Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014
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Ir_ao_mar
Fotos: José Macedo
Libério Santos, do Clube Naval da
Horta: primeiro atleta dos Açores a
realizar Horta-Madalena-Horta –
Sprint na Classe Access
A partir de hoje, os atletas açorianos
da Classe Access (Vela para pessoas
com mobilidade reduzida) podem ins-
crever-se para bater recordes no que
respeita a esta Classe. O pontapé de
saída foi dado na manhã do dia 17, pe-
lo velejador do CNH, Libério Santos,
que fez Horta-Madalena-Horta –
Sprint em 2 horas, 34 minutos e 21 se-
gundos.
Nº9—Dezembro de 2014
Intensificação da actividade desportiva náutica do
Clube Naval da Horta e esforço reorganizativo mar-
caram o mandato que está prestes a terminar
José Decq Mota - Presidente do CNH
Assembleia Geral Eleitoral do CNH sem listas:
Jose Decq Mota, Jorge Macedo e Olga Marques
indigitados para a nova Direcça o e para reno-
var a equipa A continuação da Assembleia Geral
Eleitoral do Clube Naval da Horta
(CNH) será no dia 08 de Janeiro de
2015. Até lá, o Presidente da Direcção,
José Decq Mota, o Vice-Presidente,
Jorge Macedo, e a Vogal, Olga Mar-
ques, que foram, por votação unânime,
indigitados para integrar a nova Direc-
ção, têm a missão de encontrar pessoas
para renovar a equipa, que ficará com
a incumbência de gerir os destinos des-
ta instituição durante 2015 e 2016.
Entretanto o actual elenco directivo
mantém-se em funções até à conclusão
do processo eleitoral, previsto para 08
de Janeiro.
A sala só ficou completamente lotada já
depois da Assembleia Geral Eleitoral ter
começado
O silêncio ensurdecedor que se vinha
verificando nos últimos tempos, confir-
mou o que os mais atentos já sabiam:
não houve listas candidatas às Eleições
do Clube Naval da Horta (CNH). A Assem-
bleia Geral Eleitoral decorreu na noite
desta quinta-feira, dia 11, no Centro de
Formação de Desportistas Náuticos do
CNH e, apesar de a sala se encontrar
repleta de sócios (tendo alguns chegado
após a hora de início, 21 horas), não hou-
ve iniciativa no que toca a caras novas
para presidir aos destinos do Clube du-
rante o próximo mandato: anos de 2015
e 2016.
1º - Discussão e deliberação sobre o
Relatório Intercalar de Actividades;
2º- Eleição dos Corpos Gerentes para o
biénio 2014-2016;
3º - Outros assuntos de interesse para o
Clube, eram os pontos constantes da
Ordem de Trabalhos.
Assim sendo, e após a leitura da acta da
reunião anterior, pelo Presidente da As-
sembleia-Geral, Luís Carlos Decq Mota, e
votação da mesma, coube ao Presidente
da Direcção, José Decq Mota, a apresen-
tação do Relatório Intercalar de Activida-
des.
O Dirigente máximo do Clube Naval da
Horta evidenciou, em traços gerais, os
aspectos que marcaram de forma positi-
va ou negativa, este mandato, caracteri-
zado por uma “intensa actividade”:
- Intensificação geral da actividade des-
portiva do CNH;
- Reorganização, com processo em cur-
so, do funcionamento da Escola de Vela,
da Secção de Canoagem e da Secção de
Natação;
- Reforço das relações com outros Clu-
bes, designadamente do Continente,
Madeira e países estrangeiros.
Neste sentido, recorde-se que foi assina-
do este ano, no decorrer do Festival Náu-
tico da Semana do Mar, em Agosto, um
Protocolo de Cooperação com o Clube
Naval do Funchal e que futuramente vão
ser assinados outros, designadamente
com o Clube Naval de Cascais e de Ham-
burgo, atendendo a que muitos sócios
deste último Clube escolhem a Marina
da Horta como destino.
- Aprofundamento do trabalho de infor-
mação da actividade do Clube
(referência directa à criação do Gabinete
de Imprensa);
- Consolidação sólida do funcionamento
da Classe Access, introduzida no fim de
2011, pela Direcção anterior, no âmbito
do Programa “Faial Sem Limites – Vela
Para Todos”, realizado em parceria com
a Associação de Pais e Amigos dos Defi-
cientes da Ilha do Faial (APADIF);
- Revitalização da Atlantis Cup – Regata
da Autonomia quer em 2013 (25 anos),
quer em 2014;
- Reforço do envolvimento do Clube na
Comissão Náutica Municipal e na capta-
ção, apoio e co-organização de Regatas
Internacionais;
- Realização de 2 excelentes Festivais
Náuticos nas Semanas do Mar de 2013 e
2014;
- Manutenção de um padrão intenso na
utilização do património baleeiro classi-
ficado e recuperado, com um regular
funcionamento da Secção de Botes Ba-
leeiros do Faial e com um entendimento
construtivo com as entidades da Ilha do
Pico;
- Resolução temporária de alguns dos
problemas de espaço com que o Clube
se debate, mediante a utilização de um
amplo armazém da antiga fábrica do
peixe, cedido gratuitamente pela admi-
nistração da empresa proprietária.
A propósito, José Decq Mota salientou
que “é imprescindível encontrar uma
solução definitiva para esta questão, que
provisoriamente está a ser solucionada
graças à boa vontade da Cofaco Açores,
o que pode mudar a qualquer hora”.
- Realização de uma gestão corrente
atenta, que visou utilizar da melhor for-
ma os meios existentes e potenciar as
capacidades do Clube;
- Manutenção do esforço do espírito de
voluntariado existente no Clube e recur-
so a colaborações especializadas na área
dos contactos anteriores e do marke-
ting.
A actual equipa elencou igualmente situ-
ações que, numa perspectiva não positi-
va, também marcaram este mandato:
- Inexistência, quase completa, de reno-
vação e actualização das frotas de Vela
Ligeira, de Canoagem e de barcos de
apoio, por inexistência de programas
públicos e associativos de apoio;
- Não evolução do processo de moderni-
zação e ampliação das instalações do
Clube Naval da Horta, muito embora
exista a informação de que o projecto,
da responsabilidade da Região Autóno-
ma dos Açores através da Portos dos
Açores S.A, está pronto;
- Não actualização dos Estatutos, o que
constitui cada vez mais uma matéria
urgente e necessária de concretizar.
Neste Relatório Intercalar é apontado
como “prioridade imediata a ponderação
de uma revisão acentuada do funciona-
mento interno, com a valorização e actu-
alização da falta salarial dos funcionários
e com a criação de práticas profissionais
que permitam ajudar a consolidar vários
importantes avanços conseguidos nos
últimos anos”.
António Costa (Tesoureiro); Luís Carlos
Decq Mota (Presidente da Assembleia-
Geral) e José Decq Mota (Presidente da
Direcção do CNH)
O Tesoureiro, António Costa, falou da
sua área (dinheiro), ressalvando que não
ia ser feita uma Apresentação das Con-
tas, uma vez que as mesmas ainda não
estavam fechadas, atendendo a que este
Relatório foi finalizado no fim de Novem-
bro último e que, “em qualquer empre-
sa, há sempre ajustes de contas durante
o mês de Dezembro”. Resumindo as di-
versas rubricas, a ideia fundamental é de
que o Clube Naval da Horta goza de saú-
de económica e financeira.
Dentro das diversas oportunidades que
foram dada aos sócios para manifesta-
rem a sua opinião, apresentarem dúvidas
e/ou sugestões, Fernando Menezes, anti-
go Presidente desta casa, fez questão de
felicitar a actual equipa, sublinhando
que, como sócio, “sempre” acompanhou
o Clube Naval da Horta, “uma instituição
cada vez mais importante na projecção
da Cidade da Horta e dos desportos náu-
ticos”. E realçou: “O CNH continua a ser
um marco importantíssimo nos despor-
tos náuticos dos Açores e a Direcção ac-
tual impulsionou e consolidou alguns”.
Este antigo Dirigente manifestou tam-
bém o seu apreço pelo facto de “as con-
tas estarem boas”, acrescentando que “o
saldo permite boas perspectivas”. E re-
matou: “É importante o equilíbrio entre
a actividade intensa e o saldo financeiro
bom”.
Passando ao segundo ponto da Ordem
de Trabalhos, e uma vez que à Mesa da
Assembleia não chegou qualquer lista
candidata para os Corpos Gerentes do
CNH para o mandato relativo a 2015-
2016, foram ponderadas várias situa-
ções: nomear uma Comissão que ficaria
encarregada de escolher uma lista; esco-
lher um sócio que, por sua vez, iria convi-
dar pessoas para integrar uma equipa
com quem iria trabalhar ou, saber se
alguém desta Direcção estava disponível
para continuar e os que estivessem fica-
riam com a missão de convidar outros
sócios para completar/renovar a lista,
formada por 11 elementos.
Após ter dito que “seria racional que esta
equipa fizesse mais um mandato” (o se-
gundo), “atendendo a que foram inicia-
dos processos que estão em curso e a
correr bem, mas não consolidados” e
que, “após consulta a todos os elemen-
tos a quase totalidade não se mostrou
disponível invocando razão várias”, José
Decq Mota sugeriu que uma hipótese
poderia passar por aproveitar as pessoas
disponíveis do actual elenco, renovando
a equipa com outras.
No seguimento desta opinião expressa
pelo actual Presidente, “sinónimo de
disponibilidade e vontade em continuar”,
Alzira Luís sugeriu que se seguisse esta
terceira via, que foi apoiada por unanimi-
dade. Assim sendo, José Decq Mota
(Presidente da Direcção), Jorge Macedo
(Vice-Presidente) e Olga Marques (Vogal)
– os resistentes de uma equipa de 11
Dirigentes – foram indigitados para com-
pletarem a lista que será apresentada na
Assembleia Geral, marcada para o dia 08
de Janeiro de 2015, com início pelas
20h30.
Tendo em conta que este processo não
se encontra concluído, o actual elenco
mantém-se em funções até lá.
No tempo destinado ao 3º ponto, José
Decq Mota referiu vários aspectos im-
portantes da vida do Clube. Entre outros,
encontra-se a exploração do Bar e a sua
reabertura pelo novo Concessionário,
João Martinho, prevista para o dia 19
deste mês e o Projecto dos velejadores
do Clube Rui Silveira (Classe Laser Stan-
dard), David Abecasis/Miguel Guimarães
(Classe Snipe) “que fazem um excelente
de divulgação do Clube, da ilha e da Regi-
ão”. Mesmo em fim de mandato, esta
Direcção não hesitou em acolher a pro-
posta de reactivação da Secção de Wind-
surf, tendo sido escolhida uma Comissão
Instaladora, composta por 4 elementos,
que se encontravam nesta Assembleia.
E aproveitando a deixa, Luís Carlos Decq
Mota lembrou que “o Clube Naval da
Horta foi pioneiro nesta modalidade nos
Açores”, tendo mesmo sido realizado um
Campeonato Nacional no Faial, no fim da
década de 80, numa altura em que presi-
dia aos destinos desta instituição. Por
isso, rematou: “É sempre bom renascer”.
Fotografias de: Cristina Silveira
Jose Decq Mota faz o balanço a dois anos de
trabalho Embora o mandato do actual elenco
directivo do Clube Naval da Horta
(CNH) só termine no dia 08 de Janei-
ro de 2015, uma vez que não surgiram
listas na Assembleia Geral Eleitoral
realizada no dia 11 deste mês, o Presi-
dente da Direcção desta instituição,
José Decq Mota (que continuará a ser
Presidente no próximo mandato, com
vigência em 2015 e 2016), fez o balan-
ço a estes dois anos de trabalho: 2013
e 2014. Na base da sua aceitação da
indigitação para novo mandato, pela
Assembleia Geral de 11 do corrente,
está o facto de achar fundamental
consolidar processos em curso e con-
cretizar outros de grande importância
para um melhor funcionamento do
Clube e um cabal aproveitamento do
potencial existente.
Revisão dos Estatutos, revisão da gre-
lha salarial dos funcionários, reorga-
nização interna do Clube e mais ele-
mentos femininos nos Corpos Sociais,
são alguns dos focos da próxima Di-
recção do CNH, que espera que a no-
va sede seja uma realidade no decor-
rer deste mandato, que começa em
Janeiro de 2015.
- Gabinete de Imprensa do Clube Naval
da Horta: Quais os marcos deste man-
dato que agora termina?
- José Decq Mota: Este mandato é mar-
cado por duas situações fundamentais:
intensificação da actividade desportiva
náutica do Clube Naval da Horta (CNH)
e um esforço reorganizativo de muitos
aspectos da actividade concreta. Dentro
desta perspectiva, no que respeita à
actividade desportiva, penso que muito
foi feito e com certeza que muito have-
rá a fazer, porque a intensificação da
actividade em si gera situações novas.
Se temos actividade mais intensa em
todas as modalidades, é evidente que
mais depressa os meios precisam de ser
reparados ou substituídos e maior des-
pesa há com os barcos de apoio, etc. A
intensificação da actividade coloca pa-
tamares de exigência maiores. Mas não
é por isso que vamos deixar de ter esse
objectivo.
Ao mesmo tempo, foi feita uma reorga-
nização de serviços, formas de actuar,
etc, com vista a se poder ir acompanha-
do as exigências em todos os aspectos,
nomeadamente nas questões económi-
co-financeiras. Penso que o balanço
deste mandato é muito positivo. A equi-
pa, que terminará as suas funções no
dia 08 de Janeiro de 2015, cumpriu bem
as suas tarefas. Evidentemente que há,
especialmente dentro desta perspectiva
de reorganização, processos que se
encontram em curso – e que estão a
decorrer bem – mas que não estão ain-
da consolidados, de que são exemplos a
transformação que estamos a introdu-
zir, com sucesso, na Escola de Vela, na
Natação e todas as beneficiações que se
procurou iniciar na Canoagem. Como
problema maior, surge a questão que se
prende com a renovação das frotas es-
pecializadas do Clube, isto porque há já
vários anos que se encontram suspen-
sos todos os programas oficiais ou asso-
ciativos de apoio à renovação das frotas
de Vela Ligeira e de Canoagem, especi-
almente estas duas. Por outro lado, os
apoios para a frota de apoio, como semi
-rígidos, botes de borracha, etc, tam-
bém não existem neste momento, o
que coloca o Clube numa posição que,
por enquanto é sustentável, mas que se
vai tornar delicada se não encontrar-
mos algumas vias de alteração desta
situação.
“O Clube Naval da Horta está a ter
uma maior procura nas modalida-
des náuticas”
O que vai acontecer é, termos procura e
não termos capacidade de resposta. Já
notamos que estamos a ter maior pro-
cura nas modalidades náuticas e penso
que este não é um trabalho exclusivo
da Direcção que agora termina funções.
Há indícios disso e dou como exemplo
os programas, nomeadamente o pro-
grama de parceria que tivemos em
2013 com a Escola Secundária que trou-
xe uma série de jovens entre os 15 e os
17 anos para praticar Vela no Clube e
que suscitou interesse em alguns e o
uso dos Botes Baleeiros para a prática
da Vela numa perspectiva de usufruto
popular daquele património histórico e
este interesse motivou que um grupo
de pessoas solicitasse o Curso de Inicia-
ção de Vela para Adultos. Já se fez um e
está perspectivado outro. Está a ser
pensado, num curto prazo, a realização
de um Curso Avançado depois do Curso
de Iniciação, numa perspectiva de conti-
nuidade.
No que respeita à Vela Ligeira, há um
aumento de interesse. Na Canoagem, é
nítido o aumento, o alargamento e a
consolidação do número de praticantes,
embora o material não seja muito. Va-
mos ter de encontrar algum mecanismo
que nos permita resolver os problemas
mais urgentes, que se situam ao nível
de uma embarcação 420, velas de com-
petição para Optimist, algum reforço da
Secção da Canoagem e ao nível de dar
alguma resposta à Secção de Windsurf,
em reactivação. Os praticantes têm o
seu próprio material e é assim que deve
ser, o que quer dizer que o Clube não
vai adquirir pranchas de competição
nem outro, mas será natural que para a
Secção funcionar estruturadamente,
tenha de existir no futuro, quando for
possível, algum material de iniciação,
Intensificação da actividade desportiva náutica do Clube Naval da Horta e es-
forço reorganizativo marcaram o mandato que está prestes a terminar
que não é um material que o atleta ad-
quira, mas que as Escolas devem pos-
suir, e se nós vamos fazer Iniciação ao
Windsurf, teremos de ter algum materi-
al para isso.
O que quero dizer com isto, é que nada
está acabado. O mandato correu bem, o
essencial decorreu muito bem, o nível
de eventos, a intensificação da activida-
de, a melhoria da qualidade do treino
em geral, deram-se passos importante
nesse sentido, mas nada está acabado,
porque maior intensificação traz maior
desgaste, maior desgaste agudiza as
necessidades e isto obriga a que haja
soluções. Espero que os próximos dois
anos possam ser de consolidação de
alguns processos em curso, de lança-
mento de outros e de criação de condi-
ções para enfrentar os desafios que a
maior actividade implica.
Era racional que a mesma equipa conti-
nuasse
- Gabinete de Imprensa: Foi a necessi-
dade de consolidação que o levou a
disponibilizar-se para um segundo
mandato consecutivo?
- José Decq Mota: Eu não tinha propria-
mente vontade de fazer mais um man-
dato. A minha posição neste mandato
foi sempre clara. Estando vários proces-
sos em curso e sendo urgente lançar
outros, sempre pensei que era racional
que a mesma equipa continuasse. Inde-
pendentemente da minha própria von-
tade. Isto é muito absorvente e cansati-
vo. E muitas vezes sentir-me-ia muito
mais confortável, se nos próximos tem-
pos não tivesse esta responsabilidade. A
clareza que eu punha era a seguinte: eu
não vim para aqui em 2012 por iniciati-
va pessoal. Não tomei a iniciativa de
procurar pessoas. Pelo contrário. Um
conjunto de sócios bem mais novos do
que eu, é que me procurou para coor-
denar uma nova equipa e eu aceitei.
