stata presa come maniera di lottare contro le intolleranze. secondo l’antropo-loga Yvonne Maggi, il proteggerli è una forma di dare leggitimità alle religioni, oltre a conservare i loro aspetti culturali. Il Can-domblé è una delle religioni afro-brasiliane praticate in brasile. si è sviluppato a partire dalle conoscenze dei sacerdoti africani che sono stati fatti schiavi e portati dall’Africa in brasile. Invece l’Umbanda sincretizza vari elementi, tra cui quelli di altre religio-ni come il cattolicesimo, lo spiritismo e le religioni afro-brasilia-ne. Non si sa di sicuro il numero di membri di queste religioni a Rio de Janeiro, ma le stime indicano che le cifre abbiano già sor-passato quelle dei cattolici praticanti.

A ComunitàItaliana instituiu neste ano o TROFÉU COMUNITÀITALIANA. Criado por nossos Conselhos Executivo e Editorial, o troféu tem a chancela e o apoio do Ministério do Desenvolvimento italiano, da Embaixada italiana e do

Instituto Italiano para o Comércio Exterior e constitui nossa maior homenagem a quem nos apóia e ajuda a oferecer um serviço digno de informação e entretenimento à sociedade ítalo-brasileira.

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da INDÚSTRIAS GRANFINO S.A.Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. SYLVIO COELHO

Troféu ComunitàItaliana

Ministro dello Sviluppo Economico,Illustrissimo Dott. CLAUDIO SCAJOLA.

Conferito il 9 Novembre 2009 a Rio de Janeiro, presso il Copacabana Palace in occasione di

visita ufficiale

Presidente dell’ Istituto Nazionale per il Commercio Estero, Illustrissimo Ambasciatore UMBERTO VATTANI. Conferito il 9 Novembre 2009 a Rio de Janeiro, presso il Copacabana

Palace in occasione di visita ufficiale

Receberão o troféu ao longo de 2010:

Os primeiros agraciados foram:

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da INDUSTRIA DE

PRODUTOS ALIMENTICIOS PIRAQUE S.A.Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. CELSO COLOMBO

Direttore Generale in Brasile dell’Istituto Nazionale per il Commercio Estero, Illustrissimo Sig. Dott. GIOVANNI SACCHI

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da CIA VALE DO RIO DOCEConferito all’Illustrissimo Sig. Dott. ROGER AGNELLI

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da PETROBRASConferito all’Illustrissimo Sig. Dott.

JOSÉ SERGIO GABRIELLI DE AZEVEDO

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da TIM CELULAR S.A.

Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. LUCA LUCIANI

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da PANDURATA ALIMENTOS S.A.Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. LUIGI BAUDUCCO

Riconoscimento all’Eccellenza nel lavoro realizzato in Brasile da GRUPO FIAT

Conferito all’Illustrissimo Sig. Dott. VALENTINO RIZZIOLI

Riconoscimento alla Promozione e all’Incentivo dei Rapporti tra Italia e Brasile

GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIROConferito all’Illustrissimo Sig. Governatore

SÉRGIO CABRAL

Brasileiro com toque italiano

A partir de espécies vindas diretamente da Itália, Brasil terá, pela primeira vez, seu próprio azeite. Minas Gerais e Rio Grande do Sul sediam projetos que contam com a participação da região da Úmbria

especial

Responsável pelo consumo de 60 mil toneladas de azeitonas e 35 mil tone-ladas de azeite de oliva

produzidas no mundo, segundo dados da Associação brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oli-veira (Oliva), o brasil se prepara para dar fim a essa dependência estrangeira dos produtos. Depois de testes, assinaturas de acordos e estudos, sairá de Maria da Fé, cidade do sul de Minas gerais, a primeira produção nacional de azeite extra-virgem, prevista pa-ra começar a ser comercializada no primeiro semestre de 2010. Além disso, o país comemora a chegada de mudas de oliveira vindas da Úmbria que serão plan-tadas em bagé, sudoeste do Rio grande do sul, em março do pró-ximo ano.

— Estamos muito empolga-dos com esse feito histórico dos italianos no brasil. Depois de plantarem a uva e o trigo, um ter-ceiro sonho está sendo realizado, no país — descreve o empresário sandro benedetti Isidori, respon-sável pelo desk Úmbria no brasil.

Em Minas gerais, o projeto é executado pela Empresa de Pes-

na região de influência da serra da Mantiqueira, onde juntos, 18 municípios somam 100 hectares destinados ao plantio das árvo-res. Porém, o título de cidade das Oliveiras pertence a Maria da Fé, que sozinha tem os mesmos 100 hectares. Até então, entretanto, toda a produção era apenas de azeitonas e não são todas que podem virar azeite.

— A Epamig tem 15 hecta-res com oliveiras e, em relação a produção de mudas, com am-pliação da infra-estrutura de vi-veiro, a capacidade anual a partir de 2010 será de 50 mil mudas. Para a produção de azeite, nossa expectativa é colher 50 tonela-das de azeitonas que renderiam 10 mil litros do óleo — calcula o diretor.

Para tanto, já está na Fazen-da a máquina extratora de azei-te. Importada da Itália, o instru-mento será de grande valia pa-ra os pequenos produtores e tem capacidade para processar 100 quilos de azeitonas em uma ho-ra – o que equivale a 20 litros de azeite.

segundo Oliveira, a Fazenda abriga mais de 150 variedades de culturas. O impulso para as pes-quisas na área do azeite foi dado em 2005, a partir de conversas com empresários italianos do se-tor. De lá para cá, a Epamig di-

versificou os ensaios com os ti-pos de azeitonas, conhecendo suas particularidades e melho-rando seu tratamento. Apesar de produzir duas espécies genuina-mente brasileiras, a Jb e Maria da Fé, em homenagem à cidade, vieram da Itália as duas espécies que pretendem tirar o brasil da condição de importador de azei-te e azeitonas.

A variedade Ascolana tem fru-tos grandes, mas com baixa con-centração de óleo, sendo a mais recomendada para preparo e con-sumo como azeitona de mesa. Já a variedade Grapollo, que apre-senta frutos de tamanho médio, com maior concentração de óleo, é considerada ideal tanto para o consumo em mesa como para a indústria de extração de azeite.

sílvia souza

quisa Agropecuária de Minas ge-rais (Epamig). Na Fazenda Expe-rimental de Maria da Fé, são mil em fase adulta, que têm acima de 4 anos, e cinco mil em forma-ção – que têm entre 2 e 3 anos. Além disso, são produzidas cerca de 20 mil mudas por ano. A ci-dade foi escolhida como sede do novo nicho econômico por con-

ta de características como uma temperatura média anual de 18ºC e o fato de estar situada a 1.300 metros de altitude.

O clima, segundo o diretor da Epamig Nilton Caetano de Olivei-ra, é favorável à perfeita flora-ção das plantas. Estas caracte-rísticas também podem ser ob-servadas, com algumas variações

— será o primeiro azeite brasileiro, mas já constatamos a possibilidade de produzir dez ti-pos do óleo com características como acidez e cores nos níveis dos produtos que importamos — avisa Oliveira.

Briga pelo título?se a Epamig pretende comerciali-zar os primeiros rótulos de azeite brasileiro em 2010, no Rio gran-de do sul a experiência está pre-vista para ocorrer em 2014. Em novembro, os olivicultores de bagé receberam as primeiras mu-das de oliveira importadas da Úmbria. As plantas, que chega-ram no meio do ano ao brasil, passam por um período de qua-rentena na Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-pa), em Pelotas.

A produção, que está sendo desenvolvida em parceria direta com empresários da Úmbria, tem tudo para ser a nova matriz eco-nômica na região a partir da im-plantação de um Centro de Exce-lência em Olivicultura. segundo um estudo realizado pela Embra-

pa, o município gaúcho está en-tre as melhores áreas para o de-senvolvimento da cultura no país, sendo até mesmo comparado às condições de Portugal, país que mais exporta azeite para o brasil.

A parceria, iniciada em 2007, envolve a Prefeitura de bagé, a Universidade da Região da Cam-panha (Urcamp, através do Insti-tuto tecnológico de Reprodução Vegetal), os produtores, a Asso-ciação de Desenvolvimento do território da Campanha.

Uma das primeiras atividades relativas ao projeto foi o envio de duas mil mudas de oliveiras pela empresa Umbra Flor. Na oca-sião, foram recebidas espécies Frantoio, Moraiolo e Pentolino (polinizador) para a implantação de um viveiro. A iniciativa previu para o ano de 2008 a geração de 30 a 40 mil mudas para início de desenvolvimento da olivicultura.

— A nossa intenção é tam-bém de transferir os conheci-mentos desta empresa com mais de 35 anos de experiência e for-necer toda a assistência técnica necessária a esse cultivo — ex-plica o diretor da empresa, More-no Moraldi.

Benefícios do azeite de oliva● No aparelho digestivo, diminui a secreção de ácido gástrico, diminui a atividade secretora do pâncreas, melhora o esvaziamen-to da vesícula biliar – o que favorece a não formação de cálculos biliares -, melhora a absorção intestinal de diversos nutrientes. ● No aparelho cardiovascular diminui o colesterol plasmático to-tal, diminui o colesterol lDl (o colesterol ruim), não modifica os níveis do colesterol HDl (o chamado colesterol bom) e diminui a pressão arterial. ● Com relação ao Diabetes, melhora o perfil lipídico do diabético, diminui a glucemia e diminui as doses diárias de insulina utiliza-das pelo diabético. ● O azeite ainda impede de maneira sistemática a oxidação celu-lar, resultando na prevenção de muitas enfermidades inclusive o envelhecimento precoce.

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Já Isidori, do Desk Úmbria no brasil, comemora o fato de a sua região ter encontrado um lugar de clima propício para es-sa parceria. As mudas importa-das da Itália, após a quarentena, chegarão às mãos dos agriculto-res de bagé em março ou abril de 2010. Enquanto isso, já no próxi-mo mês, serão realizados cursos de formação para plantio, poda e tratamento em geral das plantas. A ideia é que representantes dos produtores viajem à Úmbria tam-bém neste período.

— Podemos dizer que tere-mos um azeite italiano produzi-do no brasil, pois além do cli-ma temperado, que encontramos aqui, trouxemos as mesmas espé-cies de plantas e mesmo sistema de cultivo. Dentro de quatro anos faremos o mesmo sistema de co-lheita com sistema de produção também, o que garantirá a fixa-ção do aroma e cores no azeite — afirma Isidori.

EconomiaUm estudo técnico da Epamig, publicado em agosto, mostra que o brasil ocupa o sétimo lugar no mundo em importação. Desse to-tal, somente de azeitonas proces-sadas para mesa são importadas perto de 50 mil toneladas por ano para o mercado varejista a um custo de 250 milhões de reais. Mais barata, a produção interna, segundo o relatório, ainda elimi-naria um desperdício comum. Isto porque transportadas para as in-dústrias alimentícias brasileiras em bombonas de 220 litros, com 78 quilos de frutos, as azeitonas sofrem um descarte nas operações de manuseio, padronização e em-balagem de varejo. O montante inutilizado chega a 50 mil quilos de azeitonas. sem contar, ainda, o descarte de frutos macerados, com manchas ou pequenas defor-mações que, segundo a Epamig, poderiam ser usados no proces-samento para extração do azeite de oliva.

O rendimento nestes casos pode alcançar de 15% a 17%, o que, considerando o descarte

anual, significaria oito mil quilos de azeite de oliva.

— As pesquisas que fazemos buscam respostas para questões como quais as melhores varieda-des para cada região, espaçamen-tos de plantios, tratos culturais e também sobre o pós-colheita. Po-rém, para tudo isso ainda é pre-ciso despertar interesse de outras instituições de pesquisa de outros Estados e investir recursos finan-ceiros — analisa o pesquisador Adelson Francisco de Oliveira.

oliveiraDe acordo com a Associação bra-sileira de Produtores, Importa-dores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), o período de maturidade e plena produção da oliveira situa-se entre os 35 e os 150 anos, conhecendo-se espé-cimes com 2000 anos. Em mé-dia, uma oliveira dá 20 quilos de azeitonas, sendo necessárias cer-ca de 5 a 6 quilos para produzir 1 litro de azeite.

