Informação estatística sobre produção de recursos minerais ... · valorização do potencial...
Transcript of Informação estatística sobre produção de recursos minerais ... · valorização do potencial...
-
1
Informação estatística sobre produção de recursos minerais contendo Lítio. Evolução no período de 1998 a 2017
Paula Castanheira Dinis e Sara Horgan
Direcção-Geral de Energia e Geologia.
Av. 5 de Outubro, nº 208, 208 (Edifício Sta. Maria)
1069-203 Lisboa
e-mail: [email protected] e [email protected]
Palavras-chave: Lítio; Pegmatitos litiníferos; Produção; Concessão mineira; Estatística; Baterias; Veículos elétricos;
Portugal.
RESUMO Os recursos minerais têm um enorme potencial para criar, contribuir e apoiar o desenvolvimento sustentável da
sociedade moderna. Atendendo à crescente procura de lítio a nível mundial, fundamentada pela sua aplicação em
tecnologias sustentáveis, na mobilidade e em sistemas inteligentes de distribuição, armazenamento e transporte de
energia, o Governo Português fez uma forte aposta neste setor, tendo lançado as “Linhas de orientação estratégica,
quanto à valorização do potencial de minerais de lítio em Portugal” através da Resolução de Conselho de Ministros
nº 11/2018 publicada no Diário da República n.º 22/2018, Série I de 2018-01-31.
Através da análise realizada neste trabalho, centrada na produção de pegmatitos litiníferos em Portugal nos últimos
20 anos, é possível obter uma perspetiva sobre a produção nacional de recursos minerais contendo lítio. Procurou-
se também fazer o enquadramento de Portugal no mundo, em termos de produção deste recurso mineral
perspetivando-se, para um futuro próximo, o desenvolvimento sustentável na senda de uma economia de baixo
carbono.
Linhas de orientação estratégica, quanto à valorização do potencial de minerais de lítio em
Portugal
Portugal apresenta condições geológicas muito favoráveis à ocorrência de mineralizações de lítio. O aproveitamento
dos minerais contendo lítio, ocorre desde há várias décadas, sendo que estes recursos têm sido explorados
conjuntamente com os feldspatos, tendo como destino, predominantemente, a indústria da fabricação de produtos
cerâmicos refractários e, em menor escala, a indústria da fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de
cerâmica.
Recentemente (desde 2016) verificou-se uma procura crescente do mercado de lítio, fundamentada pela sua aplicação
em tecnologias sustentáveis, na mobilidade e em sistemas inteligentes de distribuição, armazenamento e transporte de
energia, com destaque para o fabrico de baterias de iões de lítio com forte utilização nos veículos elétricos,
fomentando, assim, o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. Desde 2016 diversas empresas
formalizaram junto da DGEG 37 novos pedidos de prospeção e pesquisa de lítio, com um valor de investimento
proposto na ordem dos 4 milhões de euros para o período inicial de contrato (3 anos), abrangendo uma área de cerca
de 2500 km2. Ocorreram diversos entraves ao desenvolvimento e atribuição de direitos de prospeção e pesquisa para
estes novos pedidos, uma vez que, na maioria dos casos, existia sobreposição de pedidos relativamente às áreas
solicitadas.
