Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da...

47
Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico Mariana Camargo Rogacheski O uso do biomodelo em reabilitação de maxila atrófica: relato de caso clínico CURITIBA 2016

Transcript of Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da...

Page 1: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico

Mariana Camargo Rogacheski

O uso do biomodelo em reabilitação de maxila atrófica: relato de caso clínico

CURITIBA

2016

Page 2: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Mariana Camargo Rogacheski

O uso do biomodelo em reabilitação de maxila atrófica: relato de caso clínico

Monografia apresentada ao

Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico,

como parte dos requisitos para obtenção do título

de Especialista em Implantodontia

Orientadora: Profª Paola Rebelatto Alcântara

CURITIBA

2016

Page 3: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Mariana Camargo Rogacheski

O uso do biomodelo em reabilitação de maxila atrófica: relato de caso clínico

Presidente da banca: Profª Paola Rebelatto Alcântara

BANCA EXAMINADORA

Profª Drª. Flávia Fontão

Prof. Jean Uhlendorf

Aprovada em 25/08/2016

Page 4: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Dedico esta monografia a minha família, sempre presente nas minhas conquistas.

De modo especial, a meus pais, Enio e Marly, pela vida, pelo amor e por serem meu alicerce

durante a realização desta especialização. Sem vocês, nada seria possível.

A Fabiano, meu companheiro nesses 5 anos, pelo amor, carinho e dedicação.

Page 5: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Agradecimentos

Agradeço a Deus pela vida, por me permitir concluir esse curso e desfrutar desta

conquista com a minha família completa.

A meus professores, Rogéria Acedo Vieira, Érika Romanini, Sidney Sato Oku e

Yuri Uhlendorf, por todo o tempo, dedicação e ensinamentos valiosos. Vocês foram

fundamentais na minha evolução como profissional e desempenharam a docência de

modo brilhante.

A minha orientadora, professora Paola Rebelatto Alcântara, pelo incentivo e

dedicação na orientação desta monografia.

A todos os professores convidados que ministraram aulas durante o curso.

A todos os colegas do curso, pelo companheirismo e amizade, de modo especial aos

queridos colegas e amigos Licelot Beltré Cabrera e Eduardo Anversa Borges, meus parceiros

nas cirurgias. Agregaram ao meu conhecimento e deixaram o curso muito mais prazeroso.

Aos funcionários do ILAPEO, pela presença sempre efetiva e preciosa contribuição

ao bom andamento do curso.

Page 6: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Lista de Figuras

Figura 1 – Vista oclusal ..................................................................................................... 25

Figura 2 – Planejamento reverso ....................................................................................... 25

Figura 3 – Vista oclusal pós-exodontia ............................................................................. 26

Figura 4 – Radiografia panorâmica, pós-enxerto e pós-exodontias .................................. 26

Figura 5 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 16 (A)

e região do dente 14 (B) ........................................................................................................ 27

Figura 6 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 13 (C)

e região do dente 11 (D) ........................................................................................................ 27

Figura 7 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 21 (E)

e região do dente 23 (F) ........................................................................................................ 28

Figura 8 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G)

e região do dente 26 (H) ........................................................................................................ 28

Figura 9 – Perfurações no biomodelo ................................................................................ 29

Figura 10 – Confecção do guia cirúrgico no biomodelo ..................................................... 29

Figura 11 – Retalho rebatido. Rebordo alveolar .................................................................. 30

Figura 12 – Guia cirúrgico assentado no rebordo alveolar .................................................. 30

Figura 13 – Uso de paralelizadores para auxiliar na fixação do guia .................................. 32

Figura 14 – Parafusos de cobertura instalados a nível ......................................................... 32

Figura 15 – Sutura .............................................................................................................. 33

Figura 16 – Radiografia panorâmica imediatamente posterior à instalação dos implantes ... 33

Page 7: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Lista de Tabelas

Tabela 1 – comparação entre as alturas aferidas em tomografia e biomodelo,

acompanhada dos parâmetros aplicados na cirurgia............................................................ 31

Page 8: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Lista de Abreviaturas, Siglas e Símbolos

3D três dimensões

APCD Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas

ASA American Society of Anesthesiologists

CAD computer-aided design (desenho assistido por computador)

CAM computer-aided manufacturing (manufatura assistida por computador)

CEP código de endereçamento postal

CM Cone Morse

DICOM Digital Imaging and Communication in Medicine

(comunicação e imageamento digital em medicina)

Dr. doutor

et al. et alii (e outros)

ILAPEO Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico

mm milímetro

MSc Master of Science

N.cm newton-centímetro

PR Paraná

PRP plasma rico em plaquetas

SP São Paulo

TCFC tomografia computadorizada de feixe cônico

UTP Universidade Tuiuti do Paraná

% por cento

® marca registrada

Page 9: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Sumário

Resumo

Abstract

1. Introdução ............................................................................................................................. 11

2. Revisão de Literatura ............................................................................................................ 13

3. Proposição ............................................................................................................................ 21

4. Artigo Científico ................................................................................................................... 22

5. Referências ........................................................................................................................... 41

6. Apêndice ............................................................................................................................... 45

7. Anexo ................................................................................................................................... 46

Page 10: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Resumo

A qualidade e quantidade ósseas, assim como a invasividade dos procedimentos, são

fatores determinantes no sucesso da instalação de implantes em maxila atrófica. O estudo

aqui descrito objetivou aplicar o uso de biomodelo em caso clínico, visando aprimorar o

planejamento e a execução da reabilitação de maxila atrófica sem o uso de enxertos

ósseos, dimuindo assim a morbidade dos procedimentos. A paciente foi submetida a

exames clínico e tomográfico, em formato DICOM, que foi enviado a laboratório

especializado para a confecção do protótipo, por meio do qual foi possível avaliar e

planejar a instalação dos implantes, do tipo palatinizado na região anterior e inclinado na

região do seio maxilar e posterior. A eficácia do uso do biomodelo foi atestada pela

simulação cirúrgica e confecção de guia cirúrgico, que garantiram o melhor

posicionamento dos implantes de acordo com a disponibilidade óssea, dispensando

procedimentos cirúrgicos mais invasivos, como levantamento de seio maxilar e enxerto

em bloco na região anterior. A redução de riscos, custos e morbidade comprovou o êxito

nos resultados e a viabilidade das técnicas empregadas.

Palavras-chave: Implantes dentários, Modelos anatômicos, Reabilitação bucal.

Page 11: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

Abstract

Bone quality and quantity, as well as procedure invasiveness, are determining factors for

an adequate accomplishment in atrophic maxilla dental implants installation. The aim of

this study was applying a biomodel on a clinical case, in order to improve planning and

execution of an atrophic maxilla rehabilitation without using bone grafts, reducing

therefore procedure’s morbidity. The patient was submitted to clinical and tomographic

examinations (DICOM format), which were sent to a specialized laboratory for the

prototype assembling. Once having the biomodel, it was possible to evaluate and project

the implants installation, which were palatally positioned in the maxillary anterior region

and tilted in the maxillary sinus and posterior region. The biomodel efficacy was attested

by the surgical simulation and guide assembling, which assured the best implant

positioning according to bone availability, avoiding more invasive surgical procedures,

such as maxillary sinus lift or block bone grafts in the anterior region. Results success and

techniques feasibility were testified by the reduction of risks, costs and morbidity.

Keywords: Dental implants, Anatomic models, Mouth rehabilitation.

Page 12: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

11

1. Introdução

Dentre os vários fatores dos quais depende uma adequada instalação de implantes

com eficiente planejamento protético, a quantidade e qualidade ósseas ocupam papel de

notável relevância (DESJARDINS, 1992; PEÑARROCHA et al., 2009).