A produção tem início com a colheita das azeitonas nos olivais (plantação de oliveiras) onde as

azeitonas, ainda frescas, são le-vadas ao lagar (lugar próprio pa-ra extração do azeite) e são la-vadas e moídas. A partir dessa moagem obtém-se, então, uma pasta que é prensada. O produ-to deste processo, exclusivamen-te mecânico, é o azeite virgem, que após filtragem está pron-to para consumo imediato.

Mercado brasileiro é foco Enquanto a produção do azeite brasileiro não co-meça, o país recebe a visita de empresários e consórcios de olho no consumidor. Foi assim na Expoa-zeite, que ocorreu em setembro no Rio de Janeiro e em são Paulo. A feira, voltada a um público com-posto por donos de restaurantes, hotéis, super-mercados, distri-buidores e chefs, atraiu a Coope-rativa Colline Del Matese ao brasil.

— O óleo que os brasileiros consomem tem qualidade média, mas nos últimos anos, vem sendo introduzido o paladar para o produ-to. Viemos em busca de representação aqui, por saber que neste país não há produção — salienta o engenheiro agrônomo giovanni Curtopasso, um dos representantes da empresa.

Com uma produ-ção anual estimada

entre 100 e 150 mil li-tros por ano, a coope-

rativa fica no Parco Re-gionale de Matese (pro-

víncia de Caserta, na Cam-pânia) e antes do brasil, só possuía representação na suíça e na Alemanha:

— O brasil é a porta de entrada para quem deseja comercializar na América latina. Po-rém, o azeite italia-no, em geral, perde para o português por causa do pre-ço. Por isso, ven-demos a tradição e a qualidade. Es-tamos trabalhan-do com a Câmara ítalo-brasileira de Comércio a reali-

zação, nos próximos meses, de um curso

de degustação, para melhor di-vulgar as características de nos-so produto.

segundo Curtopasso, com o efeito da crise econômica sobre o setor ainda não mesurado, os produtores italianos comemora-ram a decisão da União Europeia que regulamenta a denominação de origem comprovada nos rótu-

Colheita de azeitonas em pé da Fazenda Experimental de Maria da Fé, ao lado, em foto aérea de 2007

Mestre do azeite

L’extavergine

O interesse brasileiro em aprender tudo sobre azeite vem aumen-tando cada vez mais. Em novembro, o Rio de Janeiro trouxe,

por intermédio do senac Rio, o especialista Mauro Martelossi, di-retor da Congregação dos Mestres em Azei-te, na Itália, para participar do I seminá-rio Internacional sobre Azeites de Oliva e Dieta Mediterrânea. Martelossi, que chega a provar 200 tipos deste óleo vegetal por

dia, teve a oportunidade de conduzir, pe-la primeira vez no brasil, um curso de sommelier internacional de azeite de oli-

va e workshops sobre harmonização com pratos mediterrâneos e pizzas.

sobre a primeira produção nacional de azeite extra-virgem, prevista para co-

meçar a ser comercializada no pri-meiro semestre de 2010, em Minas gerais, Martelossi afirma que seria necessário realizar mais estudos com relação a in-fluência da temperatura no local. Porém, a cidade de Maria

da Fé foi justamente escolhida como sede por conta de carac-terísticas como uma temperatura média anual de 18ºC e o fato de estar situada a 1.300 metros de altitude.

Além dos cuidados com a temperatura, produzir azeite “é a coi-sa mais cara que existe”, de acordo com o especialista. Martelossi explica que é necessário um investimento muito alto na plantação.

— E a partir do momento em que se planta, é preciso es-perar, pelo menos, cinco anos para ver o resultado — conta o italiano de 51 anos e que trabalha na área há 20.

Martelossi também faz uma comparação entre a aprecia-ção brasileira e italiana pelo azeite. Para ele, “é natural o italiano consumir mais e isso se deve ao contexto cultural”.

— Para os italianos, o azeite de oliva é produzido pra-ticamente em casa, já os brasileiros precisam comprar. É aí que nasce, fundamentalmente, o primeiro motivo. De-pois, o segundo motivo nasce pelo fato de que os azeites

de oliva que se encontram no mercado brasileiro, muitas vezes, não apresentam variedades — diz.

Afirmar que existe um país que produz o melhor azeite de oliva do mundo é uma questão bastante complicada para o especialista. Para ele, não há como comparar “uma vez que da mesma forma que a Espanha vem produzindo um bom azeite, a Itália também produz”. Porém, Martelossi afirma que isso não significa que o azeite italiano seja melhor do que o espanhol:

— O Chile tem um azeite excepcional, mas não posso dizer que é o melhor. Na verdade, digo que todos os países fazem um azeite bom. Os franceses são os últimos do mundo a produzir azeite, porém, lá se faz um azeite excepcional também.

Os rumores de que utilizar o azeite aquecido faz mal à saúde fo-ram descartados pelo especialista. O italiano informa apenas que o que, de fato, acontece é a perda do aroma volátil, mas as caracte-rísticas e as propriedades não são perdidas.

— se isso fosse verdade estaríamos todos mortos porque usa-mos o azeite para cozinhar — alega.

Ele ensina que, ao contrário do vinho, o azeite é para ser consumido quando fresco, uma vez que com o tempo ele perde o aroma e o sabor. E a melhor forma de conservação é manter o produto dentro de um vidro escuro. Martelossi alerta que os maiores inimigos do azeite são a luz, o ar e a alta temperatura do ambiente.

Questionado sobre os tipos de azeite que devem ser utilizados em pratos à base de bacalhau — como o brasileiro costuma preparar nas festas de fim de ano — Martelossi explica que isso varia de acor-do com a forma como a comida é preparada. E é preciso estar atento às características básicas que definem um azeite de boa qualidade.

— Devemos entender que o azeite de oliva é o único alimento que as normas internacionais prevêem duas análises. É preciso que haja características químicas previstas pelas normas e sensações gustativas de amargo e picante no contexto de qualidade — escla-rece o especialista, em sua 10ª visita ao brasil, mas pela primeira vez no Rio de Janeiro — Infelizmente, só trabalhei e não conheci nada do Rio — conta o italiano.

Produto de prestígio na Itália, o azeite é tema de um tradicional guia, na Itália, cuja nona edição foi lançada este ano. L’extavergine, da edi-

tora Cucina e Vini, se define como um manual que per-mite ao leitor conhecer de forma aprofundada todo o processo de produção do óleo, da diferença entre as espécies, as tecnologias de extração. são mais de 800 páginas – cerca de 350 delas dedicadas à Itália -, que visitam 37 países, destacando a história de pro-dução, condições climáticas, números e entre outros elementos que contribuem com a produção. O guia é assinado pelo critico enogastronômico Marco Oreggia e por laura Marinelli, membro da associação Italia-na de tecnicos e Experts em Azeite Virgem e Extra-virgem de Oliva.

los. Em vigor desde julho, segun-do o ministro italiano para as Po-líticas Agrícolas, luca Zaia, a me-dida “permite combater fraudes e é um passo importante na defesa da qualidade e da transparência”.

importância mundial Nos últimos anos, o cultivo de oliveira adquiriu especial rele-

vância em todo o mundo, por ser o azeite de oliva benéfico à saúde humana e pela sua com-provada eficácia na proteção de enfermidades cardiovasculares. É na região mediterrânea, em países da Comunidade Econômi-ca Europeia, que são produzidos 82% do azeite de oliva de to-do o mundo, segundo dados da Epamig utilizados no estudo pu-blicado em agosto.

Apesar do brasil ser o sétimo importador de azeite do mundo, a taxa de crescimento de mercado é estimada em mais de 6% ao ano. Entretanto, ainda há um grande potencial de crescimento para o azeite de oliva em nosso país, pois o nosso consumo per capita ainda é considerado muito baixo (170 gramas/ano) se comparado ao dos gregos, que consomem 25 kg/ano, os italianos e espanhóis, com 12 kg/ano.

Colaborou Nayra Garofle

Produtos da Epamig estão prontos para ganhar o mercado

Palavra de especialista● O azeite bom deve ser picante e leve-mente amargo;● são três os grandes inimigos do azeite de oliva: a luz, o ar e o calor. Por este motivo deve ser conservado em garrafas de vidro escuro, sempre fechadas e em lu-gares frescos;● Azeite bom é azeite fresco. Portanto, fique de olho no prazo de validade. Martelossi recomenda fugir no super-mercado de produtos que tenham sido fabricados há mais de dezoito meses.

especial

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Guilherme Aquino

MilãO

MuroUma escultura de Paolo Conti chama

a atenção dos passantes na praça do Duomo: uma flecha abate um muro. A mostra faz parte das homenagens de Milão aos 20 anos da queda do muro de berlim. Uma série de trabalhos de gran-des dimensões representa o abatimento de barreiras, a queda de fronteiras, en-fim, a liberdade do ser humano de ir e vir. A solidariedade italiana às vitimas do muro de berlim também não foi esque-cida. Afinal, muitas vidas foram sacrifi-cadas e, ao final, cada uma delas contri-buiu para a derrocada final da separação e a vitória da união das duas Alemanhas.

La scalaEm dezembro, o teatro la scala apresen-

ta a ópera Carmen, de georges bizet, e inaugura a temporada de 2010. A direção de orquestra é do maestro argentino Daniel ba-renboim e a direção da obra ficou a cargo de Emma Dante. Como todos os anos, a estreia é cercada de grande expectativa: já se pode prever a via Manzzoni fechada ao publico, se-guranças armados até os dentes, desfile de personalidades do mundo da política e do es-petáculo diante de uma multidão de curiosos. Na primeira noite, o custo por uma poltrona da galeria ao palco nobre varia de 50 a dois mil euros. Já nas outras sessões o valor oscila entre 12 e 187 euros. Melhor esperar, depen-dendo da disponibilidade do bolso.

concorrência deslealUma empresa em cada três é chinesa, na

região da lombardia, segundo dados da Câmera do Comércio, no setor do vestuário, principalmente. No ramo do couro, da indús-tria têxtil, confecção e dos calçados, os chi-neses são os responsáveis por 35,3 % das em-presas em brescia; 33,5% em Milão; 19,3% em bergamo. Um grande avanço que, por ou-tro lado, provoca um aumento de trabalhado-res clandestinos. segundo a Cgil, trabalhado-res informais chegam a ficar 15 horas por dia no batente. Nos primeiros seis meses deste ano, a direção do trabalho da lombardia, en-controu irregularidades em 66% das empre-sas vistoriadas. Algumas eram italianas, mas a maioria era de estrangeiros.

Esquis nas alturasA proximidade do inverno marca o começo

da estação dos esquis. E a preocupação com a segurança. No ano passado, as pistas brancas de neve mancharam-se de sangue em muitos dos 30 mil acidentes registrados, al-guns graves e fatais. Do total de acidentes, 12% foram de choques frontais entre esquia-dores. Dos três milhões e meio de esquiadores e snowboarders que se preparam para invadir as pistas, apenas 10% sabem como realizar a manobra correta de ultrapassagem. O capace-te é obrigatório para os menores de 14 anos, mas apenas 30% dos adultos usam este item de segurança. Para os esquiadores de primeira viagem valem a atenção redobrada, a velocida-de moderada e acesso à pista nas faixas de ho-rário mais tranquilo, ou seja, de manhã cedo.

