INTERVENÇÃO DA ATIVIDADE RECREATIVA NO NÚCLEO...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física
Rafael Bozzo Aoki
João Paulo Budóia Godinho
INTERVENÇÃO DA ATIVIDADE RECREATIVA NO
NÚCLEO EDUCATIVO GAROTOS DO BAIRRO DE
LINS; VISANDO A IMPORTÂNCIA DO EDUCADOR
FÍSICO NO ESTADO COMPORTAMENTAL E
AFETIVO DAS CRIANÇAS
LINS – SP
2009
1
RAFAEL BOZZO AOKI
JOÃO PAULO BUDÓIA GODINHO
INTERVENÇÃO DA ATIVIDADE RECREATIVA NO NÚCLEO EDUCATIVO
GAROTOS DO BAIRRO DE LINS; VISANDO A IMPORTÂNCIA DO
EDUCADOR FÍSICO NO ESTADO COMPORTAMENTAL E AFETIVO DAS
CRIANÇAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física sob a orientação da Prof. Esp. Giseli de Barros Silva e orientação técnica da Prof.Esp. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2009
2
RAFAEL BOZZO AOKI
JOÃO PAULO BUDÓIA GODINHO
INTERVENÇÃO DA ATIVIDADE RECREATIVA NO NÚCLEO EDUCATIVO
GAROTOS DO BAIRRO DE LINS; VISANDO A IMPORTÂNCIA DO
EDUCADOR FÍSICO NO ESTADO COMPORTAMENTAL E AFETIVO DAS
CRIANÇAS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Auxilium, para
obtenção do título de Bacharel em Educação Física.
Aprovada em:___/___/___
Banca Examinadora:
Profª.Orientador: Giseli de Barros Silva.
Titulação: Licenciada em Educação Física e Especialista em Fisiologia do
Exercício pelo Unisalesiano de Lins.
Assinatura: __________________________
1º Prof(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: __________________________
2º Prof(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: __________________________
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Fátima e Ricardo,
Queria agradecer primeiramente por estar no mundo, pelo apoio e
dedicação, após 2 anos parado sem saber o que fazer e descobrir a Educação
Física em minha vida. É difícil falar em palavras tudo o que eles fizeram por
mim, sem eles não teria concluído o curso e não seria a pessoa que sou,
melhorando a cada dia. Obrigado pelo carinho, amor, por estarem sempre
presentes na minha vida. AMO VOCÊS
Rafael
Ao meu parceiro João Paulo,
Por todas as entregas atrasadas, pelas reuniões com chocolate em
casa, por sermos uma dupla dinâmica trabalhando, por ser meu irmão grande,
por você encher muito meu saco e pelo trabalho que deu concluir essa
monografia, que graças a Deus está pronta. Te espero no mercado de trabalho
agora, após muita luta e dedicação.
Rafael
Aos meus amigos Jonathan e Thiago,
Tantas coisas passadas juntas, tantas brincadeiras, viagens, churrascos,
tantas histórias para contar e agora fim da faculdade, cada um seguindo o seu
caminho, fazendo o que ama e tentando ser alguém na vida. Toda sorte do
mundo a vocês, que Deus ilumine-os sempre e que consigam alcançar seus
objetivos, estarei aqui torcendo pois merecem tudo de melhor. AMO VOCÊS.
Rafael
Aos meus amigos que estão longe (Pedro, Fejão, Conrado e Rodi),
Nem sei como agradecer a vocês, me faltam palavras para dizer o que
vocês representam, não estão perto, cada um está seguindo o seu caminho,
mais no meu coração estarão sempre presentes. Tantos momentos bons,
alegrias, tristezas, choros, decepções, discussões, mais a amizade nunca
mudou, sempre foi a mesma independente de qualquer distância ou
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sentimento. Espero que continuemos amigos sempre e que todos continuem
alcançando os seus objetivos. “Todos os amigos que tivemos ficam guardados
em nossa memória, porém só aqueles que fizeram a diferença são guardados
no coração”. AMO VOCÊS
Rafael
A Lívia,
Pelo companheirismo, por estar sempre ao meu lado em todos os
momentos ruins ou bons, obrigado por tudo. AMO VOCÊ
Rafael
Aos meus pais Maria Auxiliadora e Paulo Godinho,
Pois foi com eles que tudo começou o ensino, o carinho e o amor que
recebi através desta realização procuro retribuir, todo o carinho e atenção que
vocês me deram. Obrigado por serem o meu porto seguro e estarem ao meu
lado, me apoiando, muito obrigado. AMO VOCÊS
João Paulo
Ao meu irmão Luis Fernando,
Companheiro dos momentos difíceis e alegres, mais sempre presente
em minha vida.
João Paulo
A Flávia,
Que surgiu na minha vida e me inspirou a confiança que hoje tenho de
ser um profissional, a quem amo e sei que posso contar sempre. AMO VOCÊ
João Paulo
Aos amigos próximos,
Representados na figura do meu parceiro de trabalho Rafael, que
compreenderam o distanciamento que me submeti, mas em momento nenhum
deixaram de se expressar sua força e carinho.
João Paulo
Ao Lauro,
5
Pois em momentos de aprendizagem e dúvidas, foi a pessoa que me
ajudou bastante. Obrigado por tudo
João Paulo
6
AGRADECIMENTO
Primeiramente a Deus,
Que nos acompanhou em toda a jornada, sendo uma fonte inspiradora
da vida, a vida que hoje é mais feliz, pois ele permitiu-nos a realização de um
sonho.
À orientadora Prof. Giseli,
Pela ajuda, incentivo e paciência para que a monografia fosse concluída.
À professora Jovira,
Jojo no começo foram brigas e discussões mais no final tudo deu certo,
obrigado por nos ajudar em momentos que precisamos e nos compreender
pelas entregas atrasadas do nosso trabalho, mais graças a Deus e você
terminamos e podemos nos considerar formados. Muito Obrigado.
À Fátima (Mãe do Rafael),
Obrigado por nos ajudar, incentivar, gastar manhãs e uma boa parte do
seu tempo,
Aos colegas de classe,
Pela ajuda no decorrer de todos esses anos, por nos agüentarem (NÃO
É FACÍL) todos os dias com piadinhas e brincadeirinhas (que diga o Leandro)
afinal quem gosta de recreação é assim mesmo.
A Mirian,
Por permitir que o trabalho fosse realizado no Núcleo Educativo Garotos
do Bairro de Lins e por nos atender sempre que foi preciso estando a
disposição. Obrigado
Ao Marcel (coordenador de esporte e lazer do Blue Tree Park Lins),
Obrigado por confiar em nós, abrindo as portas para nos ensinar um
pouquinho deste mundo mágico que é a recreação, se não fosse você, não
7
saberíamos o que é, como se faz e como encantar com a recreação. Valeu
pela oportunidade. Abraços
E para todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que o trabalho
fosse realizado.
OBRIGADA
Rafael e João Paulo
8
RESUMO
A atividade recreativa desenvolve habilidades de quem participa, trabalha o equilíbrio, agilidade, confiança, atenção, velocidade, coordenação, trabalha a memória, espírito de grupo, saber respeitar o próximo, sendo que algumas brincadeiras sem a ajuda de um amigo, não pode ser realizada, melhora o comportamento e a parte afetiva da criança. A criança deve ser motivada para que desenvolva um domínio de si, tenha paciência, para que tenha bons hábitos e tenha prazer em brincar. A satisfação e diversão é imediata, a criança sente prazer, saindo de sua rotina e possivelmente pode ser educada dentro da sala de aula. O objetivo deste trabalho foi verificar a intervenção da atividade recreativa, visando a importância do educador físico no estado comportamental e afetivo das crianças. A pesquisa de campo foi realizada no Núcleo Educativo Garotos do Bairro de Lins, no interior do estado de São Paulo, configurando-se, assim um estudo de caso. Foi possível verificar que os alunos, ao entrarem em contato com a atividade recreativa se mostraram participativos e com uma carência afetiva grande. Também foi possível verificar o comportamento das crianças, uma diferente da outra. Diante dos resultados obtidos e depoimentos coletados, pode-se dizer que os objetivos traçados foram positivos, mostrando que a recreação interfere no comportamento e na parte sócio-afetiva das crianças, sendo crianças carentes de baixo nível socioeconômico as quais criaram um vínculo afetivo em relação ao professor que tornou seu ambiente voltado para brincadeiras. Pelos depoimentos dos profissionais verificou-se o perfil das crianças e os resultados depois de aplicadas às atividades recreativas.
Palavras-chave: Recreação. Comportamento. Educador Físico.