Agora, quando chegou ao fim do man-
dato e praticamente a totalidade desse
grupo me disse que estava indisponível
para continuar, uns por razões de or-
dem profissional, outros por razões de
ordem pessoal ou por outras responsa-
bilidades que tiveram de assumir nas
suas vidas, entre outros aspectos, não
fazia sentido que essa equipa ficasse
reduzida a uma pessoa. Por outro lado,
tive o cuidado, assim como a restante
Direcção, de anunciar com o dobro da
antecedência que prevêem os Estatu-
tos, a data da Assembleia Eleitoral, pre-
cisamente para possibilitar que sócios
ou grupos de sócios se pudessem orga-
nizar para concorrer às eleições. Obvia-
mente que não tinha nenhuma inten-
ção de criar um impasse. Nos últimos
30 anos já existiram algumas vezes im-
passes na vida do CNH e têm tido sem-
pre solução de forma mais demorada
ou rápida.
O que interiorizei foi o seguinte: se des-
ta minha equipa que trabalhou na Di-
recção, houvesse um conjunto mínimo
de pessoas, contando comigo, que esti-
vesse disponível, no caso de não apare-
cer alternativa e de a Assembleia Geral
concordar com isso, avançaríamos. A
partir de agora, quando eu, o Jorge Oli-
veira e a Olga Marques estivermos a
trabalhar na formação de uma equipa,
já o fazemos escolhidos pela Assem-
bleia Geral e com a confiança da insti-
tuição. Não estamos a trabalhar para
concorrer com outros. Eu não teria acei-
tado ser indigitado sozinho. O Vice-
Presidente Jorge Macedo foi uma pedra
estruturante e basilar da equipa da Di-
recção e a Vogal Olga Marques conse-
guiu sempre, ao longo deste mandato,
conciliar uma perspectiva plena do
exercício do cargo directivo trabalhando
muito bem os difíceis problemas do
sector dela, que é o da Natação mas, ao
mesmo tempo, contribuindo para as
tarefas gerais da Direcção de forma
cada vez mais intensa e persistente. A
par de outros, que não têm possibilida-
des de se recandidatar, eram duas pe-
dras fundamentais da equipa anterior.
Penso que agora temos condições, com
a indigitação dos três pela Assembleia
Geral, para encontrar uma equipa que
possa estar ao nível da que agora termi-
na funções mas, por outro lado, dar
também resposta aos novos desafios,
que vou referir.
“Vamos ser muito cuidadosos na selec-
ção das pessoas para a nova Direcção”
- Gabinete de Imprensa: Acha que vai
ser fácil encontrar pessoas disponíveis
com vontade de trabalhar?
- José Decq Mota: Sim, e adequadas a
que, com o seu saber e experiência,
possam contribuir para o produto final,
que é uma boa gestão no plano econó-
mico, administrativo, financeiro e des-
portivo desta instituição já complexa,
com dimensão e com um orçamento
extenso. Temos de procurar pessoas
que possam fazer ligação e enquadrar
as Secções desportivas, tendo dentro
das suas tarefas essa responsabilidade
por um lado e, por outro, procurando
dinamizar mais as Comissões de Secção,
mas tem de haver sempre a ligação à
estrutura directiva – que tem o poder
deliberativo, fruto da conjugação de
todas as coisas – mas não é só isso. Te-
mos de ter na Direcção pessoas que
possam dar contributos importantes,
por exemplo, pessoas que possam exer-
cer a função de Tesoureiro que é com-
plexa; pessoas que possam dar contri-
butos para uma das prioridades, que é a
reorganização da vida interna do Clube;
pessoas com conhecimento e capacida-
de de estruturação de serviços, de in-
terligação entre os diversos níveis e
componentes de serviço. Queria que na
nova equipa houvesse pelo menos uma
pessoa especializada nisso. Teríamos de
encontrar uma estrutura – além das
pessoas da Direcção – próxima da Di-
recção onde os Monitores, os Treinado-
res, os Técnicos ao serviço do Clube
possam expressar com fluidez as suas
opiniões, sugestões, propostas, etc.
Sem nenhuma perspectiva centralizada
na pessoa do Presidente, mas com a
eficaz coordenação destes níveis.
Vamos ser muito cuidadosos na selec-
ção das pessoas para completar a futu-
ra Direcção. Dentro da nova equipa, no
grau possível e dentro das competên-
cias estatutárias, os outros órgãos di-
rectivos devem ter uma maior predispo-
sição para uma acção mais visível. Estou
a referir-me essencialmente ao Conse-
lho Geral que não pretende ser um lu-
gar de arrumação de nomes. Deve ser
uma estrutura muito mais cooperante
neste processo de permanente evolu-
ção e transformação que o Clube Naval
necessita. Estão lá vários antigos presi-
dentes e membros de antigos corpos
gerentes, gente com muita experiência
em várias áreas e vamos procurar na
nova composição que essa realidade
seja reflectida. Estou confiante na possi-
bilidade de encontrar uma boa equipa.
“Para além de uma que já está indi-
gitada, que é a Olga Marques, es-
tou a pensar em mais duas senho-
ras para a Direcção, cujos nomes
não vou revelar”
Mais mulheres na Direcção
- Gabinete de Imprensa: Por que razão
as mulheres figuram sempre em núme-
ro tão reduzido nas Direcções do CNH?
- José Decq Mota: Logo pelo facto de o
número de mulheres sócias do CNH ser
baixo, porque normalmente os maridos
é que são sócios. Há excepções, mas a
tradição não é esta. Há 2 anos quando
estávamos a terminar a lista deparámos
com essa questão. Basta andar por aqui
durante a Semana do Mar ou este ano
durante o Campeonato Nacional de
Access para ver que algumas senhoras,
que fazem parte de grupos de volunta-
riado e apoio, têm todo o cabimento
numa Direcção. Para além de uma que
já está indigitada, que é a Olga Mar-
ques, estou a pensar em mais duas, que
não vou revelar, mas será feito o apelo
nesse sentido.
“As pessoas que integram Direcções
têm sempre alguma ligação ao Clube”
- Gabinete de Imprensa: O que é preci-
so para integrar uma Direcção, além de
ser sócio, ter gosto, conhecer o Clu-
be?...
- José Decq Mota: Normalmente, quem
acaba por chegar a uma Direcção são
pessoas que, de uma forma ou de ou-
tra, têm ligação ao Clube como prati-
cantes ou por estarem envolvidas em
eventos (participam em equipas de ter-
ra, barcos de apoio, fotografia, etc).
Têm uma ligação e conhecimento gené-
rico da vida do Clube. Mas todos têm
uma ligação afectiva. Muitas vezes, te-
mos de procurar pessoas com alguma
preparação específica, como é o caso
do Tesoureiro que, além de conhecer
minimamente o Clube e perceber como
é que isto gira, tem de saber de conta-
bilidade.
No futuro, é importante ter na Direcção
uma pessoa especialmente preparada
para ir dando passos nas modificações
internas do funcionamento. Há muitos
dirigentes de empresas ou da Função
Pública que têm essa preparação. Mas
se encontrarmos alguém que, ao mes-
mo tempo já conheça a vida do CNH e
tenha intuído que o nível em que esta-
mos exige uma organização profissional
melhor estruturada, então vamos ter
um elemento da Direcção, masculino ou
feminino, muito válido por aí.
- Gabinete de Imprensa: Também é
preciso haver gente jovem nas Direc-
ções…
- José Decq Mota: Uma outra preocupa-
ção que eu penso que tem de haver, é a
de procurar ir incluindo nos Órgãos Di-
rectivos gente na faixa etária dos 40 ou
dos 45, o que não é muito fácil. Pessoas
que estão na casa dos 30 devem ser
convidadas para que possam ir tendo
uma aproximação e não subsista esta
situação demasiado frequente de não
aparecerem listas.
É evidente que hoje em dia é difícil o
associativismo. Fala-se muito de volun-
tariado, mas muitas vezes a vida das
pessoas também não se compadece
com isso, porque muita gente para po-
der ter um padrão de vida, legítimo,
para além da sua profissão, obrigam-se
a fazer outras actividades complemen-
tares remuneradas e, portanto, essas
pessoas dificilmente poderão ter mais
tempo para dedicar a associações como
esta. A situação geral do país mudou a
vida das pessoas. Não se trata de uma
situação de egoísmo, mas de uma épo-
ca muito difícil para muita gente. E ac-
tualmente as pessoas, muito legitima-
mente, aspiram viver num determinado
nível de conforto e de satisfação de
necessidades, que a sociedade de hoje
consegue satisfazer e que há 50 anos
não existia. A exploração da força do
trabalho tudo tem feito para desvalori-
zar o rendimento dos vários escalões
que agora recebem muito menos do
que há pouco tempo. Isto tudo dificulta
o trabalho. Por outro lado, uma institui-
ção deste tipo não pode entrar na aven-
tura de procurar ter dirigentes remune-
rados por pouco que fosse. Isso até
podia funcionar temporariamente, mas
depois ia morrer porque não tem rendi-
mento próprio para sustentar uma situ-
ação dessas. Imaginemos que em vez
de ser uma Direcção de 11 elementos,
seria apenas de 5 em que todos têm o
seu emprego, mas que o trabalho do
Clube era encarado como um part-time,
com um complemento remuneratório.
Talvez fosse mais fácil encontrar algu-
mas pessoas, mas não seria nada sus-
tentável e matava o segredo do cresci-
mento deste Clube, que é o trabalho
voluntário.
O Clube recorre e tem de recorrer a
professores de Natação, de Canoagem,
etc, mas essas pessoas quando prestam
um serviço ao Clube, estão a exercer a
sua actividade profissional, estão nou-
tra situação.
O Clube Naval da Horta sempre esteve
atento às regatas internacionais
- Gabinete de Imprensa: Este ano deu-
se um passo importante em termos de
regatas internacionais com a Regata
“Lorient – Horta Solo”…
- José Decq Mota: O Clube Naval da
Horta sempre esteve atento às regatas
internacionais, mas esta Direcção teve o
cuidado de fazer um envolvimento per-
manente dentro desta questão, no âm-
bito da Comissão Náutica Municipal, um
organismo criado pela Câmara Munici-
pal da Horta que envolve a própria Câ-
mara, o Clube Naval da Horta, a Portos
dos Açores S.A. e a Associação Regional
de Vela dos Açores (ARVA). Dentro des-
ta Comissão, tratam-se fundamental-
mente das questões da atracção de
regatas internacionais à Horta. Neste
ano de 2014 deu-se um passo muito
grande atraindo mais uma regata de
competição, da Classe Fígaro, que este-
ve cá em Setembro (“Lorient – Horta
Solo”) e que resultou num sucesso para
nós e para os franceses, com garantia
de continuidade. O nosso envolvimento
foi muito positivo; já tinha havido este
ano a Regata de 6,5 metros e em 2013
houve a dos 40 pés.
Permaneceu neste mandato de dois
anos, o apoio dado ao Rally Atlântico
ARC Europe, uma área que está a dar
frutos.
José Decq Mota: “Estamos e quere-
mos estar envolvidos nesse esforço
de captação de regatas internacio-
nais para a Horta”
“A Horta está na rota da alta competi-
ção da Vela Oceânica”
- Gabinete de Imprensa: Estamos a
falar de um excelente veículo de divul-
gação da Horta e do Faial.
- José Decq Mota: A Horta é hoje mais
conhecida do que há meia dúzia de
anos como escala da náutica internacio-
nal de recreio de alta competição. Não
é por acaso que mesmo fora de época,
passaram bem recentemente pela Hor-
ta dois catamarans de alta competição.
O Porto da Horta vai sendo mais conhe-
cido, as suas instituições estão harmoni-
zadas com as congéneres francesas de
Lorient e de Sables d’Olonnes e isso faz
com que a nossa responsabilidade vá
aumentando. Este Porto está já na rota
da actual Alta Competição da Vela
Oceânica. E este é um grande objectivo
que temos de continuar a aprofundar.
O Clube Naval da Horta é uma parte
importante desse esforço pela sua natu-
reza técnica. Nós damos apoio a embar-
cações mesmo fora das regatas. Por
exemplo, estes catamarans que vieram
cá recentemente, solicitaram ajuda e,
através da Portos dos Açores S. A., hou-
ve a utilização dos nossos semi-rígidos
que, juntamente com um da Marina da
Horta, estiveram envolvidos nas mano-
bras de apoio, entrada, atracagem, etc.
Estamos e queremos estar envolvidos
nesse esforço de captação.
“Do ponto de vista desportivo, o pro-
jecto olímpico do Rui Silveira é da mai-
or importância”
- Gabinete de Imprensa: Em termos de
divulgação da Horta, do Faial e dos
Açores, temos grandes embaixadores
como é o caso do faialense Rui Silveira
e dos outros dois velejadores do Clube
Naval: David Abecasis e Miguel Guima-
rães.
- José Decq Mota: O Projecto Olímpico
do atleta do CNH, Rui Silveira, e a tripu-
lação do CNH da Classe Snipe David
Abecasis/Miguel Guimarães, merece-
ram uma perspectiva séria de continui-
dade neste mandato que agora termi-
na.
Rui Silveira: o maior embaixador
desportivo faialense fora de portas
Do ponto de vista desportivo, o projec-
to do Rui Silveira é da maior importân-
cia. É um velejador que detém o estatu-
to de Alta Competição, aspira ir aos
Jogos Olímpicos e que em 2014 contri-
buiu de forma decisiva para o apura-
mento de Portugal na Classe Laser Stan-
dard com uma vaga que não está ainda
certo se será ele que a ocupará, mas
está no ranking nacional numa posição
bastante sólida com uma margem mui-
to grande em relação àqueles que se
encontram atrás dele. Tudo isto faz com
que o projecto do Rui seja um projecto
com futuro e cheio de potencialidades.
Ele é jovem e oxalá consiga acelerar
aquilo que conseguiu alcançar na pri-
meira metade de 2014. Tirando o prati-
cante com mais idade, experiência e
participação em Jogos Olímpicos, que é
o Gustavo Lima, logo a seguir em Laser
Standard está claramente o Rui Silveira
no panorama nacional. Para além disso,
na regata em que Portugal foi apurado
em Laser Standard, o Rui não só ficou
na Frota de Ouro, como foi o primeiro
português, o que é extremamente ani-
mador e importante.
Este projecto tem também grande valor
de divulgação, porque é o nome do
Faial e de Portugal que é mostrado em
todos esses estágios, competições da
Federação Internacional de Vela (em
inglês: ISAF), etc, desde o continente
americano ao africano, à Europa e não
só.
O facto de haver atletas oriundos daqui
e formados aqui como é o caso do Rui
Silveira ou atletas que não sendo daqui,
se formaram aqui como é o caso do
David Abecasis e do Miguel Guimarães,
que chegaram a elevados patamares de
competição e que continuam ligados ao
Clube que os formou ou que lhes possi-
bilitou a prática, é positivo desde logo
porque estão a fazer a divulgação do
Clube e da terra onde está inserido o
Clube. Mas é mais do que isso, é a de-
monstração de que o nosso isolamento
geográfico não corresponde ao deter-
minismo segundo o qual seria impossí-
vel formar atletas de Alta Competição a
partir dos Açores. É a prova de que a
nossa Escola de base é igual às outras,
sendo certo que tem de haver determi-
nação por parte dos atletas.
O Rui Silveira tem direito a apoios naci-
onais porque é um atleta de Alta Com-
petição, mas tem também apoios regio-
nais que são muito importantes, sendo
canalizados para o CNH. Todos os con-
tratos-programa, quer para a formação
– treinador – quer para o próprio Pro-
jecto Olímpico em si (para tudo o que
implica essa preparação por parte do
atleta), correm pelo CNH.
O Clube Naval da Horta no Protocolo
que assina anualmente com o Turismo,
também inclui uma verba para a divul-
gação do projecto do Rui. Temos muito
gosto em ter esse papel, que é um pa-
pel activo. Temos a prerrogativa legal
de poder concorrer a contratos-
programa de apoio a treinadores. E é
isso que estamos a fazer. Se receber-
mos no contrato a quantia de 100, em-
pregamos no projecto a quantia de 100.
Quando entrei no CNH em Novembro
de 1996 como Presidente da Direcção,
o Rui Silveira ainda não pertencia à Es-
cola de Vela, mas era um miúdo muito
engraçado que passava o dia no Clube e
pedia constantemente para ir nas em-
barcações de apoio quando estava a
haver treinos ou regatas, que na altura
eram os botes de fibra de vidro e não os
semi-rígidos como hoje. Como o Rui era
muito pequenino, tínhamos o cuidado
de ele levar o colete vestido. Era sem-
pre o primeiro a chegar e o último a ir
embora. Lembro-me do avô dele, o
meu grande amigo, já falecido, José
Medeiros, conhecido mestre das lan-
chas do Pico, que chegou a vir ter comi-
go, muito orgulhoso de o neto ter esta
queda para o mar, e dizer-me: “Vocês
tenham cuidado com o rapazinho, não
vá ele cair ao mar”. O Rui Silveira foi
sempre um miúdo muito estimado por
toda a malta do Clube. Depois entrou
na Escola de Vela e demonstrou uma
característica muito importante que é
necessário um atleta ter para chegar a
este patamar: determinação e vontade
de trabalhar. Não se pense que a vida
de um atleta de Alta Competição é fácil
porque não é. É duríssima e de uma
exigência enorme! Afecta psicologica-
mente os atletas, que têm de ter ener-
gia para resistir a isso. Os meus votos
são para que o Rui possa continuar a
progressão que tem tido e que é muito
grande. De há 3 anos para cá tem tido
uma progressão enorme!
Desejamos ao Rui os maiores sucessos
neste enorme esforço e trabalho que
ele vem fazendo.
