Introdução - Maquiavel

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Resenha do livro “Aplicando Maquiavel no Dia a Dia” Autor: Fernando César Gregório Baseado no livro “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel Pós Graduação em Pedagogia Empresarial - Turma 5 Gestão e Mutação na Empresa

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Resenha do livro “Aplicando Maquiavel no Dia a Dia”

Autor: Fernando César Gregório

Baseado no livro “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel

 

Pós Graduação em Pedagogia Empresarial - Turma 5

Gestão e Mutação na Empresa

Professor: Rezende

Aluno: Juliano Amato Ferraz

RA: 113659

Universidade Santa Cecília

2013

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Índice

1 – Introdução........................................................................................................................................... 3

2 - Como acontece o planejamento e o gerenciamento de um projeto? ..................................................... 3

3 – Elaboração de um projeto....................................................................................................................6

3.1 - Estudo e pesquisa preliminar.................................................................................................6

3.2 - Anteprojeto............................................................................................................................6

3.2.1 – Guia de Projeto Definitivo (Project Charter) ........................................................7

3.3 – Projeto...................................................................................................................................8

4 – Gerenciamento de Projetos...................................................................................................................9

4.1 - Execução ...............................................................................................................................9

4.2 - Monitoramento e Avaliação...................................................................................................9

4.2.1 - Monitoramento .....................................................................................................10

4.2.2 - Avaliação ..............................................................................................................10

4.3 - Encerramento .......................................................................................................................10

4.3.1 - Encerramento junto à equipe do projeto ...............................................................11

4.3.2 - Lições Aprendidas ................................................................................................11

5 – Conclusão............................................................................................................................................11

6 - Bibliografia...........................................................................................................................................12

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1 - Introdução

Neste livro o autor aborda os temas do livro original, escrito por Nicolau Maquiavel no século XVI, de uma forma dinâmica e atualizada, chamado “O Príncipe”, contextualizando a linguagem e as dicas de Maquiavel para os dias de hoje.

Maquiavel foi um grande pensador, que exerceu na época inúmeros cargos públicos, e era admirado por sua habilidade de observação e entendimento dos pensamentos ocultos dos homens.

O nome de Maquiavel foi sinônimo de crueldade, por ser incompreendido, pois, em seu livro “O príncipe” ele tentou criar um método de conquista e manutenção do poder político, que foi dedicado a Lourenço de Médici, em que descreve os meios nus e crus pelos quais alguns tentaram conquistar o poder e mantê-lo fornecendo instrumentos para agir em tempos de permanente mudança e crise. A norma fundamental de Maquiavel é agir com prudência ou rudeza, conforme a necessidade, afim de atingir nossos objetivos. Diz também, que uma das mais importantes virtudes que temos é a prudência, prevendo as dificuldades e as soluções no futuro.

2 - Como atingir o poder

Quais são as formas possíveis de se alcançar o poder? Segundo Maquiavel, só existem três maneiras: devido à pura sorte, por intermédio de mérito próprio ou por herança.

Quando o poder é atingido por herança, ele é mais fácil de ser mantido, pois, geralmente é só manter os procedimentos adotados anteriores, e ter cautela para agir nas situações novas.

3 - O novo chefe

Depois de atingir o poder, resta mantê-lo, e quando se atinge esse poder por mérito pessoal, você desperta todo tipo de inveja. Nas mudanças sempre há uma expectativa de melhora, porém, pode gerar conflitos, por aqueles que faziam parte da estrutura antiga.

O novo chefe também tem uma necessidade natural, de fazer as mudanças conforme sua visão, trocando pessoas de lugar, o que deve se feito com muita cautela, pois, seus inimigos são todos os que se acham prejudicados com a nova situação, e devemos conhecer perfeitamente os inimigos, embora em muitas situações devemos temer mais nossos erros que os nossos inimigos.

No início não é aconselhável tomar atitudes enérgicas ou precipitadas contra nossos subalternos. Quando eles eram submetidos a uma autoridade forte e presente, é mister aniquilar a linhagem do antigo antecessor, buscando manter as demais coisas na antiga situação, não promovendo grandes diferenças de costumes, para as pessoas não se sentirem muito atingidas.

O grande papel do líder é fazer com que um grande grupo de pessoas persiga o mesmo sonho, e uma das maneiras mais eficazes é a presença constante, de forma física ou por meio de reuniões constantes, se mantendo ciente dos problemas que possam surgir, e remediando no tempo certo. Com essa presença os subalternos se sentirão mais satisfeitos e motivados para amá-lo ou para temê-lo.