Quando considerados os possíveis procedimentos para a reabilitação de maxila

atrófica, o conceito de invasividade é uma importante variável a ser ponderada. Enxertos

ósseos para levantamento de seio maxilar e osteodistrações exemplificam procedimentos

mais invasivos, em contraste com implantes curtos, inclinados, implantes zigomáticos,

palatinizados, em área de tuberosidade ou no pterigoideo que, embora dependam das

condições do paciente e da habilidade do cirurgião, resultam em menor morbidade e

demandam menos intervenções cirúrgicas (CALANDRIELLO & TOMATIS, 2005;

PEÑARROCHA et al., 2009; PRITHVIRAJ et al., 2013).

Da consulta à literatura, depreende-se a dificuldade em estabelecer-se um

prognóstico seguro quanto a enxertos para a reconstrução de maxila atrófica. Tanto a

sobrevida dos implantes instalados em áreas enxertadas como a do próprio enxerto

geralmente são diminuídas quando comparadas a implantes realizados em áreas não

enxertadas. Embora haja divergência quanto às causas determinantes, enumeram-se como

tal a qualidade do sítio doador, a qualidade do tecido mole, o manuseio e tamanho do

enxerto, o tempo e a técnica operatórios, a contaminação ou exposição do enxerto e até

mesmo características inerentes à prótese (KAHNBERG et al., 1989; ADELL et al., 1981;

NYSTRÖM et al., 1993; LEMT & LEKHOLM, 1995; ESPOSITO et al., 1998;

JOHANSSON et al., 2001).

A técnica de cirurgia guiada, decorrente de importantes avanços tecnológicos,

acrescenta sensivelmente a precisão no procedimento cirúrgico, uma vez que torna possível

Page 13: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

12

a visualização prévia da relação entre prótese e quantidade óssea disponível, a depender de

condições favoráveis, como abertura bucal suficiente e quantidade adequada de osso

disponível e de tecido queratinizado (KOPP et al., 2003; PAREL & TRIPLETT, 2004;

MARCHACK, 2005; SANNA et al., 2007; YONG & MOY, 2008; KOMIYAMA et al.,

2008; SOHMURA et al., 2009; MARRA et al., 2013).

Outro eminente resultado de tecnologias avançadas é o protótipo ou biomodelo,

cópia fiel e em escala real de uma região anatômica, obtido por meio do escaneamento

tomográfico e produzido por processo de prototipagem rápida e impressão 3D. Utilizado

no planejamento cirúrgico dos implantes, permite a confecção e visualização

tridimensional do posicionamento, distribuição e tamanho de um guia cirúrgico (BARKER

et al., 1994; POPAT, 1998; KLEIN & ABRAMS, 2001; SARMENT et al., 2003). Os

beneficios advindos dessa técnica compreendem melhorias expressivas no planejamento,

como a diminuição de tempo cirúrgico e quantidade de anestésico, dos riscos e

desconfortos pós-cirúrgicos, além de permitir o ensaio de uma possível osteotomia e do

posicionamento dos implantes (MEURER et al. 2003; CUNNINGHAM et al., 2005;

ROSENFELD et al., 2006). As limitações intrínsecas ao processo derivam dos custos de

fabricação, além da disponibilidade de equipamentos específicos e profissionais

capacitados para operá-los (SANGHERA et al., 2001; SYKES et al., 2004).

Page 14: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

13

2. Revisão de Literatura

Desjardins6, em 1992, avaliou os limites anatômicos para a indicação e colocação

de implantes, como quantidade e qualidade óssea, apontando tais características como de

direta influência na localização e no número de implantes instalados e, por consequência,

no tipo de prótese. Descreveu a indicação de diferentes tipos de próteses sobre implantes

(fixa ou removível) em maxilas edêntulas com mínima, moderada e severa reabsorção, de

acordo com o posicionamento dos implantes. Concluiu que as próteses fixas sobre

implante são melhores quando há mínima reabsorção óssea e que, em casos com moderada

e severa reabsorção, próteses com ou sem barra (tipo overdenture) são as mais indicadas,

tornando as funções fonética e estética satisfatórias.

Widmark et al.41

, em seu estudo clínico de 2001, dividiram quarenta e três

pacientes em três grupos: grupo de enxerto (enxerto e implante), grupo experimental

(implante em posição modificada sem enxerto) e grupo sem implante (prótese total),

avaliando-os anualmente durante 3 a 5 anos. Com o auxílio de tabelas, observou-se, no

primeiro ano, um sucesso de 82% no grupo de enxerto e 96% no grupo experimental. Ao

final do estudo (3 a 5 anos), a proporção reduziu para 74% (grupo enxerto) e 87% (grupo

experimental). O índice de insucessos foi maior em pacientes fumantes e a maior parte

das perdas ocorreu nos primeiros 2 anos. Como resultado do estudo, concluiu-se que a

colocação de implantes em áreas enxertadas é uma boa alternativa para reabilitações de

maxilas atróficas, havendo, porém, maior chance de perda de implantes em pacientes

com pouca quantidade e qualidade óssea (reabsorção severa) do que em pacientes com

condições ósseas normais.

Em 2004, Sammartino et al.32

, fizeram uma comparação entre guias cirúrgicos

utilizados em implantodontia. O estudo foi realizado em uma paciente com atrofia

Page 15: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

14

mandibular severa, reabilitada com overdenture apoiada em dois implantes. Dois

planejamentos cirúrgicos foram propostos: primeiro, a construção de guia cirúrgico a partir

de aspectos clínicos e, segundo, guia cirúrgico a partir de estudo estereolitográfico. Para os

autores, o uso da estereolitografia assegurou o melhor posicionamento dos implantes no

osso, tornando-se um procedimento seguro e vantajoso. Simplificou a manipulação

anatômico-cirúrgica, além de trazer vantagens biológicas e terapêuticas.

Já Freitas et al.9, em 2005, apresentaram um panorama histórico do uso e

desenvolvimento dos biomodelos, enfatizarando a sua importância na recuperação de

maxilas reabsorvidas submetidas a fixações zigomáticas. Descreveram as etapas para

obtenção dos biomodelos (seleção do paciente, aquisição, transferência e manipulação de

imagens até a sua confecção), bem como as vantagens (previsibilidade, diminuição de

tempo cirúrgico e anestésico) e desvantagens de seu uso (falta de correlação entre estrutura

óssea e revestimentos). Como conclusão, os autores enfatizaram a importância dos

biomodelos desde o diagnóstico, planejamento, simulação e cirurgia propriamente dita de

fixações zigomáticas, diminuindo erros e potencializando resultados.

Calandriello e Tomatis3, também em 2005, propuseram uma forma de reabilitação

simplificada em pacientes com maxila atrófica, utilizando implantes inclinados com carga

imediata. Para isso, foram selecionados 18 pacientes, acompanhados por no mínimo um

ano, nos quais foram instalados sessenta implantes suportados por prótese fixa total ou

parcial. Com sucesso de 96,7%, o estudo corroborou a viabilidade do uso de implantes

inclinados no tratamento de maxila atrófica, simplificando e reduzindo técnicas cirúrgicas,

tempo e custos para o paciente.

Com um estudo clínico controlado, Thor et al.39

, em 2005, analisaram a hipótese

de o uso do PRP (plasma rico em plaquetas) associado a osso autógeno particulado

beneficiar a integração e função dos implantes. Compararam ainda enxertos ósseos em

Page 16: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

15

bloco tratados sem PRP e osso particulado tratado com PRP. Para isso, 19 pacientes

foram selecionados e submetidos a enxerto de osso ilíaco e implantes (após 6 meses do

enxerto) nas regiões anterior e posterior de maxila, utilizando osso particulado com PRP

(grupo teste) e enxerto em bloco sem PRP (grupo controle). Com apenas dois implantes

perdidos, o estudo teve um sucesso de 98,7%, sem perdas ósseas significativas, embora

houvesse predisposição ainda menor de reabsorção para os grupos com PRP. Concluiu-se

que, no período de um ano, houve alta taxa de sucesso dos implantes e estabilidade

óssea, independente do PRP associado aos enxertos. Embora desmentido o papel

determinante da associação do PRP a enxertos sobre os resultados positivos, enfatizou-se

a melhor cicatrização no enxerto particulado.