Mais de cem caracóis invadiram o centro de Milão. Eles são enor-mes, violetas. E viraram atração

para moradores e visitantes. Na correria do dia-a-dia, não existe quem não dimi-nua o passo para admirar e, talvez, tentar entender o motivo desta exposição ao ar livre. Não é difícil. símbolo da lentidão pa-ra os italianos, como a tartaruga é para os

brasileiros, o caracol chega para lembrar o quanto é importante regular o ritmo da vi-da, ultimamente, muito acelerada. Criados pelo grupo coletivo Cracking Art, eles fa-zem parte dos eventos previstos pela Expo 2015 e, por tabela, até “justificam” o gran-de atraso na concretização dos planos ori-ginais. No ano que vem, o exército de cara-cóis vai ser levado para Chicago e telaviv.

Lentidão

Arfelli, que junto à presidente da Associazione Culturale Emilia-Romagna do Rio de Janeiro, Va-nia Roncoli Marcondes, lançou o livro em são Paulo e na cidade maravilhosa.

— Apresentei um projeto ao Conselho dos emiliano-romagno-li no mundo no qual vislumbrava a publicação do livro em portu-guês, pois já tinha a tradução em espanhol. A presidente do Conse-lho aceitou de imediato — expli-ca Arfelli.

Vania comemora o lançamen-to no brasil e ressalta a importân-

cia de uma obra como a de Artusi ser traduzida para o português:

— Ele era extremamente de-talhista nas receitas e este livro possibilitará aos descendentes que não lêem muito bem em italiano, cozinhar lendo em português.

A primeira edição do livro data de 1891, com uma tiragem de mil exemplares, custeada pelo próprio autor. A obra se tornou um best-seller e já foi traduzida para o alemão, holandês e in-glês. No brasil, segundo Arfelli, a tiragem inicial será de três mil exemplares. O preço deve girar em torno de 60 reais.

Artusi escreveu o livro num momento em que a Itália passava por um processo de unificação. Antes da escolha do dialeto tos-cano como língua oficial italiana, cada região do país utilizava um dialeto próprio. Com isso, a obra contribuiu para a consolidação do idioma italiano. O livro tem uma linguagem bem informal, quase como uma conversa en-tre Artusi e os leitores. Na época de seu lançamento, era presente certo para noivas. Ao longo dos capítulos, o autor expõe refle-xões, faz anedotas e comenta o poder nutritivo dos alimentos.

No Rio, o livro foi lançado no Ristorante Artigiano, especia-lizado na cozinha da região da Emilia-Romagna. A proprietária e neta de uma emiliana, Ana lúcia Aleixo, ofereceu um jantar com direito a um cardápio com recei-tas variadas do livro de Artusi. Durante 10 dias o restaurante se tornou palco de um festival em homenagem ao escritor. O menu comemorativo foi composto por 14 pratos, como fatias de vitela ao molho de atum e alcaparras, pappardelle com ragu de coelho e ossobuco de vitela guarnecido de risoto de açafrão.

Pellegrino Artusi nasceu em 4 de agosto de 1820, em Forlim-

popoli, uma pequena cidade no interior da região da Emilia-Ro-magna. lá, desde 2007, funcio-na a Casa Artusi, um centro de cultura dedicado à comida casei-ra. O escritor frequentou a Fa-culdade de Filosofia e letras da Universidade de bologna e, em 1852, mudou-se com a família para Florença onde, aos 32 anos, iniciou uma próspera atividade comercial. Foi nesta cidade que morreu em 1911. Em 1870, Ar-tusi passou a se dedicar em tem-po integral à literatura. Escreveu a biografia Vita di Ugo Foscolo e depois Osservazioni in appendice a 30 lettere del Giusti, ambos pu-blicados com recursos próprios e sem grande sucesso. A obra que o consagrou foi o tratado de gas-tronomia La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene.

livro

Bíblia da gastronomia italiana é editada em português

Para se deliciaros amantes da culinária

italiana podem comemo-rar. O livro considerado a bíblia gastronômica da

Itália acaba de ser lançado em português. A ciência na cozinha e a arte de comer bem, de Pel-legrino Artusi, traz 790 receitas ao longo de suas 428 páginas. Os pratos são de todas as regi-ões italianas, reunidos ao longo de 20 anos.

A versão em português é fru-to da iniciativa do presidente da Associação Emiliano-Romagnola bandeirante salto/Itu, Amauri

nayra GaroFlE

cordeiro com ervilhas à moda da RomanhaPegue um quarto de cor-

deiro, da parte traseira, e tempere-o com dois dentes de alho cortados em tiras e um ramo de alecrim. Digo ramo e não folhas porque o primei-ro pode ser retirado, se qui-ser, quando o cordeiro estiver cozido. Pegue um pedaço de toucinho ou uma fatia de pan-ceta e pique-o bem fino. Co-loque o cordeiro no fogo, em uma frigideira com este tem-pero e um pouco de azeite; tempere-o com sal e pimenta-do-reino e faça-o corar. Quan-do estiver corado, acrescente um pouco de manteiga, molho ou conserva de tomate dissol-vida no caldo ou em água e deixe-o cozinhar completa-mente. Retire por um momen-to o cordeiro, coloque no mo-lho as ervilhas e, quando es-tas estiverem fervidas, recolo-que o cordeiro, cozinhando-as um pouco mais e servindo-as como acompanhamento. Po-de-se cozinhar da mesma ma-neira o lombo ou a alcatra de vitela de leite. Na toscana, estes pratos se fazem da mes-ma maneira, porém, usando-se somente o azeite.Amauri Arfelli e Vania Marcondes

no lançamento do livro

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ração, acho que eu não teria che-gado nas pessoas. Nunca excitaria ninguém para a crise dos valores.ci – com o livro, acha que se li-vrou da psicanálise?PG – A psicanálise é uma tenta-ção desde sempre, para mim, mas não encaro escrever como uma forma de fazer psicanálise. Estou ciente que teria uma grande ne-cessidade de me dedicar à psica-nálise. É mais um trabalho que um dia devo encarar.ci – Foi fácil escrever o livro?PG – tive que ser muito disciplina-do para escrevê-lo. Eu me obrigava a escrever todos os dias, à noite, e nos finais de semana, porque es-tava fazendo também a faculdade. A literatura é uma linguagem que estou aprendendo a lidar. Me sin-to um autodidata. No meio, perce-bi um defeito meu: a história era dividida em blocos. tinha uma ce-na da qual eu partia e a esgotava. Isso tornou tudo um pouco pesado porque não tenho técnica. talvez possa aprendê-la. De qualquer for-ma, é muito trabalhoso o momento da escrita. Condensar pensamentos em palavras dá muito trabalho.ci – o que o fez acreditar que es-tava escrevendo algo bom e se-guir com o trabalho?PG – Perco a lucidez quando escre-vo. Então, preciso de dois olhos es-tranhos para me dar um retorno. Quem fez isso foi minha editora, Rafaela lopes. Nos conhecemos em um curso. Eu queria aprender a escrever e ela, que tinha uma li-vraria, queria ser editora. Eu tinha escrito alguns contos e ela achou que eu tinha condições de continu-ar. No livro, esse formato de contos são preparações para a tragédia. também usei meus conhecimen-tos científicos no livro. Mattia é um gênio da matemática. Ele vê o mundo por teoremas matemáticos. ci – como descreveria o seu es-tilo literário?PG - Uso uma linguagem cirúrgica, limpa. Eu me sinto inadequado

Números primos. Na matemática, são os números divisíveis por 1 e por ele mesmo, apenas. Definição simples para números comple-xos que os matemáticos não conseguem explicar e, muito menos, prever ou criar. São números sem par, deslocados, quase penetras em uma festa. Dois deles, porém, foram batizados: Alice e Mattia.

Eles são os principais personagens do romance A solidão dos números primos, do escritor italiano Paolo Giordano. Trata-se do primeiro livro dele, lançado ano passado na Itália, e que agora chega ao Brasil pela editora Rocco, com tradução de Y. A. Figueiredo.

Na história, Alice é uma menina que fora forçada pelo pai a ser uma brilhante atleta. Em um dia de treino, sofre uma queda que a deixará marcada para sempre. Mattia tem uma irmã gêmea deficiente mental da qual se envergonha. Um dia, a caminho de uma festinha de aniversário, deixa a irmã sozinha num banco de praça. Quando volta para buscá-la, ela não está mais lá e nunca mais será encontrada.

Giordano cursava Física na Universidade de Turim, sua cidade natal, quando lançou o livro, aos 25 anos. Até então, só tinha arriscado escrever alguns contos. A solidão dos números pri-mos recebeu o prêmio Stregga, o mais importantes da Itália. Já foi lido por mais de um milhão de pessoas e traduzido em 20 países.

E como tem acontecido com a maioria dos best-selleres, o roman-ce vai virar filme, com lançamento previsto já para o próximo ano. O longa-metragem será dirigido por Saverio Costanzo, que adaptou o roteiro junto com o próprio Giordano. A atriz Alba Rohrwacher foi escalada para viver Alice e o ator Riccardo Scarmarcio, Mattia.

Se ele se formou em Física? Por conta de seu trabalho de conclusão de curso, eleito um dos melhores do ano, ganhou uma bolsa de doutorado em Física de Partículas. Atualmente Gior-dano vive em San Mauro, uma cidade de 20 mil habitantes, na província de Turim, e trabalha em um projeto co-financiado pelo Instituto Nacional de Física Nuclear.

No mês passado, ele esteve no Brasil para o lançamento do seu livro. Fez uma passagem relâmpago por Porto Alegre e Rio de Janeiro. No Rio, Giordano participou de um bate-papo com leitores na sede do Instituto Italiano de Cultura. Antes de enca-rar a platéia, o aparentemente tímido escritor falou com exclusi-vidade para Comunità.

— Dois dias no Rio de Janeiro, definitivamente, não é sufi-ciente. A cidade é muito especial. É como se fosse o feriado e a vida normal vivendo juntos. Penso em voltar e, um dia, escrever algo sobre a cidade — afirma Giordano.

História de desencontros

sônia aPolinário

comunitàitaliana - De on-de vem o seu interesse por Física?Paolo Giordano - A Itá-

lia tem tradição nessa área. Para mim, a Física é a forma mais inte-ressante para investigar a realida-de, é uma maneira de deixar a re-alidade clara. tudo começa com o fascínio de se olhar o céu à noite. Depois, o motor é a curiosidade.ci – o que o levou a escrever o romance em plena faculdade?PG – Acho que o motivo principal foi mesmo o tédio. Na faculdade, me senti um pouco frustrado com o ambiente extremamente com-petitivo. Parecia que, se não fos-se um gênio, de nada adiantaria. Assim, mudei o foco da investi-gação. Ao invés de olhar para fo-ra, olhei para dentro.CI – O que tem de autobiográfico no livro?PG – O livro fala da falta de co-municação entre pais e filhos. Os pais geralmente são ambiciosos em relação aos filhos, cuidam de-les, mas às vezes não os vêem. Meus pais cuidavam de mim (seu pai é médico ginecologista e a mãe, professora de Inglês), mas a infância não é um tempo to-

talmente mágico. tem muita dor. Eu, por exemplo, odiava esqui. Esse é o esporte que Alice é obri-gada a praticar. Acho o esqui um esporte violento, praticado em lugares glaciais, com roupas pe-sadas, que te oprimem. ci - E o que tem de você em Mattia?PG – Ele é fruto de um medo meu infantil. Minha mãe trabalhava com crianças especiais. Eu fica-va assustado com essas crianças, de uma maneira irracional. Minha mãe dizia que eu não tinha moti-vos para temê-las, então, eu vivia nessa contradição de ter um me-do que não deveria ter. Isso me deixava com sentimento de culpa. A festa que Mattia vai é à fanta-sia. Eu odiava estas festas, odiava as competições de fantasia. Uma vez, me vesti para uma festa des-sas como um bonequinho fofinho.ci – como explica o sucesso mundial do seu livro?PG - todos dizem que é uma histó-ria triste. Eu não acho. Porém, é um livro sobre dor. Eu costumo gostar de livros que falam sobre dor, que explicam o que causa a dor. Então, acho que é uma história universal, que fala sobre dores que todos po-dem compartilhar ou entender.ci – Há uma “moral da história”?PG – O livro fala de bulismo, ano-rexia, problemas juvenis. se tives-se o objetivo de moralizar uma ge-

