Interpretação Sísmica Para Geólogos

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    ndice

    Captulos Pginas

    Introduo

    Captulo 1. Caractersticas da Atividade de InterpretaoSsmica 5-10

    Captulo 2. Formatos, Qualidade e Correo dos Dados Usados 10-28em Trabalhos de Interpretao

    Captulo 3. Comportamento Ssmico das Rochas 29-33

    Captulo 4. Correlao Rocha/Perfil /Ssmica e RelaoTempo Profundidade 33-38

    Captulo 5. Importncia da Forma de Representao do Dado 39-46Ssmico

    Captulo 6. Interpretao Ssmica Estrutural 47-64

    Captulo 7. Interpretao Sismoestratigrfica 65-79

    Captulo 8. Atributos Ssmicos 80-87

    Captulo 9. Interpretao de Dados No Convencionais 89-97

    CADERNO DE EXERCCIOS

    1-Construo do cubo 3D2-Construo de mapa estrutural com sees verticais3-Construo do sismograma sinttico

    4-Correlao do sismograma sinttico5-Interpretao de falhas6-Estimativa do strike de falha em sees arbitrrias7-Correlao entre time slice e sees verticais8-Construo de mapa estrutural com time slices e sees verticais9-Interpretao de AVO10-Interpretao 4D11-Cronologia da Interpretao12-Exerccio integrado na plataforma OpenDtect (vrios exerccios, com a utilizao dedado ssmico martimo e respectivos poos de campo do mar do Norte)

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    Introduo

    O conceito, ainda compartilhado por muitos profissionais, de que ainterpretao ssmica seja uma atividade notadamente subjetiva justifica,em parte, o nmero relativamente pequeno de publicaes sobre o tema,disponveis na indstria do petrleo especialmente no nosso idioma.Soma-se ainda outras razes como a rapidez com que evoluem asprticas adotadas no dia a dia daqueles profissionais ou o ainda aspectomultidisciplinar exigido para um desempenho eficaz na atividade o queaumenta sobremaneira o universo de cincias complementares que

    precisariam ser abordadas em uma publicao voltada para os aspectosfundamentais da interpretao.Motivado pela contribuio em diminuir tal lacuna, sintetizamos nestematerial, a experincia desenvolvida ao longo de anos da prtica deinterpretao ssmica e da atividade docente, apresentando aoparticipante, o universo bsico de conhecimentos necessrios paraaqueles interessados em explorar preliminarmente todas as competnciasnecessrias ao exerccio cotidiano da Interpretao Ssmica.Como no podia deixar de ser em um curso desta natureza,acrescentamos substancial nmero de exerccios prticos, inclusive comsoftware industrial, para que os participantes possam, guardadas asdevidas propores, ter experincias prticas semelhantes as das rotinasvivenciadas no dia a dia dos trabalhos de interpretao ssmica.

    Marco C. Schinelli Abril, 2011

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    CAPTULO 1 - CARACTERISTICAS DA ATIVIDADE DE INTERPRETAOSSMICA

    Antes de apresentarmos os fundamentos e prticas da Interpretao Ssmicareservamos algum tempo para reflexo sobre aspectos conceituais que suportam aatividade, e competncias recomendadas para os profissionais nela envolvidos. Taisconceitos podem ser teis na definio da estratgia pessoal de formao para osfuturos intrpretes.

    1.1 O que Interpretao Ssmica?

    Segundo Sheriff (*1), interpretao ssmica pode ser definida como toda a

    atividade necessria construo de um modelo geolgico plausvel que sejacompatvel com o dado ssmico observado. Esta definio aponta para um aspectocrucial da atividade: a observao. Sem enveredar por consideraes filosficas o ato deobservar exige objeto e observador, independentes entre si, onde o primeiro pode nose apresentar de forma absolutamente clara no sentido de permitir ao observadorcaracteriz-lo fielmente, ao passo que o observador pode, com sua perspectiva nica,identificar o objeto de maneira pessoal e distorcida da realidade (pelo menos da suarealidade...). Ou seja, a ato de interpretar depende fundamentalmente da qualidade equantidade de informaes disponveis e da experincia e ferramentas de que dispe ointerprete, na tentativa de transformar todos os dados em uma soluo fiel ao contexto

    geolgico que a produziu.A ttulo de exemplo, apresentamos algumas das atividades cotidianas de um intrpretede dados ssmicos na indstria do petrleo:

    Gerao de mapa estrutural em tempo ou profundidade, com identificao dasreas estruturalmente favorveis acumulao de hidrocarbonetos, seja sob oponto de vista da posio estrutural, seja pela identificao das caractersticasapropriadas do sistema petrolfero;

    Estimativa da presena de fludos atravs da anlise do comportamento devariao de amplitude com o afastamento fonte receptor dos dados ssmicos

    (tcnica conhecida como AVO ou Amplitude Versus Offset, e que veremos maisadiante no captulo 8);

    Estimativa litolgica para predio da existncia de reservatrios que possamacumular hidrocarbonetos, rochas geradoras, selantes ou outras. Dentre asmetodologias usadas com este propsito, podemos citar a estimativa daimpedncia acstica das rochas, (apresentada tambm no captulo 8) ou ocomportamento de AVO citado anteriormente;

    Identificao do comportamento de fluxo de fluidos durantes os processo deproduo atravs da anlise da variao da resposta ssmica ao longo do tempo,tcnica conhecida como ssmica 4D (captulo 9);

    Identificao da presena de falhas que possam atuar como barreiras ao fluxo defludos durante os processos de produo ou repressurizao de reservatrios;

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    Discusso e fornecimento para profissionais especializados em aquisio ssmicadas caractersticas da rea na qual o intrprete desenvolver seu trabalho(profundidade dos objetivos, resoluo esperada, mergulho mximo, etc.);

    Participao, junto com geofsicos do processamento ssmico, de etapasimportantes do processamento dos dados ssmicos com os quais ir trabalhar.

    Por exemplo, o intrprete indicar a profundidade dos objetivos, far ainterpretao de velocidades para estaqueamento, ajudar na escolha da funomute ou dos filtros de coerncia e freqncia que venham a ser usados, oufornecer horizontes interpretados em tempo e suas respectivas amarraes emprofundidade em poos existentes na rea para construo de um eficientemodelo para calibrao da migrao PSDM ou converso TxZ.

    1.2 Perfil do Intrprete

    Uma questo muito discutida, principalmente pelos responsveis por treinamento eformao de novos profissionais, sobre as diferentes competncias recomendadas formao de um bom intrprete. Sem a pretenso de conhecer todas as respostas ouesgotar o assunto apresento, sem ordem de importncia, alguns requisitos que achodevam merecer ateno dos candidatos intrprete:

    a) Conhecer a Geologia da bacia onde ir trabalhar: A evoluo da bacia, osambientes deposicionais nos quais se desenvolveram os principais geradores ereservatrios, a dinmica e estilo tectnico, tipos de trapa, a presena de condies degerao, migrao e acumulao de hidrocarbonetos so, indiscutivelmente, alguns dosconhecimentos indispensveis para o intrprete, especialmente aos que forem trabalharno contexto exploratrio;

    b) Pesquisar toda informao necessria ao trabalho a ser desenvolvido, isto , terem mos todas as informaes geradas por trabalhos anteriores na mesma rea comoforma de evitar retrabalho e iniciar sua atividade com um mnimo de informaes teis;

    c) Conhecimentos bsicos sobre mtodos potenciais, geoqumico, sismoestrati-grficos, etc. importante perceber que cada diferente trabalho de interpretao exigeum diferente perfil, ou seja, exige conhecimento maior ou menor de diferentesdisciplinas. Por exemplo, durante a fase exploratria, em rea ainda pouco explorada,os mtodos potencias podem ser um coadjuvante importante, especialmente nadefinio do arcabouo e principais feies estruturais. Na fase explotatria, em baciasmaduras, o conhecimento da interpretao de perfis de poos pode ser um auxiliarimportante na correlao das sismofcies com os diferentes tipos de reservatrios;

    d) Capacidade de aprender com os erros que inevitavelmente sero cometidos. Omaior benefcio que se pode extrair dos insucessos a possibilidade de identificao doserros cometidos de forma a aperfeioar o processo de interpretao. A anlisedesenvolvida nos post mortem realizados aps as perfuraes mal sucedidas so umaexcelente oportunidade para aperfeioamento da metodologia e estratgia exploratria;

    e) No se deixar encantar pela primeira soluo encontrada para o quebra-cabea exploratrio. Freqentemente, especialmente quando existe limitao deinformaes, e muitas vezes influenciado por prazos apertados, o intrprete adota aprimeira soluo que se apresenta, esquecendo que freqentemente, existem outras

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    alternativas que precisam ser consideradas, j que o trabalho de interpretao no podeser considerado com uma cincia exata. Hoje existem metodologias para lidarestatisticamente com incertezas e considerar vrias solues que paream adequadaspara um mesmo problema exploratrio.

    f) Conhecer as ferramentas que vai usar no seu dia a dia. cada vez maior onmero de softwares especialistas manuseados pelo interprete. Os programas deinterpretao se transformaram em plataformas complexas que possibilitam dainterpretao convencional ou volumtrica, a gerao e anlise de atributos ssmicos,construo de sismogramas sintticos, modelagem dos efeitos de substituio defluidos, s para citar alguns. Saber usar tais ferramentas com um mnimo deprofundidade no garante, por si s, a eficcia do trabalho, mas o tornar mais rpido eajudar na garantia da sua assertividade.

    g) A interpretao de dados ssmicos exige certa capacidade crtica da qualidadedos dados ssmicos ou de poos. Dessa forma conhecimentos fundamentais sobre

    aquisio e processamento podem agregar muita eficincia ao trabalho do interprete,no s na fase de planejamento e parametrizao de novas aquisies ou durante oacompanhamento do processamento ssmico, mas tambm na depurao e identificaode dados ssmicos imprprios, que precisem ser descartados ou corrigidos. O ideal que o profissional de interpretao tenha alguma experincia em aquisio eprocessamento. Conhecimentos de perfis de poos tambm seriam recomendados. Aterceirizao de servios de perfilagem, aquisio ou processamento no deve servir demotivo para que o intrprete no se envolva com a parametrizao e controle dequalidade da aquisio ou seu posterior processamento. Para confiar na fidelidade dosdados disponveis so necessrios conhecimentos bsicos e acompanhamento em toda a

    cadeia desde seu planejamento e parametrizao, at sua disponibilizao para ointrprete.