Em face desta procura e havendo interesse em dinamizar o setor e o mercado do lítio, o Governo português fez uma
forte aposta neste setor e, em 13 de dezembro de 2016, determinou a constituição de um Grupo de Trabalho
(Despacho nº 15040/2016), composto por 5 entidades: Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), Laboratório
Nacional de Energia e Geologia (LNEG), Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA (EDM), e duas associações
industriais do setor, a ASSIMAGRA e a ANIET, com o objectivo de identificar as ocorrências com potencial para
revelação e aproveitamento deste recurso, estabelecer uma hierarquia de prioridades para o seu estudo e prospecção e,
sequentemente, propor medidas, estudos ou criação de uma unidade para o seu processamento e beneficiação. Deste
esforço, em março 2017, resultou um documento – Relatório do Grupo de Trabalho do “Lítio” -, o qual se encontra
disponível em http://www.dgeg.gov.pt/?cr=15897 e cujas principais conclusões foram as seguintes:
1. O mercado do lítio e dos seus compostos que abrange a sua aplicação num amplo e diversificado espectro
de indústrias, incluindo a cerâmica e o vidro, os lubrificantes industriais, aplicações médicas, baterias de
iões-Li, siderurgia de alumínio, entre muitas outras mantém-se dinâmico, com uma procura elevada e
sustentável com reflexos na subida dos preços;
mailto:[email protected]:[email protected]://www.dgeg.gov.pt/?cr=15897
-
2
2. O potencial geológico nacional, embora elevado, apresenta uma insuficiente caraterização das ocorrências
em termos mineralógicos e de cálculo de recursos, mesmo ao nível inferior de «recursos inferidos», que
importa clarificar, quer pelos serviços oficiais quer pelas empresas;
3. Não existem estudos relacionados com as fases de beneficiação (laboratorial e industrial) que possam
suportar uma estratégia assente na sua instalação, no sentido de promover o aumento do valor acrescentado
nacional;
4. Não estão identificados projetos de investigação ou iniciativas de inovação relacionadas com a reciclagem
dos minerais de lítio das baterias usadas que, numa lógica de economia circular, reduza os resíduos e a
«pressão» sobre os minerais de lítio de origem primária.
Recentemente, através da RCM n.º 11/2018, o Governo definiu as “Linhas de orientação estratégica, quanto à
valorização do potencial de minerais de lítio em Portugal”, que determina a “dinamização de concursos públicos para
a atribuição de licenças de prospecção e pesquisa, bem como para a respetiva exploração, sobre áreas previamente
delimitadas”. As áreas potenciais definidas, onde se encontram os principais depósitos associados a este tipo de
mineralização (depósitos do tipo pegmatito, aplitopegmatito e filões quartzosos), identificadas na figura 1, localizam-
se no Norte e Centro do país e será sobre estas que serão lançados os concursos públicos.
Fig. 1: Áreas potenciais para exploração de lítio.
Fonte: Relatório do Grupo de Trabalho do “Lítio”.
-
3
Produção de pegmatítos litiníferos em Portugal – últimos 20 anos (1998-2017)
Analisando os últimos 20 anos, no que se refere à produção de pegmatitos litiníferos em Portugal, constatamos que,
ao longo deste período, contribuíram para a produção 8 concessões mineiras – denominadas “Alijó”, “Lousas”,
“Mina do Barroso“ e “Gondiães”, localizadas na zona 2- Barroso-Alvão (de acordo com mapa da RCM 11/2018,
figura 1); e “Alvarrões”, “Castanho”, “Castanho Sul” e “Gonçalo Sul” localizadas na zona 7- Guarda (de acordo com
mapa da RCM 11/2018, figura 1), as quais constam do quadro1 e mapa seguintes:
Quadro 1. Cadastro das concessões mineiras com produção de pegmatito litinífero, em 2017
Fonte: DGEG
Ativas Suspensão autorizada Inativa Estado não definido
Quadro 2. Situação das concessões mineiras em termos de atividade no período 1998-2017
Fonte: Inquérito único DGEG
Os dados utilizados nesta análise foram obtidos a partir da base de dados da estatística dos recursos geológicos da
DSEF-RG da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) são referentes ao período 1998-2017. Tratam-se de