Rosenfeld et al.30

, em 2006, reevocaram as vantagens do uso dos biomodelos

como garantia da precisão e da padronização da intervenção cirúrgica, antes baseada quase

que exclusivamente sobre a habilidade mental ou intuitiva do cirurgião. Tiveram, como

objetivo, descrever e inserir o conceito de protótipos rápidos, desde a sua produção até a

utilização cirúrgica como guia de perfuração, além de seus prós e contras. Concluíram que

o uso dos guias permitiu uma perfuração precisa, reduzindo o tempo cirúrgico e

padronizando o tratamento e os resultados.

Partindo das dificuldades de diagnóstico e planejamento inerentes à aplicação de

implantes, Lal et al.18

, em 2006, descreveram a utilização da estereolitografia obtida a

partir de software na obtenção de modelos cirúrgicos que auxiliassem no posicionamento

dos implantes. Detalharam os procedimentos de obtenção dos modelos estereolitográficos

– moldagem, escaneamento, simulação no software, biomodelo – até o momento do seu

uso em cirurgia. Os resultados comprovaram os benefícios da técnica, desde o

planejamento do tratamento até a execução ideal de implante e prótese.

Page 17: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

16

Duarte et al.7, em 2007, levando em consideração as dificuladades e riscos

inerentes à reabilitação de maxilas severamente atróficas, realizaram um estudo, que

preconizou um novo protocolo cirúrgico e protético, utilizando quatro implantes em

zigomático com carga imediata. Foram instalados 48 implantes zigomáticos em 20

pacientes, com próteses do tipo protocolo e acompanhamento de 6 a 30 meses, com a perda

de um único implante. Ao longo de todo o período de estudo, foi observada estabilidade,

respaldando e tornando viável o protocolo.

Jayme et al.11

, em 2008, expuseram um estudo de caso em que as técnicas de

prototipagem computadorizada foram aplicadas às cirurgias de implantes como variantes

do guia cirúrgico convencional. O caso foi realizado em paciente submetido a enxertos

(com 6 meses de cicatrização), cuja posterior obtenção do protótipo tornou preciso o

planejamento cirúrgico e protético. Destacou-se, além das vantagens de planejamento e

operação em relação aos modelos convencionais, a estabilidade dos biomodelos durante a

realização dos procedimentos.

Com metodologia bastante descritiva, Kleinman et al.14

, em 2009, detalharam o

passo-a-passo da obtenção dos modelos estereolitográficos, do escaneamento por

tomografia para a geração dos biomodelos e interação destes com o procedimento de

colocação de implante com técnica cirúrgica sem retalho. Para isso, foram seguidos os

seguintes passos: duplicação e escaneamento da prótese final, processamento do modelo

3D (estereolitográfico) fidedigno à anatomia óssea, dental e tecidual do paciente,

planejamento e execução das perfurações no biomodelo, instalação dos implantes e

impressão da posição correta com resina acrílica, duplicando o biomodelo e usando-o no

procedimento cirúrgico. Como desfecho do estudo, constatou-se que os modelos 3D

permitiram o prévio planejamento cirúrgico preciso, reduzindo as complicações e

desconfortos no pós-operatório, além de abreviar o tempo de recuperação do paciente.

Page 18: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

17

Peñarrocha et al.26

, em 2009, objetivaram avaliar o uso de próteses implanto-

suportadas em maxilas atróficas com o uso de implantes palatinizados e mensurar o grau de

satisfação do paciente com o tratamento. Foi realizada análise retrospectiva de pacientes com

severa reabsorção óssea em maxila e uso de prótese implanto-suportada, acompanhados com

tomografia e radiografia panorâmica. Além de indicação subjetiva de satisfação após um ano

de uso da prótese, obteve-se, como resultado e conclusão do estudo, 97,8% de sucesso nos

implantes instalados palatinamente e perda óssea em torno de 0,61 mm ao longo de 2 anos,

constatando a eficácia de implantes palatinizados em maxilas reabsorvidas.

Sohmura et al.37

, em 2009, tiveram como objetivo, em seu relato de caso, descrever

o uso do planejamento virtual associado à fabricação de um guia cirúrgico (CAD/CAM) que

auxiliasse na perfuração e colocação de implantes. Com o uso de imagens tomográficas

(DICOM), os autores programaram a posição ideal dos implantes de acordo com a qualidade

óssea existente e a localização do canal mandibular, culminando na confecção do guia

cirúrgico. O desempenho foi satisfatório na localização e perfuração correta dos implantes,

assim como na reprodução do guia, o qual ficou justaposto ao osso durante o procedimento

cirúrgico, facilitando a perfuração. Demonstrou-se, assim, que o planejamento virtual e o

modelo cirúrgico tornaram a cirurgia de instalação de implantes rápida e segura.

Safira et al.31

, em 2010, descreveram a aplicação da prototipagem rápida na

Odontologia, com o uso de biomodelos tridimensionais, fiés à anatomia do paciente. Obtidos

por meio de tomografia computadorizada, passaram por processo de conversão de imagens

com reconstrução tridimensional e, por fim, a impressão. Empregados nos diversos ramos da

Medicina e Odontologia, otimizaram o planejamento cirúrgico, resultando em menor tempo

de cirurgia e de dose anestésica utilizada. Ressaltou-se, ainda, a importância da

previsibilidade dos resultados estéticos e funcionais ao término do tratamento.

Page 19: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

18

Puig28

, em 2010, relatou em seu estudo uma técnica utilizando planejamento

de software 3D e cirurgia guiada (sem retalho) com o uso de 4 ou 6 implantes com

carga imediata. Como auxílio do Procera Software®

(Procera, Califórnia, Estados

Unidos), foi realizado o planejamento cirúrgico e confeccionado um guia. O

protocolo cirúrgico foi realizado em 30 pacientes, com a instalação de 195 implantes

(128 em maxila e 67 em mandíbula) com carga imediata, com acompanhamento

durante 1 ano. Nos resultados obtidos no estudo, relatou-se a perda de 2 implantes em

maxila (1 reto e outro inclinado) e 2 em mandíbula (todos inclinados). Dos 4

implantes perdidos, 3 foram reposicionados e preservados sem insucessos recorrentes.

Houve fratura do guia cirúrgico em três casos. Como conclusão do estudo, foram

observadas previsibilidade e viabilidade nas técnicas com 4 ou 6 implantes com o uso

de guia em cirurgias sem retalho. As complicações inerentes aos procedimentos

foram tratadas com sucesso.

Objetivando reconstrução total de maxila atrófica, Hernández-Alfaro et al.10

, em

2013, lançaram mão de estudo tomográfico sobre a combinação de enxerto ósseo em bloco

e biomateriais. Foram avaliadas 14 maxilas edêntulas tratadas com levantamento de seio

bilateral, enxerto em bloco e biomateriais. Após 14 a 16 semanas, foram instalados os

implantes (108). Por meio de tomografias pré e pós-cirúrgicas, realizaram-se cálculos

volumétricos de cada estágio, obtendo-se sucesso em todos os enxertos. Houve acréscimo

médio do volume ósseo antes e após os procedimentos cirúrgicos em torno de 71,99%.

Comprovou-se estatisticamente que a combinação de enxertos em bloco associados a

biomateriais é eficaz como alternativa para a reabilitação de maxilas atróficas.

Prithviraj et al.28

, em 2013, fizeram uma revisão, fundamentada em base de dados,

das possíveis reabilitações com implantes em maxila atrófica. Um planejamento ideal

deveria levar em conta vários aspectos, como a opção e viabilidade de procedimentos

Page 20: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

19

cirúrgicos mais ou menos invasivos. Enxertos ósseos, distração óssea e levantamento de

seio maxilar, foram exemplos de terapias mais invasivas e de maior morbidade para o

paciente. Alternativamente, implantes curtos ou posicionados em áreas específicas

(pterigoideo, túber e zigomático) foram exemplificados. Como conclusão, a opção por uma

terapia mais ou menos invasiva dependeria das condições do paciente, somada ao

conhecimento e habilidade clínica do cirurgião.

