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    2. A INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL DE ESTRUTURAS 

    2.1 Aplicação da Análise Experimental de Estruturas 

     A qualidade de um sistema estrutural é caracterizada por um determinado

    conjunto de seus atributos chamados de variáveis de estado do sistema. A

    fixação de quais variáveis são de interesse na caracterização do estado do

    sistema depende dos requisitos necessários a uma operação satisfatória desse

    mesmo sistema. De maneira geral, pode-se dizer que toda investigação

    experimental tem como objetivo obter ou uma variável de estado do sistema

    estrutural ou a ratificação de uma hipótese formulada a respeito desse mesmo

    sistema. FUSCO (1996).

    Na Engenharia, a análise experimental de estruturas pode ser utilizada como

    ferramenta no estudo da qualidade dos sistemas estruturais ao longo das

    quatro fases em que se desdobram todas as atividades de engenharia:

    planejamento, projeto, construção e operação, figura 2.1.

    No planejamento da obra, as maquetes, construídas como modelos de

    visualização do produto, contribuem para a concepção estrutural, podendo

    inclusive esperar-se a realização de ensaios físicos utilizando estes modelos.

    Na fase de projeto, a análise pode ser realizada por meios numéricos ou

    físicos, dependendo das necessidades apontadas pelo projetista. Durante a

    construção, é feito o controle do sistema material pelas amostras coletadas ao

    longo de cada fase do processo. Após o término da construção, em alguns

    casos, são executadas provas de carga de aceitação do produto, ou melhor,da estrutura como um todo, procedimento este comum em alguns países

    europeus. Na fase de operação, ou seja, durante a utilização normal da

    estrutura, podem ser realizados ensaios de monitoração para avaliar o

    comportamento da estrutura quando submetida às cargas de utilização ou,

    ainda, podem ser realizadas provas de carga para determinar parâmetros

    estruturais. Desta forma, a análise experimental de estruturas, tanto numérica

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    quanto física, gera informações necessárias ao processo de tomada de

    decisões em relação ao produto “estrutura”.

    Figura 2.1 Aplicação da análise experimental de estruturas, ALMEIDA (1996) 

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    2.2 Conceitos Básicos

    Pela natureza dos fenômenos abordados neste trabalho, torna-se necessário o

    entendimento dos conceitos da Dinâmica das Estruturas.

    Para tal, deve-se apresentar a classificação de ações que podem atuar nesses

    sistemas estruturais:

     Ações determinísticas são aquelas em que os valores da ação podem ser

    determinados a cada instante. Em ações aleatórias, os valores da ação em

    cada instante não podem ser previstos exatamente, mas somente utilizando

    funções estatísticas.

    Os tipos de ações determinísticas estão mostrados na figura 2.2.

    Figura 2.2 Ações determinísticas, BACHMANN; AMMANN (1987) 

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    Uma ação que representa um processo aleatório estacionário possui mesma

    distribuição de probabilidades independente da escala de tempo adotada. Caso

    contrário, esta será chamada de não estacionária.

     As equações de movimento de qualquer sistema dinâmico representam

    expressões da 2a  lei de Newton para pontos materiais. CLOUGH; PENZIEN

    (1993). Considerando que na maioria dos problemas da dinâmica das

    estruturas pode-se assumir que a massa não varia, então matematicamente

    tem-se:

    ( ) ( )tvmtf   &&r

    r

    =   (2.1)

    onde ( )tf r

     é o vetor resultante das forças aplicadas na partícula;

    ( )tvr

     é o vetor de posição da partícula de massa m .

    O segundo termo da equação, ( )tvm &&r

    , é definido como força de inércia.

     Aplicando o conceito que uma massa desenvolve uma força inercial

    proporcional a sua aceleração, de sentido contrário, conhecido como Princípiode D’Alembert, permite que a equação de movimento seja expressada como

    uma equação de equilíbrio dinâmico:

    ( ) ( ) ( ) ( )tf tf tf t p SDIrrrr

    ++=   (2.2)

    Logo, para o sistema dinâmico mostrado na figura 2.3, tem-se:

    Figura 2.3 Sistema dinâmico com um grau de liberdade, CLOUGH; PENZIEN

    (1993) 

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    •   ( )t pr

     é o carregamento atuante;

    •   ( ) ( )tvmtf I &&rr

    =   é a força inercial;

    •   ( ) ( )tvctf D &rr

    =   é a força de amortecimento, considerando um amortecimentoviscoso;

    •   ( ) ( )tvk tf Srr

    =   é a força elástica.