dados anuais de produção de pegmatitos litiníferos das 8 concessões mineiras acima referidas, os quais se apresentam
em seguida, no gráfico 1:
C o nc e s s ã o m ine ira N º C a da s tro Em pre s a c o nc e s s io ná ria D is trito C o nc e lho Á re a s (ha ) S ite
ALIJ Ó MNC000111 J o s é Alde ia Lago a & Filho s , S .A. Vila Real Ribe ira de P ena 312,5 http://www.josealdeialagoafilhos.pt/
ALVARRÕES MNC000008 SOCIEDADE MINEIRA CAROLINOS, LDA. Guarda Guarda 641,29
CASTANHO MNC000057 P EGMATÍTICA - So ciedade Mineira de P egmatites , Lda Guarda Guarda 90,71
CASTANHO SUL MNC000043 FELMICA - MINERAIS INDUSTRIAIS, S .A. Guarda Guarda 71,99 https://mota-sc.com/grupo-mota/
GONÇALO SUL MNC000070 J o s é Alde ia Lago a & Filho s , S .A. Guarda Guarda 51,3 http://www.josealdeialagoafilhos.pt/
GONDIÃES MNC000108 FELMICA - MINERAIS INDUSTRIAIS, S .A. Braga Cabeceiras de Bas to 27,92 https://mota-sc.com/grupo-mota/
LOUSAS MNC000110 FELMICA - MINERAIS INDUSTRIAIS, S .A. Vila Real Bo ticas 65,71 https://mota-sc.com/grupo-mota/
MINA DO BARROSO MNC000100 SlipStream Res o urces P o rtugal Unipes s o a l, Lda Vila Real Bo ticas 542,12 http://slipstreamresources.com/
C o nc e s s ã o m ine ira 19 9 8 19 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 10 2 0 11 2 0 12 2 0 13 2 0 14 2 0 15 2 0 16 2 0 17
ALIJ Ó
ALVARRÕES
CASTANHO
CASTANHO SUL
GONÇALO SUL
GONDIÃES
LOUSAS
MINA DO BARROSO
-
4
Gráfico 1: Produção de pegmatitos litiníferos, em toneladas e milhares euros.
Fonte: Estatística dos recursos geológicos da DSEF-RG da Direção Geral de Geologia e Energia.
A escala de produção destas concessões mineiras é variável ao longo dos anos, havendo casos onde se mantem a
regularidade produtiva com valores anuais consistentes, e outros com valores de produção significativamente
menores havendo mesmo, nalguns casos, períodos de suspensão de atividade.
Entre 1998 e 2006 a produção de pegmatitos contendo lítio foi exclusivamente assegurada por três concessões
mineiras, nomeadamente “Castanho”, “Alvarrões” e “Gonçalo Sul”. Neste período verificou-se um aumento de
produção de cerca de 15.000 toneladas, a qual em 2006 era de 28.500 toneladas. A quebra de produção em 1999
deveu-se à interrupção da produção em duas destas concessões mineiras (“Castanho” e “Gonçalo Sul”). Entre 2007 e
2011 a produção teve um aumento gradual, com a entrada em produção das concessões mineiras “Alijó”, “Gondiães”
e “Mina do Barroso” e com o aumento da produção nas concessões anteriormente referidas, tendo em 2011 atingido o
valor de 43.000 toneladas (variação +9.000 toneladas). Em relação ao período de 2012 a 2015, verificou-se uma
diminuição acentuada da produção nas concessões mineiras com maior produção, situação traduzida pelos gráficos
acima (variação -20.000 toneladas). O incremento registado em 2016 (variação de +20.000 toneladas) teve origem na
retoma da produção de pegmatitos litiníferos na concessão mineira de “Lousas” e no aumento significativo de
produção na concessão mineira de “Alijó”. Em 2017, houve novamente uma subida relevante na produção,
perfazendo cerca de 66 mil toneladas (variação +25.000 toneladas), a que correspondeu um valor de produção de
1.140 mil euros no total, tendo sido registado nesse ano o valor de produção mais elevado para todo o período em
análise (1998-2017). Importa ainda referir que esta subida ficou a dever-se ao aumento de produção em “Alvarrões”,
“Mina do Barroso”, “Alijó” e “Lousas”.
Relativamente aos dados de produção no período 1998-2017, verificamos haver uma tendência crescente, embora
com algumas oscilações (1999 e 2012-2015), sendo que ao comparar os dados de produção de 1998 com os de 2017
verificamos ter havido um aumento de 80%, em tonelagem e em valor:
1998 2017
ton. 103 (€) ton. 103 (€)
13 306 209 65 743 1 138
Quadro 3 Totais da produção, em 1998 e 2017
Fonte: Inquérito único DGEG
A produção proveniente destas minas é, na sua maioria, utilizada na indústria nacional, existindo uma percentagem
que se destina ao mercado europeu, principalmente, Espanha e França. A título de exemplo, em 2016, 35% da
produção de pegmatito litinífero teve como destino este mercado.