Sharma36

, em 2014, descreveu inúmeras técnicas e passos para obtenção de

biomodelos (tomografia com reconstrução 3D e impressão), dentre as quais a

estereolitografia, a modelagem por deposição fundida, a sinterização seletiva a laser, o

objeto laminado, a tecnologia Inkjet e o 3D printing. Limitações, como o alto custo do

equipamento e a exigência de profissionais capacitados, foram apontadas, bem como os

benefícios (planejamento pré-cirúrgico, confecção de implantes customizados, entre

outros). As diferenças principais entre as técnicas consistiam basicamente na maneira

como eram construídas e nos materiais utilizados. O autor ressaltou ainda a peculiaridade

nas vantagens e desvantagens de cada método, que incluem tempo e custos operacionais.

Com metodologia rigorosamente estatística, Casseta et al.4, em 2014, propuseram

avaliar a precisão de implantes aplicados com o uso de guias prototipados para cirurgia

guiada, além de ponderar a relevância dos variados fatores nos resultados: tabagismo (com

o decorrente aumento na espessura das mucosas), fixação ou não da prótese e

posicionamento em maxila ou mandíbula. Foram geradas imagens de tomografia

computadorizada pré e pós-posicionamento dos implantes. Com o auxílio de um software,

os desvios dos posicionamentos dos implantes foram comparados. Foram usados 28 guias

cirúrgicos e 225 implantes. Como resultado do estudo, observou-se a otimização dos guias

fixados em superfície maior, sendo a espessura da mucosa em pacientes não fumantes

determinante para diminuição dos desvios.

Page 21: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

20

Uhlendorf et al.40

, em 2014, tiveram como objetivo, em seu relato de caso,

reabilitação maxilar com o uso do sistema Neoguide®

(Neodent, Curitiba, Brasil)

associado a cirurgia guiada (sem retalho) e prótese imediata CAD/CAM. Para isso, foi

realizada tomografia, seguida de planejamento virtual prévio e, com o auxílio de um guia

cirúrgico, a colocação de 8 implantes. Em seguida, instalou-se a prótese fixa total. A

partir disso, os autores observaram que a cirurgia guiada (sem retalho) com carga

imediata é uma boa opção para reabilitações de maxila, reduzindo tempo cirúrgico e

desconfortos pós-operatórios.

Padovan et al.24

, em 2015, analisaram uma nova técnica com a utilização de

implantes zigomáticos múltiplos associados a implantes convencionais, com a finalidade

de recuperação de maxilas com atrofia extrema. Nesse caso, um paciente foi diagnosticado

com extensa reabsorção óssea e pneumatização bilateral dos seios maxilares, sendo

submetido a três implantes zigomáticos do lado direito e, do lado esquerdo, 1 implante

zigomático e dois convencionais. A proservação foi feita, clínica e radiograficamente, em

9, 17, 28, 36 e 55 meses. As fixações zigomáticas obtiveram êxito, como já era esperado

com base em estudos anteriores. Dificuldades de acesso, infecções sinusais, hiperplasia de

tecidos, parestesias e fístulas foram algumas complicações relatadas. Concluiu-se que a

técnica proposta, não obstante sua complexidade técnica, é segura, previsível e eficaz,

proporcionando ao paciente um menor número de procedimentos mais longos e invasivos.

Page 22: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

21

3. Proposição

O objetivo deste trabalho foi mostrar a utilização do biomodelo em um caso

clínico, com o intuito de planejar e executar uma reabilitação de maxila atrófica sem o uso

de enxertos ósseos, dimuindo assim a morbidade do paciente.

Page 23: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

22

4. Artigo Científico

Artigo elaborado segundo as normas da Revista ImplantNews

O uso do biomodelo em reabilitação de maxila atrófica: relato de caso clínico.

Mariana Camargo Rogacheski*

Paola Rebelatto Alcântara**

* Aluna do curso de especialização em Implantodontia ILAPEO – Curitiba - PR

** Especialista em Periodontia pela APCD – Bauru - SP, especialista em Implantodontia

pela UTP – Curitiba - PR, mestre em Implantodontia pelo ILAPEO – Curitiba - PR

Endereço para correspondência:

Mariana Camargo Rogacheski

Rua: José Domakoski, 295 – Curitiba - PR – CEP 80730-140

E-mail: [email protected]

Page 24: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

23

O uso do biomodelo em reabilitação de maxila atrófica: relato de caso clínico.

Resumo

A qualidade e quantidade ósseas, assim como a invasividade dos procedimentos, são

fatores determinantes no sucesso da instalação de implantes em maxila atrófica. O estudo

aqui descrito objetivou aplicar o uso de biomodelo em caso clínico, visando aprimorar o

planejamento e a execução da reabilitação de maxila atrófica sem o uso de enxertos

ósseos, dimuindo assim a morbidade dos procedimentos. A paciente foi submetida a

exames clínico e tomográfico, em formato DICOM, que foi enviado a laboratório

especializado para a confecção do protótipo, por meio do qual foi possível avaliar e

planejar a instalação dos implantes, do tipo palatinizado na região anterior e inclinado na

região do seio maxilar e posterior. A eficácia do uso do biomodelo foi atestada pela

simulação cirúrgica e confecção de guia cirúrgico, que garantiram o melhor

posicionamento dos implantes de acordo com a disponibilidade óssea, dispensando

procedimentos cirúrgicos mais invasivos, como levantamento de seio maxilar e enxerto

em bloco na região anterior. A redução de riscos, custos e morbidade comprovou o êxito

nos resultados e a viabilidade das técnicas empregadas.

Palavras-chave: Implantes dentários, Maxila atrófica, Biomodelo, Protótipo rápido.

Introdução

Dentre os vários fatores dos quais depende uma adequada instalação de implantes

com eficiente planejamento protético, a quantidade e qualidade ósseas ocupam papel de

notável relevância1,2

. Quando considerados os possíveis procedimentos para a reabilitação

de maxila atrófica, o conceito de invasividade é uma importante variável a ser ponderada3.

Enxertos ósseos para levantamento de seio maxilar e osteodistrações exemplificam

Page 25: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

24

procedimentos mais invasivos, em contraste com implantes curtos, inclinados,

zigomáticos, palatinizados, em área de tuberosidade ou no pterigoideo que, embora

dependam das condições do paciente e da habilidade do cirurgião, resultam em menor

morbidade e demandam menos intervenções cirúrgicas2,4

.

Eminente resultado de tecnologias avançadas, o protótipo ou biomodelo, cópia fiel e

em escala real de uma região anatômica, é obtido por meio do escaneamento tomográfico e

produzido por processo de impressão 3D. Utilizado no planejamento cirúrgico dos implantes,

permite a confecção e visualização tridimensional do posicionamento, distribuição e

tamanho de um guia cirúrgico5-8

. Os benefícios advindos desta técnica compreendem

melhorias expressivas no planejamento, com a diminuição do tempo cirúrgico, da quantidade

de anestésico, dos riscos e desconfortos pós-cirúrgicos, além de permitir o ensaio de uma

possível osteotomia e do posicionamento dos implantes9-11

. As limitações intrínsecas ao

processo derivam dos custos de fabricação e da disponibilidade de equipamentos próprios e

profissionais capacitados para operá-los12-13

.

O estudo aqui descrito objetivou aplicar o uso de biomodelo em caso clínico,

visando aprimorar o planejamento e a execução da reabilitação de maxila atrófica sem o

uso de enxertos ósseos, diminuindo assim a morbidade dos procedimentos.

Relato de caso clínico

Paciente do gênero feminino, com 50 anos de idade, compareceu ao Instituto

Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico (ILAPEO), tendo como principal

queixa carência estética e funcional. Fumante, não apresentava nenhum problema de saúde,

sendo classificada como ASA I. Realizaram-se fotos iniciais (Figura 1), planejamento

reverso (Figura 2) e cirurgias prévias de levantamento de seio maxilar direito com enxerto

Page 26: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

25

de biomaterial Clonos® (Neodent, Curitiba, Brasil), exodontia dos elementos 13, 24, 25 e

27 e 28, com regularização do rebordo e instalação de prótese total imediata.