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4 - Da colonização

Instalar agentes de sua confiança nos vários lugares de seu domínio é uma boa estratégia, ou seja, deve-se ocupar os espaços, tendo “gente nossa” em todas as partes . Seja o defensor dos mais fracos e com sutileza, procure debilitar os mais poderosos.

É uma boa política, estabelecer projeções nos espaços conquistados, promovendo o desenvolvimento dos menos poderosos. Deve-se também espalhar e enfraquecer os que foram prejudicar, que geralmente são minorias.

5 - Da ofensa

“Faça aos outros o que eles fariam a você – Mas faça primeiro e seja definitivo.”

Sempre procuramos seguir o bom caminho, mas o destino pode mudar tudo e nos obrigar a enfrentar o mau cara a cara.

Não acredite na neutralidade dos seus inimigos, só há duas formas de relacionamento com eles: a colaboração ou a concorrência. Inimigo batido não é inimigo vencido. Ou eles devem ser bem tratados ou devem ser exterminados, pois, se causamos danos superficiais, damos a chance da vingança, mas quando os danos forem devastadores eles não conseguirão reagir. Na vida poucas vezes vale a pena ser rude, mas se ofender, não ofenda pela metade.

Evite embates demasiadamente longos, pois, desgastam forças e posições, e sempre há um terceiro se alegra.

6 - Seja previdente

Segundo um ditado campesino: “O olho do dono que engorda os porcos”. Devemos ficar atentos e prever os possíveis problemas que possam surgir, de forma a poderem ser facilmente corrigidos, não permitindo que os fatos nos surpreendam. Nós somos a revolução do nosso futuro e o melhor meio de prevê-lo é inventando-o. Diante dos problemas os fracos ficam indecisos e se põem a lamentar, enquanto os fortes optam por buscar a solução.

O vício - nosso grande inimigo interno, e quando descoberto, deve ser radicalmente extirpado.

O gestor precavido não confia no tempo para resolver os problemas, somente conta com a própria força e prudência.

7 - Preservando o domínio

Só há três maneiras de se preservar o domínio, evitando que caia sobre influência dos outros:

1ª – Extinguir aquilo que não se submete a sua autoridade. Pode ser feita de muitas e sutis maneiras, uma opção é extinguir a unidade, ou torna-la tão esvaziada de importância que não possa mais incomodar.

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2ª – Manter forte presença junto ao posto sobre o qual se quer conservar o comando, devendo ser uma presença maciça, constante e forte.

3ª – Confiar a área à pessoas amigas e de confiança, de tal forma que seus interesses sejam mantidos, contando com o apoio das próprias pessoas que estão ali presentes. É preciso analisar com perícia caso a caso, pois, se é um espaço mais comportado e menos sujeito a revoltas, podemos nomear uma pessoa de nossa confiança, porém, se aquela posição é mais propensa a se rebelar, devemos cuidar dela pessoalmente ou exterminá-la conforme já foi dito anteriormente.

8 - A sabedoria em seguir bons exemplos

Os homens trilham com frequência estradas já trilhadas pelos antigos, e uma pessoa comedida deve conhecer a história e os caminhos trilhados por aqueles que tiveram sucesso, buscando conhecer e reproduzir suas façanhas. Também é interessante conhecer a biografia de homens de sucesso e daqueles que já ocuparam a posição que ocupamos atualmente para aprender com os erros e acertos.

Além de tomar como modelo o que deu certo é importante que tenhamos a coragem de sair da mediocridade, de ousar, sonhar e ter projetos grandes.

Também é importante investir em nós, buscando a sabedoria e o aperfeiçoamento pessoal. É imprescindível ser capaz de fazer as coisas acontecerem. “ A sorte é o encontro da oportunidade com a capacidade”. Sabe-se também que o sucesso não é a ausência de problemas, mas a capacidade de lidar com eles, de encontrar as soluções adequadas.

9 - Dos efeitos colaterais que as mudanças podem criar para a manutenção da posição adequada

Após conquistada uma posição passa-se a enfrentar os problemas para mantê-la. Toda troca de comando está associada a inovações e mudanças, que é algo sempre difícil e arriscado, pois, os que se beneficiavam anteriormente se sentirão prejudicados, enquanto os novos beneficiados ainda estarão tímidos para defender a nova situação. É sempre importante analisar as circunstâncias antes de propor mudanças, pois, é fácil convencer as pessoas de algo, mas é difícil mantê-las nessa convicção, por isso é sempre bom estar preparado a fazer pela imposição. Lembre-se: é sempre preferível convencer do que impor.