    Desta forma, determinar a resposta dinâmica de um sistema com um grau de

    liberdade consiste, em última análise, em integrar uma equação diferencial do

    tipo:

    ( ) ( ) ( ) ( )t ptkvtvctvm   =++   &&&   (2.3)

     Analogamente, determinar a resposta dinâmica de um sistema com n graus de

    liberdade consiste, em última análise, em integrar n equações diferenciais do

    tipo da equação 2.3. Desta forma, pode-se representar as forças

    matricialmente:

    ( ) ( ) ( ) ( )tttt PKvvCvM   =++   &&&   (2.4)

     A desconsideração do caráter vetorial nas equações 2.3 e 2.4 pode ser feita

    dentro da formulação da Mecânica Analítica, baseada em conceitos de energia,

    ou seja, grandezas escalares. LANCZOS (1966) apud MAZZILLI (1996).

    • Vibrações Livres

    Neste caso, ( )   0t p   = . A solução é obtida integrando-se a seguinte equação:

    ( ) ( ) ( )   0tkvtvctvm   =++   &&&   (2.5)

    CLOUGH; PENZIEN (1993) mostram que a solução é:

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    a) para sistemas não amortecidos ( )0c = :

    ( ) ( )

      ( )tsenωω

    0v

    tcosω0vtv nn

    n

    &

    +=   (2.6)

    onde ( )0v  e ( )0v&  são condições de contorno do problema;

    nω  é a freqüência natural do sistema.

    b) para sistemas amortecidos, considerando amortecimento sub-crítico, usual

    em estruturas civis (   0020ξ〈 ):

    ( ) ( )  ( ) ( )   tξω

    d

    d

    n

    dn

    etsenωω

    ξω0v0v

    tcosω0vtv  −

     

     

     

     +

    +=

      &

      (2.7)

    onde ( )0v  e ( )0v&  são condições de contorno do problema;

    2

    nd   ξ1ωω   −=  é a freqüência de vibrações livres do sistema amortecido;

    cc

    cξ =  é a taxa de amortecimento;

    nc   2mωc   =   é o amortecimento crítico.

    Da equação 2.7, percebe-se que a curva formada pelos picos da resposta é

    exponencial. Desta forma, obtem-se:

    δξ1

    2ππ

    v

    vln

    21n

    n =−

    =+

      (2.8)

    onde δ   é o decremento logarítmico de amortecimento

    Figura 2.4 Vibrações livres em um sistema com amortecimento sub-crítico, CLOUGH;

    PENZIEN (1993)

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    • Vibrações Forçadas

    Neste caso podem ser utilizadas as notações de Euler:

    isenθcosθe

    isenθcosθe

    +=

    −=−  (2.9)

    Quando a excitação é harmônica, ou seja ( )   tωioe pt p   = , tem-se:

    ( ) ( ) ( )   tωi0e ptkvtvctvm   =++   &&&   (2.10)

    Neste caso, é natural esperar que uma solução particular da equação seja a

    harmônica com a mesma freqüência do carregamento:

    ( )   tωi0evtv   =   (2.11)

    onde ( )   0n

    2

    00   pωH

    icωωmk 

     pv   =

    +−=   (2.12)

     A defasagem entre o carregamento e a resposta é dada por:

    22 β1

    β2

    ωmk 

    ωcarctanφ

    −=

     

      

     −

    =  ξ 

      (2.13)

    ondenω

    ωβ =  

    Segundo CLOUGH; PENZIEN (1993), o fator de amplificação dinâmica D é

    dado por:

    ( )   ( )[ ]   21

    222

    0

    0 β2β1/k  p

    vD

    +−==   ξ    (2.14)

    Utilizando-se a equação 2.14, pode-se obter o gráfico da figura 2.5.

     A função ( )ωH   é chamada função resposta em freqüências e representa a

    relação entre a amplitude da resposta dinâmica e a amplitude da excitação.

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    Desta forma, as respostas de um sistema dinâmico elástico linear podem ser

    determinadas tanto no domínio do tempo como no domínio da freqüência. A

    figura 2.6 mostra as relações entre esses dois domínios e as ligações por meiode transformadas de Fourier. As transformadas de Fourier são processos

    matemáticos utilizados para transformar uma função no domínio do tempo para

    o domínio da freqüência e vice-versa.

    Figura 2.5 Fator de amplificação dinâmica em função do amortecimento e da freqüência,

    CLOUGH; PENZIEN (1993).

    PFT: transformada de Fourier de função periódicaTFT: transformada de Fourier de função transientePIFT: transformada inversa de Fourier de função periódicaTIFT: transformada inversa de Fourier de função transiente 

    Figura 2.6 Relações entrada-saída dos sistemas dinâmicos elásticos lineares mostrando as

    transformadas de Fourier como ponte entre processos de convolução e função

    resposta em freqüências, McCONNELL (1995).