Figura 1 – Vista oclusal.

Figura 2 – Planejamento reverso.

Concluído o preparo inicial e aguardado 8 meses para a incorporação do enxerto

no seio maxilar, foram realizadas avaliação clínica (Figura 3), radiografia panorâmica e

tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), em que se observou ausência dos

elementos dentais, rebordo da pré-maxila com reabsorção horizontal, enxerto ósseo no seio

maxilar direito e pneumatização do seio maxilar esquerdo, assintomático (Figuras 4).

Foram requisitados exames séricos, os quais atestaram estabilidade de saúde geral. O

tratamento proposto foi a reabilitação da maxila atrófica com o uso de prótese fixa superior

Page 27: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

26

do tipo híbrida. Sugeriu-se a confecção de um biomodelo para melhor planejamento

cirúrgico e avaliação da quantidade óssea remanescente, a fim de se evitarem enxertos

ósseos em bloco para aumento de espessura óssea na região anterior e levantamento do

seio maxilar esquerdo.

Figura 3 – Vista oclusal pós-exodontias.

Figura 4 – Radiografia panorâmica, pós-enxerto e pós-exodontias.

Ao longo do rebordo maxilar, a altura e espessura óssea eram variáveis. De acordo

com a tomografia, na região do 16 (implante 1), a altura era de aproximadamente 19,44 mm

e a espessura vestíbulo-palatina de 8,44 mm (Figura 5A). Na região do 14 (implante 2), a

altura óssea era de aproximadamente 12,63 mm e espessura vestíbulo-palatina de 7,79 mm

(Figura 5B). Na região do 13 (implante 3), a altura era aproximadamente 12,84 mm e

Page 28: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

27

espessura vestíbulo-palatina de 2,36 mm (Figura 6C). A altura aferida na região anterior,

dentes 11 e 21 (implantes 4 e 5), foi de aproximadamente 13 mm e espessura vestíbulo-

palatina de 3,20 mm e 2,21 mm, respectivamente (Figura 6D e Figura 7E). Na região do

dente 23 (implante 6), mediu-se altura óssea de 13,38 mm e espessura vestíbulo-palatina de

1,75 mm (Figura 7F). Por fim, na região do 24 (implante 7), altura de 10,84 mm e espessura

de 4,09mm e na região do 26 (implante 8) altura de 18,87 mm e espessura vestíbulo-palatina

de 11,17mm (Figuras 8G e 8H).

Figura 5 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 16

(A) e região do dente 14 (B).

Figura 6 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 13

(C) e região do dente 11 (D).

C D

A B

Page 29: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

28

Figura 7 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 21

(E) e região do dente 23 (F).

Figura 8 – Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24

(G) e região do dente 26 (H).

O biomodelo foi confeccionado pelo método da estereolitografia, a partir do envio

das imagens da tomografia em formato DICOM para uma empresa especializada (Artis®

Brasília, Brasil). Com o protótipo em mãos, foi possível visualizar a anatomia local e

planejar a melhor localização dos implantes, de acordo com a disponibilidade óssea

presente. As perfurações no biomodelo foram realizadas com approach palatinos e

inclinados na região do seio maxilar esquerdo e direito, tangenciando suas paredes mesiais

e distais. Com o auxílio do protótipo, obteve-se altura máxima de perfurações diferentes da

E F

G H

Page 30: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

29

constatada na tomografia: implante 1 (19 mm), implante 2 (13 mm), implante 3, 4 e 5 (15

mm), implante 6 (17 mm), implante 7 (13 mm) e implante 8 (17 mm). Por fim, foi

confeccionado um guia cirúrgico, que propiciou a exata perfuração inicial dos implantes

(Figuras 9 e 10). O guia cirúrgico foi confeccionado através do posicionamento de tubos

guia (Neodent, Curitiba, Brasil) nas regiões perfuradas do biomodelo e união destes com

resina acrílica (Pattern GC, Leuven, Rússia). No ato cirúrgico, o guia foi utilizado para a

perfuração das brocas lança e 2.0. Com a perfuração pré-estabelecida as demais brocas

foram usadas sem o auxílio do guia cirúrgico.

Figura 9 – Perfurações no biomodelo

Figura 10 – Confecção do guia cirúrgico no biomodelo.

1

2 6

7

8

3 4

5

Page 31: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

30

A cirurgia de instalação dos implantes do protocolo superior foi realizada com

anestesia infiltrativa vestibular e fundo de vestíbulo bilateral em toda a extensão da maxila

infraorbitária na região do 13 e 23 e infiltrativa na região do palato bilateral, com

mepivacaína 2% com epinefrina 1.200.000 (DFL®, Brasil). Efetuou-se incisão supracrestal

em toda a extensão do rebordo e oblíqua na região do 16 e 26 com lâmina de bisturi 15C

(Solidor®, Barueri, São Paulo, Brasil). Foi confirmada a incisão com dissector e rebatido um

retalho único, com sutura de contenção do retalho por palatino (Figura 11). Em seguida,

posicionou-se o guia cirúrgico (desinfectado com Clorexidina o,12%) no rebordo ósseo,

dando-se início às perfurações (Figura 12).

Figura 11 – Retalho rebatido. Rebordo alveolar.

Figura 12 – Guia cirúrgico assentado no rebordo alveolar.

Page 32: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

31

Tabela 1 – comparação entre as alturas aferidas em tomografia e biomodelo, acompanhada

dos parâmetros aplicados na cirurgia.

A seleção dos implantes realizou-se de acordo com as medições tomográficas e

confirmação no biomodelo (Tabela 1), com característica de roscas compactantes,

indicado para osso tipo III e IV (Titamax CM/EX Acqua e Alvim CM Acqua, sistema

Cone Morse, Neodent®

, Curitiba, Brasil). Para o implante 1 Alvim CM Acqua 4.3 por 18

mm de comprimento, implante 2 Alvim CM Acqua 3.5 por 11,5 mm de comprimento,

implante 3 Titamax CM/EX 3.5 por 13 mm de comprimento, implante 4 Titamax CM/EX

3.5 por 11 mm de comprimento, implante 5 Titamax CM/EX 3.5 por 13 mm de

comprimento, implante 6 Titamax CM/EX 3.5 por 15 mm de comprimento, implante 7

Titamax CM/EX 3.5 por 11 mm de comprimento e implante 8 Alvim CM 4.3 por 16 mm

de comprimento. Foi utilizado o kit cirúrgico Neodent®

, iniciando pela broca lança, broca

2.0, e 3.5 para os implantes Alvim CM Acqua e broca lança, broca 2.0, 3.5 e 2/3 para os

Altura máxima

de perfuração (mm) Cirurgia

Região Tomografia Biomodelo Implante Tipo Torque

(N.cm)

16 19.44 19 4.3 x 16 Alvim

CM Acqua 32

14 12.63 13 3.5 x 11.5 Alvim

CM Acqua 32

13 12.84 15 3.5 x 13 Titamax

CM/EX 32

11 13.39 15 3.5 x 11 Titamax

CM/EX 20

21 13.10 15 3.5 x 13 Titamax

CM/EX 45

23 13.38 17 3.5 x 15 Titamax

CM/EX 32

24 10.84 13 3.5 x 11 Titamax

CM/EX 32

26 18.17 17 4.3 x 16 Alvim

CM Acqua 20

Page 33: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

32

implantes Titamax CM/EX, utilizando a técnica de subinstrumentação. A rotação de

perfuração foi de 600 rpm. Após a broca 2.0, foram utilizados paralelizadores, a fim de

estabilizar o guia e facilitar o restante das perfurações (Figura 13). Os implantes foram

instalados numa rotação de 30 rpm, 2 mm infraósseo. Os torques finais foram de 32

N.cm (implante 1), 32 N.cm (implante 2), 32 N.cm (implante 3), 20 N.cm (implante 4),

45 N.cm (implante 5), 32 N.cm (implante 6), 32 N.cm (implante 7) e 20 N.cm (implante

8), aferidos com catraca torquímetro (Figura 15). Por haver área enxertada e o torque dos

implantes ser inferior a 45 N.cm, não foi realizada carga imediata. Instalou-se parafuso

de cobertura nº 0 (Neodent®

) com torque de 10 N.cm (Figura 14).

