Inventário de projetos Caetano Casaretto: Patrimônio arquitetônico urbano em Pelotas-RS -...

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  • GUILHERME DALTO

    INVENTRIO DE PROJETOS CAETANO CASARETTO

    PATRIMNIO ARQUITETNICO URBANO EM PELOTAS / RS

    (1862-1942)

    1 edio

    Pelotas

    Edio do Autor 2015

  • Copyright 2015 Guilherme Dalto

    Reviso: Guilherme Dalto

    Capa, Projeto grfico e Diagramao: Guilherme Dalto

    Formatao digital: Guilherme Dalto

    Tiragem: Obra digital distribuio gratuita.

    Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)

    D152i Dalto, Guilherme

    Inventrio de projetos Caetano Casaretto: patrimnio

    arquitetnico urbano em Pelotas/RS (1862-1942). / Guilherme

    Dalto Pelotas: 2015.

    798 p.; il. color

    ISBN: 978-85-920189-1-7

    1. Arquitetura urbana. 2. Ecletismo. 3. Inventrio. 4.

    Pelotas. I. Ttulo.

    CDD: 720.098165

    Bibliotecrio responsvel: Nilson Tibrcio - CRB9/1750

    1 edio: novembro de 2015

    A responsabilidade dos contedos desta obra do autor.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro, sem autorizao prvia do

    autor, poder ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados:

    eletrnicos, mecnicos, fotogrficos, gravaes ou quaisquer outros.

  • SUMRIO

    INTRODUO .............................................................................................. 02 PARTE 1. METODOLOGIA ..........................................................................

    06

    1.1 PESQUISA NA CIDADE DE PELOTAS ................................................. 06 1.2 CONSIDERAES METODOLGICAS ................................................ 09 1.3 INVENTRIO COMO METODOLOGIA UTILIZADA ............................... 11 PARTE 2. BIOGRAFIAS .............................................................................. 16 2.1 DADOS HISTRICOS SOBRE A FAMLIA CASARETTO ..................... 16 PARTE 3. INVENTRIO DAS OBRAS ENCONTRADAS ........................... 27 PARTE 4. INVENTRIO DAS OBRAS ATRIBUIDAS ................................. 32 BIBLIOGRAFIA E FONTES CITADAS

  • INTRODUO

    A cidade de Pelotas/RS se destaca pelo conjunto arquitetnico edificado referente ao

    final do sculo XIX e incio do XX. Nessa poca, o pas desenvolveu uma arquitetura

    cuja linguagem utilizava elementos variados originados de pocas e lugares distintos.

    Para Pelotas, esse ecletismo, que ocorreu, sobretudo nas fachadas das edificaes,

    coincide com um momento histrico de apogeu econmico possibilitado pela

    fabricao do charque.

    Esse passado permitiu que na cidade tivesse o desenvolvimento de um nmero

    considervel de construes de valor artstico e histrico. Hoje, possui construes

    tombadas em nvel municipal, estadual e federal, alm de quase 2000 inventariadas.

    A arquitetura do perodo analisado j foi estudada por vrios pesquisadores, tanto

    ligados rea da histria como da arquitetura e urbanismo:

    A pesquisadora Heloisa Assumpo do Nascimento reuniu seus artigos sobre os

    acontecimentos relevantes e as pessoas importantes de Pelotas em uma obra

    intitulada Nossa cidade era assim (volume um publicado em 1989 e volume dois em

    1994).

    O historiador Mrio Osrio Magalhes em Histrias e tradies de cidade de

    Pelotas, publicado pela primeira vez em 1979, apresentou pequenos textos sobre

    assuntos variados, desde a fundao da cidade at os fatos do sculo XX. Em

    Opulncia e cultura na Provncia de So Pedro do Rio Grande do Sul: um estudo

    sobre a histria de Pelotas (1860-1890), publicado em 1993, tambm sobre

    assuntos diversos, focou uma poca que o autor classificou como sendo o apogeu do

    desenvolvimento local, oriundo da produo charqueadora. Em Pelotas sculo XIX,

    de 1994, Magalhes aprofundou os estudos publicados no livro anterior. O mesmo

    autor tambm elaborou em 1994 o que chamou de Guia histrico das ruas de

    Pelotas com o nome de Os passeios da cidade antiga, onde contou um pouco a

    histria das ruas da cidade, suas antigas denominaes e os acontecimentos que

    foram responsveis pela alterao dos nomes.

    Em sua dissertao de mestrado, de 1993, o arquiteto e urbanista Andrey Rosenthal

    Schlee escreveu sobre O ecletismo na arquitetura pelotense at as datas de 30 e

    40, nesta obra o autor classificou, segundo a linguagem utilizada, os diferentes

  • perodos da arquitetura pelotense, esclarecendo o desenvolvimento ocorrido nas

    edificaes.

    O historiador de arte Carlos Alberto vila Santos em Espelhos, mscaras, vitrines

    Estudo iconolgico de fachadas arquitetnicas. Pelotas, 1870 1930,

    apresentada como dissertao em 1997, elaborou um estudo sobre as decoraes do

    exterior das edificaes transformadas e adaptadas segundo as possibilidades

    econmicas de seus proprietrios, a disponibilidade de materiais e a capacidade

    tcnica e criativa de seus construtores. O autor faz o leitor compreender a histria da

    arquitetura como integrante da histria econmica, social e cultural de um povo.

    A arquiteta e urbanista Ceres Chevallier publicou em 2002 o livro intitulado Vida e

    obra de Jos Isella, fruto do seu estudo no mestrado. Este trabalho trata da

    arquitetura desenvolvida por este imigrante italiano em Pelotas, na segunda metade

    do sculo XIX e tambm narra os acontecimentos da vida pessoal deste construtor.

    A professora Ester J. B. Gutierrez em 1993 publicou um estudo detalhado sobre a

    regio de Pelotas e a formao do ncleo charqueador. Negros, charqueadas e

    olarias: um estudo sobre o espao pelotense foca as charqueadas a faz referncia

    s olarias existentes nas mesmas propriedades que lidavam com o gado, assim,

    salienta a importncia da mo de obra escrava no s na produo do charque como

    tambm de elementos cermicos (tijolos e telhas). Em Barro e Sangue, de 2004,

    resultado de sua tese de doutorado, defendida em 1999, a autora procurou dar corpo

    e rosto aos construtores dos objetos arquitetnicos e urbanos originais da cidade de

    Pelotas, bem como definir as solues que adotaram. Nesta pesquisa falou da

    relao entre desescravizao e urbanizao.

    Apesar das publicaes existentes, ainda h muito para se desvendar sobre as

    especificidades da arquitetura da cidade. A obra de Caetano Casaretto pouco

    conhecida de maneira geral. Este profissional foi um dos mais importantes arquitetos-

    construtores de sua poca e ainda bastante lembrado por algumas construes da

    cidade. Entretanto a pouca publicao existente mostra o quanto ainda temos para

    aprender sobre a arquitetura de Pelotas.

    O nome de Caetano Casaretto, quando citado, mais para divulgar a pessoa

    responsvel pela construo de obras representativas para a cidade do que a

    produo do profissional como um todo. Sua obra quando aparece, raramente

    detalhada.

  • O estudo da obra do construtor Caetano Casaretto (1862-1942) tem como objetivo

    conhecer esta arquitetura, com influncia italiana, que foi desenvolvida na cidade de

    Pelotas no perodo compreendido entre 1893 e 1920. Neste perodo o profissional

    produziu quase uma centena de prdios.

    Alm do trabalho de pesquisa sobre a vida particular de Caetano Casaretto, o estudo

    tambm composto pelo inventrio dos projetos do profissional Caetano Casaretto,

    com o qual foi possvel quantificar e comparar os dados obtidos. Este inventrio est

    dividido em duas partes, a primeira referente aos projetos encontrados no arquivo

    municipal (74 unidades) e a segunda sobre as construes cujos projetos no foram

    encontrados, mas possuem documentos que comprovam sua autoria (dez

    construes). Os registros das obras foram feitos nas fichas desenvolvidas pelo

    Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN) e em uma ficha

    desenvolvida para esta pesquisa, que trata especificamente da linguagem da fachada.

    Alm disso, o preenchimento deste inventrio de bens culturais tambm pode vir a dar

    suporte a outras pesquisas e auxiliar nas tomadas de decises das polticas pblicas

    de preservao, programas de educao patrimonial e de turismo cultural. Vale

    lembrar que o conhecimento da produo de Caetano Casaretto, com marcante

    atuao profissional, tambm possibilita, de certa forma, a reconstituio da imagem

    do ambiente urbano em Pelotas no final do sculo XIX e incio do XX.

    Levando-se em conta o nmero considervel de obras que permaneceram, oportuno

    a sua integrao aos planos de gesto patrimoniais. O patrimnio faz referncia a

    conceitos universais, que se transmitem apesar dos cmbios sociais. Mas

    certamente necessrio que haja o reconhecimento dessa manifestao humana

    dentro de um sistema cultural. A valorizao nasce a partir desse reconhecimento.

    [...] S se preserva o que se ama, s se ama o que se

    conhece, [...] possibilitar-se- s geraes futuras a

    subsistncia dos elos que estabelecem a continuidade da

    corrente civilizadora e que do ao homem, diante das

    mudanas bruscas da sociedade, a sensao de segurana

    necessria a seu contnuo evoluir. [...] (Carta de Pelotas de

    1975 cit. por PERES, 2008, p.29)

    O contato com civilizaes e grupos sociais que viveram em espaos e tempos

    diferentes do nosso, nos auxilia no sentido de apreendermos que as formas de

  • produzir a sobrevivncia variam na histria. Graas ao estudo do passado, podemos

    entender o processo de transformao da natureza realizado pelo acmulo de

    conhecimento dos homens, e que possibilita mudanas substanciais no modo de vida

    da humanidade, alm de abrir horizontes de transformao em nossa sociedade.

  • PARTE 1. METODOLOGIA

    1.1 PESQUISA NA CIDADE DE PELOTAS

    A escolha do tema da pesquisa acabou determinando o nmero de unidades a serem

    estudadas, as quais, por sua vez, acabaram delimitando uma rea de abrangncia

    dentro do municpio de Pelotas. O municpio de Pelotas (Figura 1) est localizado no

    sul do estado do Rio Grande do Sul. Os principais acessos se do pela BR 116, BR

    392 ou BR 471, j que a cidade situa-se na confluncia destas rodovias. Localiza-se

    ao sul de Porto Alegre, capital do estado, distante 250 Km pela BR-116, apenas 47 Km

    de Rio Grande, cidade com o maior porto da regio e 135 Km da fronteira com o

    Uruguai. (PELOTAS, 2011)

    Figura 1: Mapa do estado do Rio Grande do Sul com a localizao da cidade de Pelotas.