Mineralizações contendo lítio: Recursos e projetos em curso
O grau de conhecimento destes recursos, em Portugal, tem aumentado na sequência de trabalhos de prospeção
e pesquisa realizados nos últimos anos.
0
200
400
600
800
1 000
1 200
0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
70 000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Quant. (escala esq.)
Valor (escala dir.)
ton 103€
-
5
Os dados mais recentes, existentes na DGEG, permitem contabilizar nas 8 concessões mineiras em atividade um
volume global de reservas de 10,7 milhões de toneladas de pegmatito litinífero com teor médio ponderado de 1,06%
Li2O, o que corresponde a cerca de 113 mil toneladas de Li2O contido e 53 mil toneladas de lítio metal. Ainda para
estas 8 concessões mineiras, em termos de recursos, podemos afirmar que existem cerca de 22,7 milhões de toneladas
de pegmatito litinífero com teor médio ponderado de 1,07% Li2O, a que correspondem cerca de 243 mil toneladas de
Li2O contido e 113 mil toneladas de lítio metal.
Existem atualmente 4 projetos em curso para a exploração de depósitos minerais contendo lítio, nomeadamente
Barroso, Alvarrões, Argemela e Sepeda. Para estes projetos, os recursos estimados são de 48,4 milhões de toneladas
com teor médio ponderado de 0,86% de Li2O correspondendo a 419 mil toneladas de Li2O contido e 194 mil
toneladas de lítio metal.
Dois dos projetos, Barroso e Alvarrões, correspondem a concessões mineiras em atividade, em que as empresas
detentoras dos direitos se encontram a reestruturar os seus projetos de exploração tendo por objetivo a produção de
concentrados de lítio. Os outros 2 projetos mineiros, Argemela e Sepeda, encontram-se em fase de atribuição de
direitos de exploração na sequência dos trabalhos realizados ao longo de 5 anos no âmbito dos contratos de prospeção
e pesquisa, que permitiram deixar demonstrada a existência de recursos e a viabilidade económica para a sua
exploração.
Comércio externo
De acordo com os últimos dados da publicação anual World Mining Data, relativos à produção de lítio, Portugal
ocupava, em 2015, a 8ª posição a nível mundial. A primeira posição é ocupada pela Austrália com a produção de
24.140ton. de lítio contido, seguindo-se o Chile com a produção de 22.500ton. (2ª posição), a China com 9.500ton.
(3ª posição), a Argentina com 7.710ton. (4ª posição) e os E.U.A. com 2.000ton. (5ª posição).
Gráfico 2: Distribuição da produção mundial de lítio (Li2O contido).
Fonte: World Mining Data 2017.
Analisando a produção mundial nos últimos 10 anos (gráfico 3), constata-se que a produção de lítio, em termos
gerais, tem vindo a aumentar. No período 2006 a 2015,observou-se uma subida de 21.793ton, tendo atingido cerca de
68.000ton de Li2O contido no total.
Encontrando-se o mercado do lítio em franca expansão é expectável que se registe uma subida ainda mais acentuada
dos valores de produção e que, face às condições favoráveis existentes em Portugal, o contributo nacional para este
mercado seja significativo, o que colocará Portugal no ranking de países líderes em produção de lítio, colocando a
Europa no “mapa” deste mercado.
Austrália 35%
Chile 33%
China 14%
Argentina 11%
EUA 3%
Outros 4%
-
6
Gráfico 3: Evolução da produção mundial de Lítio (Li2O contido), em toneladas. Fonte: World Mining Data 2012; World Mining Data 2017.
Em termos de produção de Li2O, ao longo destes 10 anos em análise (Quadro 4), verifica-se que a Austrália e o Chile
lideram a produção deste concentrado representando, no geral, 70% da produção mundial anual. O Chile ocupa a 1ª
posição, dando lugar à Austrália em 2015. Focando a produção chinesa, verificamos uma subida progressiva,
passando da 5ª posição, com 2.820ton. em 2006, para a 4ª com 5.450ton. em 2010 e, finalmente, para a 3ª posição,
com 9.500ton. em 2012. A China representa, assim, o país com o maior acréscimo de produção ao longo deste
período.
