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A IMPORTÂNCIA DA DANÇA MODERNA A PARTIR DA TECNICA DE MARTHA GRAHAM NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE 8 A 12
ANOS NO COLÉGIO IPIRANGA
Jéssyca Kelly da Paixão Ferreira
Aluna concluinte do CEDF/UEPA [email protected]
Maria Auxiliadora Monteiro Professora orientadora do CEDF/UEPA
[email protected] Resumo
Este trabalho refere-se ao ensino da dança a partir da técnica de Martha Graham que, tem como objetivos mostrar a importância que a dança moderna tem no desenvolvimento de crianças de 8 a 12 anos. Esta bailarina começou a estudar as mudanças físicas que ocorriam com o corpo durante a inspiração e a expiração e a partir disto desenvolveu os princípios de sua técnica que se baseia na contração e no relaxamento, e em grande parte de sua vida ela interpretou suas próprias criações e isto se tornou uma grande inspiração para vários bailarinos e coreógrafos contemporâneos que tenham base moderna ou não e com isto ela considerava que o movimento era como um barômetro no qual, eram reveladas as condições atmosféricas da alma. Desta forma este trabalho vem tratado de forma qualitativa para analisar a importância desta técnica no desenvolvimento destas crianças, de modo que possa responder algumas perguntas cientificas. Os resultados nos mostraram que há alguns pontos interessantes a respeito da conceituação de dança que devem ser levados em consideração, haja vista que a dança também é tratada nas aulas de educação física. Palavra chave: Martha Graham, técnica, dança moderna, ensino.
INTRODUÇÃO
A Dança Moderna começou na América no início do século XX
quando artistas como Loie Fuller1, Isadora Duncan2·, Ted Shawn3 e Ruth Saint
Denis4, formaram a primeira escola profissionalizante de dança a Denishawn
School, começaram sua própria rebelião contra a formalidade do balé
acadêmico e por sua vez Martha Graham começou a dançar nesta escola. O
que eles tinham em comum era insatisfação, buscavam outro tipo de dança e, 1 Foi uma atriz e dançarina norte-americana, pioneira das técnicas tanto da dança moderna quanto da iluminação teatral. 2 Considerada pioneira da dança moderna. 3 Foi um dos primeiros notáveis pioneiros do sexo masculino de americana. 4 Foi uma das pioneiras da dança moderna e ficou conhecida por suas apresentações “orientais”.
2
em seguida, o objetivo era transmitir ao seu público um senso de realidade
interior e exterior – ou seja, além da dramaticidade eles transmitiam a realidade
dos problemas sociais (RAMALHO, 2009).
Para Martha Graham (1894-1991), o ser humano é a finalidade da
ação coreográfica, confrontando com os problemas atuais do mundo. Buscou o
movimento do espírito nas profundezas da alma, para mergulhar no
desconhecido do ser. Queria, em seus espetáculos, que o espectador não
somente acompanhasse a ação, mas penetrasse no mito e extraísse dele os
elementos que lhe concernem pessoalmente, que o identificasse aos heróis
(GARAUDY, 1980).
Entendemos que estes revolucionaram e buscaram fazer suas
danças independentes dos padrões já existentes no qual segundo Monteiro
(2005), havia um relacionamento deles com uma dança natural e ao mesmo
tempo usando a sociedade e a realidade.
Martha Graham, essa mulher adiante do seu tempo, deu uma
inestimável contribuição à dança, tanto no que se refere â técnica
estruturada por ela, quanto as suas criações coreográficas. Nunca
teve medo de inovar e foi uma intérprete que soube explorar os
acontecimentos mundiais, como a descoberta dos mecanismos de
mente por meio da psicanálise. (MONTEIRO, 2005, p.5)
Martha Graham tem como um movimento a contração e o
relaxamento, eles manifestam como impulsos bruscos, convulsivos, projeções
violentas do corpo inteiro. Percebemos alguns destes movimentos em suas
obras como “Lamentation5” para este tipo de movimento é necessário o uso de
percussão para marcar de modo forte os batimentos, elevações e quedas, e as
vibrações que se seguem, como num gongo chinês, no período de recuperação
(MONTEIRO, 2005).
Observamos que foi em contradição radical com o balé acadêmico,
com suas simetrias, equilíbrios, harmonias e graça permanente, Martha
Graham não evita os bloqueios brutais de uma resistência exterior nem as
rupturas interiores do espasmo (GARAUDY, 1980, p.100).
5 Dança inspirada pela angústia da existência humana.
3
Em Belém-Pará esta técnica é estudada pela bailarina e coreografa
Maria Auxiliadora Monteiro, onde tem uma dissertação e tese neste assunto.
Esta profissional aplica a técnica em aulas para crianças, jovens e adultos.
No Brasil, a dança moderna chega em 1932, com Ruth Rachou
(São Paulo), que se especializou na técnica de Martha Graham. Para ela, o
pensamento tem que ser um exercício diário para o bailarino. Seu maior
objetivo era difundir a técnica de Martha Graham no Brasil (LAROUSSE, 1988;
MENDES; 1987).