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     A função ( )τth   −   é chamada função resposta ao impulso ( )dττ p   aplicado no

    instante τ . Este impulso matematicamente corresponde a uma função delta de

    Dirac. A função delta de Dirac tem valor zero para todos os valores de t, exceto

    em τt =  . É, portanto, o limite conforme ∆t tende a zero de uma área retangular

    unitária como mostrado na figura 2.7.

    Figura 2.7 Conceitos de convolução. (a) função delta de Dirac. (b) função resposta ao impulso,

    McCONNELL (1995)

     A resposta no domínio do tempo é:

    ( ) ( ) ( )∫∞

    ∞−−=   dττthτ ptv   (2.15)

     A equação 2.15 é chamada de integral de convolução ou de Duhamel.

    Conforme mostra a figura 2.6, as funções ( )τth   −  e ( )ωH   formam um par de

    transformadas de Fourier:

    ( ) ( )

    ( ) ( )∫

    ∫∞

    ∞−

    ∞−

    =

    =

    dtethωH

    dωeωH2π

    1th

    i

    ti

    t ω 

    ω 

      (2.16)

    Quando a excitação é periódica, tanto a resposta como a excitação podem ser

    representadas como uma soma de harmônicos, ou seja, em séries de Fourier:

    ( )   ∑

    =  

      

     ++= 1k 

    k k 0T

    kt2

    sen bT

    kt2

    cosaatx

      π π 

      (2.17)

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    onde 0a , k a e k  b  são chamados coeficientes de Fourier:

    ( )∫−

    =T/2

    T/2

    0   dttxT1a  

    ( )∫−≥

    =T/2

    T/21k k    dt

    T

    kt2costx

    T

    2a

      π   (2.18)

    ( )∫−≥

    =T/2

    T/21k k    dt

    T

    kt2sentx

    T

    2 b

      π  

    Supondo que o valor médio de ( )tx  seja igual a zero e, portanto, 0a   também

    nulo, os valores dos coeficientes k a e k  b podem ser mostrados graficamente

    de forma que a freqüênciaT

    k 2ωk 

    π = corresponda ao eixo horizontal e seus

    respectivos coeficientes k a   e k  b  ao eixo vertical, figura 2.8. A distância entre

    harmônicos adjacentes é

    T

    2π∆ω = . O gráfico mostrado na figura 2.8, onde são

    apresentados os valores discretos dos coeficientes em cada harmônico, é

    chamado de espectro discreto de freqüências. Ações periódicas podem ser

    representadas por este tipo de espectro.

    Figura 2.8 Representação gráfica dos coeficientes de Fourier, NEWLAND (1989)

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    Percebendo-se que conforme ∞→T , 0∆ω → (os valores discretos do gráfico

    da figura 2.8 aproximem-se muito), no limite, sob certas condições, as séries de

    Fourier tornam-se integrais de Fourier e os coeficientes de Fourier tornam-sefunções contínuas da freqüência.

    Substituindo as equações 2.18 na equação 2.17, e considerando 0a0  = , no

    limite ∞→T , quando dω∆ω → , FOURIER (1822) apud NEWLAND (1989)

    prova que:

    ( ) ( ) ( )∫ ∫∞ ∞

    +=0 0

    tdωsenωωB2tdωcosωA2tx   ω   (2.19)

    onde os termos ( )ωA e ( )ωB são chamados de componentes da Transformada

    de Fourier de ( )tx  :

    ( ) ( )

    ( ) ( )∫

    ∫∞

    ∞−

    ∞−

    =

    =

    tdtsentx2π

    1ωB

    tdtcostx2π

    1ωA

    ω

    ω

      (2.20)

     A equação 2.19 é a representação de ( )tx   por uma integral de Fourier ou

    transformada inversa de Fourier. A equação só é válida na seguinte condição:

    ( )∫∞

    ∞−

    〈∞dttx  

     Ações transientes podem ser descritas por integrais de Fourier chamadas de

    densidade espectral contínua.

    Definindo ( )ωX  como: ( ) ( ) ( )ωiBωAωX   −=   (2.21)

    FOURIER (1822) apud NEWLAND (1989) mostra que:

    ( ) ( )

    ( ) ( )∫

    ∫∞

    ∞−

    ∞−

    =

    =

    ti

    ti

    etx2π

    1

    ωX

    dωeωXtx

    ω 

    ω 

      (2.22)

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    onde ( )ωX é a transformada complexa de Fourier de ( )tx ;

    ( )tx é a transformada complexa inversa de Fourier de ( )ωX .

    Conforme foi visto, as transformadas de Fourier são fundamentais no estudo de

    sistemas dinâmicos. Percebe-se entretanto que as integrais são difíceis de

    serem calculadas analiticamente. Existem processos numéricos para

    determinação dos espectros de freqüências que são chamados de

    transformadas discretas de Fourier e serão abordados no item 2.3.2.