9
ABSTRACT
The recreational activity develops skills of the participants, work balance, agility, confidence, attention, speed, coordination, working memory, team spirit, learning to respect the next, and some games without the help of a friend, can not be held, improve behavior and emotional part of the child. The child must be motivated to develop a self-control, be patient, to have good habits and have pleasure in playing. The satisfaction and enjoyment is immediate, the child feels pleasure out of your routine and can possibly be brought into the classroom. The objective of this study was to evaluate the intervention of recreational activity, aimed at the importance of the physical educator in the behavioral and emotional state of children. Field research was conducted at the Center educated kids in the neighborhood of Lins, in the state of Sao Paulo, becoming, as a case study. We noticed that students, when they come into contact with the recreational activity are participatory and showed a great lack of affection. It was also observed the behavior of children, one different from another. Results obtained and collected accounts can be said that the objectives were positive, showing that the behavior interferes with recreation and social-emotional part of the children, poor children of low socioeconomic status and created a strong bond for the teacher who made his play-oriented environment. The testimonies of professionals saw the profile of children and the results after applying to recreational activities. Keywords: Recreation. Behavior. Physical Educator.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Concentração e explicação das atividades................................ .. 37
Figura 2: Brincadeiras de roda.................................................................. .. 38
Figura 3: Ameba ....................................................................................... .. 39
Figura 4: Pega-pega corrente ................................................................... .. 40
Figura 5: Pique-bandeira ...............................................................................41
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................... .. 13
CAPÍTULO I – O BRINCAR E A RECREAÇÃO INFANTIL ..................... .. 15
1 RECREAÇÃO ................................................................................ .. 15
1.1 Conceito ......................................................................................... .. 15
1.2 Tipos de recreação ........................................................................ .. 17
1.2.1 Recreação em escolas................................................................... .. 17
1.2.2 Recreação em clubes..................................................................... .. 18
1.2.3 Recreação em academias desportivas .......................................... .. 19
1.2.4 Recreação em navios..................................................................... .. 20
1.3 O brincar e a criança...................................................................... .. 20
1.3.1 A brincadeira e a ludoterapia ......................................................... .. 22
1.3.2 A importância do brincar para a formação social ........................... .. 22
1.4 Jogo, Brincadeira e sua importância .............................................. .. 24
1.4.1 Brincadeira ..................................................................................... .. 24
1.4.2 Jogo ............................................................................................... .. 25
1.5 Desenvolvimento mental e o brinquedo ......................................... .. 26
1.6.1 Desenvolvimento emocional e jogo................................................ .. 27
CAPÍTULO II – INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE RECREATIVA
E O COMPORTAMENTO DA CRIANÇA ................................................. .. 29
2.1 Afetividade ..................................................................................... .. 29
2.2 O professor e os jogos ................................................................... .. 30
2.3 Problemas de comportamento ....................................................... .. 32
2.3.1 Criança normal............................................................................... .. 32
2.3.2 A criança emocionalmente perturbada........................................... .. 33
2.3.3 Agressividade................................................................................. .. 33
2.3.4 Medo e Timidez.............................................................................. .. 34
CAPÍTULO III – A PESQUISA.................................................................. .. 36
3 INTRODUÇÃO............................................................................... .. 36
3.1 Caracterizado do local ou núcleo educativo................................... .. 36
12
3.2 Relato do trabalho realizado .......................................................... .. 37
3.2.1 Atividades aplicadas ...................................................................... .. 38
3.2.2 Brincadeiras de roda e músicas ..................................................... .. 39
3.2.3 Ameba............................................................................................ .. 39
3.2.4 Pega-pega corrente ....................................................................... .. 40
3.2.5 Pique-bandeira............................................................................... .. 41
3.3 Depoimento dos profissionais ........................................................ .. 42
3.3.1 Depoimento do professor da sala de aula...................................... .. 42
3.3.2 Depoimento da diretora do núcleo ................................................. .. 43
3.4 Parecer final sobre o caso.............................................................. .. 44
3.5 Discussão....................................................................................... .. 44
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO............................................................. .. 46
CONCLUSÃO........................................................................................... .. 47
REFERÊNCIAS ........................................................................................ .. 48
APÊNDICES............................................................................................. .. 51
ANEXO ..................................................................................................... .. 56
13
INTRODUÇÃO
No senso comum, o termo brincar remete a inconseqüência, futilidade,
não-seriedade. Os pequenos exprimem uma atração apaixonada pela liberdade
em todos os domínios da vida cotidiana, mas, sobretudo, na forma particular de
atividades construídas por brinquedos, brincadeiras e jogos. A brincadeira é a
sua razão de viver, a ela se entregam, esquecendo-se de tudo, numa atitude
que os adultos têm dificuldade de compreender.
Alguns pais de crianças de classe média e alta, em nome do êxito
escolar ou do desenvolvimento de alguma aptidão específica, chegam a excluir
as brincadeiras e os jogos da vida das crianças. As raras exceções conhecidas
como a do pequeno Mozart, que o pai prendia no quarto durante horas para
obrigá-lo a estudar música, só servem para confirmar a regra: jamais se saberá
quantas personalidades foram irremediavelmente excluídas, quando crianças,
do livre jogo da natureza e das diversas culturas.
Na formação motora a recreação contribui positivamente, possibilitando
a criança expressar seus sentimentos livres espontâneos e naturais fazendo
com que desenvolva não só aspectos motores como cognitivos também.
É o processo de recriar, de renovar e não apenas a realização de uma simples atividade, com um resultado qualquer. Deve ser um FAZER para SER. Alguns acreditam que a diferença da recreação para o lazer é que a recreação procura uma satisfação imediata, é uma atividade, ao passo que o lazer é um processo mais amplo, com mais variáveis, como, por exemplo, diferentes conteúdos culturais, influência das mídias, descanso. (LARIZZATTI, 2005, p.17).
Para a criança a seriedade da recreação está relacionada ao
entretenimento, ao lúdico, ela alarga as suas experiências e seu
desenvolvimento, atendendo as suas necessidades biológicas.
Na tentativa de se inserir coletivamente num grupo ou administrar os
impulsos físicos e sociais o adolescente utiliza a recreação.
A recreação é o meio da criança conhecer a realidade que a cerca,
manipulando a realidade, explorando, criando e recriando, desenvolvendo e
exercitando, tudo se torna uma tarefa de alegria.
A atividade de recreação não pode ocorrer improvisada deve haver um
14
planejamento para resultar em programação equilibrada.
Para contribuir com o indivíduo, a recreação é importante, lhe dá prazer
e satisfação, reencontrando a alegria, a descontração, casos necessários a
vida que não há tempo para diversão, renovar e ativar o ânimo.
Esta pesquisa se propõe a uma investigação de recreação com crianças
de 7 a 12 anos do Núcleo Educativo “Garotos do Bairro” da cidade de Lins,
após aplicação de atividades recreacionais.
Com isso o presente trabalho tem como objetivo geral demonstrar
através de depoimentos a importância das atividades recreativas no estado
comportamental de crianças de 7 a 12 anos e o objetivo específico é trazer a
literatura o conhecimento do importante papel da atividade recreativa no estado
comportamental das crianças.
Este estudo é norteado pelo seguinte problema: qual a importância da
atividade recreativa no estado comportamental de crianças do Núcleo
Educativo “Garotos do Bairro” com idade de 7 a 12 anos?
Em resposta a este questionamento pode-se levantar a hipótese de que
dentre todos os fatores que possam influenciar na melhora comportamental e
vinculo sócio afetivo, a atividade recreativa é um dos fatores principais que
pode estimular o desempenho motor, social e afetivo, relacionadas à sensação
de bem estar e responsáveis pelo desenvolvimento das crianças.
A atividade recreativa motiva para que o lúdico se torne o papel da
realidade, devem-se conter regras claras e ter função educativa antes de
começar o jogo, deve-se fazer uma narração minuciosa.
As recreações desenvolvem habilidades para quem participa,
trabalhando o equilíbrio, agilidade, rapidez, atenção, lealdade, tato, confiança,
velocidade, resistência física, coordenação, memória, controle, força,
observação, reflexão, habilidade em situações difíceis.
O presente trabalho está assim dividido:
Capítulo I – O brincar e a recreação da criança
Capítulo II – Influência da atividade recreativa e o comportamento da
criança
Capítulo III - A pesquisa
Finalizando serão apresentadas a proposta de intervenção e as
conclusões.
15
CAPITULO I
O BRINCAR E A RECREAÇÃO DA CRIANÇA
1 RECREAÇÃO
A recreação é uma prática prazerosa em que os alunos participam de atividades descontraídas. Ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e socialização, além de desenvolver as habilidades psicomotoras das crianças. Assim, a recreação transfere-se para o cotidiano e aproxima-se de uma vida permeada de informações. Esse processo de educação se dá através da convivência de diversos desses indivíduos, mais especificamente crianças, dentro de locais especializados que transmitem tais valores indiretamente, por meio da recreação. (NOGUEIRA; MARTINEZ, 2008, p.1)
1.1 Conceito
A prática prazerosa em que alunos participam ativamente de atividades
descontraídas pode se chamar de recreação.
Ela é uma importante estratégia de inclusão, desenvolvendo habilidades
motoras, fazendo seu papel de socialização que se da na convivência de
diversas crianças dentro de locais especializados, onde buscam algo
estimulante, saindo da rotina diária.
De acordo com Brotto (2001), a recreação é uma forma específica de
atividade, sua atitude ou disposição, sua área de vida rica e abundante, a vida
fora das horas de trabalho.
A característica essencial da recreação não reside no tipo de atividade
em que se empenha o indivíduo, mas na atitude dele realizá-la, pois essa é o
reflexo de interesse e prazer.
É o fato, o momento, ou a circunstância que o indivíduo escolhe
espontânea e deliberadamente, através do qual ele satisfaz (sacia) seus
anseios voltados ao seu lazer. (CAVALLARI; ZACHARIAS, 1995)
16
Essa visão de recreação como atividade, tem seu fundamento histórico
na própria constituição dos significados dos termos recreação e lazer no mundo
moderno. Segundo Dumazedier (1999), embora a necessidade humana de
lazer sempre existisse, os conceitos de lazer e recreação, como o
conhecimento hoje, são frutos da moderna sociedade urbano-industrial.
Originalmente, recreação significava a atividade ocorrida no tempo de lazer.