David e Miguel: dois velejadores que
podem ser tidos como exemplo
David Abecasis e Miguel Guima-
rães: uma dupla de velejadores que
se orgulha de representar o Clube
Naval da Horta
Fotografia cedida por: David Abecasis
Em relação ao David Abecasis e ao Mi-
guel Guimarães, é uma situação dife-
rente. Sendo uma Classe que hoje não
se pratica nos Açores, embora eles te-
nham praticado na Horta outras classes,
o Snipe é uma classe clássica e por ou-
tro lado é um veículo de divulgação
muito grande, pois estiveram no Cam-
peonato Mundial do Rio de Janeiro e
noutras provas e estão num patamar
muito elevado, o que é muito importan-
te. Fala-se constantemente do Clube
Naval da Horta em razão destes projec-
tos e isto cria a possibilidade real de
poder haver linhas de continuidade no
futuro, envolvendo jovens que hoje
ainda estão longe desses patamares
mas que também aspiram chegar lá.
Foi com muita atenção que esta Direc-
ção olhou para estes projectos, fazendo
tudo, na medida dos seus meios (que
não são muitos) para que pudessem
singrar e desenvolverem-se como acon-
teceu ao longo destes últimos dois
anos.
“Pretendemos actualizar os Estatutos à
nova realidade do Clube”
- Gabinete de Imprensa: O que consi-
dera importante e que não pôde ser
concretizado?
- José Decq Mota: Uma situação negati-
va neste mandato foi o facto de não se
ter alterado os Estatutos. Isso esteve
equacionado desde 2013, deram-se
alguns passos no fim desse ano com a
nomeação de um Grupo de Trabalho,
mas por manifesta falta de capacidade
da própria Direcção, o projecto não foi
suficientemente dinamizado. É uma
situação de debate que implica alguma
disponibilidade de reflexão. O que pre-
tendemos é actualizar os Estatutos à
nova realidade do Clube, uma vez que
estão fortemente desadequados da
realidade que é hoje o CNH. A base dos
Estatutos é de 1986 e embora tenham
tido pequenas modificações, posterior-
mente o Clube Naval transformou-se
muito quantitativamente e qualitativa-
mente. Por isso, há uma série de situa-
ções que têm de ser revistas e repensa-
das. Esse Grupo de Trabalho seria de
especialistas, mas para lançar um deba-
te que implica tempo. A nova Direcção
vai integrar no seu futuro Plano de Acti-
vidades, já no início de 2015, o lança-
mento desse debate interno (porque
até as formalidades legais têm alguma
demora), para que num mandato esse
processo possa ser concluído. Quando,
em meados de 2014, percebemos que
talvez pudéssemos começar a dinamizar
isso, não tínhamos nenhuma possibili-
dade prática de acabar o processo nes-
te mandato. E embora se possa dizer
que poderia transitar para o mandato
seguinte, a verdade é que pode transi-
tar ou pode cair.
- Gabinete de Imprensa: Quando fala
em alterar os Estatutos, está pensar na
questão que se ouve de que os manda-
tos deveriam ser de 3 e não de 2 anos?
- José Decq Mota: Quanto aos proble-
mas concretos que os Estatutos levan-
tam, eu podia enunciar variadíssimos,
mas não me vou deter nisso. Apenas
vou referir esta situação a título de
exemplo: os mandatos são de 2 anos, 2
mandatos são 4 anos. Qual seria a solu-
ção mais adequada? Talvez fosse serem
mandatos de 3 anos. Porquê? Porque
possibilita que uma Direcção nova che-
gue, vá gerindo e se inteirando; que no
segundo ano lance as questões em que
quer mexer mais profundamente e no
terceiro ano as possa consolidar. A ten-
dência que tem sido relativamente fre-
quente de uma Direcção não fazer 2
mas 4 anos quando as pessoas estão
disponíveis para isso, resulta do facto
de 2 anos ser claramente insuficiente e,
portanto, esta é uma das questões, mas
há muitas outras para discutir nos Esta-
tutos.
“A organização interna da vida do Clu-
be tem de ser revista rapidamente”
- Gabinete de Imprensa: O que mais
ficou por fazer?
- José Decq Mota: Outra questão que
esta Direcção não teve possibilidade de
mexer de forma sistemática, apenas o
fez de forma parcelar, tem a ver com a
organização interna da vida do Clube,
nomeadamente no que respeita ao
quadro de funcionários, às grelhas sala-
riais, aos conteúdos funcionais (aqui
mexemos um pouco). Este Clube tem
um quadro profissional pequeno, que é
acrescentado com um conjunto de
prestadores de serviços que, não sendo
funcionários, prestam serviços regula-
res ao Clube: Monitores de Canoagem,
Vela, Natação, Coordenador Técnico de
Natação, etc. É toda uma área que tem
de ser regulada. Penso que é nossa
obrigação que o pequeno quadro pro-
fissional existente no Clube, mais os
colaboradores profissionais, esteja or-
ganizado de maneira a que, os seus
conhecimentos e a sua prestação de
trabalho potencie a capacidade do Clu-
be. Há uma perspectiva que vem de
origem, que é muito amadorística. Por
exemplo, o Monitor de Canoagem, Na-
tação, Formadores do Centro de Forma-
ção, têm todo regimes diferenciados
uns dos outros o que não tem grande
justificação, porque as exigências em
termos de habilitação têm de ser uni-
versais e isto é uma matéria que tem de
ser mexida e que naturalmente não
pode ser solucionada apenas numa reu-
nião ou num momento. Há situações
que existem e que só com o tempo é
que podem ser resolvidas, como a arti-
culação de todos estes serviços. Reco-
nheço e lamento que assim seja, mas a
verdade é que o trabalho que é presta-
do pelos funcionários do Clube Naval a
tempo permanente está desvalorizado.
Também se coloca esta questão: Qual é
o objectivo do CNH no futuro em ter-
mos de comunicação com o exterior? A
experiência actual é altamente gratifi-
cante e positiva. A existência de uma
jornalista a trabalhar no Gabinete de
Imprensa projectando diariamente a
actividade do Clube, com reflexos notó-
rios na Comunicação Social das várias
áreas, para além das redes sociais e
tudo o mais, é muito bom. Esta é uma
questão que a nova Direcção tem de
estudar correlacionando com os meios
disponíveis para que ao longo do man-
dato se possam dar passos. Não se po-
de fazer tudo, mas é importante que
esses passos sejam dados de forma
coerente para que o processo possa ter
continuidade ao longo dos próximos
anos.
“Em 1996 percebemos que o CNH tinha
de trabalhar para aumentar as suas
receitas próprias”
- Gabinete de Imprensa: Sente que, de
mandato para mandato, as exigências
são maiores?
- José Decq Mota: Sim. No meu primei-
ro mandato, de 1996 a 1998, foi feito
um trabalho muito importante, com
uma equipa muito coesa e muito boa.
Lembro que tive como Vice-Presidentes
o Jorge Macedo e o engenheiro Mário
Lourenço. Apanhámos o Clube numa
época de transição. Vínhamos de dois
mandatos do Dr. Manuel Fernando, que
tinham sido muito bons, muito activos,
com a afirmação do Clube em várias
áreas e com a aquisição de alguns equi-
pamentos importantes como a lancha
Atlântida, que tinha sido comprada en-
tre 1993/1994. O Clube estava bem
quando entrámos, mas estava a viver
uma época nova. O poder político regio-
nal tinha mudado nesse ano e começa-
ram a aparecer outras regras de funcio-
namento. A atribuição de subsídios pas-
sou a ter outro tipo de critério, outras
metodologias. Foram criados os contra-
tos-programa que eram uma realidade
muito ténue anteriormente. Os contra-
tos-programa são uma realidade positi-
va, porque representam uma compen-
sação financeira para a realização de
determinados objectivos pré-definidos.
Posto de combustível:
Percebemos que o Clube Naval tinha de
trabalhar para aumentar as suas recei-
tas próprias, ou seja, tinha de procurar
que as despesas obrigatórias regulares
estivessem mais ou menos cobertas
pelas receitas próprias do Clube, para
que não dependesse de contratos-
programa nem de subsídios. E tivemos
alguma sorte no meio disso. Tinha aber-
to um posto de combustível na Marina
Norte. A Junta Autónoma do Porto da
Horta, que era quem geria o Porto, ti-
nha concessionado esse posto a um
gasolineiro, na altura era a firma J.
Monjardino, da Terceira, e fazia a exi-
gência de o posto de combustível funci-
onar todo o ano. Nesse tempo tinha só
gasóleo e funcionava todo o ano, num
horário idêntico ao da Marina, ou seja,
de Inverno das 09h00 às 17h00 e de
Verão das 08h00 às 20h00. Mas só a
vender gasóleo, a verdade é que de
Inverno não havia movimento. Como
tal, a firma J. Monjardino deparou-se
com um problema: tinha de ter o posto
aberto, mas não podia vender a viatu-
ras só a barcos, e de Inverno não havia
barcos para abastecer. Nessa altura, os
responsáveis por esta empresa tinham
interesse em manter aquele posto mas
não com este tipo de situação. Na quali-
dade de Presidente da Direcção do Clu-
be Naval da Horta, fui procurado pelo
presidente da administração dessa fir-
ma que me fez a proposta de o CNH
ficar na situação de distribuidor uma
vez que tinha funcionários permanentes
e ficando a uma distância de 50 metros,
poderia ter um posto aberto. Depois de
estudada, a proposta foi aceite e come-
çámos a explorar o posto de gasóleo em
fins de 1997, o que veio trazer ao Clube
uma situação económica completamen-
te diferente. O movimento maior regis-
ta-se a partir de Abril, quando começam
a chegar barcos. De Inverno, actual-
mente já há mais movimento, porque
há sempre barcos a gasolina que actu-
am aí e que se abastecem ali. O nosso
pessoal de armazém dá perfeita respos-
ta. De Abril a Setembro reforçamos a
bomba e cumprimos escrupulosamente
o horário da Marina e se por qualquer
situação for necessário abastecer fora
de horas, também se faz.
Foi o primeiro passo para esta cobertu-
ra com receitas próprias das despesas
obrigatórias permanentes.
O Centro de Formação de Despor-
tistas Náuticos do CNH constitui
uma fonte de receita desta institui-
ção
Centro de Formação:
O segundo passo dado pela segunda
Direcção em que estive, de 1999 a Abril
de 2001 (era até Dezembro de 2000) foi
a criação do Centro de Formação de
Desportistas Náuticos que, embora não
tenha grandes receitas, é um contribu-
to. Os custos dos Cursos são elevados
devido às exigências da Direcção-Geral
dos Recursos Marítimos (DGRM), ou
seja, o montante que pagamos para a
credenciação da Escola e do que está
estabelecido para os formadores, do
que pagamos por exame é muito eleva-
do, mas apesar de tudo há uma mar-
gem para o Clube, o que constitui uma
fonte de receita.
À concessão do Salão/Bar, que já vinha
de atrás, acrescentámos estas duas
fontes de receita.
Bazar/Loja:
Durante um período existiu na sala que
actualmente é da Direcção, um Bazar.
Em 1999 e 2000 ainda chegou a ser
uma loja com alguns equipamentos
náuticos juntamente com os artigos de
bazar, mas a Direcção que veio a seguir
à minha, acabou com isso. A loja vendia
recordações, como t-shirts, bonés, pins,
etc, o que constituía uma fonte de ren-
dimento, que agora está mais adorme-
cida por uma razão que tem a ver com a
degradação e exiguidade das instala-
ções. Se desocupássemos esta sala para
voltar a funcionar o Bazar e fôssemos
para a sala onde está a Directora Técni-
ca, não sei bem como é que isto funcio-
naria, porque o Clube tem crescido,
contando actualmente com 1 Directora
Técnica, 2 funcionárias administrativas
para as funções de Secretaria (uma
mais virada para as funções de Secreta-
riado e a outra para questões de Conta-
bilidade); 1 fiel de Armazém; agora te-
mos mais 1 trabalhador que fez o está-
gio cá e ficou apto para fazer repara-
ções em fibra de vidro em embarcações
(uma unidade que temos de ter); 1 trei-
nador de Vela Ligeira de Grau II a tem-
po inteiro e 1 jornalista no Gabinete de
Imprensa. Portanto, é uma situação
muito diferente de quando fui presiden-
te pela primeira vez, em que o Clube
dispunha de apenas 1 funcionária de
Secretaria e de 1 encarregado de Arma-
zém.
Na Natação, o CNH tem um quadro téc-
nico com 5 pessoas (Treinadores e Mo-
nitores), na Canoagem temos 1 Moni-
tor, na Vela temos mais 1, além de 1
responsável pedagógico e formador
para Patrão de Costa e 1 formador para
Marinheiro e Patrão Local no Centro de
Formação. Tudo isto envolve muita gen-
te e muitas situações.
Sede desadequada limita actividade
- Gabinete de Imprensa: A falta de uma
sede condigna limita a actividade do
Clube?
- José Decq Mota: Posso dizer que sim.
Em termos desportivos, aponto uma
limitação enorme. Hoje em dia não é
aceitável ter atletas de competição,
mesmo que seja só a nível local ou regi-
onal, sem ter um pequeno ginásio adap-
tado com os equipamentos necessários
à preparação física que o velejador, o
canoísta, ou o praticante de Windsurf
tem de ter. Para atenuar essa situação,
temos recorrido a ginásios locais.
Temos uma limitação muito séria em
termos de espaço. Na prática, temos a
responsabilidade operacional de 8 bo-
tes baleeiros e não temos onde guardá-
los. Neste momento até temos, porque
a Cofaco cedeu-nos temporariamente a
antiga fábrica do peixe, um edifício com
muitas centenas de metros quadrados,
mas é uma situação precária. O Clube
Naval está muito reconhecido à admi-
nistração da Cofaco por esta generosi-
dade, mas temos de perceber que isto é
provisório.
Recordo que até Dezembro de 2012 o
Clube tinha equipamentos dispersos
por alguns armazéns da Portos dos Aço-
res S. A., nalguns recantos mais incríveis
dos anexos que aqui temos e até nos
Serviços Agrícolas do Faial. Também
chegámos a ter nos Serviços Florestais.
Num armazém que a Portos dos Açores
S. A. nos cede, é onde funciona a nossa
oficina, preciosa para realizarmos os
trabalhos de fibra de vidro e de pintura.
Tanto quanto sei, as novas instalações
contemplam um aumento da área de
armazém na ordem dos 43% e há a pre-
visão da construção de um hangar em
frente à rampa Norte para embarcações
do CNH.
O projecto, que está acabado em ter-
mos de arquitectura e de especialida-
des para a remodelação desta casa,
prevê que no rés-do-chão funcionem
armazéns maiores, fique uma área de
apoio desportivo nomeadamente um
pequeno ginásio, salas para os treinado-
res e no andar de cima, onde está a
funcionar o Salão/Bar, passe a ser um
andar que cobre todo o edifício, em que
metade fica destinado às instalações do
Bar e parte social e na outra parte os
serviços administrativos, sala de reuni-
ões, espaço para loja devidamente ade-
quado, etc.
Sede do CNH: Este edifício foi cons-
truído no fim da década de 80
“Quando as obras começarem, o CNH
tem de procurar um espaço para sede
durante 18 meses”
- Gabinete de Imprensa: Acha que a
nova sede vai ser uma realidade no
próximo mandato?
- José Decq Mota: Não tenho a certeza.
- Gabinete de Imprensa: O projecto é
da responsabilidade de quem?
- José Decq Mota: Este edifício é propri-
edade da Portos dos Açores S. A. Foi
construído no fim dos anos 80 a seguir à
construção da bacia Norte da Marina.
Sendo propriedade do Governo Regio-
nal, foi entregue à Portos dos Açores S.
A.
Houve uma hesitação inicial sobre o uso
desta estrutura, porque até 1988 a for-
mação em Vela e Canoagem era da res-
ponsabilidade da Delegação de Despor-
tos. À partida, estava intuído que o ar-
mazém Norte seria para a Delegação de
Desportos, destinado à Vela. Só que o
Governo Regional deliberou, e bem, em
1988/1989, passar a competência da
formação para os clubes. No entanto, o
Bar só foi entregue ao CNH bem mais
tarde.
Estas instalações foram cedidas ao CNH,
as quais sofreram danos por altura do
sismo de 1998. É um edifício que tem
sido pouco mantido pelo proprietário,
porque há vários anos existe a perspec-
tiva de ser remodelado.
A informação de que disponho, não
oficial mas oficiosa, é de que o Clube
Naval da Horta tem de encontrar uma
sede provisória por 18 meses, ou seja,
enquanto decorrerem as obras de cons-
trução da nova sede.
Apoio de patrocinadores para compen-
sar os cortes nos apoios
- Gabinete de Imprensa: Como tem
sido contornada a questão do corte
dos apoios?
- José Decq Mota: Neste mandato con-
seguimos contornar essa diminuição.
Houve uma redução nos contratos-
programa, no quadro competitivo por
redução da Vela e da Canoagem. A As-
sociação Regional de Canoagem dos
Açores (ARCA) realizava 3 provas anuais
regionais que agora estão reduzidas a
apenas 1, ao passo que a Associação
Regional de Vela Ligeira (ARVA), promo-
via 5 e agora são 3, porque houve uma
redução muito drástica. Embora este
corte tenha a ver com os contratos-
programa das Associações e não do
CNH, a verdade é que também nos
afecta.
Há uma certa tendência de redução de
outros subsídios, nomeadamente muni-
cipais. No caso do Turismo, o valor em
termos absolutos aumentou de 2013
para 2014. Mas em termos de taxa de
cobertura pelo trabalho feito, diminuiu
percentualmente.
Para contrariar isto, temos procurado
um aumento de patrocínios privados,
que muitas vezes não se expressa tanto
em dinheiro mas em espécie. Por exem-
plo: se temos um patrocinador que nos
fornece a matéria-prima para os lan-
ches de mar durante o Festival Náutico
da Semana do Mar, estamos a falar de
milhares de euros de apoio. Se precisá-
mos, como foi o caso, para o Campeo-
nato Nacional de Access, que decorreu
em Julho deste ano, e em que estive-
ram presentes 22 barcos, de uma quan-
tidade enorme de defensas para que as
embarcações pudessem estar encosta-
das aos pontões, uma vez que, ao con-
trário dos outros atletas de Vela Ligeira,
os de mobilidade reduzida não embar-
cam na rampa mas numa grua, e os
barcos têm de estar já na água, repre-
sentava uma despesa de muitas cente-
nas de euros. Felizmente houve um
empresário que patrocinou o número
de bóias de que precisávamos.
