Indústria da Mineração nº56

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Investimento em mineração é aposta para recuperação econômica do País Benefícios da mineração aos municípios são discutidos no encerramento do CBMINA Conselho do Plano Brasil Maior estuda desoneração para mineração Sétima edição do CBMINA valoriza práticas sustentáveis na mineração Evandro Fiúza Agosto/setembro de 2012 Ano VII - nº 56 Mineração indústria da WWW.FACEBOOK.COM/IBRAM.MINERACAO WWW.TWITTER.COM/IBRAM_MINERACAO IBRAM NAS REDES SOCIAIS: WWW.IBRAM.ORG.BR

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Investimento em mineração é aposta para recuperação econômica do País

Benefícios da mineração aos municípios são discutidos no encerramento do CBMINA

Conselho do Plano Brasil Maior estuda desoneração para mineração

Sétima edição do CBMINA valoriza

práticas sustentáveis na mineração

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Agosto/setembro de 2012Ano VII - nº 56Mineração

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EDITORIAL

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração – Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Diretor-Presidente: José Fernando Coura / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin / Diretor de Relações Institucionais: Walter B. Alvarenga / Diretor Financeiro e Administrativo: Ary Pedreira • CONSELHO DIRETOR – Presidente: Ricardo Vescovi de Aragão / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flávia Agnello, Marina Severino e Paulo Stefanini • Sede: SHIS QL 12 – Conjunto 0 (zero) – Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 – Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Travessa Rui Barbosa, 1536 – B. Nazaré – CEP: 66035-220 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – Fax: (91) 3349-4106– E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3325-0694 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail: [email protected]. Siga nas redes sociais: Twitter:@ibram_mineracao • Facebook: www.facebok.com/ibram.mineracao

O trabalho em parceria entre o Go-verno, as empresas de mineração e a Academia é uma das formas mais efi-cientes para assegurar o crescimento e o desenvolvimento sustentável da ativi-dade minerária no Brasil. O 7º CBMI-NA – Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e de Mina Subterrânea e o workshop “Benchmarks em operação de minas”, que o IBRAM realizou em Belo Horizonte, de 10 a 12 de julho, reafir-maram os bons frutos que esta relação pode gerar. Foram apresentados diversos trabalhos, por profissionais e estudantes, com excelente qualidade técnica, basea-dos em projetos de grandes empresas ou em iniciativas capazes de aperfeiçoar os processos de lavra, tanto em mina a céu aberto quanto subterrânea, preservação da natureza, melhor utilização de recur-sos hídricos, entre outros.

O setor de mineração vai investir no Brasil US$ 75 bilhões de 2012 a 2016, de acordo com levantamento do IBRAM. Mas, para que estes recur-sos sejam aplicados, é preciso superar o desafio da mão de obra. Formam-se, em todo o País, 30 mil profissionais por ano, o que ainda é insuficiente. Na Coreia do Sul esse número chega a 80 mil, na China a 150 mil e na Índia a 350 mil. O Brasil tem seis engenheiros para cada mil pessoas da população economicamente ativa, número que chega a 18 nos países líderes da mine-ração mundial. Precisamos aumentar este contingente.

Com a demanda aquecida, as minera-doras realizam muitas ações voltadas para a capacitação de novos profissionais, bem como à formação, treinamento e aper-feiçoamento de seus funcionários. Essa atitude proativa tem ajudado a estimular o mercado de trabalho conferindo novo impulso aos cursos ministrados em esco-las técnicas, faculdades e universidades.

A parceria entre o setor produtivo e a academia garante benefícios para ambas as partes. A aproximação das empresas com as universidades e com os centros de pesquisa faz com que se crie um elo capaz de gerar resultados imediatos, principalmente no que diz respeito à pesquisa aplicada e à capacitação de re-cursos humanos.

A sétima edição do evento mostrou que a mineração brasileira investe com seriedade para superar o desafio de in-corporar conceitos e práticas de desen-volvimento sustentável. Neste ano, o 7º CBMINA atraiu a participação de mais de 400 pessoas. Além dos profissionais, estiveram presentes estudantes de to-dos os cursos de engenharia de minas de Universidades de todo o País.

Esta parceria entre IBRAM e a Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), firmada há 14 anos, que tem o apoio do SINDIEXTRA, se mostra eficiente e com crescimento significa-tivo, gerando ótimos frutos e grandes benefícios para ambos os setores a cada edição do CBMINA.

7º CBMINA reforça preocupação com a sustentabilidade

Projeto Minas-Rio completa 33 milhões

de homens-hora trabalhadas sem incidente com afastamento

O Projeto Minas-Rio, um dos maiores em-preendimentos da Anglo American (associada ao IBRAM), em fase de implantação nos Esta-dos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, comple-tou a marca de 33 milhões de homens-hora trabalhadas sem incidentes com afastamento, o equivalente a mais de um ano de execução de obras e trabalhos de pré-operação sem qualquer tipo de fatalidade ou lesão ocupa-cional com perda de tempo.

O resultado foi obtido pela empresa de-vido à implantação de um plano estratégi-co com foco em gerenciamento de riscos, liderança visível e percebida, aprendizado com acidentes e capacitação de funcioná-rios, para minimizar e eliminar a exposição a riscos críticos.

Atualmente, cerca de 12 mil empregados próprios e terceirizados atuam de forma se-gura em cerca de 120 frentes de trabalhos no projeto.

35 anos da Samarco No mês de agosto, a Samarco (associa-

da ao IBRAM) completou mais um aniver-sário e chegou aos 35 anos. A celebração ocorre em pleno processo de expansão do P4P, que vai aumentar em 37% a capaci-dade produtiva da empresa, passando dos atuais 22,5 milhões de toneladas por ano para 30,5 milhões de toneladas de pelotas produzidas anualmente.

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O mês de agosto foi marcado pela conclu-são da consulta pública dos Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima. Nesta fase da Política Nacional de Mudanças do Clima dos setores da indústria, da mineração, da saúde e dos projetos de mo-bilidade urbana foram estimulados a elaborar instrumentos e políticas visando à redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs).

Para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a participação popular no processo foi positiva. “As contribuições foram bastante qualificadas e pertinentes”, avaliou a Geren-te Karen Silverwood-Cope, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ) do MMA. “Todas serão julgadas pelos órgãos competentes”, ressaltou.

Concluída consulta pública dos Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima

A previsão é que os planos setoriais este-jam concluídos até o fim do ano. Agora, as sugestões de alterações aos documentos serão analisadas pela equipe do MMA e dos demais órgãos envolvidos. Após a avaliação técnica, as contribuições serão submetidas ao Grupo Executivo sobre Mudança do Clima (GEx) para incorporação, ou não, no texto final.

Mineração

O setor mineral recebeu sete das 182 contribuições enviadas. Para o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin,isso demonstra que a preocupação do setor em buscar uma produção sustentável.“A mineração foi um dos setores que mais ra-pidamente compreendeu a importância do tema da redução das emissões como com-ponente estratégico para a sustentabilidade da atividade mineral, associado à competiti-vidade de seus produtos, especialmente no plano internacional”, afirmou.

A apresentação da mineração na última audiência pública realizada na Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi de responsa-bilidade do Diretor de Sustentabilidade do Ministério de Minas e Energia (MME), Professor

Edson Mello. Mello mostrou o documento preliminar, construído pelo MME com MMA e participação de representações empresariais, em particular o IBRAM e a Vale, com suporte da consultoria do MMA, McKinsey.

Ele destacou que o ponto de partida foi o Inventário de Emissões de GEE elaborado pelo IBRAM, adicionado a cadeias carvão, fertilizantes (potássio) e agregados (brita). No Inventário do Instituto, os bens minerais foram selecionados pela relevância econômica e tratados a partir dos inventários das empresas que, juntas, representavam pelo menos 80% das emissões de cada bem mineral.

Entre os dados que se destacaram estãoas baixas emissões relativas da mineração no Brasil. Em comparação com o setor em nível mundial, a atividade mineraria brasileira tem a menor emissão de GEEs, representando apenas 0,5% das emissões nacionais

Após a apresentação, a pesquisa apontou para um potencial de redução das emis-sões de até 4%, considerando melhorias tecnológicas, eficiência energética e fontes renováveis. O Plano setorial ainda prevê tratamento diferenciado para as pequenas e médias minerações.