Nesta perspectiva, a recreação compreende:
Todas as atividades espontâneas, prazerosas e criadoras, que o indivíduo busca para melhor ocupar seu tempo livre. Deve principalmente atender aos diferentes interesses das diversas faixas etárias e dar liberdade de escolha das atividades, para que o prazer seja gerado. (GUERRA, 1985, p.12)
A recreação tem 5 características básicas:
a) O praticante da recreação deve encarar como um fim em si mesmo,
sem esperar nada em troca. Quem busca a recreação não deve se
preocupar com isso, deve-se pensar só em se recrear, sem buscar
algum tipo de retorno.
b) A recreação não pode ser praticada de uma maneira forçada, tem
que ser livremente escolhida pelo gosto de cada um, nenhum
profissional ou pessoa pode forçar outra a praticar a recreação e sim
sugerir e motivar.
c) A recreação está ligada ao prazer e busca estados psicológicos
positivos, deve-se tomar cuidado com atividades que podem acabar
em sensações negativas e indesejadas.
d) Com a recreação a pessoa exercita a sua criatividade e ela deve ser
desenvolvida em decorrer do tempo, no começo da recreação deve-
se ser criativo, sem cobrança, mais depois na fase lúdica é onde
deve-se esbanjar criatividade para melhorar sua personalidade e
condição de vida.
e) Cada grupo escolhe a recreação de acordo com os interesses dos
participantes. Quem tem as mesmas características se procuram e
agrupam, formando os grupos de iguais buscando um determinado
tipo de recreação, fazendo com que fique fácil atrair um grupo muito
heterogêneo para uma mesma atividade.
17
A recreação deve contribuir sempre para melhorar as condições de
saúde das crianças para que cada educando alcance o desenvolvimento
máximo de suas capacidades, dando o equilíbrio emocional, favorecendo a
formação de hábitos e atitudes necessárias a vida em sociedade, pois essas
atividades devem ser por prazer proporcionando interesse em realizá-las.
1.2 Tipos de recreação
1.2.1 Recreação em escolas
A escola não tem poder de mudar a sociedade e nem tem o papel de
conservá-la, mas sim de contribuir para as transformações necessárias para
que haja um crescimento mais democrático.
Não se pode, hoje, pensar em qualquer programa amplo de educação,
dispensando o auxílio da recreação como força educacional positiva, planejada
e conduzida para a formação integral da criança.
Cabe a escola trabalhar, partindo de experiências vividas, garantindo o
acesso às experiências que não teriam fora da escola, pois as crianças já
trazem uma série de conhecimentos sobre movimento, corpo e de vivências
com seus grupos sociais.
Como diz nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1997,p.60):
A maneira de brincar e jogar sofre uma profunda modificação no que diz respeito à questão da sociabilidade. Ocorre uma ampliação da capacidade de brincar: além dos jogos de caráter simbólico, nos quais as fantasias e os interesses pessoais prevalecem, as crianças começam a praticar jogos coletivos com regras, nos quais têm de se ajustar às restrições de movimentos e interesses pessoais. Essa restrição é a própria regra, que garante a viabilidade da interação de interesses pessoais numa dinâmica coletiva. A possibilidade e a necessidade de jogar junto com os outros, passa pela compreensão das regras e um comprometimento com elas. Isso é algo que leva todo o primeiro ciclo para ser construído. Significa também que o professor deve discutir o sentido de tais regras, explicitando quais são suas implicações nos jogos e brincadeiras.
18
O mais antigo trabalho de recreação é o da escola e acontece em dois
momentos diferentes, um durante a aula, no seu inicio ou no final, com
atividades para descontrair os alunos objetivando somente o lúdico.
Há uma grande diferença entre uma aula e um momento de recreação
durante ela, pois sempre estará presente o objetivo cultural ou formativo,
enquanto a recreação, como já se viu, tem como objetivo apenas o fato de
recrear. Não se pode deixar de salientar que em qualquer dos casos sempre
estará presente o caráter educacional. (CAVALLARI; ZACHARIAS, 1995)
As atividades que todos os alunos da escola participam, ainda não
visando objetivos específicos, mas sim o lúdico, é considerado outro momento
de recreação, explorando datas ou momentos especiais e até mesmo finais de
semana ou férias.
Este momento de recreação necessita de auxílio de outros profissionais
e outros professores, propiciando um trabalho multidisciplinar. Há ainda a
atuação de recreacionistas que organizam e promovem atividades ou eventos
recreativos dentro e fora da escola. Citam-se como exemplo de atividades
recreacionais dentro da escola as festas, gincanas, matroginástica, programas
de férias, festivais de dança, festivais de música, concursos e outros. Fora da
escola têm-se passeios em geral, viagens, acampamentos, visitas e outros.
(CAVALLARI; ZACHARIAS,1995)
1.2.2 Recreação em clubes
Encontram-se clubes que durante a semana desenvolvem programas
recreativos, mas é durante os finais de semana que a maioria das atividades
acontece, pois muitas vezes recebem grupos de turistas que se deslocam de
sua residência habitual para passar momentos de lazer.
Nos sábados, domingos e feriados notam-se crianças e adolescentes
desfrutando de toda a animação que um clube oferece, inclusive muitas vezes
sob orientação de recreacionistas especializados, os quais programam a
melhor maneira de desfrutar o tempo livre. Durante todo o dia, diversas
19
atividades são promovidas sempre na tentativa de agradar a todos os gostos.
(CAVALLARI; ZACHARIAS,1995)
O adulto busca atividades sociais como atividades na piscina, festas,
encontros no bar, buscando seu lazer, esquecendo as competições e os
problemas do dia a dia. O recreacionista deve estar atento a isso para conduzir
as atividades que condizem com esse comportamento.
Para Mian (2003) recreação significa satisfação e alegria naquilo que
faz. Retrata uma atividade que é livre e espontânea e na qual o interesse se
mantém por si só, sem nenhuma coação interna ou externa de forma
obrigatória ou opressora, afora o prazer.
Os recreacionistas devem se programar para realizar outros tipos de
animação como salas de televisão, vídeo, cinema, teatro, exposições, desfiles,
carteado, shows, espaços de dança.
1.2.3 Recreação em academias desportivas
A recreação em academias é uma novidade, mas já começam a explorar
diversas opções de lazer.
A academia busca em uma performance física, porém integrada com a
recreação, pode propiciar um trabalho de relaxamento mental, pois um bem-
estar não está completo quando só trata do corpo; há que se preocupar
também com a mente e o espírito. (CAVALLARI; ZACHARIAS,1995)
Precisa-se preocupar com as diversas faixas etárias, devendo adaptar o
trabalho para todas elas e estar preparados para desenvolver as atividades
recreativas.
Conforme Kishimoto (1997) que define a recreação como atividade física
ou mental a que o indivíduo é naturalmente impelido para satisfazer as
necessidades físicas, psíquicas, ou sociais, de cujas realizações lhe advêm
prazer, e que é aprovada pela sociedade.
A recreação adapta-se em qualquer lugar sem se preocupar com os
espaços disponíveis como piscinas, jardins, estacionamentos, salas de
ginásticas e pequenas quadras.
20
1.2.4 Recreação em Navios
Talvez o navio encerre a situação mais propícia à atuação dos
recreacionistas, as pessoas que ali se encontram estão numa situação de
expectativa e as opções não existem, pois enquanto em trânsito, ninguém ali
entra e ninguém dali sai. O passageiro está em busca de diversão e costuma,
por isso, aceitar muito bem as sugestões dos recreacionistas. (CAVALLARI;
ZACHARIAS,1995)
O trabalho nos navios é baseado na recreação em hotéis, como se o
navio fosse um hotel flutuante.
Conforme SCHMIT (apud FRIETZEN, 1995) que define a recreação
como sendo o relaxamento do organismo e da mente. É diversão, renovação,
recuperação. È a atividade livremente escolhida exercida nas horas de lazer
ativa ou passiva, individualmente ou em grupo, organizada ou espontânea.
Quando são embarcações de pequeno e médio porte, o trabalho pode
ser desenvolvido através de jogos mais simples, músicas, atividades sem muito
movimento adaptadas para as circunstâncias.
Nas embarcações de grande porte, as recreações são mais complexas,
com grandes jogos, musicais, apresentações e aulas com um Educador Físico
na piscina ou na sala de ginástica.
1.3 O brincar e a criança
É essencial que toda criança brinque e deve acontecer em todas as
fases de desenvolvimento, pois é com o brincar que ela elabora suas
angústias, ansiedades, alegrias desenvolvem a imaginação, fundamenta
afetos, explora habilidades.
Era nítida a separação do brincar e o aprender em outros tempos,
criava-se uma grande barreira, pois não se acreditava que a criança poderia ter
uma aprendizagem brincando.
De acordo com Antunes (2004, p.31):
21
Esses conceitos foram literalmente superados por tudo quanto hoje se conhece sobre a mente infantil e não mais se duvida de que é no ato de brincar que toda criança se apropria da realidade imediata, atribuindo-lhe significado. Em outras palavras, jamais se brinca sem aprender e, caso se insista em uma separação, esta seria a de organizar o que se busca ensinar, escolhendo brincadeiras adequadas para que melhor se aprenda.
É brincando que a criança encontra um mundo simbólico, desenvolve
sua personalidade, aprende muitas vezes a lidar com seus medos, com
conflitos e sua imaginação vai além de sua própria altura.
O brincar é uma atitude em que o prazer, a curiosidade, o humor e a
espontaneidade se complementam, traduzindo-se em uma conduta escolhida
livremente, sem a espera de um rendimento específico. (FERLAND, 2006)
A criança brinca para conhecer-se a si própria e aos outros em sua relação recíproca; para aprender normas sociais de comportamento; hábitos determinados pela cultura; para conhecer os objetos em seu contexto; para trabalhar com o imaginário; para conhecer os eventos e fenômenos que frequentemente ocorrem a sua volta. (CARVALHO; FIORONI; ALMEIDA, 2006, p.23)
A criança tem uma linguagem própria que é o brincar, faz com que ela
desenvolva o neuropsicológico, motor, cognitivo, emocional, social e saúde,
comunicando-se consigo e com o mundo.