para descrições, como acontece na escola americana de literatura. Não consigo chegar tão perto da dor. Acho que não tenho as pala-vras suficientes para ela. Quando era criança, sentia excessiva em-patia por qualquer história. Não conseguia colocar o filtro de tris-teza para que o mal não me arras-tasse. Eu era incapaz de não me deixar submergir. Isso ficou em mim, embora tenha um certo ci-nismo que é uma forma de defesa. Escrever é um exercício conforta-dor. É um espaço em que posso dominar e não apenas sofrer.CI – Você ficou dois dias no Rio. Deu para conhecer a cidade?PG – Dois dias no Rio, definiti-vamente, não são suficientes. Fui ao Pão de Açúcar e no Jar-dim botânico. Andei pelo le-blon, que é muito elegante, e pelo Centro, que é vibrante. A cidade é especial. É como se fos-se o feriado e a vida normal vi-vendo juntos. As praias com as montanhas são lindas. Penso em voltar e escrever algo sobre a ci-dade. Não que esteja planejando escrever algo agora. Quando se tem uma intensa emoção de um lugar, essa emoção pode vir a ser usada de alguma forma.ci – Você conhece alguma coisa da literatura brasileira?PG - Os escritores brasileiros não são muito traduzidos. Não co-nheço muita coisa. li Jorge Ama-do quando era adolescente.ci – Você vai ter tempo para se dedicar à Física, Literatura e ci-nema, ao mesmo tempo?PG – Ainda estou terminando a tese de doutorado. Está sendo di-fícil me dedicar a isso por con-ta das viagens para promoção do livro e a distração que tudo is-so acarreta. Mas acho que tenho muito tempo para preencher. Es-paço vazio é um risco para a de-pressão. O importante é que uma atividade predomine e, nesse mo-mento, é a literatura.

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O editor Paulo Rocco acompanhou Paolo Giordano no IIC-RJ

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comunitàitaliana - Leo, è stata dura all’inizio.Leonardo - Non posso dire che me lo sarei aspettato, ma di certo il

Milan a me affidato – e non smetterò mai di ringraziare il grande presidente ber-lusconi e quindi l’amministratore dottor galliani per la fiducia accordatami – era stato ampiamente rinnovato ed io ero al debutto come tecnico. Non potevo che pagare pedaggio ad una serie di fattori concomitanti. Ma sono sempre stato fidu-cioso, mai un solo attimo la mia fiducia nel mio lavoro e soprattutto nella qualità umana e professionale dello staff tecnico, sanitario, del gruppo nel suo complesso, ha vacillato. so che nel calcio contano i risultati ma a volte di più la chiarezza del-le idee. E se il Milan da vent’anni in qua è una società-capolavoro lo si deve alla pro-grammazione senza sbavature.ci - L’inter con la vela e il vento in poppa, poi le altre. Va così da un bel po’ in italia. come mai? L - l’Inter è un grande club che ha trovato la felice realizzazione dei progetti tecni-ci anche per una serie di eventi. Penso a società come la Juve declassate, costrette a riavviare la storia e a ripartire; altre co-me il Napoli confinate in categorie inferio-ri; altre come la Roma meno brillanti dal punto di vista societario e dunque meno… arrembanti in sede di calcio mercato, in-somma tutto questo ha sposato la super Inter che ha vinto a tavolino e sul campo. Ma direi che ci avviamo verso un rialline-amento della pole position, per usare un termine automobilistico.ci - al Brasile i Mondiali di calcio del 2014, le Olimpiadi del 2016. Cosa significano queste vittorie non solo parlando in ter-mini di sport?

L - Una gioia immensa per un brasiliano come me. spesso l’oleografia mi costringe a spiegare che il brasile non è solo favelas, pallottole vaganti, carnevale, spiag-ge e perizoma, ma una classe media che non è più cusci-netto tra poveri e ric-chi. I dati economici, il PIl, e anche la “feli-cità interna lorda”, sono in aumento. Mondiali ed Olimpiade sono due stre-pitose, irripetibili occasio-ni per far decollare il Paese che mi auguro sappia gestire opportunità e risorse nel mi-glior modo possibile.ci - il futuro è tutto da coniugare, ma un domani la panchina della nazionale verdeoro è il classico sogno nel cassetto del professo-rino di Niterói?L - Nella mia vita un ponte, quel-lo che unisce – appunto – o separa, questione di punti di vista, Niterói da Rio de Janeiro ha sempre significa-to che c’è una strada da percorrere con umiltà e determinazione. Una strada lun-ga. Per ora mi sento con le gambe forti per percorrere quanto serve. Certo, il brasile è la mia patria. E per il brasile darei quel classi-co cuore oltre l’ostacolo. Ma il mio presente è il Milan, e solo grazie al Milan posso cono-scere altre soddisfazioni. grazie.

*Gianfranco Coppola è giornalista della Rai e Vice Presidente Nazionale

dell’unione Stampa Sportiva Italiana.

perfil

Lo stile fatta persona

Un calciatore modello per abilità e spirito sportivo, un dirigente subito ammiratissimo, allenatore emergente e capace di uscire subito dal fuoco delle critiche per incrociare la strada della correttezza, della qualità, della perfezione. Leonardo è uno dei simboli del Brasile di oggi, paese in forte ascesa. Un professionista capace di piacere ovunque, Brasile e Italia, Francia e Giappone. Non ne parla male nessuno. Sa trattare tutti con rispetto e da tutti ottiene sincera stima. Comunità ha incontrato Leonardo alla vigilia di Napoli-Milan, sfida classica tra grandi del calcio italiano.

chi e’ Leonardo Nascimento de Araújo, meglio

noto solo come leonardo (Niterói, 5 set-tembre 1969), è un ex calciatore e allenato-re di calcio brasiliano di ruolo centrocampista offensivo o attaccante, campione del mondo con la Nazionale brasiliana nel 1994. Attual-mente è alla guida del Milan. Cittadino italia-no dal 2008, nella sua carriera di calciatore ha vestito, tra le altre, le maglie di Valencia, Mi-lan, são Paulo e Paris saint-germain.

La carriera da calciatore Trequartista molto dotato dal punto di vista tecnico, specia-

lista dei calci da fermo, in carriera si distinse anche per la sua straordinaria duttilità tattica. In Italia fu grande protagonista dello scudetto vinto dal Milan nel 1999, giocando in quella sta-gione come punta esterna.

leonardo è cresciuto nel Flamengo, con cui ha esordito nel campionato brasiliano a 18 anni nel 1987. Non aveva ancora com-piuto 17 anni quando ha avuto l’opportunità di giocare con l’idolo Zico e giocatori di fama come leandro, bebeto e Renato gaúcho, a fianco dei quali ha vinto il suo primo campionato. Dal 1990 al 1991 ha giocato nel são Paulo facendo parte della squadra allenata da telê santana e capace di aggiudicarsi il titolo brasiliano nel 1991.

Nello stesso anno è passato al Valencia, nella Primera División spagnola. Nel 1993 è ritornato al são Paulo, con cui ha vinto la Copa libertadores e la Coppa Intercontinentale battendo il Milan a tokyo. Dopo il Campionato del Mondo 1994 si è trasferito ai Kashima Antlers, squadra della neonata J. league, nelle cui file militava anche l’amico e idolo Zico.

Nel 1996 è stato acquistato dal Paris saint-germain, squadra della ligue 1 con cui ha raggiunto la finale della Coppa delle Coppe. le sue ottime prestazioni hanno attirato l’attenzione del Milan, che lo ha ingaggiato nell’estate del 1997, con cui, fino al 2001, ha giocato 96 partite di campionato segnando 22 gol e vincendo lo scudetto 1998-1999 da protagonista con 27 presenze e 12 reti.

I frequenti infortuni nelle ultime due stagioni non gli han-no permesso di mantenere un rendimento costante, così alla fine della stagione 2000-2001 ha deciso di fare ritorno in patria, dove ha giocato prima nel Flamengo e poi nel são Paulo.

Nonostante i ripetuti annunci di ritiro dall’attività agonisti-ca, ha deciso a sorpresa di ritornare al calcio giocato nell’ottobre 2002, venendo integrato nella rosa del Milan. la nuova esperien-za rossonera, tuttavia, è stata brevissima: è rimasto fino al marzo 2003, quando si è ritirato definitivamente dopo aver disputato 4 partite in Coppa Italia (con 2 gol) e una in serie A.

Nella Nazionale verdeoro Con la Nazionale brasiliana ha vinto il Mon-

diale 1994, nel quale, acconsentendo alla richiesta del Ct Parreira, si è adattato a ricoprire l’insolito ruolo di terzino sinistro, ma il cartelli-no rosso rimediato per una gomitata a tab Ra-mos nelle ottave di finale contro gli stati Uniti gli ha impedito di scendere in campo nelle res-tanti partite della competizione.

giocando da mezzapunta ha conquistato la Copa América e la Confederations Cup nel 1997, manifestazioni in cui Zagallo gli ha affidato la prestigiosa maglia numero 10. l’anno successi-vo, schierato come interno sinistro, è stato fina-lista al Mondiale 1998.

Nel 1999 ha lasciato la Nazionale, salvo poi tornare nel 2001 per disputare due gare di qua-lificazione al Mondiale 2002. In Nazionale vanta 60 presenze e 8 reti.

Dirigente Voto 10 Molto attivo nel campo delle iniziati-

ve umanitarie, nel 1999 in brasile ha dato vita alla Fundação gol de letra. È ri-masto legato all’ambiente milanista, tanto da essere stato direttore della Fondazione Milan fino al maggio 2006.

Nella sua carriera è stato anche un con-sulente di calciomercato, Direttore Operazio-ni Area tecnica del club rossonero nonché emissario per la società in sudamerica, tanto che ha contribuito a portare in Italia Kaká, Pato e thiago silva. Parla un italiano prati-camente perfetto, che quasi cela le sue ori-gini brasiliane, oltre a conoscere portoghese, inglese, spagnolo, francese e - come da lui stesso dichiarato - “un po’ di giapponese”.

allenatore emergente Il 31 maggio 2009 Adriano galliani ha annunciato in

diretta televisiva all’ultima puntata stagionale di sta-dio sprint del 31 maggio che leonardo sarebbe stato il nuovo allenatore del Milan per due anni a partire dalla stagione 2009-2010, ereditando così la panchina da Car-lo Ancelotti. E’ stato presentato in conferenza stampa il 1º giugno 2009 alle ore 12. Il suo debutto ufficiale sul-la panchina rossonera è avvenuto la sera del 22 agosto 2009 durante l’anticipo della prima giornata del campio-nato di serie A 2009-2010 siena-Milan, terminata 1-2. Dopo alcuni risultati deludenti, il 21 ottobre 2009, sotto la sua guida, i rossoneri hanno battuto il Real Madrid al bernabéu (3-2) per la prima volta nella loro storia.