Foi em 1970 que esse estilo se incorporou em alguns grupos de
dança, com um restrito número de pessoas. Na década de 80, não havia quase
inovações na dança. Somente dança como relaxamento corporal,
conhecimento do corpo como um todo. Já nos temas das coreografias, uma
mistura de personagens e fatos brasileiros (SUCENA, 1989).
Segundo Mendes (1987), A dança é composta por movimentos e
gestos, dentro de um ritmo, fator importante e indispensável para que a
atividade seja considerada como dança. Verificamos que a dança moderna é
bem mais que isto, além do ritmo e as expressões artísticas são importantes e
Martha Graham foi um marco para esta revolução.
Para Caminada (1999, p.224) (...) afirma sobre a técnica de Martha
Graham que a formação de um bailarino experiente leva cerca de dez anos. O
treinamento é duplo. “Primeiro vem o estudo e o exercício da técnica, que é a
escola na qual se trabalha o fortalecimento da estrutura muscular do corpo. O
corpo é modelado, disciplinado, honrado e, com o tempo, adquire confiança.
Movimento torna-se limpo, preciso, eloquente6, verdadeiro. O movimento nunca
mente.(...)”.
Este estudo é bastante significativo e necessário para verificar e até
mesmo constatar a importância da dança moderna no colégio Ipiranga, mais
especificamente em crianças de oito a doze anos, assim como também as
principais dificuldades apresentadas pela professora para ministrar suas aulas,
haja vista que a técnica de Martha Graham se torna bastante complexa para a
prática destas crianças.
6 Significa ser convincente, persuasivo e expressivo.
4
Segundo Monteiro (2005), a preferência pela técnica de Graham
justifica-se porque percebemos a necessidade de no contexto da dança atual,
esta técnica deve ser mais pesquisada e divulgada, devido a este horizonte
técnico, expressivo e criativo que ela propõe.
Deste modo queremos mostrar que a dança moderna tem uma
grande importância no desenvolvimento das crianças da escola de dança do
colégio Ipiranga em Belém (PA), mas especificamente na técnica da Martha
Graham, desvendar quais os principais motivos que levam a criança a pratica
regular da dança moderna, caracterizar os principais benefícios no
desenvolvimento das crianças e indicar quais as melhores possibilidades do
ensino da dança moderna voltada para crianças de acordo com a técnica de
Martha Graham.
1. UMA MELHOR ANÁLISE NA TECNICA DE MARTHA GRAHAM
Ao fazer o referencial teórico inspirado na dança moderna baseio-me
no livro de Caminada7, 1999, que trata de vários nomes importantes da dança,
e entre ele está o de Marta Graham que foi uma revolucionária da dança
quando decidiu tirar as sapatilhas utilizadas no ballet clássico e mantendo os
pés em contato direto com o solo, tornando-se uma expressão da verdade
quando ela afirma que “Não escolhemos a dança; ao contrário, nós é que
somos escolhidos por ela”, Marta Graham entrou para a Denishawn School aos
vinte e dois anos, passados sete anos ela conseguiu entrar para companhia
profissional da mesma (CAMINADA, 1999).
Na formação do bailarino primeiro vem o estudo vem o estudo e o exercício da técnica. Corpo é modelado, disciplinado, honrado e, com o tempo, adquire confiança. Em seguida vem o cultivo do ser do qual surge o que ele quer transmitir. (Monteiro apud Gama, 1993, p.5)
Ela baseava-se na crença profunda que “o corpo e o movimento
poderiam transmitir tudo de maravilhoso que o homem pode ser” ela criou sua
própria escola, a Martha Graham Dance Company em que tem grandes
trabalhos no qual expressava seus sentimentos mais profundos e entre estes
7 Para aprofundar mais sobre a dança é sugerido ler o livro A HISTÓRIA DA DANÇA – EVOLUÇÃO CULTURAL, 1991.
5
trabalhos os mais citados são “Heretic” de 1929 e o solo “Lamentation” que foi
criado em 1930, ela também fez uma obra dedicado a um tema religioso no
qual os bailarinos se expressão com uma grande intensidade que para muitos
pode ser considerada pagã, mesmo sendo entremeada de muita sensibilidade
na cena da crucificação e a mesma foi chamada de “Primitive mysteries” em
1931 (CAMINADA, 1999).
De acordo com Monteiro (2005), todos esses acontecimentos e
destacáveis conflitos vivenciados por Graham, as frustrações do pós-guerra, do
pós-crise, acrescidas das dificuldades socioeconômicas, tornaram-na uma
coreógrafa que tinha o objetivo de transmitir o real por meio dos problemas que
vivia sua nação.