    Fonte: Google mapas. Acesso em 13.set.2010.

    Sete municpios fazem limite com Pelotas alm da lagoa dos Patos ao leste, so eles:

    Turuu ao nordeste, So Loureno ao norte, Canguu ao noroeste, Morro Redondo ao

  • oeste, Capo do Leo e Rio Grande ao sul, alm do municpio de Arroio do Padre que

    est inserido dentro dos limites do municpio. (PELOTAS, 2011)

    Atualmente, o Plano Diretor da cidade divide o ambiente urbano (Figura 2) em onze

    reas de Especial Interesse do Ambiente Cultural (AEIAC). O espao de abrangncia

    representado pelas construes selecionadas neste estudo est contido dentro da

    rea mais antiga da cidade, chamada Zona de Preservao do Patrimnio Cultural

    ZPPC.

    Figura 2: Mapa da zona urbana da cidade de Pelotas.

    Fonte: Google mapas. Acesso em 13.set.2010.

    Pelotas hoje uma cidade de mdio porte, encontra-se em terceiro lugar estadual em

    nmero de habitantes, aproximadamente 390.000. A principal atividade econmica o

    comrcio lojista. (PELOTAS, 2011)

    O perodo de atuao do construtor Caetano Casaretto na cidade remete a poca na

    qual a prpria rea urbana comeava a se expandir para alm do que hoje

    conhecido como Zona Preservao do Patrimnio Cultural (Figura 3). S isto j seria

    relevante para que se preze e mantenha os exemplares que ainda resistem ao tempo.

    Alm disso, inseridos na ZPPC existem os Focos de Interesse, reas onde a

    necessidade por manter as caractersticas originais se faz mais importante devido as

  • especificidades do local. Sendo assim, mais relevante torna-se preservar as

    edificaes que nelas se encontram.

    Figura 3: Mapa da rea central da cidade de Pelotas.

    Fonte: Google mapas. Acesso em 13.set.2010.

    As obras encontradas esto compreendidas entre os anos de 1893 e 1920. A pesquisa

    no acervo da Secretaria Municipal de Urbanismo e a elaborao do inventrio se

    deram da seguinte forma:

    Pesquisa, separao e arquivamento dos projetos encontrados no arquivo da

    prefeitura, que tivessem a assinatura de Caetano Casaretto como construtor,

    ou seja, responsvel pela construo.

    Escolha do inventrio desenvolvido pelo IPHAN com o intuito de colaborar

    para o enriquecimento do cadastro unificado de bens culturais nacionais.

    Modificao da ficha M303 do inventrio existente para inserir dados

    pertinentes referentes especificamente tipologia residencial.

    Levantamento fotogrfico tanto de imagens antigas em acervos pblicos e

    particulares como imagens atuais, dos imveis que ainda se encontram nos

    lotes identificados.

    Reproduo das plantas baixa e de situao tomando como referncia os

    desenhos de cada projeto.

  • Preenchimento das fichas do inventrio com base nos projetos, fotografias, e

    croquis de reproduo das plantas.

    Elaborao e preenchimento das fichas destinadas anlise da linguagem da

    fachada.

    Preenchimento da segunda parte do inventrio, referente s obras cujos

    projetos no foram localizados.

    Quantificao dos dados inseridos nas fichas do inventrio.

    Verificao de semelhanas das obras dos projetos com as publicaes do

    arquivo da famlia e que pertenceram ao construtor.

    Interpretao dos resultados (textos, tabelas, grficos) e comparaes entre as

    obras.

    1.2 CONSIDERAES METODOLGICAS

    A cidade de Pelotas conhecida por possuir um conjunto arquitetnico ecltico

    considervel. Nesse ambiente merece destaque o nome do construtor Caetano

    Casaretto. A atuao deste profissional reconhecida atravs das relevantes

    construes cuja responsabilidade sobre a obra foi dele. Entretanto, Caetano no

    executou apenas essas edificaes pelas quais ficou conhecido.

    O nmero considervel de citaes sobre o construtor Caetano Casaretto, como

    responsvel por significativos exemplares arquitetnicos na cidade de Pelotas, instigou

    conhecer melhor este profissional da construo. Por melhor que possa ser uma

    pessoa na funo em que exerce, dificilmente ir executar apenas os maiores e/ou

    melhores trabalhos em sua profisso. Geralmente o reconhecimento de sua obra

    que o torna compatvel com uma contratao para trabalhos de maior vulto. Ento,

    como Caetano pode ser to comentado quando o assunto arquitetura, j que poucos

    so os que conhecem seu legado?

    Sempre so os mesmos prdios citados quando o assunto Casaretto, os

    importantes, os de vulto: biblioteca, clube, asilo etc. Entretanto, para chegar a receber

    a confiana para executar essas obras certamente construiu outras, provavelmente

    mais simples. Mas quais?

    A busca de dados referentes a Caetano Casaretto para esta pesquisa teve incio

    atravs das citaes encontradas na bibliografia existente. Para tal foram utilizados

    Vida e obra de Jos Isella de Ceres CHEVALLIER (2002), j apresentado; 100

  • Imagens da arquitetura pelotense dos arquitetos e urbanistas Rosa MOURA e

    Andrey SCHLEE (2003), no qual mostram a evoluo da linguagem arquitetnica da

    cidade e como as mudanas comeam primeiramente na parte externa, principalmente

    fachada principal; Arquitetos e construtores no Rio Grande do Sul 1892/1945 do

    arquiteto e urbanista gacho Gnter WEIMER (2004) onde apresenta, em forma de

    500 verbetes, a vida e a obra de profissionais arquitetos e construtores que

    trabalharam no estado na poca compreendida entre 1892 e 1945; Legado da

    tecnologia construtiva de imigrantes italianos ao patrimnio arquitetnico de

    Pelotas da arquiteta e urbanista Rosilena PERES (2008) referente sua tese de

    doutorado em engenharia civil, trabalho sobre as tcnicas construtivas utilizadas pelos

    imigrantes italianos na cidade; e a pesquisa, Caetano Casaretto em Marcucci,

    Zanotta e Casaretto Constroem o sul do Novo Mundo de BARCELLOS et al.

    (2008), desenvolvida por um grupo de, ento, graduandos em arquitetura e urbanismo,

    com base em obras monogrficas, neste trabalho os autores deram um panorama

    geral sobre alguns dos principais construtores de origem italiana que trabalharam em

    Pelotas e suas obras.

    Ainda em busca de informaes histricas, pelo mtodo de pesquisa oral, realizou-se

    entrevistas com Paulo Bianchi Casaretto e sua filha Giane Casaretto, respectivamente

    terceira e quarta geraes da famlia do imigrante italiano Jernimo Casaretto, pai do

    profissional estudado nesta pesquisa. Atravs da famlia teve-se contato com parte da

    bibliografia utilizada pelo construtor, alguns documentos e cartas trocadas entre os

    familiares quando parte destes estava morando na Itlia.

    Sob posse de Giane Casaretto encontrou-se: um Auto de justificao de solteiro de

    Jernimo Casaretto de 1853; duas cartas enviadas de Chiavare para os familiares no

    Brasil em julho de 1885, uma assinada por Giuseppe Casaretto e outra sem

    assinatura, que provavelmente deva ser de Jernimo Casaretto, o filho; uma carta de

    Jernimo Casaretto enviada da localidade de Serro Chato para o Sr. Onofre de Freitas

    Gomes na cidade de Herval; um livro com ttulo O thesouro da familia brasileira;

    doze exemplares de uma publicao peridica de Barcelona chamada Carpintaria

    Artstica; o manual francs Petite Construtions Franaises de 1884; o manual

    alemo Der Modern Ausbau publicado em data desconhecida; e, quatro manuais

    italianos, dois exemplares da Le Construzione Moderne In Itlia e outros dois da

    Larchitettura Italiana.

    Foi analisado o inventrio de morte de seu pai que se encontra no Arquivo Pblico do

    Estado do Rio Grande do Sul (APERGS, n 167, M9, E28), na cidade de Porto Alegre.

  • Aps conhecer os aspectos da vida particular do construtor, a pesquisa passou a ser

    feita no arquivo de projetos da construo civil da Secretaria Municipal de Urbanismo

    (SeUrb). Analisou-se a totalidade de projetos arquivados correspondentes ao tempo

    de vida do construtor, entre 1862 (nascimento de Caetano Casaretto) e 1942 (morte

    do arquiteto). A fidelidade da autoria das edificaes foi creditada assinatura do

    profissional como construtor em cada projeto selecionado.

    O arquivo municipal possui projetos armazenados desde o ano de 1885. Os cinco

    primeiros anos esto arquivados em quatro antigas pastas em formato horizontal. Do

    ano 1890 em diante as plantas esto arquivadas em caixas arquivo de papelo, sendo

    que at o ano de 1945, o registro existente no qual as plantas esto catalogadas ainda

    em meio fsico (fichrios) e a partir de 1945 at os dias atuais, as plantas arquivadas

    possuem registro digitalizado.

    Para facilitar a catalogao e compreenso das informaes levantadas nos projetos e

    para que fosse possvel quantific-las, compar-las e inter-relacion-las foi utilizado

    um inventrio. O inventrio um sistema de padronizao j consagrado para

    trabalhos com grande nmero de dados. Foram encontrados 74 projetos na SeUrb que

    compuseram a primeira parte do inventrio de projetos. As obras de interesse da

    pesquisa e cuja autoria de Caetano, mas no tiveram seus projetos encontrados,

    foram tambm inventariadas e, igualmente, compem a parte dois do inventrio.

    Alm disso, o trabalho esteve voltado ao conhecimento dos conceitos e referncias

    que fazem parte da obra do profissional. Para tal, foram elaboradas revises

    bibliogrficas sobre as linguagens arquitetnicas por ele utilizadas: ecletismo e

    protomodernismo, alm de uma reviso conceitual sobre tipologia.

    Por fim, fez-se a comparao entre as informaes do inventrio e o material tcnico

    de arquitetura guardado pela famlia, com objetivo de conhecer a produo profissional

    do construtor pelotense de origem italiana Caetano Casaretto.