    2.3 Experimentação Física

    2.3.1 Investigações de Campo 

     A investigação de campo geralmente pode ser caracterizada por 2 tipos de

    ensaios: ensaios de monitoração e provas de carga.

    Os ensaios de monitoração são caracterizados pela medida da resposta da

    estrutura quando submetida a carregamentos onde não se tem controle de suanatureza no espaço e no tempo.

     As provas de carga são caracterizadas pela medida da resposta da estrutura

    submetida a carregamentos onde são conhecidos tanto sua natureza quanto a

    sua ocorrência no espaço e no tempo.

     As provas de cargas podem ser divididas em estáticas ou dinâmicas. Em

    provas de carga estáticas, a estrutura é submetida a carregamentosconsiderados estáticos ou quase-estáticos, desprezando-se então os efeitos

    dinâmicos na estrutura. Quando, no entanto, um carregamento tiver

    intensidade variável no tempo, de forma que transfira para a estrutura, além de

    energia de deformação, energia cinética, este carregamento é considerado

    dinâmico e tem-se portanto uma prova de carga dinâmica.

     As principais provas de carga dinâmicas são os ensaios de vibrações livres e

    os ensaios de vibrações forçadas.

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    Em ensaios de vibrações livres, a estrutura deve ser deslocada de sua

    configuração estática de equilíbrio e liberada de forma que possa vibrar

    livremente, ou seja, sem ação de nenhuma força externa (Equação 2.5).

    Em ensaios de vibrações forçadas, a estrutura é excitada por carregamentos

    dinâmicos controlados, geralmente senoidais (Equação 2.10). Os excitadores

    das estruturas podem ser de translação ou de rotação.

    O excitador de translação normalmente tem seu mecanismo baseado em

    atuadores hidráulicos controlados por servosistemas. Os servosistemas

    possuem mecanismos de controle para compensação entre a carga aplicada ea carga desejada, figura 2.9.

    Figura 2.9 Esquema do servosistema, REESE; KAWAHARA (1993)

    O excitador de rotação consiste em dois discos girando em um mesmo plano

    com a mesma velocidade angular e em sentidos opostos, onde são fixadas

    duas massas excêntricas, as quais podem ter suas posições ajustadas, figura

    2.10

    Da decomposição vetorial das forças centrífugas, obtém-se a intensidade da

    força produzida pelo excitador de rotação:

    ( ) ( )2

    k 2cosR F   ω 

      

      α=ω   (2.23)

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    Figura 2.10 Excitador de rotação de massa excêntrica, McCONNELL (1995) 

    onde R : constante característica do excitador utilizado;

    α : angulo relativo entre as duas massas excêntricas;

    ω : velocidade angular.

    2.3.2 Aquisição de Dados

    Os métodos de investigação experimental de estruturas podem ser divididos

    nas seguintes fases:

    Fenômeno ⇒  transdutores ⇒  condicionadores ⇒  cabos ⇒  conversores ⇒  gravadoresde sinais analógico- 

    digitais

    Figura 2.11 Configuração básica de um sistema de aquisição de dados

    Fenômeno 

    É o processo que se deseja estudar. A análise do fenômeno é baseada no

    estudo de grandezas físicas que são medidas por meio de transdutores.

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    Figura 2.12 Utilização de transdutores de referência fixa ou variável

    Como exemplo, pode-se apresentar a medição das grandezas que descrevem

    movimentos na extremidade de uma arquibancada de estádio de futebol (ponto

     A), figura 2.12. Na direção vertical Z, pode-se utilizar transdutores fixados

    diretamente ao solo ou transdutores sísmicos. Na direção horizontal Y, só

    podem ser utilizados transdutores sísmicos devido a inexistência de

    referenciais fixos nesta direção.

     A configuração básica de um transdutor sísmico é mostrada na figura 2.13.

    Figura 2.13 Transdutor sísmico, HARRIS (1996)

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     Aplicando-se o equilíbrio de forças dinâmicas (equação 2.3) na massa m

    localizada no interior do transdutor, tem-se:

    ( )0k δ

    dt

    dδc

    dt

    vδdm

    2

    2

    =−−+

    −   (2.24)

     Admitindo-se tanto δ  quanto v  funções senoidais defasadas entre si:

    ( )θωtcosδδ

    tcosvv

    0

    0

    −=

    =   ω  (2.25)

    Mostra-se que:

     

     

     

     

    −=

     

      

     +

     

      

     −

    =

    2

    22

    2

    2

    0

    0

    ωm

    k m

    arctanθ

    m

    cωω

    m

    ω

    v

    δ

      (2.26)

    +

    −=

    mω4ξ

    mω1

    1

    m

    v

    δ

    22

    20

    0   (2.27)

    Dessa forma, conhecendo-se as características dinâmicas do transdutor, pode-

    se determinar deslocamentos v  e acelerações v&&  no ponto onde o mesmo está

    fixado.