A Vale (associada ao IBRAM), em parceria com a Direcção Distrital de Juventude e Desportos de Moatize, realizou uma campanha de registro civil de crianças, em idade escolar resi-dentes no bairro de Cateme, na província de Tete, em Moçambi-que. O objetivo foi não só garantir os direitos de cidadania des-tas crianças, mas também permitir a participação em qualquer atividade desportiva e social.

A iniciativa foi criada pela Vale ao constatar que a maior par-te dos alunos que participariam da fase Distrital dos Jogos Esco-lares pela Vila de Cateme não possuíam qualquer documento de identificação, podendo comprometer suas inscrições não só

nas competições locais quanto em torneios e eventos de outras cidades ou províncias. Com este apoio foi possível a participação deles na fase distrital dos jogos escolares de 2013.

Segundo o responsável de Desenvolvimento Social da Vale em Moçambique, Abdul Adamo, a campanha de capacitação desportiva abrangerá ainda 11 escolas do distrito de Moatize. “Para além de registrar os jovens, este projeto, alinhado com o Governo distrital, vai numa segunda etapa, capacitar professo-res e associações desportivas para organizar as atividades, reunir competidores e prepará-los para os Jogos Escolares de 2013”, referiu Adamo.

Vale apoia registros de crianças em Cateme, Moçambique

Ao todo, os documentos receberam 182

contribuições de representantes do governo,

da iniciativa privada e da sociedade civil

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As boas práticas há muito vêm sendo adotadas por mineradoras de grande por-te, mas o bom exemplo já tem sido visto também entre empresas que iniciaram suas operações recentemente. É o caso da Fer-ro+ Mineração S/A, uma das associadas ao Programa MINERAÇÃO.

Por meio de seu Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho, a Ferro+ vem desenvolvendo programas fundamen-tais para as práticas de prevenção de aciden-tes e doenças ocupacionais. “A mineradora possui a Política de Segurança e Saúde do Trabalho como premissa em seu negócio, e a integridade de seus colaboradores está aci-ma de qualquer indicador de processos pro-dutivos”, explica o Engenheiro de Segurança do Trabalho da empresa, Erik Celestino.

A Ferro+ aprimorou o trabalho de im-plantação das boas práticas em 2008, com uma ação simples, porém muito eficaz no

Programa de Boas Práticas Ferro+ reduz índice de incidentes na empresa

processo de reforçar os conceitos básicos de segurança no ambiente profissional. O Diálogo Diário de Segurança (DDS) é uma reunião diária, realizada pelas lideranças da empresa com o objetivo de orientar e relem-brar os funcionários sobre os procedimentos de segurança para realização das atividades.

O trabalho foi ampliado e deu origem à Reunião Semanal de Segurança (RSS), encontros entre a Gerência e Supervisão da Ferro+ Mineração e o Serviço Especia-lizado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). “Na oca-sião trata-se exclusivamente de assuntos relacionados a indicadores de Segurança e Saúde do Trabalho, como estatísticas de acidentes e quase acidentes, índices de não conformidades, comunicados, treinamen-tos e demais ações de segurança” relata o Engenheiro. De acordo com ele, após as reuniões, são também traçados planos de ações para os assuntos tratados.

A empresa também implementa, desde 2009, a Análise Preliminar de Riscos (APR). As verificações são realizadas pelos líderes de equipe em todas as atividades da mine-radora antes de qualquer atividade não roti-neira e que esteja em Procedimento Padrão Operacional. A execução da atividade só é liberada após análise do Técnico de Segu-rança e Supervisão. “Consideramos esta fer-ramenta a base para o bloqueio de infortú-nios”, comenta Celestino.

Outra iniciativa desenvolvida para pre-venção de acidentes é a Permissão de Tra-balhos Especiais (PTE). Com esta ferramen-ta as atividades consideradas especiais são desempenhadas somente após a análise e aprovação in loco do setor de Segurança do Trabalho da empresa.

Em 2011, a Ferro+ buscou implemen-tar outros dois programas de boas práticas, o Registro de Quase Acidentes (RQA) e a

Empresa tem como premissa desenvolvimento de Política de Segurança e Saúde do Trabalho

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Caminhada de Segurança. A primeira é uma ferramenta que pode ser utilizada por qualquer colaborador da empresa e tem como objetivo de incentivá-los a comunicar qualquer condição insegura e/ou ato inse-guro que possa a vir a ocasionar um inci-dente. Este registro é realizado por meio de um bloco de bolso no qual o colaborador escreve as informações e deposita em uma urna. O material é coletado diariamente pelo Técnico de Segurança responsável. Em seguida, é feita a análise e a tomada das ações necessárias, incluindo a entrega de uma carta-resposta ao colaborador.

Já a Caminhada de Segurança consiste no encontro quinzenal entre o técnico de Segurança da área, supervisor, líder e mem-bro da CIPAMIN. O grupo realiza o acompa-nhamento de algumas atividades, verifican-do o cumprimento fiel dos procedimentos de segurança determinados. “Esta ferramen-ta aponta as falhas nos procedimentos auxi-liando, por meio do PDCA, para a melhoria contínua principalmente quanto a clareza para o entendimento do colaborador ao re-alizar a atividade”, descreve o Engenheiro.

A mais recente boa prática da empresa, lançada em 2012, é o Café com Prosa, que tem o objetivo de integrar todos os colabo-radores à Gerência Geral, Gerência de Re-cursos Humanos e Segurança e Saúde do Trabalho. Quinzenalmente, é realizado um café da manhã na sala de reuniões da em-presa para um público de, no máximo, 15 colaboradores operacionais. Nestes encon-tros, são abordados assuntos diversos em um clima descontraído, no qual, estrategi-camente, são incluídos lembretes a respeito das Regras de Segurança e Saúde do Tra-balho. A Mineração elaborou um cronogra-ma, de modo a realizar o referido encontro com 100% de seu efetivo.

O Engenheiro garante que as práticas têm sido eficientes no cumprimento de sua meta, ou seja, na redução do número de acidentes e na conscientização dos empre-gados a respeito da importância da adoção de procedimentos corretos no ambiente de trabalho. “Os benefícios das ferramentas são múltiplos, pois em seu cumprimento, atingem a todos os colaboradores e são ca-pazes de deixar intrínseca, a qualquer ativi-dade realizada, a premissa da Segurança e Saúde do Trabalho”.

Empresários, representantes do poder público e estudantes universitá-rios estiveram presentes ao VIII Semi-nário do Setor de Rochas Ornamen-tais do Espírito Santo, promovido pelo Sindirochas (Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcá-rios do Estado do Espírito Santo). O evento atualizou os participantes a respeito de temas importantes para o segmento, com palestras sobre susten-tabilidade, segurança e saúde do tra-balhador e contou com a participação do Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin.

Mancin proferiu a palestra "Meio ambiente e mineração no setor de ro-chas ornamentais". Durante a apresen-tação, foram abordadas questões como a importância do Brasil na mineração mundial, as peculiaridades do setor de rochas ornamentais e seu processo produtivo. De acordo com Diretor do Instituto, é importante implementar so-luções para o fortalecer o setor, como fomento aos sistemas produtivos locais e capacitação de centros de pesquisa para estudos de aproveitamento indus-trial de resíduos.

IBRAM participa do VIII Seminário do Setor de Rochas, no Espírito Santo

Além da palestra de Rinaldo Macin, o encontro buscou abrir espaço para a dis-cussão de estratégias e ferramentas que refletem em melhores resultados, levando importantes contribuições para o fortaleci-mento do setor e a integração principais envolvidos nas atividades de exploração e beneficiamento de rochas ornamentais.

“Escolhemos com cuidado os pales-trantes, de forma a trazer grandes nomes que possam nos guiare nos ajudar, com conhecimento e dicas importantes, a re-duzir os impactos do processo produtivo do nosso segmento”, afirmou o Presi-dente do SINDIROCHAS, Emic Mala-carne Costa.

Para o Vice-Governador do Espírito Santo, Givaldo Vieira, a realização de eventos como o Seminário são funda-mentais s para fortalecer o setor, uma vez que apresenta aos principais envolvidos nas atividades de exploração e benefi-ciamento de rochas ornamentais o que há de novidade para alcançar resultados cada vez melhores. Ele ainda lembrou importância das rochas ornamentais para o estado capixaba, que representam 7% do PIB (Produto Interno Bruto) do ES e geram mais de 100 mil empregos.

