INFECÇÕES HOSPITALARES 70% em casos cirúrgicos 30% em casos clínicos Custos anuais diretos e...
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INFECÇÕES HOSPITALARES
70% em casos cirúrgicos
30% em casos clínicos
Custos anuais diretos e indiretos:
Aproximadamente um bilhão de dólares
(USA)
INTRODUÇÃOInfecção pós-operatória:
Grande aumento dos riscos e morbi-mortalidade
Aumento da permanência hospitalarAumento dos custos
Infecção hospitalar:Processo infeccioso causado por microrganismo
adquirido dentro do ambiente hospitalar.Infecção comunitária:
Origem na comunidade
INFECÇÃO HOSPITALAR:
10% das internações
Aumento da internação em 4 a 26 dias
(média 15)
Aumento do custo de 700 a 2.400 dólares p/
paciente.
PRIMEIRO EVENTO
Trauma tecidual
Resposta Inflamatória
Recuperação
Macrófagos Ativados
Resposta Inflamatória Amplificada
FMOS
Morte
SEGUNDO EVENTO
Infecção Endotoxemia
Isquemia
Lesão / Evento Inicial
Infecção - Choque – Tecido Necrótico
F M O S
Disfunção de Órgãos
Quebra dos Mecanismos homeostáticos normais Insuficiência
Intestinal - TB
Insuficiência Microcircultória
Macrófagos Resposta
Inflamatória
Resposta Hipermetabólica
INTERESSE PELO TEMA
Aumento dos custos
Crescente público bem informado
Riscos de cobranças judiciais
Criação e valorização das CCIH
(Comissão de Controle de Infecção Hospitalar)
Classificação das feridas cirúrgicas(American College of Surgeons)Limpas
Tractos respiratório, gastrointestinal e urinário não foram lesados;
Feridas não traumáticas, sem inflamação;Não houve falha na anti-sepsia e na técnica
cirúrgica.
Exemplos: herniorrafias, tireoidectomias.
Feridas potencialmente contaminadasTractos gastrointestinal, urinário e
respiratório penetrados;Contaminação não significativaPequena infração da técnicaÁreas de difícil anti-sepsia.
Exemplos: gastrectomia, prostatectomia, lobectomia pulmonar, reoperações recentes.
Feridas contaminadas
Houve contaminação pelo tracto gastrointestinal, respiratório e urinário;
Feridas traumáticas com menos de 6 horas;
Processo inflamatório sem pús;Grandes falhas na técnica de anti-sepsia.
Exemplos: Apendicectomia; ferida resultante de trauma de rua.
Feridas infectadas ou sujasPresença de pus;Vísceras perfuradas;Feridas traumáticas com mais de 6 horas de
evolução.
Exemplos: Apendicite supurada; diverticulite perfurada; politraumatizados
TIPOS DE INFECÇÃOINFECÇÃO DE FERIDA OPERATÓRIA:
Internamento aumenta 7 a 8 dias por paciente
Custo a mais: de 840 dólares p/ paciente.
- A mais freqüente das infecções cirúrgicas
Há a presença de pús
Grande dificuldade de registro Geralmente ocorre após alta hospitalar. Necessário ambulatório de controle pós-operatório
Infecção de ferida: fatores externosAs mãos do cirurgião
As mãos da equipe de apoio
Enfermagem, residentes, estudantes, etc.
A pele do paciente
Hospitalização pré-operatória
Duração da operação
Técnica operatória
INFECÇÃO DE FERIDA - TRATAMENTO
Tratamento essencialmente local
Retirar os pontos
Debridar tecidos necróticos
Soluções: ácido acético 12%, hipoclorito de sódio
0,25%, permanganato 1:10.000, açúcar, mel de
abelha.
Antibiótico sistêmico só em casos de sepse e
infecções à distância (urinária, respiratória, etc).
INFECÇÃO URINÁRIA
2a infecção pós-operatória mais freqüente;
> 100.000 colônias de bactérias/ml de urina;
Disúria, febre e calafrios
Estreita relação com sondas vesicais
40 a 50% após 10 dias de uso da sonda
Coletores urinários abertos:
Prevalência de infecção: 95%
Sonda com balão insuflado Sistema fechado com coletor
INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
3a infecção pós-operatória mais
freqüente.
Infecções altas: traqueobronquites;
Pneumonia: elevada mortalidade; dor,
febre alta, alterações radiológicas.
Abscesso pulmonar e empiema pleural.Coleção purulenta no pulmão ou cavidade
Pleural;
Quadro grave, elevada mortalidade.
PNEUMONIA E DERRAME PLEURAL
INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
EMPIEMA PLEURAL ABSCESSO PULMONAR
Abscesso abdominal e peritoniteColeções purulentas intra-abdominais
localizadas ou difusas;Sinais de irritação peritonealDiagnosticados em exames por imagem.
