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Instituto Memória Editora & Projetos Culturais
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Editor: Anthony Leahy
www.institutomemoria.com.br
ISBN: 978 – 85 – 66201 – 76 – 5
TEIXEIRA. A.V.
Administração, Direito e Tecnologia a serviço da Cidadania. Coordenadores: Alex Volnei Teixeira e Dalton Borba. Organizadores: Maurício Dalri Timm do Valle e Alisson Marcelo Laurindo. Autores: Alisson Marcelo Laurindo et al. Instituto Memória – Centro de Estudos da Contemporaneidade. Curitiba. 2014 300 p. 1.Direito 2.Administração 3. Tecnologia I. Título
CDD 340 + 600 + 650
247 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
GESTÃO DA INFORMAÇÃO
ORGANIZACIONAL: TRANSFORMAÇÕES NA
CIÊNCIA E TECNOLOGIA COMO FATORES
DECISIVOS
MIGUEL ANGEL TOBIAS MARTINEZ107
EDELVINO RAZZOLINI FILHO108
MARIA DO CARMO DUARTE FREITAS109
NARA MEDIANEIRA STEFANO110
1. Introdução
A sociedade passa por mudanças contínuas ao longo do
tempo. A sociedade industrial pós-guerra evoluiu, transformando-
se em uma sociedade de serviços e, ultimamente a chamada
sociedade da informação. O controle da informação é essencial
para as organizações, que constantemente capturam e a
posicionam para que mais tarde possam facilmente utilizá-la. Esta
é uma questão presente no contexto estratégico vigente, onde as
organizações se encontram inseridas (DEPARIS et al., 2014).
Controlar suas próprias informações é um salto para a inovação e
permite que as organizações criem e mantenham vantagem
competitiva. _________________________ 107
Engenheiro. Universidade Federal do Paraná (UFPR). Contato:
Professor. Doutor. Universidade Federal do Paraná (UFPR). Contato:
Professor. Doutor. Universidade Federal do Paraná (UFPR). Contato:
Doutor. Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). Contato: [email protected]
Na percepção de Figueroa (1998), a intensidade da
competência global tem criado um ambiente volátil nos negócios,
pois as empresas têm que se preocupar em manter-se competitivas
o mercado e isso implica, entre tantos aspectos em otimizar o
248 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
tempo de resposta no desenvolvimento de novos produtos e
ordens de entrega ao cliente; satisfazer os seus clientes; oferecer
produtos e serviços personalizados; reduzir os custos; e oferecer
produtos íntegros e processos de pagamento simplificado a
clientes multinacionais. Com estas perspectivas sobre o ambiente
de negócios e, para cumprir com as demandas anteriores, os
sistemas de planejamento e gestão precisam se adequar as
necessidades da organização.
Neste contexto insere-se a tomada de decisões, que tem
como base a consulta às informações sobre a economia, mercado,
comportamento, tendências, entre outros fatores para mudança ou
adaptação da organização no mercado a qual está inserida. Nesta
perspectiva a organização é vista como um Sistema vivo. Assim,
utilizando a definição de Cassaro (2003) sobre Sistema tem-se:
que ele é um conjunto de partes e componentes, logicamente
estruturados, com a finalidade de atender a um determinado
objetivo.
Dessa forma, no campo organizacional pode-se dizer que
Sistema é um grupo de funções estruturadas logicamente, para
atender a determinados objetivos. Uma empresa é um grande
sistema, e o que a movimenta é um conjunto de informações
produzidas pelos seus sistemas de informações com o único
objetivo de chegar ao planejamento e ao controle de suas
operações. Sabe-se que no contexto empresarial as informações
são valiosos ativos intangíveis (KRISTANDL; BONTIS, 2007;
CHAREONSUK; CHANSA-NGAVEJ, 2010; ARRIGHETTI;
LANDINI; LASAGNI, 2014) que atuam como um diferencial na
busca por novas perspectivas.
Antes da era do conhecimento, o mundo dos negócios
geria os bens tangíveis com as práticas contábeis tradicionais. No
entanto, a gestão dos intangíveis passou por modificações. O foco
em ativos tangíveis no período industrial se deslocou para o ativo
intangível na era do conhecimento. Tornando o conhecimento o
fator chave no sucesso da competitividade das organizações.
249 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
As informações a nível organizacional tem-se tornado de
valor substancial na era do conhecimento, ou seja, sua utilização é
essencial para a sobrevivência e manutenção da rotina de uma
empresa (SEZÕES; OLIVEIRA; BAPTISTA, 2006). Com estas
perspectivas, a pesquisa faz uma análise bibliográfica sobre a
evolução das principais mudanças ocorridas nas técnicas,
estratégias, ferramentas e atividades que possibilitam a tomada de
decisão, na ótica da gestão da informação. Ou seja, em relação à
forma como a tomada de decisão é auxiliada pela tecnologia.