Em 2009 verifica-se uma queda de cerca de 15.000 ton. na produção, a qual encontra explicação na vulnerabilidade
do lítio em relação aos fatores externos, nomeadamente, o deflagrar da crise financeira do Subprime em 2008, com
origem nos E.U.A.
Quadro 4: Evolução da produção mundial de Lítio (Li2O contido), em toneladas.
Fonte: World Mining Data 2012; World Mining Data 2017.
Em 2010, o lítio foi incluído no grupo dos 41 recursos minerais considerados críticos pelo Ad-hoc Working Group on
defining critical raw materials1, no âmbito da Iniciativa Matérias-Primas apesar de, atualmente, o lítio não fazer parte
da lista de matérias primas críticas revista em 20172. Em 2008, esta matéria-prima já tinha sido classificada como
crítica nos Estados Unidos, pelo Committee on Critical Mineral Impacts on the U.S. Economy3.
O forte impulso e interesse no lítio deu-se há cerca de 3 anos, com o aumento da produção de carros elétricos, com
reflexo no aumento exponencial das cotações deste metal (gráfico 4). Isto leva-nos a perspetivar/planear uma
mudança de paradigma em termos energéticos – “a transição da locomoção automóvel de “dependente da combustão
de derivados do petróleo” para “dependente da eletricidade acumulada em baterias””4.
1 https://ec.europa.eu/growth/tools-databases/eip-raw-materials/en/system/files/ged/79%20report-b_en.pdf 2 https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52017DC0490&from=EN 3 https://www.nap.edu/initiative/committee-on-critical-mineral-impacts-of-the-us-economy 4 “Recursos geológicos de Trás-os-Montes – Passado, presente e prespetivas futuras”; pg. 57
0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
70 000
80 000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
ton posição ton posição ton posição ton posição ton posição ton posição ton posição ton posição ton posição ton posição
Austrália 11 105 2ª 9 613 2ª 11 976 2ª 9 874 2ª 16 343 2ª 21 050 2ª 27 120 2ª 21 000 2ª 22 200 2ª 24 140 1ª
Chile 20 700 1ª 24 111 1ª 22 997 1ª 12 538 1ª 20 950 1ª 27 680 1ª 28 490 1ª 24 130 1ª 24 820 1ª 22 500 2ª
China 2 820 5ª 3 010 5ª 3 100 5ª 2 600 5ª 5 450 4ª 5 290 4ª 6 870 3ª 8 600 3ª 10 000 3ª 9 500 3ª
Argentina 6 256 3ª 6 691 3ª 6 783 3ª 5 016 3ª 6 820 3ª 5 720 3ª 5 660 4ª 5 700 4ª 6 400 4ª 7 710 4ª
E.U.A. 3 200 4ª 3 230 4ª 3 230 4ª 3 000 4ª 3 000 5ª 3 000 5ª 3 000 5ª 3 000 5ª 3 000 5ª 2 000 5ª
Outros 2 475 6ª 1 674 6ª 1 880 6ª 1 713 6ª 2 815 6ª 1 623 6ª 2 306 6ª 2 333 6ª 2 380 6ª 2 499 6ª
TOTAL 46 556 48 329 49 966 34 741 55 378 62 203 72 116 63 633 69 050 68 349
2012 2013 2014 20152006 2007 2008 2009 2010 2011
ton
https://ec.europa.eu/growth/tools-databases/eip-raw-materials/en/system/files/ged/79%20report-b_en.pdfhttps://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52017DC0490&from=ENhttps://www.nap.edu/initiative/committee-on-critical-mineral-impacts-of-the-us-economy
-
7
Gráfico 4: Evolução do preço do carbonato de lítio e do hidróxido de lítio, de 2005 a 2016.
Fonte: WorldBenchmark Mineral Inteligence.