A parte social da Atlantis Cup – Regata
da Autonomia este ano foi melhor re-
solvida, porque tivemos patrocinadores,
prémios e refeições por etapa, o que
veio enriquecer a parte social deste
evento.
Enquanto trabalharmos assim, estamos
a reduzir despesas e a resolver proble-
mas. As contas do ano ainda não estão
fechadas, mas vou ter o cuidado de
fazer um apuramento rigoroso do valor
dos patrocínios. Não diminuímos em
nada a actividade prevista, sendo que o
valor dos apoios numas áreas diminuiu
e noutras não.
- Gabinete de Imprensa: O que reserva
o futuro nesse âmbito?
- José Decq Mota: A tendência que se
está a desenhar em relação a apoios
oficiais não é muito auspiciosa, mas
penso que as entidades próprias não
deixarão de valorizar o papel que o CNH
tem nos seus objectivos, muitos deles
até definidos pelas próprias entidades.
Hoje em dia sabemos que todas as acti-
vidades relacionadas com o mar estão
nas prioridades governativas do poder
regional e, portanto, não podem desva-
lorizar a acção das entidades associati-
vas que colaboram nessa promoção.
Por outro lado, não podem pretender
que com os mesmos ou com menos
meios se faça mais.
Uma das principais preocupações do
CNH para não perder esta saudável situ-
ação económica e financeira, é conti-
nuar a ter receitas próprias. De realçar
que a quotização (temos mais de 800
sócios) é na ordem das dezenas de mi-
lhares de euros.
“O CNH tem todo o interesse em
manter o Protocolo com a Escola
Profissional da Horta”
Protocolo com a Escola Profissional
deu bons frutos
- Gabinete de Imprensa: Em que mol-
des funciona o Protocolo estabelecido
com a Escola Profissional da Santa Casa
da Misericórdia da Horta?
- José Decq Mota: Funciona em termos
da colaboração que o CNH dá aos alu-
nos do Curso de Técnico de Construção
e Reparação Naval. A componente prá-
tica no que respeita aos trabalhos en-
volvendo fibra de vidro, madeira e mo-
tores, tem sido sempre dada no CNH.
No caso da fibra, as aulas corresponde-
ram a pequenas reparações necessárias
em barcos nossos. Relativamente a mo-
tores, o Presidente da Mesa da Assem-
bleia Geral do CNH substituiu o motor
do barco dele e cedeu esse mesmo mo-
tor para servir de modelo de trabalho
para as aulas.
Após o Curso, houve a realização de
Estágios Profissionais no CNH. E devo
dizer que esses estagiários deram uma
ajuda enormíssima! Tivemos, depois,
dois alunos no Estagiar T, e um deles
continua a trabalhar no Clube.
Contámos com um outro processo pro-
tocolar, em que no ano de 2013 organi-
zámos um Curso de Patrão Local desti-
nado apenas a esses alunos do Curso da
Escola Profissional, uma vez que no
currículo tinham praticamente toda a
matéria exigida em termos de aulas.
Este Protocolo está em vigor e se nal-
gum próximo ano lectivo este Curso
voltar a ser uma realidade, o CNH tem
todo o interesse em ser parceiro.
“Festival Internacional de Vela Ligeira
deve ser uma prova de referência”
- Gabinete de Imprensa: Acha que o
Festival Internacional de Vela Ligeira
está a perder fôlego?
- José Decq Mota: Este ano de 2014
sentiu-se, pela primeira vez, por parte
de alguns Clubes convidados – sempre
muito entusiasmados com as 7 edições
anteriores – a falta de condições para
participar. Mas o CNH também não po-
de fazer mais, pois cede as refeições, o
alojamento, as viagens marítimas dos
barcos e parte das viagens aéreas.
O Encontro Internacional de Vela Ligeira
é uma prova não oficial de Vela Ligeira,
como há centenas de provas que são
altamente prestigiadas e nós pretende-
mos que esta venha a ser uma prova
altamente prestigiada, de referência,
que mesmo não fazendo parte de ca-
lendário algum, passe a ser aliciante
para treinadores das classes Optimist
Juvenis e Juniores de Laser e 420 e
Seniores de Access (mobilidade reduzi-
da). Temos contactos com todos os
clubes regionais e condições para ter
aqui toda a frota regional; contactos
com clubes da Madeira, Continente
português, de vários pontos Espanha
(da Galiza, Federação Madrilena, Ceuta,
Canárias), de França e ainda com New
Bedford (EUA). Precisamos é de ter os
meios para isso. Acho que isso é muito
importante para o Faial e para os Aço-
res, uma vez que tem retorno turístico
imediato. Estamos a falar de miúdos
que na sua maioria se fazem acompa-
nhar pelos pais e estes vêm por sua
conta.
“Colaboração dos sócios é fundamen-
tal”
- Gabinete de Imprensa: Acha que o
Clube Naval da Horta ainda pode fazer
mais?
- José Decq Mota: Penso que sim. Este
ano demonstrámos isso. Estávamos
habituados a ter em cada época e no
que toca à regata de Vela de Cruzeiro:
um Rally turístico internacional e uma
Regata internacional e a nossa Atlantis
Cup, e este ano organizámos 4 e correu
lindamente.
Sou de opinião de que a nossa capaci-
dade instalada ainda não está esgotada.
Quando se procura introduzir eficiência
no trabalho directivo, no dos funcioná-
rios, colaboradores e voluntários, por
vezes com o mesmo dinheiro consegue-
se fazer o mesmo. Muitas vezes é possí-
vel, mas graças aos nossos sócios. Re-
cordo que no primeiro dia do Festival
Náutico da Semana do Mar deste ano
tivemos 22 embarcações de apoio no
mar em simultâneo, entre as 14 e as 18
horas. Nós só temos 7, mas com a mo-
bilização dos sócios (uns com embarca-
ção própria, outros com embarcações
cedidas) conseguimos dar apoio a 4
eventos a decorrer ao mesmo tempo,
ao longo de várias horas.
Mais modalidades e manutenção de
parcerias
- Gabinete de Imprensa: Estão previs-
tas novas modalidades?
- José Decq Mota: Na parte desportiva
temos as várias Secções e o Windsurf,
que está agora a ser reactivado e que
terá de ter uma certa integração na
Vela Ligeira. Além da Apneia, dentro
das actividades subaquáticas, aspiramos
ter mais, e há sócios interessados no
Mergulho Desportivo.
É uma gama muito grande de activida-
des, muitas delas ligadas a contactos
permanentes que o Clube tem com ou-
tras instituições. Na Vela Ligeira, por
exemplo, está integrada a Vela para
pessoas com mobilidade reduzida
(Access) e nesse quadro temos uma
relação muito estreita com a Associação
de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha
do Faial (APADIF). No caso dos Botes
Baleeiros fazemos a gestão de toda a
frota, mas 6 botes são das Junta de Fre-
guesia, o que implica uma estreitíssima
coordenação com as Juntas. Também
estamos ligados ao Serviço de Desporto
da Ilha do Faial com a propositura de
contratos-programa. São muitas liga-
ções e parcerias que tornam possível
este vastíssimo leque de actividades.
Na hora de encerrar um mandato, e já a pensar no
próximo, que começa em Janeiro de 2015, Jorge
Macedo, Director da Secção de Vela de Cruzeiro do
Clube Naval da Horta (CNH), foi convidado a fazer
o balanço destes 2 anos de trabalho (2013 e 2014),
que ficam marcados pelo aumento do número de
regatas e a diminuição das Cerimónias de Entregas
de Prémios, devido à falta de dinheiro. Atribuição
de Prémios à Classe Open nas Regatas de maior im-
portância como é a Atlantis Cup - Regata da Auto-
nomia e inclusão de 2 novos Ralis Náuticos no calen-
dário da próxima época, designadamente à Calheta
de São Jorge e às Lajes das Flores, são alguns dos
aspectos que poderão integrar o futuro
Plano de Actividades desta Secção. No
entanto, este Dirigente vai dizendo, em
forma de alerta para quem de direito
que, os frequentes discursos de reco-
nhecimento pelo trabalho de promoção
que é feito pelo CNH sobre o Faial e os Açores no
Mundo, têm de vir acompanhados por um envelope
financeiro correspondente, caso contrário não é pos-
sível manter este cenário até, porque, há instituições
nos Açores que fazem muito menos nesta área e re-
cebem contrapartidas financeiras muito maiores. E
os exemplos estão à vista de todos.
Como é habitual no início de cada época, realiza-se uma reunião
para definir as linhas orientadoras que são discutidas em fórum
da Direcção e depois de apresentadas e discutidas na Secção de
Vela de Cruzeiro, dão origem ao calendário que é apresentado
previamente aos velejadores e nessa altura são ajustadas as datas
conforme as disponibilidades que vão acontecendo.
Este é, também, o procedimento seguido pela Secção de Vela de
Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH), que tem como Director
Jorge Macedo, que hoje faz o balanço a este mandato, que termi-
na no dia 08 de Janeiro próximo, dia de conclusão da Assembleia
Geral Eleitoral iniciada a 11 deste mês.
“Com o intuito de atrair mais embarcações ao sistema de Rating
ORC, em que a justeza desportiva está mais do que provada ao
longo destes anos, e devido à enorme disparidade da nossa frota,
ficou definido na reunião da Secção que a Classe Open não teria
qualquer classificação”, explica este Dirigente.
Caracterizada por um espírito mais desportivo e menos competiti-
vo, “a Classe Open existe para,
alguns estrangeiros que se encon-
tram de passagem pela Marina do
Faial aquando da realização das
provas, puderem participar, já que
o sistema de rating obriga a um
conjunto de medidas complicadas e morosas, nomeadamente os
certificados, que são emitidos pela Federação Portuguesa de Vela
Jorge Macedo faz o balanço a actividade da
Secça o de Vela de Cruzeiro do CNH
Um mandato caracterizado pelo
aumento do número de regatas e
pela diminuição das Entregas de
Prémios
(FPV), o que não permite a competição em Classe ORC”.
Jorge Macedo: “Os velejadores da Classe Open tam-
bém merecem ser premiados”
Prémios para a Classe Open
Tendo em conta que, tanto em ORC como em OPEN os veleja-
dores participam e empenham-se, “não é descabido que nas
regatas mais importantes os participantes na Classe Open
venham a ter prémio”, revela Jorge Macedo. A Atlantis Cup –
Regata da Autonomia é certamente uma das provas que vai
ser contemplada nesse aspecto.
Este Dirigente salienta, ainda, o facto de, tanto em 2013 co-
mo em 2014, a Classe Open ter registado quase tantos parti-
cipantes como na Classe ORC no que concerne à Atlantis Cup.
Como tal, frisa: “Temos de ter algum carinho para com estes
participantes”.
A novidade também deverá ser aplicada às Regatas Horta/
Velas/Horta, Sanjoaninas e noutras em que a participação na
Classe Open tem expressão.
A Atlantis Cup é, ano após ano, destacada em todos os balan-
ços feitos, por se tratar da maior regata de vela oceânica de
Portugal e que tem vindo a alargar o seu espectro de partici-
pantes. Basta referir que este ano contou com tripulações de
Hong Kong, New Bedford, Portugal Continental, Madeira e
Açores.
Em 2014 foram introduzidos os patrocinadores por etapa,
que Jorge Macedo ambiciona serem “mais generosos em
2015”. E na opinião deste Dirigente “nem sequer foi muito
difícil conseguir os patrocinadores por etapa”: BMW/Auto-
Açoreana entre Santa Maria e Ponta Delgada; Quinta dos
Açores entre Ponta Delgada e Angra e NOS Açores entre An-
gra e Horta.
Ralis Náuticos à Calheta de São Jorge e às Lajes das Flores
Recuando um pouco no tempo, até para que se possa estabe-
lecer um paralelismo, este Director recorda que no mandato
de 2011/2012 do calendário de provas da Secção de Vela de
Cruzeiro do CNH constavam 10 competições e neste manda-
to, que está prestes a terminar, subiu para 15.
Quando questionado sobre se a perspectiva é aumentar no
mandato de 2015/2016, este Responsável responde: “Não
podemos aumentar neste ritmo, caso contrário ficamos sem
calendário possível, pois é preciso não esquecer que os vele-
jadores têm outros afazeres”.
Foi precisamente por indisponibilidade de calendário que
este ano ficou de fora a proposta vinda da Câmara Municipal
da Calheta no sentido de o Clube Naval da Horta organizar
um Passeio Náutico a esta vila jorgense, o que deveria ter
acontecido no fim de Agosto. No entanto, este Dirigente adi-
anta que esta prova vai ser tida em conta no Plano de Activi-
dades da próxima época.
Recorde-se que o CNH já organiza um Rali às Velas de São
Jorge, que decorreu no passado mês de Julho. “O objectivo é
andarmos nas ilhas do Triângulo”, sustenta Jorge Macedo.
Em 2013, o CNH recebeu um contacto por parte do Presiden-
te do Clube Náutico das Lajes das Flores para organizar um
Rali Náutico a este concelho por altura das Festas do Emi-
grante, no fim de Julho. Mas como coincide com a Atlantis
Cup não tem sido possível. A solução passará por encontrar
outra data, o que será revisto no próximo ano.
“O papel de promoção do Faial e dos Açores no Mun-
do, que é feito pelo CNH, tem de vir acompanhado do
correspondente envelope financeiro”, alerta Jorge Ma-
cedo
Autoridades locais e regionais têm de repensar o papel do
CNH
Instado a pronunciar-se sobre o que revelam estes convites/
solicitações para organização de novas regatas a acrescentar a
um calendário já de si muito preenchido, o Presidente da Sec-
ção de Vela de Cruzeiro do CNH refere que “isso só pode sig-
nificar que o Clube Naval da Horta é reconhecido pelas autori-
dades regionais como sendo um clube dinâmico e com uma
grande capacidade organizativa”. No entanto, lamenta que
“esse dinamismo tão abundantemente apregoado não seja
acompanhado dos justos e necessários apoios financeiros,
tendo em conta o papel preponderante que este Clube tem
na projecção e divulgação do Faial e dos Açores no Mundo”. E
prossegue: “Quando se sabe que foram canalizados para um
Campeonato da Europa de Fórmula Windsurfing (o que repre-
senta apenas uma prova), verbas superiores às que recebe-
mos para realizarmos toda a nossa actividade anual, incluindo
duas regatas internacionais, é claro que quem anda a traba-
lhar no CNH se sente, pois lá diz o ditado que quem não se
sente não é filho de boa gente. Penso que o CNH tem feito
um excelente trabalho no que toca à promoção dos Açores,
mais do que equipas de outras modalidades desportivas, nos
campeonatos secundários nacionais, por exemplo, e recebe
muito menos”. “Portanto – realça – não podem esperar que
este grau de actividade se mantenha, quando há menos di-
nheiro”.
Após uma conversa mantida com o actual Presidente da Di-
recção, Jorge Macedo aceitou fazer mais um mandato, mes-
mo desmotivado, atendendo a que “não queria ser um dos
responsáveis por deixar o CNH num impasse directivo”.
Funções directivas começaram em 1988
Jorge Macedo, um homem que de mar apenas sabia pescar e
nadar, aceitou o desafio lançado pela primeira vez em 1988
para integrar os Corpos Sociais desta instituição, numa altura
em que o líder escolhido foi Aurélio Melo.
Com manifesta paixão pelo futebol, transitou para a Vela de
Cruzeiro de forma espontânea “e as coisas foram acontecen-
do”. Fui abraçando novas ideias e os projectos nasceram gra-
dualmente”, recorda.
De lá até hoje, foram poucos os anos em que este Dirigente
esteve afastado do Clube, com a particularidade de quase
sempre ter sido Vice-Presidente e de sempre ter dirigido a
Secção de Vela de Cruzeiro. Não é à toa que o actual Presi-
dente da Direcção o classifica como “pedra basilar e estrutu-
rante”.
“Um Festival Náutico excelente!”
Em termos de participação, em 2014 a média de embarcações
por regata de Vela de Cruzeiro fixou-se nas 9.
“A participação no Festival Náutico da Semana do Mar deste
ano foi extremamente boa, muitíssimo melhor do que em
2013. Tivemos uma média de 20 embarcações por regata”,
realça este Dirigente, enumerando: Regata dos Solitários: 17
embarcações; Regata “Troféu Horta”: 17; Regata das Sereias:
21 e Regata do Canal: 24. Embora esta última Regata seja, por
tradição, muito participada, a verdade é que “há muitos anos
que não atingia estes valores”. Só nestas 4 provas estamos a
falar de 79 embarcações. Por isso, Jorge Macedo diz: “Esta
gente precisa de abrir os olhos. Num horizonte de 30 barcos,
termos 79 em 4 provas no Festival Náutico, é obra!
Relativamente ao Campeonato Local de Vela de Cruzeiro, o
número regular de embarcações participantes foi de 8, “o
que é muito bom”.
Na Prova do 67º Aniversário, a que se associou a competição
de Vela a nível mundial em memória de Bart Simpson, o CNH
contou com 11 barcos em prova tendo posteriormente os
resultados sido enviados para Inglaterra.
A tendência registada no que concerne aos apoios, também
se reflectiu nas Cerimónias de Entregas de Prémios, que “este
ano sofreram um decréscimo muito acentuado”. A Regata da
Marinha teve prémios oferecidos por esta instituição; com a
Regata da Marina sucedeu o mesmo; na Regata da Volta à
Ilha/MEO, o Clube ofereceu um pequeno lanche; na do Vara-
douro foi a Junta de Freguesia do Capelo quem assumiu esse
encargo e na Regata Horta/Velas/Horta o apoio veio do Clube
Naval e da Câmara Municipal das Velas.
As inscrições online vieram retirar “algum brilho aos briefings,
onde tradicionalmente os participantes se inscreviam para as
regatas, no decorrer de um beberete, mas como estes tam-
bém começaram a não marcar presença, optou-se por fazer o
briefing, muitas vezes, uns momentos antes da largada das
regatas”, explica este Director, que confessa: “Só não tem
havido mais Cerimónias de Entrega de Prémios porque não
há dinheiro para isso”.