Com o passar do tempo Martha Graham começou a estudar as
mudanças físicas que ocorriam com o corpo durante a inspiração e a expiração
e a partir disto desenvolveu os princípios de sua técnica que se baseia na
contração e no relaxamento, em grande parte de sua vida ela interpretou suas
próprias criações em que ela interpretava as dores do século por meio de uma
dança que expressava movimentos de contrações, torções e mãos em conchas
para o alivio do corpo e isto se tornou uma grande inspiração para vários
bailarinos e coreógrafos contemporâneos que tenham base moderna ou não e
com isto ela considerava que o movimento era como um barômetro no qual
eram reveladas as condições atmosféricas da alma8.
Verificamos que para todos que conseguem entender este
movimento e que também o mesmo poderia ser chamado de lei da vida de todo
bailarino e assim ela continuava afirmando que “Em seguida vem o cultivo do
ser, do qual surge o que ele tem a transmitir. Isso não emerge do nada, mas
sim de uma grande curiosidade... É a eterna pulsação da vida, o desejo
absoluto... Cada dança é um termômetro, um gráfico do coração” (CAMINADA,
1999).
Martha Graham preocupava-se se seu estilo, suas ideias e sua obra
permaneceriam vivas, depois de ter feito esta grande revolução e de ter se
8 Para melhor entender os benefícios da técnica é sugerido ler a tese de doutorado de
Monteiro (2013), que se intitula “Níveis de flexibilidade, hidroxiprolina e força muscular
em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham”,
6
tornado um exemplo de superação para todos que são inseridos no mundo da
dança, Martha Graham faleceu em 1991com noventa e seis anos deixando um
legado de discípulos que continuam aplicando e divulgando sua técnica pelo
mundo (CAMINADA, 1999).
2. DANÇA MODERNA: um breve histórico
Garcia (2006) destaca que no início as danças primitivas eram
executadas pelos homens das cavernas e seus movimentos ficaram
registrados na arte rupestre, isto é, em desenhos gravados em rochas e nas
paredes das cavernas. Já na era conhecida como paleolítica e mesolítica,
cerca de 9000 e 8000 a.C. a dança estava diretamente relacionada à
sobrevivência, no sentido de que os homens viviam em tribos isoladas e se
alimentavam de caça, de pesca, de vegetais e frutos colhidos da natureza,
criavam rituais em forma de dança que impediriam causas naturais que
poderiam prejudicar essas atividades de sobrevivência.
Entretanto nas cavernas estes desenhos são muito bem
reconhecidos com pessoas em cenas de roda, dançando em volta de animais e
vestidas com suas peles e nelas há também figuras de homens correndo e
saltando, imitando as posturas e movimentos desses animais.
Segundo (CAMINADA, 1991), Na época do Egito a dança era vista
como um caráter sagrado onde as danças eram executadas em homenagem
aos deuses, nesta época os deuses mais homenageados eram a deusa
Hathor, da dança e da música, e o deus Bés, que é considerado o inventor da
dança; a ambos eram atribuídos um poder sobre a fertilidade. As danças eram
apresentadas por ocasião das festas religiosas e dos funerais, onde também
eram consideradas sagradas e, Martha Graham nos mostra em suas
coreografias que também sofreu influência deste período.
A Dança no Egito é considerada o berço da dança histórica do
mediterrâneo, que segundo Garcia (2006), cultivava-se muito a dança com
caráter sacro-religioso e recreativo festivo.
Na Índia as danças tinham origem na invocação a Shiva (deus da
dança). Com suas danças e músicas, os hindus procuravam uma união com a
7
natureza. Neste caso a dança de Shiva tinha por um principal tema a atividade
cósmica, na qual ela exprimia os eventos divinos. O ritmo da dança estava
associado à criação contínua do mundo, à sua manutenção e à destruição de
algumas formas ou coisas da natureza para o nascimento de outras
(CAMINADA, 1999).
Logo segundo Caminada (1999) há vários estilos de dança que
sempre eram relacionados a deuses, que tinham o mesmo princípio, o de que
“o corpo inteiro deve dançar”. Por isso, as danças indianas apresentam
movimentos muito elaborados de pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés,
mas a dança indiana não vê fronteira entre a vida material e a vida espiritual,
pois, para os hindus, corpo e alma não estão separados. Suas danças são
passadas de geração a geração. São chamadas de ragas e cada raga tem
suas próprias cores, que representam certos poemas e se referem a lendas e a
estações do ano ou a horas do dia.
Na Grécia a Dança também tinha um caráter religioso, mas também
ela fazia parte de manifestações teatrais e os gregos acreditavam nas danças
mágicas e usavam mascaras para dançarem para inúmeros deuses, sendo ela
deste modo muito valorizada pelos gregos para alcançar o ideal de perfeição e
harmonia entre o corpo e o espírito graças á prática da dança e a mesma
também era usada para o treinamento de guerra, pois, ela lhe dava melhor
equilíbrio e agilidade que eram necessários para a vida militar (GARCIA, 2006).
