Iniciando a Disciplina de Cartas Paulinas Faz
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8/17/2019 Iniciando a Disciplina de Cartas Paulinas Faz
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Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de CaruaruCurso: Bacharelado em teologia Período: VIIDisciplina: Cartas PaulinasProfessor: Pe. JairoAluno: Francinaldo Feitoza da Cunha
Prolegômenos para uma teologia de Paulo(Apreciação crítica
Iniciando a disciplina de Cartas Paulinas !az"se necess#rio uma $re%e dissertação e
apreciação acerca de alguns pontos &ue tocam a teologia do Apostolo Paulo e &ue tam$'m são
caminhos para entrarmos mais pro!undamente no %asto mundo da eologia de Paulo. )
material por n*s+ a&ui+ estudado e resumido ' a introdução e alguns &uestionamentos &ue são!eitos pelo James ,. -. ,unn no seu li%ro /eologia do apostolo Paulo0+ e tem como titulo
/Proleg1menos para uma teologia de Paulo0. 2ssa $re%e introdução por ele apresentada no
li%ro desperta o leitor para uma maior indagação e in%estigação acerca de Paulo e de sua
teologia. Assim apresentaremos uma pe&uena resenha 3unto com alguns coment#rios nossos+
!ruto de nossa leitura e re!le4ão.
Por que uma teologia de Paulo?
2st# ' a primeira indagação de nosso autor+ mas para iniciarmos ca$e primeiramente
sa$ermos &uem de !ato era Paulo5 isso o pr*prio autor nos responde. ) apostolo Paulo ' o
primeiro e tam$'m o maior te*logo cristão+ nos a!irma ,unn nas primeiras linhas introdut*rias.
Autor de uma %asta literatura cristã+ onde apresenta sua !' e ao mesmo tempo con%ida"nos a
%i%er e a !azer est# mesma e4peri6ncia cristã+ Paulo pertencente /ao grupo de cristãos &ue
%iram como parte de sua %ocação articular a sua !' por escrito e instruir os outros na sua !'
comum0. Paulo e suas cartas compreende um %asto legado para toda a teologia $í$lica e cristã.
/,a primeira geração temos um testemunho de primeira mão+ a teologização de apenas um
homem+ Paulo apostolo0.
/Com as Cartas de Paulo podemos ter plena con!iança de &ue estamos em contato com a
primeira geração do cristianismo0+ nos diz ,unn. 7 desse argumento &ue parte o autor para
chegar ao n8cleo de sua re!le4ão e !ornecer os argumentos necess#rios para sua indagação
anterior. Para ele+ ' 3ustamente importante a reconstrução da teologia paulina e do pensamento
de Paulo por&ue ele ' a primeira !onte do cristianismo nascente. Foi Paulo o primeiro a colocar
por escrito toda a e!er%esc6ncia da religião &ue aca$ara de nascer. Com isso surge alguns
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autores &ue argumenta contrario uma reconstrução da teologia de Paulo e de seu pensamento+
tendo em %ista estarmos muitos s'culos distantes de Paulo. Com isso ao longo do artigo o nosso
autor %ai argumentar e !ornecer as $ases e caminhos necess#rios para essa reconstrução.
9os diz ele+ /mais nos 8ltimos cin&uenta anos+ desde a cele$re e4posição da teologia do 9o%o estamento de :. Bultmann apareceu apenas um punhado de tentati%as completas de
e4por ou discutir a teologia de Paulo com pro!undidade de grande !1lego0. 2 completa /no%a
tentati%a de e4posição completa da teologia de Paulo ' ainda mais necess#ria ; luz do &ue
atualmente se costuma chamar es de nosso autor &ue tam$'m nos
le%a e a3uda a re!letir acerca do &ue seria a teologia paulina.
2le+ ainda nesse en!o&ue+ $uscando compreender o &ue seria a teologia paulina
apresenta alguns pontos &ue au4ilia na in%estigação+ são eles
Descri!"o ou dialogo?
#eologia ou religi"o?
#eologia ou retorica?
$ possí%el escre%er uma teologia de Paulo?
2le tam$'m chama a atenção para a possi$ilidade de escre%er a teologia paulina+ isto
dado a dist?ncia &ue nos separa de Paulo e de sua cultura@ e se ' possí%el escre%er. Pois !alar de
Paulo não ' apenas !alar de sua doutrina ou produção liter#ria+ isto %ai mais al'm. /) pro$lema
de escre%er a teologia de Paulo pode ser proposto assim &uando !alamos de
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como tal50. 2 depois das indagaç>es !ormula sua resposta+ /a resposta &ue me %i a dar ' &ue a
teologia de Paulo não pode ser mais &ue a soma da teologia de cada uma das cartas indi%iduais
e+ contudo+ tem &ue ser mais &ue simplesmente a soma das teologias das cartas0. 7 a partir
desses &uestionamentos &ue o nosso autor %ai chegar a uma conclusão de como escre%er a
teologia paulina.