Brincar é uma atividade presente no mundo desde a sua criação.
Animais também brincam, porém o ser humano é dotado de uma cultura,
procura sua existência para adquirir conhecimentos através de brincadeiras
construídas que a alcançam a simbolização. (IKEHARA; MONTEIRO, 2006)
Estudos demonstram que é na situação do brincar que se apresentam às crianças, as premissas necessárias para o desenvolvimento da memória voluntária em que a prática do brincar é especialmente efetiva para o exercício dos processos da memória. Brincar tem uma relação muito direta com a formação da motricidade da criança, pois o controle consciente dos movimentos no jogo, na brincadeira é muito maior do que em outra atividade realizada por instrução. (LIMA, apud BERNARD, 1991, p.28)
Mesmo que os jogos e as brincadeiras tenham mudado desde o começo
do século até os dias de hoje, o prazer de brincar não mudou. Ao observar a
brincadeira infantil, duas características se destacam: o prazer que envolve o
22
jogo se confronta a momentos de tensão e a uma séria compenetração dos
jogadores envolvidos. O jogo é prazeroso e sério ao mesmo tempo.
(FRIEDMAN, 1996)
1.3.1 A Brincadeira e a Ludoterapia
As brincadeiras são de grande importância para as crianças, pois ela
cria uma relação entre situações reais e a de pensamento, contribuindo para
um processo de socialização, possibilitando oportunidades de realizar
atividades coletivas livremente e estimula o desenvolvimento para novas
aquisições de conhecimento.
A Ludoterapia serve para o tratamento infantil em que a criança
brincando projeta seu modo de ser, favorecendo uma melhor organização e
elaboração de seus conflitos.
Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das
atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas formas de desabafo
ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que
contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
A brincadeira pode ser um espaço que possibilita à criança re-significar
e compreender suas ações nas relações com as outras crianças e figuras de
autoridade, experimentando regras de convivência para a mudança social e
crescimento pessoal. (NEOLÁCIO, 2009)
A ludoterapia tem por fim orientar a criança e reeduca-la, de modo que
ela substitua as reações e os conceitos inadequados, geradores de seu
conflito, por outros mais adequados. São observadas as diferenças individuais.
As brincadeiras são escolhidas de acordo com interesse – capacidade físico-
mental e ajustamento social das crianças, levando em conta também as
tendências da idade. (MACHADO, 1985, p.36)
1.3.2 A Importância do Brincar para a Formação Social
23
A atividade dinâmica ou desafiadora do brincar proporciona
possibilidades de se aprender, pois exige uma participação ativa da criança nas
situações apresentadas além de sua adequação ao mundo exterior.
Vigotski (1998) salienta a importância da maturação da criança onde a
mesma deve passar pelas fases de desenvolvimento de um estágio para o
outro. Quando é pequena e tem o desejo de realizar algo que lhe é proibido,
fica mal humorada, pois a tendência é que possa imediatamente satisfazer
seus desejos. Nesse instante, ela pode ser distraída com algo a se acalmar
rapidamente esquecendo o seu desejo.
Quando a criança está na fase da pré-escola e não consegue satisfazer
seu desejo, seu comportamento muda em relação à criança pequena. Entrará
em um mundo imaginário onde possa realizar o seu desejo.
A criança quando está brincando experimenta desafios, trabalha as suas
funções e descobre o mundo de uma forma espontânea e natural,
exteriorizando sentimentos internos e suas emoções. Ao brincar de casinha a
criança faz o papel de mãe, usando a boneca como se fosse ela mesma, com
regras de comportamento dentro de um contexto materno.
Observar uma criança brincando possibilita saber quais as habilidades nas diferentes esferas de seu desenvolvimento. De fato, a brincadeira testemunha o que é a criança. A criança que brinca tem mais recursos em habilidades e características próprias, que influem no seu modo de brincar e que são, por sua vez, estimuladas e modificadas pela experiência do brincar. (...) quanto mais a criança brincar, mais ela se tornará hábil. (FERLAND, 2006, p.9)
Ao brincar, a criança ensaia em suas brincadeiras comportamentos e
situações reais e imaginárias, isto faz com que ela possa se preparar no futuro
ao assumir os papéis e valores sociais que serão necessários à sua vida em
sociedade e também adquirir a motivação, atitudes e habilidades sociais. “É a
brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o
crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos
grupais.” (WINNICOTT, 1975, p.63)
O brincar é um fenômeno universal e por meio dele as crianças
procuram espaços e maneiras de explorar e conhecer o mundo, independente
24
do seu contexto sociocultural e econômico, raça, idade e condições de saúde.
“Através dele, elas aprendem a enfrentar situações que lhe são ainda tão
complexas, explorando sua criatividade e liberdade de expressão, descobrindo
o seu eu”. (IKEHARA; MONTEIRO,2006, p.28)
1.4 Jogo, Brincadeira e sua importância
Os jogos podem ser classificados em grandes ou pequenos, sendo que
os pequenos são mais simples em uma quantidade menor, com regras flexíveis
e os grandes são mais complexos em uma quantidade maior, com regras fixas.
O recreacionista num pequeno jogo é como um orientador e em um grande
jogo atua como um árbitro.
A maior dificuldade é saber diferenciar uma brincadeira de um pequeno
jogo ou grande jogo, tem-se que ver a atividade ser desenvolvida e depois
chegar a uma conclusão.
A importância de se fixar essa diferenciação é que de acordo com a
faixa etária que estivermos pretendendo animar, poderemos escolher que tipo
de atividade empregar, pois de acordo com suas características, é notório que
as brincadeiras atingem faixas etárias mais baixas, enquanto pequenos jogos
atingem faixas etárias intermediárias, e os grandes jogos são mais propícios às
faixas etárias mais elevadas. (CAVALLARI; ZACHARIAS,1995)
O recreacionista pode adaptar uma atividade em forma de jogo ou
brincadeira dependendo do público, utilizando as regras de acordo com a
atividade.
Toda atividade recreativa, qualquer que seja sempre será ou uma
brincadeira ou um jogo, não fugindo a isso. (CAVALLARI; ZACHARIAS,1995)
1.4.1 Brincadeira
As brincadeiras sempre estiveram presentes na vida das crianças desde
25
as épocas mais antigas.
Ao se iniciar na brincadeira a criança pode estar em busca da auto-
realização buscando revelar-se com dramatizações, músicas, promovendo uma
interação com as demais e tomando decisões.
Como diz Biscoli (2005, p.25) “A brincadeira é a ação que a criança tem
para desempenhar as regras do jogo na atividade lúdica. Utiliza-se do
brinquedo, mas ambos se distinguem.“
Na brincadeira não existe um vencedor, acontece e segue enquanto
houver motivação e interesse, não tem um final predeterminado e pode
terminar por fatores externos, como término do tempo livre ou a chuva. Podem
ter ou não regras, as brincadeiras sem as regras são individuais, pois só por
existir o grupo já sugere regras. Dependendo do interesse dos participantes, a
brincadeira pode ser modificada durante a sua execução e terem
conseqüências imprevisíveis, por serem desvinculadas de padrões.
[...] brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica, é o lúdico em ação [...] O jogo inclui uma intenção lúdica do jogador e caracteriza-se pela não literalidade (por exemplo, o urso não é, literalmente, o filho, mais é como se fosse), flexibilidade (ensaio de novas idéias e combinações mais do que em atividades não-recreativas), prioridade do processo (mais importantes do que os efeitos ou resultados do jogo é o fato de estar jogando), livre escolha (adesão livre e espontânea à proposta) e controle interno (são os próprios jogadores que determinam o desenvolvimento dos acontecimentos). Apesar de não dizermos brincar de carta ou xadrez, tampouco falarmos jogar de pegar ou de boneca, essa caracterização do jogo bem que pode ser atribuída à brincadeira, pois em ambas as situações percebemos uma ação livre, improdutiva, imprevisível, simbólica, regulamentada e bem definida em termos de espaço e tempo de realização. (FORTUNA, 2002, p.10)
A brincadeira é uma atividade essencial para a criança, pois ela é sua
linguagem natural, onde pode expressar suas idéias, compartilhar regras,
objetos e brinquedos superando muitas vezes o seu egocentrismo, solucionar
conflitos, desenvolvendo sua personalidade.
1.4.2 Jogo
Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das
26
atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de
desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que
contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p.160)
Ao contrário da brincadeira o jogo busca um vencedor, tem um final
previsto, não importando se for por tempo, por pontos, por tarefas compridas.
Sempre terá regras no jogo, pelo menos uma, apresentando uma evolução
regular, com início, meio e fim. Para que haja alguma modificação no jogo ele
deve ser parado e reiniciado após todos entenderem as modificações. No jogo,
podemos prever algumas conclusões.
Os jogos produzem excitação mental agradável e exercem uma influência altamente fortificante. A felicidade assim obtida é o melhor dos tônicos. Acelerando a circulação do sangue, facilitam o cumprimento de todas as funções, tendendo, portanto, não só alimentar e aumentar a saúde, quando existente, mas restaurá-la quando perdida (...) O extremo interesse que as crianças denotam pelos jogos e a alegria com que a eles se entregam são tão importantes como os exercícios que os acompanham (...) os jogos são o melhor meio para quebrar as diferenças porventura existentes entre as classes sociais, constituindo, portanto, um verdadeiro gerador da democracia social (...) nada conduz melhor e mais depressa a criança à atividade, á auto-expressão e a socialização do que os jogos (...) O jogo é ainda a forma de atividade física mais adaptável as espírito de emulação assim às aptidões físicas da criança. É, por outro lado, atraente e higiênico. Combina os movimentos simples com as atitudes naturais, anulando as combinações anormais na associação dos músculos, realiza o aperfeiçoamento dos movimentos tão comuns e apreciados da criança, como a corrida, o salto, o arremesso. (MIRANDA, 1993, p.15)
1.5 Desenvolvimento mental e o brinquedo
Para cada fase de desenvolvimento existem brinquedos e brincadeiras
27
apropriadas proporcionando habilidades físicas e mentais.