Justifica-se esse estudo pelo fato de alertar as organizações a
tornarem-se organização mais dinâmica e atuante em relação as
suas concorrentes. Na medida em que os sistemas de informação
estão sendo desenvolvidos e aprimorados continuamente, e os
colaboradores em todos os níveis da organização estejam
devidamente qualificados, capacitados a usar as informações
fornecidas pelo sistema para as suas tomadas de decisões.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do
trabalho possuiu um caráter bibliográfico (MATTAR, 2007),
sendo uma pesquisa exploratória que visa prover o pesquisador de
um conhecimento mais aprofundado a respeito do tema ou o
problema de pesquisa. Os métodos de coleta de dados utilizados
foram levantados em fontes secundárias, tais como: livros,
revistas, Internet, artigos científicos. Foram utilizadas as bases do
Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) para fazer as buscas da pesquisa. Desta forma,
a revisão bibliográfica tem a finalidade de um melhor
esclarecimento de conceitos e reunir por meio do material
existente, as informações disponíveis sobre o tema.
O presente trabalho encontra-se organizado da seguinte
forma: além desta introdução, o artigo apresenta: (ii) panorama
histórico mundial da utilização da informação; (iii) gestão da
informação nas organizações; (iv) tomada de decisão nas
organizações; (v) ferramentas para a tomada de decisão; (vi)
tecnologia na tomada de decisão; (vii) técnicas para a tomada de
decisão; (viii) fatores determinantes para gestão da informação;
(ix) discussões e conclusões e, por fim as referências utilizadas.
250 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
2. PANORAMA HISTÓRICO MUNDIAL DA UTILIZAÇÃO DA
INFORMAÇÃO
Ao fazer a resenha histórica sobre este tema, é necessário
atentar-se às evoluções do conceito de estratégia pelo viés do uso
da informação. Desta forma, a informação privilegiada é sinônimo
de vantagem competitiva (ARZING; GIROUD, 2014) sobre os
concorrentes e determinante para a sobrevivência e o sucesso de
qualquer atividade.
Retornando à análise da história do homem nos
primórdios, a humanidade tem desenvolvido e utilizado ações
relacionadas à gestão da informação (ALMEIDA, 2012). Para
sobreviver, o homem precisou conviver coletivamente e aplicar
melhor seus esforços e habilidades, almejando conseguir melhores
resultados. Reinos antigos foram levantados e, embora ainda não
sejam reconhecidos como apoiados por métodos científicos,
surgiram diversos empreendimentos em todo o mundo. A
informação implícita já era usada pelos povos antigos como, por
exemplo: os Persas, Egípcios, Fenícios e outros Orientais, que ao
seu modo já utilizavam a informação, para: posicionamento dos
astros, comportamento das marés, temporadas de chuva e seca, e
precisavam saber tudo isso com o objetivo, de facilitar a tomada
de decisões: a data certa de cultivo, planejar períodos de pesca,
entre outras atividades (SEZÕES; OLIVEIRA; BAPTISTA,
2006).
Neste âmbito existem também as primeiras linhas escritas sobre
estratégia por Sun Tzu no livro “A Arte da Guerra” que iniciaram
há 2500 anos, seguidas por Maquiavel no séculos XV-XVI com
livros como o “Príncipe” até chegar a Clausewitz no Século XIX
(SEZÕES; OLIVEIRA; BAPTISTA, 2006). O ser humano, para
sobreviver, precisou conviver em grupo e criar formas de aplicar
melhor seus esforços, diminuindo esforços físicos e aumentando
os resultados. Impérios foram construídos seguindo alguma
abordagem e, embora não reconhecida como método científico
ocidental, surgiram empreendimentos em todo o mundo.
O Quadro 1 exemplifica as ações tomadas por exércitos, países e
organizações, ao longo da história que evidenciam serem as
251 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
teorias e técnicas (MAXIMIANO, 2004) usadas nesse Século para
a gestão das organizações oriundas de práticas do passado.
Quadro 1 – Atividades podendo ser consideradas como tomada de
decisões na historia
Época Local/evento Ações relacionadas à gestão da informação
Desde
4000 a.C.
Oriente Projetos de engenharia;
Construção de cidades;
Edificação de pirâmides;
Projetos de irrigação.
Desde
3500 a.C.
Organizações
militares Exército assírio;
Exército romano;
Sun Tzu;
Organização, disciplina, hierarquia,
logística, planejamento de longo
prazo, formação de recursos humanos.
Século V
a.C.
Grécia Administração democrática de cidades
e estados;
Ética: a responsabilidade dos políticos
era promover a Felicidade dos
cidadãos (Platão);
Qualidade como sinônimo de melhor e
mais alto desempenho;
Método científico (busca de
conhecimento por meio da
investigação sistemática e da reflexão
abstrata).
252 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Entre o
Século VII
a.C. e IV
d.C.
Roma Administração do império
multinacional;
Administração de projetos de
engenharia e construção;
Planejamento e controle das finanças
públicas;
Exército profissional.