Buscando uma uni!icação e um ponto comum entre as cartas+ temos como desa!io não
somente a di%ersidade de cartas e escritos &ue comp>e a literatura paulina+ mas o desa!io de
escre%er a teologia paulina a dist?ncia de anos &ue nos separa de Paulo+ o tempo e a cultura.
Isto tudo in!lu6ncia e di!iculta o tra$alho de reconstrução+ por'm não parece como algo
impossí%el. Com es!orço e um m'todo apropriado conseguiremos chegar a um es$oço da
teologia paulina. Para chegarmos a esse o$3eti%o ,unn apresenta alguns meios• /2m primeiro lugar+ temos &ue reconhecer o car#ter alusi%o re!erencial da
pr*pria língua de Paulo. Paulo escre%e numa língua antiga. 2sta língua s* tem
sentido como grego oin'+ entendido ; luz do uso do grego oin' no s'culo I da
era Cristã (... os te4tos compostos por Paulo estão ine4trica%elmente radicados
no conte4to da !ala do seu tempo...0• /2m segundo lugar+ parte dessa moeda corrente comum da língua era+
e%identemente+ o conhecimento compartilhado das escrituras 3udaicas+
presumi%elmente+ na maioria dos casos+ na sua !orma grega0.• /2m terceiro lugar+ as re!er6ncias alusi%as de Paulo+ por ele supostamente
conhecidas+ incluem muito da !' 3# comum a Paulo e seus leitores. 7 por isso
&ue ' tão di!ícil reconstruir a pregação e%ang'lica de Paulo simplesmente
por&ue ele não 3ulgou necess#rio repeti"la nas cartas aos seus con%ertidos0.• /2m &uarto lugar+ podemos citar o caso mais contro%erso das alus>es ; tradição
de Jesus+ particularmente nas seç>es paren'ticas das cartas de Paulo. 2 tam$'m
a&ui &ual&uer tentati%a de reconstruir a teologia de Paulo de%e ponderar o &uetanto ele como seus leitores podiam supor como conhecido0.
• /2 !inalmente+ nas cartas de Paulo h# muitas passagens em &ue ele claramente
alude a &uest>es e t*picos+ &ue e4istiam entre Paulo e seus leitores+ so$retudo os
assuntos particulares em discursão entre ele e alguns dos seus leitores em
primeiro lugar as raz>es por&ue lhe escre%eu0.
:esumindo esse caminho apresentado por ele poderíamos assim dizer /Ao estudar a
teologia de Paulo simplesmente não ' realístico con!inar"se ;s teologias das cartas indi%iduais
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de Paulo. 9a melhor das hip*teses+ isso nos daria a teologia das contro%'rsias de Paulo em da
teologia de Paulo0.
Assim+ no tocante a teologização de Paulo+ ,unn nos apresenta tr6s ní%eis ou tr6s !ases+
&ue são
D. ) primeiro ní%el+ e o mais pro!undo+ ' o das con%icç>es herdadas ou dos padr>es
de %ida tradicionais@E. ) segundo ní%el ' a se&u6ncia de momentos trans!ormadores do crescimento e
desen%ol%imento do indi%íduo@. ) terceiro ní%el '+ naturalmente+ o das &uest>es imediatas e das re!le4>es
correntes.
/Portanto+ 3# de%e estar su!icientemente claro &ual ser# minha resposta ; terceira
pergunta. 7 possí%el escre%er uma teologia de Paulo5 a resposta ' simG 7 possí%el reconhecer as
alus>es+ ou%ir as di!erentes hist*rias+ sondar a$ai4o da super!ície os di!erentes ní%eis0.
Como escre%er uma teologia de Paulo?
Agora nos surge o &uestionamento Como proceder para escre%er uma teologia de
Paulo5 9osso autor ' de opinião &ue !alar de Paulo e de sua teologia não ' apenas !alar a
respeito da sua doutrina+ religião ou retorica. 7 algo &ue %ai mais al'm+ &ue apro!unda o
&uestionamento e aguça o pensamento.
Para ele ' possí%el tocar o centro+ o centro organizacional da teologia paulina. =egundo
ele+ /) dinamismo central da teologia de Paulo estaria na tensão entre cristianismo 3udaico e
cristianismo gentílico5 ) centro da teologia de Paulo ser# a es !oi re!le4o de circunst?ncias
mutantes e não de teologia mutante0.