GianFranco coPPola*

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tado. Como teríamos que esperar no hotel - onde acompanhamos as duas primeiras rodadas, pela tV - uma hora até o início da cerimô-nia, achei melhor acompanhar ao vivo. Era um risco, mas achei que era também a melhor forma de driblar a ansiedade e de comparti-lhar o momento com todos os que se empenharam tanto pela can-didatura do Rio. Quando a atleta dinamarquesa levou o envelope naquela bandeja para o presiden-te Rogge, a ansiedade chegou ao limite e, felizmente, explodiu em alegria momentos depois. Vivi no bella Center um dos momentos mais felizes e mais emocionantes da minha vida.

ci - o Presidente se candidataria em 2014 para um terceiro man-dato não consecutivo, sonhando em abrir a olimpíada de 2016? LiLs - A mesma pergunta me foi feita durante a entrevista coleti-va da cidade vencedora, em Co-penhague, e repetirei a respos-ta: na minha idade, a gente não pensa assim tão longe, projeta o futuro no máximo até o ano se-guinte. E todas as minhas ener-gias estão voltadas para que, até a conclusão do meu mandato, no final de 2010, o país continue avançando em matéria de desen-volvimento econômico e social e na superação das desigualdades, com a continuidade de um pro-cesso que já tirou 30 milhões de brasileiros da pobreza e que in-corporou 21 milhões deles à no-va classe média. Quanto ao fu-turo distante, minha ambição é a de chegar com saúde a 2014 e a 2016. Quero aproveitar ao má-ximo, como torcedor, a Copa do Mundo e as Olimpíadas no brasil. ci - o Brasil veria com simpa-tia uma candidatura italiana à organização da olimpíada de 2020? Já existem disputas in-ternas, Roma, Veneza ...

esporte

Como a maioria dos brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva é apaixonado por futebol. Tanto que, como Presidente, levou as “peladas” para o Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Mas calma. “Pelada” é a forma carinhosa que o brasileiro chama um joguinho de futebol entre amigos. E hoje ele nem joga mais com medo de se machucar. A emoção de Lula com a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 comoveu o mundo. O presidente da República vestiu a camisa da cidade desde o primeiro segundo da disputa. A Olimpíada é nossa, assim como a Copa do Mundo de 2014. Valendo-se da empolgação de Lula, pensamos na possibilidade de entrevistar o Presidente, mas para que ele falasse apenas de esporte. Ele topou. Eis a entrevista feita por e-mail do presidente e torcedor Luiz Inácio Lula da Silva. Uma pequena parte foi publicada também pelo jornal italiano Gazzetta dello Sport

o 12º jogador

LiLs - Qualquer pleito italiano é visto com simpatia no brasil, à exceção do desejo de ser cam-peão mundial de futebol, já que disputamos historicamente com a Itália o privilégio de levantar a taça da Fifa a cada quatro anos. Ainda é difícil falar sobre 2020. Estamos vivendo a alegria da vi-tória do Rio e, além disso, o qua-dro de candidaturas ainda demo-rará vários meses para ficar claro. se o processo de disputa inter-na for bem conduzido, não vejo maiores dificuldades. A união foi absolutamente essencial para a nossa vitória. ci - Fazer o Mundial em 2014 e a olimpíada em 2016 é carga mui-to grande para o Brasil? LiLs - Essa preocupação surgiu na reta final da campanha e foi respondida de forma adequada e convincente pela história – Méxi-co, Alemanha e EUA já haviam or-ganizado os dois eventos no mes-mo intervalo – e, principalmente, pelas dimensões e pela vitalida-de da economia brasileira. A res-posta é clara: o que você chama de carga não é muito grande pa-ra o brasil. Na verdade, ela aju-da, abre oportunidades de inves-timentos públicos e privados que são muito importantes para o fu-turo e que servirão aos dois even-tos. As obras de infra-estrutura no Rio e de reforma do Maraca-nã, bem como os investimentos privados em áreas como a de ho-telaria e de serviços, já previstos para a Copa de 2014, serão muito bem aproveitadas dois anos de-pois, por ocasião dos Jogos.

O brasil tem economia sufi-cientemente grande e sólida para investir na organização dos dois eventos e no seu legado, que se-rá fundamental para o Rio de Ja-neiro, sem prejudicar outras áre-as prioritárias para a população. Muitas das obras previstas na ci-dade já faziam parte do conjunto de projetos do Programa de Ace-leração do Crescimento (PAC), que investirá em todo o país 240 bilhões de dólares nos próximos anos. Além disso, no caso do Rio, os investimentos em transportes, em revitalização de áreas pú-blicas e em segurança acabarão tendo impacto muito positivo na qualidade de vida dos moradores da cidade. ci - o Brasil tem condições de tornar-se potência olímpica até 2016?

LiLs - Já começamos a trabalhar na massificação esportiva e va-mos traçar programas e metas claras para os próximos sete anos. tornar-se potência olímpica é um grande desafio que se abre com os Jogos de 2016 no Rio. Avan-çamos nos últimos anos, mas acredito que temos condições de melhorar muito nosso desempe-nho esportivo, com base em tra-balho de planejamento sério pa-ra buscar e desenvolver talentos. Afinal, um dos pontos fortes de sediar os Jogos Olímpicos, em termos de transformação social, é o de motivar a juventude a pra-ticar esportes. ci - Nas vezes em que se encon-trou com o primeiro-ministro italiano, silvio Berlusconi, con-versaram também sobre futebol, Milan e os brasileiros que jogam pelo clube? LiLs - berlusconi sabe que sou fa-nático por futebol, como ele, e me fez enorme gentileza quando da minha visita bilateral à Itália, em novembro de 2008: convidou os jogadores brasileiros do Milan e o leonardo, que era dirigente e agora é o técnico, para me re-ceberem antes do encontro que mantivemos em Roma. lembro com muita alegria daquele mo-mento, foi um bonito gesto de berlusconi. ci - o que acha dos jogadores brasileiros que estão no futebol italiano? LiLs - O calcio tem o privilégio de contar com alguns dos melhores brasileiros na atualidade, e tem sido assim ao longo das últimas

tante também a apresentação da candidatura e cada um de nós fez o melhor que podia em ter-mos de preparação para aquele momento no bella Center. Ali, na minha opinião, qualquer dúvida que ainda pudesse existir sobre a nossa vontade e a nossa compe-tência para organizar os Jogos de 2016 foi afastada. ci - Quando teve certeza de que o Rio ganharia a eleição para a olimpíada? LiLs - Certeza mesmo, só quando o presidente do COI, Jacques Rog-ge, abriu aquele envelope e anun-ciou o nome do Rio de Janeiro. Antes disso, no intervalo entre a segunda rodada e o anúncio, ha-via muita expectativa. A reper-cussão da nossa apresentação foi bastante positiva, mas não era possível ter certeza alguma. tanto que a pressão do governador sér-gio Cabral chegou a 16/10 logo depois que soubemos que Rio e Madri haviam ficado para a última rodada. A decisão de ir aconteceu nesse quadro de incerteza. Al-guns assessores me disseram que os companheiros que estavam no bella Center durante a votação tinham sensação boa quanto às nossas chances, mas nenhuma in-formação concreta sobre o resul-

comunitàitaliana – o que ajudou o Rio de Janeiro a ganhar a olimpíada?Luiz inácio Lula da silva

- Vitórias como a do brasil em Copenhague, ainda mais diante da grande expectativa da mídia internacional de que haveria dis-puta muito apertada, costumam gerar grande curiosidade sobre trunfos secretos ou detalhes de bastidores. Não houve trunfos secretos, mas trabalho duro de todos os envolvidos, no Comitê Olímpico brasileiro, no gover-no do Rio, na Prefeitura do Rio e no governo Federal. Construí-mos uma candidatura competen-te em um período de dois anos até a decisão em Copenhague. tenho muito orgulho de ter dado minha contribuição a esse traba-lho de equipe, de união. O que fizemos em Copenhague foi tra-balhar muito. Eu cheguei à cida-de na tarde do dia 30 de setem-bro e devo ter conversado com cerca de 30 votantes no dia 1º, data que antecedia a votação. Com muitos deles, não era a pri-meira vez que conversava, já que em minhas viagens pelo mundo nos últimos meses tive contato com muitos integrantes da fa-mília olímpica. Era muito impor-

Maurício cannonE

Acima, Presidente Lula presenteia o Primeiro-Ministro da Itália, Silvio Berlusconi, com camisa de futebol da seleção brasileira. Abaixo, Lula durante comemoração da escolha

do Rio de Janeiro como cidade-sede das Olímpiadas de 2016

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seguro, feliz e aparente-mente recuperado. Assim o piloto de Formula-1 Fe-lipe Massa voltou às pis-

tas depois de 124 dias longe de disputas. seu retorno foi para participar do Desafio Internacio-nal das Estrelas, uma das princi-pais corridas de kart do mundo, realizada em Florianópolis entre os dias 27 e 29 de novembro.

Correndo com astros como Michael schumacher, Rubens barrichello, Christian Fittipaldi e Nelsinho Piquet, Massa conquis-tou o lugar mais alto do pódio na segunda bateria do evento. Com isso, deixou para trás o ex-com-panheiro na Ferrari, schumacher. E na classificação geral, Mas-sa terminou em segundo lugar, 6 pontos atrás do alemão, hep-tcampeão da F-1. sem competir desde o dia 25 de julho, quando se acidentou no grande Prêmio da Hungria, Massa comemorou muito seu resultado no evento.

— Não comecei muito bem, perdi posições na largada, mas

consegui recuperar e fazer vá-rias ultrapassagens. No final, tive de me defender do Michael, que estava um pouco mais rápido do que eu. Foi sensacional. Estou em êxtase. Minha volta às pistas não podia ser melhor. Me sinto cem por cento. Além de tudo, ainda corri com a ansiedade de espe-rar o nascimento do meu filho — conta ele sobre o pequeno Feli-pe, que acabou por nascer um dia após o encerramento do Desafio.

Orgulhoso pela volta de Fe-lipe às pistas também estava o seu pai, luiz Antonio Massa, que acompanhou todos os momentos da recuperação de seu filho. se-gundo ele, a fase mais difícil foi a espera pela resposta dos médi-cos “para saber se ele iria voltar a correr e se haveriam sequelas”.

O bom desempenho de Massa deveu-se aos treinos de kart que ele vinha fazendo semanalmente, no último mês, conforme liberação dos médicos - até porque, pelas regras da Formula-1, ele não po-de treinar nos carros da categoria

principal. Além de pilotar, Massa também era um dos organizadores do Desafio das Estrelas juntamen-te com seu pai, seu irmão Eduardo e o empresário Carlos Romagnolli.

— Este evento não foi fácil. tentei estar presente na organi-zação o máximo de tempo possí-vel, durante as minhas férias for-çadas. tudo isso aqui já faz parte da minha vida e do meu trabalho. Estava ansioso para que desse tudo certo e deu. A coisa acon-teceu melhor do que tudo que eu imaginava. Mostramos ao mun-do inteiro o que somos capazes de fazer e estou super orgulhoso disso — disse o piloto exultante por ter contado com a participa-ção de 25 pilotos de várias cate-gorias automobilísticas e mais de 12 mil espectadores no evento.

Massa falou com a impren-sa, ao final do evento, ao lado de vários pilotos, inclusive, Ru-bens barrichello. Foi do carro do também piloto brasileiro que se desprendeu a mola que acertou o seu capacete e provocou o seu acidente. Massa fez questão de deixar claro que os rumores so-bre desavenças entre ele e Rubi-nho eram falsos e que nada havia abalado a amizade entre os dois.

— O Rubens não teve culpa de nada. Foi um acidente, como todos nós sabemos. Eu já estou me sentindo completamente se-guro e saudável para voltar às corridas e não se preocupem que eu vou usar meu capacete — brincou Massa.

Já Rubinho, vencedor da edi-ção de 2008 da prova, não quis saber de brincadeiras a respeito do acidente. Na coletiva, ele se li-mitou a elogiar a infra-estrutura e a organização da competição. se-gundo ele, o Desafio “é um even-to muito mais amigável do que a Fórmula-1 porque, além da com-petição, “tem diversão também”. Ele não poupou elogios ao novo kartódromo, desenhado por Massa e pelo piloto lucas di grassi:

— A pista é ótima, desafia-dora e exige muita concentração — afirmou barrichello que, este ano, terminou em quinto lugar.

Campeão 2009 do Desafio, schumacher agradeceu ter sido convidado por Massa para partici-par do evento e prometeu voltar.

— tenho três participações e duas vitórias. É uma boa estatís-tica. se for convidado novamen-te, volto em 2010 — disse ele, lembrando que os treinamentos para a próxima temporada come-çam a partir de fevereiro.