    Figura 1.1 O Super (nemtanto...) intrprete !

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    1.3 Interpretao exploratria X de produo

    Chamamos de interpretao exploratria aquela voltada identificao de potenciaisacumulaes de hidrocarbonetos ainda no descobertas. Normalmente ocorre emsituaes onde existe certo desconhecimento sobre as caractersticas geolgicas da rea

    em avaliao e, por conseguinte, com maior risco. J no contexto de produo, ouexplotatrio, o papel do intrprete ser o de usar metodologias prprias para otimizar ofator de recuperao da jazida durante a sua vida produtiva.Uma diferena bsica est na maior quantidade de restries existentes no ambiente de

    produo, onde o maior nmero de poos, com informaes sobre aspectos estruturaisnem sempre revelados pela ssmica, variaes da qualidade do reservatrio,conectividade indicada pela anlise do gradiente de presso do reservatrio observadanos poos, diferentes contatos, a dinmica de produo do reservatrio e outrasinformaes, apresentam ao interprete certo nmero de condicionantes que ao mesmotempo em que tornam seu trabalho mais determinstico, o impedem de ser mais ousado.

    J no ambiente exploratrio afasta-se o intrprete do zoom e quantidade de informaesque exige maior ateno aos condicionantes geolgicos, novos modelos, sistemasdeposicionais, rotas de migrao, sincronismo, etc.; enfim, solues mais arrojadas.Naturalmente, em funo destas diferenas, o perfil do profissional mais adequado paracada atividade tambm diferente, razo pela qual nem sempre um bem sucedidointrprete exploratrio se sente confortvel na rotina da interpretao explotatria evice-versa, sendo inclusive, uma das razes pelas quais muitas empresas constituemgrupos diferentes de intrpretes para atuarem em cada uma das duas reas, embora osdois profissionais tutelem, cada qual ao seu tempo, o suporte de interpretao ssmicada mesma rea.

    1.4 Subjetividade da Interpretao

    Aspecto quase folclrico do imaginrio dos profissionais de interpretao, e difundidoespecialmente por aqueles que tm uma compreenso apenas superficial do que seja ainterpretao ssmica, a impresso, de que com um mesmo conjunto de dados, dezdiferentes intrpretes, seriam capazes de produzir dez mapas substancialmentediferentes... A este respeito podemos afirmar que a subjetividade da interpretao inversamente proporcional quantidade e qualidade da informao disponvel, e prazopara desenvolvimento dos trabalhos. No exemplo apresentado na figura 1.2, com o

    mesmo conjunto de dados foram produzidos trs diferentes mapas, todos honrando ospontos originais, mas usando tendncias diferentes para gridagem e contorno. Damesma forma, quando os dados so escassos, de m qualidade e o prazo exguo podemser geradas diferentes solues para um mesmo universo de dados, sem que istocaracterize a Interpretao Ssmica como uma cincia inexata.

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    1.5 Grupos multidisciplinares

    A crescente insero do interprete em grupos multidisciplinares exigeconhecimento, ainda que bsico, de outras cincias coadjuvantes do processo deinterpretao. Para uma proveitosa interao entre geofsicos, gelogos, engenheiros deperfurao e produo, especialistas em acompanhamento geolgico e perfilagem, eoutros partcipes do processo de interpretao ssmica, importante no s umvocabulrio comum, mas um planejamento e metodologia de interpretao que

    aproveite desde o incio dos trabalhos de interpretao, todo o auxlio que pode serproporcionado por aquelas diferentes disciplinas. Por exemplo, no processo dainterpretao exploratria, ser indispensvel um exerccio de estimativa quantitativada economicidade de uma possvel descoberta em termos de lucro produzido no futuro.Mas no basta estimar o volume de leo recupervel. necessrio estimar o custo dasua produo, a logstica para transporte e refino, diferentes cenrios de preos, dentreoutras anlises que podem levar a se desistir da perfurao de uma oportunidade queaos olhos do cenrio de retorno dos investimentos possa parecer desinteressantenaquele momento.

    Figura 1.3 A importncia dos grupos multidisciplinares

    Vamos comear areunio antes quechegue o engenheiro !

    Poxa, seria timo, masvoce se esqueceu deque ele o chefe ???

    Figura 1.2 Mapasdiferentes para o mesmo

    conjunto de dados deentrada A subjetividadeda interpretao.

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    Muitas vezes essa anlise especializada exige profissionais que se dedicam inteiramentea tais aspectos e tem seu jargo e metodologias prprias. Para o intrprete portanto,indispensvel, conhecer como tal trabalho se desenvolve, inclusive para entender o

    impacto das informaes que ele fornecer nas estimativas feitas por aquele grupo deprofissionais. No contexto da produo, o intrprete precisa conhecer a metodologiausada para a estimativa feita pelos engenheiros do comportamento hidrulico dos

    fluidos no reservatrio. Essa estimativa poder apontar para a existncia de falhas oubarreiras de fluxo, que mesmo que no sejam imediatamente reconhecidas no dadossmico, precisam ser consideradas no contexto da interpretao explotatria.

    CAPTULO 2 FORMATOS, QUALIDADE E CORREO DOS DADOS USADOSNOS TRABALHOS DE INTERPRETAO

    Introduzimos este captulo para chamar ateno dos itens que devem ser verificadosaps o carregamento de dados em um projeto de interpretao. Em grandes empresasexistem muitas vezes profissionais especializados no carregamento de dados ssmicos,de poos e outros. Em outras, costuma-se contratar profissionais das prprias empresasque desenvolveram os programas de interpretao para fazer o carregamento de dados.Eventualmente o prprio intrprete tem essa obrigao. Qualquer que seja o processoadotado para carregamento de dados a responsabilidade pela confiabilidade nacorreo do georeferenciamento, formatos e outras caractersticas intrnsecas dos dadosde interpretao ser sempre do profissional que trabalhar com eles. Por isso, aointrprete fundamental, mesmo que desconhea as rotinas de carregamento, saberdiagnosticar os erros mais comuns. Muitas vezes, em funo da urgncia do trabalho deinterpretao, essa fase de avaliao minuciosa dispensada, impedindo o profissionalde identificar erros que eventualmente s sero revelados pela broca... Por essa razodestacamos a seguir um conjunto de erros muito comuns e que devem ser evitados.

    2.1 Tipos de problemas relacionados ao carregamento de dados

    Dados comumente usados na interpretao ssmica:

    Dados ssmicos originais (2D, 3D, 4D, ssmica de poos, ssmica

    multicomponente, em tempo ou profundidade, antes ou aps stack); Dados de poos (perfis diversos, litologia, check-shot, dados de fluidos, presso,

    geoqumicos e outros); Dados culturais (mapas com limites das concesses, linha de costa, blocos

    exploratrios ou explotatrios vizinhos, estradas, etc) Dados de interpretaes pr-existentes (horizontes, falhas, mapas, etc) Atributos ssmicos diversos (velocidades do processamento, coerncia, fator de

    fludo, etc.)

    Cada dado tem formato prprio. Os dados ssmicos normalmente so providos emformato SEG-Y, mas que podem assumir outros formatos dentro dos softwares deinterpretao, com o propsito de otimizao da sua seleo e exibio em tela. Os

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    dados de poos podem ser fornecidos em formatos diversos, mas deve-se usarpreferencialmente o formato LAS (texto). J dados culturais podem ser fornecidos emXYZ ou formato CAD. Para carregamento dos diferentes dados nos programas de

    interpretao preciso um conhecimento bsico sobre diferentes formatos, de maneira aque se possa avaliar se esto no padro correto, se as coordenadas esto na posioesperada dentro do header, se a representao numrica adequada e outros.

    O formato SEG-Y

    O formato SEG-Y um padro da indstria (normatizado pela SEG - Society ofExploration Geophysicists) para representao de dados ssmicos e o intrprete deveestar familiarizado com o formato para analisar, durante o carregamento, se os dadosdispem de todas as informaes necessrias ao carregamento, no header (cabealho)dos traos ssmicos e no tape header (cabealho da fita com dados sobre a linha 2D oubloco 3D, sua localizao, sistemas de coordenadas e outras)

    No trecho compreendido entra os bytes um e 3200 est o chamado Header EBCDIC,uma espcie de cabealho com informaes diversas sobre a linha ssmica contida noarquivo. (nome/nmero da linha. Localizao, equipe de registro, etc.). Em seguida soapresentados o reel e o trace header.

    Veja a seguir a s caractersticas de um tpico registro SEG-Y:

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    Figura 1.4 Descrio do formato SEG-Y

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    No processo de carregamento indispensvel definio das posies no header dostraos, onde esto contidos o nmero do ponto de tiro e suas coordenadas X e Y (linhas2D) ou do nmero da linha e trao e respectivas coordenadas X e Y (3D). Embora opadro SEG-Y defina as suas exatas posies no trace header, por diferentes razesmuitas vezes o dado fornecido ao intrprete tem pequenas variaes de posicionamentode tais informaes no header e que precisam ser investigadas. Para isso uma boa

    alternativa so os programas de dump que ajudam a examinar o header dos traos(existem vrios disponibilizados na internet).