    1.3 INVENTRIO COMO METODOLOGIA UTILIZADA

    Devido ao grande nmero de obras a ser analisado optou-se pelo mtodo de

    inventrio. Para inventariar os projetos de Caetano Casaretto foram utilizadas as

    fichas desenvolvidas pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional

    IPHAN para o Sistema Integrado de Conhecimento e Gesto SICG. Este processo

  • de catalogao um instrumento que possibilita o cadastro unificado dos bens

    culturais para que seja construda uma base de dados sobre patrimnio. Estes bens

    so classificados conforme sua categoria, recortes temticos e territoriais pesquisados

    em cada estudo. O sistema est focado nos bens de natureza material, reunindo em

    uma base nica informaes sobre cidades histricas, bens mveis e integrados,

    edificaes, paisagem, arqueologia e outras ocorrncias do patrimnio cultural do

    Brasil. (IPHAN, SICG, 2010)

    O sistema composto por trs mdulos de fichas e tabelas, totalizando quinze fichas e

    trs tabelas. Sendo estas distribudas da seguinte maneira: trs fichas no primeiro

    mdulo chamado Conhecimento, cinco fichas e duas tabelas no segundo mdulo

    Gesto, e cinco fichas e uma tabela no terceiro e ltimo mdulo Cadastro. As fichas

    mais adequadas para o tema da pesquisa e, portanto, aplicadas neste trabalho so as

    trs primeiras fichas do mdulo 03 (M301, M302, M303). Com intuito de preservar o

    catlogo desenvolvido pelo IPHAN as fichas foram mantidas sem alteraes, com

    exceo da M303, a qual foi adaptada para melhor servir a pesquisa.

    Todas as fichas do SICG iniciam com os mesmos campos de preenchimento, so as

    lacunas destinadas ao cabealho de identificao do bem correspondente. Esta rea

    est subdividida em trs sub-campos, o primeiro referente ao recorte territorial cuja

    base para resposta Pampa Gacho foi o mapa de biomas do Instituto Brasileiro de

    Geografia a Estatstica IBGE. A variante bioma foi escolhida por caracterizar melhor

    a regio de largas extenses de terras planas e cobertas por gramneas, a variante

    estado ou unidade federal no caracteriza o tipo de stio j que esta possui diversos

    ambientes distintos. (IBGE, 2011)

    A segunda lacuna requer a identificao do tema, que neste caso so as obras de

    arquitetura cuja responsabilidade foi de Caetano Casaretto, na cidade de Pelotas. O

    terceiro e ltimo espao deste cabealho se refere especificamente identificao de

    cada bem, neste caso a escolha foi pelo endereo. Quando se identificou mudana de

    nome das vias ou praas ou ainda alterao da numerao das construes foram

    feitas as atualizaes para a localizao atual.

    Assim como o cabealho padro, todas as fichas so finalizadas com um campo

    especfico destinado identificao do responsvel pelo preenchimento dos mdulos

    e pela veracidade das informaes, neste caso o prprio autor.

  • CADASTRO DE BENS

    A primeira ficha (M301 - anexo A) utilizada especificamente para o cadastro da

    edificao e traz informaes sobre a localizao do objeto no universo (item dois),

    contendo estado, municpio, localidade, endereo, cdigo postal e coordenadas

    geogrficas. (IPHAN, M301, 2010) Os projetos encontrados foram concebidos para

    que estivessem dentro do que hoje podemos chamar de centro histrico da cidade de

    Pelotas. O endereo utilizado neste campo o existente no projeto, sem alteraes

    para o nome atual. Apenas foram georreferenciados os prdios ainda existentes, para

    tal utilizou-se o programa de computador Google Earth e o ponto escolhido para fazer

    a medio foi o centro da testada, local que delimita a rea de propriedade pblica da

    privada e est equidistante das propriedades laterais.

    Sobre a identificao do proprietrio, optou-se por inserir o nome do primeiro

    proprietrio, j que este foi o cliente responsvel pela contratao que resultou o

    imvel e tambm porque uma das formas de pesquisar no arquivo municipal, uma

    vez que as construes mais antigas foram identificadas apenas com o nome da rua e

    do proprietrio, sem constar numerao. Quanto natureza do bem e o contexto no

    qual o bem est inserido, todos so bens imveis e esto localizados na ZPPC.

    As lacunas destinadas ao estado de preservao contam com ntegro, pouco alterado,

    muito alterado e descaracterizado. ntegro corresponde s edificaes que conservam

    todas as caractersticas originais da fachada; pouco alterado corresponde s fachadas

    que modificaram at aproximadamente 30% de sua rea; muito alterado corresponde

    s fachadas que tiveram mais de 30% de sua rea alterada; e descaracterizado

    corresponde queles prdios onde no mais possvel reconhecer a sua linguagem

    original. Tambm so considerados descaracterizadas as construes que apesar de

    no terem sofrido alteraes em mais de 30% da fachada, encontram-se em difceis

    condies para a compreenso da linguagem original.

    Para o estado de conservao: bom, precrio, em arruinamento e arruinado so as

    opes disponveis. As edificaes classificadas como boas so aquelas que esto em

    adequadas condies de apresentao, ou seja, no deterioradas, bem pintadas e

    limpas. As construes em estado precrio so aquelas que se encontram com a tinta

    descascando e possuem alguns pontos em deteriorao no reboco. Em arruinamento

    foi o termo utilizado para os prdios que j perderam alguma parte, como por exemplo,

    parte da fachada ou telhado. As edificaes arruinadas so aquelas que j tiveram a

    maior parte demolida.

  • Depois, nos campos destinados s imagens optou-se por inserir fotografia de parte do

    projeto contendo informaes como: proprietrio, construtor, endereo e data, para

    servir de comprovao da obra. Foram colocadas, tambm, fotografias antigas e

    atuais das edificaes localizadas. Por fim, no espao destinado s informaes

    histricas foi adicionada a data de aprovao do projeto pela prefeitura municipal.

    CARACTERIZAO EXTERNA

    A segunda ficha (M302 - anexo B) inicia com o campo destinado implantao da

    construo no lote. (IPHAN, M302, 2010) Neste campo foram inseridos desenhos de

    parte da malha urbana, retirados e adaptados do Mapa Urbano Bsico (MUB, 2007) da

    Prefeitura Municipal de Pelotas onde foram demarcados, quando possvel, o lote em

    azul e a implantao da edificao marcada com hachura. No desenho tambm foram

    adicionados a indicao de orientao solar e uma escala grfica.

    Esta ficha traz tambm espao para a imagem das fachadas, tipologia, poca da

    construo, uso original e atual, topografia do terreno, nmero de pavimentos,

    medidas gerais da edificao, observaes, fotos de detalhes, descrio arquitetnica

    e informaes complementares quanto diviso da fachada. O espao destinado s

    fotos de detalhes foi preenchido com imagens atuais dos prdios ainda existentes. Por

    fim, a ficha termina com a enumerao dos desenhos do projeto, levantamento

    fotogrfico e possveis fontes bibliogrficas e documentais.

    CARACTERIZAO INTERNA

    A terceira ficha (M303 - anexo C) foi modificada para melhor se adequar a pesquisa, a

    ficha resultante foi denominada M303_modificada (anexo D). Os campos removidos

    foram aqueles destinados caracterizao interna e quanto ao tipo de material

    utilizado, visto que o estudo de materiais est fora do recorte da pesquisa. (IPHAN,

    M303 e M303_modificada, 2010)

    Entre as informaes inseridas esto aquelas referentes ao tipo de interveno feita

    pelo profissional. Os prdios foram classificados como projeto novo quando se trata de

    uma construo inteiramente nova; acrscimo de pavimento, quando se trata de uma

    construo sobre algum piso existente; acrscimo de planta, quando for referente

    um aumento de rea construda; e, fachadismo, quando o projeto se trata de alterao

    da linguagem da fachada principal.

    Por serem as mais frequentes, as residncias foram classificadas quanto forma e

    quanto disposio interna dos compartimentos da edificao. Para o subitem forma,

  • foram utilizadas as variantes trrea, sobrado e poro-alto. Quanto distribuio

    interna, as divises so em corredor central, corredor lateral, compartimentos corridos

    e com sala de distribuio.

    O espao destinado ao croqui da planta baixa foi aumentado para melhor

    compreenso da disposio dos cmodos, facilitando a anlise da circulao nas

    residncias. Foram inseridas informaes como a posio solar e legendas que

    indicam as partes a demolir e a construir quando os projetos foram elaborados visando

    reformas. Referente implantao, a construo pode ter sido disposta no

    alinhamento predial, com recuo frontal, com recuo lateral, com recuo frontal e lateral,

    ou ainda disposta isolada no lote.

    Sobre a linguagem da fachada, leva em considerao as denominaes ecltica,

    protomoderna e linguagem no observvel. Ainda, em relao as fachadas foi

    elaborada uma ficha para especificar os elementos compositivos das mesmas

    (Apndice 1).

    Finalmente, aps o preenchimento do inventrio foram desenvolvidas tabelas para

    sistematizar as informaes das fichas e foram elaborados grficos de porcentagem

    sobre os dados que poderiam colaborar com as comparaes propostas. Por fim, foi

    desenhado um mapa (Apndice 2) definindo os lotes onde foi possvel identificar que

    h ou houve obras de Caetano Casaretto.

  • PARTE 2. BIOGRAFIAS

    2.1 DADOS HISTRICOS SOBRE A FAMLIA CASARETTO

    Os Casaretto foram arquitetos, engenheiros e acima de tudo construtores que

    ajudaram a erguer a cidade de Pelotas durante a segunda metade do sculo XIX e

    primeira metade do sculo XX.

    A origem mais distante que se tem conhecimento sobre a histria da famlia Casaretto

    contada pela pintora Benette Casaretto para o trabalho intitulado Vida e Obra de

    Jos Isella (CHEVALLIER, 2002) e confirmado em parte pela arquiteta e urbanista

    Giane Casaretto para este trabalho.

    Segundo Giane CASARETTO, Jernimo Casaretto nasceu em 1814 na regio da

    Ligria (Figura 4), mais precisamente na provncia de Gnova, cidade de Zoagli

    (Figura 5). Saiu de sua terra natal em 1853 com seus pais e irmos e desembarcou na

    capital argentina Buenos Aires. Alguns tempo depois, viajou para o Brasil, aonde

    chegou pelo porto de Rio Grande. (CASARETTO, 2010).

    Figura 4: Regio da Ligria, dividida nas provncias de Imperia, Savona, Genova e Spenzia.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Liguria_Provinces.png

    Acesso em 07.12.2010

  • Na cidade de Rio Grande, casou com Clarabella Valle (segundo Benette, para Vida e

    Obra de Jos Isella) e com Elisabet Benedicta Valle segundo Giane, mas

    independente do equvoco dos nomes, sabiam ambas entrevistadas que a esposa de

    Jernimo tambm se tratava de uma imigrante italiana, nascida na cidade de Chiavare

    (Figura 6), localizada na mesma regio da Ligria. Logo aps, mudaram-se de Rio

    Grande para Pelotas.