O piloto Vitantonio liuzzi foi o único italiano dentre os 25 participantes do evento. Ele ter-minou em quarto lugar, atrás do brasileiro Vitor Meira (DF). bia Figueiredo (sP), a única mulher na pista, terminou em 15º lugar. tony Kanaan (bA) e lucas di gras-si (sP) ocuparam, respectivamen-te, o sexto e o sétimo lugares.

Ele está de volta

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Felipe Massa retorna, de kart, às pistassarah castro

Correspondente • Florianópolis

Felipe Massa e Michael Schumacher

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décadas. Infelizmente, nossos jo-gadores deixam o brasil cada vez mais jovens e isso me preocupa, mas boa parte do que há de me-lhor no futebol brasileiro está na Itália. Dos atuais titulares da se-leção brasileira, quatro dos cinco defensores jogam no calcio (Julio César, Maicon, lúcio e Juan), sem falar no Felipe Melo e no Kaká, que acaba de se transferir para a Espanha, além de outros convo-cados, como Doni e Julio baptis-ta. E ainda temos o Diego, que está jogando muito bem na Ju-ventus, e o Ronaldinho gaúcho, que ainda pode ser grande arma para o Mundial de 2010. ci - Ronaldinho Gaúcho recupe-ra seu futebol a tempo de dispu-tar a copa de 2010?LiLs - Eu e os brasileiros torce-mos muito por isso. O começo de temporada dele e do Milan não foram bons, mas ainda há tem-po até a áfrica do sul. se ele se esforçar e estiver disposto a sa-crificar-se por esse objetivo, ain-da acredito que o Dunga terá à sua disposição a melhor versão do Ronaldinho gaúcho. Mas, pa-ra isso, ele tem que querer muito voltar ao nível de antes. A magia do futebol não o abandonou e torço muito por esse reencontro. ci - acha que o Ronaldo vai jogar a copa na África do sul? LiLs - Ronaldão joga no meu ti-me, o Corinthians, é natural que tenha muito carinho por ele. Mas, para mim, o caso dele é o mesmo que o do Ronaldinho gaú-cho: para ir à áfrica do sul, pre-cisa estar em forma. ci - o senhor vê o campeonato italiano pela tV? LiLs - Meus finais de semana li-vres são dedicados à família, à pescaria e ao futebol pela tV, já que há pouco tempo deixei de praticá-lo, para não correr o ris-co de lesões que atrapalhassem minha atividade como presiden-te da República. E, em matéria de futebol pela tV, o Campeona-to Italiano está sempre entre as principais atrações do fim de se-mana. É claro que minha priori-dade é o Campeonato brasileiro e o Corinthians, mas como os jogos na Itália são transmitidos de ma-nhã ou no início da tarde daqui, é possível conciliar os horários. ci - o que acha do futebol do Pato? LiLs - Pato surgiu como gran-de promessa no Internacional de Porto Alegre e, pela sua idade, já

demonstrou no Milan que pode estar à altura das expectativas e esperanças criadas em torno de-le. É rápido, talentoso, sabe fi-nalizar. Mas essa fase na vida do atleta, da transição entre jovem promessa e realidade, tem mui-tos perigos. A fama repentina, por exemplo, pode ser muito traiçoei-ra. Como ele ainda é muito jovem, é preciso ter paciência, mas tam-bém exigir muito dele, para evitar outro perigo, o da acomodação. ci - o senhor é torcedor de algum clube na itália? aqui no Brasil o corinthians é seu primeiro time, mas em outros estados há tam-bém preferência pelo Vasco, no Rio; cruzeiro, em Minas; sport Recife, em Pernambuco, certo? algum mais? LiLs - Em Pernambuco, sou tor-cedor do Náutico. também torço pelo Internacional, no Rio gran-de do sul. Na Itália, meu favorito é o Milan. Mas paixão mesmo é pelo Corinthians. ci - Quando vibrou mais com uma conquista esportiva? LiLs - Acho que vibrei mais em Copenhague, com a decisão so-bre os Jogos Olímpicos, porque era como se eu mesmo estivesse dentro de campo, com a camisa amarela do brasil. Mas tenho ou-tras lindas lembranças, como as Copas do Mundo vencidas pelo brasil, as conquistas olímpicas do voleibol e as muitas alegrias que o Corinthians me dá. Na mi-nha infância e adolescência era difícil, porque o santos de Pelé dominava o futebol brasileiro, mas em 1977 soltamos o grito de campeão, quando o Corinthians quebrou um jejum de 22 anos sem ganhar títulos e, de lá para cá, não posso me queixar. Este ano, por exemplo, fomos campe-ões paulistas e da Copa do brasil. ci - Quem é o melhor jogador bra-sileiro de futebol da atualidade? LiLs - Kaká. ci - E o melhor do mundo hoje? LiLs - lionel Messi. ci - E o melhor atleta brasileiro de todos os outros esportes ho-je em dia? LiLs - César Cielo, uma das sen-sações do recente Mundial de Es-portes Aquáticos, em Roma. ci - Quem foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos? LiLs - Pelé, o Rei. ci - o senhor vai viajar para ver a copa do Mundo na África do sul em 2010?

LiLs - Na época do Mundial, é provável que eu esteja em via-gem à áfrica, quem sabe... ci - Quem são os favoritos para a copa 2010? a itália tem chance? LiLs - Os favoritos são os de sem-pre, as equipes tradicionais no futebol mundial, como brasil, Argentina, Itália, Alemanha, In-glaterra, e ainda a Espanha, que joga muito bem, tem equipe jo-vem e resgatou a autoconfian-ça depois da conquista da últi-ma Eurocopa. A Itália não teve bom desempenho na última Co-pa das Confederações, terá que passar nos próximos anos por um processo de renovação, mas tem grandes jogadores, sabe jo-gar como poucas um Mundial e é sempre candidata ao título. ci - o que acha do trabalho de Dunga na seleção Brasileira? LiLs - Dunga faz um ótimo trabalho, não apenas pelos resultados, mas porque conseguiu resgatar o com-promisso dos jogadores com a se-leção brasileira, a vontade de jogar pelo brasil. A seleção da Copa de 2006 não teve esse compromisso, infelizmente, e provou que somen-te com técnica e com talentos indi-viduais nada se conquista no fute-bol atual. Ele tem atitude coerente com seu passado de jogador dedi-

cado, altamente profissional, que deixava a alma no campo em favor da equipe. Mostrou que entende de futebol, tanto nas convocações quanto na preparação e nas subs-tituições que faz durante os jo-gos. Além disso, é respeitado pelo exemplo, conta na sua equipe com outro ex-jogador muito respeitado, Jorginho, e teve o mérito e a felici-dade de conseguir bons resultados. ci - o senhor poderia escalar o seu time ideal para a seleção Brasileira? LiLs - Acho que a equipe do Dun-ga reúne o que temos de melhor no momento. A base do time, pa-ra mim, deve ser a que jogou e venceu a última Copa das Confe-derações, na áfrica do sul, ainda que nos meses que faltam até o Mundial possa surgir algum novo talento, alguém em ótima fase ou que alguma contusão obrigue o Dunga a fazer mudanças. Cada um de nós brasileiros acha que é trei-nador e sempre tem algum palpite ou algum jogador favorito. tam-bém sou assim, mas como Pre-sidente minhas opiniões podem gerar desconforto. Além disso, sempre me lembro de um episó-dio na época da preparação para a Copa de 1970, quando vivíamos na ditadura militar e o então Pre-sidente insistiu pela imprensa no nome de um jogador para o time titular. O então treinador, João saldanha, homem de esquerda e de grande coragem pessoal, res-pondeu que não se intrometia na composição do Ministério do Pre-sidente militar e que, portanto, não aceitava palpites na escala-ção do time dele. saldanha não chegou à Copa, mas eu costumo lembrar o episódio quando te-nho muita vontade de opinar so-bre futebol, que para mim é uma paixão. Por isso, muitas vezes me contenho, nem sempre consigo, mas eu tento. Por isso, guardo meu time para as conversas com os amigos, e confio no trabalho do Dunga, do Jorginho e dos jo-gadores convocados. Agora, se você quiser uma seleção com os melhores de todos os tempos, com as camisetas de números 1 a 11 e um esquema tático ofen-sivo, como os que se adotavam antigamente, posso montar o se-guinte time: 1- Julio César, 2- Carlos Alberto, 3- lúcio, 4- Pia-zza, 5- Falcão, 6- Nilton santos, 7- garrincha, 8- Didi, 9- Ronaldo, 10- Pelé, 11- Rivelino.

Acima, Lula durante encontro com o jogador de futebol Kaká

na Granja do Torto. Abaixo, Lula cumprimenta o jogador

Ronaldinho Gaúcho, antes do jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra

esporte

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 954 55D e z e m b r o 2 0 0 9 / C o m u n i t à i t a l i a n a

Giordano Iapalucci

FiRENzE

after UtopiaLa scena creativa brasiliana sarà al centro

del programma del Museo di Arte Con-temporanea di Prato (FI) fino al 14 febbraio 2010. Un viaggio espositivo di ben 27 arti-sti brasiliani le cui opere ruotano intorno al-la realizzazione della città di brasilia: centro attuale del potere reale è il fulcro in cui si è ricercato il punto di contatto tra il brasile arcaico e quello contemporaneo. Alcune delle opere sono firmate Helio Oiticica, Waltercio Caldas, Cildo Meireles fino a Ernesto Neto e molti altri. Orario 10.00-19.00. Ingresso: 5 euro, 4 euro ridotto.

Per una serata all’insegna di un ape-ritivo diverso pieno di spuntini e un assortimento invidiabile di vini

e cocktail, il Jazz Club propone fino alle ore piccole della notte (madrugada italia-na) l’ottima musica blues (ogni martedì) e Jazz (ogni mercoledì). Per entrare bisogna essere soci, ma la tessera per diventarlo

costa solo 5 euro e vale fino al 31 dicem-bre: cinque serate di musica dal vivo ogni settimana ad un prezzo imbattibile. Il Jazz Club è un locale di nuova ristrutturazione e riporta ad una cantina rustica, luogo tipico e ideale per l’ascolto della musica calda del blues e del jazz. Via Nuova de’ Caccini, 3 – Firenze. Apertura dalle ore 21.00.

Jazz club

Portus PisanusFino al 31 dicembre 2009 sarà possibile

visitare la mostra archeologica dei mate-riali ritrovati nell’antico Portus Pisanus posto nell’area a nord della città di livorno. l’espo-sizione, allestita nella suggestiva cornice del-la sala del Mare del Museo di storia Naturale del Mediterraneo, propone non solo reperti provenienti dai relitti del mare livornese e in generale di quello toscano, ma anche la rico-struzione di paesaggi, insediamenti, attività produttive e della vita quotidiana del popo-lo livornese all’epoca in cui il Portus Pisanus rientrava tra i più importanti porti del Mar Mediterraneo. Dalle 9 alle 13. lunedì chiuso. Ingresso gratuito.

VarartPresso la piccola ma estremamente

accogliente galleria di Varart, nel pieno centro storico fiorentino, Domeni-co lo Russo presenta le sue opere divise per categorie: dalle immagini di corpi, dove è forte la volontà di unione tra la creazione artistica e la chirurgia esteti-ca fino agli autoritratti in cui il corpo dell’artista sembra deformato in cui ap-pare la relatività della percezione e della conoscenza. lo Russo, classe ’36, è un famoso chirurgo plastico di origini cala-bresi ma vive a Firenze dal 1959 e da molti anni realizza mostre sia personali che collettive di grande importanza. Fi-no al 31 dicembre presso la galleria Va-rart di Via dell’Oriuolo, 47 con orario 10-12.30 e 16-19.30. Ingresso libero.