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9a $usca pelo centro da teologia paulina+ Jurgen Becer+ distingue tr6s !ases principais
a teologia da eleição+ a teologia da cruz e a mensagem de 3usti!icação. /Jurgen Becer prop>e
tr6s !ases principais nos escritos teol*gicos de Paulo primeiro+ sua teologia da eleição (D
tessalonicense@ segundo+ a teologia da cruz (Coríntios@ terceiro+ sua mensagem de 3usti!icação
(-#latas. 2 resume+ /destas tr6s !ases+ a segunda ' o centro real@ a teologia da cruz ' o /c?non0
pelo &ual ' de!inida a teologia da eleição@ a mensagem da 3usti!icação ' a linguagem da &ual se
re%este a teologia da cruz0. Pois ' a partir da teologia da cruz &ue somos conduzidos para as
outras duas eleição e 3usti!icação. /A !orça deste modelo est# precisamente em &ue a coer6ncia
não reduz a alguma !ormulação est#tica ou estrutura inalter#%el de pensamento+ e assim não
pode ser !acilmente rompida pelas correntes mutantes da conting6ncia0.
&umo a uma teologia de Paulo:umo a construção de uma teologia de Paulo nosso autor+ ,unn+ %ai apresentar dois
caminhos metodol*gicos+ considerados essenciais para ele+ especialmente no tocante a
construção de uma teologia paulina. 2ssas duas %ias são o dialogo e a Carta aos :omanos.
2sclarece ele
• O di'logo modelo pre!erido " di#logos entre pessoas são os meios prim#rios pelos
&uais os indi%íduos conhecem e aprendem a entender os outros. 7 precisamente no
di#logo &ue aprendemos a apreciar alus>es.
) dialogo+ para ele+ ' a %ia mais precisa para entramos no pensamento paulino e na sua
cultura e o$ser%amos o essencial de seu pensamento. Ai !ica a indagação+ como entrar em
dialogo com Paulo %isto &ue estamos E mil anos de distancia dele5 ,unn responde /Podemos
entrar em di#logo com Paulo de di%ersas !ormas+ le%ando em consideração &ue ele !oi um autor
de cartas0. 2 continua+ /odos os estudiosos de Paulo estão mais ou menos de acordo &ue
podemos reconstruir os outros lados do di#logo+ pelo menos at' certo ponto+ inserindo as cartas
de Paulo no seu conte4to hist*rico e prestando atenção ;s alus>es aos outros lados do di#logo0.
2 conclui sua argumentação acerca da %ia do dialogo para a reconstrução da teologia paulina
/Heu es!orço ' procurar entrar na pele de Paulo+ %er atra%'s dos seus olhos+ pensar seus
pensamentos+ como &ue partindo de dentro dele+ e !azer isso de maneira a a3udar os outros a
apreciarem por si mesmos a percepção+ a sutileza e as preocupaç>es de Paulo0.
Partindo a %ia dialogal ele chega a Carta aos :omanos+ esta para ele ' a segunda %ia
para a reconstrução da teologia paulina.
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• Carta aos :omanos /)nde ' melhor colocar"se dentro do !lu4o de pensamento
de Paulo para começar o di#logo com ele. Pois se dialogarmos com Paulo
li%remente ao longo de toda a s'rie de suas reminisc6ncias e cartas podemos
aca$ar simplesmente numa con!usão não na teologia de Paulo como ele de%e
%6"la possuído em &ual&uer momento ao longo da sua ati%idade. Has a decisão '
!#cil de tomar. Pois h# uma carta de Paulo &ue est# menos en%ol%ida no !lu4o e
discurso progressi%o de Paulo com suas igre3as do &ue as outras. 2sta ' a Carta
aos :omanos0.
9o tocante a Carta aos romanos ele considera &ue /:omanos ainda est# muito longe de
um tratado dogm#tico ou sistem#tico so$re teologia+ toda%ia ' a e4posição mais contínua e
re!le4i%a da teologia de Paulo por ele mesmo0. 2ntão.A partir de todas essas colocaç>es nos !ica ainda a indagação de como escre%er uma
teologia de Paulo5 2le !inalizando nos responde /=e+ portanto+ &uisermos entender a teologia
madura de Paulo e dialogar com ela+ não podemos !azer nada melhor &ue tomar :omanos como
uma esp'cie de ga$arito e com ele construir nossa pr*pria e4posição da teologia de Paulo+ uma
corda dominante para com ela a!inar nossos instrumentos menores0. Assim concluímos nossa
dissertação com as pala%ras da&uele &ue nos acompanhou durante todo esse percurso+ James ,.
-. ,unn+ /uma teologia de Paulo &ue começa a descre%er e discutir a teologia de Paulo notempo em &ue escre%eu :omanos e em constante re!er6ncia a :omanos como e !io de prumo
est# no caminho certo0.
2ste pe&ueno tra$alho ser%e"nos para a$rirmos a mente para &uestionarmos acerca de
alguns portos da teologia paulina. Buscamos apresentar uma síntese da %isão do autor segundo
o nosso entendimento. Visto ser um prologo ' di!ícil !azermos uma analise critica+ pois eles
dei4a muitos &uestionamentos em a$erto. Has como %isão geral e modelo de itiner#rio para a
teologia paulina ele apresenta e ser%e uma $ase singular+ pois suas indagaç>es e seu caminho percorrido a3udam"nos a pesarmos e $uscar in%estigar tam$'m acerca da teologia desse grande
discípulo da !'.