    O formato LAS

    Embora existam vrios outros padres para representao de dados de poos (LIS,CLIS, etc.), o formato LAS uma alternativa muito usada na indstria pararepresentao de dados de poos (posicionamento, curvas, etc.) por se tratar de umpadro ASCII, e que pode ser facilmente visualizado e editado.

    Figura 1.5 Exemplo do formato LAS

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    Em conjunto to amplo de diferentes dados, o processo de carregamento podeintroduzir erros graves. E muitas vezes tais erros so sutis, embora impactantes, e siro ser descobertos depois de muito tempo gasto pelo intrprete.Tais erros podem ser divididos basicamente em dois tipos: Erros de posicionamento eerros de formatao. No primeiro caso inclumos as situaes relacionadas aoposicionamento errado de poos e dados ssmicos. Esses erros podem ser de

    posicionamento espacial (coordenadas de dados ssmicos e de poos, inclusive desvios),e temporal (tambm chamado de deslocamento esttico) ou de profundidade.Os erros de posicionamento espacial obviamente decorrem do uso de coordenadaserradas, referenciadas a um sistema de projeo imprprio, decimao exagerada, ouainda informaes incorretas originadas no processamento ou na exportao do bancode dados geolgicos. Seu diagnstico exige comparao dos dados ssmicos entre si,comparao com outros mapas ssmicos e de poos, verificao da correlao do poocom o dado ssmico, dentre outros.Apresentamos a seguir alguns exemplos com as respectivas justificativas erecomendaes

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    2.1.1 Erros de posicionamento Figura 2.1 - No mapa baseao lado observamos a

    presena de linhas 2D quese estendem muito alem doslimites da malha 3D e que

    poderiam ter sido

    carregadas parcialmente,isto , somente o trecho quese sobrepe rea deinteresse. A incluso no

    projeto de poos e dadosssmicos que se estendemalm do ring fence ou reade interesse desperdiaespao em disco e tornamais lento o acesso eexibies da base de dados

    do projeto.

    Figura 2.2 - O poo que

    pode ser observada a sul damapa base esta carregadocom coordenadas erradas oque fez com que o basemapestendesse a rea deexibio para comportartambm a exibio do pooincludo no projeto. Todavez que includo no

    projeto um objeto (ssmica,poo ou dado cartogrfico)

    fora da rea de interesse omapa base fica alteradopara permitir visualizaodo conjunto

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    Figura 2.3 - O Carregamentode ssmica 3D feito aps adefinio de um grid, com ofornecimento (digitaomanual) dos trs pontosextremos e sua associaocom linhas e traos do dadossmico. Se as coordenadasestiverem erradas, ou aassociao com asreferncias do dado ssmico(linhas e traos) estiveremincorretas o dado ssmicoser posicionado no lugarerrado, como pode ser vistona pgina seguinte

    Figura 2.4 - A seta preta

    indica a posio correta do3D, que foi inicialmentecarregado em posioerrada (seta vermelha - b)

    por engano na converso dosistema de projeo original

    para o datum Aratu. Esseerro provocou variaes deat 250 metros em relao

    posio real.

    b

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    Figura 2.5 - O processo de carregamento de linhas 2D passa por uma fase de decimao dasinformaes de posicionamento dos pontos de tiro. No exemplo acima as coordenadas dos815 tiros foram reduzidas a 8 valores aps a decimao para uma tolerncia mxima de 20metros. Se o valor de decimao for aumentado demasiadamente, as sinuosidades da linhassmica no sero consideradas, podendo gerar erro de posicionamento significativo,conforme mostrado na figura seguinte.

    Figura 2.6 - A decimaousada para o carregamentodesta linha foi de 150

    metros, resultando na faltade percepo da curvatura(linha sem decimaosobreposta) que a linhaoriginal tem.

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    Figura 2.7 - A posio depoos no mapa base deveser confrontada comoutros mapas (como p. ex.os produzidos nossoftwares de mapeamento)

    pois podem tambmocorrer erros sutis de

    posicionamento. Outrapossibilidade de erro naintroduo dos valores de

    desvio, status do poo,nome, etc.

    Figura 2.8 - Por que o poo no exibido na seo ssmica? Usualmente por falta de relaotempo x profundidade para aquele poo, ou falta de informaes sobre a profundidade finalalcanada pelo poo. Outras possibilidades so a exibio de poos desligada na seo ssmica,

    ou critrio de distncia mxima para exibio insuficiente para que o poo seja projetado sobrea se o.

    B

    BA

    A

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    Figura 2.9 - Os dados cartogrficos podemtambm ser posicionados de forma erradaou carregados sem individualizao das

    poligonais que terminam sendo emendadas

    no processo de importao.

    Figura 2.10 - O carregamento de picks tambem pode ser feito com valor errado, umareferncia errada (datum da medida ou datum ssmico) ou ainda usar uma tabela derelao tempo x profundidade com algum erro. Normalmente estes erros soevidenciados pelo contexto da informao de outros poos e correlao dos pickscom assmica correspondente. Nas tabelas tempo x profundidade os erros podem ser

    evidenciados pelos valores de velocidade intervalar anmalos.

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    Figura 2.11 - Erros na definiodo datum ssmico (figurasuperior) , nas informaes de

    profundidade final e elevao damesa rotativa (ao lado) e erros narelao tempo x profundidades(figura abaixo) tambm podem

    provocar desajustes entre osdados ssmicos e as informaes

    de o os.

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    Figura 2.12 - A linha composta,2D + 3D mostra o efeito de um

    pequeno erro de posicionamento

    (150 m em relao a posiocorreta) da linha 2D em relao aposio correta (abaixo aesquerda). A depender daconformidade estrutural evariao de distncia provocada

    pelo erro de posicionamento averificao do erro pode ser maisdifcil como mostra a figura dadireita, especialmente quando osdados ssmicos so de gerao (e

    qualidade) diferentes.

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    2.1.2 Erros de formatao

    Os dados ssmicos tambm exigem uma formatao regular, isto , que se use a mesmarepresentao numrica (8,16 ou 32 bits) para todos os dados, evitar variaes de

    intervalo de amostragem, se possvel, em projetos 2D usar um mesmo espaamentoentre traos, o mesmo ganho, padro de numerao de linhas, etc. Esses cuidados almtornar a interpretao mais confivel, pouparo tempo no desenvolver dos trabalhos. Aseguir apresentamos alguns exemplos de problemas rotineiros.

    Figura 2.13 - O desajuste entre as duas linhas observado na figura direita se deve utilizao de intervalos de amostragem diferentes (4 e 2 ms). Observar que as escalas de

    tempo so diferentes em cada lado da seo. Especialmente em projetos 2D, recomendvel trabalhar com o mesmo intervalo de amostragem para todo o conjunto delinhas

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    Figura 2.14 - Na figurasuperior no foi corrigido odeslocamento esttico mistie - existente entre asduas linhas ( em torno de 300ms). Em situaes ondeexiste boa conformidadeestrutural e sequnciauniforme de refletores, podeser difcil diagnosticar aocorrncia de pequenosdeslocamentos. Observar nafigura de baixo a posiocorreta e melhor ajuste dasduas linhas. Este tipo dedeslocamento pode tambmexistir entre diferentes dados3D, ou mesmo entre versesde um mesmo dado ssmico,2 ou 3D, aps aplicao dediferentes processamentos.Tal deslocamento tem asmais variadas origens. Daaquisio, ao processamento,

    incluindo tambm errosdurante o carregamento.

    Figura 2.15 - A falta de padronizao na nomeao daslinhas carregadas dificulta sua seleo atravs dode opes a partir de listas, como pode ser visto narelao mostrada na figura ao lado, onde o uso dediferentes rtulos (as vezes um projeto carregado, eatualizado com o carregamento de novas linhas, durantesua vida til por diferentes profissionais, cada um com

    seu padro de rotulao, se no lhe for indicado umreferencial .

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    Resumindo, ao final deste captulo, queremos enfatizar a importncia de uma avaliaocalma e criteriosa de todo o tipo de dado carregado antes do incio dos trabalhos deinterpretao. A depender da quantidade de dados ssmicos e de poos essa avaliao ecorrees consequentes pode se estender por vrias semanas. A ttulo de sugestopropomos a seguinte sequencia a ser usada na avaliao do carregamento de dados:

    1- Verificar a estruturao do projeto, organizao da base Oracle, projetos Ssmicos eoutros;

    2- No mapa base verificar a posio de dados ssmicos, poos e culturais, se possvelcomparando-os com outros mapas e base de dados;

    3- Verificar a nomenclatura da base ssmica e de poos;4- Verificar individualmente dados ssmicos e de poos (erros de posicionamento,

    formatao, ganhos, picks, dados do well header, tabelas T x Z,etc);5- Fazer uma varredura nos dados ssmicos e correlao entre si e com poos. Usar

    loops, time slices e linhas arbitrrias.

    Figura 2.16 - Mais um problemaocasionado pela falta de padronizao noformato de armazenamento de dadosssmicos. Em algumas formas deexibio fica impossvel um fator deganho que represente simultaneamentedados de 8 e 32 bits como mostrados aolado. As vezes o formato o mesmo masas linhas ainda apresentam certa variaode amplitude como mostrado no exemploabaixo. Nestes casos, normalmenterelacionados a diferenas de tratamento(nvel RMS ou funo de ganho usada)das linhas durante o processamento, oPostStack (programa de processamentoda plataforma Landmark) pode ser usado

    para tornar a relao de amplitudes maisuniformes. A anlise de histogramasajuda na avaliao da distribuio deamplitudes. Os histogramas abaixoexemplificam duas representaes

    deficientes. A primeira (A) provocoucerto nvel de clipping . A segunda (B)no utilizou todo o range dinmico darepresentao com 8 bits.