Apesar de todas as necessidades e omissões por quem de
direito, “esta Secção cumpriu todos os objectivos a que se
propôs”.
Actividade de 2014 em números:
Provas de calendário – média de participação: 9 barcos
Regata da Liberdade: 6 embarcações
Regata do Dia da Marinha: 13
Regata de Aniversário da Marina da Horta:10
Regata Volta à Ilha do Faial/MEO: 6
Sanjoaninas: 6
Horta/Velas/Horta: 10
Varadouro: 10
Regata de Aniversário/Bart Bash: 11
Total: 72 barcos
Festival Náutico da Semana do Mar – média de participação:
20 barcos
Regata dos Solitários: 17
Troféu Horta: 17
Regata das Sereias: 21
Regata do Canal: 24
Total: 79 barcos
Atlantis Cup - Regata da Autonomia: 20 barcos
Campeonato Local de Vela de Cruzeiro: 8 barcos
Realizou-se ainda o Rali da Madalena
Calendário de 2014: 15 Regatas
Calendário de 2013: 15 Regatas
Calendário de 2012: 10 Regatas
Calendário de 2011: 10 Regatas
Gjalt nasceu na Holanda e Corinna no Reino
Unido. Chegaram ao Faial pela primeira vez em
2007 e ficaram fascinados. Tendo em conta que a
questão profissional ainda era uma constante nas
suas vidas, só em 2012 aportaram definitivamen-
te a esta ilha, que consideram ser um paraíso.
Depois de terem viajado por todo o mundo, ren-
deram-se à tranquilidade e beleza do Capelo, fre-
guesia onde têm casa.
Mantendo um ritual habitual na sua vida, logo
que chegou, Gjalt procurou o Clube Naval da
Horta, onde fez amigos, sendo praticante de Vela,
Apneia e Canoagem.
1.Há quanto tempo frequenta o Clube Naval da Horta?
Chegámos à Horta no nosso barco (“Synergy”) em 2007, de-
pois de ter navegado ao redor do mundo. O nosso último por-
to foi a Ilha de Ascensão e levámos 29 dias até aportar na Hor-
ta. Nessa manhã, quando chegámos ao Faial, vimos a ilha pela
primeira vez, que se apresentava fantasticamente bela e deci-
dimos que queríamos viver aqui. Não nos tornámos logo
membros do Clube Naval, uma vez que tivemos de voltar ao
trabalho. Quando regressámos em 2012, aí sim tivemos tem-
po de apreciar a ilha de forma total.
2.Por que gosta do Clube Naval?
Fui membro de vários clubes de Vela em todo o mundo e por
várias razões gosto muito mais do Clube Naval da Horta. Em
primeiro lugar, por causa das pessoas que são todas muito
prestáveis e onde já fiz bons amigos. Estou muito impressio-
nado com a quantidade de actividades que o Clube Naval or-
ganiza e a forma como o faz. Nesse sentido, este ano destaco
a Regata Atlantis Cup, a Semana do Mar, as Regatas de Vela
de Cruzeiro aos fins-de-semana, as Regatas de Botes Baleeiros
assim como o Campeonato Nacional de Access, que foi muito
bem organizado. Também estou muito impressionado com a
Vela Ligeira e a Canoagem, direccionada para crianças e ado-
lescentes.
O que eu não percebo é por que razão a Vela Ligeira é restrita
a crianças e adolescentes. Gostava que houvesse Vela Ligeira
para Adultos, pois em todos os outros clubes de Vela de que
fui membro, havia sempre um núcleo de adultos com os seus
próprios barcos, que velejavam duas ou três vezes por sema-
na e, que, no fim tomavam uma bebida ou faziam um churras-
co. O que pode ser mais relaxante do que isto? E devo subli-
nhar que as condições para fazer isso aqui são incríveis ao
longo de todo o ano.
Fotografia cedida por: Duarte Araújo
Gjalt Van der Zee elogia a extensa activida-
de e dina mica do Clube Naval da Horta
3.Como descobriu o Clube Naval?
O Clube de Vela é sempre uma das primeiras coisas que eu
procuro num lugar novo, mas aqui nem foi preciso procurar,
porque é impossível não nos apercebermos da sua existência!
4.Por que razão decidiu frequentar as Aulas de Vela para
Adultos do CNH?
Comprei o meu próprio Laser, porque não queria perder a
oportunidade de fazer Vela aqui. É tão bonito na água! Às
vezes, quando surfo uma onda, vejo pássaros e golfinhos em
torno de mim, com a ilha do Pico ao fundo, e sinto-me tão
feliz que me apetece cantar (é claro que não o faço por soar
horrível e porque poderia interferir com a natureza!). Com as
aulas de Vela tenho oportunidade de melhorar. O Duarte
Araújo e o José Miguel Barros são muito bons treinadores e
há sempre coisas novas para aprender. O Laser não é um bar-
co difícil, mas é difícil velejar e manuseá-lo bem. Para mim,
este tipo de vela está no cerne de todas as habilidades de
navegação. Tudo é importante num Laser e o barco oferece
retorno imediato sobre o que se faz certo ou errado, sobretu-
do no último caso!
Quando navego no meu “Synergy”, faço-o melhor quando
este Admiral’s Cupper (modelo de iate) de 49 pés começa a
comportar-se como um Laser.
O Laser também exige que o velejador seja forte, apto e flexí-
vel, o que proporciona uma grande motivação para a pessoa
se manter saudável.
Gjalt Van der Zee faz da Vela um desporto de eleição, embo-
ra também pratique Apneia e Canoagem
Fotografia cedida por: Gjalt Van der Zee
5.Tem outros amigos estrangeiros que também frequentem
as Aulas de Vela para Adultos?
Tanto os amigos locais como os estrangeiros reúnem-se de
vez em quando mas, infelizmente, ainda não foram capazes
de estabelecer um núcleo dedicado à Vela. Espero que isso
aconteça e que mais pessoas comprem o seu próprio barco,
que não tem de ser um Laser. Penso que outra belíssima clas-
se de Vela Ligeira para as condições que existem no Faial,
seria a classe “Fireball”.
6.O que é que aprendeu?
Estou a aprender muitas coisas, mas um bom exemplo seria
fazer vela no sentido do vento (“sailing on dead run”). Isso é
muito difícil de fazer num Laser, especialmente com ventos
fortes e ondas grandes, que com um pequeno erro ou um
lapso de concentração fará com que a embarcação revire. É
algo muito excitante, mas agora já estou muito melhor neste
aspecto, embora ainda cometa erros!
7.Acha que estas Aulas devem continuar?
Espero que sim. E espero que mais pessoas se juntem a nós,
de preferência com os seus próprios barcos. É claro que eu
não posso esperar que o Duarte e o José dêem aulas só para
mim, por isso tenho-me juntado aos mais novos. Vou conti-
nuar a praticar, pois é demasiado bom para perder. Juntem-
se a nós e vão ver como é bom!
8.Acha importante o trabalho que o Clube Naval faz?
Muito importante! É a base e o centro de todos os desportos
náuticos na ilha, tanto na vertente recreativa como competiti-
va. Como tal, o Clube Naval da Horta proporciona a coesão
social, uma parte essencial da educação e formação dos mais
novos e também constitui um meio para os adultos se mante-
rem em forma e serem pessoas saudáveis e felizes.
O CNH preserva o património histórico-cultural através da
Secção de Botes Baleeiros, além de oferecer oportunidades
para pessoas com deficiência fazerem Vela. E é preciso salien-
tar que o Clube Naval da Horta esteve na base da formação
do Campeão de Portugal na Vela (Classe Laser Standard) que
é o atleta Rui Silveira!
Faço ainda parte da Secção de Apneia do Clube Naval, de on-
de também já saíram campeões a nível nacional. Os treinos
em Apneia são essenciais para a segurança de quem faz caça
submarina.
Recentemente, também comecei a praticar Canoagem. É ver-
dade que ainda vou um bocadinho trémulo, mas divirto-me
imenso.
9.Onde nasceu e o que fazia profissionalmente?
Nasci na Holanda e a minha esposa, Corinna, no Reino Unido.
Éramos ambos físicos na Indústria de Petróleo e Gás. Devido
ao nosso trabalho, vivemos em muitos países diferentes e
tivemos sempre de viajar muito.
10.Por que escolheu viver na ilha do Faial? Gosta de viver
cá?
Vivemos aqui porque amamos isto! Amamos a ilha, o mar, as
pessoas, os nossos amigos e todas as coisas que podemos
fazer aqui. Estivemos em todo o mundo e o facto de termos
escolhido o Faial para nos instalarmos, significa que ele nos
diz muito. Quem nasceu aqui deve considerar-se muito afor-
tunado. Nós demorámos muito tempo a encontrar este sítio.
Eu e a Corinna vivemos no Capelo, com um gato que se juntou
a nós.
11.Na sua opinião, o que falta ao Faial? E ao Clube Naval?
Tal como referi acima, estou à espera que apareça um grupo
de marinheiros adultos, com barco próprio, para fazermos
umas corridas semanais, tomarmos umas bebidas e fazermos
uns churrascos. Quanto ao resto, que continuem o bom traba-
lho! Neste caso, sou eu quem tem de mudar, melhorando o
meu Português. Lamento muito não poder responder a esta
entrevista em português.
Obrigado a todos por manterem um excelente Clube como
este e por nos fazerem sentir tão bem-vindos!
Gjalt Van der Zee praises the extensive activity and dynamics
of the Clube Naval da Horta
Gjalt was born in Holand, and Corinna in the UK. This couple
first visited Faial back in 2007, and they were fascinated with
the island. Given that they were still professionally bounded,
they only moved to Faial in 2012, an island witch they con-
sider a paradise. And after having traveled all over the
world, they surrendered to the tranquility and beauty of the
area of Capelo, a township where they found their home.
As soon as he arrived, and keeping with the regular ritual in
his life, Gjalt searched for the Naval Club of Horta, a place
where he made friends, and were today he is a practitioner
of Vela, Canoeing and Apnea.
1.How long have you been a member of Clube Naval da Hor-
ta?
We arrived in Horta in 2007 on our boat, (“Synergy”) after
sailing around the world. Our last port was Ascension Island
and it took us 29 days to sail to Faial. When we arrived in the
morning, we saw the fantastically beautiful island of Faial for
the first time, and we decided right there in that moment,
that we wanted to live here. That time, we did not become
members of Clube Naval, as we did not stay because we had
to return to work. We were only able to truly appreciate the
island when we returned in 2012.
2.Why do you like the Clube Naval da Horta?
I have been a member of several sailing clubs around the
world, and for many reasons I like Clube Naval more than all
the others. Firstly because of the people, who are all very
helpful, as such I have made there many good friends. I am
very impressed by the amount of activities that Clube Naval
organizes, and how well it organizes them. For me, some of
the highlights of this year were the Atlantis Cup, the Semana
do Mar, the weekend Yacht races, the Whale Boat sailing, as
well as the Access to the National Sailing Championship that
was very well organized. I am also very impressed by the din-
ghy sailing and kayaking for children and teenagers.
What I don’t understand is that dinghy sailing seems restrict-
ed to children and teenagers. In all the other sailing clubs I
have been a member of, the core always consisted of a group
of adults with their own dinghies, who would race once or
twice a week, and have a drink or a BBQ afterwards. What can
be more relaxing than that? The conditions for doing this
here, are incredible all the year around.
3.How did you find the Clube Naval?
The sailing club is always one of the first things I look for, in a
new place, but here I didn’t have to look for it. It is impossible
not to notice it!
4.Why do you attend the Sailing Lessons for Adults?
I bought my own Laser because I didn’t want to miss out on
the opportunity to dinghy sail here. It is so beautiful out there
on the water. Sometimes when I surf off a wave, birds and
dolphins around me, Pico in the background, I get so happy I
want to sing (I don’t because I sound awful and it could ruin
the atmosphere!). With the Sailing Lessons I get the oppor-
tunity to improve. Duarte and Jose are very good coaches,
and there are always new things to learn. The Laser dingy is
not a difficult boat to sail, but it is difficult to sail in it well. To
me, this kind of sailing lies at the heart of all sailing skills. Eve-
rything is important in a Laser and the boat gives you immedi-
ate and clear feedback on what you do right or wrong, espe-
cially in the latter!
When I sail on “Synergy”, I do it best when this 49ft Admiral’s
Cupper starts to feel like a Laser to me. The Laser also re-
quires you to be strong, fit and flexible, which provides a
great motivation to stay healthy.
Gjalt Van der Zee makes Sailing a favorite sport, but also practices Apnea and Canoeing
Photography courtesy of: Gjal Van der Zee
5.Do foreign friends of yours, also attend the Sailing Lessons
for Adults?
Both local and foreign friends are joining the classes every
now and then, but unfortunately we have not yet been able
to establish a dedicated core of dinghy sailors. I hope this will
happen, and that more people will buy their own dinghy, and
it doesn’t have to be a Laser. I think a Fireball would also be a
great class for the sailing conditions here.
6.What have you learned?
I am learning many things, but a good example would be sail-
ing on a dead run. This is quite difficult in a Laser, especially in
strong winds and big waves, and a small mistake or a lapse in
concentration will cause capsize. This is very exciting stuff and
I am now much better at it. Of course I still make mistakes!
7.Do you think that these classes should continue?
I really hope they will, and that more people will join, hope-
fully with their own boats. Of course I cannot expect Duarte
and Jose to do this just for me, so I will join the teenagers for
the time being. I will keep doing it as I think dinghy sailing
here, is just too good to miss. Come and join us and you will
see!
8.Do you find the work that Clube Naval does, is important?
Very important! It is the basis and centre of all watersports
on the island, both recreationally and competitively, all in one
club. As such, it provides a lot of social cohesion, an essential
part in the upbringing and education of children. And a way
for adults to stay fit, healthy and happy. It protects the cultur-
al heritage through the Whale Boat sailing, and it provides
sailing opportunities for people with a handicap. And let’s
not forget that Clube Naval has produced a Portugal’s Laser
Sailing Champion in Rui Silveira!
I am also part of Clube Naval’s Apnea Team, which too has
produced Portuguese Champions and which is also essential
as safety training for spearfishing, and I recently started
kayaking as well. Wobbly, but great fun.
9.Where were you born? What was your job?
I was born in Holland, and my wife Corinna, is from the UK.
We are both physicists who worked in the Oil and Gas Indus-
try. For our work, we lived in many different countries and
always had to travel a lot.
10. Why did you choose to live on Faial? Why do you like to
live here?
We live here because we love it here! We love the island, the
ocean, the people, our friends, and all the things we can do
here. We have been all over the world, so the fact that we
chose Faial as a place to settle should tell you something. If
you were born here you should consider yourself very lucky.
It took us a long time to find you!
Corinna and I live in Capelo together. A cat has joined us.
11. In your opinion, what is missing to Faial, and also at the
Clube Naval?
As I said above, I am hoping for a group of adult dinghy sailors
with weekly races, drinks and barbecues. As for everything
else, keep going! It is me who has to change by improving my
Portuguese. I am very sorry I couldn’t write this in Portu-
guese.
Thank you all for a great Club and for making us feel so wel-
come!
Foi com grande simpatia e es-pontaneidade que Tomás Oli-veira acedeu partilhar com o Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH) o seu percurso de atleta nesta casa. O à vontade com que falou dos seus objectivos e do futuro, dei-xam antever uma carreira pro-missora para alguém que, com 12 anos, já revela grande matu-ridade. Trabalho, persistência, método e muita vontade: ingre-dientes que só podem ser sinal de excelentes resultados.
Tem apenas 12 anos, mas já pratica
Natação há 9. Chama-se Tomás Oliveira
e é atleta do Clube Naval da Horta
(CNH), não só nesta modalidade como
também na Vela Ligeira (Classe Opti-
mist). Além disso, ainda faz “um bocadi-
nho” de Ciclismo e, garante, que conse-
gue conciliar tudo isto com as activida-
des lectivas.
Questionado sobre a razão que o levou
a iniciar a Natação aos 3 anos de idade,
Tomás Oliveira explica que foi devido a
problemas respiratórios. No entanto, o
gosto por esta modalidade levou-o a
continuar este desporto e a treinar in-
tensamente sendo, por isso, “um exce-
lente nadador, aplicado, com evolução
nítida e muito cumpridor”, como atesta
a Directora da Secção de Natação do
CNH, Olga Marques.
Este pequeno grande atleta refere que
sente “orgulho” quando faz Natação,
treinando 1 hora e 30 minutos 5 dias
por semana.
Instado a pronunciar-se sobre o futuro,
Tomás Oliveira responde que quando
chegar ao Secundário, “provavelmente”
terá de optar pela Natação.
Sublinha que gostava de ser “nadador
profissional” tendo como sonho
“representar a Selecção Açoriana nos
Jogos das Ilhas e a Selecção Nacional
nos Jogos Olímpicos”.
Em termos profissionais, pensar vir a ser
engenheiro naval, tendo sempre o mar
por inspiração.
Quanto à forma como olha para os cole-
gas, refere que costuma “incentivá-los
para que atinjam os seus objectivos”,
deixando-lhes “frases de apoio”. Quan-
do as provas correm menos bem, lem-
bra-os sempre que “da próxima vai ser
melhor”.
No que diz respeito à Competição, ad-
mite que “há poucos atletas no Clube” e
lembra que “até há bem pouco tempo
existiam muitos mais nadadores nesta
situação”.
Tomás Oliveira: “Quando faço Na-
tação, sinto orgulho”
Quando o assunto é treinadores, deixa a
seguinte mensagem: “Gosto muito dos
meus treinadores, porque são exigen-
tes, ensinam várias técnicas nos diferen-
tes estilos e ajudam a desenvolver a
nossa técnica”. Para ele, o melhor até
hoje foi o professor Lúcio Rodrigues,
porque aprecia “o nível de exigência
dele e o que ele ensina”. De realçar que
foi este Técnico quem sempre acompa-
nhou este atleta, daí se ter criado esta
relação de confiança e amizade.