10 - Quando se conquista o poder pelo apadrinhamento

Quando se despende poucos esforços para atingir a posição desejada, torna-se ainda mais difícil a manutenção dele. É razoável pensar que sejam pessoas despreparadas que não saibam nada de administração e liderança, e também geralmente não possuem forças pessoais e amigas que lhe garantam a manutenção do poder.

Aqueles que não prepararam os alicerces somente serão capazes de executar o trabalho se possuírem excepcional capacidade.

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Geralmente aqueles que transferem sua herança a alguém, deve fazê-lo de forma adequada, prevendo a sua secessão.

11 - Quando se conquista o poder pelo crime

Ao obter o poder pelo crime, pela perversidade, utilizando métodos ilegais e imorais, não é fácil mantê-lo. Para esse ato ser “bem praticado”, deve ser executado de uma só vez, não satisfazendo só os seus interesses, mas também o interesse dos subalternos. Aquele que age de forma diferente terá a necessidade continua de manter a faca na mão e jamais poderá confiar nos seus comandados.

12 - Quando se conquista o poder pela simpatia

É uma situação muito mais confortável que precisa de um pouco de finura, astúcia, malícia e sagacidade. Você pode atingir o poder pela simpatia dos poderosos, ou dos subordinados.

Essa situação de comandantes e comandados geram diversas situações interessantes. Quando o comandante percebe que não poderá resistir às pressões, começa a fabricar a fama de alguém e trabalha para torna-lo líder. Os comandados também podem criar a reputação de uma pessoa de sua influência para elevá-la ao poder e manter mais seguro sobre sua autoridade. Manter o poder quando apadrinhado pelos liderados é mais fácil, pois, seus interesses e objetivos são mais honestos, que quando se deve satisfazer os ideais dos comandantes. Em ambas as situações o grande segredo é conquistar a simpatia e a amizade dos subalternos.

É mais fácil satisfazer os grandes porque são poucos, porém, não se pode os satisfazer sem prejudicar os demais. A sua administração deve parecer imprescindível, e convença que os interesses dos demais dependem do sucesso de sua administração.

13 - A verdadeira arte do comando

Um líder deve estar constantemente pensando e se preparando para o enfrentamento das adversidades, seguindo planos definidos, mantendo sua própria disciplina e a de seus subordinados, estando sempre preocupado com o futuro.

É sempre necessária a atitude de cautela e de prevenção, e se descuidar da arte guerreira pode ser a primeira causa a levar alguém a perder o que conquistou. A sorte só ajuda quem a procura. Um líder que não tenha angariado conhecimento necessário para exercer sua função, não contará com a estima de seu subordinados, e mesmo nos tempos de prosperidade e paz, deve manter-se preparando para os desafios do futuro.

Um líder deve ser bem formado física e intelectualmente, investindo constantemente no seu conhecimento, lendo biografias de grandes homens, e aprendendo com os erros, e jamais se acomodar, jamais permanecer ocioso.

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14 - Da reputação

Como deveríamos nos comportar com os outros? Aquele que confia unicamente na bondade estará fatalmente condenado à ruína, pois, quando necessário devemos saber usar uma certa dose de crueldade no agir. Para defender e conservar aquilo que temos é preciso usar um pouco de severidade, rusticidade e frieza.

Quando nos encontramos em posição de destaque, as pessoas estão sempre nos julgando, e nossa reputação é de extrema importância. Mas como seres humanos falíveis, devemos evitar defeitos que possam prejudicar nossa posição e praticar nossas qualidades, é indicado investir apenas em uma delas, por exemplo: honestidade. A reputação é seu cartão de visitas, porém, não devemos nos importar se temos alguma fama de defeitos, pois, um administrador muitas vezes deve ser enérgico e avarento para que os negócios não entrem em crise, neste caso pouco importa o que falem de você, o importante é que os negócios continuem bem.

Um líder que não saiba usar um pouco de “crueldade” para disciplinar seus subordinados estará fadado ao insucesso.

15 - Generoso ou avarento

É preciso saber dirigir o dinheiro para que o dinheiro não nos dirija.

Temos duas situações possíveis:

- Aquele que pretende desfrutar da fama de generoso e gastador não deve deixar de lado a exibição. O problema é que gastos os recursos além dos limites de sua capacidade, e não conseguindo manter o ritmo anterior de dispêndios, ainda será tachado de miserável.