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    CAPTULO 3 - COMPORTAMENTO SSMICO DAS ROCHAS

    Este um assunto muito importante para os intrpretes, pois antes de se iniciar otrabalho de interpretao, preciso saber qual a sensitividade do mtodo ssmico a

    seqncia litolgica presente na rea de trabalho, se a resoluo do dado ssmico sersuficiente para discriminao dos objetivos, que tipos de sismofcies sero encontrados,ou mesmo qual a variabilidade que se pode esperar para o horizonte que ser rastreado.Tais questes sero fundamentais para a estratgia de interpretao.Por exemplo, se a resoluo no for satisfatria o intrprete pode recorrer a atributosque otimizem a capacidade de identificao de camadas delgadas. Se a interface semostra nos sismogramas sintticos sismicamente invisvel, o intrprete poder rastrearum marco ssmico mais prximo e que guarde semelhana estrutural com o objetivoprincipal.

    Figura 3.1 A velocidade de propagao de ondas compressionais diferente para asvariadas litologias, porm existe certa superposio o que impede que seja usada comonico elemento para discriminao litolgica. Observe que areias e folhelhos tm muitasuperposio, enquanto para sal ou igneas, existe menor disperso J a visibilidadessmica depende fundamentalmente do contraste de impedncia entre os meios, daespessura da camada, e da razo sinal/rudo do dado ssmico.

    O comportamento ssmico das rochas depende de diversos fatores, tais como:Caractersticas petrofsicas das rochas, composio mineralgica, contedo de fludos,presso litosttica e de poros, contraste em relao s rochas encaixantes, o ambientedeposicional, etc. fundamental para o intrprete conhecer com a mximaprofundidade possvel todos estes condicionantes e seu reflexo na expresso ssmica doevento que pretende mapear. Utilizamos propositalmente a palavra evento paradesignar a expresso ssmica, ou sismofeio, daquilo que ser alvo de seu trabalho deinvestigao. Para evento Sheriff (ver bibliografia) usa a seguinte definio:...alinhamento em certo nmero de traos que indica a chegada de nova energiassmica, denotada por uma mudana sistemtica de fase ou amplitude em um registro

    ssmico. Pode indicar uma reflexo, refrao, difrao ou outro tipo de frente deonda.... Acrescentamos que tal evento pode corresponder a um alinhamento de

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    Valores mximos, mnimos ou zero cross de amplitude, indicativos do topo ou base deum reservatrio, como mais comum; Pode ser um evento guia sismicamente maisexpressivo e que guarde relao estrutural com o reservatrio alvo; Um intervalo detempo com predominncia de sismofeio caracterstica da presena de certo tipo dereservatrio; Valores de isoamplitude volumetricamente conectados, etc. Quaisquer quesejam os critrios usados pelo interprete para identificao de sismofeies indicadoras

    dos potenciais reservatrios preciso ter fundamentada a relao entre o evento ssmicoque se ir estudar e o fenmeno geolgico gerador daquela resposta ssmica.Para tal importante ter noo das mudanas que podem introduzir variaes nasismofeio a ser estudada e sua ocorrncia na rea em estudo. Variaes decomposio litolgica ou de espessura podem ter efeito direto na amplitude de eventos.A mudana de fluidos pode alterar amplitude e forma do pulso ssmico. A presena defalhas ou outras feies estruturais podem alterar atravs da simples convergncia oudisperso de energia, a amplitude de tais eventos. Isso sem falar em alteraesinvoluntrias originadas na aquisio, como certas marcas de aquisio ou efeitos daparametrizao utilizada no processamento dos dados. Apresentados estes conceitos,

    chamaremos de agora em diante de horizonte a representao geomtrica mais simplesde um evento ssmico. A figura mostrada em 3.4 refere-se a diferentes eventos quepodem ser utilizados no trabalho de interpretao

    Figura 3.2 Na figura a esquerda observamosque uma mesma interface pode mudar deresposta ssmica a depender das mudanas domeio subjacente, ou da espessura que separa osdois meios (efeito de tuning). J na figura do

    lado direito, observamos como diferentesespessuras e transies entre camadas, refleteno comportamento do pulso ssmico nainterface.

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    Figura 3.3 Uma interface pode mudar sua refletividade ao longo de uma rea emfuno de mudanas de estilo de terminaes dos estratos subjacentes, ou mesmodevido mudana de fluido presente nos poros.

    Definidas as caractersticas da interface, o intrprete dever atribuir caractersticas aohorizonte ssmico correspondente: tipo (ou onset) mximo, mnimo ou zero cross. Esseatributo do horizonte ser particularmente importante durante o processo

    automatizado de rastreamento, mas poder mudar se, conforme mostrado na figura 3.3,houver mudana nos estratos vizinhos ou mesmo na composio de afastamentos dotrao ssmico em funo de dificuldades durante a aquisio ssmica.

    Figura 3.4 Tipos de atributo de horizonte que podem ser associados a uma interface(onset) e variao da refletividade com o ngulo de incidncia (AVO). Se houvervariao na quantidade de afastamentos em funo de obstrues ou outrasdificuldades durante o processo de aquisio ssmica na rea, em funo daconseqente variao da coleo de ngulos na seo zero offset, se poder observarefeito esprio de variao da refletividade da interface. Por essa razo os mapas deamplitude devem ser preferencialmente avaliados luz dos mapas de cobertura.

    Figura 3.5 O acunhamentode camadas aproxima asreflexes de topo e base,

    provocando interfernciaque torna anmalas (muitoaltas ou muito baixas) asamplitudes correspondentesao topo do horizonte. Esse o efeito de tuning, mostradona figura esquerda do ladoinferior e cuja funo emostrada na figura abaixo

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    Uma dificuldade recorrente a definio da conveno de polaridade dos dadosssmicos. Muitas vezes no se tem informaes sobre a conveno de polaridade usadadurante a aquisio ou processamento. Nessas situaes o estudo da caracterstica da

    reflexo do fundo do mar (que corresponde a um coeficiente de reflexo positivo) podeajudar na definio da conveno de polaridade do dado com o qual se ir trabalhar.Outra alternativa eficiente para estimativa da conveno de polaridade a correlaodo sismograma sinttico com o dado ssmico e que ser tratada mais adiante.

    Figura 3.6 Em dados ssmicos em

    guas profundas, em que a reflexo dofundo do mar bem isolada, a suaavaliao pode servir para definio daconveno de polaridade do dado ssmicocorrespondente.

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    Figura 3.7 O conhecimento da natureza do ambiente deposicional (como nos depsitos de barrano canto superior direito) pode facilitar a identificao das sismofeies correspondentes. Assees do canto superior esquerdo mostram exemplo de sismofcies caractersticas de sistemasfluviais e nas figuras na parte de baixo temos exemplos de sismofcies de deltas.

    CAPTULO 4 CORRELAO ROCHA/PERFIL SSMICA E RELAO TEMPO PROFUNDIDADE

    O sismograma sinttico a modelagem da resposta ssmica em determinada rea,normalmente usando informaes de velocidade e densidade medidas em poos. Servea vrios propsitos como a calibrao de etapas do processamento ssmico, como adeconvoluo, correlao da litologia atravessada pelo poo com sua expresso ssmica,

    ou ainda para a estimativa da expresso ssmica de determinada interface.

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    Figura 4.1 O sismograma sinttico, dentre outras aplicaes, ajuda a correlacionar alitologia em profundidade, com o dado ssmico, em tempo.

    Figura 4.2 Etapas para produo do sismograma sinttico.

    Normalmente obtido pela convoluo de uma wavelet estimada (ou extrada do dadossmico de superfcie) com a refletividade estimada com base nos perfis de poos. Osperfis de tempo de trnsito e densidade so combinados para estimativa da funoimpedncia e posterior estimativa da refletividade.

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    Figura 4.3 Diferentes escalas d e medidas no processo de correlao rocha/ssmica.

    Antes de qualquer etapa necessrio avaliar a qualidade dos perfis atravs da inspeovisual, ou correlao com outras curvas. A correlao entre tempo de transito edimetro do poo pode ser um indicativo de que o perfil snico no muito apropriadopara construo da relao tempo x profundidade ou mesmo do sismograma sinttico, adepender da intensidade do arrombamento das paredes do poo, ou da espessura dereboco, efeitos que interferem no perfil snico.

    Figura 4.4 Crossplot entre o perfil snico e o caliper de um poo. Observe a boa (masindesejvel) correlao entre os perfis.

    Na inexistncia de perfis de velocidade ou densidade aqueles podem ser estimados

    partir de outros perfis ou com o uso de formulaes empricas como a frmula deGardner (que correlaciona tempo de transito e densidade), ou a equao da Faust, que

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    correlaciona resisitividade acstica e eltrica. Existem ainda mtodos computacionaiscomo a anlise multivariada ou redes neurais.

    A tendncia crescente que os dados ssmicos passem a ser apresentados einterpretados em profundidade. Porem, sero sempre registrados em tempo e oprocesso de transformao para profundidade depende da existncia de informaessobre a relao tempo/profundidade na rea. Com esse objetivo um rigoroso controleda relao tempo x profundidade fundamental. Sem tal controle a conversotempo/profundidade pode por em risco a confiabilidade dos mapas gerados e acarretarfalsas estruturas.

    So vrias as alternativas para converso TxZ. Vejamos algumas: Perfil snico + Check Shot O tempo de transito medido por perfis uma

    medida direta das velocidades na rea, mas fenmenos como a disperso eoutros, exigem que o perfil snico seja calibrado pela medida de alguns pontosde referncia do check-shot, tipo de ssmica de poo, que mede o tempo direto depropagao em algumas profundidades importante, como por exemplo no topodos objetivos geolgicos;

    VSP A ssmica de poo fornece uma estimativa direta da correlao tempo/profundidade j que geofones so colocados a diferentes profundidades dentrode poos receptor, e para cada posio fonte ssmica acionada na superfcie,produzindo medidas diretas da relao tempo/profundidade;

    Tabelas de refrao e outras Quase uma tradio, alguns interprete recorrem atabelas de relao tempo/profundidade produzidas por antigos levantamentosde refrao, ou por mdia de velocidade snica de vrios poos em uma mesmarea. Podem ser procedimentos vlidos, na falta de informao mais precisa,contanto que o intrprete tenha conhecimento da origem da tabela que ir usar.