    Figura 5: Cidade de Zoagli, Gnova, Itlia.

    Fonte: Google hearth (44o2019 N) (9

    o1613 L). Acesso em 07.dez.2010

    Figura 6: Cidade de Chiavare, Gnova, Itlia.

    Fonte: Google hearth (44o1721 N) (9

    o1924 L). Acesso em 07.dez.2010

    Ambas cidades, Zoagli e Chiavare, esto localizadas numa faixa de terras entre as

    montanhas e o mar, mas diferem-se no traado urbano. Em Chiavare onde h uma

    rea plana em torno da foz de um rio, a cidade assumiu um desenho regular. Na

    cidade de Jernimo, Zoagli, a topografia mais acidentada conduziu uma urbanizao

    mais orgnica.

  • Entre os documentos encontrados no acervo pessoal de Giane Casaretto, est uma

    declarao de 19 de maro de 1853, assinada por Joo Baptista Domingues, ento

    Presbtero Senhor Vigrio da Vara, Juiz dos Casamentos e Justificao da Comarca

    Eclesistica da cidade de Pelotas, por proviso do Excelentssimo Reverendo Senhor

    Bispo Conde Capelo Mor. Este documento comprova que Jernimo (Figura 7)

    chegou a Pelotas em 1853, mas no veio diretamente da Itlia, na declarao dos

    autos de justificao de solteiro nota-se claramente que j se havia passado quase 16

    anos desde a partida de sua terra natal.

    [...] foram por mim julgados e sentenciados uns autos de justificao

    de solteiro a favor de Jernimo Casaretto. [...] Diz Jernimo

    Casaretto, natural de Genova, filho legtimo dos finados Jos

    Casaretto e de sua mulher Maria Magdalena Casaretto, todos

    naturais de Genova, morador desta freguesia de So Francisco de

    Paula de Pelotas, que quer justificar que j h dezesseis anos, pouco

    mais ou menos, saiu de sua ptria natal para a de Buenos Aires,

    onde residiu doze anos e seis meses, dal para Montevidu onde

    esteve por trs anos, veio para Rio Grande logo para Pelotas, tendo

    sado de sua ptria solteiro, assim como de Buenos Aires e

    Montevidu, e assim se conserva. Por tanto pede a Vossa Senhoria

    o admita a dita justificao [...] (Joo Baptista Domingues, 1853,

    pp.1-4)

    O Juiz de Casamentos e Justificao, Domingues, concluiu dois dias depois, em 21 de

    maro de 1853, dizendo que seu despacho j havia sido transcrito, e em cumprimento

    do qual prestou o justificante seu depoimento e apresentou trs testemunhas

    contestes, finalmente concluiu assim: [...] visto estes autos, depoimentos do

    justificante, e das testemunhas, que fazem suficiente prosa, julgo o mesmo por

    solteiro, livre desimpedido da ptria de Buenos Aires e outra aparente.

  • Figura 7: Benedita, Jernimo e Paulino Casaretto.

    Fonte: Acervo Giane Casaretto.

    Os nomes dos filhos foram confirmados no inventrio de falecimento de Jernimo e

    Beneditta, nos documentos do Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul

    (APERGS, n 167, M9, E28), do ano 1886, sendo o inventariante seu filho homem

    mais velho, de mesmo nome, Jernimo Casaretto.

    Atravs do inventrio sabe-se que Jernimo teve pelo menos sete filhos: Aurlia,

    Jernimo, Joo, Jos, Isabel, Caetano e Paulino. A entrevistada afirma que ainda

    houve outro filho de nome Carlos, falecido aos seis anos. A mais velha, Aurlia (Figura

    8), teria nascido em sete de maro de 1854 e foi casada com Jernimo Canavarro; o

    segundo filho (Figura 9) e primeiro homem foi Jernimo Casaretto, de vinte de maro

    de 1855; o terceiro, Joo (Figura 10) de trs de maro de 1858; depois veio Jos

    (Figura 11) no dia vinte e nove de outubro de 1859; Isabel Casaretto (Figura 12), que

    acabou se tornando Isabel Scotto depois de casar com Carlos Scotto foi a quinta, esta

    nascida em dezoito de abril de 1861; depois, Caetano (Figura 12) em sete de agosto

    de 1862, foco desta pesquisa; dois anos aps veio Carlos em treze de julho de 1864; e

    por fim, Paulino em treze de maio de 1867 (CASARETTO, 2010).

  • Figuras 8, 9 e 10: Aurlia e Caetano Casaretto; Jernimo Casaretto (filho); Joo Casaretto.

    Fontes: Acervo Giane Casaretto

    Figura 11: Jos Casaretto e Figura 12: Caetano e Isabel Casaretto.

    Fontes: Acervo Giane Casaretto

    A imigrao italiana, financiada pelo governo para povoar o norte do estado, somente

    iniciou em 1875. Jernimo, ento com 61, j estava h 22 anos no Brasil.

    Segundo o pesquisador em geografia humana Paulo Roberto Rodrigues SOARES

    (2001) em seu artigo intitulado Burgueses Inmigrantes y desarrollo urbano em el

    extremo sur de Brasil afirma ter ocorrido pelo menos quatro tipos diferentes de

    imigrao para a cidade de Pelotas. A primeira forma de imigrao se deu atravs da

  • iniciativa privada, autorizada pelo governo municipal para projetos de colonizao de

    suas terras ou de lotes particulares vendidos aos estrangeiros na zona rural. Entre

    1850 e 1858 foram realizadas 14 promoes privadas de colonizao. A partir da

    metade do sculo XIX comea a segunda forma de imigrao, foram portugueses,

    espanhis e italianos encaminhados para o ncleo urbano, com a finalidade de

    servirem de intermedirios no comrcio de importao e exportao com a Europa.

    Outra corrente migratria (terceiro tipo) importante para a cidade no sculo XIX foi

    aquela formada por trabalhadores e artesos de diversas origens, mas principalmente

    italianos, que integraram o tecido social e econmico da cidade. A maioria chegou a

    Pelotas partindo de Montevidu, destino comum para os europeus da poca. Por

    ltimo, a quarta maneira de imigrao se deu quando os comerciantes e industriais

    comearam a trazer tcnicos estrangeiros (engenheiros, arquitetos, tipgrafos,

    qumicos, agrnomos) para trabalhar na cidade. Por outro lado, outros profissionais

    mais relacionados com a elite e seus desejos de luxo e opulncia tambm chegaram a

    cidade (foi o caso dos professores, artistas, pintores, msicos) para ensinar os filhos

    da elite local. (SOARES, 2001, pp.7-9)

    Em 1885 Jernimo, sua esposa Beneditta e dois de seus filhos, Jernimo e Jos,

    viajaram para Itlia. Os pais no mais voltaram ao Brasil, morreram ambos em

    Chiavare no ano de 1885. Ele faleceu em 18 de julho e ela em 12 de agosto.

    (APERGS, n 167, M9, E28) O que comprova que estes dois filhos estiveram na Itlia

    foi a assinatura por parte de Jos na mesma carta na qual afirma estar sua me

    preparando casamento para o Jernimo.

    [...] eu quero comunicar-lhes um casrio que a mama est

    preparando para o Jernimo, se um todo caso ele quiser [...] (Jos

    CASARETTO, 1885).

    Os dados referentes s mortes dos genitores que so comprovados pelo inventrio

    no corresponde ao que foi informado para a famlia na poca. Em uma das cartas de

    posse de Giane enviada de Chiavare por Giuseppe Casaretto (Jos), escrita 15 dias

    antes da morte do patriarca, est descrito a situao de sade de seu pai.

    Recebi antes de ontem a tua prezada carta de 25 de maio, onde ns

    ficamos muito satisfeitos em saber que todos vocs gozam de boa

    sade. Enquanto a nossa vamos sempre a mesma coisa, mudana

    no tivemos nenhuma e agora o papa tem uma pequena chaga nas

  • costas proveniente da funda e no quer de maneira nenhuma que

    lhe toque para curar-la [...]. (Jos CASARETTO, 1885, p.1)

    Este primeiro registro est de acordo com as demais informaes que se tem.

    Entretanto, uma segunda carta subsequente a anterior e tambm enviada de

    Chiavare, com data do dia 11 de julho de 1885, mas escrita comprovadamente (pelo

    prprio texto) nos dias seguintes, deixa algumas dvidas. A carta sem assinatura,

    provavelmente teria sido escrita por Jernimo, o filho, pela forma que se referia aos

    outros integrantes da famlia e por ter caligrafia bastante diferente da carta escrita dias

    antes por seu irmo Jos. Na presente carta, o autor afirma que a me teria falecido

    em dia diferente do registrado no inventrio.

    Estimamos muito que estas poucas palavras vos vo encontrar em

    na mais perfeita sade, enquanto a ns vamos dar-vos a relao de

    tudo quanto temos passado desde o dia 11 at esta parte. Uma triste

    notcia [...]. Por isso, asseguramos caros amigos, famlia e

    conhecidos que perdemos nossa mama no dia 18 de julho de 1885

    s 8 horas e 18 minutos. [...] (Jernimo CASARETTO, 1885, pp.1-4).

    possvel que a data mais correta seja a mais prxima do ocorrido, ou seja, a que foi

    escrita na carta, e no aquela ditada meses depois para o escrivo do cartrio no

    momento em que foi feito o inventrio.

    Outra curiosidade percebida em uma das correspondncias a adorao que tinham

    pela causa religiosa. Giane confirma que a famlia era esprita, inclusive teria Caetano

    coordenado a campanha para a construo do Centro Esprita Jesus, cujo projeto

    arquivado na prefeitura foi elaborado por Carlos Casaretto Scotto (filho de Isabel

    Casaretto e Carlos Scotto). A mesma carta escrita por Jos demonstra que o fato de

    serem adeptos de uma doutrina espiritual, no exclui a possibilidade de tambm

    seguirem outra religio, como a catlica.