    O desempenho de um transdutor sísmico pode ser avaliado com o auxílio do

    gráfico da figura 2.5. Verifica-se neste que, considerando um transdutor com

    0,7ξ = , a indesejável amplificação dinâmica só acontece para valores de

    0,6β ≥ . Neste caso, para avaliar comportamentos de estruturas submetidas a

    carregamentos, cuja faixa de interesse dos harmônicos é 21   ωω   − , deve-se ter

    um acelerômetro com freqüência natural superior a pelo menos 22   ω1,7ω0,6

    1

    = .

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    Os principais tipos de transdutores sísmicos são: a) acelerômetros

    piezoresistivos, b) acelerômetros piezoelétricos e os c) servo-acelerômetros.

    a) acelerômetros piezoresistivos

     Acelerômetros piezoresistivos utilizam extensômetros elétricos nas duas

    superfícies opostas, no plano de maior flexão de barras em balanço, figuras

    2.14 e 2.15. A deformação específica da seção está relacionada com o

    deslocamento da massa sísmica pela expressão da curvatura, dada por:

    EIρ

    1

    M =   (2.28)

    onde M  é o momento fletor atuante na seção transversal onde estão coladosos extensômetros elétricos;

    21   εε

    +=  é o raio de curvatura da seção com altura h; (2.29)

    1ε ,   2ε são as deformações específicas medidas nos extensômetros

    elétricos.

    Figura 2.14 Princípio de funcionamento dos acelerômetros piezoresistivos.

    Mostra-se que:

    3EIb

    Mlδ

    3

    =   (2.30)

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     A relação anterior só é válida dentro do regime elástico do material. Logo, a

    capacidade de medição dos acelerômetros piezoresistivos é estabelecida de

    forma que as tensões atuantes não ultrapassem o limite elástico do material

    Figura 2.15 Acelerômetros piezoresistivos, HARRIS (1996) 

    b) acelerômetros piezoelétricos

     Acelerômetros piezoelétricos utilizam materiais piezoelétricos, ou seja, aqueles

    que produzem cargas elétricas proporcionais a tensões aplicadas. São

    constituídos também de massas e molas. A mola é utilizada para comprimir a

    massa contra o cristal piezoelétrico. As tensões aplicadas no material

    piezoelétrico são proporcionais aos deslocamentos da massa δ. Os

    acelerômetros piezoelétricos têm como principais características alta

    sensibilidade e abrangem extensa banda de freqüências. Figuras 2.16 e 2.17

    Figura 2.16 Princípio de funcionamento dos acelerômetros piezoelétricos 

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      22

     

    MA: massa MO: mola P: elemento piezoelétrico B: base C: cabo 

    Figura 2.17 Acelerômetros piezoelétricos, DOEBELIN (1990)

    c) servo-acelerômetros

    O servo-acelerômetro consiste basicamente em uma massa com um sensor de

    deslocamento de um lado e um sistema servo compensador do outro. Quando

    o acelerômetro é movimentado, a massa é deslocada e gera um sinal de erro

    devido ao desequilíbrio elétrico. Este erro é restabelecido por uma força

    restauradora aplicada na massa de forma que esta retorne a sua configuraçãoinicial. A aceleração é proporcional a força restauradora. Um tipo de servo-

    acelerômetro é mostrado na figura 2.18. Neste caso, o sensor de deslocamento

    é capacitivo e a posição da massa é restabelecida por meio de um torque

    mecânico proveniente da força magnética gerada pela passagem de corrente

    elétrica na bobina.

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    Figura 2.18 Servo-acelerômetros, DOEBELIN (1990) 

    Condicionamento de Sinais

    Os condicionadores de sinais são equipamentos eletrônicos que modificam o

    sinal de entrada de alguma forma. Alguns exemplos de condicionamento de

    sinais são:

    • Transformação Impedância-Tensão Elétrica

     As variações de impedâncias (resistências, capacitâncias e indutâncias) nos

    transdutores precisam ser convertidas em tensões elétricas. Nesse sentido,

    são utilizados basicamente os circuitos da ponte de Wheatstone e os circuitos

    potenciométricos, figura 2.19.

    Figura 2.19 Circuitos básicos usados para condicionamento de sinais, DALLY; RILEY (1991) 

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    • Amplificação ou Atenuação

    Como os sinais elétricos enviados pelos transdutores podem ser de baixa ou

    alta tensão, faz-se necessário o uso respectivo de amplificadores ou

    atenuadores.