Mesa de Abertura do VIII Seminário do Setor de Rochas Ornamentais do Espírito Santo

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SEGURANÇA E SAÚDE

AtUAliDADES

O MINERAÇÃO vem se movimentando cada vez mais ativamente no desenvolvi-mento de políticas e ações em prol da segu-rança dos trabalhadores da mineração. Uma das mais recentes iniciativas do Programa foi a realização de uma nova edição da reunião que trata do Programa Integrado para Res-postas às Emergências. O encontro contou com a presença de representantes de diver-sas mineradoras, do Supervisor de Preven-ção e Controle de Perdas da Vale, Maurício Lemes, e da Médica do Trabalho da empre-sa, Tula Maria Silva Moreira, responsável por apresentar as experiências positivas da VA-LE-DIFS na estruturação de um Plano para Respostas às Emergências.

De acordo com Tula, o Plano de Emergência deve ser um trabalho multidisciplinar, envol-

Programa de Emergências discute formas de prevenção de acidentes

vendo ações em áreas como meio ambiente, segurança patrimonial, saúde e comunida-de. Embora não exista uma referência téc-nica nacional sobre o assunto, a Vale vem conseguindo driblar a situação, por meio de uma análise detalhada de situações envol-vendo estes setores.

A apresentação foi complementada pela fala do Supervisor Maurício Lemes. De acordo com ele, é de extrema importância a busca pela conscientização e convencimento da alta liderança das empresas sobre a necessi-dade de intervenção nos primeiros momen-tos da ocorrência, como forma de aumentar a eficiência das ações. “Caso contrário, as consequências podem ser trágicas”, afir-mou. O profissional comentou também so-bre o Sistema de Administração e Comando

do Incidente, aplicável em vários cenários, como identificação de riscos e perigos; uso da padronização internacional; delimitação de áreas, uso de técnicas participativas etc.

A ideia vem sendo estudada pelos parti-cipantes do MINERAÇÃO, que iniciará o trabalho de desenvolvimento de um Plano Integrado de Assistência Emergencial com âmbito na área de Saúde e Segurança Ocu-pacional. O tema continuará em discussão e será abordado em outras reuniões do grupo. Outras novidades sobre o assunto serão di-vulgadas em breve.

O Programa MINERAÇÃO confirmou pre-sença no principal evento relacionado à Higiene Ocupacional da América Latina. O IV Congresso Pan-Americano de Higie-ne Ocupacional, realizado entre os dias 20 e 23 de agosto, em São Paulo, tem como tema “A Higiene Ocupacional cons-truindo cultura em saúde ocupacional nos países latino-americanos”, e conta com a realização de cursos e apresentação de trabalhos técnicos.

O MINERAÇÃO, representado pela Coorde-nadora Cláudia Pellegrinelli, participou do Painel 6 – Higiene Ocupacional na Indústria da Mineração, com a palestra “Atualidades do Programa MINERAÇÃO”.

Na agenda do Congresso estiveram também discussões sobre a Saúde Ocupacional nas Américas, formação e capacitação de profis-sionais e iniciativas de sucesso na área, com a participação de destacados especialistas, na-cionais e estrangeiros, compartilhando suas

MINERAÇÃO PARTICIPA DE CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL

experiências na área de prevenção e contro-le dos riscos ambientais.

O evento foi realizado pela Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais, em parceria com a Associação de Higienistas da Republica Argentina (AHRA), Asociación Mexicana de Higiene Industrial (AMHI), a Asociación Chilena de Higiene Industrial y Salud Ocupacional (ACHISO), a Asociación Venezolana de Higienistas Ocupacionales (AVHO) e a Asociación Colombiana de Hi-giene Ocupacional (ACHO).

Será realizado, entre os dias 13 e 16 de no-vembro, mais uma edição da conferência Health and Safety Conference, promovida pelo ICMM – Internacional Council on Mi-ning & Metals. O encontro acontecerá em Santiago do Chile, com o tema “Sharing successes and challenges – learning from each other” (Partilhando sucessos e desafios – aprendendo com os outros, em tradução livre). O objetivo é reforçar a importância do investimento em ações de Saúde e Seguran-ça Ocupacional por parte das empresas.

O MINERAÇÃO estará presente no Congres-so e será representado pela Coordenadora Cláudia Pellegrinelli, ao lado do Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração, Rinaldo Mancin.

CONGRESSO INTERNACIONAL

DISCUTE SSO

SAIBA MAIS SOBRE O CONGRESSO EM: www.icmm.com

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Conselho do Plano Brasil Maior estuda desonerações

para atividade mineralCom uma das maiores cargas

tributárias do mundo, a mineração brasileira pode integrar um pacote de desoneração do Governo Fe-deral. A medida é destaque entre estratégias para o adensamento produtivo e a inovação em toda a indústria nacional.

No que tange aos setores de mi-neração e a metalurgia, admite-se a possibilidade de desonerações com objetivo de incentivar investimen-tos em inovação tecnológica e na verticalização da produção. Como complemento, também se estuda a criação de mecanismos para viabili-zar investimentos de risco em pes-quisa mineral.

“O que se pretende ainda será objeto de estudo, para posterior ava-liação pelo governo”, explica o Vice--Coordenador do Conselho de Com-petitividade da Indústria Mineral, Miguel Antônio Cedraz Nery.

No caso de a desoneração ser adotada pelo Governo, as empresas devem se comprometer em inves-tir no adensamento produtivo. “Isto implica em aumento da atividade mineral, sim, mas com verticalização da produção em transformação in-dustrial”, complementa.

A contrapartida deve ser dire-cionada a toda a cadeia produtiva. Além dos dispêndios em inovação, espera-se a elevação de investimen-tos para a descoberta de novas ja-zidas. Os efeitos devem abranger processos e produtos tanto na pro-dução de minérios e na produção de bens intermediários de base mineral quanto na produção de bens finais, bens de capitais e serviços voltados para a própria mineração.

O processo de decisão sobre onde e como os cortes serão feitos deve levar um ano e depende de articulação com o Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e com o Ministério da Fazenda (MF).

Plano Brasil Maior

O Conselho de Competitividade da Indústria Mineral, que reúne téc-nicos do governo, empresariado e trabalhadores, já estuda a criação de zonas de processamento e transfor-mação mineral. “O objetivo é atrair pólos industriais para as regiões de grande atividade mineradora, ver-ticalizando a produção mineral e diversificando a atividade econômi-ca”, detalha Miguel Nery.

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boAS pRáticAS

FóRUM VIRTUAL PROMETE ENRIqUECER

DISCUSSõES SOBRE BOAS PRáTICAS EM SSO

O Programa MINERAÇÃO acaba de anun-ciar a criação do fórum virtual Comparti-lhando Boas Práticas, que terá como objetivo ampliar as discussões sobre SSO e contribuir para o desenvolvimento das ações de todos os associados do Programa. Com o tema “As melhores práticas adotadas em acidentes que gostaríamos de compartilhar”, será ado-tado um modelo de reunião via web, com duração de 1h30, no qual cada empresa poderá apresentar sua experiência com um acidente do trabalho e a forma como a situ-ação foi administrada internamente.

A expectativa, conforme explica a Coorde-nadora do MINERAÇÃO, Cláudia Pellegri-nelli, é chamar a atenção dos associados para a importância de compartilhar as boas práticas adotadas pelas mineradoras, a fim de promover uma grande rede de coope-ração entre profissionais da área. “Nosso objetivo principal é alimentar um banco de dados com estas práticas e estimular a discussão sobre os acidentes ocorridos, por meio da troca de experiências”, afirmou.

A participação de todos é fundamental para o sucesso desta ação. Os interessados em compartilhar suas experiências nas reuniões devem enviar a descrição do caso/acidente, as medidas adotadas pela empresa visando a não recorrência do fato e as boas práticas aprendidas com o caso. Importante lembrar que só poderão participar das reuniões as pessoas devidamente autorizadas pelas em-presas, e os casos apresentados estarão na área restrita do nosso site, sem haver citação do nome da mineradora.

Participe. Suas atitudes podem contribuir, e muito, para o desenvolvimento sustentá-vel da mineração e para garantir a saúde de nossos trabalhadores.