    Velocidades ssmicas As velocidades utilizadas para correo de sobretemponormal, durante a fase de processamento ssmico, podem ser transformadas paravelocidades mdias para estimativa da relao tempo/profundidade. Observe-seque este mtodo embora independente de dados de poo para calibrao, no

    Figura 4.5 - Os sismogramassintticos servem no s paraa correlao de marcosgeolgicos com refletores

    ssmicos mas uma avaliaodetalhada do sismogramasinttico pode revelar qual olimite de resoluo temporalcom que o intrprete podertrabalhar assim como apresena de problemas detuning(mapas deamplitude,anlises deAVO,etc)

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    oferece a mesma preciso e depende intrinsecamente da qualidade dos dadosssmicos.

    Todas as alternativas tm suas limitaes. A presena de poos com check shot nogarante efeitos associados a variaes laterais de velocidade . O campo de velocidadesdeterminado pelo dado ssmico depende da sua qualidade, afastamentos utilizados epode tambm sofrer devido falta de cobertura em reas com obstculos, presena de

    mltiplas ou converso P-S, etc. por isso sempre surge a questo: Qual a melhor opo?Qual a mais usada? Esta questo deve ser considerada no contexto da complexidade docomportamento de variao de velocidades da rea estudada, tipo de informaodisponvel e natureza da interpretao que ser desenvolvida.... A tabela a seguirapresenta algumas das alternativas comumente usadas e suas caractersticas:

    Tabela 4.1 Comparao de diferentes fontes de relao tempo/profundidade.

    Os VSPs representam uma tcnica bastante til rea de caracterizao dereservatrios e explotao de campos maduros. Sua relao custo/benefcio e

    Tabela TxZ Normalmente proveniente de uma mdia de levantamentos de velocidade(LVV),informaes de refrao, etc. de facil/rpida utilizao para reas sem grandesvariaes laterais de velocidades

    Perfil snico mais apropriado para as relaes pontuais nas circunvizinhanas dos poosdesde que o perfil tenha recobrimento at a superfcie(check shot) e asnecessrias correes.

    Snico com interpolao uma alternativa boa se a interpolao no for apenas linear mas incorporaratravs de mtodos geoestatsticos, por exemplo, informaes geolgicasenvolvidas na relao TxZ

    Converso com migraopr-empilhamento

    Gera um cubo em profundidade. A dificuldade o controle tridimensional dasvelocidades a serem usadas.

    Velocidades deestaqueamento

    Na ausncia de poos ou outras fontes de informao pode oferecer umaaproximao razovel para a relao TxZ.

    Figura 4.6 - Os sismogramassintticos tambm soelementos importantes paraque se possa estimar oresoluo que se precisa pararesolver (identificarseparadamente a reflexo detopo e base) determinada

    camada que se pretendeinvestigar. O uso dediferentes wavelets permiteao intrprete avaliar se odado ssmico de que dispetem resoluo suficiente.

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    relativamente mais baixa que a ssmica tradicional e de menor dificuldade ambiental. Agrande dificuldade do uso de VSPs reside ainda na dificuldade do processamento naseparao de campos de ondas, tratamento de amplitudes e outras. Talvez por essarazo a tcnica no seja to difundida, especialmente no Brasil.

    Informaes adicionais podem ser obtidas nos seguintes artigos:

    -Vertical seismic profiles: Their application in exploration geophysics; P. Kennett et al.,Geophysical prospecting 1980;-A guide to current uses of vertical seismic profiles; M. L. Oristaglio, Geophysics, 1985;-Correcting amplitude, time and phase misties in seismic data; T. N. Bishop and G.Nunns, Geophysics, 1994;- A cost- effective reservoir imaging method using multiazimuth offset VSPs, C. E.

    Krohn et al, TLE, July 1995.

    Figura 4.7 Para correlao VSP/ssmica recomendvel usar diferentes bandas defreqncia j que poder existir diferena entre a wavelet do VSP e a da ssmica desuperfcie.

    Figura 4.8 - O mesmo mapa submetido a converso para profundidade usando tabela -relao T x Z constante (esquerda) e velocidades de processamento (direita)

    0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.000.00

    1.00

    2.00

    3.00

    4.00

    5.00

    6.00

    7.00

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    CAPTULO 5 A IMPORTNCIA DA FORMA DE REPRESENTAO DO DADOSSMICO

    Embora se observe clara tendncia de muitos programas usados hoje em diaprocurarem automatizar a identificao de feies ssmicas que correspondam a alvos

    do trabalho de interpretao, pode-se considerar que a maior parte do trabalho deidentificao de padres ainda feita visualmente pelos intrpretes, o que exigeespecial ateno na hora de definir a forma de representao do dado ssmico. Estaquesto, que para alguns pode parecer de natureza cosmtica, na verdade deve servista com o mximo cuidado durante os trabalhos de interpretao. Escalas horizontale vertical de exibio, a forma de representao do trao ssmico, tabelas de cores eoutros aspectos que influenciam no aspecto com que aparecem mapas e o dado ssmicopodem e devem ser exaustivamente avaliados durante os trabalhos de interpretao,sempre tendo em vista o tipo de feio que se quer identificar (Figura 5.1, abaixo).

    A B C D

    Figura 5.1 Diferentes formas de representao e tabelas de cores podem destacar outornar menos perceptveis feies ssmicas importantes para o intrprete. a) densidadevarivel com tons de cinza; b)wiggle com tons de cinza; c)densidade varivel compaleta varivel com 8 cores; d)densidade varivel com tons de cinza e marcadoramarelo sobre as amplitudes mais fortes

    Por exemplo, durante a fase de identificao das feies macro estruturais, as escalas deexibio do dado ssmico so significativamente diferentes das usadas durante omapeamento de detalhe como pode ser visto na figura 5.2. Dados ssmicos ou mapas deamplitude podem destacar facilmente valores extremos com uso de marcadores natabela de cores. Para visualizao de atributos complexos preciso conhecer o intervalonumrico que podem representar antes de escolher a tabela de cores mais adequada. Oganho aplicado para exibio pode promover excessiva equalizao, impedindo oreconhecimento dos eventos sismicamente mais importantes ou destacandodesnecessariamente rudos presentes na seo ssmica (Figura 5.3).

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    Figura 5.2 Diferentes escalas de exibio podem tornar mais evidentes ou sutis feiesestruturais como a falha indicada pela seta.

    Figura 5.3 Diferentes fatores de ganho de exibio podem tornar mais contnuosdeterminados eventos ssmicos, mas amplificam tambm, rudos ou outros eventos nocoerentes.

    No h como negar o trabalho emprico que exigir do interprete testar, no percurso decada trabalho, variadas escalas, fatores de ganho, tabelas de cores e outros parmetrosque podem produzir resultados muito bons em um projeto, mas de pouca ajuda emoutra rea ou em trabalho de diferente natureza. Tambm no podemos desconsiderar

    o aspecto pessoal da forma de representao dos dados ssmicos. Embora exista umconjunto bsico de formas de representao usadas pela maioria, no podemos definirum padro que permita a qualquer intrprete trabalhar confortavelmente j que se trata

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    da sensibilidade individual. Assim sendo, determinada tabela de cores pode produzirum mapa com contrastes reveladores de certas feies, aos olhos de determinadointrprete, mas que podem passar despercebidas por outro, especialmente quelesdaltnicos...

    A Interpretao pode ser definida como uma tcnica de identificao de padresgeomtricos nos dados ssmicos. Donde se depreende que as formas de apresentao(wigle, densidade varivel), escalas e outras tm particular importncia para ointrprete. E como o trabalho tem estratgia dinmica durante a sua evoluo comuma mudana na forma como o dado ssmico ser representado. Por exemplo, em faseinicial do trabalho, o intrprete trabalhar com escala que destaque as macro feies. Nodecorrer do trabalho, j buscando o detalhamento de estruturas as escalas serootimizadas para identificao de mudanas sutis.

    Figura 5.4 - A tabela de coresusada no mapa apresentadoao centro tem a mesmaquantidade de cores usadana representao superior,mas com distribuioexponencial das nuances decinza, no intervalo de valoresque o mapa representa.

    Como resultado as feiesalinhadas (que no casorepresentam falhas) ficammais evidentes com asegunda forma derepresentao. Na parteinferior usada uma escalade cores que no consegueevidenciar to bem asdescontinuidades, mas que

    destaca de forma maiseficiente os valores deamplitude extrema (emamarelo). Freqentemente setorna necessrio representare analisar o mesmo mapacom diferentes tabelas decores para evidenciardiferentes feies em cadaum deles.

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    A representao dos dados diz respeito tambm a escola da tabelas de cores, direo dalinha uso de marcadores e todos os recursos que possam ser usados para dar destaqueas feies estruturais ou estratigrficas que se busca identificar.Nos diferentes softwares de interpretao ssmica existem diferentes formas derepresentao do dado ssmico e cada forma de representao mais apropriada adeterminado propsito. O interprete deve experimentar diferentes apresentaes do

    mesmo dado para escolher a que possa evidenciar com maior clareza as feies sutisque precisam ser identificadas.

    Figura 5.5 Outro detalhe da diferena entre representao dos traos ssmicos emwigle (esquerda) e densidade varivel.