Século
XVI
Renascimento Grandes empresas de comércio;
Invenção da contabilidade;
Retomada dos valores humanistas;
Maquiavel (O Príncipe).
Século
XVIII
Revolução
Industrial Máquina a Vapor
Conceito de fábrica;
Surgimento dos sindicatos;
Primórdio dos Estudos da
administração enquanto disciplina.
Fonte: Adaptado de Maximiano (2004)
As evidencias das práticas do uso da informação para
tomada de decisões em eventos ou etapas importantes da história
citadas, agora recebem complemento da resenha histórica
relacionada com a tomada de decisões. Chiavenato (2000)
relacionou como três as Eras da Administração no século XX
(Quadro 2).
253 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Quadro 2 – As três eras da administração no Século XX
Era clássica
1900 - 1950
Início da
industrialização;
Estabilidade;
Pouca mudança;
Previsibilidade;
Regularidade e certeza.
Administração
científica;
Teoria Clássica;
Relações humanas;
Teoria da
burocracia.
Era
Neoclássica
1950 –
1990
Desenvolvimento
industrial;
Aumento da mudança;
Fim da previsibilidade;
Necessidade de
inovação.
Teoria neoclássica;
Teoria
estruturalista;
Teoria
comportamental;
Teoria de sistemas;
Teoria da
contingência.
Era da
informação
–a partir
dos anos
1980
Tecnologia de
informação (TI);
Globalização;
Ênfase nos serviços;
Aceleração da
mudança;
Imprevisibilidade;
Instabilidade e
incerteza.
Ênfase na:
Produtividade;
Qualidade;
Competitividade;
Cliente;
Globalização.
Fonte: Chiavenato (p. 430, 2000) O Quadro 2 ressalta a necessidade que se tem ao longo do
tempo de obter informação de qualidade para ser transformada, posteriormente, em conhecimento e em determinadas situações em
uma escolha para decisão. E também, é imprescindível demonstrar
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como as mais recentes estratégias usadas na tomada de decisões
são auxiliadas pela tecnologia. Neste contexto, considera-se a
“tecnologia” como a aplicação prática do conhecimento
(CUBEREK et al., 2013), seja ele científico ou outro
conhecimento organizado – incluindo qualquer ferramenta,
técnica, produto, processo, método, organização ou sistema – em
tarefas práticas.
A necessidade de informações para assistência na tomada
de decisão demonstra-se antiga. Porém, com o surgimento da
tecnologia possibilitou-se auxílio ou melhoria deste processo
Também é importante destacar que o gerenciamento de qualquer
processo deve ser alimentado de informações úteis, bem
administradas, possibilitadas de encontrar tendências, estudar
possibilidades, facilitando assim a decisão a ser tomada.
3. GESTÃO DA INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Para discorrer sobre a Gestão da informação nas organizações
podemos fazer um resgate de Silva (2007) onde evidencia-se que
pessoas e organizações, sejam públicas ou privadas, dependem da
informação e de seus processos decisórios, mas para ser usada
eficazmente é fundamental que a informação seja gerenciada para a
sustentabilidade e competitividade organizacional. Este processo de
Gestão de Informação deve gerir os recursos de informação
organizacionais tanto internos como externos.
A vida da Gestão da informação inicia a partir da década
de 1980 traz uma crescente importância na vida das organizações;
que termina por colocá-la no mesmo lugar dos demais processos
dentro de uma organização, e assim passou a ser uma atividade
essencial, como qualquer outro tipo de trabalho desenvolvido.
A Gestão de informação atua numa organização
identificando o fluxo de informação que é peculiar para cada
uma delas. A gestão de informação é responsável de mapear
este fluxo, identificando pessoas, tecnologia usada, fontes de
informação, produtos e serviços, compondo esse conjunto de
atividades à maneira como a informação e o conhecimento é
obtido, distribuído e utilizado. Todas as etapas e atores no
fluxo de informação precisam ser identificados a fim de
255 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
detectar as influencias sobres os processos decisórios ou
problemas que possam surgir.
A informação tornou-se um recurso estratégico das organizações
e, para tanto é necessário que o conhecimento seja gerenciado
(MARTIN-RIOS, 2014). O conhecimento (ALAVI;
LEIDNER, 2001) é a informação possuída na mente de um
indivíduo. É informação personalizada ou subjetiva relacionada a
fatos, procedimentos, conceitos, interpretações, ideias,
observações e julgamentos (que pode ou não ser único, útil,
preciso, ou estruturado). Informações tornam-se conhecimento,
quando são processadas na mente de um indivíduo. Este
conhecimento torna-se então, informações de novo uma vez que é
articulado ou comunicado aos outros na forma de textos, fala, ou
outros meios.
Apresenta-se no Quadro 3 uma breve classificação, proposta por
Alter (1992), dos sistemas de informação para melhor entender a
gestão da informação nas organizações.