No século XX a dança busca novas formas de modernidade que
comportem a noção de movimento, na qual pode ser observado o apego aos
códigos clássicos, remanejados de acordo com o gosto da época, no balé
neoclássico e na dança moderna e contemporânea. (CAMINADA, 1999)
3. DANÇA MODERNA: quando se abrem as cortinas
Nesse período da história da dança, o que vai separar o clássico do
moderno não é simplesmente a técnica, mas, também, o pensamento que
norteou sua elaboração. (CAMINADA, 1999)
Nos Estados Unidos e na Europa apareceram novos modos de
dançar bastantes diferentes da tradição clássica em relação aos espaços
utilizados, concepção de dança e movimentos do corpo. (CAMINADA, 1999)
8
A dança moderna é tradicionalmente associada à estadunidense
Isadora Duncan (1878-1927), mas na realidade ela nasce quase que
simultaneamente em dois países: Estados Unidos, não somente com Isadora,
mas também com Loïe Fuller (1862-1928) e Ruth St. Denis (1877-1968), e na
Alemanha, com Rudolf Laban (1879-1958) e Mary Wigman9 (1886-1973)
(CAMINADA, 1999).
Duncan e Fuller fizeram sucesso principalmente na Europa. Ruth St
Denis e seu companheiro Ted Shawn (1891-1972) criam uma escola de dança
na qual se formaram os primeiros grandes mestres da dança moderna nos
Estados Unidos (CAMINADA, 1999).
Segundo Garcia (2006) Mary Wigman, contemporânea de Martha
Graham, representa um movimento coreográfico expressionista que surgiu na
Alemanha nos anos 1920. Muitos modernos mantiveram as estruturas formais
estabelecidas pelo balé clássico, porém alguns foram em direção a uma
técnica de dança mais livre, ou seja, não seguindo uma determinada técnica e
conquistando maior liberdade para a escolha dos movimentos. Eles estavam
mais abertos às sugestões de um mundo em mudança e às descobertas da
arte de seu tempo.
3.1 Os primeiros modernos
As três dançarinas estadunidense Duncan, Fuller e Ruth – nasceram
em um país onde a dança clássica não tinha uma tradição como na Europa. A
necessidade dos norte-americanos de afirmar sua própria identidade perante a
Europa está nas danças de Duncan e St. Denis, que introduzem uma
atmosfera de misticismo em suas práticas gestuais. (GARCIA, 2006)
Em 1880 Löie Fuller (1862-1928) iniciou sua carreira ainda no século
XIX, no período que dançava em shows de revista nos Estados Unidos. Sua
primeira coreografia foi um espetáculo solo, Serpentine Dance (1890), onde
apareceu com efeitos de luzes e com grandes pedaços de seda esvoaçantes,
que ela movimentava com bastões amarrados em seus braços. Descobriu o
poder da ilusão cênica com projeções luminosas sobre suas vestimentas em
movimento e fez sucesso principalmente na Europa, mas sua influência marcou
a arte e a moda dessa época, anunciando a modernidade que nascia da dança.
(CAMINADA, 1999)
9 era um dançarina alemã, coreógrafa, notável como a pioneira da dança
expressionista, dança terapia e treinamento movimento sem sapatilhas de ponta.
9
Em 1904 Isadora Duncan foi à Rússia e provocou grande sensação,
influenciando Mikhail Fokine (1880-1942) em uma nova forma de pensar o
balé, Duncan usava túnicas soltas, inspiradas nas dos antigos gregos,
vestimenta que Sallé tentou introduzir dois séculos antes. Ela dançava com os
pés descalços, rejeitando as sapatilhas de ponta usadas no balé, que era
símbolo considerado sagrado na dança clássica. Isadora é também
considerada uma revolucionária, com grande ousadia, ela não dançava com
músicas compostas para balé, mas com músicas que geralmente eram tocadas
em concertos, o que a maioria dos considerados amantes do balé eram
incapazes de compreender e aceitar (CAMINADA, 1999). Em 1890 Ruth St. Denis (1877-1968) iniciou sua carreira com o balé
Rhada, baseado em temas orientais. Suas danças revelavam influência da
cultura dos países do Oriente e elementos sobre o divino e o sagrado, com
iluminação e guarda-roupa minuciosamente elaborados ela casou-se e acabou
compartilhando a ideia de dança com religião, fundando assim a escola
Denishawn, onde se formaram muitos dos bailarinos modernos, como Martha
Graham (1894-1991)10 (CAMINADA, 1999).
Segundo Garcia (2006), em 1926 Martha Graham, discípula da
escola Denishawn, afastou-se daquela escola para iniciar sua própria carreira,
sendo considerada por historiadores a grande profetisa da dança moderna,
pois conquistou um verdadeiro espaço coreográfico para essa modalidade de
dança.
Fundou a Martha Graham School of Contemporary Dance, onde
criou e aperfeiçoou uma técnica que se baseia principalmente em contração e
descontração do abdome, técnica de dança que se espalhou por muitos
países, sendo utilizada, ainda, por muitos coreógrafos (CAMINADA, 1999).