Os maiores benefícios para a criança que brinca de faz de conta está
fazendo uso do simbólico, desenvolvendo sua coordenação motora e noção do
esquema corporal quando participa de atividades que movimentam o corpo
como pular corda, pega-pega e os jogos de regras vêm trabalhar o cognitivo
desenvolvendo a concentração, atenção, raciocínio lógico, aprendendo a
obedecer e lidar com a frustração.
As brincadeiras constituídas de regras e de relacionamento estão
ligadas ao desenvolvimento cognitivo. Quanto maior for o desenvolvimento
cognitivo, mais estruturado pode ser o jogo e este poderá também desenvolver
o pensamento. Estas interações podem fazer com que a criança consiga
enxergar o ponto de vista de outro, sendo fator essencial no desenvolvimento
social da criança. (IKEHARA; MONTEIRO, 2006, p.38)
Brincar proporciona à criança oportunidade de investigar seu ambiente e
tornar-se mais informada sobre si mesma. Mesmo quando for muito pequena,
brinquedos coloridos pendurados em seu berço, estimulam passeios pelas
zonas da audição, tato e visão. Quando brinca, a criança depara problemas.
Seus cubos não se acomodam todos dentro de uma caixa pequena; precisa
encontrar outra maior. O vagão vira, quando dobra uma esquina muito
ousadamente; deve aprender a fazê-lo mais devagar. O grau em que pode
solver seus próprios problemas é do desenvolvimento mental. (MACHADO,
1985, p.35)
Crianças especiais necessitam de ajuda na solução dos problemas. Para
solucionar alguns problemas no nível de desenvolvimento deve-se dar
brinquedos, experiências e pelo meio do jogo, o desenvolvimento verbal, usar
palavras claras e experiências que a criança já teve e ajudar a expressá-las. A
criança sabendo construir um fundo de experiências verbais auxiliará nos jogos
e na relação com as outras pessoas.
1.5.1 Desenvolvimento emocional e o jogo
É o ajustamento emocional infantil, do mesmo modo, incrementado por
28
certas experiências lúdicas. A criança que se ocupa diligentemente é muito
mais feliz do que uma que fica em pé ou sentada, sem fazer alguma coisa.
(MACHADO,1985, p.35)
Dependendo do brinquedo a criança pode expressar de forma aceitável,
sentimentos de raiva ou frustração.
Quando a criança se sente realizada, ajuda para que ela desenvolva seu
sentimento de auto-apreço. Remover cubos de uma caixa para outra, misturar
cores num papel, são atividades que em determinados períodos de
desenvolvimento lhe dão satisfação.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997,
p.30):
Nos jogos, ao interagirem com os adversários, os alunos podem desenvolver o respeito mútuo, buscando participar de forma leal e não violenta. Confrontar-se como resultado de um jogo e com a presença de um árbitro permitem a vivência e o desenvolvimento da capacidade de julgamento de justiça (e de injustiça). Principalmente nos jogos, em que é fundamental que se trabalhe em equipe, a solidariedade pode ser exercida e valorizada. Em relação à postura diante do adversário podem-se desenvolver atitudes de solidariedade e dignidade, nos momentos em que, por exemplo, quem ganha é capaz de não provocar e não humilhar, e quem perde pode reconhecer a vitória dos outros sem se sentir humilhado.
Se a criança for submetida a atividades onde o sucesso é possível, será
mais descontraída e espontânea do que se as atividades foram difíceis e muito
adiantadas. Não há muito valor em dar brinquedos que a criança perca a
atenção muito rápido.
29
CAPÍTULO II
INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE RECREATIVA, AFETIVIDADE E O
COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
2 EDUCAÇÃO FÍSICA E O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS
As crianças deixam de brincar na rua, jogar bola, pular amarelinha e
passaram com as mudanças tecnológicas a usar vídeo game e jogos de
computador, pois a sociedade mudou, se tem uma inversão de papéis, de
valores e muita informação para se absorver.
Tantas mudanças geram confusões, expectativas e a própria família,
educadores podem ajudar a proporcionar diferentes atividades recreativas,
resgatando brincadeiras para as necessidades biológicas e psicosociais da
própria criança.
As brincadeiras, mesmo as mais simples, estimulam o desenvolvimento
cognitivo, social e afetivo, principalmente quando é por prazer, pois há uma
socialização, os alunos aprendem a interagir, criar um ambiente de convivência
e com isso refletindo fora da escola.
Dias (1996) diz que a Educação Física, quando direcionada para
aprendizagem, tem um papel sócio-afetivo emocional, participando diretamente
na evolução da criança e os objetivos devem estar voltados para desenvolver a
responsabilidade, a socialização, a criatividade, a afetividade e a capacidade
decisória.
2.1 Afetividade
A afetividade pode ser mudada ou não a partir das situações conforme o
estado psicológico do ser humano.
30
Segundo Piaget (1998) tal estado psicológico é de grande influência no
comportamento e no aprendizado das pessoas juntamente com o
desenvolvimento cognitivo em todos os campos da vida.
A educação muitas vezes se baseia no controle do que no afeto e no
autoritarismo, precisando criar ambientes favoráveis para um poder
compartilhado, onde os indivíduos se fortalecem, são vistos como competentes
para enfrentar os problemas que encontram.
Wallon (apud ALMEIDA, 1999, p.51) destaca que a afetividade e a
interligação constituem um par inseparável na evolução psíquica, pois ambas
tem funções bem definidas e quando integradas, permitem à criança atingir
níveis de evolução mais elevados.
Na escola embora seja um local onde o compromisso maior que se
estabelece é com o processo do conhecimento, pode-se afirmar como diz
Almeida (1999, p.107) que “as relações afetivas se evidenciam, pois a
transmissão do conhecimento implica, necessariamente, uma interação entre
pessoas. Portanto, na relação professor-aluno, uma relação de pessoa para
pessoa, o afeto está presente”.
É importante destacar que a afetividade não se restringe apenas ao
contato físico, como salienta Dantas (1993, p.75) “conforme a criança vai se
desenvolvendo, as trocas afetivas vão ganhando complexidade, as
manifestações epidérmicas da afetividade da lambida se fazem substituir por
outras, de natureza cognitiva, tais como respeito e reciprocidade”.
2.2 O professor e os jogos
Na história da educação física existem diferentes modos de conceber
objetivos, os meios e os valores no desenvolvimento humano, envolvendo
opções valorativas.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p.62):
Nas aulas de Educação Física, as crianças estão muito expostas: nos jogos, brincadeiras, desafios corporais, entre outros, umas vêem o desempenho das outras e já são capazes de fazer algumas
31
avaliações sobre isso. Não leva muito tempo para que descubram quem são aqueles que têm mais familiaridade com o manuseio de uma bola, quem é que corre mais ou é mais lento e quem tem mais dificuldade em acertar um arremesso, por exemplo. Por isso, é fundamental que se tome cuidado com as discriminações e estigmatizações que possam ocorrer. Se, no início de sua escolaridade, a criança é tachada de incompetente por ter algum tipo de dificuldade, é improvável que supere suas limitações, que busque novos desafios e se torne mais competente. Nesse sentido, é função do professor dar oportunidade para que os alunos tenham uma variedade de atividades em que diferentes competências sejam exercidas e as diferenças individuais sejam valorizadas e respeitadas.
Quando a criança brinca, demonstra prazer em aprender e tem a
oportunidade de lidar com seus impulsos em busca da satisfação de seus
desejos. Ao vencer as frustrações aprender a agir estrategicamente diante das
forças que operam no ambiente e reafirmam sua capacidade de enfrentar os
desafios com segurança e confiança, movida pela curiosidade. É possível
assemelhar a criança ao cientista movido pela curiosidade por suas pesquisas;
procurando sempre chegar a novas descobertas e dessa maneira sentir-se
realizado. (CARVALHO; FIORONI; ALMEIDA, 2006, p.18)
Em questão de produtividade, o jogo está entre os mais, nas noções de
aprendizado ou nos processos que existem no ato de aprender, não
esquecendo da parte afetiva que está implícita no ato de jogar.
Nas atividades que envolvem jogos, alunos adquirem auto-confiança,
corrigem as ações, organizam, cuidam dos materiais utilizados, constroem o
próprio saber e acabam desenvolvendo o seu raciocínio, pois os jogos
estimulam e exercitam um agir-pensar com lógica e critério.
O professor passa a contribuir na construção do saber pelo aluno, e só
ira interferir, quando isso se fizer necessário através de questionamentos, por
exemplo, que levem os alunos a mudanças de hipóteses, apresentando
situações que favoreçam a reflexão ou para a socialização das descobertas
dos grupos; nunca para dar um resultado certo. (CARVALHO; FIORONI;
ALMEIDA, 2006, p.19)
O cuidado que o professor deve tomar é de analisar o jogo antes,
fazendo uma reflexão sobre erros e acertos para que possa auxiliar os alunos
nas dificuldades que terão. O professor não deve esquecer que o jogo e a
competição estão ligados e os alunos vão se preocupar em ganhar, é nessa
32
hora que ele não deve se interessar pelo ganhador para diminuir o caráter
competitivo e equilibrar o jogo.