Quadro 3 – Classificação dos sistemas de informação
Nome do Sistema Descrição
Transacionais e
Automação de
Escritórios
São os de nível mais baixo num sistema organizacional
e trata-se de uma grande quantidade de informações
processadas diariamente, tais como ordens de compra,
pedidos, contabilidade ou contas pendentes. Este tipo
de atividade que geram ou modificam os dados
armazenados são chamadas transações.
Informações
Gerenciais
São os que aumentam os dados dos sistemas do nível
anterior com o objetivo de ter uma visão da situação da
organização como pode ser as vendas no mês ou no
ano. Reforçam os objetivos da organização ao fazer
uma comparação do desempenho com as metas
estabelecidas.
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Sistemas de Suporte
à Decisão
Ajudam aos tomadores de decisões por médio de
modelos e ferramentas para analisar informações
Sistemas de
Informação a
Executivos
São os que viabilizam as informações sobre a
organização de forma interativa e rápida ao mesmo
tempo podendo ser exibidas em diferentes formatos
Sistemas
Especialistas
Fazem que o conhecimento e informações de
especialistas fiquem disponíveis para outros
participantes da organização
Sistemas não
Estruturados
São sistemas de utilidade temporária, mas de muita
importância já podem ser usados para alguma atividade
na organização de alta administração como, por
exemplo, o lançamento de um novo produto ou
empreendimento.
Fonte: Adaptado de Alter (1992)
Portanto, a gestão da informação se adere não somente aos
processos de organização da informação, mas também às
necessidades de informação. Ela centra-se nos fluxos e ações
referentes à informação (e não exclusivamente nos sistemas de
informação).
4. TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Na concepção de Morgan (1996) organizações são, em
larga escala, sistemas de tomada de decisões o que mostra a
importância como um processo para o funcionamento contínuo da
organização. Desta forma o mesmo conceito é sustentado com as
palavras de Simon (1965) onde é destacado que as atividades nas
organizações são, essencialmente, atividades de tomada de
decisão e resolução de problemas. Pois, como argumenta
Emmerich (1962, p, 161) decisões são tomadas a todo instante nas
organizações. Em outras palavras, constituem o conteúdo do
trabalho dos administradores ou que tem a responsabilidade de
dirigir uma organização.
257 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Choo (2006) concorda que o conhecimento ou
informações necessárias para a tomada de decisões estão
disseminadas por toda a organização em diversas formas. E que o
conhecimento de uma organização é resultado da especialização e
da experiência dos membros da mesma e de clientes, fornecedores
e parceiros. Nessa perspectiva Choo (2006) também aponta que se
os processos de tomada de decisão, das organizações, fossem
embasados na informação como instrumento para subsidiar as
decisões, o nível de competitividade delas poderia ser maior,
Quadro 4.
Quadro 4 – Informação necessária para tomada de decisões
Informações
necessárias para a
tomada de decisão
numa organização
Informações de ambientes internos da
organização, pontos:
Pontos Fracos Pontos Fortes
Informações de ambientes externos à
Organização (os concorrentes) pontos
Pontos Fracos Pontos Fortes
Conhecimento do terreno (mercado
envolvente).
Fonte: Adaptado de Sezões, Oliveira e Baptista (2006)
O Quadro 4 mostra, partindo-se do conceito de tomada de decisão
por meio da gestão de informação efetiva na organização, que é
preciso conhecer de forma mais exata possível os pontos fracos e
fortes internos. Assim como, os possíveis concorrentes e as
especificidades do ambiente onde essa está inserida. Para que uma
organização tenha sucesso tem que ter as informações necessárias
sobre a área na qual está inserida, assim também como conhecer
aos seus concorrentes com isto terá a capacidade suficiente para
melhorar processos internos: pontos fracos internos.
258 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Com o anteriormente exposto pode-se dizer que o processo
de tomada de decisões longe de ser deliberado, é condicionado por
certos fatores que limitam nossa capacidade de decisão em
qualquer área em que se esteja envolvido: O contexto o situação,
informação disponível para a tomada da decisão e a perspectiva
pessoal (objetividade).
5. FERRAMENTAS PARA A TOMADA DE DECISÃO
Em termos genéricos, a tomada de uma decisão não é
simples ou trivial, consiste em ato que é realizado, praticamente,
diariamente. Em sua maioria, trata-se de decisões de curto prazo
ou impacto, mas também existem aquelas que têm implicações
marcantes no futuro (CAÑABETE, 1997).
Deve-se buscar aquela decisão que permite a perspectiva
de “maior” benefício, a melhor opção das possíveis, mas para isso,
é preciso que se faça um processo de avaliação de opções. Este
processo, ao contrário da liberdade, está condicionado uma a série
de fatores que limitam a capacidade de decisão: o contexto
(cenário ou ambiente); a informação disponível para a tomada de
decisão (certeza ou incerteza) e a perspectiva individual (forma de
entendimento ou grau de comprometimento com a situação)
(CAÑABETE, 1997).