    • Filtros

    Os filtros analógicos são utilizados basicamente com um dos seguintes

    propósitos: eliminação de ruídos causados por campos magnéticos vizinhos ou

    seleção da banda das freqüências de interesse.

    • Isolação Galvânica

    Servem para eliminar ruídos por meio da linha de aterramento do sistema de

    aquisição de dados.

    Cabos 

    Os cabos interligam os transdutores, condicionadores, conversores e

    gravadores.  Desta forma, o número de fios presentes num cabo de ligação

    transdutor-condicionador depende do tipo de transdutor utilizado. Os servo-

    acelerômetros empregados nos ensaios de monitoração do estádio do

    Morumbi, por exemplo, utilizam cabos de 4 fios e uma malha externa.

     A utilização de cabos compridos pode acarretar erros devido a queda detensão que ocorre nos fios do cabo. Neste caso, estes erros devem ser

    corrigidos.

    Conversão de Sinais Analógicos em Digitais

    O conversor A/D converte um sinal analógico em digital. O sinal digitalizado é

    desejável porque pode ser manipulado pelo computador. O conversor constitui-

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      25

    se em uma placa de circuito impresso que pode ser colocada na unidade de

    computação. A principal característica de um conversor é o número de bits

    para os quais o mesmo é projetado, que define a sua resolução básica. Ofuncionamento de um conversor A/D de aproximações sucessivas é ilustrado

    na figura 2.20.

    Figura 2.20 Conversor A/D de aproximações sucessivas, DOEBELIN (1990)

    Registro de Sinais Analógicos

     Algumas maneiras de registrar dados analógicos são as seguintes: gravadores

    XT e XY eletromecânicos do tipo servo, gravadores matriciais térmicos e

    eletrostáticos, gravadores de fitas magnéticas, etc.

    Gravação de Sinais Digitais

    Para a gravação de sinais digitalizados, utiliza-se principalmente

    microcomputadores. Nesse caso os dados são armazenados normalmente no

    disco rígido do micro. Outras formas de registrar esses sinais são por meio de

    osciloscópios ou impressoras. 

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    Frequências de Amostragem

     A discretização de um sinal é feita por meio da sua amostragem em intervalos

    regulares. A freqüência de amostragem é o inverso deste intervalo. Esta

    freqüência não pode ser muito baixa (comparada com a freqüência de variação

    do sinal) devido ao efeito de sub-amostragem, fenômeno referido na literatura

    como “aliasing”.

    Figura 2.21 Representação gráfica da sub-amostragem, ROMBERG (1996) 

    O teorema de Nyquist mostra que o efeito de sub-amostragem ocorre sempre

    que a freqüência de amostragem é menor que duas vezes a maior freqüência

    que se deseja considerar no sinal. Portanto, deve-se sempre ter:

    Ba

      2f f   ≥   (2.31)

    onde af  : frequência de amostragem

    Bf  : frequência mais alta do sinal (banda de interesse do sinal)

     A equação 2.31 decorre do fato que os valores de transformadas de Fourier

    calculados (equação 2.22) fora da faixa de frequências rad/s∆

    πωrad/s

    π≤≤−  

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    Nos ensaios de monitoração de estádios de futebol, onde foram medidas as

    respostas estruturais às cargas induzidas por pessoas, verificou-se que as

    freqüências importantes estavam no intervalo entre 0 e 80 Hz.

    Tabela 2.1 Características de alguns sinais, LYNX (1993) 

    2.3.3 Análise de Sinais 

    Análise no Domínio do Tempo 

     A análise de séries temporais leva a valores imediatos tais como amplitudes

    máximas e, além disso, a conclusões qualitativas em relação ao tipo de sinal

    de acordo com a classificação apresentada na figura 2.2.

    Análise no Domínio da Freqüência É antiga a idéia de desmembrar uma função periódica em seus componentes

    harmônicos e, mais ainda, tratar e avaliar essa função segundo estes

    componentes. Por muitos anos, matemáticos famosos como Euler, D’Alembert

    e Lagrange discordavam que funções arbitrárias pudessem ser representadas

    por séries trigonométricas. NEWLAND (1989)

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    Jean Baptiste Joseph Fourier, entretanto, provou que qualquer função periódica

    ( )tx  pode sempre ser expressa por meios de infinitas séries trigonométricas,

    chamadas séries de Fourier (Equação 2.17).

    • Transformadas discretas de Fourier

    O desenvolvimento das integrais que compõem as transformadas de Fourier

    (Equação 2.22) só é possível em casos onde são disponíveis as expressões

    analíticas das funções ( )tx  ou ( )ωX . Quando dispõe-se de dados na forma devalores discretos, como no caso dos ensaios de monitoração realizados no

    estádio do Morumbi, as transformadas só podem ser obtidas por meio de

    procedimentos numéricos.