INTERESSADOS PODEM OBTER MAIS INFORMAçõES PELO EMAIL: [email protected]

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Apesar do momento de incertezas sobre o futuro da economia mundial, as expecta-tivas de crescimento do setor minerário se mantêm, com a previsão de investimento de US$ 75 bilhões até 2016 no País, como mostram dados divulgados pelo IBRAM. Com isso, as perspectivas profissionais rela-cionadas ao segmento são cada vez maio-res e atraem a atenção de profissionais e de estudantes de todas as áreas da Engenharia.

Para celebrar este momento, cerca de 400 congressistas, entre estudantes, técnicos e gestores, se reuniram no CBMINA – Con-gresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e de Mina Subterrânea, realizado de 10 a 12 de julho, na Escola de Engenharia da UFMG. O evento, promovido pelo IBRAM em parce-ria com a UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, contou com o apoio do SIN-DIEXTRA – Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais e da FIEMG – Fe-deração das Indústrias de Minas Gerais.

De acordo com o Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, os temas abordados no evento foram muito impor-tantes para que os participantes pudessem debater francamente e com responsabilida-de assuntos caros ao desenvolvimento da atividade, como inovação nos processos e medidas eficazes de segurança do trabalho, temas dominantes nas discussões progra-madas durante o encontro.

Alunos de graduação e pós-graduação ti-veram também a oportunidade de interagir diretamente com profissionais das empresas do setor, gerando, assim, contatos e chances de ingressar em um mercado de trabalho que tem se mostrado cada vez mais aberto a novas contratações. “Estes estudantes, que são o futuro da mineração brasileira, pude-ram receber os conhecimentos dos profissio-nais seniores de suas experiências, conhe-cendo mais a área na qual passarão a atuar ou já atuam”, afirmou Fernando Coura.

Sétima edição do CBMINA valoriza práticas sustentáveis na mineração

Empresas têm buscado políticas voltadas para a sustentabilidade e segurança dos trabalhadores

Como tradicionalmente acontece, o CBMINA também propiciou a apresenta-ção de trabalhos técnicos de estudantes, profissionais e de empresas relacionadas às atividades desenvolvidas na indústria da mineração, além da premiação dos três melhores trabalhos nas Categorias “Estu-dantes de Cursos Técnicos e Graduação” e “Profissional”.

Mesa de abertura do 7º CBMINA. No púlpito, discursa o novo Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa

Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura

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Abertura

Iniciado na data em que se comemora o Dia do Engenheiro de Minas, o even-to, único do gênero no País, mais uma vez demonstrou sua importância para o setor. A solenidade de abertura contou com a presença do Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, e do Diretor de Assuntos Ambientais da entidade, Ri-naldo Mancin. Na oportunidade, foi tam-bém realizada uma homenagem à Esco-la de Engenharia da UFMG, uma das mais tradicionais do Brasil, que completou 101 anos de fundação.

Para o Presidente do IBRAM, a reali-zação de um evento como este em Belo Horizonte reforçou o caráter setorial da ci-dade, chamada por ele de “a capital nacional da Engenharia de Mi-nas”. Coura também lembrou que a forma-ção do profissional da mineração deve trazer uma maior preocupa-ção com a questão ambiental. “Atuar neste segmento é ser responsável, gerar emprego e renda e ter maior preocupação com a ques-tão ambiental”, afirmou.

Para manter os bons resultados em re-lação à conservação ambiental, Fernando Coura ressaltou o compromisso do IBRAM em promover a mineração sustentável, com ações de responsabilidade social e ambien-tal aliadas ao desenvolvimento econômico.

O Diretor da Escola de Engenharia da UFMG, Benjamim Rodrigues de Menezes, reforçou a opinião do Presidente e afir-mou que a mineração ocupa um lugar de destaque no desenvolvimento nacional. “É preciso promover o crescimento com sus-tentabilidade e responsabilidade. Notamos um grande esforço do setor em promover a melhoria das áreas exploradas, aumentan-do ainda mais o Índice de Desenvolvimen-to Humano destas regiões”.

Para o Presidente da AMIG – Associa-ção dos Municípios Mineradores de Minas

Gerais e Prefeito de Santa Bárbara, Antô-nio Eduardo Martins, a importância de um evento como o CBMINA se justifica pela cla-ra demonstração de que o segmento vem se organizando para criar formas cada vez mais sustentáveis de exercer a atividade. “Pre-cisamos superar o preconceito que se cria em torno da mineração. Como já estamos fazendo, devemos abrir nossas discussões para a sociedade, a fim de mostrar que a ati-vidade traz benefícios e é responsável por

criar condições para o desenvolvimento so-cial”, afirmou.

O Gerente de Proje-tos da Agência Brasilei-ra de Desenvolvimento Industrial, Miguel Nery, destacou que a realiza-ção do Congresso com-prova a capacidade de o estado mineiro rece-ber grandes eventos e reforçar a relevância da mineração para o desenvolvimento do Estado. “Minas Gerais é responsável por 50% da produção mineral brasileira, o que de-

monstra claramente a vocação para esta ativi-dade, geradora de renda e empregos”.

Também participaram da solenidade o Secretário Adjunto de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa, representando o Secretário Claudio Scliar; e Sérgio Dâmaso de Sousa, Diretor-Geral

“AtUAR NEStE SEGmENto é SER RESpoNSávEl,

GERAR EmpREGo E RENDA E tER mAioR

pREocUpAÇão com A qUEStão AmbiENtAl.”

José Fernando coura Diretor-Presidente

do IBRAM

do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral.

A abertura do CBMINA contou ain-da com a presença do Deputado Estadual Adelmo Leão; do Subsecretário de Política Mineral e Energética de Minas Gerais, Pau-lo Sérgio Machado Ribeiro, representando a Secretária de Desenvolvimento Econô-mico do Estado, Dorothea Werneck; do Presidente da ASSEMG – Associação dos Engenheiros de Minas Gerais, Tarciso Gote-lipe; e do Chefe do Departamento de Enge-nharia de Minas da Escola de Engenharia da UFMG, George Eduardo Valadão.

Mais de 400 pessoas marcaram presença no evento

Diretor de Assuntos Ambientais do Instituto, Rinaldo Mancin

Diretor da Escola de Engenharia da UFMG, Benjamim Rodrigues de Menezes

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Apresentar um balanço das prin-cipais ações desenvolvidas pe-los participantes das edições do Congresso de Mina a Céu Aberto e de Mina Subterrânea. Este foi o objetivo do painel “Contribuições e avanços proporcionados por workshops anteriores no CBMI-NA”, realizado durante o primeiro dia do 7º CBMINA.

As discussões foram abertas pelo Diretor da Pimenta de Ávila Con-sultoria, Joaquim Pimenta de Ávi-la, com a apresentação “Panora-ma sobre a gestão de barragens de rejeitos no Brasil e a nova lei de segurança de barragens”.

Segundo Ávila, a cada ano, dois rompi-mentos relevantes de barragem acontecem no mundo e uma das principais razões é a deficiência de treinamento das equipes de operação. Além disso, o especialista levantou as questões relativas à existência de barragens abandonas inclusive no Bra-sil. “As instalações que encontram-se nessa situação no país são pequenas e com baixo potencial de dano”.

O especialista também falou sobre as possibilidades de recuperação ambiental de barragens abandonadas, inclusive com utilização voltada para atividades de lazer. Segundo ele, a evolução das tecnologias tem feito com que projetos descartados no passado, devido ao menor teor de minério, ganhem viabilidade agora.

“Algumas podem ser revitalizadas e ou-tras, com a ajuda de novas tecnologias, po-dem voltar à atividade”. Uma barragem de ouro na África do Sul lavrada três vezes foi usada como exemplo pelo especialista.

As questões envolvendo o fechamento de mina, também foram abordadas. O Pro-

Congresso tem programação diversificadafessor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Luis Enrique Sánchez, apresentou a metodologia e os objetivos do “Guia de boas práticas para o fechamento de mina: desafios e oportunidades para a moderna”, que está sendo elaborado pela universidade. Segundo Sánchez, é neces-sário mudar a mentalidade dos gestores de mineradoras que começam a pensar no processo de fechamento das minas apenas quando a exaustão da produção se aproxi-ma. “É de extrema importância que o proje-to de fechamento da mina seja desenvolvi-do em paralelo ao projeto de implantação. Além disso, trabalhar com medidas correti-vas encarece o projeto”, afirma.