- Outro caso é o líder comedido ao gastar recursos, pois, com o decorrer do tempo poderá se mostrar mais generoso, pois, trará segurança aos seus subordinados, pois, age com parcimônia e não traz prejuízos aos seus comandados. Fica claro que um líder deve ser exemplo de poucas despesas, não devendo nos importar com a fama de econômicos.

16 - É melhor ser amado ou ser temido?

Qualquer um que esteja no comando tem a pretensão de ser querido por todos, mas e se para manter sua posição for necessário ser temido em vez de amado? Um bom administrador deve ser eficiente e não necessariamente bonzinho. O excesso de compaixão poderá prejudicar toda uma comunidade, enquanto poucas e exemplares penalizações prejudicarão pouquíssimos.

O bom líder deve agir com humanidade, moderação e prudência, tratando os subordinados como gostariam de ser tratados, mas se for preciso deverão ser duros. Na realidade nas horas mais críticas os homens se mostram ingratos, fugindo do perigo e nessas horas eles respeitarão mais o governante temido que o amado. Neste caso para gir contra um subordinado deve haver uma causa clara e justa, evitando ao máximo causar qualquer prejuízo material ou financeiro.

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Em resumo: Os homens amam quando é conveniente para eles e temem quando é conveniente para o líder, assim é sempre mais seguro ser temido que amado.

17 - Como devemos cumprir nossas promessas?

É muito louvável que um líder seja um cumpridor da palavra dada, pois, a fidelidade é um princípio ético, e essa reputação poderá lhe abrir portas. Porém, em situações de “guerra”, as coisas não são como gostaríamos que fossem, portanto há duas formas de combater: dentro das regras, ou usar a força não se importando com as regras.

Quando é necessário alcançar um objetivo, e a primeira forma se mostra insuficiente, é preciso lançar mão da segunda forma. Podemos pensar na figura do leão que evoca a figura do poder, porém, esse excesso de poder pode lhe tornar um tirano, e a figura de uma raposa, que é maliciosa, audaciosa e esperta. Esses dois conceitos devem ser sabiamente aplicados, pois, é indispensável ser uma raposa para reconhecer as armadilhas e ser um leão para espantar os lobos. Por essa razão, uma pessoa prudente não deve manter a palavra quando o seu cumprimento se volta contra ela mesma, ou quando os motivos da promessa já desapareceram.

Mesmo no direito há a previsão do não cumprimento de uma promessa, quando um motivo de força maior impossibilite o seu cumprimento, porém, caso não cumpra a promessa, é preciso saber disfarçar bem essa natureza, que é inerente ao ser humano, sabendo simular e dissimular, pois, a autoimagem deve ser uma preocupação incessante. Sabemos que é muito difícil que uma pessoa se declare dissimulada, fingido ou ganancioso, e essa característica de se achar perfeito indica debilidade de caráter, devemos entender que nem nós nem o mundo somos certinhos, e precisamos estar dispostos a mudar de opinião e a não cultivar preconceitos.

Há lapsos de exceções mesmo para os valores mais altos e, algumas vezes precisamos fazer o que é preciso para a defesa dos nossos interesses e os dos nossos dependentes. E quando tivermos êxito nessas missões os meios serão louvados por todos, pois, as pessoas normalmente se deixam seduzir pelas aparências e pelo resultado final das coisas.

Concluímos que, devemos sempre ser cautelosos ao confiar nas promessas de alguém, e agir com o devido cuidado ao efetuarmos uma promessa.

18 - A importância fundamental da reputação para o sucesso

É um tesouro que deve ser cuidadosamente aumentado e protegido, pois, pode criar uma aura de respeito ou até mesmo de medo. É aquilo que os outros pensam de nós, e pode ser bem diferente do que realmente somos.

Devemos evitar tudo aquilo que nos torne odiosos nos olhos dos outros, como vulgaridade, covardia e indecisão e nossas ações devem demonstrar grandeza de espírito, valor, seriedade e a crença que a felicidade é feita de coragem e trabalho. Não se iluda, mas as aparências são o ponto de partida do julgamento da sociedade.

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Quando tivermos nossa reputação atacada pelos inimigos, não podemos demonstrar insegurança, e devemos nos defender com unhas e dentes, sem demonstrar desespero. A sátira e a ridicularização dos rivais difamadores é uma boa técnica de defesa.