Figura 13 – Uso de paralelizadores para auxiliar na fixação do guia.

Figura 14 – Parafusos de cobertura instalados a nível.

Page 34: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

33

O tecido foi reposicionado sem tensão. A sutura foi feita com fio Nylon 5.0

(Bioline®, Anápolis, Goiás, Brasil), pontos simples nas oblíquas, colchoeiro horizontal em

todo o rebordo e pontos simples nas demais regiões (Figura 16). Foi realizada radiografia

panorâmica pós-operatória imediata (Figura 17). A paciente recebeu instruções quanto à

higiene oral e aos cuidados pós-operatórios. A medicação pós-operatória prescrita foi

amoxicilina 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 7 dias, Ibuprofeno 400mg/Arginina 370 mg

de 8 em 8 horas, durante 4 dias e bochechos suaves com solução de digluconato de

clorexidina 0,12%, 2 vezes ao dia (a partir de 48 horas do término da cirurgia). A sutura foi

removida 15 dias após a cirurgia. Não houve nenhuma intercorrência no pós-operatório,

aguardando-se 3 meses para realizar a reabertura e instalação da prótese do tipo protocolo.

Figura 15 – Sutura.

Figura 16 – Radiografia panorâmica imediatamente posterior à instalação dos implantes.

Page 35: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

34

Discussão

Como pressuposto inicial do presente estudo, assume-se o postulado de que a

quantidade e qualidade ósseas são fatores preponderantes no planejamento protético e

instalação de implantes1. Da mesma forma, um importante elemento a ser ponderado

refere-se à invasividade dos procedimentos cirúrgicos utilizáveis na reabilitação de maxilas

atróficas. Seguindo tal lógica, levantamentos de seio maxilar, osteodistrações e enxertos

ósseos são elencados entre os procedimentos mais invasivos, contrastando com a menor

invasividade de implantes inclinados, curtos e em áreas específicas (região pterigoide,

túber e zigomático) que, embora dependam das condições do paciente e da habilidade do

cirurgião, podem ser considerados como preferíveis em relação aos primeiros, por

apresentarem menor morbidade e demandarem menos intervenções cirúrgicas, embasando

fortemente o estudo aqui proposto3.

Tal preferência pela reabilitação maxilar sem o uso de enxertos pode ser

encontrada em vários casos da literatura. A instalação de implantes inclinados obteve

atestação quanto à sua viabilidade e simplicidade técnica, as quais garantiram a redução

de tempo de recuperação e de custo ao paciente4. Com a mesma finalidade, o uso de

implantes retos e inclinados em cirurgia guiada (sem retalho)14

, implantes com fixação

em zigomático15

, implantes zigomáticos associados a convencionais16

e implantes

palatinizados2, técnica utilizada no caso reportado, também são relatados. O sucesso de

tais técnicas, não obstante a sua complexidade, comprovou a sensível redução da

invasividade dos procedimentos.

Por outro lado, reabilitações maxilares com o uso de enxertos encontram fortes

defensores no meio acadêmico. Relatos de sucesso de implantes instalados em áreas

enxertadas17

, assim como enxertos de seio maxilar com combinação de enxertos em bloco

Page 36: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

35

e biomateriais, confirmam os enxertos como adequada alternativa para a reabilitação de

maxilas atróficas previamente à colocação de implantes18

.

Como resposta às dificuldades intrínsecas ao processo de reabilitação de maxilas

atróficas, as vantagens da utilização de biomodelos são largamente aceitas e podem ser

agrupadas em termos de precisão e padronização dos procedimentos, diminuição do

tempo cirúrgico e auxílio na confecção e planejamento da prótese final11,19,20

.

Acrescenta-se ainda a previsibilidade dos processos – dada a prévia simulação da

intervenção cirúrgica – bem como a diminuição do tempo, de anestésicos e de possíveis

erros21

. O correto posicionamento dos implantes, decorrente da confecção de guias

cirúrgicos a partir de biomodelos estereolitográficos, constitui a base defendida22

e

confirmada no presente estudo. O sistema Neoguide®

(Curitiba, Paraná, Brasil) associado

a cirurgia guiada (sem retalho) para reabilitação maxilar possibilitou significativa

redução do tempo cirúrgico e de desconfortos pós-operatórios23

. A técnica, porém, tem

suas ressalvas, pois pode ser aplicada apenas em casos específicos, com adequada

quantidade óssea, sendo inviável em maxilas atróficas24

.

O método de confecção dos biomodelos parte do escaneamento por tomografia,

passa pela elaboração dos biomodelos, até culminar na interação destes com a instalação

dos implantes20,25,26

, dando espaço ao planejamento virtual associado à fabricação de guia

cirúrgico que auxilie na perfuração dos implantes24

. De modo mais extensivo, várias

técnicas podem ser utilizadas para obtenção dos biomodelos, como a estereolitografia, a

moldagem por deposição fundida, a sinterização seletiva a laser, o objeto laminado, a

tecnologia Inkjet e impressão 3D27

.

Em contrapartida, as desvantagens da confecção dos biomodelos traduzem-se no

custo do equipamento e na exigência de profissionais capacitados, além da falta de

correlação entre a parte óssea e as estruturas de revestimentos21,27

.

Page 37: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

36

Considerações finais

O uso do biomodelo no planejamento e execução da cirurgia de reabilitação em

maxila atrófica mostrou-se eficaz, uma vez que possibilitou realizar simulação cirúrgica e

confecção de um guia cirúrgico, obtendo assim o melhor posicionamento dos implantes, de

acordo com a disponibilidade óssea. Evitaram-se, assim, procedimentos cirúrgicos mais

invasivos, como levamento de seio maxilar e enxerto em bloco na região anterior,

reduzindo custos, riscos e morbidade à paciente.

The usage of biomodels in atrophic maxilla rehabilitation: clinical case report

Abstract

Bone quality and quantity, as well as procedure invasiveness, are determining factors for

an adequate accomplishment in atrophic maxilla dental implants installation. The aim of

this study was applying a biomodel on a clinical case, in order to improve planning and

execution of an atrophic maxilla rehabilitation without using bone grafts, reducing

therefore procedure’s morbidity. The patient was submitted to clinical and tomographic

examinations (DICOM format), which were sent to a specialized laboratory for the

prototype assembling. Once having the biomodel, it was possible to evaluate and project

the implants installation, which were palatally positioned in the maxillary anterior region

and tilted in the maxillary sinus and posterior region. The biomodel efficacy was attested

by the surgical simulation and guide assembling, which assured the best implant

positioning according to bone availability, avoiding more invasive surgical procedures,

Page 38: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

37

such as maxillary sinus lift or block bone grafts in the anterior region. Results success and

techniques feasibility were testified by the reduction of risks, costs and morbidity.

Keywords: Dental implants, Atrophic maxilla, Biomodel, Rapid prototype.

Page 39: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

38

Referências

1. Desjardins RP. Prosthesis design for osseointegrated implants in the edentulous maxilla.

Int J Oral Maxillofac Implants. 1992;7(3):311-20.

2. Peñarrocha M, Carrillo C, Boronat A, Balaguer J, Peñarrocha M. Palatal positioning of

implants in severely resorbed edentulous maxillae. Int J Oral Maxillofac Implants.

2009;24(3):527-33.

3. Prithviraj DR, Vashisht, R, Bhalla HK., Prithvi, S, Suresh P, Sharma D. A review of

management options for rehabilitation of posterior atrophic maxilla with implants. Journal

of Dental Implants. 2013;3(1):35-41.

4. Calandriello R, Tomatis M. Simplified Treatment of the Atrophic Posterior Maxilla via

Immediate/Early Function and Tilted Implants: A Prospective 1-Year Clinical Study. Clin

Implant Dent Relat Res. 2005;Suppl 1:S1-12.