A partir das cinco etapas do processo decisório propostas por
Simon (1965), Cañabete (1997) propõe dois passos importantes
que podem aprimorar o processo de tomada de decisão, conforme
segue:
Primeiro passo: para a tomada de decisão é importante
inicialmente para identificar: Qual é o requerimento ou
necessidade que gera a tomada de decisão? Que alternativas
possíveis podem ser consideradas? e que possíveis cenários
podem ter o lugar?
O segundo passo: consta da aplicação de alguma técnica de
análise que facilite o processo de decisão, diante desta pesquisa
serão descritas algumas delas, além de outras ferramentas
assistidas por computador que são mais recentes e de maior
alance.
259 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
6. TECNOLOGIA NA TOMADA DE DECISÃO
O processo de tomada de decisões por meio da tecnologia
iniciou com a aparição dos computadores (os enormes e muito
lembrados mainframes na década de 1960), quando se iniciaram
as primeiras ferramentas no nível de automatização onde os
computadores forneciam reportes simples iniciando assim a era do
software gestor de informação nas organizações.
Ainda que existam as técnicas para a tomada de decisão,
contudo, o objetivo deste trabalho é apresentar a evolução das
ferramentas auxiliadas, desenvolvidas e sustentadas por meio da
ciência e tecnologia como foi o surgimento das Enterprise
Resource Planning (ERP) nos anos 1970 (HWANG, 2014) , e
conforme as necessidades e exigências foram aumentando
também a complexidade destas ferramentas, como segue na
Figura 1 onde se descreve o surgimento de outras como o
Customer Relationship Management (CRM) (KHODAKARAMI;
CHAN, 2014), Supply Chain Management ( SCM) (LOTFI et al.,
2013), Data Warehouses (HUANG; DUY; FANG, 2014) e
Internet (HANAFIZADEH; KEATING; KHEDMATGOZAR,
2014).
Figura 1 – Evolução dos sistemas para tomada de decisões
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Fonte: Autores
Para Orlicky (1975) os Sistemas de Controle e Planejamento de
Manufatura (MRP), existiram desde os primórdios da revolução
industrial para mecanizar as tarefas e melhorar a confiabilidade e
planejamento da manufatura, mas esses sistemas se
automatizaram com a introdução dos mainframes no final dos
anos 1950 e início dos anos 1960.
Os MRP apresentavam uma clara vantagem, visto que
ofereciam uma procura maior, com foco de demanda para o
MRP
MRP JIT/
KANBAN MES
ERP
DRP
e-commerce
Business
Intelligence
e-SCM
260 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
planejamento e ordem da manufatura de produtos e de inventário.
Introduziram ainda as ferramentas de reportes de produção
básicos por meio do computador, os mesmos eram utilizados para
a avaliação de uma agenda de pedido de materiais conforme se
verifica no exemplo da Figura 2.
Figura 2 – Exemplo de um relatório feito por uma MPR
Fonte: Neves (2008)
Meados da década de 1970, os Sistemas nomeados de
Manufacturing Resource Planning (MRP II), gradualmente
começaram a substituir os sistemas MRP. Estes eram
desenvolvidos no mesmo contexto que os MRP. No entanto,
crescia e agregava a capacidade de planejamento dos
requerimentos, resultando na possibilidade de fazer, pela primeira
vez, o cálculo de todos os materiais e a capacidade de produção.
Os sistemas MRP II requeriam um alto grau de intervenção
humana. E isto se tornou um problema com o desenvolvimento do
261 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
mercado e das organizações cada vez maiores. A primeira solução
para este problema veio no começo dos anos 90 com os
Manufacturing Execution Systems (MES), que representaram um
desenvolvimento crítico na interface dos MRP II das empresas.
Rondeau e Lewis (2001) expõe que a contribuição mais
importante dos sistemas MES é a unificação dos processos de
manufatura com um sistema de valor de entrega com foco nos
requerimentos e demanda dos clientes. Bem como da
flexibilidade, do trabalho em tempo real, da realimentação e do
controle de um vasto elenco de processos relacionados com a
manufatura, seguindo assim para uma melhor resposta aos
requerimentos do mercado.
Para Reary (2000) as empresas a nível global estão cada
vez mais cedo atentas as necessidade de se tornarem flexíveis ao
desenvolverem recursos com ênfase na extração da informação
tida como de valor, para que possam alinhar as demandas da
empresa à satisfação de sua clientela.
Embora a introdução dos sistemas MES tenha melhorado o
grau de integração vertical com as funções de produção, os
Sistemas ERP geraram um melhor grau horizontal das empresas
naquele momento. Os sistemas ERP habilitaram às empresas para
a melhoria contínua dos processos em cadeia com o provedor, por
meio da administração flexível com o cliente. De acordo com
Mabert, Soni e Venkataramanan (2003) o sucesso da
implementação de um Sistema ERP permite a identificação e
implantação de um conjunto das melhores práticas, procedimentos
e ferramentas feitas para realizar com excelência os processos na
organização por intermédio da integração funcional. Na mesma
década surgiu o “Distribution Requirement Planning” (DRP), um
módulo incorporado dos ERP (Figura 3), fazendo a expansão da
empresa à um mercado externo, permitindo a demanda de
diversos centros de distribuição.