Minerali dal mondoIn quella che è stata considerata per certi

versi la più bella mostra di minerali al mon-do si potrà ammirare una collezione di oltre 500 esemplari tra cristalli e zolfi provenienti da diverse parte del mondo, come la cuprite di Onganja dalla Namibia, la grande elbaite di Paprok dall’Afghanistan o quella di Coronel Murta dal brasile. la mostra è un omaggio al grande giramondo e ricercatore Alberto gia-zotto, che nell’arco della sua vita ha raccol-to centinaia di reperti di materiale minerale. la mostra resterà aperta addirittura fino al 30 giugno 2012 presso il Museo della specola di Firenze. Orario 9.30-16.30. biglietto 6 euro

La visita è stata rapida co-me il passaggio di una stel-la cadente. E cosí come il corpo celeste incanta tutti

quelli che la vedono, la venuta dell’attrice e produttrice italiana Maria grazia Cucinotta in brasile è stata festeggiata dagli ammira-tori. Madrina della 66ª edizione del Festival di Venezia , è venuta in brasile a partecipare alla mo-stra che proietta i film di maggior successo al Festival. grazie all’ap-poggio dell’Ambasciata d’Italia in brasile, i lungometraggi sono sta-ti visti a brasília, são Paulo e Rio de Janeiro. In queste due ultime città con la partecipazione spe-ciale della diva, anche se a lei non piace questo attributo.

— Non mi considero una di-va. sono una persona comune a cui piace essere lí, a interpreta-re, a fare il mio lavoro e ad im-personare personaggi svariati. Il cinema ci fa vivere il glamour, ma avere successo significa fare qualcosa che ti fa felice, che ti dà piacere. sarebbe una stupi-daggine credere che sono specia-le — analizza l’attrice 40enne, che è tornata a Venezia 15 anni dopo aver debuttato con il famo-so “Il postino”, che ha ottenuto cinque nomination all’Oscar.

A Rio la Cucinotta ha smon-tato l’immagine del mito quan-do, già pronta per la proiezione di “baaria”, di giuseppe tornato-re, ha risposto positivamente alle richieste dei fotografi sdraiando-si su un materassino o rimanendo qualche minuto sotto un sole di 33° senza qualsiasi tipo di riparo.

— E’ la seconda volta che vengo a Rio. Adoro questa città e la vita di qui. le persone sorrido-no sempre. Malgrado i problemi i carioca sanno trasformare la lo-ro realtà. A Roma non c’è questo clima, ma in sicilia, dove sono nata, è molto simile grazie alle spiagge. Quando mi hanno invi-tato a venire ho accettato subito perché Rio è meglio di Venezia. Mi piacerebbe girare [un film] qui. In giugno ritornerò per di-vertirmi, fare quello che non ho potuto fare ora — commenta lei, mentre ammira il panorama sul mare dal terrazzo dell’albergo do-ve ha soggiornato, ad Ipanema.

la Cucinotta è rimasta in cit-tà meno di 24 ore. E’ arrivata su-bito dopo aver partecipato, a são Paulo, alla proiezione del film “Viola di Mare”, prodotto da lei

quest’anno. Ambientata in una sicilia della seconda metà del XIX secolo, la storia racconta la vita di due amiche d’infanzia che si innamorano; una di loro riesce a cambiare il suo nome d’anagrafe, diventando cosí un uomo, e af-fronta la collera del padre.

— Il film è, prima di tutto, una storia d’amore. E’ un adatta-mento del libro “Minchia di Re”, di giacomo Pilati. In un certo sen-so produrre ti dà il vantaggio di proteggere la storia in cui tu cre-di. si tratta di una storia d’amore,

una storia reale, plausibile, tanto è che la gente fa il tifo per loro. Io sono una persona romantica e mi piace raccontare storie d’amore. l’amore ci mantiene vivi, è l’unico sentimento per il quale facciamo qualsiasi cosa — difende.

a são PauloCon la nomination italiana per l’Oscar di Miglior Film stranie-ro nel 2010, “baaria” è stato la grande attrattiva tra i film del Fe-stival di Venezia proiettati in bra-sile. Il regista, giuseppe torna-

tore (Cinema Paradiso) si è reca-to a são Paulo per promuovere il lungo in compagnia di Margareth Madé, attrice al primo film scelta nel catalogo di un’agenzia. torna-tore, che viene considerato uno dei più importanti registi italia-no del momento, ha partecipato a dibattiti con allievi di cinema e a interviste. senza nascondere un certo malumore, il suo commento al film è stato breve:

— E’ la storia di una fami-glia, di passione e sogno.

Il film, costato 25 milioni di euro, è stato girato in 122 luo-ghi, con 210 personaggi e 2,8 mila costumi. Racconta la storia di una famiglia che attraversa tre generazioni, con un forte sfondo legato alla storia del Paese. Ap-passionato di cinema italiano, la scelta di Madé come personaggio principale non è stato un caso: la sua somiglianza fisica con sophia loren è impressionante. Anche se agli inizi di carriera, Madé è sta-ta bravissima.

— la mia agenzia ha man-dato foto e dopo sono venuti i test. Per preparare il personaggio ho tratto ispirazione dalle donne siciliane e, specialmente, da mia nonna — commenta il regista.

la scelta ha meritato elogi da parte della madrina del Festival. secondo la Cucinotta il regista è riuscito a tirar fuori dall’attrice ini-ziante una forte interpretazione.

— Conosco tornatore e lo sti-mo moltissimo. E’ l’unico a rap-presentare la nostra isola [sici-lia] in modo positivo in tutto il mondo. Puoi vedere la naturalità di Madé. sta vivendo le situazio-ni. Durante il mio primo film, che considero il migliore di tutti, è successa la stessa cosa. Il regi-sta riesce a trasformarci e dopo studiamo e perdiamo un po’ del-la nostra spontaneità — afferma.

Anche se nega che l’industria cinematografica italiana sia una fase di ripresa, paragonando il periodo con gli ultimi anni di ci-nematografia tornatore riconosce che per molto tempo l’Italia ha smesso di girare grandi film perché il cinema ha affrontato grandi pro-blemi per ottenere finanziamenti:

— Il cinema italiano non è morto. Abbiamo avuto un primo periodo di forza ed espansione, dopo abbiamo affrontato difficol-tà, come tutti gli altri Paesi.

Ha collaborato elida oliveira

cinema

V Semana Venezia Cinema porta in Brasile la bellezza e la semplicità dell’attrice italiana Maria Grazia Cucinotta e il regista Giuseppe Tornatore

La stella che è un amore

sílvia souza

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Mande sua história com material fotográfico para: [email protected]

É verdade: Maria Dome-nica Gasbarro D’Amico é, há 101 anos (é is-so mesmo: 101 anos!), a

melhor invenção depois de Papai Noel, conforme destaca, pendura-da na parede da casa dela, a fra-se de uma lembrancinha recebida de Giovanni, um dos dez netos. Po-rém, engana-se quem pensa que a nonna de Heliópolis, em Belford Roxo (RJ), já perdeu a memória. Tanto que, informada sobre a home-nagem que lhe prestaríamos na Co-munitàItaliana, esbanjou carinho e bom humor comentando sua sempre festejada longevidade. Anos vividos intensamente na Itália, nos Esta-dos Unidos e no Brasil, onde chegou em outubro de 1952.

Filha mais velha entre três irmãs camponesas, ela nasceu em Castel di Sangro, na província de Áquila, região de Abruzzo, em 30 de novembro de 1908. Hoje, fala e entende o português, o italiano e o dialeto castellano e, ainda é capaz de entender e responder a algu-mas frases em inglês. Aliás, mais que isso: com memória privilegiada,

De Castel Di sangro a Heliópolis, aos 101 anos, nonna é um exemplo De viDa

em família, Como nos Conta o jornalista paulo Cezar pereira em relato à repórter sílvia souza

il lettore racconta

cita datas importantes e histórias com riqueza e precisão de detalhes.

A Nonna é o centro das aten-ções da família que vive na Baixada Fluminense. Colomba, 78 anos, filha dedicada, é quem cuida dela. Mas Cláudia, uma das netas, está sem-pre por perto com carinho e dis-posição para servir, e Cosmo, o filho que veio com ela da Itália ainda menino, não deixa de visitá-la nos

finais de semana. Certamente por causa dela, a casa de número 996 da avenida Heliópolis está sempre movimentada. Ora recebe um neto, ora uma neta, um bisneto (a), as so-brinhas Giovanna e Idea, as noras Leni e Marli e, de dois anos para cá, Isabela, a segunda tataraneta, novo xodó do clã. São, portanto, cin-co gerações no Brasil que têm nesta nonna seu bem precioso.

Sua história começa na Itália. Seus pais, Gaetano Gasbarro e Cristina Mancini, migraram para os Estados Unidos quando ela tinha cinco anos de idade. Durante os oito anos em que morou em Scottdale - cidadezinha americana que abrigava os migrantes italianos no estado da Pensilvânia - viveu em três casas diferentes com as irmãs Sandrina e Genoveva, nascidas na terra do Tio Sam e já falecidas. Maria só falava italiano fora de casa com um pastor protestante.

Quando completou o ensino fun-damental numa escola pública da Pensilvânia, sua mãe, alegando que não havia se adaptado ao novo país, pediu ao marido para retornar à Itália. Ado-lescente, Maria viajou 15 dias a bor-do de um navio que, de Nova Jersey (EUA), partira rumo a Nápoles.

— Quando cheguei a Castel di Sangro, todo mundo ria de mim porque eu falava mais inglês do que o dialeto castellano — lembra.

Já casada com o soldado Fran-cesco, Maria viu seu marido partir para a guerra. Ele lutou na Áfri-ca, no Quênia e na Etiópia, e de-pois de preso pelo exército inglês, sofreu o maior revés ao retornar à Itália e se deparar com uma Castel di Sangro, encravada nas monta-nhas, em ruínas. Nada sobrara dos bombardeios do exército alemão. Não havia trabalho, casa, futuro.

Foi aí que, em 1950, Francesco e outros imigrantes, recrutados na Itália por empresas que compraram terras no Rio de Janeiro, vislumbra-ram a possibilidade de transformar as vidas de suas famílias. Era o iní-cio do processo de urbanização de cidades da periferia e ao desem-barcar no Rio, Francesco se des-ligou de um grupo de imigrantes italianos e franceses e foi pedir emprego, ainda na Praça Mauá, a uma firma que fazia a urbaniza-

ção do loteamento de Heliópolis, na Baixada Fluminense. Encontrara, fi-nalmente, um porto seguro. Dois anos depois, acompanhada dos filhos Elia e Cosmo, Maria estava no porto de Gê-nova, a espera do embarque para a terra prometida.

— Era um navio de bandeira francesa. Foram

15 dias de viagem. Quando desembar-quei no Rio, na Praça Mauá, em português, eu só sabia dizer bom dia, boa tarde e boa noite. Foram anos difíceis, mas acabamos nos adaptando a uma nova vida, a um novo país — relembra a nonna, que ajudava Elia, o filho mais velho (já falecido) numa tipografia em Heliópolis.

Em 57 anos no Brasil, non-na diz que sentiu muita falta da Itália. Voltou a Castel di Sangro somente uma vez, em 1972, a pas-seio. Ficou três meses por lá. Tarcí-sio e Vicenzo, dois sobrinhos, são as únicas referências hoje da família na cidade. Mas há anos ela nunca deixa de olhar um quadro pintado à mão, copiado por Leni, a nora, de um cartão-postal que decora uma das paredes da sala de sua casa com destaque. Aos domingos, cedinho, ela ora e recebe a comunhão trazida por jovens ministros extraordiná-rios da paróquia de São Judas Tadeu.

Não é à toa que, emocionada, ela afirma que entre as fortes lem-branças de sua terra natal estão a rua Rei Vitório Emanuele e a igre-ja de Nossa Senhora da Assunção. Em 1985, nonna ficou viúva, mas nem a morte de Francesco afastou dela a presença de pilar da família.