4. AS AULAS DE DANÇA MODERNA NO COLÉGIGIO IPIRANGA
DE ACORDO COM OS PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS (PCNs)
Com o passar dos anos a dança moderna vêm ganhado mais êxito
nas escolas, academias e até mesmo nas ruas, e isto mostra que muitos
10 Ano em que ela nasceu e falecimento.
10
buscam na dança algo que os confortem, relaxem e se sintam mais confiantes,
pois a dança para muitos não é somente fazer as aulas por obrigação ou dever,
mas sim uma forma de terapia tanto para saúde mental quanto corporal.
Há muitos estudos que mostram resultados para a melhor forma de
tratar a dança com jovens e idosos que são meramente intitulados “a melhor
idade”, porém poucos estudos revelam a importância da dança moderna no
desenvolvimento de crianças e menos ainda quando referenciados na técnica
de Martha Graham, que revolucionou o mundo da dança quando resolveu tirar
as sapatilhas de ponta para que se sentisse em liberdade e uma dessas formas
foi mantendo seu pé em contato direto com o solo como uma forma de protesto
quanto ao desconforto associado às diversas sapatilhas (MONTEIRO, 2005).
Segundo Monteiro (2005), isto mostra que arte-dança não é uma
maneira de trabalhar apenas o corpo. Ela faz parte da cultura, da história e
pode manifestar os fatos de uma nação. A arte pode ser contestadora, pode
ensinar o olhar o mundo dentro de suas perspectivas culturais e sociais. Neste
contexto, Graham falou de seu tempo de maneira engajada com as questões
políticas, econômicas e culturais. Foi uma artista que usou a dança para
denunciar os temores e horrores de sua época. E de acordo com Martha
Graham (1993), o motivo pelo qual a dança tem mantido uma magia tão perene
para o mundo é que ela tem sido o símbolo da realização da vida.
A dança no Colégio Ipiranga vem ganhando bastante êxito, devido
ao grande desempenho atribuído as alunas que praticam regularmente as
aulas de dança que é ministrada pela professora Maria Auxiliadora Monteiro,
nestas aulas a técnica de Martha Graham é tratada de maneira adaptada, pois
há alguns termos (palavras) que para os adultos praticantes de dança são
simples, mas para as crianças são de difícil compreensão, como por exemplo,
a palavra passé11, que neste caso a professora atribui com o nome de garça,
devido sua forma lembrar a imagem da mesma.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), ao
reconhecerem a complexidade da prática educativa, procuram auxiliar o
educador na tarefa de assumir, como profissional, a responsabilidade na
11 É um movimento de ballet, em que a perna de trabalho passa a perna de suporte,
deslizando perto do joelho.
11
formação do povo brasileiro. De acordo com sua organização, podem ser
usados com objetivos diferentes, de acordo com o contexto de realidade e de
cada área temática, almejando a reflexão e a discussão da práxis educativa. A
dança é proposta na área das artes e da educação física, enquanto atividades
rítmicas e expressivas, para colaborar para a formação do cidadão.
Observamos que Garcia (2006), a educação física está divida em
três blocos; conhecimento sobre o corpo; esportes, jogos, lutas e ginásticas e
atividades rítmicas e expressivas, onde a dança é encontrada. No qual estes
três blocos possuem articulação entre si, possuindo assim suas
especificidades.
Segundo os PCNs (BRASIL, 1997, 1998) a dança na educação
física, se inclui no terceiro bloco nomeado, atividades rítmicas e expressivas,
que são manifestações da cultura corporal humana, em que ela tem como
característica comum a expressão e comunicação através de gestos e de
estímulos sonoros, como por exemplo, as brincadeiras cantadas e as danças,
lembrando que a dança é também tratada na disciplina de artes.
A dança nos PCNs, aparece com mais ênfase na disciplina arte e
neste documento (1997, p,49) a dança é descrita como:
Uma atividade que pode desenvolver na criança a compreensão de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim, poderá usá-lo expressivamente com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade.
Neste caso deve-se considerar que estas duas disciplinas em que
a dança é tratada, pois a dança nos dá uma sensação de alegria e bem estar,
tornando-a desta forma um grande privilégio de ser tratada em mais de uma
disciplina.
5. CAMINHOS METODOLÓGICOS PARA INVESTIGAÇÃO DA DANÇA MODERNA PARA TECNICA DE MARTHA GRAHAM.
Este trabalho busca analisar o desenvolvimento das crianças através
da dança moderna na técnica de Martha Graham. O ponto até onde tais
habilidades são desenvolvidas depende de uma combinação de condições
12
específicas das exigências da tarefa, da biologia do indivíduo e das condições
do meio de aprendizagem.