Figura 3 – Exemplo de um reporte ERP
262 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Fonte: http://docs.oracle.com/cd/b14099_19/core.1012/b13994/img/dashboard.gif
Na década dos anos 1980, os modelos MRP II disputaram
território em empresas que apresentavam sistemas japoneses
JIT/Kanban (Just-in-time), com a posição de vanguarda na gestão
de materiais e de produção. Quando comparados ao JIT parece
definir-se o MRP como um sistema de produção “empurrada”
(“push system”) uma vez que as instruções de produção são dadas
e os JIT são classificados como sistemas de produção “puxada”
(“pull system”) onde as novas ordens de produção são
condicionadas ao volume existente de estoques. Vollmann (1997)
discute os princípios básicos dos modelos MRPII e JIT e mostra
que, menos que conflitantes, os modelos podem ser usados de
forma complementar. Segundo Kenworthy (1997), mesmo no
Japão, o berço do paradigma Just in Time, observou-se empresas
implantando sistemas do tipo MRP II.
Já o e-commerce e e-business envolvem todo
empreendimento em que as atividades ocorrem em algum meio
eletrônico entre os participantes, ou seja, todo o conjunto de
transações organizacionais suportadas pela Internet (B2B –
Business to Business e B2C – Business to Costumers)
(FRONTINI, 1999; ZUO et al, 2013; ROSACI; SARNÈ, 2014).
263 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Os sistemas de e-commerce podem ser um conceito que
engloba um vasto conjunto de aplicações de apoio à tomada de
decisão que possibilitam um acesso rápido, partilhado e interativo
das informações, bem com a sua análise e manipulação; por meio
destas ferramentas, os utilizadores podem descobrir relações e
tendências e transformar grandes quantidades de informação em
conhecimento útil (RAZZOLINI FILHO, 2013).
Desta forma destaca-se o termo Business Intelligence®
que surgiu apenas na década de 1980, pela empresa Gartner
Group (PRIMAK, 2008) como o processo inteligente de coleta,
organização, análise, compartilhamento e monitoração de dados
contidos em Data Warehouse e/ou Data Mart, gerando
informações para o suporte à tomada de decisões no ambiente de
negócios, ganhando impulso no desenvolvimento de soluções a
partir da segunda metade dos anos 1990 e ao longo dos anos 2000.
Na ótica de Angeloni e Reis (2006) Business Intelligence é
um guarda-chuva conceitual, que se destina à captura de dados,
informações e conhecimentos que possibilitam às empresas
competirem com maior eficiência em uma abordagem evolutiva
de modelagem de dados. Sendo capazes de promover a
estruturação de informações em depósitos retrospectivos e
históricos, permitindo sua modelagem por ferramentas analíticas.
O seu conceito é abrangente e envolve todos os recursos
necessários para o processamento e disponibilização da
informação ao usuário.
A partir do desenvolvimento dos primeiros sistemas de
SCM (Supply Chain Management) ao longo dos anos 1990 e
2000, chega-se ao desenvolvimento dos primeiros sistemas de e-
SCM (eletronic Supply Chain Management), que podem ser
entendidos como:
A administração sinérgica da cadeia de valor dos canais
suprimentos em ambientes eletrônicos, suportada por arquitetura
de tecnologia da informação e da comunicação, de todos os
participantes da cadeia de valor, por meio da integração de seus
processos de negócio, visando sempre agregar valor ao produto
final em cada elo da cadeia, por meio de elevados níveis de
serviço, gerando vantagens competitivas sustentáveis ao longo
do tempo (RAZZOLINI FILHO, 2014, p. 62).
264 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Ou seja, a tendência evolutiva dos sistemas de apoio à
tomada de decisão é de uma maior integração intra e
interorganizacional, de forma de as decisões sejam tomadas
sempre a partir de uma visão sistêmica.
Portanto, nesta sessão teve-se a oportunidade de olhar as
técnicas “simples” ou “rudimentares” para a tomada de decisões.
Com exemplificação da ajuda da tecnologia para a tomada das
decisões, facilitando ao gestor de uma organização a tomada de
uma decisão desde que esteja com as informações certas no
momento certo.
7. TÉCNICAS PARA A TOMADA DE DECISÃO
No entanto, além das ferramentas auxiliadas pela
tecnologia pode-se mencionar outras técnicas existentes que
podem-se considerar rudimentares ou simples por não precisar de
ajuda da tecnologia a seguir serão mostradas algumas delas.
7.1. ANÁLISE SWOT
Creditada a Albert Humphrey – Pesquisador na Universidade de
Stanford nas décadas de 1960 e 1970; o termo SWOT (SOARES
et al., 2008) é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um
acrônimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), como mostra
a Figura 4.