5. Barker T, Earwaker W, Lisle D. Accuracy of stereolithographic models of human

anatomy. Australas Radiol. 1994;38(2):106–111.

6. Popat A. Rapid prototyping and medical modeling. Phidas Newsletter 1998;1:10-12.

7. Klein M, Abrams M. Computer guided surgery utilizing a computer-milled surgical

template. Pract Periodontics Aesthet Dent. 2001;13(2):165–169.

8. Sarment DP, Sukovic P, Clinthorne N. Accuracy of implant placement with a

stereolithographic surgical guide. Int J Oral Maxillofac Implants. 2003;18(4):571–577.

9. Meurer E, Oliveira MGD, Meurer MI, Silva JVLD, Bárbara AS, Heitz C. Biomodelos

de prototipagem rápida em CTBMF. Rev. Bras. Cir. Period. 2003;1(3):172-80.

10. Cunningham Jr LL, Madsen MJ, Peterson G. Stereolithographic Modeling Technology

Applied to Tumor Resection. J. Oral Maxillofac. Surg. 2005;63(3):873-879.

11. Rosenfeld A L, Mandelaris GA, Tarieu PB. Prosthetically directed implant placement

using computer software to ensure precise placement and predictable prosthetic outcomes.

Part 2: Rapid-prototype medical modeling and stereolithographic drilling guides requiring

bone exposure. Int J Periodontics Restorative Dent. 2006;26(4):347-353.

12. Sanghera, B., Naique, S., Papaharilaou, Y., & Amis, A. Preliminary study of rapid

prototype medical models. Rapid Prototyping Journal. 2001;7(5):275-284.

13. Sykes LM, Parrott AM, Owen CP, Snaddon, DR. Applications of rapid prototyping

technology in maxillofacial prosthetics.International Journal of Prosthodontics.

2004;17(4):456-459.

Page 40: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

39

14. Puig CP. A retrospective study of edentulous patients rehabilitated according to the 'all-

on-four' or the 'all-on-six' immediate function concept using flapless computer-guided

implant surgery. Eur J Oral Implantol. 2010;3(2):155-163.

15. Duarte LR, Francischone CE, Peredo LG, Brånemark PI. The Establishment of a

Protocol for the Total Rehabilitation of Atrophic Maxillae Employing Four Zygomatic

Fixtures in an Immediate Loading System–A 30‐Month Clinical and Radiographic Follow‐Up. Clinical implant dentistry and related research. 2007;9(4):186-196.

16. Padovan LEM, Ribeiro-Júnior PD, Sartori IAM, Thomé G, Sartori, EM, Uhlendorf J.

Multiple Zygomatic Implants as an Alternative for Rehabilitation of the Extremely

Atrophic Maxilla: A Case Letter with 55 Months of Follow-Up. J Oral Implantol.

2015;41(1):97-100.

17. Widmark G, Andersson B, Ivanoff C-J. Rehabilitation of patients with severely

resorbed maxillae by means of implants with or without Bone Grafts: A 3-To 5-Year

Follow-Up Clinical Report. Int J Oral Maxillofac Implants 2001;16:73–79.

18. Hernández-Alfaro F, Sancho-Puchades M, Guijarro-Martínez R. Total reconstruction

of the atrophic maxilla with intraoral bone grafts and biomaterials: a prospective clinical

study with cone beam computed tomography validation. Int J Oral Maxillofac Implants.

2013;28(1):241-251.

19. Lal K, White GS, Morea DN, Wright RF. Use of stereolithographic templates for

surgical and prosthodontic implant planning and placement. Part I. The concept. J

Prosthodontics. 2006;15(1):51-58.

20. Safira LC, Maciel AS, Souto-Maior JCC, Azevedo RA, Cavalcante WC,

Francischone CE, Sarmento VA. Aplicação dos biomodelos de prototipagem rápida na

Odontologia, confeccionados pela técnica da impressão tridimensional. R Ci Méd Biol.

2010; 9(3):240-246.

21. Freitas AC, Mendonça RG, Wendell S, Duarte LR. Prototipagem aplicada ao

planejamento reverso das fixações zigomáticas. ImplantNews. 2005;2(2):155-162.

22. Sammartino G, Della Valle A, Marenzi G, Gerbino S, Martorelli M, di Lauro AE, di

Lauro F. Stereolithography in oral implantology a comparison of surgical guides. Implant

dentistry. 2004;13(2):133-139.

23. Uhlendorf J, Uhlendorf Y, Luiz J, Bressani JA, Araújo W. Rehabilitation of the

Maxilla with Computer-Assisted Flapless Surgery according to Virtual Preoperative

Planning: A Case Report. Dental Press Implantology. 2014;8(3):66-75.

24. Sohmura T, Kusumoto N, Otani T, Yamada S, Wakabayashi K, Yatani H. CAD/CAM

fabrication and clinical application of surgical template and bone model in oral implant

surgery. Clin Oral Implants Res. 2009;20(1):87-93.

Page 41: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

40

25. Kleinman A, Leyva F, Lozada J, Patel RD. Loma Linda guide: a stereolithographically

designed surgical template: technique paper. Journal of Oral Implantology.

2009;35(5):238-244.

26. Jayme SJ, Muglia VA, de Oliveira RR, Novaes Jr AB. Optimization in multi-implant

placement for immediate loading in edentulous arches using a modified surgical template

and prototyping: a case report. Int J Oral Maxillofac Implants.2008;23(4):759-762.

27. Sharma A. Rapid Prototyping Technology for Prosthodontics. Int J Of Clinical

Dentistry. 2014;7(4):327-336.

Page 42: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

41

5. Referências

1. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Brånemark PI. A 15 year of study of osseointegrated

implants in the treatment of edentulous jaw. Int J Oral Surg 1981;10(6):387–416.

2. Barker T, Earwaker W, Lisle D. Accuracy of stereolithographic models of human

anatomy. Australas Radiol. 1994;38(2):106–111.

3. Calandriello R, Tomatis M. Simplified Treatment of the Atrophic Posterior Maxilla via

Immediate/Early Function and Tilted Implants: A Prospective 1-Year Clinical Study. Clin

Implant Dent Relat Res. 2005;7(1):S1-12.

4. Cassetta, M, Giansanti M, Di Mambro A, Stefanelli LV. Accuracy of positioning of

implants inserted using a mucosa-supported stereolithographic surgical guide in the

edentulous maxilla and mandible. Int J Oral Maxillofac Implants. 2014;29(5):1071-1078.

5. Cunningham Jr LL, Madsen MJ, Peterson G. Stereolithographic Modeling Technology

Applied To Tumor Resection. J Oral Maxillofac Surg. 2005;63(3):873-879.

6. Desjardins RP. Prosthesis design for osseointegrated implants in the edentulous maxilla.

Int J Oral Maxillofac Implants. 1992;7(3):311-20.

7. Duarte LR, Francischone CE, Peredo LG, Brånemark PI. The Establishment of a

Protocol for the Total Rehabilitation of Atrophic Maxillae Employing Four Zygomatic

Fixtures in an Immediate Loading System–A 30‐Month Clinical and Radiographic Follow‐Up. Clinical implant dentistry and related research. 2007;9(4):186-196.

8. Esposito M, Hirsch JM, Lekholm U, Thomsen P. Biological factors contributing to

failures of osseointegrated oral implants (I). Success criteria and epidemiology. Eur J Oral

Sci. 1998;106:527-551.

9. Freitas AC, Mendonça RG, Wendell S, Duarte LR. Prototipagem aplicada ao

planejamento reverso das fixações zigomáticas. ImplantNews. 2005;2(2):155-162.

10. Hernández-Alfaro F, Sancho-Puchades M, Guijarro-Martínez R. Total reconstruction

of the atrophic maxilla with intraoral bone grafts and biomaterials: a prospective clinical

study with cone beam computed tomography validation. Int J Oral Maxillofac Implants.

2013;28(1):241-251.