A publicação foi recebida pelos congres-sistas como uma importante ferramenta para nortear o planejamento de minas no futuro. O documento, que ainda está sendo for-matado com o apoio do IBRAM, se baseia em cases de sucesso e tem como objetivo alinhar os procedimentos adotados para o fechamento de mina com a realidade bra-sileira. O texto definitivo tem previsão de lançamento para o final deste ano.

Público prestigia 7º CBMINA

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Programa mINErAÇão No 7º CBmINa

Uma das maiores preocupações do setor de mineração atualmente é a prevenção de acidentes e procedimentos de segurança e saúde no trabalho. Além dos eventuais óbi-tos de trabalhadores, que são o fator mais grave, os aciedentes também refletem em prejuízos operacionais que chegam a R$ 71 bilhões/ano, o equivalente a 9% da folha sa-larial do setor formal. Por isso, o Programa MINERAÇÃO – Programa Especial de Segu-rança e Saúde Ocupacional na Mineração, desenvolvido e coordenado pelo IBRAM, apresentou um balanço de suas atividades durante o primeiro dia do 7º CBMINA.

De acordo com a Coordenadora do MI-NERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli, todo aci-dente acarreta em perdas, seja de vidas, re-cursos mecânicos ou de horas paradas. “Por isso, as soluções de prevenção devem ser prioridade nas gestões das organizações”, explica. Desde 1991, o INSS – Instituto Na-cional de Seguridade Social vem movendo ações contra as empresas com o intuito de reaver os recursos gastos durante o afasta-mento de trabalhadores em decorrência de acidente de trabalho. Nos casos em que as empresas não conseguem provar que não tiveram responsabilidade no evento, elas estão sendo obrigadas a ressarcir os cofres públicos. Já são cerca de 1.250 ações do tipo, com expectativa de envolvam valores na casa dos R$ 200 milhões.

Atualmente, a atividade mineral registra o índice de 29,01 acidentes fatais para cada grupo de 100 mil trabalhadores. A intenção do Programa e das ações junto às empresas do setor é baixar esse índice. “O MINERAÇÃO é mais que um simples programa. É um é gran-de espaço de discussões, um fórum de boas práticas e conhecimento”, ressaltou Cláudia.

A iniciativa, pioneira no País, surgiu com o objetivo de reduzir os índices de acidentes e mortalidade no setor. O MINERAÇÃO co-meçou os seus trabalhos em 2007, primei-ramente com 10 empresas, e foi ganhando corpo e visibilidade com o passar dos anos. Hoje, são 23 empresas associadas, e o Pro-grama tem como meta ampliar ainda mais a participação das pequenas e médias em-presas. Dentre os resultados apresentados durante o encontro, merecem destaque a

realização de cursos, seminários e treina-mentos, além do estabelecimento de impor-tantes parcerias visando o aperfeiçoamento das condições de trabalho dos trabalhadores da mineração. A participação contínua dos integrantes do projeto em eventos de discus-sões nacionais e internacionais também vem garantindo a atualização dos temas relacio-nados à Saúde e Segurança Ocupacional priorizados pelo programa.

A iniciativa prevê o estímulo à prevenção no âmbito do trabalho por meio da implan-tação de uma série de ações voltadas para atenuar os principais riscos de SSO – Segu-rança e Saúde Ocupacional detectados no

segmento mineral, como a criação de um sistema de gerenciamento de riscos, trei-namentos específicos, intercâmbio de boas práticas, banco de dados com informações estatísticas sobre acidentes específicos para o setor, entre outras atividades.

Para aderir ao Programa MINERAÇÃO é preciso ter vontade de executar as melhores práticas relacionadas à garantia da Saúde e Segurança dos trabalhadores e demonstrar em sua empresa compromisso com a melho-ria contínua das questões de SSO em suas operações, por meio da implementação de diretrizes e adoção dos princípios estabele-cidos pelo MINERAÇÃO.

IMPORTANTE: NÃO é NECESSáRIO SE ASSOCIAR AO IBRAM PARA SE TORNAR UM PARTICIPANTE DO PROGRAMA.

Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Luis Enrique Sánchez

Diretor da Pimenta de Ávila Consultoria, Joaquim Pimenta de Ávila

Coordenadora do Programa MINERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli

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Inovação e eficiência na gestão foram os assuntos também debatidos no CBMINA – Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e de Mina Subterrânea, durante o workshop “Benchmarks em operação de minas”. O debate contou com a participação do Ge-rente da Mina El Teniente, Jorge Gomez, do Conselheiro Titular do Conselho Diretor do IBRAM e Diretor Operacional de Ferrosos da Vale, Marconi Tarbes Vianna, do Gerente de Operações da AngloGold Ashanti, Cami-lo Lelis Farace, e do Sócio da McKinsey & Company, Nelson Russo Ferreira.

A palestra do Diretor Operacional de Ferrosos da Vale, Marconi Vianna, foi umas das mais esperadas. Vianna apresentou aos participantes detalhes do projeto que re-presentará o maior volume de investimento privado no Brasil do setor nesta década e promete dar um novo impulso ao desenvol-

vimento econômico e social nos estados do Pará e do Maranhão. De acordo com o Dire-tor da Vale, o empreendimento, batizado de S11D, deve entrar em operação no segundo semestre de 2016 e vai produzir 90 milhões de toneladas por ano de minério de ferro com teor médio de 66,48% e baixa concen-tração de impurezas.

O S11D terá a aplicação do conceito de mineração sem caminhões. Estes veículos “fo-ra-de-estrada” serão substituídos por uma es-trutura composta por escavadeiras e britado-res móveis que irão extrair o minério de ferro e alimentar correias transportadoras que farão a condução até a usina de beneficiamento.

Segundo o Executivo da Vale, o proces-so de implantação é novo e foi estruturado com base em soluções tecnológicas desen-volvidas pela empresa e voltadas para a pre-

servação do meio ambiente com a utilização mais eficiente dos recursos naturais. “Redu-ziremos pela metade da quantidade de gás carbono (CO2) emitida por uma mina con-vencional”, explica.

Durante as obras de implantação, a pre-visão é que o número de operários chegue a 91 mil e na fase de operação mais de quatro mil funcionários devem estar envolvidos. De acordo com Vianna, 93% serão contratados junto ao SINE – Sistema Nacional de Empre-go de Canaã dos Carajás. “O conceito do S11D é diferente do que tínhamos no passa-do em Carajás. Hoje a região possui 200 mil habitantes”, afirma.

O projeto S11D vai aumentar o volume das exportações de minério de ferro refle-tindo em um acréscimo de US$ 7 bilhões na balança comercial brasileira. Na região,

Investimentos em segurança e gestão dos recursos são diferenciais nas grandes empresas de mineração

CBMINA aborda a questão de investimentos na mineração

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o PIB – Produto Interno Bruto dos estados do Pará e Maranhão registrará crescimento de 25% e 29%, respectivamente.

Após a apresentação de Viana, o Sócio da McKinsey & Company, Nelson Russo Ferreira, demonstrou como a adoção de benchmark, conceito de comparação das melhores práticas utilizadas pelo mercado, pode aumentar a produtividade nas plantas minerárias. De acordo com o especialista, a prática possibilita a identificação de onde estão as oportunidades para desenvolver processos que resultem em maior eficiência dos recursos utilizados, como mão de obra, máquinas, equipamentos e dos custos do projeto. Com a metodologia, o negócio e as operações das minas ficam mais transparen-tes, possibilitando estabelecer diretrizes de gestão. “Na média, identificamos um poten-cial de aumento entre 6% a 13% na produti-vidade”, afirma Ferreira.

Segurança

O workshop contou também com a apresentação “Segurança em Mineração Subterrânea”, realizada pelo Gerente Geral de Operações da AngloGold Ashanti Brasil Mineração, Camilo de Lelis Farace. O con-teúdo da palestra destacou um dos mais im-portantes cases de sucesso na área de Saúde e Segurança Ocupacional no País. Em 2011, a Mineração Serra Grande, propriedade da AngloGold Ashanti, conquistou o zero índi-ce de acidentes com perda de tempo e re-dução significativa dos demais indicadores, atingindo um dos menores números nacio-nais e internacionais de acidentes, se com-parados com outras empresas do mesmo ramo de atuação.