No ranking dos preferidos, segue-se o
Treinador Hélder Gandarez que, apesar
de ser recente no CNH, já está a marcar
pontos, precisamente por ser “um dos
mais exigentes”.
“Gosto sempre de melhorar os meus
tempos e de conseguir os mínimos no
estilo de Bruços que é o que exige mais
técnica e aquele em que tenho mais
dificuldades”, realça Tomás Oliveira,
que em contraponto indica o Mariposa
como sendo o estilo em que tem me-
lhor desempenho.
Na base do sucesso deste nadador está,
sem dúvida, a sua persistência e traba-
lho constante, a motivação e a exigência
dos Treinadores, o suporte dado pelo
Clube Naval da Horta e o apoio incondi-
cional dos pais, de quem recebe grande
estímulo e compreensão.
Instado a pronunciar-se sobre o Clube
que representa, esta jovem promessa
frisa: “O Clube Naval da Horta tem tudo
o que é preciso para fazer grandes na-
dadores”.
“Gosto muito dos meus treinado-
res, porque são exigentes”
Fotografias de: Cristina Silveira
Toma s Oliveira, nadador do
Clube Naval da Horta
Gostava de representar a Selecção Açoriana nos Jogos das Ilhas e
a Selecção Nacional nos Jogos Olímpicos”
1ª Concentraça o de Natal Optimist, no Bar-
reiro
Mariana Luís, Jorge Pires, Rita Branco e Tomás Pó: os
velejadores do CNH que participaram no Estágio realiza-
do na Base Naval do Alfeite
Terminou esta terça-feira (dia 23), a 1ª Concentração de Natal
Optimist, que decorreu na Escola de Fuzileiros, na Base Naval
do Alfeite, no Barreiro.
Este Estágio teve início sexta-feira passada (dia 19), tendo sido
promovido pela Associação Portuguesa da Classe Internacional
Optimist (APCIO).
Participaram 4 atletas da Escola de Vela do Clube Naval da
Horta (CNH): Tomás Pó, Mariana Luís, Jorge Pires e Rita Bran-
co, os quais já foram convidados a partilhar neste espaço as
experiências vividas ao longo destes dias.
Enquanto essa parte está a ser preparada, o Treinador de Vela
de Grau II do Clube Naval da Horta, Duarte Araújo, faz o balan-
ço deste Estágio:
“Ainda falta ver na água o que estes velejadores do CNH ga-
nharam com este Estágio. No entanto, parece-me que se cum-
priram os principais objectivos: primeiro, o treino intensivo de
Vela e do físico; segundo, conhecer os colegas dos outros clu-
bes do Continente português e, finalmente, a possibilidade de
comparação com uma boa parte da frota nacional, para assim
compreenderem o que já melhoraram e o que ainda têm de
melhorar.
Quanto a benefícios, o benefício imediato é ter os velejadores
cheios de histórias para contar sobre os novos amigos que fize-
ram e a experiência que tiveram.
A curto prazo, tenho um grupo de velejadores na equipa que já
compreende melhor o que pretendo treinar e porquê, podendo
ajudar toda a equipa com a nova experiência agora adquirida.
A médio prazo, temos este grupo que já velejou e partilhou
experiências com um grande número de velejadores que vão
estar na Cidade da Horta, no Campeonato de Portugal de Ju-
venis – Optimist 2015, que decorrerá de 24 a 28 de Março pró-
ximo, co-organizado pelo Clube Naval da Horta, o que constitu-
irá uma experiência completamente diferente para eles, agora
que já os conhecem.
Gostava de agradecer aos Treinadores Gonçalo Boto e Pedro
Bolina por terem feito tudo para tornar inesquecível a partici-
pação dos velejadores faialenses e pelo acompanhamento da-
do; ao Luís Fráguas por ter ajudado na divulgação deste projec-
to e permitir que tantos atletas pudessem ter acompanhado de
longe o Estágio através das suas fotografias; aos pais dos atle-
tas por acreditarem no trabalho que tem sido feito e investirem
na formação dos filhos como velejadores e, finalmente, ao Clu-
be Naval da Horta, por tudo fazer com vista à evolução da Es-
cola de Vela e dos seus velejadores”.
Espírito de grupo
Fotografias de: Luís Fráguas
“Com a experiência agora adquirida, este grupo de velejadores pode ajudar o resto da equipa”,
sustenta o Treinador Duarte Araújo
Fonte da fotografia: www.velazores.com
Terminou esta segunda-feira, dia 08, na cidade da Horta, o
Curso de Treinador de Vela - Grau I, composto por 40 horas
de trabalho, divididas em 2 partes: uma teórica e uma práti-
ca, de acordo com informação da Associação Regional de
Vela dos Açores (ARVA)
Esta formação foi organizada pela Federação Portuguesa de
Vela (FPV) e para leccionar os diferentes conteúdos desloca-
ram-se aos Açores 5 formadores deste organismo.
Participaram 14 formandos, oriundos do Faial (5), do Pico
(4), de Santa Maria (1), de São Miguel (2) e da Terceira (2).
Para concluir esta formação e obterem a credenciação pelo
Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), para
além de possuírem a formação de componente geral, os
formandos serão agora sujeitos a um período de Estágio.
Na Horta: 14 formandos terminaram o
Curso de Treinador de Vela – Grau 1
Sonho antigo concretizado a custa das
poupanças pessoais: Miguel Guimara es e Da-
vid Abecasis compraram barco novo e mon-
taram-no a sua maneira - Ganhar o Campeonato Nacional e ficar no top
ten no Mundial, em Itália, são as metas para 2015
A dupla de atletas da Classe Snipe do Clube Na-
val da Horta (CNH), Miguel Guimarães/David
Abecasis concretizou este Verão um sonho antigo:
comprar um barco novo para a prática da Vela,
que custou 10 mil euros. Para que tudo resultasse
na perfeição, encomendaram-no só com o casco
em fibra para poderem ter o privilégio de montá-
lo à sua maneira. Até agora, estes velejadores ain-
da só fizeram um pequeno treino para testarem os
sistemas que eles próprios montaram no barco. A
adaptação a esta nova máquina será feita este
mês, num ano também marcado por uma lesão
nas costas, que fez Miguel Guimarães parar du-
rante 4 meses.
David Abecasis e Miguel Guimarães apresentam o seu
novo barco
Fotografia de: Ângelo Teixeira
O velejador Miguel Guimarães aproveitou a sua passagem pelo
Faial, este mês de Outubro, para cumprimentar o Presidente
da sua casa enquanto atleta: o Clube Naval da Horta (CNH). A
viagem, feita no campo profissional – já que é sócio da empre-
sa “Descobre Ventos”, que vende embarcações de cruzeiro –
também serviu para rever amigos, fazer algumas sugestões ao
Responsável máximo pelo CNH, José Decq Mota, e revelar no-
vidades ao Gabinete de Imprensa desta instituição.
Miguel Guimarães, ao passar pelo Faial, fez questão de
cumprimentar o Presidente do Clube que representa: o
Clube Naval da Horta
A intenção foi comprar um barco só com o casco em fibra
para poderem ter o privilégio de montá-lo à sua maneira
Fotografia de: David Abecasis
A nova máquina custou 10 mil euros e muitas horas de
trabalho e gozo na sua montagem
Fotografia de: Ângelo Teixeira
No campo das novidades, destaque para o barco novo que a
dupla de velejadores da Classe Snipe do Clube Naval da Horta
Miguel Guimarães/David Abecasis adquiriu em Agosto último,
com a particularidade de a embarcação ter vindo despida, di-
gamos assim. “Encomendámos um barco só com o casco em
fibra para podermos montar todos os sistemas à nossa manei-
ra e medida. Deu-nos muito trabalho mas também um gozo
enorme, porque ficou tudo como nós queríamos”, explica Mi-
guel Guimarães.
Este velejador falou com muito entusiasmo do novo
barco e do gozo que deu montá-lo à sua maneira, uma
situação pouco vulgar, já que o habitual é vir equipado
Fotografia de: Cristina Silveira
Este cenário implicou uma interrupção em termos de treinos,
“o que não é bom para nenhum atleta”, mas uma vez que este
velejador contraiu uma lesão nas costas, teve mesmo de ficar
parado durante 4 meses, “o que foi muito tempo”. Questiona-
do sobre a recuperação, Miguel responde que acha que
“nunca” vai recuperar completamente porque estamos a falar
de hérnias discais. Obrigado a um período de descanso e de
reforço da zona central do corpo para resistir mais, uma vez
que “o barco antigo era muito agressivo para as costas”, este
velejador regressou aos treinos o mês passado.
Quanto ao antigo barco, que contava cerca de 16 anos de vida,
4 dos quais sob a condução desta dupla, já conheceu outro
dono.
Miguel Guimarães revela que um Snipe destes custa 4 mil eu-
ros em segunda mão e um novo, como o que adquiriu agora,
ascende a 10 mil euros. Explica que “este tipo de embarcação
tem um valor bom mesmo já usado, porque dura muito tem-
po”. E recorda: “Eu tinha um barco com mais de 15 anos que
conseguia ser competitivo em praticamente todas as situa-
ções”. No entanto, Miguel e David não podiam dizer que esta-
vam no top dos tops. Mas agora, a situação é outra. Possuindo
um barco topo de gama na Classe Snipe, não há desculpa para
lugares fora do pódio.
“Eu e o David velejamos há muitos anos, de forma individual
em diferentes classes e juntos na Classe Snipe, e como estáva-
mos a andar bastante bem, começámos a notar que o barco
que tínhamos acabava por ser menos competitivo em situa-
ções de mar, com ondas”. De sublinhar que, nas frotas em que
competiam, estes atletas eram os únicos que tinham um barco
com esta forma de casco, pelo menos em Portugal, pois em
Espanha, “onde há uma grande variedade”, ainda é possível
encontrar alguns iguais ao barco antigo. “Agora, podemos di-
zer que temos um barco igual ao dos outros e que estamos
mais actualizados. Podemos bater-nos na nossa capacidade
técnica e estratégica e o barco deixou de ser um pretexto para
não estarmos à altura”, salienta. Com todas as condições reu-
nidas para somar e seguir no que toca a vitórias, o tempo ago-
ra é de treinos para recuperar o perdido.
A adaptação ao novo barco é o próximo passo para esta
dupla de velejadores
Fotografia de: Ângelo Teixeira
Classe Snipe: barcos para durar!
Esta primeira fase será de adaptação ao novo barco, mas Mi-
guel Guimarães concorda que o facto de o terem montado à
sua maneira “ajuda bastante”, embora seja “muito importante
testá-lo na água, já que os cascos desta embarcação são bas-
tante diferentes da anterior”.
Este velejador elogia uma característica patente nos barcos da
Classe Snipe que é o facto de o tempo de vida ser bastante
longo. “É verdade que o barco foi caro, mas eu sei que daqui a
20 anos ainda posso ganhar regatas com ele. É uma Classe
muito boa e não há mais nenhuma assim”, realça, explicando:
“Se estiver a falar de um Laser, 420 ou 470 não dura mais do
que 4 anos, porque a sua construção não resiste por mais tem-
po. E sei disto por experiência própria, pois tanto eu como o
David andámos nestas Classes”.
A caminho da água para ser testado
Fotografia de: Ângelo Teixeira
“Snipes são excelentes para a formação”
Sabendo das dificuldades que o CNH atravessa, um pouco à
semelhança do panorama regional e nacional, este velejador
experiente questionou o Presidente desta casa sobre a não
utilização de snipes como barco-escola exactamente por se
tratar de embarcações que duram muito tempo e são resisten-
tes. “É um barco muito simpático para competição e escola de
vela, é seguro e, ao contrário do que acontece com os Laser ou
os 420, dificilmente revira”.
Conhecedor do que se passa no Brasil, Miguel diz que lá cha-
mam ao Snipe “o barco dos 8 aos 80, porque vê-se velejadores
de diferentes idades, por exemplo um avô e um neto a compe-
tir no mesmo barco”. E acrescenta: “E depois existem tripula-
ções competitivas de 20 e 30 anos a competirem com os se-
nhores Paulo Santos e Ivan Pimentel: o primeiro tem 70 anos e
foi 2 vezes Campeão Europeu por Portugal em Snipe, na altura
uma Classe muito importante, e o segundo 74, e anda sempre
no topo. Mesmo nesta faixa etária, andam na frente da frota
hoje em dia”.
É por isso que, este conquistador de troféus, se refere ao Snipe
como “uma Classe em que nunca se fica velho, porque quanto
mais experiência tem o velejador, melhor”.
Ao invés do Laser ou do 420, o Snipe valoriza mais o conheci-
mento de Vela do atleta do que propriamente a sua condição
física. “É um barco bastante equilibrado, em que as tripulações
conseguem bater-se mais táctica e tecnicamente. Pode haver
uma menor preparação física, mas se a pessoa for dotada de
uma grande experiência de Vela, permite que ela trabalhe e
consiga chegar lá, sendo ao mesmo tempo competitivo. Mas
sempre com treinos, claro!”.
O percurso nesta formação permite que os velejadores possam
andar em classes de Vela de Cruzeiro e outras.
O Brasil, além de apostar num barco (Miguel Guimarães con-
tactou de perto com a Escola de Vela) económico e duradouro,
está também a contribuir para o PIB nacional, se tivermos em
conta que eles são fabricados no próprio país, o que torna o
seu preço ainda mais convidativo.
“Desconheço as razões que levam Portugal a não usar
mais a Classe Snipe”
Fotografia de: Cristina Silveira
O barco ideal para quem tem pouco dinheiro
“Em países com pouco dinheiro, como na América do Sul, há
imensos barcos destes e, em Portugal, onde também vivemos
tempos difíceis, seria inteligente apostar numa classe que tem
uma boa longevidade”, sustenta Miguel Guimarães.
A Classe Snipe é bastante antiga e conta com história no Clube
Naval da Horta, onde poderá vir a ser recuperada.
Ainda assim, na opinião deste atleta “não há melhor barco
para as crianças do que o Optimist”. E realça: “Já lançaram
muitos modelos mas, para mim, continua a ser imbatível”. De-
pois do Optimist, a aposta tem sido nas classes de linha de
vela, por orientação da Federação. No entanto, Miguel Guima-
rães defende que “a Vela é muito mais do que as Classes Olím-
picas e noutros países o Snipe é usado precisamente por causa
do seu tempo de vida, sendo, por isso, um bom investimento”.
“Já estive na Classe Olímpica em 470 e há Vela para além disso.
Existe outro tipo de vela muito competitiva para além das clas-
ses olímpicas em campeonatos mundiais e europeus”, afiança
este velejador que, naturalmente lamenta que não haja em
Portugal competição a nível elevado na sua classe de eleição,
como acontece no Brasil.
“Se o Snipe fosse um barco como o 420 ou o Laser e eu estives-
se a pensar adquirir um novo, jamais o teria feito, sabendo que
daqui a 4 anos está arrumado. Aliás, se assim fosse, eu já tinha
mudado de Classe”, garante Miguel, que desconhece o porquê
de “em Portugal só se apoiar barcos da linha de vela, verifican-
do-se um afastamento dos clubes da escola de vela pura”.
Em reconhecimento às capacidades do Snipe, o Sporting Clube
do Porto comprou “vários barcos baratos” e equipou-os com o
objectivo de abrir uma Escola de Vela para Adultos em Snipe.
“E está a ser um sucesso!”, atesta este velejador.
“O apoio do Clube Naval da Horta é fundamental”
Instado a falar sobre os apoios destinados a esta nova aquisi-
ção, Miguel refere que a “Descobre Ventos”, “em certa medida
apoia sempre” as suas iniciativas, tendo em conta que é lá que
trabalha diariamente. Patrocínios ainda não foram uma reali-
dade para este investimento, que se encontra pago à custa das
poupanças desta dupla, o que pode ser considerado um sonho
tornado realidade e, ao mesmo tempo, uma vitória pessoal.
“Naturalmente que houve apoio do Clube Naval da Horta para
a compra do barco”, ao ajudar a financiar a participação nas
regatas do ano 2013. Recorde-se que no ano passado esta du-
pla foi ao Mundial, que decorreu na cidade brasileira do Rio de
Janeiro, igualmente com a ajuda do CNH. A propósito, este
velejador faz questão de realçar o apoio do Clube Naval da
Horta, que “colabora sempre na medida das suas possibilida-
des”. “Sem este apoio – garante – seria impossível todas estas
participações, porque o dinheiro é sempre todo contado”.
Este foi, aliás, um dos temas da conversa que o atleta manteve
com o Presidente da Direcção do CNH, no sentido de, em Ja-
neiro de cada ano, ser feito um plano anual para esta dupla.
Tendo em conta o calendário de provas e o dinheiro existente,
estes velejadores vão fazendo uma selecção de acordo com a
importância das regatas e o fundo de maneio que possuem.
“O Clube Naval da Horta está a evoluir e dá-nos muito
gozo representá-lo”
Fotografia de: Cristina Silveira
“Dá-nos muito gozo representar o CNH”
Miguel Guimarães afirma que esta dupla está “muito satisfei-
ta” por representar o Clube Naval da Horta. E frisa: “Dá-nos
muito gozo levar o Clube ao conhecimento dos outros veleja-
dores tanto a nível nacional como no estrangeiro. No Conti-
nente português, através da nossa acção e da do Rui Silveira,
sem dúvida que o Clube Naval da Horta está a ter um maior
destaque, dando também a conhecer o trabalho que é feito cá.
Essa mensagem passa e as pessoas ficam atentas e gostam de
ir acompanhando a evolução dos acontecimentos”. “No es-
trangeiro, esse trabalho vai demorar mais tempo, mas sempre
que saímos, fazemos questão de divulgar o Clube que repre-
sentamos, como aconteceu em 2013, no Brasil”, sustenta.
E quando lhe é perguntado se ele e o colega de equipa se sen-
tem perto da casa que os apoia, responde: “Sentimos que esta-
mos muito mais perto deste Clube do que quando representá-
vamos outras cores a nível nacional, mesmo estando próximo
em termos geográficos”. E frisa: “Para tanto, muito tem contri-
buído a comunicação que tem vindo a ser feita através do Ga-
binete de Imprensa do CNH, que está a fazer um bom traba-
lho”.