Para melhor entender os conceitos e técnicas na qual a dança
moderna está inserida baseio-me em Monteiro (2005)12 onde mostra que
Martha Graham acreditava que “aprendemos na prática, quaisquer que sejam
as circunstâncias da dança ou da vida”. Em cada uma, há execução de um
dedicado e preciso conjunto de atos físicos e intelectuais, com interação entre
ambos. Disto surge uma autoforma de realização, seja pelo ímpeto da
perfeição do próprio ser, seja pela satisfação do espírito. Metodologicamente,
Graham salientava formas dinâmicas irregulares para manter o corpo num fluxo
constante de movimentação, partindo do à pélvis e criando seqüencia de queda
no chão, em que os movimentos dos bailarinos caem sem ter nada para
amortecer a descida.
Com base nestas obras que serão usadas como referencial teórico,
buscaremos analisar a dança moderna devida algumas implicações que
possivelmente será encontrado no desenvolvimento das aulas, analisaremos
também o interesse, o desenvolvimento e o desempenho de cada criança,
assim como também a metodologia que o professor irá utilizar para ministrar as
aulas13.
Portanto, acredita-se que assim tanto o aluno quanto o professor são
responsáveis pelo andamento e os resultados no desenvolvimento dessas
crianças, cabendo assim ao professor instruí-lo para conseguir desta forma que
a criança tenha uma boa consciência corporal.
Para este estudo buscou-se uma definição de um estudo de caso de
Gil (1991)14, Segundo Gamboa (2007), o homem é concebido como projeto, ser
incluso, ser de relações, “dialogo”, ser-no-mundo, ser situado e “datado”, fonte
de sentido, sujeito transcendente que confere sentido ao mundo e as coisas.
Para tanto devemos entender que a criança a ser estudada e analisada deve
ter total confiança no profissional que irá lhe acompanhar, tornando-a ciente de
12 Para entender a técnica e como ela é aplicada sugiro a obra DANÇA – O METODO DE MARTHA GRAHAM. 13 Para melhor entender é sugerido a leitura do livro “Ritmo e Dança” de Dantas, 1999. 14 Caso queira aprofundar neste estudo é sugerido ler o livro “Como Elaborar Projetos
de Pesquisa”.
13
que os elementos que serão utilizados para o desenvolvimento das aulas são
de fundamental importância, pois o cientista deve apresentar uma série de
qualidades morais que garantam o objetivo essencial de sua atividade, a saber:
a busca da verdade, a honestidade intelectual, a crítica à falsidade etc.
(Sánchez Vázquez, 1986, p.88).
Ao ver e analisar a melhor forma metodológica e os principais
motivos que me levaram a escolher a fenomenologia-hermenêutica baseio-me
nas palavras de Gamboa (2007), que afirma que na medida em que o
investigador adquire consciência dessas implicações é possível recuperar a
dimensão ética dos processos que realiza. Com a formação filosófica e
epistemológica do investigador é possível não só recuperar a consciência do
método, mas também facilitar outras discussões éticas, tais como: investigar
para que, para quem, em relação a que tipo de sociedade, com que visão
histórica etc. haja vista que Martha Graham também era considerada socióloga
da dança.
Deste modo por referir-se ao mínimo necessário para garantir que o
experimento é válido para a instância específica onde foi realizado e também
por se referir às questões de inferência indutiva ou de generalização do
experimento/resultados/conclusões esta pesquisa se dará de forma qualitativa,
tendo também o objetivo de pesquisa descritiva que se aproxima também do
caráter exploratório, pelo fato de pegar características de um grupo de meninas
em idades que vão de 8 a 12 anos de idade, praticantes de dança moderna do
colégio Ipiranga que fica localizada no bairro do Marco.
6. O QUÊ E PARA QUE: Conceitos e finalidades da dança na compreensão das crianças freqüentadoras das aulas de dança moderna
Observamos que para muitos autores a dança tem diversos
significados ou definições (FERREIRA, 2009), e esta fez parte da vida e do
caminhar do homem, no caso das crianças, por se tratarem de um ser
espontâneo e inocente, a dança é considerada expressão, exercício, arte e
prazer. Encontrando deste modo as seguintes respostas de cada criança.
14
Nome O que é dança? Sujeito 1 É expressão Sujeito 2 É exercício Sujeito 3 É arte Sujeito 4 É arte Sujeito 5 É expressão Sujeito 6 É expressar os sentimentos
e fazer exercícios Sujeito 7 É exercício Sujeito 8 É prazer Sujeito 9 É arte
QUADRO 1: conceitos de dança
Mostrando que estas crianças têm alguma noção do que é dança,
não devemos desconsiderar o valor que é atribuído a ela. Mostrando que
devemos analisar que os conceitos que foram dados por estas crianças, em
que eles devem ser também incentivados durante todo o período de
aprendizado do ensino da mesma, podendo incentivar também na qualidade de
vida, mas sempre lembrando que neste sentido trabalha a qualidade que está
no trato com ensino da dança moderna.