Figura 4 – Esquema de um análise SWOT
Fonte: Diniz (2012)
265 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Essa ferramenta é utilizada para fazer análise de cenário
(ou análise de ambiente) para gestão e planejamento estratégico de
uma corporação ou empresa; considerada simples por verificar a
posição estratégica da empresa no ambiente em questão.
7.2. ANALISE DAS CINCO FORÇAS
Modelo desenvolvido por Michael Porter em 1979 e
destina-se à análise do ambiente de competição entre empresas
(Figura 5).
Figura 5 – Esquema de um análise das cinco forças
Fonte: Porter (2007)
As forças competitivas presentes no macroambiente
afetam a capacidade para servir os seus clientes e obter lucros;
uma mudança em qualquer uma das forças normalmente requer
uma nova pesquisa (análise) para reavaliar o mercado.
7.3. MATRIZ KEPNER-TREGOE
Desenvolvida por Charles H. Kepner e Benjamin Tregoe nos
anos 1960; o método é uma série de técnicas (Figura 6) estruturadas
266 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
para obter, priorizar e avaliar a informação (KEPNER
& TREGOE, 2001).
Figura 6 – Exemplo de uma Matriz Kepner-Tregoe
Fonte: Ferreira (2012)
Conhecido como matriz Kepner ou matriz perfil
competitivo ou matriz GUT; no contexto de gestão empresarial
foca na valoração e priorização de riscos.
7.4. ÁRVORES DE DECISÃO
Ferramentas (Figura 7) que podem ser utilizadas para dar
ao agente a capacidade de aprender, agir e prever futuras tomadas
de decisões.
Figura 7 – Exemplo de uma árvore de decisão
Fonte: Pozzer (2006)
267 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
O aprendizado (GETULIO, 2012) é indutivo e ocorre por
observa das interações com o mundo e seu processo interno de
tomada de decisões; usa um conjunto de regras SE- ENTÃO (if-
then); toma como entrada uma situação descrita por um conjunto
de atributos e retorna uma decisão.
7.5. DIAGRAMA DE PARETO
É uma das sete ferramentas da qualidade, o princípio de Pareto
(Figura 8) é evitar que problemas sem importância sejam
colocados diante de outros mais graves; é um gráfico de barras
que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor,
permitindo a priorização dos problemas; visualização e
identificação das causas ou problemas mais importantes,
possibilitando a concentração de esforços sobre os mesmos
(NANCY, 2004).
Figura 8 – Exemplo de um diagrama de Pareto
Fonte: METACOMET (2007)
Outras técnicas simples de ajuda na tomada de decisões
podem ser as seguintes: Análises de risco e impacto, análise da
Indústria, árvores de decisão, grid analysis ou análises da grade e
Análise Custo-Benefício.
268 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Assim nesta seção foi realizada uma extensa abordagem de
práticas auxiliadas pela tecnologia, desde seus primórdios e
algumas ainda em andamento tudo isso com a ajuda da tecnologia,
facilitando ao gestor de uma organização a tomada de uma
decisão desde que esteja com as informações certas no momento
certo.
8. FATORES DETERMINANTES PARA GESTÃO DA
INFORMAÇÃO
No contexto das organizações cabe inferir que o advento
da tecnologia e a adoção de diferentes técnicas tornaram-se fatores
que são determinantes na gestão da informação organizacional e
tem contribuído no desenvolvimento de práticas novas de trabalho
satisfazendo as necessidades e oportunidades de negócios (Figura
9).
Figura 9 – Representação das contribuições da ciência e
tecnologia nas organizações
Fonte: Autores
Embora as ferramentas tecnológicas ou sistemas de informação
para ajuda a tomada de decisão já tenham nome como podem ser
os denominados Corporate Performance Management (CPM),
Enterprise Business Inteligence Suite (EBIS) assim também os
que sejam resultado do crescimento do Open Source. Mas Prates
(1994) afirma que todos devem de cumprir com as seguintes
exigências expressas no Quadro 5.
269 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Quadro 5 – Exigências requeridas de um sistema para a apoio a
tomada de decisões
Exigências Comentários e cogerências sobre
as exigências
Crescente
interpenetrabilidade dos
computadores nas
organizações;
De acordo a esta pesquisa é clara a
necessidade dos computadores nas
organizações, agora a importância
está na interoperabilidade e
portabilidade dos sistemas.
Crescente convergência da
computação com as
telecomunicações;
Esta exigência é mais importante
quanto mas grande seja a
organização, já que precisará destes
serviços para satisfazer suas
necessidades internacionais a um
baixo custo (por exemplo, via e-
commerce).
Crescente automação do
trabalho individual e
coletivo;
Depois de que Prates (1994)
elaborou esta lista exigências, Choo
(2003) expressa em seu trabalho a
necessidade da busca de informação
no processo de tomada de decisão.
Crescente valor intrínseco
da informação;
Depois de que Prates (1994)
elaborou esta lista exigências, Choo
(2003) expressa em seu trabalho a
necessidade da busca de informação
no processo de tomada de decisão.