Miguel e David vêem o Clube Naval da Horta como “um clube
que está a evoluir”. “Havia muita estagnação nos clubes por
onde andámos”, refere.
Desvalorizando a descontinuidade territorial, este velejador
enaltece as manifestações de que é alvo: “Sinto-me sempre
ligado a este Clube. Venho muitas vezes ao Faial, onde tenho
vários amigos que me recebem sempre bem. Dá gozo fazer
regatas por este Clube e nunca perdemos uma oportunidade
para contar a sua história”.
Para Miguel Guimarães “é muito importante” que o Clube que
ele representa tenha, também, “uma boa visão para a Vela,
que faça um bom trabalho com as camadas mais jovens na
área da formação e que tenha uma boa ligação com os sócios”.
O velejador congratulou-se, igualmente, com a fase que a Clas-
se Access está a viver no Faial, única ilha dos Açores onde a
Vela para pessoas com mobilidade reduzida é uma realidade.
“Eu, o David e o Rui Silveira estamos muito empenha-
dos em divulgar o Clube Naval da Horta, dando-o a co-
nhecer a nível nacional e no estrangeiro”
Fotografia de: Cristina Silveira
Protocolo com o Iate Clube do Rio de Janeiro
Sempre a pensar em estreitar laços, Miguel Guimarães falou
com José Decq Mota no sentido de ser estabelecido um proto-
colo entre o CNH e o Iate Clube do Rio de Janeiro, o que foi
aceite com muito agrado por parte deste Dirigente. Assim sen-
do, Miguel pode transmitir o interesse que existe deste lado do
Atlântico nessa parceria, através da qual atletas e sócios de
ambos os clubes usufruem das mesmas regalias lá e cá, haven-
do um intercâmbio não só desportivo como também cultural.
“No Brasil este protocolo será muito importante para nós e
para outros sócios do Clube Naval da Horta, porque entrar
num clube de vela lá é muito difícil, por serem ultra-elitistas. E
isto aplica-se aos próprios brasileiros, que fazem de tudo para
conseguir ter acesso a uma instituição como esta”.
Falando por dentro, este atleta português que foi “muito bem
recebido assim como o David” e têm lá diversos amigos, subli-
nha que “o Iate Clube do Rio de Janeiro é um clube com condi-
ções fora de série, com excelentes instalações, secção despor-
tiva (Vela e Pesca), parte social com anfiteatro, piscinas e han-
gares enormes”.
Metas para 2015
O grande objectivo desta dupla para 2015 é obter um bom
resultado no Campeonato Nacional e no Mundial, que será no
mês de Setembro, em Talamone, na Itália. O facto de esta
competição ser na Europa facilita a deslocação, pois o último
foi no Brasil, o que provocou um maior cansaço em termos de
viagens. “Aqui as distâncias são menores, podemos levar o
nosso barco e o nosso equipamento e conseguimos preparar
melhor a participação”, refere.
Um bom resultado no Mundial significa ficar nos primeiros 10,
num universo nunca inferior a 70 participantes. “Naturalmente
que aqui só chegam os melhores dos melhores, onde o nível é
elevado e o espírito muitíssimo competitivo”, salienta Miguel,
que conclui: “A nossa ambição é estar ao nível competitivo que
nos permita conseguir estar lá, na luta, porque estando lá, tu-
do pode acontecer, até ganhar”.
O facto de haver muitas regatas até lá, permite ganhar roda-
gem e competitividade.
Em 2013 esta dupla ganhou um troféu “muito importante na
Classe Snipe”, que foi o Troféu Luso-Galaico “Cholo Armada”,
um troféu perpétuo, de uma família espanhola, onde já figura
uma placa com os nomes destes velejadores portugueses.
Quem conseguir a proeza de 3 vitórias consecutivas, ou 5 alter-
nadas, leva a Taça para casa, o que ainda nunca aconteceu.
“Tendo em conta que já ganhámos uma vez, gostávamos de
voltar a ganhar em 2015 e 2016 para conquistar a Taça”, diz
Miguel, que esclarece: “Não vamos a nenhuma prova para
brincar. Estamos num patamar muito elevado e participamos
nas regatas menos importantes com o intuito de ganhar nível
competitivo, tirar conclusões, fazer experiências de material e
afinações. Temos um livrinho onde apontamos tudo e estamos
sempre a aprender. O que eu aprendi sozinho é que quando
digo que sei tudo, não sei nada”.
“Com a paragem verificada perdemos muita competitividade”,
lamenta Miguel, revelando que “agora é tempo de conhecer o
barco e fazer testes e afinações”. E frisa: “O nosso grande ob-
jectivo é chegar em boas condições ao Mundial de 2015. Te-
mos de conseguir conjugar bem o calendário de regatas, ter
dinheiro para participar e chegar lá com um bom nível compe-
titivo”. E este aspecto é mesmo para realçar, já que hoje em
dia os melhores fazem, pelo menos, 3 regatas grandes por
mês, percorrendo a Europa toda (Espanha, Itália, etc). Não
havendo plafond suficiente, estes portugueses irão apenas às
competições de maior importância.
Para se ter uma ideia, a deslocação ao Mundial no Brasil cus-
tou cerca de 2500 euros, o que inclui viagens, refeições, esta-
dia, combustível e a inscrição, nunca inferior a 400 euros.
Investimento pessoal compensado pelo gosto
Com a actual conjuntura e os cortes registados nos apoios aos
clubes, os atletas vêem-se forçados a patrocinar a sua própria
actividade. Correndo, literalmente por gosto, o dinheiro destes
velejadores é fruto do seu trabalho, o que se traduz numa
“carreira muito cara”.
“Enquanto fui apenas velejador e não trabalhava, estava sem-
pre dependente dos clubes e da Federação, o que se tornava
muito difícil”, queixa-se este velejador, contestando a falta de
condições do seu país para quem quer evoluir. “Em Portugal é
extremamente difícil conseguirmos bater-nos ao nível dos ou-
tros países, onde há um grande apoio. E basta irmos ao país
vizinho para sentimos essa diferença. O que temos de bom é a
proximidade com Espanha, o que nos permite participar em
muitas regatas, sinónimo de aprender muito e evoluir”.
Participações individuais são boas para ganhar experiência
“O facto de correr em dupla é muito vantajoso, sendo impor-
tantíssimo os dois participarem em regata”, considera Miguel
Guimarães, explicando: “Eu como estou no leme, tenho de ir
concentrado na condução e na velocidade. Por outro lado, é
muito importante que o David olhe para fora do barco – o que
não posso fazer – e veja onde estão os outros, qual a táctica
usada, de que lado está o vento e outras informações. Vou
sempre a falar com ele e a conduzir”.
Apesar de funcionarem muito bem como dupla, este velejador
afirma que, sempre que podem, participam em regatas de for-
ma individual, “o que é bom” para ganharem experiência. “O
facto de andarmos em barcos diferentes, com outras tripula-
ções, permite-nos estar sempre a aprender. Estes extras são
benéficos para nós, porque a Vela é muito abrangente”, sus-
tenta.
No ano passado, foram à Eslovénia a um Campeonato Mundial
da BMW, em que os barcos tinham 5 pessoas a bordo. Tam-
bém em 2013 participaram no Campeonato Nacional de ORC,
tendo ficado em 2º lugar. Contudo, estas alterações ao dia-a-
dia da dupla só acontecem quando não coincidem com nenhu-
ma prova importante da carreira colectiva, pois a Classe Snipe
é a prioridade na vida destes velejadores que, se pudessem,
dedicavam-se a ela em exclusivo.
Vida profissional conjugada com a paixão de velejar
O facto de Miguel Guimarães trabalhar numa empresa que
vende barcos – “em que alguns têm uma linha performance
como os do médico Luís Quintino, mas a grande maioria dos
barcos vendidos são da linha cruzeiro, mais para passeio, ha-
vendo outros como o “Rift” que, apesar de ser um barco para
passeio, também navega muito bem” – é importante para o
seu lado de velejador.
“É bom, mas para falar a verdade é um trabalho que leva mui-
to tempo. Muitas vezes os treinos ficam cortados. Estou ali em
Belém todos os dias a olhar para o mar e não posso treinar. E
gostava muito”, salienta.
Em tudo na vida é preciso fazer opções. Como tal, houve uma
altura em que Miguel teve de decidir se queria ir viajar e traba-
lhar para outros países ou, ficar em casa, onde enveredar por
uma carreira profissional no mundo da Vela é para sofrer. Com
o aparecimento de uma actividade profissional ligada ao mar e
que concebia a faceta de velejador, deu-se a conciliação dese-
jada.
A partir de hoje, os atletas açorianos da Classe
Access (Vela para pessoas com mobilidade reduzi-
da) podem inscrever-se para bater recordes no
que respeita a esta Classe. O pontapé de saída foi
dado na manhã de hoje, dia 17, pelo velejador do
CNH, Libério Santos, que fez Horta-Madalena-
Horta – Sprint em 2 horas, 34 minutos e 21 segun-
dos.
No Clube Naval da Horta (CNH) o dia de hoje (17 de Dezembro)
é de festa e ficará para a história, com o recorde pessoal con-
seguido pelo velejador Libério Santos, da Classe Access 2.3
(Vela para pessoas com mobilidade reduzida).
Tal como foi divulgado esta segunda-feira (dia 15) o atleta do
CNH propunha-se fazer Horta-Madalena-Horta – Sprint no me-
nor tempo possível. Mesmo sem as condições ideais, a proeza
foi alcançada em 2 horas, 34 minutos e 21 segundos.
“Correu bem e estou satisfeito. Apesar de a viagem Madalena/
Horta ter sido mais difícil, com mais vento o que fez com que
entrasse água no barco obrigando-me a parar para retirá-la,
pensava que no total ia levar mais tempo. Foi rápido”. É assim
que o velejador define este desafio que considera como “um
recorde”, sublinhando que está pronto para repetir a iniciativa.
Libério Santos, visivelmente orgulhoso de si próprio, fez ques-
tão de agradecer o apoio do seu Treinador, João Duarte, bem
como de todos os Dirigentes e membros do Clube Naval da
Horta que o acompanharam e motivaram neste desafio.
Á chegada, o Treinador da Classe Access do Clube Naval da
Horta, João Duarte, caracterizava este desafio como tendo sido
“uma maravilha, num dia com sol”. Apesar de considerar que
se tratou de “uma prova durinha”, João Duarte realça que “o
estado de espírito do velejador foi sempre muito bom e que o
percurso não podia ter corrido melhor”. A 1ª perna (Horta/
Madalena) foi feita numa hora e 20 minutos e 21 segundos e a
2ª (Madalena/Horta) numa hora e 14 minutos. Até ao Pico o
vento soprou com a intensidade de 12/13 nós, ao passo que
no regresso ao Faial aumentou de intensidade, com rajadas de
cerca de 18 nós. “Na viagem do Pico para o Faial apanhámos
vento por trás e muita ondulação, o que fez com que o Libério
tenha parado por diversas vezes para retirar água da embarca-
ção”, explica o Treinador.
Libe rio Santos, do Clube Naval da Horta:
primeiro atleta dos Açores a realizar Horta
-Madalena-Horta – Sprint na Classe Access
“Este Sprint tem um significado muito especial para es-
te tipo de atleta, representando a superação, a cora-
gem, a afirmação e a inclusão”, sustenta João Duarte
Fotografia de: Cristina Silveira
Recorde-se que esta iniciativa do CNH visou comemorar o Dia
Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou no
dia 3 deste mês. No entanto, as desfavoráveis condições clima-
téricas não permitiram que o Sprint tivesse sido realizado nes-
sa data, pelo que se concretizou hoje.
Relativamente à importância deste evento, João Duarte salien-
ta que “representa claramente a superação da pessoa com
deficiência, que revela coragem e determinação, sendo sinal
de inclusão e afirmação da pessoa em si”. “É a prova de que
todos são capazes de ir mais longe, testando os seus limites”,
frisa este Técnico em Educação Especial e Reabilitação.
O Treinador de Vela da Classe Access do CNH explica que esta
iniciativa foi o cumprimento de uma promessa feita aquando
da realização do Campeonato Nacional da Classe Access em
Viana do Castelo, no ano de 2013, em que foi acordado que o
melhor velejador em prova seria o primeiro a enfrentar este
desafio.
No entender do Presidente da Direcção do CNH, José Decq
Mota, que fez questão de acompanhar o atleta, “o Sprint cor-
reu bem”.
Quanto ao tempo, afirma que “as condições no Canal estavam
no limite” e que “a ondulação, com vento e maré, intensificou-
se na viagem de regresso, o que fez com que o Libério se tenha
molhado”.
O facto de o vento ter crescido entre a Madalena e a Horta
provocou diversas paragens. Por isso, José Decq Mota não tem
dúvidas em afirmar que “o tempo realizado poderia ter sido
menor, em cerca de 20 minutos”.
O Presidente da Direcção do CNH congratula-se com “a vonta-
de e desempenho deste atleta” e diz que “ainda bem que não
se desistiu de fazer o Sprint, apesar das condições, onde o frio
foi uma constante”.
De realçar que nos Açores, Libério Santos foi o primeiro atleta
da Classe Access a conseguir realizar uma iniciativa deste géne-
ro.
“O objectivo agora é ir tentando bater o tempo que este vele-
jador alcançou. Por isso, dentro das regras existentes, quem
quiser pode inscrever-se para tentar bater recordes”, salienta
este Dirigente.
De realçar que atletas de diversas Classes do Clube Naval da
Horta já realizaram Sprints em anos anteriores, seguindo este
recorde uma linha de continuidade nesta instituição.
O percurso, que teve o seu início por volta das 08h45, contou
com o apoio da lancha “Walkiria” em termos de segurança e
onde seguia o Presidente da Direcção; e dos semi-rígidos
“Piloto João Lucas” onde ia o Treinador João Duarte, figura
central de motivação e confiança do velejador; e “Tabarly”,
onde seguia o Júri do Sprint, Luís Paulo Moniz e o terapeuta
ocupacional da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da
Ilha do Faial (APADIF), Nilzo Fialho.
Fotografias de: José Macedo
José Decq Mota recebeu o atleta de Alta Competição do
Clube Naval da Horta, Rui Silveira
O atleta faialense Rui Silveira, velejador da Classe Laser Stan-
dard do Clube Naval da Horta (CNH), chegou esta terça-feira,
dia 23, ao Faial, a fim de passar a quadra natalícia com a famí-
lia.
Neste mesmo dia, Rui Silveira visitou o “seu” Clube, tendo
apresentado cumprimentos ao Presidente da Direcção desta
casa, José Decq Mota. Durante a conversa informal, foram tro-
cadas impressões sobre a época que agora termina e sobre os
próximos desafios, tendo este Dirigente incentivado o veleja-
dor a prosseguir com o ritmo alcançado em 2014, um ano ex-
celente na carreira deste atleta de Alta Competição.
Rui Silveira é já presença confirmada no Jantar de Natal do
CNH, que terá lugar na noite desta segunda-feira, dia 29.
O velejador vai aproveitar estes dias em casa para continuar a
treinar, tendo em conta que a nova temporada começa já no
dia 10 de Janeiro próximo em Miami, nos Estados Unidos da
América.
Terça-feira, dia 23: Rui Silveira apresenta
cumprimentos ao Presidente da Direcça o
do Clube Naval da Horta
Rui Silveira, velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval
da Horta (CNH), deu o seu melhor, mas afirma que a sua pres-
tação na XVI Semana Olimpica da Gran Canaria “ficou abaixo
das expectativas”. E explica: “No primeiro dia entrei mal; no
segundo, ganhei a regata do dia e no terceiro, que era decisivo,
não andei bem à Vela o que ditou este resultado final”.
Refira-se que esta competição decorreu de 04 a 08 do corren-
te, em Espanha, e que o atleta faialense ficou no 13º lugar,
num total de 44 inscritos.
Foram realizadas 9 regatas ao longo destes 4 dias de prova,
marcados por “condições climatéricas difíceis”, como foi o ca-
so “de vento inconstante”.
A XVI Semana Olimpica da Gran Canaria foi organizada pelo
Real Club Náutico de Gran Canaria, tendo participado atletas
de várias nacionalidades.
Nem sempre o resultado é sinónimo do esforço dispen-
dido
Após esta competição, Rui Silveira regressa a Portugal conti-
nental no dia 13, para mais treinos, a fim de iniciar a nova tem-
porada no dia 10 de Janeiro de 2015, em Miami, nos EUA, on-
de deverá ficar até ao dia 03 de Fevereiro do próximo ano.
Durante esse tempo, o velejador terá 2 importantes desafios e
que são a participação nas competições de Fort Lauderdel e
World Cup Miami.
Antes de embarcar para a América, o atleta do Clube Naval da
Horta virá ao Faial passar o Natal com a família.
XVI Semana Olimpica da Gran Canaria –
Rui Silveira: “A minha prestaça o ficou
abaixo das expectativas”
Rui Silveira refere que a sua prestação ficou abaixo das expectativas
Fonte das fotografias: Grancanaria Sail in Winte
Afinal, a dupla de velejadores da Classe Snipe do Clube
Naval da Horta (CNH), Miguel Guimarães/David Abecasis,
que deveria ter estreado o novo barco no Torneio de
Inverno que se realizou este fim-de-semana (dias 13 e
14) na Base Naval do Alfeite, não conseguiu concretizar
este objectivo.
A explicação é deixada pelos próprios velejadores, como
se pode ler:
“Sábado, dia 13, por uma sé-
rie de motivos não consegui-
mos chegar a tempo da parti-
cipar nas regatas. No entanto,
levámos o barco até ao Alfeite e deixámos tudo prepara-
do para as regatas deste domingo, dia 14. Infelizmente,
hoje (domingo) acabou por não haver regatas porque
não havia condições para descer os barcos em segurança
na rampa do Clube. O campeonato foi validado com as
regatas de sábado, nas quais não tivemos oportunidade
de participar”.
Recorde-se que esta prova foi organizada pelo Clube
Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada (CNOCA).