    No s o dado ssmico, mas tambm diferentes mapas como os de tempo ou amplitudepodem , a depender dos parmetros de exibio escolhidos (escalas de cores, escalas,intervalo do atributo exibido e outros) obscurecer ou destacar diferentes situaesgeolgicas

    Existe um aspecto emprico e mesmo pessoal na escolha de tabelas de cores. Cadapessoa tem uma acuidade e sensibilidade diferentes para cores e por isso podempreferir diferentes tabelas de cores, ainda que os objetivos de trabalho em termos de

    reconhecimento de padres sejam semelhantes. Questes at fisiolgicas (como odaltonismo) podem determinar a preferncia por determinada tabela de cores. Portantono h receita para a escolha. O intrprete devera experimentar diferentes opesdentre as tabelas que normalmente so fornecidas nos sofwares de interpretao ou atmesmo editar a sua prpria tabela.

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    Figura 5.6 Diferena obtida pelo uso de duas diferentes escalas de cores.

    Os mapas de tempo ou amplitudes tambm precisam de escolha emprica da tabelasmais apropriada. Normalmente a escala de cores usada para os dados ssmicos diferente da escala usada em mapas.

    Figura 5.7 Exemplo de destaque de amplitudes em mapa,obtido com uso de diferentes escalas de cores.

    Figura 5.8 - O mesmo mapa com iluminaes diferentes pode destacarou esconder determinadas feies estruturais.

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    Figura 5.9 - Recursos simples como o uso de um marcador na escala decores de determinado mapa em tempo pode facilitar o entendimentodo relevo estrutural ou determinar os limites de determinado valor mapeado.

    A representao volumtrica dos dados ssmicos instrumento ainda mais poderosopara visualizao do ambiente estrutural e inferncias estratigrficas, alem de agilizarsobremaneira o trabalho de interpretao.

    Figura 5.10 A representao volumtrica facilita o entendimento docontexto estrutural e estratigrfico

    Figura 5.11 Recursos como transparncia volumtrica permitem investigarde forma muito mais eficiente a conectividade em volumes 3D

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    Representao Volumtrica Existem vrios recursos que so utilizados para otimizar apercepo visual do universo bi e tridimensional. Todos tem implicaes e aplicaesna interpretao ssmica volumtrica e tentam com recursos, como a estereoscopia,aumentar a percepo da realidade tridimensional.A combinao de habilidades humanas (pensamento + viso) permite a percepo

    tridimensional da natureza. Muitas formas de representao de imagens sobidimensionais (televiso, revistas, etc), mesmo assim a ideia de tridimensionalidadeainda nos transmitida atravs de tcnicas de foco, sobreposio de imagens, sombras,etc. Tais tcnicas, associadas forma do nosso crebro de interpret-las que nosfornece a percepo volumtrica ou 3D.

    Figura 5.12 Recursos para percepo volumtrica

    Quando as indicaes de profundidade so usadas de forma diferente nosso crebro confundido durante a interpretao das imagens formando as chamadas iluses detica. Exemplos podem sem observados nas figuras abaixo.

    Figura 5.13 Exemplos de iluso de tica. Na figura do lago esquerdo a superposiosobre crculos concntricos da a impresso de que as linhas do quadrado so curvas. J

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    a superposio dos soldados sobre perspectiva leva a impresso de que eles temdimenses diferentes.

    Reconhecendo a importncia da percepo tridimensional na interpretao da natureza,muitos so os esforos para gravao/reproduo de imagens com fidelidade percepo humana. Dentre eles esto a estereoscopia (por difrao, separao espectral,

    ou duplicao de imagens), os polaroides ou a holografia (com uso de laser parasistema de projeo).A estereoscopia com anglifos usa recursos de separao por membranas polaroide comcores diferentes, na qual cada olho observa o objeto alvo de forma diferente, sendo nocrebro formada a composio de percepo 3D. Outra tcnica baseada na separaopor membranas polarizadoras da direo da luz, com filtros polarizadores nas lentes.Existe ainda tcnica baseada no uso de video estereoscpios ou outros artifcios paraque o crebro mentalmente reconstitua a ideia de volume a partir das vises distintas.Outra alternativa utiliza a polarizao da imagem, sincronizada com culosobturadores sincronizados (de cristal lquido) cria a percepo volumtrica atravs da

    alternncia da projeo das imagens polarizadas (60 Hz p/ cada olho) nos chamadosambientes de estereoscopia ativa.

    Figura 5.14 Diferentes tcnicas de estereoscopia.

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    CAPTULO 6 INTEPRETAO SSMICA ESTRUTURAL

    Uma parte significativa do tempo do intrprete devotada identificao docomportamento estrutural dos estratos sedimentares e do seu contexto deposicional.Para tal indispensvel que a atividade de correlao rocha/perfil/ssmica tenha sidoexecutada, para que o intrprete possa ter confiana de que ir avaliar o comportamentode evento ssmico que corresponda ao objetivo geolgico foco de sua investigao. Damesma forma conhecimentos prvios sobre a evoluo geotectnica e estilos estruturaisdecorrentes sero muito bem vindos nesta fase do trabalho. Apenas para citar umexemplo, o intrprete ter total liberdade para estimar o estilo das falhas presentes narea de estudo, mas classificar como reversa, uma falha que ocorra em bacia onde nose teve at ento qualquer indicao de esforos compressionais, uma possibilidade,mas que exige muito cuidado, pois podem levar (e precisam estar muito bem

    justificadas) a novo entendimento sobre a evoluo da bacia. Fazendo uma analogiacom o captulo 7, onde abordaremos as ferramentas da sismoestratigrafia, identificarfeies sismoestratigrficas indicadoras de um sistema deltaico, exige que se tenhaconfiana de que a evoluo da bacia deu margem existncia de todos os ingredientesnecessrios ao desenvolvimento deste tipo de mecanismo de sedimentao. Portantono basta o processo mecnico de identificao de falhas, dobras, corpos intrusivos, etc. necessrio que a soluo estrutural que se propor esteja em sintonia com o que jsabe sobre a bacia.

    6.1Mapeamento de horizontes

    No jargo da interpretao ssmica chamamos de horizontes a reflexes observadas nodado ssmico e que tenham significado estratigrfico e/ou litolgico e que se estendampor determinada rea. Os horizontes so tambm confundidos com a representaogeomtrica em determinada rea, de determinado evento ssmico calibrado por umprocesso de correlao perfil-ssmica, e que representa uma unidade litolgica ouestratigrfica de interesse. Nos softwares de interpretao normalmente tais horizontesrecebem um nome identificando a unidade estratigrfica/litolgica aos quais estejamassociados. Outras definies do jargo da interpretao ssmica:Horizonte: Representao espacial de determinada reflexo de conotao estratigrafiae/ou litolgica e que tenha sido interpretada no dado ssmico 2 ou 3D;Grid do horizonte: Regularizao espacial (normalmente usando algum algortimo deinterpolao) do horizonte interpretado;Superfcie: Uma representao regular, e de alta densidade amostral, do horizonteinterpretado, normalmente usada para efeito de representao grfica em visualizao3D.

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    Que horizontes mapear ?

    A resposta para esta questo depende fundamentalmente do objetivo do trabalho dointrprete. Muitas vezes os horizontes mais importantes so os que delimitam os playsexploratrios mais significativos, definindo em que pores da bacia so mais

    expressivos;Sendo a primeira vez que trabalha naquela bacia espera-se que sejammapeados os horizontes que definam os limites da sequencias estratigrficas, comomarcadores que correspondam a superfcies mximas de inundao, o embasamentoque representa o fim da sequencia sedimentar, etc. J, se procura identificarreservatrios associados a cnions confinados ou canais meandrantes, talvez seja maiseficaz interpretar um marco geolgico cronologicamante prximo a tais eventos e deocorrncia em toda a rea, e que possa ser usado para uma anlise com ferramentasespecficas para a investigao estratigrfica por como os surface slices (Fig 6.15).

    6.2Rastreamento manual e automtico de horizontes.

    Uma vez identificado o horizonte ssmico que corresponda ao nosso objetivo geolgicodeve-se iniciar o que, no jargo da interpretao ssmica, chamado de rastreamento dehorizontes. Essa atividade consiste no conjunto de operaes que tenha o propsito dedefinir o comportamento estrutural do horizonte a ser mapeado na rea.Hoje, muitos softwares possibilitam a automatizao desta etapa, especialmente quandoa qualidade ssmica boa, j que os algortimos de automatizao do rastreamento sebaseiam pouca invariabilidade da fcies ssmica que representa o horizonte a ser

    mapeado.

    Linha(s) de amarrao Na existncia de poos, para os quais se tenha desenvolvido oestudo de correlao rocha/ssmica, ser indispensvel que se inicie a interpretao porlinhas ssmicas que passem por aquele poo de amarrao. Na existncia de vriospoos, ser possvel criar uma linha arbitrria que passe por todos os poos que tenhamconstatado a ocorrncia daquele objetivo geolgico que ser rastreado na rea. Podemoschamar esta linha de linha de amarrao, a partir de qual propagaremos nossainterpretao para outras reas do dado ssmico.

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    Figura 6.2 Diferentes atributos de amplitude(onset) usados para horizontes ssmicos

    No rastreamento manual o intrprete define exatamente a configurao geomtrica dohorizonte, ainda que ela no esteja ajustada a um determinado evento ssmico. Porexemplo, o horizonte pode ter sido definido como de amplitude mxima, mas com ainterpretao manual, o intrprete pode posicionar o horizonte em pontos que violemaquela caracterstica do horizonte, conforme observamos na figura 6.2. J orastreamento automtico usa algortimos de identificao de semelhana entre traosadjacentes para estimar, o posicionamento do horizonte, a partir de um ponto inicial(normalmente chamado de semente) definido pelo intrprete. Durante o processoautomatizado ser rigorosamente observado o atributo de amplitude definido para ohorizonte. Dessa forma, ainda que o ponto de semente for definido em um zero cross, oprocesso automatizado ir procurar o mximo mais prximo, se o horizonte tiver sidodefinido como um horizonte de valores mximos, antes de iniciar a propagao dasemente para as reas vizinhas do ponto semente (figura 6.3).