2.3 Problemas de comportamento
2.3.1 Criança Normal
Para Mielnik (1982), para se observar se uma criança é “normal”, deve-
se ter como base a sua evolução e o seu desenvolvimento, comparando as
suas próprias capacidades e habilidades em épocas e situações diferentes. As
comparações por idades e sexo no que se refere a peso, altura, conduta e
personalidade não são tão seguras.
Segundo Mielnik (1982), devem-se considerar os seguintes fatores de
normalidades:
a) idade da criança,
b) constituição física,
c) desenvolvimento,
d) ambiente cultural em que vive,
e) conduta e personalidade dos pais e irmão,
f) conduta em grupos familiares comparados quanto a padrões de vida
e atitudes,
g) tensões e traumas da vida cotidiana a que esta exposta a criança,
h) compreensão das tendências internas e defesas psíquicas do ego
infantil,
i) influências de pressões externas e internas,
j) meios de adaptação a essas pressões,
k) processos envolvidos na maturação da personalidade infantil
Dentro do conceito “normalidade” da conduta infantil, tem-se a fase de
desenvolvimento infantil, a do pai ou mãe, a cultura geral, os hábitos, a duração
dos sintomas, a intensidade e extensão dos mesmos, a relação
conduta\experiência no tempo, os sintomas isolados em grupo e finalmente, a
33
reação terapêutica. Tais fatores indicam valores significativos para poder
conceituar o “normal e adequado” e distingui-lo do “anormal e
inadequado”.(MIELNIK, 1992, p.20)
2.3.2 A Criança Emocionalmente Perturbada
A perturbação afetiva e o retardamento intelectual são diferentes um do
outro, mas às vezes é difícil dissociá-los. Problemas afetivos podem tornar o
trabalho intelectual tão difícil que até uma criança brilhante poderia passar por
um retardo mental. (SCHULMAN, 1978, p.129)
Para determinar se um problema de comportamento decorre de uma
perturbação afetiva, deve estar ciente se a criança não sofre nenhuma
deficiência física, já que a perturbação afetiva pode provir de uma deficiência
física ou ser agravados por ela. (BRITTO; FERREIRA, 2005)
Os sintomas mais sérios de distúrbio afetivo são de ordem mental, e podem aparecer separadamente ou simultaneamente. Uma criança tem problemas mentais se parecem ser incapaz de responder às pessoas ou aos que a cercam, ou se absolutamente não tem noção de tempo. Ela pode ouvir vozes, ou ver coisas que não existem. (SCHULMAN, 1978, p.130)
2.3.3 Agressividade
A agressividade infantil é uma situação que surge no ambiente familiar e
exige dos pais um condicionamento especial, utilização de toda paciência e
boa vontade e uma compreensão mais profunda da criança. Diga-se,
inicialmente, que a agressividade infantil recebe do adulto uma apreciação de
acordo com sua própria agressividade. (MIELNIK, 1992. p.148)
Todos os seres humanos apresentam algum impulso agressivo, pois ele
é um comportamento emocional que faz parte da afetividade das pessoas e
isso é natural, pois começa no berço quando ainda é bebê.
A agressividade da criança, às vezes acontece, por uma reação dos
34
problemas familiares que muitas vezes presencia, quando não há uma causa
física definida.
Segundo Sachetto (2009, p. 1)
Precisamos também diferenciar as vivências que a criança tem na família e as que têm na escola, onde ocorrem geralmente os comportamentos agressivos. Em casa, via de regra, a criança é sempre querida, amada e compreendida, o que não acontece no convívio social onde precisa conquistar os amigos e inserir-se no grupo. Muitas crianças recebem apelidos relacionados a aspectos físicos e desempenho (gordinho, vara pau, zarolho, burro, chato, etc). Aqui o papel do professor é essencial ao identificar e trabalhar com esses aspectos evitando que se repitam. A dramatização é uma ferramenta excepcional para fazer com que as crianças vivenciem papéis. Essencial ainda é discutir sempre as experiências depois de dramatizadas. Criar regras elaboradas em conjunto também é uma ferramenta eficiente. Quando as próprias crianças criam as regras elas ganham um significado maior e têm um grande impacto nas ações. Deve-se também trabalhar valores morais éticos como solidariedade, compartilhamento, cooperação, amizade, reciprocidade dentre outros. Se o professor cria um ambiente com atividades prazerosas durante todo o período de aula, a probabilidade de que comportamentos agressivos surjam é muito menor.
As crianças podem apresentar problemas de agressividade, por um
desejo de firmar-se ou exibir-se para os outros e em ambientes onde acontece
a rejeição dos pais, excessiva tolerância da agressividade, falta de supervisão
dos pais, discórdia em famílias, uso de punições físicas dolorosas e agressivas.
A agressividade como as birras, gritarias e chutes aparecem ainda em
reação a uma frustração com os conflitos, “panelinhas”, provocações e
humilhações, aqui, pais e educadores devem estar atentos para poder inibir
esse comportamento antes que ele se instale e seja mais difícil de eliminá-lo.
Comportamento comum, porém necessário ser amenizado até
extinguido mais uma vez explicando à criança que não é um comportamento
adequado.
2.3.4 Medo e timidez
O medo é uma das emoções normais na vida das pessoas e não é
diferente em crianças, aquele que protege a criança dos medos deve ser muito
bem treinado, pois ela se assusta com facilidade e quando está com medo,
35
mesmo que se explicar que não há razões para tê-lo, o medo não será
destruído. A sensação de segurança e o amparo fornecem à criança uma
sensação de calma, influindo de maneira decisiva para que ela supere ou
esqueça a sensação do medo.
Os medos estão ligados a etapas específicas do desenvolvimento. Apesar de serem tarefas desenvolvimentais que terão de ultrapassar, o modo e a intensidade com que os sentem varia de criança para criança, de acordo com a sua personalidade, a dos pais, entre outros factores. Com o crescimento e correspondente maturação cognitiva e emocional, a criança, com a colaboração dos pais, vai encontrando estratégias eficazes para lidar com os medos, pelo que, na sua maioria, acabam por desaparecer. (MARTINS, 2009, p. 1)
Crianças que têm a vida restrita, com uma superproteção, se tornam
inseguras e se isolam dos outros, como se fosse antipática. Isso deve ser
encarado com seriedade, pois a timidez pode acompanhá-la a vida toda. É
preciso que a criança tímida participe de competições, jogos e brincadeiras
para que não perca a sua autoconfiança e seja sempre elogiado, formando
uma auto-imagem positiva, recebendo amor, afeto e apoio de todos.
Como diz Miranda (2009, p.1):
Tecnicamente, timidez é ansiedade em situações sociais.Contudo, a palavra “medo” está consagrada pelo uso, seja para descrever a timidez, seja para descrever uma situação em que a pessoa se sente ameaçada a despeito da ausência de ameaça real. Isso ocorre mesmo em publicações médicas. É considerado normal que pessoas se sintam ameaçadas onde não existe perigo real, desde que isso ocorra ocasionalmente ou em circunstâncias específicas, e desde que não haja prejuízo significativo. A maioria das pessoas tímidas contribui para formar esse padrão médio. Entre quarenta e cinqüenta por cento da população mundial se enquadram nos critérios de diagnóstico da timidez, em suas muitas apresentações.
As pessoas portadoras de timidez não são consideradas doentes, não
apresentam transtornos mentais, mas é uma ocorrência comum e está ligada a
situações específicas.
36
CAPITULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Para demonstrar que a atividade recreativa pode melhorar o vínculo
sócio afetivo e o estado comportamental das crianças, após aprovação do
Comitê de Ética e pesquisa do Unisalesiano. (CEP), Protocolo nº260, foi
realizada uma pesquisa de campo no Núcleo Educativo Garotos do Bairro de
Lins, no período de 1 à 30 de Setembro de 2009.
Os métodos e técnicas utilizados foram:
Estudo de caso: foram observados e analisados a importância da
atividades recreativas e lúdicas associadas ao estado comportamental e afetivo
das crianças com idade de 7 a 12 anos.
Método de observação sistemática: foram observadas as atividades
recreativas no local da pesquisa.
Foram avaliados os depoimentos da professora e da diretora do Núcleo
e um profissional de educação física que fez acompanhamento durante as
atividades.
Foram utilizadas as técnicas de:
Roteiro de estudo de caso (APÊNDICE A);
Roteiro de entrevista a diretora (APÊNDICE B);
Roteiro de entrevista a professora (APÊNDICE C);
Termo de Consentimento livre e esclarecido (ANEXO A).
3.1 Caracterizado do local ou Núcleo Educativo Garotos do Bairro
O Núcleo Educativo Garotos do Bairro que está localizado na Rua José
Bráulio Junqueira de Andrade n°110, no Jardim Linense na cidade de Lins, está
37
funcionando há 10 anos, das 7h30min às 17h de segunda a sexta, com alguma
dificuldade por se tratar de uma entidade particular contam apenas com verbas
de doações, promoções e da empresa SP Leon Deny ADM Corretora de
Seguros Ltda, que mantém o pagamento quase total das despesas mensais.
A finalidade do Núcleo é atender as crianças próximas ao bairro que
ficam em casa sozinhas ou nas ruas, dando uma orientação moral e cívica.
Contam com aproximadamente 45 crianças, mas tem capacidade para 60, elas
chegam sozinhas ou acompanhadas dos pais. A faixa etária do núcleo é de 7 a
12 anos, as crianças que estudam de manhã vão a tarde e vice e versa. De
manhã as crianças tomam o café e almoçam no núcleo, à tarde almoçam e
tomam um lanche para irem embora.
O núcleo não conta com assistência médica, psicológica e odontológica,
mas quanto a pedagogia existem orientações e professores especializados.