Dentre as respostas a expressão foi um conceito citado pelos
sujeitos 1,5 e 6, tendo também pelos sujeitos 2 e 6 como um exercício e
somente pelo sujeito 8 a dança é tida como um prazer, mas para os sujeitos 3,
4 e 9 ela é considerada uma arte. Concordando deste modo com a publicação
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), quando a dança foi incluída
oficialmente, pela primeira vez na história do país, como uma das linguagens
artísticas a ser ensinada pela disciplina arte e educação física onde o professor
é acolhedor de materiais, idéias e sugestões trazidos pelos alunos (um familiar
artesão, um vizinho artista, um livro ou um objeto trazido de casa, uma história
contada, uma festa da comunidade, uma música, uma dança, etc.) onde pode
ser considerada uma cultura corporal e "dentre as produções dessa cultura
corporal, algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus
conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta" (BRASIL, 1997, p.
26-27).
Outro ponto interessante a ser tocado é o fato das crianças
considerarem a dança como uma forma de exercício, será somente para ter um
15
gasto maior de energia ou somente pelo fato da dança ser tratada também nas
aulas de educação física, fornecendo deste modo uma maior sensação de
prazer e bem estar.
Desta forma, dependendo de cada vivência e até mesmo como a
dança é tratada, pelos familiares, amigos ou até mesmo a mídia, as crianças
acabam por querer praticar cada vez mais a dança moderna, obtendo deste
modo as seguintes respostas.
QUADRO 2: Motivos que levaram a praticar a dança.
Dentre os motivos e o porquê estas crianças queriam praticar a
dança os sujeitos 1, 4, 5 e 6 afirmaram por que queriam se exercitar e isto
traziam-lhes uma sensação de bem estar, no sujeito 2 o seu motivo era por ver
outras pessoas dançando e isto lhe trouxe um motivo para também querer
dançar, o sujeito 3 expressou que sempre tinha vontade de dançar, os sujeitos
7 e 8 afirmaram que gostam de dançar, mas o sujeito 8 afirmou ainda que a
Nome O que te fez fazer as aulas de dança?
Você gosta de praticar a dança? Por quê?
Sujeito 1 Pois eu queria me exercitar Sim, por que eu me sinto bem
Sujeito 2 Por que eu via as outras pessoas dançando e eu queria dança também
Sim, por que eu me sinto bem.
Sujeito 3 Por que desde pequena eu tinha vontade de dançar
Sim, porque e eu me sinto bem dançando
Sujeito 4 Por que eu gosto de me exercitar
Sim, por que eu me sinto mais solta
Sujeito 5 Eu queria fazer algum exercício e também por que eu gosto
Sim, Poe que eu gosto de me expressar
Sujeito 6 Por que eu queria me exercitar e fazer arte
Sim, por que eu gosto muito de dançar e me sinto bem
Sujeito 7 Por que eu gosto de dançar Sim, por que eu me sinto bem
Sujeito 8 Por que eu gosto e minhas irmãs já faziam dança
Sim, por que me dá muita alegria
Sujeito 9 Por que eu queria conhecer a dança
Sim, por que é muito legal
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dança também está presente em sua vida pelo fato de suas irmãs mais velhas
já praticarem a mesma, tornando-se uma inspiração para ela, no caso do
sujeito 9 o seu principal motivo era por que queria conhecer a dança e todos os
sujeitos gostavam de dançar pelo fato de acharem muito legal, de se sentirem
bem ou até mesmo por gostar de se expressar, e é este querer conhecer e
querer aprender que faz com que a dança seja um barômetro como afirma
Monteiro (2005) trabalhando esta auto descoberta para a partir disto poder criar
e descobrir os seus próprios anseios.
Observamos também que houve uma retomada no que diz respeito
no trato da dança como forma de exercício, isto pode ser considerado como
algo preocupante, pois podermos perceber que deste modo os professores de
educação física vêm rotulando a dança como um exercício, pelo fato de não
terem um convívio direto com a dança, sendo esta para eles como uma
disciplina muitas vezes trabalhada apenas em datas comemorativas como, por
exemplo, nas festas juninas, em que a dança é tida somente para obter nota na
disciplina educação física e é neste momento que a criança descobre o quanto
é prazeroso dançar, buscando desenvolver melhor suas habilidades de dança,
procurando assim praticar aulas específicas, neste caso a dança moderna.
Quando foi perguntado que contribuição a dança trouxe para a vida
das crianças, os sujeitos 1, 3, 4, 6 e 7 sentiram que ficaram mais organizadas
depois que começaram a praticar a dança moderna, o sujeito 2 sentiu que sua
vida ficou mais equilibrada, o sujeito 5 sentiu que melhorou sua postura, o
sujeito 8 afirmou que aprendeu a dançar e o sujeito 9 afirmou que ficou mais
responsável, deste modo, pode-se perceber que houveram melhoras
significativas em termos de disciplina destas crianças.