Ultra-sonografiaTomografia computadorizadaRadiografia simples do abdome
INFECÇÃO EM CIRURGIA
Fatores de risco
Fatores bacterianos:
Número de bactérias: acima de 105 por grama
de tecido
Contaminação endógena
Gram negativas: lipopolissacarídeos da parede
bacteriana são endotoxinas
Aeróbicas produzem mais infecção de ferida
FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE
Idade (crianças e idosos)
Diabetes mellito (alta susceptibilidade)
Obesidade (vascularização dos tecidos, hematomas,
espaço morto, duração das operações)Câncer (inibição da função celular, linfócitos,
fagocitose)DesnutriçãoDoenças associadas (infecciosas ou não)Internação pré-operatória (quanto maior o
tempo, mais infecção)
FATORES RELACIONADOS ÀS OPERAÇÕES
Duração das operações
Operações de emergência (alto risco)
Considerar: risco cirúrgico, potencial de
contaminação, duração, perda sanguínea,
perfuração de vísceras, baixa imunidade, etc);
Ambiente cirúrgico
Ambiente de enfermarias
Banho pré-operatório
FATORES RELACIONADOS ÀS OPERAÇÕES
Tricotomia
Preparo da peleSoluções degermantes de PVPI e clorexidina
Uso de drenosSistemas fechados, nunca pela incisão,
curta duração.
PrótesesDificultam as defesas; só em operações
limpas; assepsia rigorosa
FATORES DE RISCO PARA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (NNIS)
Grau de contaminação das feridas
Classificação do estado de saúde do
paciente ASA (1,2,3,4,5)
Duração das operações
ETIOLOGIA DA INFECÇÃO
Operações limpasA fonte é a própria pele (Gram +): Staph.
Aureus
Em áreas úmidas e dobras: Gram + e Gram - Enterobacter, Proteus, Escherichia coli
Operações contaminadas e infectadas:Penetração de víscera ôca
Depende da microbiota da víscera afetada
Predominam Gram negativos, anaeróbios e Candida
DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO
Eminentemente clínicoFebre vespertina, febre alta e calafrios
Náuseas, vômitos, taquicardia, distensão
abdominal e oligúria.
LaboratórioLeucocitose, plaquetopenia,
Anemia (baixa do hematócrito),
Albuminemia baixa
DIAGNÓSTICO
Cultura e antibiograma
Se há sondas e catéteres, devem ser retirados
Ponta da sonda para cultura
Cuidados na contaminação
Nas infecções profundas e cavitárias
Exames de imagem:
Ultra-sonografia
Tomografia computadorizada, Ressonância, Med.
Nuclear
DIAGNÓSTICO - tipos de germes Gram positivos: pus espesso, cremoso, amarelo, sem odor.
Staphylococus e Streptococus: abscessos, celulite difusa,
linfangite.
Gram negativos: infecções mais tardias, pus fluido, marrom ou
avermelhado, inodoro.
Anaeróbios: pus fétido, odor fecaloide.
Clostridium: gangrena ou miosite necrotizante, aspecto bolhoso
USO DE ANTIBIÓTICOS Princípios fundamentais
Boa vascularização dos tecidos
Germe mais provável (cultura e
antibiograma)
Nunca usar indiscriminadamente
Efeitos tóxicos dos antibióticos
Via de administração adequada
Dose e tempo de administração corretos
ANTIBIÓTICOS - INFECÇÃO INTRA-ABDOMINAL
Agentes simplesAmpicilina/sulbactan - UNASYN (betalactamases); Ceftriaxona, Cefepime, Imipenem, Meropenem, Ertapenem;
(Carbapemases)
Combinação de agentesAminoglicosídeo + anaerobicida (Amicacina
+ metronidazol)Ciprofloxacina + metronidazol ou
clindamicinaCefotaxima ou ceftazidima + metronidazol
ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO
Operações limpas: não usarExceções:
Pacientes acima de 70 anos
Desnutridos e imunodeprimidos
Implante de próteses
Esplenectomias
Herniorrafias incisionais; grandes descolamentos
Diabéticos
Obesos
Operações prolongadas
ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO
Potencialmente contaminadasNas operações onde o potencial de
contaminação é muito pequeno: não usar Colecistectomias, vagotomia + piloroplastia, etc Usar em: colectomias, prostatectomias,
histerectomias, etc
Contaminadas: usar antibiótico profilático
Infectadas: usar antibiótico TERAPÊUTICO
ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO
Princípios básicos da profilaxia
Espectro: dependência do perfil de
sensibilidade bacteriológica do hospital;
Farmacocinética: meia vida, via de excreção
Início do uso e duração: dose única, na
indução anestésica, via endovenosa.
A cada 2 horas de operação, nova dose
Custo
ANTIBIÓTICO-PROFILAXIA EM CIRURGIA GERAL
OPERAÇÕES BACTÉRIAS ANTIBIÓTICOS
Herniorrafias Gram positivas Cefazolina
Biliar, hepática, pancreática
Gram positivas Cefazolina
Esofageanas Gram pos. e neg. Cefazolina
Gastroduodenal Gram pos. e neg. Cefazolina
Cólon, reto, íleo Gram neg. e anaeróbios
Cefoxitina
Trauma abdomin. penetrante
Gram neg. e anaeróbios
Cefoxitina
PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Baseia-se em dois pilares:
1 - Sistema de vigilância epidemiológica Informações precisas Busca ativa dos casos de infecção nas enfermarias
2- Educação da comunidade hospitalar Influencia comportamentos Estabelece normas e procedimentos Modifica resultados
(CCIH) Comissão de Controle de Infecção Hospitalar