    Figura 6.3 Diferenas entre processo manual e automatizado para rastreamento dehorizontes.

    Na figura a esquerda o processo automatizado identificou, a partir de um pontosemente (circulo preto), definido pelo intrprete, o posicionamento do horizonte nasduas direes mostradas pelas setas, sempre definindo em cada trao o seuposicionamento em uma amplitude mnima (cores vermelhas) que o atributocaracterstico daquele horizonte. J durante a interpretao manual feita na seo adireita, o intrprete definiu a posio do horizonte em cada trao (ou em traosafastados, com o posicionamento em traos intermedirios sendo feito por

    interpolao). Observe que no segundo caso, muitas das posies do horizonteinterpretado violam a caracterstica de amplitude (mnimo) definida para o horizonte.

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    Normalmente o processo de rastreamento manual usado em reas de qualidadessmica pobre, face s dificuldades (e chances de erro, conforme observamos na figura6.4) do processo automatizado.

    Figura 6.4 Rastreamento automatizado em reas de

    qualidade ssmica pobre ou com grande variao desismofcies.

    6.3 Mtodos para reduo da incerteza no processo de rastreamento de horizontes

    A facilidade de rastreamento de horizontes depende obviamente da qualidade ssmicae caractersticas da interface que se pretende mapear algumas recomendaes podemajudar nesta tarefa:

    a) Conhea a natureza fsica da interface que pretende mapear. Existe contrastesignificativo de impedncia? Ele constante em toda a rea ? Se possvel faa algunssismogramas sintticos para avaliar se a interface bem isolada, ou influenciada portuning associado a pequenas espessuras ou provocado por interfaces vizinhas.Verifique ainda se a interface apenas de variao litolgica, mas com baixo contrastede impedncia e principalmente se sua correlao rocha/perfil/ssmica est correta;b) No se deixe tentar pelo uso de rastreamento automtico sem fazer crtica posterioraos resultados e implementar correes onde necessrias;c) Naquelas situaes em que a interface a ser mapeada no seja sismicamente visvel,uma boa alternativa usar um horizonte fantasma, ou seja, mapear a interface mais

    prxima e que seja facilmente rastrevel e criar posteriormente um horizonte fictcio naposio (especialmente se o afastamento do nosso horizonte objetivo para o horizonteguia for constante) do horizonte desejado;d) Ao final do rastreamento observe o mapa de progresso (mapa base indicando aslinhas ssmicas para as quais o horizonte objetivo j foi interpretado) do horizontemapeado para avaliar a existncia de possveis erros em sua interpretao;f) Crie cpias de segurana do horizonte mapeado (backup), Durante a interpretaovoce pode desistir de uma nova estratgia de interpretao e desejar voltar soluoanterior;

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    g) Aumente gradativamente o nvel de detalhe com que interpreta seu horizonte.

    Uma vez identificado o horizonte ssmico que corresponda ao nosso objetivo geolgico,deve-se iniciar o que, no jargo da interpretao ssmica, chamado de rastreamento.

    As opes de exibio de linhas ssmicas tm papel importante na confiabilidade dotrabalho re rastreamento. Apresentaremos algumas opes caractersticas de softwaresde interpretao plana.

    6.4 Uso de intersees.

    O horizonte rastreado ao longo de uma linha servir como semente para o rastreamentoem nova linha posicionada em outra direo (normalmente perpendicular). Taisintersees (figura 6.5), entre linhas onde o horizonte j foi interpretado, com outrasonde ainda ser rastreado, so importantes elementos para aumento da segurana no

    processo da interpretao estrutural.

    Figura 6.5. Na seo do meio, a seta branca indica o ponto onde a L2 intercepta a L1,para a qual o horizonte j tinha sido interpretado. Aquele ponto de interseo serve desemente para que o identifiquemos a posio do horizonte na linha L2, que pode agoraser rastreado na linha L2 como observado na seo inferior. O processo continua e

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    podemos agora chamar outra linha que intercepte a linha L2, e a partir dela propagar orastreamento do horizonte em outra direo.

    Uso do Loop

    Figura 6.6 Uso do loop para aumento da segurana na interpretao de horizontes

    A interpretao se inicia com a determinao de um ponto semente na linha L1. Ohorizonte interpretado naquela linha e depois se verifica a posio de cruzamento dohorizonte com linha que cruze a primeira (L2). A partir da posio de cruzamento retomado o rastreamento, agora na linha L2. Dando continuidade ao processo orastreamento propagado para a linha L3, que volta finalmente a ser propagado pela

    linha L4, at que o horizonte seja propagado para a linha inicial (L1) e que deverencontrar o ponto semente na mesma posio (mostrado pela elipse amarela). Caso otransporte do horizonte da linha L4 para a linha L1 no tivesse encontrado o pontosemente, o intrprete teria que rever sua interpretao, pois como se diz no jargo, oloop no fechou. Analogamente como se algum sasse para um passeio em volta doquarteiro, mas no chegasse ao ponto de partida, o que significa que ele tomou umcaminho errado.

    6.5 Uso de combinaes de sees verticais e de time slices.

    Esse recurso pode agilizar o trabalho de interpretao pois permite propagar ainterpretao de uma linha, rapidamente, e com bastante segurana, para uma linhamuito distante da inicialmente interpretada. Este recurso, tambm chamado de seoem cadeira usa o time slice como elemento de conexo e garantia de que orastreamento se mantenha no mesmo evento ssmico.

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    Figura 6.7 O uso combinado de sees verticais e timeslices agiliza e d maior segurana no processo de interpretao.

    6.6 Extrao de amplitudes

    Na medida do possvel a extrao de amplitudes deve ser feita em horizontes que foramrastreados com processos automatizados. Dessa forma o mapa de amplitudes no sercontaminado pelo "bias" da interpretao manual. Da mesma forma devem-se evitar

    fazer extrao de amplitudes em horizontes que tenham sido submetidos a processos declip, interpolao e/ou suavizao. Quando a preciso no for possvel devido aqualidade ssmica pobre ou dado ssmico muito ruidoso, podem ser extradasamplitude mdias em janelas em torno do horizonte objetivo, com espessura entre oitoe 40 ms de largura, centrada ou no no horizonte guia. No horizonte amarelo mostradona figura 6.8 a extrao de amplitudes ser mais facilmente correlacionavel s variaesassociadas interface, j no horizonte inferior a amplitude no ter significado muitolitolgico e poder ser avaliada utilizando a mdia dos valores de amplitude em uma

    janela localizada ao redor do horizonte.

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    Figura 6.8 Efeitos da extrao de amplitudes de horizontes mais ou menos ruidosos. Omapa de amplitudes extrada do horizonte inferior no parece ter caractersticageolgica.

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    6.7 Interpretao de falhas

    Abordaremos agora as tcnicas para interpretao de falhas e de outros elementosgeolgicos que impem descontinuidade aos horizontes ssmicos. Tais elementosgeolgicos introduzem muita incerteza na definio da continuidade dos horizontesssmicos, entre o bloco baixo e alto de uma falha, cuja correlao nem sempre

    evidente, ou de cada lado dos flancos de um domo de sal. Por isso, to importantequanto o reconhecimento de falhas, so as tcnicas que garantem redundncia nainterpretao, algumas delas j abordadas, como a interpretao de horizontes emloops, ou o uso de polgonos de correlao, que sero mostrados mais adiante.

    Os padres de falhamento esperados para a rea de trabalho depende do contextotectono sedimentar de evoluo da bacia. O intrprete deve ter em mente que mesmoem ambientes distencionais, podem eventualmente ser identificadas falhas reversas,caractersticas de ambientes compressionais. Por isso indispensvel, especialmenteonde a qualidade ssmica no boa, slidos conhecimentos sobre os padres de

    falhamento que podem ser esperados para aquele tipo de bacia (figuas 6.9).

    Figura 6.9 - Padres de falhamento mais comuns.

    A interpretao de falhas naturalmente mais segura em dados ssmicos densos e comboa qualidade. J, com ssmica 2D, alm da escassez de informaes existe o problemada disposio nem sempre adequada, das linhas em relao ao strike das falhas, e jque nem todas as linhas sero perpendiculares as falhas, existe at a possibilidade deque no possam ser identificadas, ou que tenham geometria sinuosa o que tambmtorna difcil sua identificao, mesmo com ssmica 3D. Portanto a primeira etapa para a

    identificao de falhas a escolha da direo apropriada das linhas ssmicas,especialmente facilitada para dados 3D.

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    Figura 6.10 Falha identificada em foto area da superfciede Marte com o satlite MRO (Mars Recoinassance Orbiter)

    Nos diferentes softwares existem muitos recursos teis identificao de falhas,principalmente disponveis para ssmica 3D. O polgono de correlao um pedaodo dado ssmico extrado do bloco alto (ou baixo) da falha e deslocado at o blocooposto para as necessrias correlaes (figura 6.12). Ele reduz a incerteza na

    continuidade da interpretao de horizontes quando atravessa uma falha. Outrorecurso interessante, voltado ao posicionamento mais preciso do trao de falha, que arepresentao geomtrica da falha nas sees verticais, consiste na confeco de vriaslinhas (3D) dispostas radialmente em relao ao ponto onde se suspeita existir a falha eque aparecer to mais claramente quanto mais perpendicular for a linha, em relao aoseu strike (veja exerccio correspondente).Outra alternativa observar o fechamento (ou no) de loops durante a interpretao oque pode ser indicativo de falha. O adensamento de curvas de contorno em mapasestruturais tambm pode ser indicativo da presena de falhas. Alguns atributosssmicos como os cubos de coerncia, tambm so ferramentas poderosas,

    especialmente para identificao de falhas de pequeno rejeito.Os cubos de coerncia facilitam a identificao de falhas de pequeno rejeito, difceis deidentificar/interpretar visualmente (figura 6.13).