Contam com 6 funcionários: 4 professores, 1 cozinheira e 1 caseiro.
O imóvel é particular e há com 4 salas amplas para atividades com as
crianças; secretaria, diretoria, cozinha e dispensa, banheiro feminino e
masculino, banheiro para funcionários, pátio para refeições e outras atividades
e uma quadra poliesportiva.
A programação é bem diversificada, com atividades como:
a) Momento da tarefa;
b) Educação artística;
c) Aula de Computação;
d) Educação física;
e) Psicomotricidade;
f) Aula de educação moral;
g) Aula de cidadania.
Essas atividades são distribuídas durante o horário e alternadas durante
a semana.
3.2 Relato do trabalho realizado
Através da entrevista com professor (APÊNDICE B) e com a diretora
38
(APÊNDICE C), os mesmos relataram que o comportamento das crianças são
alterados no dia-a-dia, sendo necessário, às vezes, chamar a atenção por
desobediência, pequenas discussões entre as crianças e para que participem
das atividades.
Através deste diagnóstico as atividades foram escolhidas de acordo com
os problemas relatados e estas poderão ajudar a melhorar o seu
comportamento, vínculo afetivo e participação nas atividades propostas.
3.2.1 Atividades aplicadas
O trabalho foi aplicado pelos formandos com a presença da orientadora ,
da professora responsável e a participação das crianças em todas as
atividades.
Foram realizadas as seguintes atividades: brincadeiras de roda e
músicas, ameba, pega-pega corrente e pique-bandeira.
Fonte: elaborada pelos autores, 2009 Figura 1: Concentração e explicação das atividades
39
3.2.2 Brincadeira de roda e músicas
Objetivo: desenvolver coordenação motora, raciocínio rápido e memória.
Desenvolvimento: os participantes fazem um círculo, no qual dão-se as
mãos, simultaneamente, cantam podendo haver uma coreografia.
As músicas foram usadas no início do trabalho para que as crianças
ficassem mais soltas, perdessem a timidez, participassem mais das outras
atividades. Com essa atividade percebeu-se como cada criança se
comportava, uma mais tímida que a outra e mais carente de afeto. No final da
atividade as crianças estavam sem timidez, com mais confiança e participação
nas brincadeiras e buscavam uma interação direta com o professor.
Fonte: elaborada pelos autores, 2009 Figura 2: Brincadeiras de roda
3.2.3 Ameba
Objetivo: desenvolver a agilidade e destreza.
40
Desenvolvimento: é um jogo individual como uma queimada, as crianças
se espalham pela quadra ou em um espaço grande, a bola é arremessada para
cima e quem estiver com a bola, não poderá andar, deverá tentar queimar uma
outra criança e a que for queimada senta no lugar e pode encostar em alguém
que esteja em pé ou pegando a bola se passar ao seu lado, para que esteja
livre novamente. Pode ser acrescentada mais de uma bola, para que o jogo
fique mais divertido.
A ameba como é um jogo individual, foi usada para ver a reação das
crianças em relação a queimar o amigo com a bola, como reagiriam numa
brincadeira que não precisa necessariamente da ajuda de ninguém.
Nesta atividade percebeu-se que o nível de competitividade foi grande.
Fonte: elaborada pelos autores, 2009
Figura 3: Ameba
3.2.5 Pega-pega corrente
Objetivo: desenvolver agilidade, raciocínio rápido e espírito de equipe.
Desenvolvimento: todas as crianças espalhadas pela quadra ou em um
espaço grande, começando apenas com um pegador, este tentará pegar os
41
outros e cada um que for pego, vai dando a mão para o pegador formando uma
grande corrente, até que se peguem todas as crianças.
O pega-pega corrente foi usado para que as crianças saibam trabalhar
em equipe, respeitando o próximo e lembrando que sem a ajuda do outro não
conseguirá completar a brincadeira.
Por ser um jogo cooperativo acaba não tendo um vencedor no final, mais
pode ser especificado que o último a ser tocado ganhe ou que não tenha um
vencedor.
Fonte: elaborada pelos autores, 2009 Figura 4: Pega-pega corrente
3.2.6 Pique- Bandeira
Objetivo: desenvolver agilidade e espírito de equipe.
Desenvolvimento: os participantes devem ser divididos em duas
equipes, em uma quadra ou espaço amplo, cada equipe deve ter uma bandeira
em sua base, para finalizar o jogo, deverá conseguir conquistar a bandeira da
sua equipe adversária sem que ninguém o toque, se for tocado o participante
42
deverá ficar imóvel esperando alguém de sua equipe para poder salva-lo e
continuar no jogo.
Mesmo sendo um jogo de equipe as crianças não souberam trabalhar,
buscando sempre a individualidade, tornando a brincadeira improdutiva.
O pique-bandeira foi usado com a participação dos professores como
uma competição, gerando uma integração entre eles, mais sem um vencedor,
para que só fosse um divertimento entre todos, finalizando as atividades.
Fonte: elaborada pelos autores, 2009
Figura 5: Pique-bandeira
3.3 Depoimentos dos profissionais
3.3.1 Professor de sala de aula
Professor do Ensino Fundamental, feminino, 28 anos, Cursando
Pedagogia, com experiência na Associação Beneficente Amigos da Criança
Londrina e Lar Anália Franco de Londrina.
43
Eis o seu depoimento:
O comportamento das crianças varia dia-a-dia, algumas
vezes é preciso chamar a atenção para que participem e
prestem atenção na aula. Quando a atenção delas é
chamada por mim, algumas obedecem e participam,
outras não. A coordenação motora delas é um nível
regular, na média. Em relação ao comportamento, andam
tendo reclamações das professoras de música e
informática. A recreação é muito importante para o
desenvolvimento tanto motor quanto psicológico da
criança. Raramente acontecem brigas entre eles, pois se
brigarem os pais ficam sabendo de tudo. O trabalho
aplicado foi muito bom, onde percebi a participação de
todos os alunos. (PROFESSORA, 28 ANOS).
3.3.2 Depoimento da diretora do núcleo
Diretora, Terapeuta Ocupacional do sexo feminino, 46 anos, com
experiência em Escola Pestalozzi do Rio Verde Goiás.
Eis o seu depoimento:
O professor de educação física é o profissional apto a
fazer com que as crianças tenham disciplina e respeito
pelo esporte e os limites do corpo. A recreação é uma
forma de interagir e socializar, podendo trabalhar a área
motora e cognitiva da criança. Segundo observação
pude verificar que as crianças se educaram na
disciplina e receberam atenção e orientação para uma
postura futura. Qualquer trabalho onde desenvolva a
área motora e todo o comportamento das crianças é
44
saudável. Na entidade visamos canalizar e direcionar o
caráter das crianças, visto que, estão na idade de plena
formação. O trabalho que tem sido direcionado faz com
que elas possam enxergar que existem outras
possibilidades na vida adulta e que só depende delas.
(DIRETORA, 46 ANOS).
3.4 Parecer final sobre o caso
Constatou-se através do proposto pela pesquisa e nos depoimentos
coletados que a recreação pode intervir no vínculo social e afetivo das
crianças, assim podendo contribuir para melhorar o estado comportamental e
no processo de ensino.
Após as aplicações das atividades recreativas (brincadeiras de roda e
músicas, ameba, pega-pega corrente e pique-bandeira), pode-se observar que
as crianças após as músicas, estavam menos tímidas, mais participativas e
com um prazer maior em brincar, enxerga-se a parte afetiva das crianças que
ao longo das atividades se mostraram com uma grande carência, as atividades
de equipe foram realizadas para que tivesse compreensão entre eles, respeito
e principalmente vontade de brincar.
O profissional de Educação Física deve diversificar as atividades
recreativas e introduzi-las em um contexto geral no aprendizado diário das
crianças para serem absorvidos no seu comportamento do dia-a-dia, frente a
outras populações como forma de socialização.
3.5 Discussão
Nos artigos selecionados na literatura nacional, o brincar é visto como
uma atividade inserida no cotidiano da criança. (MATSUKURA,2001).
45
Tanto no Núcleo, como em outras escolas, o brincar deve ser sempre
inserido pelo menos uma vez por semana para que as crianças possam ter
seus momentos de lazer, trabalhando a parte afetiva e comportamental com
prazer e diversão.
O brincar designa as atividades que são parecidas entre si pelo lúdico. O
jogo e a brincadeira são termos utilizados para se referir a essa forma de
atividade, englobando as atividades lúdicas realizadas nessa fase da criança.
(CARVALHO; FIORONI; ALMEIDA, 2006)
Foram utilizadas brincadeiras com diferentes propósitos, algumas para
quebrar o gelo, gerar confiança e participação das crianças, outras trabalhando
a parte individual e a parte em equipe.
...a possibilidade de trazer o jogo para dentro da escola é uma possibilidade de pensar a educação numa perspectiva criadora, autônoma, consciente. Através do jogo, não somente abre-se uma porta para o mundo social e para a cultura infantil como se encontra uma rica possibilidade de incentivar o seu desenvolvimento. (FRIEDMAN, 1996, p.56)
Trazendo o jogo para a escola a criança trabalha a memória, a
coordenação motora, fazendo com que desenvolva a imaginação, explorando e
conhecendo o mundo.
Utilizando-se desse recurso, o professor poderá alcançar excelentes
resultados no processo de aprendizagem.
Neste estudo pode-se evidenciar através dos depoimentos coletados,
que a recreação envolve a afetividade e socialização das crianças através dos
jogos e de dinâmicas interferindo no seu estado comportamental e emocional.