Localizada em Crixás, Goiás, a Minera-ção Serra Grande possui 1.200 funcionários diretos e outros 400 terceirizados. A mine-radora entrou em atividade em 1989, e sua operação é composta por três minas sub-terrâneas (Mina III, Mina Nova e Mina Pal-meiras) e uma mina a céu aberto, com um circuito de processamento equipado com moagem, lixiviação, precipitação, filtragem e instalações de fundição. A empresa produz anualmente cerca de 134 mil onças (ou 4,2 toneladas de ouro).

“A atividade em minas subterrâneas re-quer cuidados especiais e uma gestão de

riscos bem delimitada. Hoje o caminho para a exploração de minas subterrâneas é a adoção de métodos que reduzam a ex-posição do ser humano aos riscos, e mo-nitoramento e mapeamento geológico são os principais meios para evitar acidentes em subsolo”, ressaltou Farace. De acordo com o Gerente de Operações, há uma ten-dência muito forte para o crescimento da mineração no subsolo. Ele acredita que, nos próximos anos, o número de minas subterrâneas deve aumentar, impulsionan-do também o desenvolvimento de novas tecnologias para esse tipo de extração.

Pensando na segurança dos emprega-dos, a Mineração Serra Grande iniciou, em 2009, um intenso trabalho de cons-cientização dos funcionários. O Programa de Gerenciamento de Riscos, composto por regras de trabalho determinadas, foi enriquecido por um esforço de aperfeiço-amento da cultura interna, no qual ganhou destaque a valorização do senso de respon-sabilidade profissional e de medidas segu-ras no ambiente profissional.

A empresa investiu na contratação de uma detalhada pesquisa de clima e cultura de se-gurança. Esta iniciativa resultou na aplicação dos sete módulos do Programa Comporta-mento, cujo objetivo foi introduzir conceitos de segurança comportamental em todos os estágios das operações, além de proporcionar aos empregados uma visão sobre os riscos do trabalho em Serra Grande. Foram adquiridos também novos equipamentos, treinamentos e intercâmbio dos funcionários por diferentes áreas dentro da empresa, dentro de um pro-grama chamado On The Job.

Com as medidas implementadas, a Mi-neração Serra Grande já acumulou 22 meses sem registrar acidentes com perda de tempo e esse trabalho vem sendo reconhecido pelos agentes do setor. Nos últimos dez anos a empresa recebeu, pelo menos, um prêmio por ano. Segundo Farace, a postura e os re-sultados da AngloGold projetam a empresa como referência no mercado. “Para captar mão de obra é necessário o compromisso com a segurança. Os investidores também estão atentos às empresas com essa perspec-tiva na gestão”, observou Farace.

Da esquerda para a direita, Conselheiro Titular do Conselho Diretor do IBRAM e Diretor Operacional de Ferrosos da Vale, Marconi Tarbes Vianna e Gerente de Operações da AngloGold Ashanti, Camilo Lelis Farace

Sócio da McKinsey & Company, Nelson Russo Ferreira

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A crise econômica mundial começa a refletir sobre as commodities, e a venda de minério teve sua primeira queda em 10 anos. Para se ter uma ideia, a receita com a venda ao exterior acumula retração de 19% entre janeiro e maio deste ano, ante igual período de 2011. No entanto, mes-mo com a crise mundial, o momento vivido pelo Brasil é otimista, e a demanda interna por metais tende a crescer ainda mais nos próximos anos.

“As exportações brasileiras não registra-vam perda de receita desde 2002. A crise e as chuvas foram alguns dos fatores que atrapalharam este desempenho. A expecta-tiva é que haja uma retomada no segun-do semestre, com o aumento da produção de aço na China, que será responsável por elevar o preço do insumo”, afirmou o Ge-rente de Projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Miguel Nery, que proferiu a palestra “Perspectivas eco-

nômicas mundiais e seus efeitos sobre o mercado de bens minerais”, realizada no primeiro dia do Congresso.

Esta situação é reflexo da entrada do País na rota do desenvolvimento sustentável, condição que irá transformá-lo, definitiva-mente, em uma nação industrializada. “Nes-te contexto, apoiar a mineração significa ga-rantir competitividade para toda a indústria brasileira”, afirmou.

Para dar mais dinamicidade à economia e competitividade à indústria, o Governo Fe-deral lançou neste ano, o Plano Brasil Maior, uma política industrial, tecnológica e de co-mércio exterior. A medida tem como obje-tivo sustentar o crescimento econômico e promover a saída do Brasil da crise interna-cional em melhor posição do que entrou, o que resultaria numa mudança estrutural da inserção do País na economia mundial. Para tanto, o Plano tem como foco a inovação e

Investimento em mineração é aposta para recuperação econômica do País

o adensamento produtivo do parque indus-trial brasileiro, objetivando ganhos sustenta-dos da produtividade do trabalho.

Segundo o FMI – Fundo Monetário In-ternacional, os países da América Latina es-tão sofrendo menos com o impacto da crise europeia, onde a turbulência tem provoca-do quedas de mais de 3% no PIB – Produ-to Interno Bruto. Com isso, o Brasil ainda mantém um bom nível de empregabilidade, segundo analistas. “Isso coloca o País como um dos possíveis primeiros a retomar seu processo de crescimento a partir do segundo semestre de 2012”, garantiu Nery.

Soluções práticas para aplicações nos processos de mineração foram apresentadas durante as comissões técnicas realizadas na sétima edição do CBMINA – Congresso Brasi-leiro de Mina a Céu Aberto e de Mina Subter-rânea. Uma das alternativas para redução de custos e mitigação dos impactos ambientais foi abordada na apresentação “Lavras em Ti-ras – Uma alternativa econômica e ambien-tal na mineração de gipsita no Polo Gesseiro de Araripe”, trabalho de conclusão de curso da engenheira Pura Alfonso, apresentado na Universidad Politécnica de Cataluña.

Comissões técnicas movimentaram a agenda do 7º CBMINA

Entre os trabalhos apresentados está a adoção de técnica de lavra em tiras, o que poderia resultar em uma economia

de custo de 20%, além de benefícios ambientais

No estudo foi analisada substituição de lavra com cavas por lavra em tiras na região semiárida do Nordeste brasileiro. Segundo a pesquisa, a utilização da lavra com cavas é viável do ponto de vista operacional, além de apresentar vantagens financeiras com a eliminação do transporte de estéril para o local onde são depositados os rejeitos da mineração, chamado na palestra de “bota--fora”, O que representaria uma economia de 20%. Também seriam reduzidos os custos para a recuperação do ambiente, pois dis-pensariam a barragem de rejeitos.

Outra apresentação que atraiu a aten-ção dos congressistas foi a de “Mineração Corretiva Pós-Fechamento: Passivo Am-biental x Ativo Econômico”. Nas discussões, o Engenheiro Florestal Markus Webber, da Brandt Meio Ambiente, ressaltou a impor-tância de fazer um levantamento das áreas mineradas em desuso no Brasil e estabele-cer políticas para a sua recuperação. Nos casos em que houver possibilidade de nova atividade de lavra com potencial econômi-co, os direitos deveriam ser direcionados a empresas interessadas.

Nas comissões, os participantes tiveram a oportunidade de interagir diretamente com especialistas, ampliando seus conhe-cimentos e agregando novas ferramentas e conceitos aos estudos e a prática. As ses-sões técnicas foram realizadas ao longo dos três dias do Congresso, tratando de temas variados, entre eles mecânica de ro-cha, pesquisa mineral, economia mineral e meio ambiente.

Gerente de Projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Miguel Nery

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IBRAM NO 7º CBMINA

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De 10 a 12 de julho, profissionais da mineração, do setor público e da Academia trocaram experiências e debateram manei-ras de garantir o desenvolvimento e os avan-ços tecnológicos da mineração brasileira. O evento visa incentivar a pesquisa no País

A sétima edição do CBMINA – Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e Mina Sub-terrânea, que reuniu cerca de 400 participan-tes, em Belo Horizonte, foi encerrada com a premiação dos melhores trabalhos apresen-tados durante os três dias de encontro. Ao todo, 58 trabalhos técnicos foram exibidos. Com o patrocínio das empresas parceiras, fo-ram agraciados estudantes e profissionais nas categorias Estudante de Cursos Técnicos e de Graduação e na categoria Profissional.