As recentes estimativas5 apontam para a existência, em 2018, de mais de 3 milhões de carros elétricos em circulação
em todo o mundo. De acordo com dados de 2016, a China lidera as vendas, detendo 43% deste mercado, seguida pela
União Europeia (21%) e pelos E.U.A. (20%). Na União Europeia, em 2017, existiam cerca de 738.000 carros
elétricos em circulação, significando um aumento de 37% em relação ao ano anterior. Os países com maior frota na
UE são Alemanha, Reino Unido, França, Suécia e Países Baixos.
Gráfico 5: Evolução global do número de carros elétricos, de 2011 a 2016.
Fonte: Research for TRAN Committee Battery-powered electric vehicles: market development and life cycle emissions.
Gráfico 6: Evolução das vendas de veículos elétricos na União Europeia, de 2011 a 2016. (BEV – Battery Electric Vehicle; PHEV – Plug-in Hybrid Electric Vehicle)
Fonte: Research for TRAN Committee Battery-powered electric vehicles: market development and life cycle emissions.
5 Research for TRAN Committee - Battery-powered electric vehicles: market development and lifecycle emissions (European Parliament)
-
8
De acordo com as estimativas da campanha EV30@306, que estabelece como meta, atingir 30% de participação de
vendas de veículos elétricos até 2030, foram criados 2 cenários possíveis (gráficos da figura seguinte). No cenário
mais ambicioso, “EV30@30 Scenario”, perspetiva-se um aumento exponencial do número de veículos elétricos que
irá atingir cerca de 200 milhões nos próximos 10 anos.
Gráfico 7: Cenários “New Policies Scenario” e “EV30@30 Scenario” relativos às estimativas do número de veículos elétricos a nível mundial
Fonte: Electrical Vehicles Initiative; EV30@30 Campaign Beijing (China), 8 June 2017
Considerações finais
Com o interesse internacional pelo lítio a crescer, em conjunto com o potencial que Portugal apresenta, “é necessária
a aplicação de uma nova metodologia que contribua para a maximização do valor do recurso pegmatito”7, de modo a
viabilizar o aproveitamento do lítio para outros fins, nomeadamente, para o seu uso no fabrico de baterias destinadas
a veículos elétricos.
É assim expectável que o lançamento do concurso público para a prospeção e pesquisa de lítio, que o Governo
Português irá lançar até ao final de 2018, venha dinamizar o setor mineiro. Esta exploração de pegmatitos litiníferos
deve ser encarada não só para a exploração do lítio, mas também de outros minerais com interesse económico, como
são o quartzo, o feldspato, a granada, as micas, as terras raras, o nióbio, o tântalo e o estanho de forma a valorizar este
recurso de forma integral.
Num futuro que se avizinha próximo, as iniciativas que promovem a sustentabilidade ambiental terão que ser
privilegiadas, nomeadamente, no que se refere à economia de baixo carbono, na qual o lítio terá uma importância
crucial. As atuais estimativas preveem um crescimento exponencial do número de veículos elétricos, apontando para
a existência de cerca de 200 milhões de veículos elétricos em circulação no mundo, em 2030.
Referências bibliográficas:
European Parliament, 2018, Research for TRAN Committee - Battery-powered electric vehicles: market development and lifecycle emissions;
Carlos Augusto Alves Leal Gomes, 2018, Panorâmica sobre condições naturais de ocorrência de minérios de lítio no Norte de Portugal – Perspectivas de valorização de
recursos de Lítio metálico, Universidade do Minho;
GEONOVAS N.º 25, 2012;
EV30@30 Campaign, Beijing (China), 2017;
World Mining Data 2012;
World Mining Data 2017;
Relatório do Grupo de Trabalho do “Lítio”; 2017;
Resolução do Conselho de Ministros n.º 11/2018, de 31/01/2018;
Dados da Estatística dos recursos geológicos da DSEF-RG da Direção Geral de Geologia e Energia;
http://benchmarkminerals.com/.
6 https://www.iea.org/media/topics/transport/3030CampaignDocumentFinal.pdf
7 GEONOVAS N.º 25, 2012; pg. 19.
http://benchmarkminerals.com/https://www.iea.org/media/topics/transport/3030CampaignDocumentFinal.pdf