46
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após a constatação da importância do educador físico no estado
comportamental e afetivo das crianças, as atividades recreativas e a
possibilidade de aplicação no núcleo, a proposta de intervenção que se deseja
fazer é:
a) Contratar um educador físico não só para parte de recreação mas
para a parte esportiva.
b) Que seja feito um trabalho especifico e mais longo, para analisar a
individualidade de cada criança, vendo seu comportamento e a parte
sócio-afetiva.
c) Que o Núcleo e o Unisalesiano possam fazer uma parceria para que
estagiários façam um programa de recreação diferente do que eles já
possuem lá, assim as crianças aprenderiam se divertindo.
O trabalho não termina aqui. Que futuras pesquisas sejam realizadas
utilizando outros tipos e níveis de recreação.
Sendo assim, a idéia proposta é que sejam realizados estudos futuros,
focando outros tipos de recreações e por um período maior de tempo.
47
CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos e depoimentos coletados, pode-se dizer
que os objetivos traçados foram positivos, mostrando que a recreação interfere
no comportamento e na parte sócio-afetiva das crianças do Núcleo Educativo
Garotos do Bairro de Lins, sendo crianças carentes, de baixo nível
socioeconômico as quais criaram um vínculo afetivo em relação ao professor,
este torna o ambiente voltado para brincadeiras.
Verificou-se a importância das atividades recreativas na vida das
crianças, não só no núcleo, como em outros lugares para abrir espaço aos
educadores físicos e que a recreação melhore não só na parte de
comportamento, mas na parte afetiva também, buscando o que há de melhor
nas crianças e suprindo as suas necessidades.
O educador físico deve saber agir na hora certa, ensinar de um modo
correto, executando e elaborando os objetivos a serem alcançados e que o
aluno aprenda de uma forma prazerosa e interessante para que tenha um
melhor rendimento e participação.
As emoções da criança aparecem enquanto ela esta brincando, com
isso a sua individualidade e personalidade começam a aparecer.
Para finalizar, a recreação mostra que as crianças podem aprender
brincando, de uma forma prazerosa e que saibam trabalhar em grupo, sem
muito individualismo, respeitando o próximo e suas diferenças.
48
REFERÊNCIAS
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ANTUNES, C. Educação Infantil: prioridade imprescindível. Petrópolis: Vozes, 2004.
BATISTA, T.C.S; SANTOS, T.P.J. Uma proposta de recreação e lazer para melhoria da qualidade de vida para os usuários do centro social urbano – CSU. Monografia do curso de Educação Física. Lins-SP, 2004.
BERNARD, h.et al; Conholato, M. C.; Fares, J. (Coord.) O jogo e a construção do conhecimento na pré-escola – São Paulo: FDE Diretoria Técnica, 1991. (Série Idéias; n.10).
BISCOLI, I. Â. Atividade lúdica uma análise da produção acadêmica brasileira no período de 1995 a 2001. 2005. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: educação física. Brasília:MEC/SEF, 1997. BRITTO, L.F.F; FERREIRA, M.J.N. A elaboração de um manual de orientação familiar referente ao comportamento infantil dos 3 aos 6 anos. Monografia do curso de Terapia Ocupacional. Lins-SP, 2005.
BROTTO, F.D. Jogos cooperativos. Santos: Projeto Cooperativo, 2001.
CARVALHO, C.D.R; FIORONI, S.A; ALMEIDA, S.M. Monografia do curso de Educação Física. Lins-SP, 2006.
CASELLE, R.Y; COSTA, R.S. A importância do lazer no desenvolvimento do programa escola da família. Monografia do curso de educação física. Lins-SP, 2007.
CAVALLARI, V.R; ZACHARIAS, V. Trabalhando com recreação. São Paulo: Ícone, 1995.
DANTAS, H. Afetividade e a construção do sujeito na psicogenética. São Paulo: Summus Editorial, 2003..
49
DIAS, K.P. Educação Física x Violência: uma abordagem com meninos de rua. Rio de Janeiro: Sprint, 1996. DUMAZEDIER, J. Sociologia Empírica do Lazer. São Paulo: Perspectiva, 1999. FERLAND, F. O modelo lúdico: o brincar, a criança com deficiência física e a terapia ocupacional. São Paulo: Roca, 2006. FORTUNA, T. R. Papel do brincar. Aspectos relevantes a considerar no trabalho lúdico. In. Revista do professor. Porto Alegre, 18 (71): 9-14, jul./set. 2002. FRIEDMAN, A. Brincar: crescer e aprender – O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. FRIETZEN, S, J. Dinâmicas de recreação e jogos. Rio de Janeiro: Petrópolis. 1995. GUERRA, M. Recreação e Lazer. Porto Alegre: Sagra, 1985. IKEHARA, E; MONTEIRO, Y.S. A influência do brincar no comportamento de crianças de 5 a 6 anos. Monografia do curso de Terapia Ocupacional. Lins-SP, 2006. KISHIMOTO, T,M. Jogo, brincadeira, brinquedo e a educação. São Paulo: Cortez. 1997. LARIZZATTI, M.F. Lazer e Recreação para o turismo. Rio de Janeiro: Sprint, 2005, 223p. MACHADO, N.V. A educação física e recreação para o pré-escolar. Brasília: a Autora, 1985. MARTINS, R. O medo na criança. Disponível em <http://educacaodeinfancia. com/o-medo-na-crianca> Acesso em 23 de set. de 2009. MATSUKURA, T. M. Terapia ocupacional em psiquiatria infantil. Revista do
50
CETO – Centro de Estudos de Terapia Ocupacional, n.6, p.25-7,2001. MIAN, R. Monitor ou Recreação: Formação profissional. São Paulo. Texto Novo. 2003. MIELNIK, I. O Comportamento infantil: técnicas e métodos para entender as crianças. 2. ed. São Paulo: IBRASA, 1982. MIRANDA, N. 200 jogos infantis. 13. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1993. MIRANDA, R. A timidez é medo ou ansiedade?. Disponível em <http://www. timidez-ansiedade.com/art/timidez/medo-ansiedade.htm> Acesso em 02 de set. de 2009. NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil: simbolismo e jogo. Porto Alegre: Prodil, 1994. NOGUEIRA, J. E.; MARTINEZ, L. R. M. Recreação e socialização no âmbito escolar. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 13, n. 120, Mai 2008. Disponível em http://www.efdeportes.com. Acesso em 22 de out de 2009. PIAGET, J. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. SACHETTO, K. K. Agressividade infantil. Disponível em <http://guiadobebe. uol.com.br/ bb5a6/a_agressividade_infantil__bullying.htm> Acesso em 17 de set. de 2009. SAMPAIO, E. A. e NOVAES, L. H. V.S. Brincar é também aprender? Pediatria Moderna, VOL.XXXVII – Nº4- Abr. 2001. SOLAR, R. Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WINICOTT, W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago,1975.
52
APÊNDICE A – Roteiro de estudo de caso
1. INTRODUÇÃO
Será realizado estudo de caso com forma de intervenção no Núcleo
Educativo Garotos do Bairro de Lins, analisando aspectos direcionados para o
comportamento da criança, afetividade e o envolvimento para com as
atividades recreativas lúdicas e psicomotoras.
2. RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
O estudo será aprimorado com depoimento da professora e diretora
atuante no Núcleo Educativo Garotos do Bairro de Lins.
3. DISCUSSÃO
Confronto entre a teoria proposta pela literatura e a apresentação da
pesquisa realizada.
4. PARECER FINAL SOBRE O CASO E, AS SUGESTÕES SOBRE A
MANUTENÇÃO OU AS MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS
53
APÊNDICE B – Roteiro de Entrevista a Professora
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Idade: Sexo:
Residência: Estado:
Formação:
Experiência Profissional:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) Como é o comportamento das crianças em sala de aula?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
2) Qual o nível de atenção das crianças com relação a aula ?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
3) Como é a reação das crianças quando você chama a atenção ?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
4) Como v. avalia a coordenação motora das crianças?
( ) muito ruim ( ) ruim ( ) regular ( ) boa
5) V. tem reclamações sobre o comportamento das crianças?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
6) V. considera a recreação importante para o desenvolvimento das crianças?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
7) Existem brigas e discussões freqüentes?
54
....................................................................................................................
....................................................................................................................
....................................................................................................................
8) Dê seu depoimento sobre o trabalho do educador físico que foi aplicado no
Núcleo Educativo Garotos do Bairro.
....................................................................................................................
....................................................................................................................
....................................................................................................................
55
APÊNDICE C – Roteiro de Entrevista a Diretora
I – IDENTIFICAÇÃO
Idade: Sexo:
Residência: Estado:
Formação:
Experiência Profissional:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) V. acredita que o professor de Educação Física pode intervir no
comportamento das crianças com as atividades recreativas?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
2) V. considera a recreação importante para o desenvolvimento das
crianças?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
3) Dê seu depoimento sobre o trabalho do educador físico que foi aplicado
no Núcleo Educativo Garotos do Bairro.
....................................................................................................................
....................................................................................................................
4) V. acredita que pode ser importante a implantação da atividade
recreativa dentro do Núcleo?
....................................................................................................................
....................................................................................................................
57
ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 01 de 13/06/98 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. Nome do Paciente: Documento de Identidade nº
Sexo:
Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade: U.F.
Telefone:
CEP:
1. Responsável Legal: Documento de Identidade nº
Sexo: Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade: U.F.
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. Título do protocolo de pesquisa: 2. Pesquisador responsável: Cargo/função: Inscr.Cons.Regional: Unidade ou Departamento do Solicitante:
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência
imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
58
5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar)
6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar) 7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar) 8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar) 9. Duração da pesquisa: 10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em / /
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
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IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido(a) pelo pesquisador, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II.
________________________________ Local, / / .
Assinatura
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......: