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Inter-relação ambiente e homem, com considerações através da Psicologia Ambiental e da Teoria de Einfühlung Julho/2019 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019 Inter-relação ambiente e homem, com considerações através da Psicologia Ambiental e da Teoria de Einfühlung Arquiteta e Urbanista Camila de Oliveira [email protected] Master em Arquitetura e Lighting MAISFLO001 Instituto de Pós-Graduação - IPOG Florianópolis, Santa Catarina, 16 de junho de 2018 Resumo Este objeto de estudo tem por finalidade discutir a interferência de um espaço construído na maneira como o ser humano se comporta. Ao mesmo tempo, historicamente as formas arquitetônicas sempre serviram para representar os sentimentos individuais ou coletivos. Buscou-se neste artigo as explicações mais aprofundadas destas interferências, e para isso, utilizou-se dos estudos em psicologia ambiental e da teoria de einfühlung. O desenvolvimento se deu através de exploração bibliográfica de artigos científicos, livros, sites da internet e anotações de aula da autora. Como resultado, concluiu-se que as formas arquitetônicas são capazes de transmitir e influenciar sensações e emoções aos seus usuários. Portanto, mesmo que subconsciente, percebe-se a relação direta da arquitetura com a psicologia. Palavras-chave: Arquitetura. Einfühlung. Psicologia. Psicologia Ambiental. Comportamento. 1. Introdução Arquitetura é uma forma de arte, mas não deve ser pensada apenas como um objeto inatingível e rígido. Ela é projetada para que pessoas a utilizem ou a observem, criando sua própria percepção, avaliação e ocupação do espaço. Um projeto sofre interferências pela sua ocupação, e ao mesmo tempo, o usuário pode ser influenciado a certos comportamentos quando inserido neste local. A proposta deste artigo é instigar a inter-relação existente em um espaço construído, e chamar atenção para estudos e teorias que explicam de forma mais aprofundada o comportamento humano modificado de acordo com o ambiente em que ele está inserido, mesmo que de forma subconsciente. Para elaboração deste artigo, as pesquisas foram realizadas de forma interdisciplinar, visto que quando estudamos o comportamento humano, entramos em áreas como a psicologia, a sociologia, a arquitetura e o urbanismo. 2. Arquitetura A história da arquitetura está diretamente relacionada à evolução humana, passando a existir a partir do momento em que o homem começa a se abrigar e se proteger de fenômenos naturais ou de predadores. Essa arquitetura rudimentar é identificada na Era Neolítica e é algo adaptado à pura necessidade de sobrevivência, aproveitando grutas naturais nas pedras ou construindo habitações rudimentares empilhando pedras que imitavam as cavernas naturais.

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Teoria de Einfühlung

Julho/2019

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019

Inter-relação ambiente e homem, com considerações através da

Psicologia Ambiental e da Teoria de Einfühlung

Arquiteta e Urbanista Camila de Oliveira – [email protected]

Master em Arquitetura e Lighting – MAISFLO001

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Florianópolis, Santa Catarina, 16 de junho de 2018

Resumo

Este objeto de estudo tem por finalidade discutir a interferência de um espaço construído na

maneira como o ser humano se comporta. Ao mesmo tempo, historicamente as formas

arquitetônicas sempre serviram para representar os sentimentos individuais ou coletivos.

Buscou-se neste artigo as explicações mais aprofundadas destas interferências, e para isso,

utilizou-se dos estudos em psicologia ambiental e da teoria de einfühlung. O desenvolvimento

se deu através de exploração bibliográfica de artigos científicos, livros, sites da internet e

anotações de aula da autora. Como resultado, concluiu-se que as formas arquitetônicas são

capazes de transmitir e influenciar sensações e emoções aos seus usuários. Portanto, mesmo

que subconsciente, percebe-se a relação direta da arquitetura com a psicologia.

Palavras-chave: Arquitetura. Einfühlung. Psicologia. Psicologia Ambiental. Comportamento.

1. Introdução

Arquitetura é uma forma de arte, mas não deve ser pensada apenas como um objeto

inatingível e rígido. Ela é projetada para que pessoas a utilizem ou a observem, criando sua

própria percepção, avaliação e ocupação do espaço. Um projeto sofre interferências pela sua

ocupação, e ao mesmo tempo, o usuário pode ser influenciado a certos comportamentos

quando inserido neste local.

A proposta deste artigo é instigar a inter-relação existente em um espaço construído, e

chamar atenção para estudos e teorias que explicam de forma mais aprofundada o

comportamento humano modificado de acordo com o ambiente em que ele está inserido,

mesmo que de forma subconsciente.

Para elaboração deste artigo, as pesquisas foram realizadas de forma interdisciplinar,

visto que quando estudamos o comportamento humano, entramos em áreas como a psicologia,

a sociologia, a arquitetura e o urbanismo.

2. Arquitetura

A história da arquitetura está diretamente relacionada à evolução humana, passando a

existir a partir do momento em que o homem começa a se abrigar e se proteger de fenômenos

naturais ou de predadores. Essa arquitetura rudimentar é identificada na Era Neolítica e é algo

adaptado à pura necessidade de sobrevivência, aproveitando grutas naturais nas pedras ou

construindo habitações rudimentares empilhando pedras que imitavam as cavernas naturais.

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No final do período neolítico percebe-se o início da preocupação de ordem espiritual, com o

surgimento de abrigos mortuários e templos de pedra para os deuses. Avançando um pouco na

história, encontramos nitidamente esta questão espiritual muito presente também no povo

egípcio, grego e romano. Mais tarde, na idade média e no renascentismo, as grandes

referências arquitetônicas são as catedrais góticas que simbolizavam a tentativa de alcançar os

limites do céu com suas torres pontiagudas, e assim, ficar mais próximos de Deus.

Percebe-se então, que as construções de cunho religioso, motivadas pela demonstração

espiritual e de fé, historicamente sempre serviram para manifestar e representar os

sentimentos coletivos. As formas de abrigo do ser humano sempre foram necessárias, mas

sem um foco muito grande se comparado ao contexto macro das regiões. Apenas no século

XX, com a arquitetura modernista, é que as residências e construções comerciais passam a ter

um destaque arquitetônico maior, evoluindo conforme as novas descobertas de materiais e

fatores externos que influenciaram no modo de morar e viver. Miguel (2002), define:

A unidade casa é resultante de um complexo processo no qual confluem fatores

sociais, econômicos e técnicos determinantes de sua conformação e também de suas

mudanças. Não somente os costumes e modos de vida dos povos orientam a

configuração e transformação da casa humana. Desde outros níveis e vertentes,

menos diretos porém de incidência igualmente sensível, a casa registra as alterações

históricas e sociais, as inovações técnicas, e logicamente a situação econômica e o

grau de desenvolvimento alcançado nesse aspecto por um estado ou região.

(MIGUEL, 2002)

Para o autor, são vários os aspectos que interferem na tipologia da casa e são esses

fatores que resultam desde sempre, independente da época, na concepção e projeção do que

chamamos de lar. Qualquer construção vai muito além do objeto construído, pois possui um

caráter emocional levando em conta o indivíduo que estará inserido nele.

Todos estes aspectos devem ser investigados e estudados por um arquiteto, afim de

identificar as diversas dimensões que compõem a vida humana: sua identidade, seu ambiente,

sua história, seus conhecimentos, valores, interesses, desejos, sentimentos e limitações. A

análise conjunta desses dados de forma qualitativa, confere maior propriedade ao profissional

arquiteto na hora de projetar (KARNOPP, ALMEIDA, SIERVI e BULA, 2016). Todo esse

cuidado inicial na identificação dos fatores gera a apropriação dos espaços projetados,

tornando-os adequados ao uso humano com suas necessidades e desejos (MALARD, 1993).

Apesar destes estudos e identificações pré-projeto, o objeto arquitetônico construído só

vira lar depois do processo de identificação e apropriação pelo ser humano. A casa é habitada

e em seguida incorpora os hábitos dos seus moradores, decoração e lembranças que são

acrescentadas com o passar do tempo. De acordo com Cianciardi (2010), “o papel da

decoração, porém, extravasa a promessa de beleza, sua função é fazer com que os ambientes

caibam de forma física, social e psíquica no cotidiano das pessoas, comunicando quem são ou

quem pretendem aparentar ser”.

2.1. Urbanismo: arquitetura em escala macro

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Entre o final do século XIX e início do século XX, houve a necessidade de organização

das cidades, em função do êxodo rural e grande crescimento populacional. Muito antes do

surgimento do termo ‘urbanismo’, em 1771, no seu livro Cours d’Architecture, Jacques-

Francois Blondel, já elabora uma teoria do surgimento das organizações a partir das cabanas

mais primitivas:

Ao crescer as famílias, cresceram suas amorfas habitações. Logo, os homens

sentiram a necessidade a que deu lugar à sociedade, aprendendo a implantar

alojamentos mais cômodos e duradouros. Assim, suas casas que até então estavam

separadas por vastos desertos, agruparam-se em aldeias e logo converteram-se em

burgos e desta vez em cidades (BLONDEL, 1771).

Ora, se na escala micro analisamos todos os aspectos do seu morador, é no urbanismo

que conseguimos analisar a escala macro. Um ordenamento do território deve levar em

consideração muitos aspectos, a fim de conseguir proporcionar melhores condições de vida

para seus usuários. Além das questões físico-territoriais, deve-se considerar questões sociais,

econômicas, de habitação, de gestão urbana, de transporte público, entre outros vários fatores

determinantes que influenciam em nossas cidades.

Urbanidade é um termo muito recorrente no estudo do urbanismo, e significa

“qualidade ou condição de ser urbano (no sentido de ‘civilizado, cortês’); conjunto de

formalidades e procedimentos que demonstram boas maneiras e respeito entre os cidadãos;

afabilidade, civilidade, cortesia” (HOUAISS,2001). Percebe-se que as definições são

caracterizando o ser habitante da cidade, porém as mesmas podem ser utilizadas para

qualificar a cidade, o ambiente. Quando existente, a urbanidade cria espaços hospitaleiros,

coletivos, extrovertidos e com diversidade. Na inexistência dela, os espaços ficam sem

atratividade para uso, inóspitos e individuais (CHAKUR, 2018). Outro termo também

utilizado é o da Vitalidade Urbana, que é amplamente exemplificado por Jane Jacobs em seu

conceituado livro Morte e vida das grandes cidades, onde defende uma diversidade de usos

nas ruas, para que os espaços sejam mais atrativos e convidativos ao homem.

Para compreender as cidades, precisamos admitir de imediato, como fenômeno

fundamental, as combinações ou as misturas de usos, não os usos separados. [...] Se

tivermos como meta que a mistura de usos seja suficientemente complexa para

prover a segurança urbana, o contato do público e a interação de usos, ela precisa de

uma quantidade enorme de componentes. Nesse caso, a primeira pergunta sobre o

planejamento urbano – a qual, acho eu, é de longe a mais importante – seria esta:

como as cidades podem gerar uma mistura suficiente de usos – uma diversidade

suficiente –, por uma extensão suficiente de áreas urbanas para preservar a própria

civilização? (JACOBS, 1961:103).

A partir disso, Jane Jacobs defende a utilização de quatro condições para que uma

cidade tenha a vitalidade urbana. “Todas as quatro, associadas, são necessárias para gerar

diversidade urbana; a ausência de qualquer uma delas inutiliza o potencial do distrito”

(JACOBS, 1961:108). A primeira condição explica que o local deve atender a mais de uma

função, ou seja, muitas pessoas devem passar por ali em diferentes horários do dia e por

diferentes motivos. Isso faz com que o uso seja constante e consequentemente, este local vai

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impactar um comportamento positivo em seus usuários. É muito menos provável que um

ambiente com vitalidade traga insegurança, por exemplo. É possivel visualizar essa condição

no parque suspenso High Line, em Nova Iorque, que foi totalmente reurbanizado, criando

novos usos e gerando muita vitalidade urbana.

Figura 1: High Line, Nova Iorque, Estados Unidos da América – Antes x Depois

Fonte: Site Highline

Figura 2: High Line, Nova Iorque, Estados Unidos da América – Antes x Depois

Fonte: Site Pinimg

Outro exemplo pertinente é a reurbanização da Times Square, também em Nova

Iorque. Apenas a retirada dos carros e priorização dos pedestres já foi suficiente para trazer

muita vitalidade para o que hoje é uma das ruas mais movimentadas do mundo.

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Figura 3: Times Square, Nova Iorque, Estados Unidos da América - Antes x Depois

Fonte: Site Architect’s Newspaper

Figura 4: Ilustração de Karl Jilg representando o espaço atual que os carros ocupam

Fonte: Site Business Insider

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A segunda condição defendida por Jane Jacobs diz respeito à dimensão das quadras

em uma cidade. Em conjunto com a primeira condição, as pessoas irão andar mais pela

cidade se houverem várias possibilidades de caminhos, e isso ocorre com as quadras curtas.

Na imagem, desenhos feitos pela autora, identificam que a circulação acontece muito melhor

e consequentemente a vida acontece, gerando vitalidade. Mais uma condição de urbanidade

que reflete no comportamento do homem e com reciprocidade, ele também interfere no

espaço ao andar pelas quadras.

Figura 5: Desenhos esquemáticos das quadras

Fonte: A morte e vida de grandes cidades (JACOBS, Jane. 1961)

A terceira condição de Jane Jacobs defende a diversidade de idades entre os prédios da

cidade, pois eles são alimentadores dos espaços públicos. Isso porque prédios novos

demandam um custo maior de investimento para instalação de empresas, e consequentemente

apenas alguns ramos possuem essa disponibilidade financeira. Quando mistura-se a idade das

edificações, os mais antigos receberão comercios pequenos, antiquários, galerias, mercearias,

etc. Ou seja, a variedade de usos deve existir também nos diferentes tipos de comércio que

utilizam o local.

Mas deve-se manter uma boa combinação de prédios antigos e, ao serem mantidos,

eles se terão tornado mais do que o mero testemunho da decadência do passado ou

uma evidência do fracasso. Eles se terão tornado abrigo necessário – e valioso para o

bairro – para vários tipos de diversidade de retorno médio, baixo e nulo. Nas

cidades, o valor econômico dos prédios novos é substituível. É substituível

despendendo mais dinheiro da construção civil. Já o valor econômico dos prédios

antigos é totalmente insubstituível. Ele é criado pelo tempo. (JACOBS, 1961:138).

Como as quatro condições dependem uma das outras, a última é o complemento das

anteriores. Ela fala sobre a necessidade de haver um grande número de pessoas utilizando os

locais, seja de passagem ou por moradia. Só haverá densidade de pessoas onde existe uma

variedade de usos.

Em todos os autores citados até então, fica clara esta inter-relação entre o homem e o

ambiente habitado por ele. Os indivíduos modificam o ambiente com seu comportamento,

mas ao mesmo tempo, um ambiente com urbanidade e vitalidade pode modificar o

comportamento do individuo.

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3. Psicologia na inter-relação homem e ambiente

Na década de 50 inicia-se o assunto acerca da relação ambiente e homem dentro da

psicologia, surgindo o termo psicologia arquitetural, que analisa o homem apenas como um

agente passivo, considerando que a discussão é acerca de como os espaços construídos

interferem e influenciam no comportamento humano. Já na década de 70, inicia a análise do

homem também como um agente ativo em um sentido mais amplo, surgindo o termo

psicologia ambiental, observando o seu comportamento e como ele escolhe se relacionar com

o ambiente. De acordo com Moser (1998), “a psicologia ambiental estuda a pessoa em seu

contexto, tendo como tema central as inter-relações – e não somente as relações – entre a

pessoa e o meio ambiente físico e social”. Em 1965, Kurt Lewin defende a ideia de que o

comportamento (C) do indivíduo acontece em função da interação dele (P) com o ambiente

(A), surgindo a equação C = f (PxA). Sendo assim, percebemos a inter-relação, a

reciprocidade onde a pessoa influencia o ambiente, mas também é influenciada por ele

(Lewin, 1965). A partir disso, conseguimos entender as diferentes condutas humanas em

determinados ambientes.

Cada setor do ambiente oferece aos seus usuários uma enorme gama de variáveis

que influenciam o comportamento humano, desde aspectos considerados “objetivos”

(como iluminação, temperatura, ruídos e arborização) até aspectos totalmente

“subjetivos” (como a sensação de aglomeração e acolhimento, as condições de

apropriação e o clima social). Essas dimensões ‘visíveis’ e ‘invisíveis’ do lugar

correspondem à sua ambiência e influenciam a percepção das pessoas que o

experenciam e, a partir de suas próprias características individuais, (gênero, idade,

história de vida, condições físicas, entre outros) o interpretam e reinterpretam

(ELALI, 2009:11).

Todos os locais são caracterizados por sua ambiência, que é compreendida como o

“conjunto de condições morais, intelectuais ou sociais que cercam uma pessoa e que podem

influenciar a sua vida” (MICHAELIS, 2002). Ao analisar este aspecto, qualquer projeto é

“enriquecido com outras dimensões, não apenas físicas e sensitivas, mas afetivas e

emocionais, contribuindo para o desenvolvimento de cidades ligadas aos anseios de quem a

habita” (DUARTE, PINHEIRO, UGLIONE e COHEN, 2012).

Temos até aqui a convicção de que o conjunto total deve ser considerado em um projeto

arquitetônico, e essa análise é feita interdisciplinarmente em campos da psicologia,

arquitetura, urbanismo e sociologia, levando em conta os aspectos culturais, religiosos, de

costumes, de hábitos e comportamentais.

4. Abordagem psicológica na arquitetura: Teoria de Einfühlung

Ao projetar um espaço adotando uma visão pluridimensional, deixamos de vê-lo apenas

pelas suas funções básicas. Passamos a atribuir novos significados simbólicos, que se

integram a ambiência, atuando sobre o imaginário dos seus usuários (GIRALDI, 2014). Esta

projeção imaginária foi estudada inicialmente por Robert Vischer, no final do século XIX, em

sua aplicação da teoria de einfühlung. que em tradução do alemão, significa teoria da empatia.

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Este estudo se inicia partindo de o princípio em que a maioria das pessoas desenvolvem, ou

não, sentimentos em comum com algo. Segundo Colin (2000), é “uma forma de

conhecimento que procura identificar-se com experiência de outro ser humano e sentir o

mundo da mesma forma que esse outro ser humano”.

Empatia, além de afinidade, é identificação. Ou seja, uma objeto arquitetônico possui

emoções e sentimentos de quem o criou, e isso repassa para o seu observador, que se

identifica com aquelas emoções e sentimentos. “Assim, temos a maravilhosa capacidade de

projetar e incorporar nossa própria forma física em uma forma objetiva, da mesma maneira

que os caçadores selvagens ganham acesso a sua presa, ocultando-se em um campo cego”

(VISCHER, 1873).

Perceberam-se elementos geométricos em formas arquitetônicas, que geravam essa

empatia, e a partir disso foi estudado os movimentos cognitivos que elas têm sobre os

observadores. Estes movimentos são os processos mentais que estão por detrás do

comportamento humano.

A linha reta desperta a cognição da retidão, que remete ao caráter, a confiança e a

credibilidade. Quando posicionada na horizontal, ela é associada a cognição de

indubitabilidade, quando a pessoa confia sem dúvidas e possui a crença absoluta no que vê.

Figura 6: Villa Savoye, Poissy, França

Fonte: Site Architetural Digest

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Figura 7: Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brasil

Fonte: Site ArchDaily

Quando posicionada na vertical, a linha reta normalmente instiga a cognição de

ascenção, trazendo segurança, empoderamento e levando o foco de atenção para cima. Esta

representação é comum nas catedrais góticas por dar a ideia de chegar perto do céu. Além

disso, também é utilizada em monumentos e prédios altos.

Figura 8: Empire State Building, Nova Iorque, Estados Unidos da América

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Fonte: Site Wikipedia

Figura 9: Torre Eiffel, Paris, França

Fonte: Site Paris City Vision

O posicionamento da uma linha reta na diagonal é a junção das duas anteriores. Desta

forma, expressa o regular, a segurança e a confiança.

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Figura 10: Puente de la mujer, Buenos Aires, Argentina

Fonte: Site Wikimedia

Figura 11: Museu de Arte Moderna (MAM Rio), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

Fonte: Site Catraca Livre

A linha pode também ser curva ou sinuosa. Essa representação remete à cognição de

flexibilização, pois ao observá-la, a pessoa pode perder o foco de atenção para apenas um

ponto específico. O curvilíneo possui suavidade, flexibilidade e relembra o feminino.

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Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo

homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas

montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo

da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein

(NIEMEYER, Oscar).

Figura 12: Museu de Arte Contemporânea (MAC), Niterói, Brasil

Fonte: Site Niemeyer

Figura 13: Igreja São Francisco de Assis, Pampulha, Belo Horizonte

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Fonte: Site Flickr

Quando a linha curva encontra o seu ponto final com o inicial, tem a possibilidade de

criar o círculo. Com equilíbrio e solidez ele desperta a cognição de posse ou de atração,

deixando o observador com toda a atenção voltada para o objeto.

Figura 14: High Roller, Las Vegas, Estados Unidos da América

Fonte: Site Tripadvisor

Outro elemento geométrico muito presente na arquitetura, é o cubo. Ele simboliza

integridade e segurança, já que possui todos os lados iguais. Além disso, é uma forma que

abre novos campos cognitivos, pois desperta a compreensão e aceitação.

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Figura 15: Apple Store, Nova Iorque, Estados Unidos da América

Fonte: Site Macmagazine

Com um campo cognitivo ainda mais forte que o cubo, a esfera instiga a compreensão

e a conclusão. Muito encontrada nas basílicas como semi-esferas e em objetos onde quer se

fazer com que o observador aceite totalmente aquilo como correto e perfeito.

Figura 16: Epcot Spaceship Earth, Walt Disney World, Orlando

Fonte: Site Walt Disney World

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Figura 17: Basílica de São Pedro, Vaticano

Fonte: Site InfoEscola

Estas são algumas das formas geométricas que sempre estiveram muito presentes na

arquitetura. Através do uso correto das formas, o estudo da teoria de einfühlung nos deixa a

ideia de que um projeto é 90% cognição e apenas 10% arquitetura. Ao ativar lados cognitivos

do cérebro do observador, ele se identifica com a forma e a humaniza com empatia.

5. Considerações finais

Este artigo explanou a inter-relação homem e ambiente de forma interdisciplinar, a fim

de perceber e compreender a sua importância antes de iniciar um projeto arquitetônico ou

urbanístico. Analisando pelo ângulo da arquitetura, desde a era neolítica, depois no

renascentismo e até os tempos modernos, sempre se percebeu as obras como forma de

representar sentimentos individuais ou coletivos.

Pelo ângulo do urbanismo, analisado como uma escala macro da arquitetura, tudo deve

ser pensado pelo coletivo e como as pessoas irão se apropriar dos espaços. Repassando as

condições para uma cidade possuir vitalidade urbana, percebemos que a forma como os

espaços são planejados afeta diretamente na vida das pessoas, tornando-se um local agradável

ou inóspito.

Ao observarmos a psicologia ambiental fica ainda mais clara a necessidade do estudo

do conjunto, visto que ela também faz essa análise da inter-relação homem e ambiente em que

está inserido. É levado em conta as dimensões sociais, culturais, comportamentais e aspectos

religiosos, de costumes e de hábitos.

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Dentro do campo da psicologia analisamos ainda a teoria de einfühlung, nos fazendo

perceber que simples formas geométricas despertam sentimentos e movimentos cognitivos no

seu observador e/ou usuário. É mais um exemplo do encontro da psicologia com a arquitetura,

e que deve ser considerado na hora de projetar.

Apesar desta interdisciplinaridade ser evidente, os estudos acerca deste tema ainda são

feitos de forma individual dentro de cada disciplina. Portanto, acredita-se que ao fazer estudos

em conjunto, haveriam resultados mais completos e aplicáveis de forma imediata melhorando

a vida dos usuários da cidade.

Por fim, concluiu-se que as formas arquitetônicas são capazes de transmitir e influenciar

sensações e emoções aos seus usuários. Portanto, mesmo que subconsciente, percebe-se a

relação direta da arquitetura com a psicologia.

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