11. Jayme SJ, Muglia VA, Oliveira RR, Novaes Jr AB. Optimization in multi-implant

placement for immediate loading in edentulous arches using a modified surgical template

and prototyping: a case report. Int J Oral Maxillofac Implants.2008;23(4):759-762.

12. Johansson B, Grepe A, Wannfors K, Hirsch M. A clinical study of changes in the volume

of bone grafts in the atrophic maxilla. Dentomaxillofac Radiol. 2001;30(3):137-161.

Page 43: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

42

13. Kahnberg K-E, Nyström E, Bartholdsson L. Combined use of bone grafts and

Brånemark fixtures in the treatment of severely resorted maxillae. Int J Oral Maxillofac

Implants. 1989;4(4):297–304.

14. Kleinman A, Leyva F, Lozada J, Patel RD. Loma Linda guide: a stereolithographically

designed surgical template: technique paper. J Oral Implantology. 2009;35(5):238-244.

15. Klein M, Abrams M. Computer guided surgery utilizing a computer-milled surgical

template. Pract Periodontics Aesthet Dent. 2001;13(2):165–169.

16. Komiyama A, Klinge B, Hultin M. Treatment outcome of immediately loaded implants

installed in edentulous jaws following computer-assisted virtual treatment planning

and flapless surgery. Clin Oral Implants Res. 2008;19(7):677-85.

17. Kopp KC, Koslow AH, Abdo OS. Predictable implant placement with a

diagnostic/surgical template and advanced radiographic imaging. J Prosthet Dent.

2003;89(6):611-615.

18. Lal K, White GS, Morea DN, Wright RF. Use of stereolithographic templates for

surgical and prosthodontic implant planning and placement. Part I. The concept. J

Prosthodontics. 2006;15(1):51-58.

19. Lemt T, Lekholm U. Implant treatment in edentulous maxillae: a 5-year follow-up

report on patients with different degrees of jaw resorption. Int I Oral Maxillofac Implants.

1995;10(3):303-311.

20. Marchack CB. An immediately loaded CAD/CAM-guided definitive prosthesis: a

clinical report. J Prosthet Dent. 2005;93(1):8-12.

21. Marra R, Acocella A, Rispoli A, Sacco R, Ganz SD, Blasi A. Full-mouth rehabilitation

with immediate loading of implants inserted with computer-guided flap-less surgery: a 3-

year multicenter clinical evaluation with oral health impact profile. Implant Dent.

2013;22(5):444-52.

22. Meurer E, Oliveira MGD, Meurer MI, Silva JVLD, Bárbara AS, Heitz C. Biomodelos

de prototipagem rápida em CTBMF. Rev. Bras. Cir. Period. 2003;1(3):172-80.

23. Nyström E, Kahnberg K-E, Gunne J. Bone grafts and Brånemark implants in the

treatment of the severely resorbed maxilla: a 2-year longitudinal study. Int J Oral

Maxillofac Implants 1993;8(1):45–53.

24. Padovan LEM, Ribeiro-Júnior PD, Sartori IAM, Thomé G, Sartori EM, Uhlendorf J.

Multiple Zygomatic Implants as an Alternative for Rehabilitation of the Extremely

Atrophic Maxilla: A Case Letter with 55 Months of Follow-Up. J Oral Implantol.

2015;41(1):97-100.

Page 44: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

43

25. Parel SM, Triplett RG. Interactive imaging for implant planning, placement, and

prosthesis construction. J Oral Maxillofac Surg. 2004;62:41-47.

26. Peñarrocha M, Carrillo C, Boronat A, Balaguer J, Peñarrocha M. Palatal positioning of

implants in severely resorbed edentulous maxillae. Int J Oral Maxillofac Implants. 2009

May-Jun;24(3):527-33.

27. Popat A. Rapid prototyping and medical modeling. Phidas Newsletter 1998;1:10-12.

28. Puig CP. A retrospective study of edentulous patients rehabilitated according to the 'all-

on-four' or the 'all-on-six' immediate function concept using flapless computer-guided

implant surgery. Eur J Oral Implantol. 2010;3(2):155-163.

29. Prithviraj DR, Vashisht R, Bhalla HK, Prithvi S, Suresh P, Sharma D. A review of

management options for rehabilitation of posterior atrophic maxilla with implants. J Dental

Implants. 2013;3(1):35-41.

30. Rosenfeld AL, Mandelaris GA, Tarieu PB. Prosthetically directed implant placement

using computer software to ensure precise placement and predictable prosthetic outcomes.

Part 2: Rapid-prototype medical modeling and stereolithographic drilling guides requiring

bone exposure. Int J Periodontics Restorative Dent. 2006;26(4):347-353.

31. Safira LC, Maciel AS, Souto-Maior JCC, Azevedo RA, Cavalcante WC,

Francischone CE, Sarmento VA. Aplicação dos biomodelos de prototipagem rápida na

Odontologia, confeccionados pela técnica da impressão tridimensional. R Ci Méd Biol.

2010; 9(3):240-246.

32. Sammartino G, Della Valle A, Marenzi G, Gerbino S, Martorelli M, di Lauro AE, di

Lauro F. Stereolithography in oral implantology, A comparison of surgical guides. Implant

dentistry. 2004;13(2):133-139.

33. Sanghera B, Naique S, Papaharilaou Y, Amis A. Preliminary study of rapid prototype

medical models. Rapid Prototyping Journal. 2001;7(5):275-284.

34. Sanna AM, Molly L, van Steenberghe D. Immediately loaded CAD-CAM manufactured

fixed complete dentures using flapless implant placement procedures: a cohort study of

consecutive patients. The Journal of prosthetic dentistry, 2007;97(6):331-339.

35. Sarment DP, Sukovic P, Clinthorne N. Accuracy of implant placement with a

stereolithographic surgical guide. Int J Oral Maxillofac Implants. 2003;18(4):571–577.

36. Sharma A. Rapid Prototyping Technology for Prosthodontics. International Journal Of

Clinical Dentistry. 2014;7(4):327-336.

37. Sohmura T, Kusumoto N, Otani T, Yamada S, Wakabayashi K, Yatani H. CAD/CAM

fabrication and clinical application of surgical template and bone model in oral implant

surgery. Clin Oral Implants Res. 2009;20(1):87-93.

Page 45: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

44

38. Sykes LM, Parrott AM, Owen CP, Snaddon DR. Applications of rapid prototyping

technology in maxillofacial prosthetics. Int J Prosthodontics. 2004;17(4):456-459.

39. Thor A, Wannfors K, Sennerby L, Rasmusson L. Reconstruction of the Severely

Resorbed Maxilla with Autogenous Bone, Platelet‐Rich Plasma, and Implants: 1‐Year

Results of a Controlled Prospective 5‐Year Study. Clinical implant dentistry and related

research. 2005;7(4),209-220.

40. Uhlendorf J, Uhlendorf Y, Luiz J, Bressani JA, Araújo W. Rehabilitation of the

Maxilla with Computer-Assisted Flapless Surgery according To Virtual Preoperative

Planning: A Case Report. Dental Press Implantology. 2014;8(3):66-75.

41. Widmark G, Andersson B, Ivanoff CJ. Rehabilitation of patients with severely resorbed

maxillae by means of implants with or without Bone Grafts: A 3-To 5-Year Follow-Up

Clinical Report. Int J Oral Maxillofac Implants 2001;16:73–79.

42. Yong LT, Moy PK. Complications of Computer‐Aided‐Design/Computer‐Aided‐Machining‐Guided (NobelGuide™) Surgical Implant Placement: An Evaluation of Early

Clinical Results. Clinical implant dentistry and related research. 2008;10(3),123-127.

Page 46: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

45

6. Apêndice

Autorização para uso de imagem da paciente para o relato de caso:

Page 47: Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico · ... Corte parassagital da TCFC da altura e espessura óssea na região do dente 24 (G) e região do dente 26 ... do

46

7. Anexo

Artigo de acordo com as normas da Revista ImplantNews:

http://www.inpn.com.br/ImplantNews/NormasPublicacoes