19 - Das conspirações

A preocupação com nossa reputação deve estar voltada para os que são por nós influenciados e para os estranhos. Somos traídos apenas pelos que confiamos, pois, do inimigo sempre se espera a traição, contudo o conceito de inimigo nem sempre é claro. Devemos nos preocupar com os opositores externos sem tirar os olhos dos possíveis opositores internos. Evitamos que tramem contra nós evitando sermos odiados ou desprezados, e mantendo as pessoas mais próximas satisfeitas com nossas ações. Se a maioria das pessoas estiver descontente com você, a possibilidade de sucesso de um conspirador é muito maior. Quando mantemos a boa reputação o conspirador se acovarda e recua.

As pessoas inteligentes se esforçam o tempo todo para não contrariar nem os que estão acima dele nem os que estão abaixo. Uma observação importante é que uma boa prática é delegar atos impopulares a outros e praticar pessoalmente atos que agradem a todos.

20 - A ingenuidade

É uma das fraquezas que mais pode nos trazer prejuízos. O ingênuo é um inocente que manifesta abertamente seus sentimentos e suas ideias sem antes ter submetido os fatos a uma necessária reflexão. Geralmente esse deixa se levar pela emoção, o que deve ser evitado, utilizando sistematicamente da desconfiança, da cautela e da dúvida, refletindo sobre as coisas e ampliando nossa consciência sobre a realidade. Mas tome cuidado para não passar uma imagem ruim de pessoa desconfiada e que suspeita de tudo. As escolas filosóficas antigas defendem o uso da razão para os relacionamentos humanos, e que este devem estar sempre à frente da emoção, sentimentos e impulsos.

21 - Dividir para dominar

Ainda não inventaram uma receita única para se manter a posição alcançada, mas é aconselhável que saibamos delegar poder às pessoas, dando autonomia para que elas mesmas diagnostiquem problemas e proponham soluções, se sentindo dessa forma recompensados, dessa forma quem já era fiel a ti, continuará a ser e os demais, agora motivados passarão a jogar do seu lado, se sentindo em dívida com você. Se você é uma pessoa muito centralizadora, pode estar ofendendo algumas pessoas que sentirão que você não confia nelas.

No caso de entrar na esfera de influência de uma nova área, não é seguro confiar nos que estavam lá antes de você até que você os conheça bem. Segundo Maquiavel você deve “pressupor que todas as pessoas são más e que sempre agirão segundo a fraqueza de seus espíritos quando tiverem chance”.

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Uma outra técnica muito utilizada na história consiste em disseminar discórdia entre os subordinados, pois, enquanto esses estiverem distraídos com sua diferença, não terão tempo de se unir contra você.

Devemos encarar as adversidades como uma possibilidade de adquiri o ouro da reputação, pois, ela nos permitem galgar posições mais elevadas, desta forma, em constante movimento evita-se a inércia, pois, ela estreita nossos horizontes e nossas forças se enfraquecem.

22 - Construindo fortalezas em torno de si

Maquiavel diz que essas barreiras nos trarão, ao final, mais prejuízos que benefícios, pois, elas nos isolam do mundo lá fora. O isolamento somente se justifica quando precisamos de silêncio para refletir sobre as coisas ou para um merecido descanso.

Devemos estar abertos e integrados ao mundo, mantendo contatos, circulando e ouvindo opiniões, pois, somente desta forma podemos tomar decisões mais acertadas. Lao Tsé dizia que o medo constrói barreiras e a verdade constrói portas. Quando nos depararmos com as barreiras de alguém, devemos agir sabiamente para enfraquecê-las ao invés de usarmos forças para ultrapassá-la. Não confie em fortalezas e dê importância a sua reputação, o verdadeiro escudo contra os ataques inevitáveis.

23 - Como devemos agir para sermos estimados

Se quisermos ter sucesso é fundamental desfrutarmos da estima das pessoas, e nada atrai tanto a estima das pessoas como suas grandes realizações na vida e seu exemplo como pessoa. Uma pessoa que alcançou o sucesso é uma pessoa estimada, e esse é o critério para estimarmos o caráter: as realizações.

Uma pessoa pode ser estimada por sua sinceridade, pois, sendo amigo ou inimigo se declara sem nenhum receio a favor ou contra algo. Já a pessoa dissimulada, fingida e sem coragem, não desfruta de nossa admiração.