De acordo com o Diretor de Assuntos Ambientais do Instituto, Rinaldo Mancin, os estudos de caso escolhidos demonstram a crescente preocupação dos estudantes e profissionais em promover o desenvolvimen-to sustentável do setor. “O IBRAM promove a premiação com o objetivo de incentivar os autores de trabalhos técnicos e reconhecer o empenho destes pesquisadores”, afirma.

Para o Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, esta premiação busca reconhecer o empenho e dedicação de to-dos. “É muito importante, em um Congres-so como o CBMINA, promover a migração do conhecimento dos profissionais seniores

para os estudantes, que são o futuro da mi-neração brasileira. Por isso, temos muito or-gulho deste projeto”, afirmou.

O vencedor da Categoria Estudante de Curso Técnico e de Graduação, premiado com um notebook, foi o trabalho “Análise de viabilidade de projetos limite: Lavra a Céu Aberto x Lavra Subterrânea”, de autoria de Carla De Carli, Rodrigo de Lemos Pero-ni, Érico Felini (UFRGS). Para Carla de Carli, a oportunidade em apresentação trabalhos de profissionais e acadêmicos promove a interação necessária entre as propostas me-todológicas e a aplicação destas em estudos de caso com resultados onde todos têm a ganhar e crescer. “A indústria vê suas práticas serem desafiadas, as universidades têm seus trabalhos divulgados e o público, de uma forma geral, toma proveito desse momento para repensar e discutir os desafios e oportu-nidades do setor mineral”, reforça.

Em 2º lugar, na mesma categoria, o tra-balho escolhido foi “Considerações relevan-tes na aplicação da geoestatística linear para avaliação de depósitos minerais, baseado em um estudo de caso”, de autoria de Má-rio de Freitas da Silva, Michel Melo Oliveira e Adriano Heckert Gripp (UFMG). O prêmio foi um iPhone 4S.

Premiado com o um iPad, o 3º lugar na Categoria de Estudante, foi o trabalho “Análi-se de iniciação com espoleta eletrônica para

produção de agregados no RS, da Fundação Luiz Englert” da autoria de Vitor L. Rosenhaim (Copelmi Mineração); Enrique Monaretti, Bruno T. Kuckartz, Cristiano S. Mendonça (Ni-tro R.C.); Marcelo Kops (IBQ Inds. Químicas).

Na premiação da categoria Profissional o trabalho vencedor foi “Aplicação de rea-tores anaeróbicos para o tratamento passivo de drenagem ácida de Mina de Jacobina”, elaborado por Luiz Lourenço Fregadolli, Leonardo Muritiba (Yamana Gold), Flávia Veronese de Faria Tavares, Flávio de Morais Vasconcelos (AECOM do Brasil) e Thomas Wildman (Colorado School of Mines).

O estudo é fruto do trabalho desenvolvi-do pela Yamana em parceria com a AECOM Brasil e a Colorado School of Mines. A pes-quisa na Jacobina Mineração e Comércio (JMC) foi realizada com base nas melhores práticas internacionais relacionadas ao tra-tamento de passivo. “Dessa forma, nossa expectativa é dar continuidade ao trabalho com a implantação de um sistema em escala industrial na JMC e que o conteúdo possa ser referência, auxiliando os profissionais do setor que buscam a excelência em suas atividades. Para isso, a oportunidade ofe-recida pela CBMINA foi fundamental, ao proporcionar visibilidade a temas de tanta relevância para a mineração”, afirma Luiz Fregadolli, Gerente Regional de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Comunidades da Yamana e um dos autores do estudo.

A premiação na categoria Profissional dá direito à participação em um dos vários eventos promovidos pela GECAMIN – Tech-nical Events for Mining, incluindo despesas com inscrição, passagem aérea, hospeda-gem e auxílio alimentação.

Premiação dos melhores trabalhos encerra o 7º CBMINA

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7º CBMINA premiou melhores trabalhos apresentados

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A mineração é uma das maiores incen-tivadoras do desenvolvimento social. Pelos dados da FJP – Fundação João Pinheiro, entre as dez cidades que apresentam o me-lhor IDH – Índice de Desenvolvimento Hu-mano em Minas Gerais, oito estão ligadas às atividades de mineração. A explicação é o investimento e o giro econômico que as mineradoras promovem no comércio e na rede de serviços das localidades. Diante des-te cenário, especialistas debateram sobre o tema “Mineração e Sociedade” no talk show que encerrou a sétima edição do CBMINA – Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e de Mina Subterrânea.

As discussões entre o Pesquisador do CETEM – Centro de Tecnologia Mineral, Ro-berto C. Villas Bôas, a Diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade da Vale, Vânia Somavilla, e o Diretor da Integratio Media-ção Social e Sustentabilidade, Rolf Georg Fuchs, foram intermediadas pelo jornalista e apresentador Carlos Viana. No panorama

Benefícios da mineração aos municípios são discutidos no encerramento do CBMINA

descrito pelos participantes, é consenso que a relação entre comunidades e empresas evoluiu nos últimos e que um projeto de im-plantação de mina só é viável se a popula-ção do entorno aceitar o empreendimento.

De acordo com Villas Bôas, o conceito de Licença Social foi difundido pelo Banco Mundial, anos atrás, para tornar mais trans-parente as operações das empresas e propor que as comunidades sejam ouvidas pelos gestores. Para o especialista, as pessoas não são contra a atividade minerária, mas, sim, resistentes à maneira como ela pode estar sendo conduzida. Para contornar esta situ-ação, a saída seria integrar todos os agentes ao projeto e mostrar que a atividade pode trazer benefícios para os residentes.

A importância e o poder que as comu-nidades têm nos processos de implantação foi exemplificada por Fuchs. Ele citou um levantamento, divulgado recentemente, o qual aponta que cerca de US$ 12 bilhões

em investimentos estavam paralisados em países vizinhos, como Peru e Argentina, de-vido a pressões da população.

Nas cidades onde há a exploração de ja-zidas, cresce a atração de novas indústrias, principalmente de fornecedores ligados à mineração. Além disso, o número de esta-belecimentos comerciais e prestadores de serviço também aumenta. Isso faz com que, além dos royalties, a arrecadação do muni-cípio seja inflada em decorrência do ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e do ISS – Imposto Sobre Serviços.

Além dos benefícios econômicos, a Dire-tora da Vale, Vânia Somavilla, ressaltou que as empresas assumem uma grande respon-sabilidade ambiental junto aos órgãos de fiscalização e que aquela visão de degrada-ção com o fim das operações minerárias nas regiões é ultrapassada. “Enquanto a licença ambiental dá legalidade, a licença social da legitimidade”, ressaltou.

Talk show movimenta último dia do 7º CBMINA

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ARTIgO

Num mundo cada vez mais globalizado e competitivo, um tema que vem chamando a atenção das empresas de modo geral é a sustentabilidade. Mais do que uma sugestão, o assunto exige ações dos diversos setores num tempo cada vez mais curto. Afinal, é preciso que a produção industrial continue, mas também é necessário ter estratégias que garantam que os recursos sejam renováveis e continuem à disposição dos produtores em longo prazo. É algo ligado diretamente à própria vida do planeta.

Em meio a este panorama, a questão energética tem papel de destaque. Isso porque tal recurso é primordial para qual-quer negócio e a falta de energia produziria grandes impactos e perdas. O desafio, nes-te caso, é fazer com que a empresa conti-nue seu trabalho e até o amplie, mas tenha meios de reduzir a energia emprdegada em todo o processo, sem perder a quantidade e qualidade da produção.

Um dos setores cujo desafio é maior quan-do o assunto é utilização de energia de forma sustentável, é a mineração. As empresas do ramo estão entre as que mais necessitam de energia elétrica para continuar suas atividades e têm grande dificuldade para executar planos de redução energética que sejam efetivos.

O maior desafio é fazer projetos que se-jam viáveis e aplicáveis ecologicamente, que tenham grandes reflexos e gerem impactos não somente na empresa, mas também na comunidade.

Diante desse panorama, já é possível ver que a preocupação dos executivos da minera-ção é alta, mas em muitos casos, não encon-

Redução energética na mineração: um desafio global que pode ser superado

tram estratégias eficazes que revertam a situ-ação. Muitas vezes eles optam por respostas técnicas, que estão longe de serem as mais eficientes e de melhores resultados.