    Desta forma, a função ( )tx   será expressa por uma seqüência de números

    { }r x dada por:

    { } { },...x,x,xx 210r    =  

    com intervalo de amostragem igual a ∆ como mostra a figura abaixo.

    Figura 2.23 Amostragem da função ( )tx , NEWLAND (1989) 

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      30

    Demonstra-se que:

    ∑−

    =

    =

    =

    =

    1n

    0k 

     N

    kr 2i

    k r 

    1n

    0r 

     N

    kr 2i

    r k 

    eX N

    1x

    ex N1X

    πω 

    πω 

      (2.32)

    k X  e r x  são chamadas de transformadas discretas de Fourier (DFT’s).

    Em rotinas computacionais, como no programa SISDIN, que será referido

    adiante, utiliza-se um algoritmo computacional que requer cerca de 2000 vezes

    menos operações que a DFT, chamado de transformada rápida de Fourier

    (FFT). Consiste, basicamente, na partição da seqüência original em seqüências

    menores. Obtem-se a DFT das seqüências menores. Estas são combinadas

    conforme mostrado na figura 2.24 de modo a obter a DFT completa de { }r x .

    Figura 2.24 Passos da FFT, NEWLAND (1989).

     A análise de sinais no domínio da freqüência é feita em todos os ensaios

    citados no item 2.3.1 (ensaios de vibrações livres, forçadas e ensaios de

    monitoração), pois os espectros obtidos pela amostragem discreta do sinal

    mostra os valores de freqüência nos quais a estrutura apresenta maiores

    amplitudes da grandeza considerada (aceleração, velocidade ou

    deslocamento), ou seja, as bandas de freqüência que apresentam maior

    energia de vibração.

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      31

    • Parâmetros Utilizados na FFT.

    Na prática, os programas computacionais que desenvolvem o algoritmo da FFT

    apresentam alguns parâmetros que o usuário precisa determinar para a

    obtenção do espectro. No programa SISDIN, por exemplo, o espectro é

    calculado pela média dos espectros de cada uma das janelas de dados do sinal

    analisado individualmente, sendo o tamanho da janela fixado pelo usuário. Os

    parâmetros utilizados na análise são:

    a) tipo de janela

     A operação de janelamento da série temporal é necessária, pois o algoritmo da

    FFT é baseado na hipótese da repetição da série ao longo do tempo, ou seja,

    na periodicidade da série.

    Figura 2.25 Erros devido a falta de janelamento, HEWLETT PACKARD (1982)

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    O janelamento é feito multiplicando-se a série temporal por uma função ( )tW  

    cujos valores iniciais e finais são nulos. Alguns tipos de janelas utilizadas são

    apresentadas na figura 2.26.

    O programa SISDIN dispões dos seguintes tipos de janelas: retangular,

    hanning, hamming, triangular e blackman.

    Figura 2.26 Alguns tipos de janelas utilizadas na FFT, ROMBERG (1996)

    b) Resolução

    Indica o número de raias espectrais e, portanto, define o tamanho da janela de

    dados da série temporal utilizada para cálculo do espectro.

    2r d =   (2.33)

    onde d  é o número de dados

    r  é a resolução

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      33

    O programa SISDIN admite os seguintes valores de resolução: 1024, 512, 256

    e 128 raias.

    c) Fator de aumento da resolução na freqüência (zoom de freqüência)

     A resolução na banda de freqüência de interesse corresponde à divisão da

    freqüência de amostragem por este fator. Para evitar efeitos de sub-

    amostragem, o valor deste parâmetro deve ser limitado pela relação:

     

      

     ≤

     b

    f 2z   a   (2.34)

    onde z  é o fator de aumento da resolução na freqüência;

    af   é a freqüência de amostragem;

     b  é a banda do sinal de interesse.

    d) Número de janelas

    Indica o número de janelas de dados utilizadas no cálculo da média.

    n2.j.z.r  ≤   (2.35)

    onde  j  é o número de janelas;

    n  é o número de amostras

    2.4 Experimentação Numérica 

    2.4.1 Fundamentos Teóricos 

    O método dos elementos finitos é um método numérico que pode ser usado na

    determinação da solução da equação 2.4 de sistemas dinâmicos complexos.

    Neste método, a estrutura é representada por um modelo matemático

    composto de elementos que se comportam como estruturas contínuas

    chamados elementos finitos. Os deslocamentos medidos num sistema de

    coordenadas locais no interior de cada elemento é assumido como uma função

    dos deslocamentos dos N pontos nodais finitos. BATHE (1996).

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    Para o elemento m, tem-se:

    ( )( )   ( )( )v̂zy,x,Hzy,x,v   mm =   (2.36)

    onde ( )mH  é a matriz de interpolação dos deslocamentos;

    [ ].....wvuwvuv̂   222111=  é vetor dos 3 componentes

    globais de deslocamentos em todos os pontos nodais.

    Partindo-se dessa hipótese, podem ser determinadas as matrizes de massa,

    amortecimento e rigidez das estruturas para então ser desenvolvida a equação

    2.4:

    R KVVCVM   =++   &&&   (2.37)

    Matematicamente a equação acima representa um sistema de equações

    diferenciais lineares de segunda ordem. A princípio, as respostas poderiam ser

    obtidas utilizando-se procedimentos padrões para solução de equações

    diferenciais com coeficientes constantes. Entretanto esses procedimentos

    tornam-se inadequados quando as matrizes possuem grandes dimensões.

    2.4.2 Métodos Numéricos para Solução de Equações de Equilíbrio Dinâmico  

    Métodos no domínio do tempo

    Para a determinação da resposta ( )tv   são utilizados principalmente dois

    métodos:

    Método da superposição modal

    Neste método, assume-se que a resposta pode ser escrita na forma:

    ( ) ( )tΦYtv   =   (2.38)

    onde Φ  é a matriz modal

    ( )tY  é um vetor de r funções do tempo

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     A matriz modal é definida como o conjunto de vetores modais r v̂  para os quais:

    ( )   0v̂MωK    2 =− , desconsiderando a solução trivial 0v̂ = . A cada modo normal

    r v̂   está associada uma freqüência r ω   determinada pela condição:

    ( )   0MωK det   2 =− . Nessas formas elásticas r v̂ , os pontos da estrutura

    movimentam-se todos em fase, com amplitude variando harmonicamente. Os

    modos normais possuem certas propriedades de ortogonalidade importantes

    na análise dinâmica de estruturas:

    0K 

    0M

    t

    s

    t

    s

    =

    =

    φ φ 

    φ φ   r s ≠   (2.39)

    Define-se massa modal como: r t

    r r    MM   φ φ = ;

    rigidez modal como: r t

    r r    K K    φ φ =  

    Para a normalização dos vetores modais, deve-se fazer com que as

    componentes do modo normal r φ   sejam tais que as correspondentes massas

    modais tenha um valor especificado, em geral unitário. Desta forma, as

    rigidezes modais devem ser dadas por: 2r r r    ωMK   = .

     Após a determinação dos vetores normais, as várias equações de equilíbrio

    global são reduzidas a r   equações diferenciais de segunda ordem

    desacopladas para cada modo:

    r r 

    2

    r r r r r    FYωYω2ξY   =++   &&&   (2.40)

    onde r F  é a carga modalr ξ  é a taxa de amortecimento modal

     As equações desacopladas são resolvidas para o intervalo de tempo de

    interesse. Para este cálculo, são utilizados métodos de integração numérica.

     Após a determinação dos valores de ( )tYr  , reconstitui-se a resposta do sistema

    físico:

    ( ) ( )∑==m

    1r 

    r r    tYtv   φ    (2.41)

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      36

    Segundo WILSON (1997), quando admite-se um movimento sísmico

    tridimensional, a equação 2.40 pode ser escrita como:

    gznzgynygxnxr 

    2

    r r r r r    v pv pv pYωYω2ξY   &&&&&&&&& ++=++   (2.42)

    onde it

    nni   M p   φ −=  são os fatores de participação modais

    Nos resultados dos processamentos numéricos é utilizado o fator de

    participação de massa modal dado por:

    ∑=

    =i

    1n

    ni

    im

     p

    γ   (2.43)

    onde são incluídos r modos de vibração;

    ∑   im é a massa total na direção i. 

    Método de integração direta (passo-a-passo) 

    É um método incremental no qual as equações de equilíbrio 2.4 são resolvidaspara os instantes ∆t, 2∆t, 3∆t, etc. Os processos desta categoria dividem-se em

    explícitos, quando a equação 2.4 é formulada no instante em que a solução é

    conhecida, e implícitos, quando é formulada no próprio instante que se busca a

    solução. No primeiro grupo, estão o método das diferenças centrais e o de

    Runge-Kutta. No outro, estão o método da aceleração linear (Newmark), de

    Houbolt e o de Wilson.

    Métodos no domínio da freqüência

     Além desses dois métodos, pode ser utilizada a integral de convolução para

    cálculo da resposta a excitações gerais ( )t p . No domínio da freqüência,

    existem as técnicas baseadas na análise harmônica de Fourier. Neste caso,

    dado o espectro de solicitação, a determinação do espectro de resposta é feita

    utilizando-se a função de resposta em freqüências, onde são consideradas as

    características da estrutura (eq. 2.12).