Tomar uma posição sincera é mais útil que permanecer neutro, embora hajam ocasiões em que a neutralidade é importante. É útil tomarmos partido e procurar intervir abertamente no conflito, pois, nos mantendo neutros seremos considerados um traidor para o vencido, e não teremos a estima do vencedor que não tem interesse em amizades suspeitas.

Ao nos declararmos corajosamente a favor de uma das partes e essa parte vencer, ele contrairá uma dívida e um vínculo de amizade conosco, como diziam os franceses: a gratidão é a memória do coração. O sucesso nunca é definitivo e o fracasso nunca é fatal, o que conta é a coragem demonstrada. Apenas devemos utilizar a boa e velha prudência, e tomar aquela decisão que se estiver errada nos trará menos prejuízo no futuro.

24 - Das qualidades dos colaboradores

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Tanto a escolha dos amigos quanto a escolha das pessoas com que se convive, será boa ou não de acordo com o caráter e a prudência de quem escolher. A primeira ideia que fazemos de uma pessoa se baseia nos homes que a rodeiam. Quando alguém convive com pessoas reconhecidamente de bem, nosso conceito sobre esse alguém será também de uma pessoa de bem.

Se uma pessoa escolhe como colaboradores indivíduos competentes e leais, podemos considera-lo competente e capaz, devemos atentar que não é o status ou a riqueza a verdadeira grandeza de um homem, mas sim o que realmente são como seres humanos. Por outro lado, fazemos um mau julgamento daquele que escolheu para suas relações pessoas falsas, desleais, imorais ou incompetentes.

É fácil concluir que a escolha das pessoas que nos cercam pode significar o nosso sucesso ou o nosso fracasso na vida. As melhores companhias são aquelas que nos fazem melhores do que somos. Para que se possa conhecer realmente uma pessoa, há uma fórmula que nunca falha: se a pessoa pensa mais em si mesma do que em ti, e busca preferencialmente as coisas que sevem para seu próprio proveito, em detrimento do seu, certamente não será umna boa companhia e jamais poderá confiar nela.

Não se iluda, ninguém alcança o sucesso sozinho. O líder que quer alcançar o sucesso deve fazer com que todos que estão a sua volta cresçam e desfrutem igualmente do sucesso.

25 - Evitando a má influência

Se pretendemos ser um bom líder, não podemos nos comportar como aquelas pessoas vulneráveis e altamente influenciáveis pela opinião alheia. Não goza de confiança nem de boa reputação aquele que toma uma decisão hoje, outra amanhã. Os que são hesitantes e instáveis e estão constantemente mudando de lado e de objetivos , nada de sucesso alcançam, assim como aquele que dá ouvidos a muitas pessoas.

Devemos aprender a distinguir os conselhos sábios e judiciosos dos comentários rotineiramente jogados pelas pessoas para não termos prejuízos, para tanto temos que cultivar uma certa crítica das opiniões alheias, pois, duvidando, chegamos à verdade. Devemos manter uma atitude de verdadeira franqueza, de modo que as pessoas compreendam que estamos abertos a ouvir a verdade sem nos sentirmos ofendidos , pois, a verdade é sempre a melhor política.

Nunca devemos acreditar em tudo que chega a nossos ouvidos, devemos pesquisar muito, escutar com a mente aberta só para depois tomar uma deliberação., portanto, é salutar pedir conselhos, mas quando for de nossa vontade, e não quando os outros quiserem.

26 - Da indolência

A sabedoria consiste em observar constantemente as lições e aprender com as experiências que a vida nos proporciona, não apenas ouvindo, mas assimilando e colocando em prática, dessa forma, reformulamos nosso ponto de vista constantemente, resultando em ações mais justas e virtuosas. O mais importante para o sucesso é a nossa postura correta no presente e o nosso entusiasmo em acertar, não importando se cometemos algum erro no caminho. Para atingir ótima reputação, devemos praticar atitudes corretas e justas, dando exemplo de capacidade e trabalho.

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Devemos aprender pelo erro alheio, pois, se avaliarmos aqueles que perderam tudo, existe um erro em comum: não souberam evitar a aversão das pessoas e nem se precaver dos ataques dos adversários.

Devemos ter determinação de fazer tudo o que tiver de ser feito, independente das circunstâncias, jamais retrocedendo sequer um passo nesse intento. A única coisa a temer é o próprio medo.

É bom lembrar que a defesa contra as adversidades, somente são boas, seguras e duradouras quando dependem de ti e da tua virtude. Coragem, pois, não há melhor oportunidade para crescer do que nos tempos difíceis.

Sucesso!