“O próximo campeonato será o Torneio de Carnaval a
realizar no Clube Internacional da Marina de Vilamoura
(CIMAV), de 14 a 16 de Fevereiro de 2015. Por isso, va-
mos aproveitar o tempo que falta até lá para treinar e
recuperar a forma”, salientam estes atletas do Clube Na-
val da Horta.
Novo barco ainda na o foi estreado em
competiça o
Fotografia de: Ângelo Teixeira
Várias razões levaram à não participa-ção da dupla de velejadores do CNH Miguel Guimarães/David Abecasis no
Com São Pedro a ajudar e em tempo de
férias escolares, cerca de 20 atletas da
Escola de Vela do Clube Naval da Horta
(CNH) realizaram na manhã deste sába-
do, dia 20, a Regata de Natal, uma prova
do calendário local, que decorreu na
Baía da Horta.
Realizaram-se 3 regatas, supervisionadas
pelos elementos da Comissão de Regata:
António Luís e Diogo Picanço.
Mais um momento desportivo e compe-
titivo, onde os atletas, com e sem defici-
ência, aproveitaram para evoluir não
apenas como velejadores, mas como
pessoas responsáveis e cidadãos plenos,
onde sobressai a camaradagem e a ami-
zade, pois não é só no pódio que se co-
nhecem os vencedores.
Esta iniciativa integrou o projecto muni-
cipal “Natal com Tradição”, que arran-
cou no dia 07 deste mês e termina a 06
de Janeiro de 2015.
Regata de Natal da Secça o de Vela Ligeira
do CNH: cerca de 20 atletas em prova
CLASSIFICAÇÃO
Optimist:
1º - Tomás Oliveira
2º - Lucas Cipriano
3º - Bernardo Melo
Laser:
1º - Pedro Costa
2º - Jorge Medeiros
3º - André Costa
420:
1º - Ricardo Silveira/Tiago Serpa
Access:
1º - Rui Dowling
2º - Jorge Costa
2º - Libério Santos
Chegou ao fim o Troféu Turismar de Mini-
Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH)
2014. A duas últimas provas – 5ª e 6ª –
decorreram na tarde deste domingo (dia
14), e os primeiros três classificados foram
Hedi Costa, João Nunes e João Sequeira.
João Nunes, Director da Secção de Mini-
Veleiros do CNH refere que estas duas
últimas competições “decorreram bem,
tendo-se registado bom tempo, com assis-
tência, algum vento e a participação de 8
velejadores”.
A prova de que a modalidade continua a
atrair novos interessados, foi o facto de a
recta final do Troféu, à semelhança do que
aconteceu noutras etapas, ter contado
com um novo velejador: Filipe Guerreiro.
A pontuação bastante equilibrada entre os
primeiros concorrentes fazia prever uma
disputa acesa pelos lugares do pódio e foi
precisamente isso que aconteceu, “com 4
velejadores a ganharem pelo menos uma
regata”, refere João Nunes.
Enquanto Responsável por esta Secção,
este Dirigente afirma-se “muito satisfeito
pelos resultados alcançados e pela forma
como decorreu este Troféu”, salientando:
“O grupo está fantástico e a crescer, com
muita motivação e vontade”.
Tal como tinha sido previamente divulga-
do, as vitórias foram celebradas no fim da
competição, com um petisco oferecido
pelo patrocinador deste Troféu: Mário
Carlos, proprietário da Empresa de Activi-
dades Marítimo Turísticas: Turismar.
De realçar que este é o segundo ano con-
secutivo que a Turismar patrocina este
Troféu, o que se poderá manter.
A Cerimónia de Entrega de Prémios decor-
rerá durante o mês de Janeiro próximo,
em dia e hora a anunciar oportunamente.
Instado a levantar a ponta do véu sobre o
que se vai passar em 2015, João Nunes
responde: “Vamos agendar uma reunião
para Janeiro de 2015 com o intuito de ela-
borar o calendário para o próximo ano,
bem como eleger um novo Representante
para esta Secção a fim de que se possa
incluir e motivar todos os participantes nas
“lides” dos Mini-Veleiros”. E remata:
“Temos um grupo maior e muito interes-
sado. Como tal, prevemos ter um total de
13 a 14 velejadores durante o próximo
ano. Houve várias aquisições, novos inte-
ressados e vamos ajudar a crescer e dina-
mizar a Secção”.
O bom tempo colaborou e a assistên-
cia divertiu-se
Todos atentos ao desempenho dos
Mini-Veleiros
Fotografias de: José Macedo
Hedi Costa, Joa o Nunes e Jose Gonçalves
no po dio do Trofe u Turismar de Mini-
Veleiros do CNH 2014 - A 5ª e 6ª Provas realizadas este domingo (dia14) tiveram como vence-
dores Hedi Costa, João Nunes e João Sequeira. CLASSIFICAÇÃO DA 5ª E 6ª PRO-
VAS:
1º - Hedi Costa
2º - João Nunes
3º - João Sequeira
4º - José Gonçalves
5º - Eduardo Pereira
6º - António Pereira
7º - Filipe Guerreiro
8º - Mário Carlos
CLASSIFICAÇÃO DO TROFÉU TU-
RISMAR DE MINI-VELEIROS DO
CNH 2014:
1º - Hedi Costa
2º - João Nunes
3º - José Gonçalves
4º - António Pereira
5º - Eduardo Pereira
6º - Mário Carlos
7º - João Sequeira
8º - Nuno Rosa
9º - Bruno Gonçalves
10º - Filipe Guerreiro
11º - Emanuel Silva
“Com bom vento, entre os 13 e os 18 nós”,
decorreu na tarde deste domingo, dia 21,
o Rali Dezembro em Festa 2014, organiza-
do pela Secção de Vela de Cruzeiro do Clu-
be Naval da Horta (CNH).
Foram 4 as embarcações participantes
neste Rali, cujo percurso foi rondagem de
uma bóia na zona da baixa do Sul em que
os barcos após a sua rondagem vinham
fazer a rondagem ao último barco da frota,
voltavam à bóia, sendo a chegada entre os
dois faróis dos molhes (comercial e de
passageiros).
O Rali Dezembro em Festa 2014 comple-
tou o plano de actividades da Secção de
Vela de Cruzeiro do CNH previsto para
este mandato.
Rali Dezembro em Festa 2014 da Secça o
de Vela de Cruzeiro do CNH contou com 4
embarcaço es
CLASSIFICAÇÃO:
1º “Mariazinha” – Manuel Ga-
briel Nunes
2º “No Stress” – António Pedro
Oliveira
3º “Rajada” – António Luís
4º “Air Mail” – Luís Carlos Decq
Mota, que entrou com uma
avaria
Fotografias de: José Macedo
A Caminhada de Natal 2014, promovida pela Secção de Ca-
noagem do Clube Naval da Horta (CNH) e realizada na ma-
nhã deste sábado, dia 20, alcançou os objectivos traçados:
reunir atletas e pais, promover o espírito de grupo e fazer
actividade física em contacto com a natureza. O Trilho do
Bacalhau foi o percurso escolhido pelo grupo, liderado pelo
Director da Secção, Francisco Garcia, e pelo Monitor, Carlos
Pedro, que acumulou as funções de fotógrafo.
Estes dois Responsáveis congratulam-se pela forma
“animada e pedagógica” como decorreu esta actividade,
que culminou com o agradável Convívio de Natal, promovi-
do pelo Clube Naval da Horta, que teve como espaço o Sa-
lão/Bar desta instituição.
De realçar o facto de alguns pais de atletas terem aceitado o
convite, o que demonstra, à semelhança do que vem acon-
tecendo, o interesse, a importância e a ligação que mantêm
com o Clube Naval da Horta e, em particular, com a Secção
onde os seus filhos brilham como atletas da Canoagem.
No mar ou em terra, os atletas estão sempre em acti-
vidade física
Refira-se que esta actividade do CNH inseriu-se no projecto
da autarquia faialense “Natal com Tradição”, que teve início
no dia 07 do corrente e termina a 06 de Janeiro próximo.
Uma pausa para desfrutar da paisagem…
O grupo que fez a Caminhada de Natal 2014, promo-
vida pela Secção de Canoagem do Clube Naval da
Horta
Os pais deram uma excelente prova do acompanha-
mento que fazem da actividade dos filhos na Canoa-
gem do CNH e da sua ligação a esta SecçãoF
otografias de: Carlos Pedro
Caminhada de Natal 2014 da Secça o de
Canoagem do CNH cumpriu os objectivos
traçados fomentar o espírito de grupo e a actividade física
em contacto com a natureza
Os utentes do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) da Santa Casa da Misericórdia da Horta todas as sextas-feiras (de
manhã e à tarde) desenvolvem actividades náuticas no Clube Naval da Horta (CNH). Este foi o Grupo da tarde desta sexta-
feira, dia 12, que se fez acompanhar pelas Monitoras Nilza Garcia e Celina Bulcão, tendo como anfitrião o Técnico em Edu-
cação Especial e Reabilitação, João Duarte, simultaneamente Treinador de Vela e Vice-Presidente do CNH.
Fotografia de: Cristina Silveira
Grupo de utentes do CAO da Santa Casa da
Miserico rdia da Horta no seu projecto
semanal no Clube Naval da Horta
Entre Atletas (da Vela Ligeira, Natação e Canoagem), Pais,
Dirigentes, Funcionários, Treinadores, Monitores e Famílias,
perto de 100 pessoas responderam afirmativamente ao
Convite de Natal feito pela Direcção do Clube Naval da Hor-
ta (CNH) e que decorreu na tarde deste sábado, dia 20. O
espaço escolhido foi o Salão/Bar desta casa, que assinalou a
sua Pré-Abertura no dia anterior (sexta-feira, 19) e cuja ima-
gem renovada tem sido muito elogiada.
Refira-se que este evento foi integrado no projecto da edili-
dade faialense “Natal com Tradição”, que começou no dia
07 do corrente e termina a 06 de Janeiro próximo.
O Convívio correspondeu a uma verdadeira partilha natalí-
cia, tendo em conta que cada um trouxe um prato (doce ou
salgado) e as bebidas ficaram por conta do Clube.
As primeiras palavras foram do Presidente da Direcção do
CNH, José Decq Mota, para saudar os presentes, desejando
a todos Festas Felizes e que 2015 seja muito Próspero a to-
dos os níveis.
Enaltecendo a actividade desportiva realizada no dia de sá-
bado (20) e elogiando o desempenho dos atletas, Directo-
res, Treinadores e Dirigentes ao longo do ano, José Decq
Mota cumprimentou-os um a um ao mesmo tempo que foi
entregue a todos um pin do Clube Naval da Horta.
Os participantes escutaram os oradores com atenção
No Sala o/Bar: Conví vio de Natal do Clube
Naval da Horta 2014 contou com cerca de
100 participantes
João Duarte, José Decq Mota, Carlos Moniz e Francisco Garcia: palavras de boas-vindas no início
do Convívio de Natal
Todos receberam um pin do Clube
E foram cumprimentados
É à mesa que que se põem as conversas em dia
O Treinador da Classe Access, João Duarte, salientou a im-
portância destes eventos, no sentido de todos perceberem
que “a actividade do Clube Naval da Horta não se restringe
ao plano desportivo e competitivo, sendo fundamental os
diversos atletas se conhecerem e conviverem em termos
pessoais”.
Este Dirigente do CNH (Vice-Presidente) achou “muito inte-
ressante” o Convívio de Natal já ter decorrido no Salão/Bar
do Clube, prova do dinamismo e capacidade de trabalho dos
novos concessionários (João Martinho e Gabriel Gonçalves).
João Duarte, rodeado pela sua Classe de velejadores (de
mobilidade reduzida) manifestou o seu contentamento pela
presença de todos e deixou rasgados elogios à feijoada feita
pelo recordista do Horta-Madalena-Horta – Sprint, Libério
Santos, que desta maneira revela os seus dotes de mestre
não só na Vela como na Cozinha.
Na mesma linha de raciocínio, o Treinador Duarte Araújo,
sentado com os “seus” pupilos, salientou o papel destes
eventos, “necessários ao convívio dos atletas e ao seu co-
nhecimento”.
Francisco Garcia, Director da Secção de Canoagem e Carlos
Pedro, Monitor desta Secção, manifestaram-se “muito satis-
feitos” por esta iniciativa, que juntou também pais de atle-
tas.
Olga Marques, Directora da Secção de Natação, falou com
orgulho do desempenho dos nadadores do Clube, subli-
nhando a importância deste tipo de iniciativa no sentido de
“transmitir uma mensagem aos atletas, os quais devem sen-
tir que esta casa tudo faz por eles e para que sejam bem
sucedidos nas modalidades que escolheram”.
Fotografias de: Carlos Pedro
O fundo do interior do Porto da Horta, na zona
em frente ao Clube Naval da Horta (CNH), está
mais limpo, graças à Campanha Limpa (A)
Fundo 2014 que se realizou este sábado, dia 06,
tendo os voluntários retirado mais de 450 quilos
de lixo indiferenciado. Os atletas do CNH inte-
graram-se nos cerca de 100 voluntários envolvi-
dos, demonstrando a importância que estes
eventos têm não só no presente mas, também,
no futuro e na vida de todos nós.
Um sucesso é a forma como se pode caracterizar a Campa-
nha Limpa (A) Fundo 2014, levada a cabo este sábado, dia
06, no interior do Porto da Horta (em frente ao Clube Naval
da Horta). Tratou-se de uma iniciativa conjunta do Observa-
tório do Mar dos Açores (OMA) e da Associação de Produto-
res de Espécies Demersais dos Açores (APEDA), que contou
com a colaboração de vários parceiros, entre os quais, o
Clube Naval da Horta (CNH), tendo o número de voluntários
ultrapassado a centena, incluindo equipas de mar e de ter-
ra.
Dos 200 metros que constituíam a área delimitada para esta
acção de limpeza subaquática, foram retirados mais de 450
quilos de lixo de natureza diversa, designadamente: cerca
de 50 quilos de pneus, 60 de vidro, 70 de plástico e 275 de
lixo indiferenciado (cabos, tecidos ou sapatos).
Em declarações à agência Lusa, Carla Dâmaso, do OMA, re-
fere que “o facto de este ano a limpeza ter decorrido numa
área mais restrita fez com que tenha sido retirado menos
lixo do que em campanhas anteriores”.
Recordando informação que já havia sido divulgada, Carla
Dâmaso salienta que “a novidade deste ano foi o facto de,
pela primeira vez, se proceder à realização de uma amostra-
Clube Naval da Horta como parceiro: Vol-
unta rios da Campanha Limpa (A) Fundo
2014 recolheram mais de 450 quilos de
lixo indiferenciado no Porto da Horta
gem científica, para quantificação do lixo na área delimita-
da, a cargo do Departamento de Oceanografia e Pescas
(DOP) da Universidade dos Açores (UAç), mas integrada
nesta iniciativa”. Tal como aconteceu no ano passado, o
vidro recolhido será reciclado. “Tendo em conta que o vidro
recolhido do fundo está frequentemente muito contamina-
do, o que implica um esforço adicional, a equipa de voluntá-
rios em terra tem a seu cargo a limpeza de todo o vidro re-
colhido, permitindo assim a sua reciclagem”, explica. Tam-
bém foi feita a triagem de todo o lixo recolhido, com o ob-
jectivo de reciclar todo aquele que for possível.
Uma iniciativa a repetir
Contactado pelo Gabinete de Imprensa do CNH, Jorge Gon-
çalves, Presidente da APEDA, refere que esta acção decor-
reu “bastante bem” e que “iniciativas como esta são para
repetir”.
Apesar de não considerar a área escolhida “uma zona muito
problemática”, entende que “esta campanha possibilitou
uma maior limpeza do Porto da Horta”.
Instado a pronunciar-se sobre o que pode revelar a quanti-
dade de lixo recolhida, Jorge Gonçalves responde que
“embora se possa dizer que há um bocadito de desleixo,
sublinha que “muito do lixo que foi retirado é atirado ao
mar por força das condições climatéricas, vento e não só”. E
realça: “Foi encontrado um par de óculos graduados. Não
acredito que tenha sido deliberadamente atirado ao mar”.
Quanto ao número de parceiros envolvidos, este Dirigente
congratula-se com a colaboração registada, fazendo votos
para que “se mantenha assim em acções futuras, uma vez
que estas questões dizem respeito a todos”.
Refira-se que esta Campanha, integrada nas Comemorações
do Dia Nacional do Mar, deveria ter decorrido no dia 15 de
Novembro último, tendo sido adiada devido às condições
atmosféricas desfavoráveis.
Esta acção de limpeza subaquática do Porto da Horta con-
tou com os seguintes parceiros: Marinha, através da Capita-
nia do Porto da Horta, Portos dos Açores, S.A., Marina da
Horta, Clube Naval da Horta, IMAR/DOP-UAç, Lotaçor, Câ-
mara Municipal da Horta, Governos dos Açores (Parque
Natural do Faial e DRAM), ABAE, Cruz Vermelha, Norberto
Diver, Central Sub, DiveAzores, OceanEye, SeaExpert, No
More Plastic Bags for the Azores (NMPBA), FishPics e Flying
Sharks.
Incutir nos mais novos bons hábitos de conservação mari-
nha
No número de voluntários envolvidos também se incluem
atletas do Clube Naval da Horta. Para Duarte Araújo, Treina-
dor de Vela do CNH, “estas acções são fundamentais para
incutir nos mais novos bons hábitos de conservação mari-
nha”.
Além da mobilização e participação dos seus atletas, Treina-
dores e Dirigentes, o Clube Naval da Horta também colabo-
rou com apoio logístico, disponibilizando a grua para pesa-
gem do lixo, bem como as cintas para pendurar os conten-
tores e caixas para pesagem, marcação da área que foi lim-
pa com 2 bóias (200m2), embarcação de apoio, tendo, ain-
da, cedido um espaço para servir o lanche oferecido aos
voluntários.
Miúdos e graúdos envolvidos no mesmo esforço e
com um objectivo comum: preservar o meio marinho
Fotografia cedida por: Duarte Araújo
TEXTOS
Cristina Silveira
MONTAGEM
Luís Moniz
UM EXCELENTE ANO NOVO DE