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    Figura 6.11 - A mesma seo ssmica, com diferentes escalasde cores, pode tornar uma falha mais ou menos visvel.

    Figura 6.12 - A seo ssmica do lado esquerdo semelhante, exceto pela escala, seo mostrada do lado direito da figura, o que pode tornar a falha mais oumenos visvel. J na seo do lado direito, observamos um polgono decorrelao, recurso interessante para interpretao de falhas, e que permiteextrair um pequeno retngulo da linha ssmica e compar-la com o blocodo lado oposto para definir com preciso a continuidade dos horizontesque esto sendo interpretados.

    Alguns atributos so mais adequados para a interpretao de falhas. Um exemplo ocubo de coerncia Os processos chamados para gerao dos cubos de coerncia sotambm chamados de ESP (Event Similarity Prediction), e funcionam como anliseespacial da correlao, revelando pequenos ou grandes variaes de comportamentoestrutural ou estratigrfico. Podem destacar a presena de falhas, indicar eventos dealto mergulho ou reas com ausncia de reflexes, por exemplo, em domos e sal ouainda nas variaes da qualidade do dado provocada por variaes litolgicas e/ouestratigrficas. Convm destacar que outras situaes so tambm passveis deapresentar anomalias de similaridade como, por exemplo: footprints ou regies deartefatos do processamento como nas franjas de migrao, reas de traos ruidosos e

    ainda regies sem falhas ou estruturaes significativas, mas com variaes litolgicas

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    e/ou estratigrficas. Uma vez gerados os atributos eles podem ser avaliados devariadas formas como em sees verticais ou principalmente em time slices.Considerando-se que as falhas so reas de descontinuidade, nos cubos de coernciaelas aparecem de forma anmala conforme observamos na figura 6.15.

    Figura 6.13 - Seo ssmica em amplitude (superior) e em coerncia(inferior).

    A interpretao de falhas tambm muito facilitada pelo uso de time slices, pois eles

    no dependem, como ocorre com as sees ssmicas verticais, da escolha de direomais apropriada para a identificao das falhas e permitem muitas vezes a imediatadefinio do strike das falhas. Na figura 6.16 observamos no time slice, a expresso dafalha interpretada na seo vertical.Em muitos dos softwares de interpretao as falhas so interpretadas em seesverticais, atravs dos chamados traos de falha que indicam a projeo do plano defalha na seo ssmica vertical. A repetio da interpretao da falha em outras seesssmicas paralelas, e que depois so conectados e interpolados, possibilitam aconstruo dos planos de falha, conforme observamos na figura 6.14.

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    Figura 6.14 - Na seo ssmica vertical so traados os traos de falha cujainterpretao em linhas subseqentes, permite a posterior interpolao eidentificao do plano de falha mostrado na figura a direita.

    Figura 6.15 - O time slice retirado de um cubo de coerncia permite identificarcom maior preciso o strike de falhas de pequeno rejeito.

    Figura 6.16 - O time slice inserido na figura a esquerda permite identificarImediatamente a variao (sinuosidade) no strike da falha.

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    Conforme comentamos, a interpretao de falhas quando se dispe apenas de linhas2D, impe risco associado correlao falsa, quando se considera que duas falhasobservveis em linhas 2D prximas so a mesma falha, o que pode no ser verdadeiro.Na figura 6.17 observamos uma zona de transferncia, que amostrada por linhasssmicas 2D diferentes, pode levar a correlacionarmos as duas falhas como pertencentesao mesmo plano, sem que tenhamos elementos para identificar a zona de transferncia.Esse tipo de erro pode levar o intrprete a identificar fechamento estrutural onde ele

    inexiste.

    Figura 6.17 - Exemplo do risco da correlao de falhas interpretadas em linhas 2D.

    Existem tambm outros atributos apropriados identificao de falhas como,porexemplo, a absoro ( fator Q) que normalmente apresenta comportamento anmalo emzonas de falhas, ou ainda o nvel de energia que tambm sofre variaes perceptveisnas zonas de falhas. Um dos aspectos mais difceis na interpretao de falhas aestimativa de seu rejeito e verificao da relao lateral de posicionamento entre

    reservatrios e formaes impermeveis, que possam conferir falha papel de selo ouconduto. Para tal controle, fundamental que a migrao pr-empilhamento emprofundidade seja confivel, que se possa avaliar com planos ssmicos ao longo da falhao posicionamento relativo entre os blocos, e que se observe a possvel variao deamplitudes entre os blocos diferentes, dos horizontes que atravessam a falha. Talvariao de amplitude pode revelar diferentes presses de reservatrio e ajudar a inferirsobre a caracterstica selante da falha.

    importante enfatizar que a preciso na interpretao de falhas depende da resoluodos dados ssmico de que se dispe. Quanto maior a resoluo espacial e temporal, mais

    fcil identificar falhas de pequeno rejeito, que podem no ser to importante sob a ticaexploratria, mas que so particularmente importantes para otimizar o processo dedesenvolvimento de produo. Alis, a possibilidade de interpretao de falhas depequeno rejeito, ou quase sub-ssmicas, depende do fluxograma de processamento,onde a intensidade de processos como o para aplicao de estticas residuais ou filtrosde coerncia voltados ao aumento da relao sinal/rudo, podem ocultar pequenasfalhas.

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    Figura 6.18 - O dado com maior resoluo espacial e temporal, mostrado na figura aesquerda, permite identificar com maior acurcia o complexo sistema de falhas.

    Figura 6.19 As falhas sindeposicionais so na realidade compostas de sucessivos

    falhamntos que podem ou no estar conectados.

    A resoluo horizontal tambem pode, especialmente quando se usa dados ssmicos 2D,levarem a interpretao equivocada pela conexo de vrios planos independentes,como se fosse um nico plano devido inobservncia das zonas de transferncia entrefalhas. Uma forma de se evitar tal problema prestar especial ateno as variaesinexplicveis de rejeito ao longo da falha

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    Figura 6.20 - O Domo de sal facilmente identificvel no time slice direita.Observar que o horizonte de alta amplitude do lado esquerdo do domo, no seestende para o seu lado direito, conforme constatado no time slice.

    Existem muitos recursos teis identificao de falhas, principalmente disponveis parassmica 3D. O polgono de correlao um pedao do dado ssmico extrado do blocoalto (ou baixo) da falha e deslocado at o bloco oposto para as necessrias correlaes.Outro recurso interessante a confeco de vrias linhas(3D) dispostas radialmente emrelao ao ponto onde se suspeita existir a falha que aparecer to mais claramentequanto mais perpendicular for a linha em relao ao seu strike(veja exercciocorrespondente). Outra alternativa observar o fechamento (ou no) de loops durante ainterpretao o que pode ser indicativo de falha. Adensamento de curvas de contornoem mapas estruturais tambm pode ser indicativos da presena de falhas. Os cubos decoerncia tambm so ferramentas poderosas especialmente para identificao de falhasde pequeno rejeito.Os cubos de coerncia facilitam a identificao de falhas de pequeno rejeito, difceis deidentificar/interpretar visualmente.

    6.8 Interpretao de dobras e intruses

    Normalmente a identificao de dobras e intruses feita em isotempos (time slices figura 6.20), ou atravs do uso de horizon ou stratal slices. Naquele domnio, fica maisfcil identificar a presena de tais elementos do que em sees verticais. Muitas vezesdipiros de folhelho, domos de sal diques e entes geolgicos similares provocamsegmentao e arqueamento de estratos adjacentes, o que tambem pode servir decritrio para sua identificao e delimitao. Outras vezes sua presena se manifesta tosomente por uma perda de continuidade e/ou qualidade ssmica que podeequivocadamente ser associada a presena de falhas ou mesmo a falta de cobertura dodado ssmico devida obstculos na superfcie. Nesses casos pode ser recomendado umtratamento do dado ssmico de forma a destacar variaes de razo sinal/rudo,variaes na coerncia espacial ou mesmo no contedo de freqncias do dado ssmico.Outro erro comum associar escapes de gs com a presena de intruses pois adescontinuidade pode induzir a esse erro especialmente quando no se tem um cubo deonda convertida que menos afetado pelo fenmeno. Nesses casos a comparao de

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    Interpretao Ssmica para Gelogos de Petrleo ABGP Marco C. Schinelli - Abril/2011

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    cubos com diferentes afastamentos fonte-receptor tambm ajuda na identificao dessafeies.

    Figura 6.21 As estrutura dmicas so facilmente identificveis e mais fceis dedelimitar no time slice direita.

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    CAPTULO 7 INTERPRETAO SISMOESTRATIGRFICA

    A sismoestratigrafia uma tcnica das mais poderosas para subsidiar o exploracionistana anlise estratigrfica das sequncias deposicionais. Certamente nesse contexto uma

    das metodologias mais importantes, junto com a bioestratigrafia, sedimentologia,cronoestratigrafia, quimoestratigrafia e outras, e por isso muitas vezes confundida como prprio processo de anlise estratigrfica de sequencias.Os conceitos bsicos da sismoestratigrafia foram aprofundados por Peter Vail nos anos70, com foco em metodologia exploratria a ser aplicada pelos profissionais da Exxon, eapresentados formalmente para a comunidade geocientifica, juntamente com Mitchume Thompson em 1977, no Memoir26 da America Association of Petroleum Geologists, emtrabalho intitulado Seismic stratigraphy and global changes of sea level. Muitos outroscientistas como Posamentier, Galloway, Catuneanu e outros, contriburam para odesenvolvimento da sismoestratigrafia no contexto de suas pesquisas na rea da

    estratigrafia de sequencias. Muito das metodologias de trabalho desenvolvido pelospioneiros da sismoestratigrafia foram baseados e