    [...] Agora eu vos recomendo, para salvar a vossas almas e fazer

    bons cristos, devem fazer o seguinte, assim como eu j comecei,

    no devem passar boa vida neste mundo, nem devem desprezar o

    trabalho, e nem devem tratar de fazer grande fortuna, se querem

    salvar a vossas almas, eu tenho estado em diversas Predicas, as

    servas de Deus no pregam outra coisa, que meus irmos no

  • procurem de passar boa vida neste mundo, nem de fazer fortuna,

    que todos quantos aqui neste mundo passar boa vida, e tiver fortuna,

    noutro mundo iro passar uma vida desgraada, e sem dinheiro, e

    todos quantos aqui neste mundo passar mal, passar fome e passar

    uma vida trabalhosa, quando iro noutro mundo, ento vo passar

    uma vida das melhores, assim como o maior ricao deste mundo.

    Estas palavras que eu te escrevo eu as vi sair da boca do bispo de

    Genova [...] (Jos CASARETTO, 1885, pp.1-4).

    Relata a familiar entrevistada que os estudos acadmicos de Caetano foram

    impulsionados pela vontade de se relacionar com Emlia Natusch. Os pais da moa

    proibiram seu relacionamento porque Caetano no possua qualificao suficiente

    para sua filha. Por isso, o construtor foi para Europa estudar. Voltou em 1927 trazendo

    seu diploma do Instituto Tcnico Industrial, alcanado na Itlia. Esta foi a comprovao

    que poderia proporcionar satisfatrias condies de vida para Emlia. Seus pais ento

    permitiram o casamento. Caetano casou-se com Emlia em 1935, j com 71 anos e

    morreu oito anos depois, em 1942 aos 79 anos.

    Na gerao seguinte da famlia, a construo em Pelotas representada por Carlos

    Casaretto Scotto, sobre o qual se pode afirmar ser sobrinho de Caetano. No prprio

    inventrio da morte de Jernimo e Benedita, foi possvel obter a informao de que

    Isabel Casaretto foi casada com Carlos Scotto, origem esta do construtor pelotense.

    Sua chegada do exterior com o diploma de arquiteto foi noticiado pela imprensa que

    fez questo de expor sua volta da Filadlfia em 1918. (Dirio Popular, junho de 1918)

    A rvore genealgica (Figura 13) a seguir, com incio referente ao casamento de

    Jernimo e Benedita, facilita o entendimento das relaes familiares e graus de

    parentesco:

  • Figura 13: rvore genealgica da famlia Casaretto, 2010.

    Fonte: Desenvolvido pelo autor com base nas informaes obtidas em entrevista com Giane

    Casaretto e no Inventrio de morte de Jernimo Casaretto, o pai.

  • O esquema da Figura 23, alm de representar a estrutura genealgica da famlia do

    profissional, identifica tambm o grau de parentesco e nmero de geraes que

    distanciam os familiares citados da entrevistada Giane Casaretto.

    O manuscrito intitulado O casaro, escrito por Wilma Paiva Casaretto, uma obra que

    mescla fico com a histria verdica, conta sobre a unio entre Caetano Casaretto e

    Emlia Natusch. A autora relata que o construtor (ento bem sucedido) teria comprado

    a casa de campo de propriedade do Sr. Nausch, pai de Emlia e futuro sogro de

    Caetano. E que, inclusive, o novo proprietrio teria feito questo de coloc-la um

    nome, Vila Casaretto, como ainda ostenta a escritura no fronto. (Wilma

    CASARETTO, s/d, p.8) Giane (2010) concorda quando conta que a moradia passou

    por uma reforma e ampliao antes que o casal assumisse definitivamente a

    propriedade.

    Caetano aumentou a parte inferior da casa de dois pavimentos (Figura 14). Sobre os

    novos compartimentos construdos fez terraos cercados com grades de ferro e

    bronze, sobre as quais colocou duas esttuas que mandou vir da Europa, uma de

    Apolo e outra de Jpiter. Na grade de ferro que protege a porta de acesso conservou

    as iniciais do primeiro dono da casa e o ano de construo. Na saleta que antecede a

    escada, mandou colocar vidros coloridos.

    Figura 14: Casaro da Cascata, Pelotas, s/d.

    Fonte: Acervo Giane Casaretto.

    Caetano Casaretto que podemos considerar o primeiro

    arquiteto pelotense, morreu no dia 14 de julho de 1942, aos

    oitenta anos, na sua cidade natal. (CHEVALLIER, 2002,

    p.73)

  • As vsperas de completar 80 anos, o construtor Caetano Casaretto (Figura 15) vem a

    falecer (dois anos antes de sua esposa Emlia), em Pelotas, local onde nasceu e onde

    deixou um legado de quase uma centena de construes e dentre as quais vrios

    monumentos como veremos a seguir.

    Figura 15: Caetano Casaretto, capa do jornal Dirio Popular do dia 28 jun. 1831. Quando da

    inaugurao do novo prdio do Asilo de Mendigos. Fonte: Acervo Giane Casaretto.

  • PARTE 3. INVENTRIO DAS OBRAS ENCONTRADAS

    Este inventrio trs um levantamento de dados referentes as obras de

    arquitetura cujo construtor foi comprovadamente o arquiteto Caetano

    Casaretto, na cidade de Pelotas/RS, entre 1862 e 1942. Sua atuao

    profissional foi confirmada pela assinatura nos projetos de construo civil da

    Secretaria Municipal de Urbanismo (SEURB).

    General Teles - do ano de 1893 Galpo ...................................................................................................................... 037 Andrade Neves, 2081 e 2077 - do ano de 1895 Sede Congresso Portugus ...................................................................................... 044 Gonalves Chaves, 222 e 224 - do ano de 1895 Casaretto e Irmos .................................................................................................... 053 Andrade Neves - do ano de 1896 Francisco de Brito Gouva ........................................................................................ 062 Andrade Neves, 76 - do ano de 1896 Jlio Goofiz ................................................................................................................ 071 Sete de Setembro - do ano de 1896 Echenique e Irmos ................................................................................................... 079 Voluntrios da Ptria esq. Santos Dumond, 17 - do ano de 1896 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 089 Xv de Novembro - do ano de 1896 Eduardo da Silva Carvalho ........................................................................................ 097 Xv de Novembro - do ano de 1897 Levy & Irmos ............................................................................................................ 107 Xv de Novembro, 87 - do ano de 1897 Joaquim Moreira dos Santos ..................................................................................... 116 Xv de Novembro, 210 - do ano de 1897 Bernardina Pinto ........................................................................................................ 124 Xv de Novembro, 816 - do ano de 1897 Eduardo Gastal .......................................................................................................... 133 Praa Jos Bonifcio, 7 - do ano de 1898 Ataliba Borges ........................................................................................................... 142 Praa Rio Branco, 1158 - do ano de 1898 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 151

  • Tiradentes, 39 - do ano de 1898 Luiz Schrder ............................................................................................................ 160 Xv de Novembro, 151 ou 153 - do ano de 1898 Luiza Bidan ................................................................................................................ 169 Tiradentes - do ano de 1899 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 178 Voluntrios esq. Anchieta, 2197 - do ano de 1899 Hyppolito Gonalves Detroit ...................................................................................... 186 Xv de Novembro esq. Voluntrios - do ano de 1899 Jos Vieira de Souza ................................................................................................. 195 Gonalves Chaves esq. Cassiano - do ano de 1900 Jos Delfino da Costa ............................................................................................... 204 Marclio Dias - do ano de 1900 Baro de Aredes Coelho ........................................................................................... 213 Tiradentes entre Manduca e Marclio - do ano de 1900 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 222 Doutor Cassiano alm da Marclio - do ano de 1901 Jos Incio do Amaral ............................................................................................... 233 General Osrio entre 3 Maio e Gomes Carneiro - do ano de 1901 Sociedade Portuguesa de Beneficncia .................................................................... 239 Gonalves Chaves, 213 - do ano de 1901 Jos Delfino da Costa ............................................................................................... 248 Voluntrios da Ptria, 1558 - do ano de 1901 Francisco Nunes de Bastos ....................................................................................... 257 Benjamin entre Alberto Rosa e lvaro Chaves - do ano de 1902 Dr. Antnio Augusto Assumpo ............................................................................... 266 Flix da Cunha, 120 - do ano de 1902 Romo Trpaga ......................................................................................................... 275 Marechal Deodoro, 233 - do ano de 1902 Guilherme Marcucci ................................................................................................... 284 Voluntrios, 921 e 927 - do ano de 1902 Carlota Behrensdorf .................................................................................................. 292 Xv de Novembro, 505 - do ano de 1902 Ismael da S. Maia ...................................................................................................... 301 Conde de Piratini, esq. Praa Cel. Pedro Osrio, 201 - do ano de 1903 Irmandade So Francisco de Paula .......................................................................... 300

  • Flix da Cunha, 156 - do ano de 1903 Eduardo Enedino Gomes .......................................................................................... 309 Flix da Cunha, 518 - do ano de 1903 Joo de M. Moreira .................................................................................................... 328 Prof. Arajo, 54 - do ano de 1903 Jos Casaretto .......................................................................................................... 338 Xv de Novembro, 107 - do ano de 1903 Maria da Glria Pojo .................................................................................................. 346 Padre Anchieta esq. Uruguai, 1512 - do ano de 1904 Estephania Rodrigues ............................................................................................... 354 Sete de Setembro - do ano de 1904 Edmundo Gastal ........................................................................................................ 363 Santos Dumont - Vila da Graa - do ano de 1904 Adeodato Rossi ......................................................................................................... 371 Tiradentes entre Saldanha Marinho ou Marclio Dias - do ano de 1904 Antnio P. Rego Magalhes ...................................................................................... 379 Praa Jos Bonifcio, 166 - do ano de 1905 Colgio Gonzaga ....................................................................................................... 387 Conde de Porto Alegre, 1 - do ano de 1906 Joanna Carolina da Rocha ........................................................................................ 397 Benjamin Constant esq. Gonalves Chaves - do ano de 1907 Antnio R. Assumpo .............................................................................................. 406 Flix da Cunha, 165 - do ano de 1907 Luzia Marino Mariano ................................................................................................ 414 Flix da Cunha, 15 - do ano de 1908 Caetano Casaretto .................................................................................................... 422 Marechal Floriano, 8 e 10 - do ano de 1908 Antnio A. Assumpo .............................................................................................. 430 Praa Jos Bonifcio - do ano de 1908 Irmandade So Francisco de Paula .......................................................................... 439 Xv de Novembro, 162 - do ano de 1909 Baptista Lullier Filho .................................................................................................. 447 Baro de Butu - do ano de 1911 Antnio A. Assumpo .............................................................................................. 456 Andrade Neves, 664 - do ano de 1914 Vellocino Torres ......................................................................................................... 464

  • General Osrio, 620 - do ano de 1915 Marina Eston de Eston .............................................................................................. 473 Xv de Novembro, 568, 570, 572 - do ano de 1915 Paulina A. de Faria Rosa ........................................................................................... 484 Xv de Novembro, 653 esq. General Neto - do ano de 1915 Deolinda Aguiar Leite ................................................................................................ 492 Xv de Novembro, 817 e 819 - do ano de 1915 Jos do Carmo Alves de Carvalho ............................................................................ 502 Andrade Neves, 516 entre Telles e Largo do Mercado - do ano de 1916 Celso Eston ............................................................................................................... 512 Flix da Cunha, 560 - do ano de 1916 Maria Luiza Martins Soares ....................................................................................... 522 Flix da Cunha, 724 e 726 - do ano de 1916 Bruno Chaves ............................................................................................................ 532 Praa Vinte de Setembro, 105 - do ano de 1916 Carlota Behrensdorf .................................................................................................. 541 Marechal Deodoro, 806 - do ano de 1917 Carlota Behrensdorf .................................................................................................. 549 Praa Cel. Pedro Osrio, 61 - do ano de 1918 Olympio Farias .......................................................................................................... 559 Praa Vinte de Setembro - do ano de 1918 Fbrica de Chapus Pelotense ................................................................................. 568 Santa Cruz, 811 - do ano de 1918 F. Ritter ...................................................................................................................... 577 Benjamin Constant, 204 - do ano de 1919 Antnio Augusto Assumpo .................................................................................... 582 Flix da Cunha, 476 - do ano de 1919 Urbano Garcia ........................................................................................................... 593 Gonalves Chaves, 552 - do ano de 1919 Maria Mendona de Assumpo ............................................................................... 601 Gonalves Chaves, 762 - do ano de 1919 Edmundo Berchon ..................................................................................................... 609 Marclio Dias, 991 - do ano de 1919 Posto de Assistncia Pblica .................................................................................... 617 Xv de Novembro, 216 e 218 - do ano de 1919 Dona Manoela Galibem Bidart .................................................................................. 627

  • Andrade Neves, 657 - do ano de 1920 Emlio Leo ................................................................................................................ 636 Flix da Cunha, 518 - do ano de 1920 Joo Mendona Moreira ............................................................................................ 644 Gonalves Chaves, 911 - do ano de 1920 Paulino Duarte de Lemos .......................................................................................... 652 Lobo da Costa esq. Santa Cruz - do ano de 1920 Maria F. Mendona de Assumpo ........................................................................... 662 Lobo da Costa, 10 - do ano de 1920 Francisco Nunes de Souza ....................................................................................... 670 Praa Cipriano Barcelos, 184 e 190 - do ano de 1920 Joo Jorge Hosni ....................................................................................................... 680

  • PARTE 4. INVENTRIO DAS OBRAS ATRIBUDAS

    Este inventrio trs informaes sobre imponentes obras de arquitetura na

    cidade de Pelotas/RS, entre 1862 e 1942, cuja responsabilidade pela

    construo atribuda ao arquiteto Caetano Casaretto. Entretanto, sua atuao

    profissional no pode ser confirmada pela Secretaria Municipal de Urbanismo

    (SEURB) devido falta dos projetos originais que se perderam com o tempo.

    Rua Andrade Neves, 915 - do ano de 1892

    Sociedade Portuguesa de Beneficncia .................................................................... 691

    Rua Padre Anchieta, 3560 - do ano de 1899

    Capela da Luz ........................................................................................................... 702

    Praa Coronel Pedro Osrio, 106 - do ano de 1902

    Clube Caixeiral .......................................................................................................... 710

    Praa Coronel Pedro Osrio, 5 - do ano de 1904

    Francisco de S Rheingantz ..................................................................................... 722

    Praa Coronel Pedro Osrio, 7 - do ano de 1906

    Pedro Lus Osrio ...................................................................................................... 732

    Praa Cel. Pedro Osrio, 1 e 3 - do ano de 1911

    Arthur Augusto de Assumpo .................................................................................. 742

    Praa Cel. Pedro Osrio, 103 - do ano de 1912

    Biblioteca Pblica Pelotense ..................................................................................... 752

    Rua Jos do Patrocnio, 1 - do ano de 1917

    Leopoldo Haertel ....................................................................................................... 763

    Praa Vinte de Setembro - do ano de 1917

    Escola de Artes e Ofcios .......................................................................................... 772

    Parque Dom Antnio Zaterra, 338 - do ano de 1928

    Asilo de Mendigos ..................................................................................................... 781

  • VOLUME I OBRAS ASSINADAS

    INVENTRIO DE PROJETOS CAETANO CASARETTO

    PATRIMNIO URBANO EM PELOTAS / RS (1862-1942)

  • LISTA DE OBRAS DO VOLUME I DO INVENTRIO

    1. General Teles - do ano de 1893 - Galpo

    2. Andrade Neves, 2081 e 2077 - do ano de 1895 - Sede Congresso Portugus

    3. Gonalves Chaves, 222 e 224 - do ano de 1895 - Casaretto e Irmos

    4. Andrade Neves - do ano de 1896 - Francisco de Brito Gouva

    5. Andrade Neves, 76 - do ano de 1896 - Jlio Goofiz

    6. Sete de Setembro - do ano de 1896 - Echenique e Irmos

    7. Voluntrios da Ptria esq. Santos Dumond, 17 - do ano de 1896 - Theodosio F. da Rocha

    8. Xv de Novembro - do ano de 1896 - Eduardo da Silva Carvalho

    9. Xv de Novembro - do ano de 1897 - Levy & Irmos

    10. Xv de Novembro, 87 - do ano de 1897 - Joaquim Moreira dos Santos

    11. Xv de Novembro, 210 - do ano de 1897 - Bernardina Pinto

    12. Xv de Novembro, 816 - do ano de 1897 - Eduardo Gastal

    13. Praa Jos Bonifcio, 7 - do ano de 1898 - Ataliba Borges

    14. Praa Rio Branco, 1158 - do ano de 1898 - Theodosio F. da Rocha

    15. Tiradentes, 39 - do ano de 1898 - Luiz Schrder

    16. Xv de Novembro, 151 ou 153 - do ano de 1898 - Luiza Bidan

    17. Tiradentes - do ano de 1899 - Theodosio F. da Rocha

    18. Voluntrios esq. Anchieta, 2197 - do ano de 1899 - Hyppolito Gonalves Detroit

    19. Xv de Novembro esq. Voluntrios - do ano de 1899 - Jos Vieira de Souza

    20. Gonalves Chaves esq. Cassiano - do ano de 1900 - Jos Delfino da Costa

    21. Marclio Dias - do ano de 1900 - Baro de Aredes Coelho

    22. Tiradentes entre Manduca e Marclio - do ano de 1900 - Theodosio F. da Rocha

    23. Doutor Cassiano alm da Marclio - do ano de 1901 - Jos Incio do Amaral

    24. General Osrio entre 3 Maio e Gomes Carneiro - do ano de 1901 - Sociedade Portuguesa de Beneficncia

    25. Gonalves Chaves, 213 - do ano de 1901 - Jos Delfino da Costa

    26. Voluntrios da Ptria, 1558 - do ano de 1901 - Francisco Nunes de Bastos

    27. Benjamin entre Alberto Rosa e lvaro Chaves - do ano de 1902 - Dr. Antnio Augusto Assumpo

    28. Flix da Cunha, 120 - do ano de 1902 - Romo Trpaga

  • 29. Marechal Deodoro, 233 - do ano de 1902 - Guilherme Marcucci

    30. Voluntrios, 921 e 927 - do ano de 1902 - Carlota Behrensdorf

    31. Xv de Novembro, 505 - do ano de 1902 - Ismael da S. Maia

    32. Conde de Piratini, esq. Praa Cel. Pedro Osrio, 201 - do ano de 1903 - Irmandade So Francisco

    de Paula

    33. Flix da Cunha, 156 - do ano de 1903 - Eduardo Enedino Gomes

    34. Flix da Cunha, 518 - do ano de 1903 - Joo de M. Moreira

    35. Prof. Arajo, 54 - do ano de 1903 - Jos Casaretto

    36. Xv de Novembro, 107 - do ano de 1903 - Maria da Glria Pojo

    37. Padre Anchieta esq. Uruguai, 1512 - do ano de 1904 - Estephania Rodrigues

    38. Sete de Setembro - do ano de 1904 - Edmundo Gastal

    39. Santos Dumont - Vila da Graa - do ano de 1904 - Adeodato Rossi

    40. Tiradentes entre Saldanha Marinho ou Marclio Dias - do ano de 1904 - Antnio P. Rego Magalhes

    41. Praa Jos Bonifcio, 166 - do ano de 1905 - Colgio Gonzaga

    42. Conde de Porto Alegre, 1 - do ano de 1906 - Joanna Carolina da Rocha

    43. Benjamin Constant esq. Gonalves Chaves - do ano de 1907 - Antnio R. Assumpo

    44. Flix da Cunha, 165 - do ano de 1907 - Luzia Marino Mariano

    45. Flix da Cunha, 15 - do ano de 1908 - Caetano Casaretto

    46. Marechal Floriano, 8 e 10 - do ano de 1908 - Antnio A. Assumpo

    47. Praa Jos Bonifcio - do ano de 1908 - Irmandade So Francisco de Paula

    48. Xv de Novembro, 162 - do ano de 1909 - Baptista Lullier Filho

    49. Baro de Butu - do ano de 1911 - Antnio A. Assumpo

    50. Andrade Neves, 664 - do ano de 1914 - Vellocino Torres

    51. General Osrio, 620 - do ano de 1915 - Marina Eston de Eston

    52. Xv de Novembro, 568, 570, 572 - do ano de 1915 - Paulina A. de Faria Rosa

    53. Xv de Novembro, 653 esq. General Neto - do ano de 1915 - Deolinda Aguiar Leite

    54. Xv de Novembro, 817 e 819 - do ano de 1915 - Jos do Carmo Alves de Carvalho

    55. Andrade Neves, 516 entre Telles e Largo do Mercado - do ano de 1916 - Celso Eston

    56. Flix da Cunha, 560 - do ano de 1916 - Maria Luiza Martins Soares

    57. Flix da Cunha, 724 e 726 - do ano de 1916 - Bruno Chaves

  • 58. Praa Vinte de Setembro, 105 - do ano de 1916 - Carlota Behrensdorf

    59. Marechal Deodoro, 806 - do ano de 1917 - Carlota Behrensdorf

    60. Praa Cel. Pedro Osrio, 61 - do ano de 1918 - Olympio Farias

    61. Praa Vinte de Setembro - do ano de 1918 - Fbrica de Chapus Pelotense

    62. Santa Cruz, 811 - do ano de 1918 - F. Ritter

    63. Benjamin Constant, 204 - do ano de 1919 - Antnio Augusto Assumpo

    64. Flix da Cunha, 476 - do ano de 1919 - Urbano Garcia

    65. Gonalves Chaves, 552 - do ano de 1919 - Maria Mendona de Assumpo

    66. Gonalves Chaves, 762 - do ano de 1919 - Edmundo Berchon

    67. Marclio Dias, 991 - do ano de 1919 - Posto de Assistncia Pblica

    68. Xv de Novembro, 216 e 218 - do ano de 1919 - Dona Manoela Galibem Bidart

    69. Andrade Neves, 657 - do ano de 1920 - Emlio Leo

    70. Flix da Cunha, 518 - do ano de 1920 - Joo Mendona Moreira

    71. Gonalves Chaves, 911 - do ano de 1920 - Paulino Duarte de Lemos

    72. Lobo da Costa esq. Santa Cruz - do ano de 1920 - Maria F. Mendona de Assumpo

    73. Lobo da Costa, 10 - do ano de 1920 - Francisco Nunes de Souza

    74. Praa Cipriano Barcelos, 184 e 190 - do ano de 1920 - Joo Jorge Hosni

  • Rua General Teles - do ano de 1893

    Galpo

  • 1

    Ficha M301 Cadastro de bens MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua General Teles

    2. LOCALIZAO DO UNIVERSO/ OBJETO DE ANLISE

    2.1.UF 2.2.Municpio 2.3.Localidade

    RS Pelotas ZPPC Zona de Preservao do Patrimnio Cultural

    2.4.Endereo Completo (logradouro, n, complemento) 2.5.Cdigo Postal

    Rua General Teles 96010-310

    2.6.Coordenadas Geogrficas 3.PROPRIEDADE

    Latitude Pblica 3.1. Identificao do Proprietrio

    Longitude X Privada

    Altitude [m] Mista 3.2. Contatos

    Erro Horiz. [m] Outra -----------------------

    4. NATUREZA DO BEM 5.CONTEXTO 6.PROTEO EXISTENTE 7. PROTEO PROPOSTA

    Bem arqueolgico Rural Patrimnio mundial Patrimnio mundial

    Bem paleontolgico X Urbano Federal/ individual Federal/ individual

    Patrimnio natural Entorno preservado Federal/ conjunto Federal/ conjunto

    X Bem imvel Entorno alterado Estadual/ individual Estadual/ individual

    Bem mvel Forma conjunto Estadual/ conjunto Estadual/ conjunto

    Bem integrado Bem isolado Municipal/ individual Municipal/ individual

    4.1 Classificao Municipal/ conjunto Municipal/ conjunto

    BEM IMVEL: ARQUITETURA Entorno de bem protegido Entorno de bem protegido

    8.ESTADO DE PRESERVAO 9.ESTADO DE CONSERVAO X Nenhuma Nenhuma

    ntegro Bom 6.1. Tipo/ legislao incidente 7.1 Tipo/ legislao incidente

    Pouco alterado Precrio

    Muito alterado Em arruinamento

    Descaracterizado Arruinado

    10. IMAGENS (copiar quantas linhas forem necessrias)

    11.DADOS COMPLEMENTARES

    11.1.Informaes Histricas (sntese)

    11.2.Outras informaes (especializadas, temticas...)

    Construo de galpo retangular aberto e cobertura composta por apenas uma gua.

    12. PREENCHIMENTO

    12.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 12.2. Data

    12.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011

  • 1

    Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua General Teles

    2. PLANTA/ CROQUI IMPLANTAO NO TERRENO 3. IMAGENS/ CROQUIS DAS FACHADAS

    Lote no identificado

    Galpo, fachada/muro voltado para o passeio, Pelotas, 1893.

    Fonte: Arquivo SeUrb.

    4. TIPOLOGIA 5.POCA/ DATA DA CONSTRUO 6.TOPOGRAFIA DO TERRENO 7. PAVIMENTOS

    Religiosa 1893 X Plano Acima da rua (no) 1

    X Civil 8.USO ORIGINAL Em aclive Abaixo da rua (no) 0

    Oficial GALPO

    Em declive Sto sim X no

    Militar Inclinado Poro sim X no

    Industrial 9.USO ATUAL Acidentado Outros -----------------------

    Ferroviria NO LOCALIZADO

    10. MEDIDAS GERAIS DA EDIFICAO [m]

    Outra Altura fachada frontal Altura da cumeeira

    11. OBSERVAES Altura fachada posterior Altura total

    Largura 6.80 P direito trreo

    Profundidade 16.70 P direito tipo

    12. FOTOS E ILUSTRAES DE DETALHES IMPORTANTES

    13. BREVE DESCRIO ARQUITETNICA

    Construo de um galpo retangular, onde uma lateral aberta, duas fechadas por alvenaria e uma lateral parcialmente fechada por parede leve (provavelmente madeira). A cobertura possui apenas uma gua com caimento para os fundos. A estrutura que sustenta a cumeeira apia-se sobre a parede da fachada principal.

    13.1.Paredes externas (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)

  • 2

    Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua General Teles

    13.2.Cobertura (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)

    13.3.Aberturas e elementos integrados (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)

    13.4.Palavras-chave

    Arquitetura Urbana, Ecletismo, Pelotas.

    14. INFORMAES COMPLEMENTARES QUANTO DIVISO DA FACHADA

    14.1. Diviso vertical da fachada

    14.1.1. Base, corpo e coroamento 14.1.2. Corpo e coroamento 14.1.3. Corpo 14.1.4. Outra

    X

    14.2. Diviso horizontal da fachada

    14.2.1. Tripartida - simtrica 14.2.2. Tripartida - assimtrica 14.2.3. Simtrica 14.2.4. Assimtrica

    15. LEVANTAMENTO ARQUITETNICO EXISTENTE (copiar quantas linhas forem necessrias)

    15.1. Planta (relacionar nomes) 15.2. Escala 15.3. Localizao e base disponvel 15.4. Data

    Planta Baixa 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1893

    Corte Transversal 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1893

    Fachada 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1893

    16. OUTROS LEVANTAMENTOS/ BASES DE DADOS (copiar quantas linhas forem necessrias)

    16.1. Tipo 16.2. Quant. 16.3. Autoria, localizao e base disponvel 16.4. Data

    Fotografias

    Desenhos

    17. FONTES BIBLIOGRFICAS E DOCUMENTAIS

    BIBLIOGRAFIA:

    BARCELLOS, Dbora; LEITE, Cristiano; Vianna, Tas Feij. Caetano Casaretto. In GUTIERREZ, Ester Judite Bendjouya. Marcucci, Zanota e Casaretto

    constroem o sul do Novo Mundo. Pelotas: 2008.

    PERES, Rosilena Martins, Legado da Tecnologia Construtiva de Imigrantes Italianos ao Patrimnio Arquitetnico de Pelotas. Tese (Doutorado em

    Engenharia). Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.

    FONTES ICONOGRFICAS:

    Prefeitura Municipal de Pelotas. Pelotas

    Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.

    PROJETO de galpo, construtor Caetano Casaretto, Pelotas, 1893.

    18. PREENCHIMENTO

    18.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 18.2. Data

    18.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011

  • 1

    Ficha M303 Bem imvel Arquitetura Caracterizao interna MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua General Teles

    2. PLANTA/ CROQUI DE PLANTA BAIXA

    Galpo, planta baixa do projeto original, Pelotas, 1893.

    Fonte: Reproduo do autor, 2010.

    3. MODIFICAO / INTERVENO

    3.1. Projeto completo 3.2. Acrscimo de pavimento 3.3. Acrscimo de planta 3.4. Fachadismo 3.5. Reforma interna 3.6 Outros

    X

    4. TIPOLOGIA RESIDENCIAL ESPECFICA

    4.1. Quanto forma

    4.1.1. Trreo 4.1.2. Sobrado 4.1.3. Poro-alto 4.1.4. Outra

    X

    4.2. Quanto planta

    4.2.1. Corredor Lateral 4.2.2. Corredor Central 4.2.3. Compartimentos Corridos 4.2.4. Com Sala de Distribuio

    5. LINGUAGEM DA FACHADA

    5.1. Ecltica 5.2. Protomoderna 5.3. Sem linguagem definida

    X

    6. IMPLANTAO

    6.1. No Alinhamento 6.2. Recuo Frontal 6.3. Recuos Laterais 6.4. Recuo Frontal - Lateral 6.5. Isolada 6.6. Outros

    X

  • 2

    Ficha M303 Bem imvel Arquitetura Caracterizao interna MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua General Teles

    7. SELEO DE IMAGENS DO PROJETO ORIGINAL

    Galpo, corte transversal, Pelotas, 1893. Fonte: Arquivo SeUrb.

    Galpo, planta baixa, Pelotas, 1893. Fonte: Arquivo SeUrb.

    Galpo, fachada principal sobre a Rua General Teles, Pelotas, 1893. Fonte: Arquivo SeUrb.

    8. PREENCHIMENTO

    8.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 8.2. Data

    8.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 05 fevereiro 2011

  • FICHA DE CLASSIFICAO DA LINGUAGEM DA FACHADA

    IDENTIFICAO IMAGEM

    01-1893

    ANO DE APROVAO

    1893

    ENDEREO

    Rua General Teles

    PROPRIETRIO

    ?

    Galpo, fachada/muro voltado para o passeio, Pelotas, 1893.

    Fonte: Arquivo SeUrb.

    TIPO DE COROAMENTO

    PLATIBANDA

    cega simples vazada c/ balaustres mista c/ balaustres

    cega trabalhada vazada c/ rendilhados mista c/ rendilhados

    FRONTO

    fronto triangular fronto cimbrado / curvo fronto retangular

    fronto aberto fronto pescoo de ganso

    ESTRUTURA COMPOSITIVA

    MARCAO HORIZONTAL MARCAO VERTICAL

    sem marcao sem marcao base e corpo

    corpo e coroamento X base base e coroamento

    base, corpo e coroamento corpo corpo e coroamento

    coroamento base, corpo e coroamento

    TRATAMENTO DE ESQUINA

    sem tratamento arredondado c/ chanfro

    PORTA JANELA

    simples dupla fixa c/ postigo

    c/ bandeira c/ vidro de abrir c/ veneziana

    c/ almofada c/ postigo guilhotina outra

    recuada basculante

    VOS ELEMENTOS

    ARQUITETNICOS

    FORMA MOLDURA ORNAMENTOS adornos em massa

    circular sem moldura sem rusticao

    quadrtica simples banda compoteiras

    verticalizada trabalhada cornija pilastra simples

    horizontalizada cimalha pilastra trabalhada

    VERGA

    VO

    reta pilar seo quadrada

    arco pleno pilar seo circular

    arco abatido balco / sacada

    mista gateiras

    ESQUADRIA

    reta respiro

    arco pleno poro

    arco abatido alpendre

    mista garagem

  • Rua Andrade Neves, 2081 e 2077 - do ano de 1895

    Propriedade de Congresso Portugus

  • 1

    Ficha M301 Cadastro de bens MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077

    2. LOCALIZAO DO UNIVERSO/ OBJETO DE ANLISE

    2.1.UF 2.2.Municpio 2.3.Localidade

    RS Pelotas ZPPC Zona de Preservao do Patrimnio Cultural

    2.4.Endereo Completo (logradouro, n, complemento) 2.5.Cdigo Postal

    DEMOLIDO Rua Andrade Neves 96020-080

    2.6.Coordenadas Geogrficas 3.PROPRIEDADE

    Latitude Pblica 3.1. Identificao do Proprietrio

    Longitude X Privada Congresso Portugus 1 de Dezembro

    Altitude [m] Mista 3.2. Contatos

    Erro Horiz. [m] Outra --------------------

    4. NATUREZA DO BEM 5.CONTEXTO 6.PROTEO EXISTENTE 7. PROTEO PROPOSTA

    Bem arqueolgico Rural Patrimnio mundial Patrimnio mundial

    Bem paleontolgico X Urbano Federal/ individual Federal/ individual

    Patrimnio natural Entorno preservado Federal/ conjunto Federal/ conjunto

    X Bem imvel Entorno alterado Estadual/ individual Estadual/ individual

    Bem mvel Forma conjunto Estadual/ conjunto Estadual/ conjunto

    Bem integrado Bem isolado Municipal/ individual Municipal/ individual

    4.1 Classificao Municipal/ conjunto Municipal/ conjunto

    BEM IMVEL: ARQUITETURA Entorno de bem protegido Entorno de bem protegido

    8.ESTADO DE PRESERVAO 9.ESTADO DE CONSERVAO X Nenhuma Nenhuma

    ntegro Bom 6.1. Tipo/ legislao incidente 7.1 Tipo/ legislao incidente

    Pouco alterado Precrio

    Muito alterado Em arruinamento

    Descaracterizado Arruinado

    10. IMAGENS (copiar quantas linhas forem necessrias)

    Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro,

    fotografia da fachada principal, Pelotas, s/d.

    Fonte: Acervo SeCult.

    Edifcio de cinco pavimentos que atualmente

    ocupa o lote em questo, Pelotas, 2010.

    Fonte: Foto do autor.

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    Ficha M301 Cadastro de bens MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077

    Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, Pelotas, s/d.

    Fonte: MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.

    11.DADOS COMPLEMENTARES

    11.1.Informaes Histricas (sntese)

    1895 aprovao da Prefeitura Municipal de Pelotas para construo do projeto de Caetano Casaretto para o Congresso Portugus 1 de

    Dezembro, assinatura do Eng. Emlio Leo.

    11.2.Outras informaes (especializadas, temticas...)

    12. PREENCHIMENTO

    12.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 12.2. Data

    12.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011

  • 1

    Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelota Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077

    2. PLANTA/ CROQUI IMPLANTAO NO TERRENO 3. IMAGENS/ CROQUIS DAS FACHADAS

    Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, fachada principal, Pelotas, 1895.

    Fonte: Arquivo SeUrb.

    4. TIPOLOGIA 5.POCA/ DATA DA CONSTRUO 6.TOPOGRAFIA DO TERRENO 7. PAVIMENTOS

    Religiosa 1895 X Plano Acima da rua (no) 1

    X Civil 8.USO ORIGINAL Em aclive Abaixo da rua (no) 0

    Oficial SEDE DE CLUBE

    Em declive Sto sim X no

    Militar Inclinado Poro sim X no

    Industrial 9.USO ATUAL Acidentado Outros -----------------------

    Ferroviria DEMOLIDO

    10. MEDIDAS GERAIS DA EDIFICAO [m]

    Outra Altura fachada frontal Altura da cumeeira

    11. OBSERVAES Altura fachada posterior Altura total

    Largura 10.20 P direito trreo

    Profundidade 45.40 P direito tipo

    12. FOTOS E ILUSTRAES DE DETALHES IMPORTANTES

    13. BREVE DESCRIO ARQUITETNICA

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    Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelota Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077

    A construo para sede do Clube Social Centro Portugus encontrava-se sobre o alinhamento predial, era composta por uma porta central com uma janela de cada lado, todos com arcos ogivais, no topo um fronto triangular no centro da platibanda vazada por balaustras, h tambm um pequeno fronto de cada lado do principal.

    __________________________________

    O perodo compreendido entre 1900 e 1930 , tanto quantitativamente quanto qualitativamente, bastante significativo para a arquitetura da cidade. Se, no perodo anterior (1850-1900), existiu um predomnio do que foi chamado de ECLETISMO HISTORICISTA, a partir do incio do sculo XX ocorreu uma tendncia a favor do ECLETISMO TIPOLGICO, que implica em escolhas prvias de cunho analgico ou de referncia, que orientam o estilo quanto finalidade a que se destina o edifcio a ser construdo (carter relativo). Essa tendncia manifestou-se pela primeira v quando da construo de um prdio para o Congresso Portugus Primeiro de Dezembro (1895). O projeto de autoria de Caetano CASARETTO, arquiteto que se notabilizou pela construo de uma arquitetura ecltica toda ela baseada em modelos do renascimento italiano mas que, para o Congresso Portugus, escolheu fazer referncia arquitetura da chamada idade de ouro portuguesa (Era dos descobrimentos), quando o pas foi dirigido por D. Manuel I e atingiu grande desenvolvimento econmico e cultural. Neste sentido, na fachada, surgiram arcos ogivais, molduras com reprodues de elementos do mar (algas e conchas), o braso de Portugal, uma alegoria s descobertas, dois globos, dois bustos de portugueses ilustres e as datas de 1640 (ano em que Portugal reconquistou sua independncia da Espanha) e 1895 (data da construo do prdio). A partir do Congresso Portugus, as demais construes pblicas do perodo caracterizaram-se pela busca de uma ntida identificao visual com a funo do edifcio, atravs das formas, dos recursos e dos atributos decorativos. Em decorrncia disso, e devido existncia de uma nova ordem social, a cidade assumiu um carter mais cosmopolita e no tanto provinciano e aristocrtico. So construdos oito cinemas (Edem, Coliseu, Parisiense, Politeama, Popular, Recreio, Ideal, Ponto Chic e Capitlio), trs teatros (Guarany, Appolo e Avenida), um Cassino, quatro bancos (Pelotense, da Provncia, do Brasil e o Nacional do Comrcio), um hotel de luxo (Grande Hotel) entre outros.

    SCHLEE, Andrey Rosenthal. O ecletismo na arquitetura pelotense at as dcadas de 1930 e 1940. Dissertao (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,

    1994.

    13.1.Paredes externas (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)

    13.2.Cobertura (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)

    13.3.Aberturas e elementos integrados (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)

    13.4.Palavras-chave

    Arquitetura Urbana, Ecletismo, Pelotas.

    14. INFORMAES COMPLEMENTARES QUANTO DIVISO DA FACHADA

    14.1. Diviso vertical da fachada

    14.1.1. Base, corpo e coroamento 14.1.2. Corpo e coroamento 14.1.3. Corpo 14.1.4. Outra

    X

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    Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa Gacho

    1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)

    Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920

    1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan

    Pelota Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077

    14.2. Diviso horizontal da fachada

    14.2.1. Tripartida - simtrica 14.2.2. Tripartida - assimtrica 14.2.3. Simtrica 14.2.4. Assimtrica

    X

    15. LEVANTAMENTO ARQUITETNICO EXISTENTE (copiar quantas linhas forem necessrias)

    15.1. Planta (relacionar nomes) 15.2. Escala 15.3. Localizao e base disponvel 15.4. Data

    Planta Baixa 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895

    Corte Transversal 2/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895

    Corte Longitudinal 2/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895

    Fachada Principal 2/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895

    16. OUTROS LEVANTAMENTOS/ BASES DE DADOS (copiar quantas linhas forem necessrias)

    16.1. Tipo 16.2. Quant. 16.3. Autoria, localizao e base disponvel 16.4. Data

    Fotografias 1 Acervo SeCult s/d

    Fotografias 1 MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.

    Desenhos

    17. FONTES BIBLIOGRFICAS E DOCUMENTAIS

    BIBLIOGRAFIA:

    BARCELLOS, Dbora; LEITE, Cristiano; Vianna, Tas Feij. Caetano Casaretto. In GUTIERREZ, Ester Judite Bendjouya. Marcucci, Zanota e Casaretto

    constroem o sul do Novo Mundo. Pelotas: 2008.

    MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.

    MOURA, Rosa Maria Rolim de; SCHLEE, Andrey Rosenthal. 100 imagens da arquitetura pelotense. 2 ed. Pelotas: Pallotti, 2002.

    PERES, Rosilena Martins, Legado da Tecnologia Construtiva de Imigrantes Italianos ao Patrimnio Arquitetnico de Pelotas. Tese (Doutorado em

    Engenharia). Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.

    SCHLEE, Andrey Rosenthal. O ecletismo na arquitetura pelotense at as dcadas de 1930 e 1940. Dissertao (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de

    Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1994.

    WEIMER, Gnter. Arquitetos e construtores no Rio Grande do Sul 1892/1945. Santa Maria: Ed. UFSM, 2004.

    FONTES ICONOGRFICAS:

    Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, fotografia da fachada principal, Pelotas, s/d. Acervo Secretaria de Cultura (SeCult).

    Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, Pelotas, s/d. In: MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.

    Edifcio de cinco pavimentos que atualmente ocupa o lote em questo, Pelotas, 2010. Acervo Guilherme Dalto.

    Prefeitura Municipal de Pelotas. Pelotas

    Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.

    PROJETO de sede do clube social Centro Portugus 1 de Dezembro, construtor Caetano Casaretto, Pelotas, 1895.

    18. PREENCHIMENTO

    18.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 18.2. Data

    18.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011

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    Ficha M303 Bem imvel Arquitetura Caracterizao interna MDULO CADASTRO

    1. IDENTIFICAO

    1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)

    Pampa