Surgimento de novas
formas de organização e
gerenciamento;
Toda ferramenta futura para ajuda na
tomada de decisão tem que ter a
qualidade de portabilidade.
Aceleração da competição
global;
A exigência persiste.
270 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
Exigências Comentários e cogerências sobre
as exigências
Aceitação gradual de
padrões globais
A exigência persiste, mas
especialmente na área de logística já
que os sistemas das empresas passam
a incluir diversos fornecedores sejam
domésticos ou estrangeiros.
Fonte: Adaptado de Prates (1994)
O objetivo desta seção, baseando-se nos autores citados
nesta pesquisa e com ênfase de que se está inserido numa nova
era, “a era da informação” (CHAVIENATO, 2000), faz-se
imprescindível o entendimento da informação como a matéria
prima para o conhecimento e tomada de decisões. E com base no
Quadro 5, sobre as exigências de um sistema para apoio a tomada
de decisões pode-se afirmar que “nessa nova era” satisfizemos as
necessidades “tecnológicas” e de “conhecimentos” que podem
considerar-se já antigas na tomada de decisões, já que enquanto à
“necessidade de computadores, telecomunicações”, essas
necessidades estão nessa nova era intrínsecas e sobre os temas de
“competição global, padrões globais, novas formas de
gerenciamento, formas de trabalho”.
Portanto, quanto mais se tiver um equilíbrio entre as
ferramentas tecnológicas e o pessoal capacitado com as
competências para tomada de decisões, melhor qualidade teremos
nos resultados, uma vez que as TICs (Tecnologias de Informação
e Comunicação) já não podem ser consideradas um impedimento
mas sim uma ferramenta para a tomada de decisões.
9. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
Este trabalho, por meio de um estudo descritivo e
analítico, na qual foi feito um levantamento bibliográfico e
uma base conceitual, apresentou a evolução histórica dos
sistemas de gestão empresarial descrevendo como a
tecnologia tem ajudado na melhoria dos processos ao longo
do tempo. Discutiu-se a evolução das principais mudanças
ocorridas nas técnicas, estratégias, ferramentas e atividades
271 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
que possibilitam a tomada de decisão. Foi realizada uma
descrição das classificações, conceitos, evolução das ferramentas
de ajuda para tomada de decisão, bem como do seu processo de
uso, assim como uma inferência cognitiva relacionada ao
levantamento bibliográfico, levando-nos a diferentes conclusões
em cada seção estudada.
Na Seção dois pode-se demonstrar que a necessidade de
informações para assistência na tomada de decisão demonstra-se
antiga. Na seção três foi identificado como a gestão da informação
age nas organizações como qualquer outro processo ou trabalho
que se realiza nelas. Na seção quatro pudemos identificar os
diferentes fatores para a tomada de decisão. Na seção cinco faz
trata-se de uma descrição geral e uma introdução das seguintes
duas seções que trataram sobre as ferramentas de auxílio na
tomada de decisões. Na seção seis e sete tivemos um extenso
olhar de técnicas e práticas auxiliadas pela tecnologia assim como
sua historicidade. Na seção oito foi analisado como a informação
é um fator determinante para a tomada de decisões, também
discutimos sobre as barreiras que se tinham naquela época para a
implementação de um sistema de tomada de decisões em
comparação com a chamada era da informação.
O estudo bibliográfico infere que os sistemas que ajudam
na tomada de decisão evoluíram com base nas necessidades de
organizações numa etapa de globalização desde simples técnicas
até chegar ao auxilio pela tecnologia que é uma ferramenta eficaz
se bem gerida por pessoal com as informações certas. Com a
evolução contínua na Gestão da informação nas organizações
pode-se esperar nas futuras versões dos sistemas de auxílio para a
tomada de decisões das organizações aliado à tecnologia e o
conhecimento sistemas cada vez melhores e em muitos dos casos
com licença livre.
No entanto, não existe gerenciamento sem informação
completa, as organizações que querem vencer, liderar e sobreviver no
mercado atual precisam de informação, que é a matéria-prima para o
sucesso. Se bem administrada, a tomada de decisão é indispensável nas
empresas e nas organizações. Porém é preciso estabelecer metas e
objetivos a serem seguidos independentemente de qual for a escolha um
caminho deve ser estabelecido e os esforços de todos os
272 ADMINISTRAÇÃO, DIREITO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA CIDADANIA
colaboradores da organização voltados para atingir essas metas e
objetivos propostos.
Assim pode afirmar que a gestão da informação é uma
necessidade para aperfeiçoar os processos mediante o uso da
tecnologia. A informação e sua correta gestão, em combinação
com o uso das ferramentas tecnológicas são um ativo que
contribui para geração de conhecimento especialmente na tomada
de decisões, isto se torna essencial na competitividade das
organizações.
Portanto, a gestão da informação com a ajuda da
tecnologia, facilita ao gestor de uma organização à tomada de uma
decisão desde que as informações sejam certas no momento certo.
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