Afinal, estudos comprovam que para se ter uma mudança real em qualquer setor que envolva o ser humano, é primordial a mudança de comportamento. Para que essa transformação ocorra, um caminho essen-cial é mudança na forma de gerir a empresa e envolver os funcionários no processo.

Por meio de oitos passos simples, além da economia e do ganho financeiro, é possí-vel que a empresa tenha um melhor envol-vimento comunitário e, consequentemente, menos problemas, uma vez que seu nível de aceitação dentro da comunidade aumenta. Os pontos elencados e que podem trazer soluções duradouras, são:

1. liDERANÇA à FRENtE – Se não houver o compromisso da empresa e sua liderança, qualquer iniciativa vai falhar. Os líderes precisam entender de forma clara a neces-sidade de mudança e o seu papel nesse processo, pois é algo sério e que precisam fazer para engajar toda a empresa.

2. DEDicAR REcURSoS – Não adianta implan-tar um novo sistema sem algumas pessoas dedicadas ao processo, que olhem para cada parte do consumo energético da em-presa e que cuidem disso exclusivamente.

3. coNStANtE comUNicAÇão – Não bas-ta liderar bem e ter pessoas dedicadas às mudanças, se todos envolvidos nessa transformação, nas variadas escalas hie-rárquicas, não entenderem a importân-cia de sua atuação individual e coletiva. Os resultados são necessários e falar do que está sendo feito é essencial para o engajamento constante de todos.

4. ENGAJAmENto com A comUNiDADE lo-cAl – A empresa precisa estar atenta à co-munidade que a rodeia e manter um bom

relacionamento com a mesma. É importan-te fazer bom uso dos recursos e um esforço para melhorar a comunicação com a po-pulação. Além disso, os próprios funcioná-rios, que normalmente moram na região, devem ser lembrados como fontes de infor-mação e referência para a comunidade.

5. mUDANÇA DE AtitUDE E compoRtA-mENto – As mudanças podem ser desde as coisas mais simples, tais como apagar a luz ao sair de um ambiente, desligar a máquina no momento certo. É preciso que os funcionários estejam capacitados para saber se determinado maquinário economizará mais sendo desligado entre um uso e outro, ou se permanecer ligado é a alternativa mais econômica. Nesse aspecto, o treinamento é essencial para se atingir os objetivos.

6. FlExibiliDADE – As mudanças às vezes ocorrem na própria empresa, assim como podem acontecer fora dela e, sempre ge-ram impacto. Por esse motivo, as compa-nhias precisam atuar de forma a se adapta-rem sempre aos novos panoramas.

7. comEmoRAR o SUcESSo – É importante que a empresa avalie os resultados e ce-lebre todos os pontos positivos. Isso deve incluir o que foi feito e até mesmo o que será desenvolvido. Isso motiva as pesso-as a continuar seus esforços. Às vezes a mudança atinge um setor determinado e outro não. Nesse caso, o reconhecimen-to das ações pode ajudar a atingir uma satisfação mais plena e manter o engaja-mento das pessoas.

8. EScolhER AS pESSoAS cERtAS – Toda em-presa precisa ser cuidadosa na seleção das pessoas que atuarão nela. Esse ponto inclui também saber colocar a pessoa certa, na função certa. É preciso analisar bem e ter condições de apontar a posição que cada um vai exercer. É algo que pode trazer exce-lentes resultados quando bem empregado.

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engenheiro mecânico e analista global para recursos Naturais da alexander Proudfoot

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Ferro, bauxita, cobre, caulim. É grande a variedade de minérios nos solos da Amazô-nia, região onde se localiza o segundo maior produtor mineral do País: o estado do Pará. É na capital, Belém, com quase 400 anos de história,que o IBRAM realiza, a cada dois anos, a EXPOSIBRAM Amazônia. Com o intuito de promover a aproximação entre o público de um estado minerador por natu-reza e as empresas do setor, o evento permi-te mostrar o lado sustentável da mineração, que gera empregos e renda, e investe em meio ambiente, cultura, tecnologia, capaci-tação e pesquisa científica.

Em 2012, a EXPOSIBRAM Amazônia chega à sua terceira edição, que será rea-lizada entre os dias 05 e 08 de novembro. Dos 4.000 metros quadrados disponibiliza-dos para a exposição no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, mais de 2.800 já foram vendidos e outros 445 estão reservados. Pelo menos 64 empresas já ga-rantiram sua presença no evento.

“A EXPOSIBRAM Amazônia nos oferece a oportunidade de trocar experiências com empresas do setor e estreitar relações com fornecedores e outras instituições. Além dis-so, permite que o público fale diretamente aos profissionais da empresa, e até nos aju-da a conhecer novos talentos para estagiar e trabalhar conosco principalmente em Ju-ruti”, diz Ana Celeste Franco, Gerente de Relações Governamentais da Alcoa, empre-sa global que atua na cadeia do alumínio, e possui um empreendimento mineral em Juruti, no Oeste paraense.

Desde a primeira edição, realizada em 2008, a Companhia é uma das patrocinado-ras da feira, e seu estande é sempre bastante

visitado, trazendo diferentes informações a cada ano. “Na primeira edição, era o início do projeto em Juruti, e nos preocupamos em informar o público sobre o como seria o empreendimento. Este ano, vamos expandir a visão e mostrar a presença da Companhia na América Latina, sempre destacando Juru-ti, mas mostrando que ela está dentro de um projeto maior”, explica Ana.

Estreia

Se a Alcoa é veterana na feira, para a Ma-xiagua, uma empresa voltada para projetos de perfuração, desenvolvimento e reabilitação de poços artesianos, tratamentos de água e incrustações em tubulações, a EXPOSIBRAM Amazônia 2012 tem sabor de novidade: este ano será a primeira participação da empresa na feira. “Nossos clientes englobam empre-sas de perfuração, engenharia e as próprias mineradoras, para quem fornecemos produ-tos e serviços. Eles, inclusive, sempre cobram nossa participação no evento”, diz José Paulo Netto, Diretor-Executivo da Maxiagua.

No estande, devem ser apresentados os re-sultados obtidos no desenvolvimento de poços na mineração, onde foi possível se duplicar a eficiência hidráulica dos poços alterando--se a metodologia e os produtos utilizados. A Maxiagua apresentará também resultados da reabilitação de poços no Aquífero Guarani, com 1.460 e 1.650 metros de profundida-de, um trabalho que envolveu tecnologia de ponta. “Nossa intenção, ao participar da EX-POSIBRAM, é aumentar a visibilidade de nos-sos serviços e dos resultados que alcançamos, principalmente por estarmos em um país con-tinental, com uma distribuição de minas e mi-neradoras por todo o país”, declara José Paulo.

Estandes

Desde o dia 1º de junho, está aberta a venda e a reserva de estandes a empresas interessadas em participar da EXPOSIBRAM Amazônia. Até então, a prioridade na com-pra dos espaços era de empresas associa-das ao IBRAM, patrocinadores do evento e expositores que participaram das edições anteriores da feira.

As cotas de patrocínio também continu-am sendo comercializadas. Para mais infor-mações, entre em contato com a Temple Eventos, responsável pela comercialização e secretaria executiva da EXPOSIBRAM Amazônia, pelos telefones (91) 3229-6468 e (91) 3269-5503, ou pelo e-mail [email protected].

Congresso

Também já estão abertas as inscrições para o 3º Congresso de Mineração da Amazônia, que acontece em paralelo à feira. Estudantes, profissionais e pesquisa-dores do setor podem optar por participar de todo o evento ou apenas um dia. Os valores variam de acordo com a categoria do congressista (associados, não associa-dos, membros de universidades, profissio-nais seniores e estudantes) e com o perío-do no qual a inscrição é feita: quem optar por garantir sua vaga até 31 de agosto, por exemplo, pagará menos.

EXPOSIBRAM Amazônia é oportunidade de estreitar

relações com o público

PARA OBTER A FICHA DE INSCRIÇÃO E OUTRAS INFORMAÇõES, BASTA ACESSAR O SITE DA EXPOSIBRAM AMAzôNIA (www.EXPOSIBRAM.ORG.BR).

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