Quanto aos efeitos que foram sentidos no corpo de cada criança
todos os sujeitos sentiram que ficaram mais flexíveis, além disto, os sujeitos 3,
6 e7 sentiram que seu corpo ficou com mais equilíbrio e os sujeitos 4 e 8
sentiram que emagreceram, considerando deste modo que houve uma grande
importância no desenvolvimento destas crianças, haja vista que a técnica usa
de contrações e relaxamentos que ajudam também no desenvolvimento da
flexibilidade, melhorando o desempenho dos movimentos e da qualidade física,
deste modo concordo com Dantas (1999, p. 57) quando afirma que a
flexibilidade é a “Qualidade física responsável pela execução voluntária de um
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movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de
articulações, dentro dos limites morfológicos sem o risco de provocar lesão”.
QUADRO 4: Momentos da aula que mais gostam.
No que se diz questão sobre qual momento da aula a criança mais
gostava os indivíduos 1 e 7 afirmaram que gostam de fazer mais o
deslocamento e os sujeitos 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9 preferem a parte que é atribuída
as coreografias, pois assim como Martha Graham, estas crianças gostam de
demonstrar para o mundo o sentem e a melhor forma encontrada foi através da
dança revelando assim seu interesse pela mesma. De acordo com Gallahue
(2005), a estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de
movimentar-se por ela, as crianças obtêm e mantêm um ponto de origem para
as explorações que fazem no espaço.
Observamos também que as crianças que gostam de fazer os
deslocamentos e os saltos melhoraram seu nível de lateralidade equilíbrio e de
consciência corporal que são também fatores fundamentais para a prática do
ensino da dança, podendo confirmar também estes dados de acordo com o
relato das alunas envolvidas afirmando deste modo que a técnica de Martha
Graham tem grande importância no desenvolvimento das crianças praticantes
de dança. Entre estes resultados estão também a grande melhora no
desempenho da execução dos movimentos, no qual pode-se perceber que elas
tiveram uma melhor consciência do seu corpo fazendo com que seus
Nome Qual momento da aula você mais gosta?
Sujeito 1 Eu gosto de fazer o deslocamento
Sujeito 2 Coreografia
Sujeito 3 Eu gosto das coreografias
Sujeito 4 Coreografias
Sujeito 5 Coreografia.
Sujeito 6 Coreografia
Sujeito 7 Deslocamentos
sujeito 8 Das coreografias
sujeito 9 Coreografias e saltos
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movimentos saíssem com maior fluidez, conseqüentemente isto implicou
também em uma melhora na atenção e na memorização haja vista que os
movimentos pedidos pela professora era considerado complexo pelas crianças,
porém ela tentava-os fazer com que os mesmos fossem compreendidos com a
maior facilidade possível entre as crianças.
7. CONSIDERAÇÕES SOBRE A DANÇA MODERNA VOLTADAS
PARA AS CRIANÇAS
Conforme o trabalho como um todo, podemos perceber a
importância da técnica de Martha Graham que, sem dúvida, foi uma
personagem importante para o desenvolvimento da dança, na qual sua técnica
contribuiu significativamente para a história da dança moderna no Brasil e no
mundo, motivando assim diversas formas de explorar e conhecer movimentos
corporais que são considerados arte, expressão ou até mesmo exercício. A
importância da técnica de Martha Graham pode ser também comprovada em
outras teses que comprovam as melhoras significativas do desenvolvimento
motor das pessoas em questão.
Sabemos que a dança, ainda nos tempos atuais, sofre com vários
tipos de preconceitos, que podem influenciar diretamente no agir e no querer
da criança e esta dificuldade deve ser trabalhada, esclarecendo que ela pode
sim ser explorada de diversas formas, agradando o gosto de grande parte das
pessoas, pois acreditamos que, a dança celebra a vida; e participa dela, a
dança liberta o movimento permitindo deste modo, aproveitar o que a vida tem
de mais intenso e no caso das crianças, proporciona uma maior exploração dos
limites de seu corpo, tendo assim uma melhor conscientização.
Ao concluir, tem-se a certeza de que esta técnica tem substância e
fundamento que melhora os níveis de desenvolvimento das crianças, para
deste modo, continuar enriquecendo os resultados que foram observados e
possivelmente contribuir para futuros trabalhos a serem estudados.
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THE IMPORTANCE OF MODERN DANCE TECHNIQUE
FROM MARTHA GRAHAM IN THE DEVELOPMENT OF
CHILDREN OF 8 TO 12 YEARS IN COLLEGE IPIRANGA
Abstract
This work refers to the teaching of dance from Martha Graham
technique that aims to show the importance that modern dance has on the
development of children 8-12 years. This dancer began studying the physical
changes that occur to the body during inhalation and exhalation and from this
developed the principles of his technique which is based on contraction and
relaxation, and a large part of her life she played her own creations and this
became a great inspiration to many dancers and contemporary choreographers
who have modern base or not and that she considered that the movement was
like a barometer in which they were revealed the atmospheric conditions of the
soul. Thus this work is treated qualitatively to analyze the importance of this
technique in the development of these children, so that it can answer some
scientific questions. The results showed us that there are some interesting
points regarding the conceptualization of dance that should be taken into
account, given that the dance is also treated in physical education classes.
Keyword: Martha Graham technique, modern dance, education
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