— Com ternura no olhar, firmeza em suas atitudes e clareza em suas pa-lavras, esta matriarca gerou e cons-tituiu uma família forte, harmônica e unida, deixando em todos nós a marca de sua sabedoria. Exemplo de amor e fé, é amada, admi-rada e respeitada por todos — resume a neta Igina Guidone, com a aprovação de todos.

NatalÉ na época das festas de final de ano que a fa-mília da nonna é mais italiana do que nunca. Filhos, netos, bisnetos e as tataranetas en-chem a matriarca de atenção e de afeto. Na mesa farta não podem faltar as iguarias da época, frutas

que são escolhidas a

dedo, o panetone, o chester, o vinho e, claro, o sangne cici, que é um prato delicioso. Em italiano, escre-ve-se ceci, mas como a família da nonna segue o dialeto castellano, to-dos nós só nos referimos ao talharim com grão-de-bico e lascas de bacalhau como signe cici. Esta iguaria, que tem a aparência de uma sopa cremo-sa, é uma tradição da ceia de Natal, assim como a ida à Missa do Galo na Igreja de São Judas Tadeu.

Atualmente, a nonna também assiste à missa celebrada pelo Pa-pa através da RAI. Quando chega o almoço de Natal não há hora para terminar. Ele sempre é servido ao ar livre e a nonna não esquece de ninguém neste dia, o que inclui telefonemas a Castel di Sagro para desejar um Feliz Natal ao pedaci-nho da família que ainda mora na Itália. A emoção toma conta de todos neste momento e ainda ouve-se pe-la casa a tarantella. Já estamos nos preparando para a celebração deste ano. Pena que, agora, à mesa, não es-tão mais o nonno Inocenzzo, mari-do da filha Colomba, e Elia, o filho da nonna, falecidos. Quando eram vivos, eles dançavam a tarantella e cantavam outras músicas italianas. Era uma festança imperdível.

— A nonna sempre foi o nos-so porto seguro. Com quem vivemos momentos maravilhosos no Natal. Mais do que uma festa, é uma noite de reflexão, um mergulho na nossa cristandade. Nonna é tanto nossa referência e exemplo de família que, no meu casamento, foi ela quem levou as minhas alianças até o altar da igreja. Quero que a família que estou construindo seja tão forte co-mo a família que ela criou — destaca Paula Guidone, uma das bisnetas.

Paulo Cezar Pereira é casado com Ana Maria Guidone Pereira, a primeira neta da nonna – Rio de Janeiro, RJ.

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Risoto ReveillonChef Itacir Pilan

Ingredientes: 1 cebola média (picada ou ralada); 2 colheres de óleo de arroz; 2 xícaras de arroz arbório; 1 pitada de mix de pi-mentas; 4 colheres de parmesão ralado; 1 tablete de caldo de carne; 1 tablete de caldo de galinha; 3 taças de Espumante brut torcello; 5 xícaras de água; Morango picado a gosto. se necessá-rio, 1 pitada de sal.

Modo de preparo: Dilua o caldo de carne e o caldo de galinha em água quente (5 xícaras). Reserve.Em outra panela, murche a cebola no azeite. Coloque o arroz e dê uma leve fritada. Acrescente aos poucos 3 taças de Espumante brut torcello. Acrescente aos poucos, mexendo sempre, o caldo reser-vado. Cozinhe até ficar al dente. Coloque a pitada de pimenta e o queijo ralado. Misture bem, desligue o fogo e tampe a panela. sirva com morangos picados e harmonize com Espumante brut torcello.

bento Gonçalves - se a sua intenção é se sentir na Itália, há um lugarzinho no Vale dos Vinhedos, mais precisamente em bento gonçalves, no Rio grande do sul, capaz de satisfazer a sua vontade. basta imaginar uma típica casa italiana em

uma vinícola e pronto: ela existe dentro da Vinícola torcello. Através de suas janelas, é possível ver o interior de uma cantina, com seus tanques de aço inox e aquele aroma característico de vinho, princi-palmente em época de colheita de uva. E como se não bastasse tudo isso, ainda tem uma outra atração. O escritor Remy Valduga, de 69 nos, pai do diretor da Vinícola, encanta os visitantes contando histó-rias sobre imigrantes.

O espaço, chamado sala santa Fosca, recebe visitas de grupos pré-agendados oferecendo um cardápio variado com pratos italianos, além do tradicional churrasco gaúcho.

— Muitos italianos visitam a Vinícola e dizem que se sentem em casa — afirma o proprietário Rogério Valduga, de 43 anos.

Neto de italianos do trento, Remy Valduga, é autor de cinco livros, dentre eles Sonho de imigrante, traduzido para o italiano e publicado na cidade de Rovereto, em 2007. A obra resgata episódios históricos que enaltecem a imigração italiana, contando fatos ocorridos no Vale dos Vinhedos.

— Na verdade, ele é a principal atração da casa — conta, com orgulho, o filho.

A vinícola, cuja primeira safra foi em 2000, tem uma pequena pro-dução anual de 10 mil garrafas de vinho tinto, o que permite um pro-cesso de elaboração totalmente artesanal. A escolha do nome torcello relembra uma pequena ilha italiana próxima a Veneza. Está envolvida em fatos importantes da história mundial, como a conquista de terri-tórios europeus por átila, o rei dos hunos. A localidade é um centro cultural grandioso, considerado patrimônio histórico da humanidade.

símbolo de Veneza, o leão Alado de são Marcos é o guardião da lei, símbolo de poder e mensageiro divino. sua lenda conta a história de pescadores que ouviram de são Marcos a profecia de que naquela ilha surgiria uma cidade maravilhosa e que este havia visto um guardião a sua

porta, um leão alado. Assim, o símbolo reme-te à proteção do leão Alado, que guardará a beleza, a identidade e a cultura do Vale dos Vinhedos e dos imi-grantes que vieram da região italiana do Vê-neto, origem dos sím-bolos utilizados.

logo na entrada da vinícola, o visitan-

Era uma vez na vinícola

te é conduzido a um passeio guiado que contempla a cantina, a Cave de san Marcos e o varejo, onde é possível degustar os espumantes (brut e Moscatel), vinhos (Cabernet sauvignon, Merlot e tannat) e o suco de uva torcello (integral).

Durante o período da colheita, a vinícola também presenteia seus visitantes com um passeio pelos vinhedos que ficam atrás do prédio onde está instalada a cantina. No parreiral, os turistas podem degus-tar as uvas tendo na prática a experiência de um dia de colheita.

Para a Comunità, o chef da sala santa Fosca preparou um Risoto Reveillon, em homenagem às festas de fim de ano. Para acompanhar, Rogério Valduga indica um Filé a bacco com vinho torcello tannat. Já imaginou se deliciar com esta maravilha e ainda escutar histórias sobre a imigração? Mais italiano do que isso, só mesmo na Itália.

Cantina no Vale dos Vinhedos oferece comida italiana à base de vinho e histórias sobre a imigração

Remy Valduga encanta com suas histórias sobre imigrantes

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Claudia Monteiro de Castro

lA gENTE, il pOSTO

Galleria Borghese

Minha avó materna deixou a Itália aos 14 anos, quando sua família decidiu se instalar para sempre no brasil, terra pro-metida. Ela nunca mais voltou ao seu país natal, mas fa-

lava com amor e nostalgia, principalmente de Roma, onde ela morou muitos anos. Um dos lugares que ela mais mencionava era a Villa bor-ghese. Minha avó morava no Viale liegi, em Parioli, portanto, passava sempre os finais de semana no parque, que ficava bem perto. Os par-ques têm esse “quê” de lugar bucólico, um lugar onde se pode respi-rar ar puro, escapar da confusão da cidade. Um lugar para caminhar, passear, refletir sobre a vida, sentar na grama ou num banco, ler um livro, se inspirar para escrever uma poesia. Então, num certo domingo, decidi ir à Villa borghese para relaxar e achar meu cantinho de paz.

Andando pelo parque, levei meia hora para achar o banco de madeira ideal para mim. sem ninguém, escondidinho, discre-to. sento e abro meu caderno, com caneta em punho, pronta para ser invadida por um ataque de inspiração. Ela não vem, mas fecho os olhos e deixo o sol aca-riciar o meu rosto - no fundo es-tou sempre esperando pela ben-dita inspiração. Como num tran-se, começo a rabiscar palavras sem nexo, otimista que talvez elas se transformem numa obra-prima. Percebo, então, que o banco de frente ao meu, de repente, é ocupado por um senhor barbudo. Abaixo a cabeca para evitar qualquer contato inconveniente. Mesmo se não tenho a menor idéia do que escrever, finjo que estou escrevendo, que estou num momento de grande inspiração e não quero ser incomodada.

Não adianta. O barbudo não aguenta e puxa papo: “Posso te desenhar? sou um pintor e venho sempre ao parque para

pegar ideias para meus quadros,” ele diz, enquanto eu noto um grande caderno apoiado em seu colo.

Olho para ele, perplexa, e não consigo dizer nada. Ele insiste:

“Não te peço nada de mais. Finja que eu não estou aqui. Continue a fazer o que você estava fazendo. Eu só queria a tua permissão para fazer um desenho.” “tudo bem,” digo, sem saber como reagir. Paciên-cia, se ele quer desenhar, desenhe.

Continuo a escrever minha pseudo obra-prima e com o canto dos olhos vejo que ele desenha como um louco, sem um segundo de pausa para respirar. De novo, ouço sua voz:

“Desculpa, quero te pedir um último favor.”só me faltava essa.“Está vendo aquele tronco? Você poderia, por favor, se sentar lá

por alguns minutos? tive uma ideia ótima para um quadro.” Mas porque, raios, essas coisas têm que acontecer justo comigo,

que queria simplesmente um dia de relax no parque, de isolamento to-tal? Quero dizer não, mas não con-sigo, que embaraço! O barbudo per-cebe minha reticência e insiste.

Acabo aceitando, me sento no tronco e continuo escrevendo no meu caderno, baboseiras, pois ho-je a inspiração realmente foi pras cucuias. Ele continua com grandes movimentos artísticos, desenhando pra lá e pra cá, mas começo a me preocupar quando vejo que ele está de novo para abrir a boca:

“Posso te pedir mais uma coisa? Você pode virar meio de lado, apoiando a mão no tronco e fazendo uma pose?”

Eu fico ainda mais perplexa, sem palavras, e percebo que meu rosto está ficando vermelho de irritação.

“Você está nervosa? Relaxe!”Pronto. Ele foi longe demais. Minha paciência se esgotou. sou um

pouco tonta, mas realmente isso é demais. Eu me levanto e deixo o barbudo a ver navios. Não consegui escrever meu poema, não conse-gui relaxar em paz. Deixo o parque de Villa borghese convencida de que os parques romanos, atualmente, de bucólico, não têm nada.

Relaxando na Villa Borghese

Um dos museus mais importantes de Roma, a galleria borghese, fica dentro de um parque, a Villa borghese, o co-

ração verde da cidade. É recheado de obras-pri-mas. só pela coleção de esculturas de bernini, um dos maiores artistas do século 17, já vale a pena a visita. As mais impressionantes são a escultura de Apollo e Dafne, do mito de Ovídio e o Rapto de Prosérpina, que retrata Plutão, o rei dos inferno, ao raptar Prosérpina. Parece de carne e osso. Outra escultura importante do acervo, realizada por Canova, é a que retra-ta Paolina borghese, a belísima irmã de Na-poleão, esposa do príncipe Camillo borghese.

Além das esculturas, há também várias pinturas imperdíveis. Entre elas encon-tram-se Amor Sacro e Amor Profano, qua-dro de grandes dimensões, realizado por tiziano quando tinha somente 25 anos, Danae, obra-prima de Correggio e Ragazzo col canestro di frutta, de Caravaggio. Não é à toa que é considerada a galeria mais bela do mundo. Não esqueça de reservar. É um dos pou-cos museus de Roma onde reservas são ob-rigatórias. Pelo menos assim, o ingresso de visitantes é limitado e dá para apreciar tudo com tranquilidade.

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