INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS SOBRE O TEMA “INSUFICIÊNCIA ...€¦ · flÁvio berriel abreu...
Transcript of INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS SOBRE O TEMA “INSUFICIÊNCIA ...€¦ · flÁvio berriel abreu...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – UCAM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PESQUISA OPERACIONAL E
INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL
CURSO DE MESTRADO EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA
COMPUTACIONAL
FLÁVIO BERRIEL ABREU
INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS SOBRE O TEMA “INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA” NA BASE
SCOPUS
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ
Outubro de 2019
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – UCAM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PESQUISA OPERACIONAL E
INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL
CURSO DE MESTRADO EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA
COMPUTACIONAL
Flávio Berriel Abreu
INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS SOBRE O TEMA “INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA” NA BASE
SCOPUS
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional da Universidade CANDIDO Mendes – Campos/RJ, para obtenção do grau de MESTRE EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL
Orientador: Prof. Eduardo Shimoda, D.Sc.
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ Outubro de 2019
Catalogação na Fonte
Preparada pela Biblioteca da UCAM – CAMPOS
Bibliotecária Responsável: Flávia Mastrogirolamo CRB 7ª-6723
Abreu, Flávio Berriel.
Indicadores bibliométricos sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” na base scopus. / Flávio Berriel Abreu. – 2019.
49 f.
Orientador: Eduardo Shimoda.
Dissertação de Mestrado em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional – Universidade Candido Mendes – Campos. Campos dos Goytacazes, RJ, 2019. Referências: f. 46-49. 1. Insuficiência cardíaca. 2. Bibliometria. I. Universidade Candido Mendes – Campos. II. Título.
CDU –
616.12-008.46
019/2020
FLÁVIO BERRIEL ABREU
INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS SOBRE O TEMA “INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA” NA BASE
SCOPUS
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade CANDIDO Mendes – Campos/RJ, para obtenção do grau de MESTRE EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL
Aprovado em 05 de outubro de 2019.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Eduardo Shimoda, D.Sc. - Orientador
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – CAMPOS
Prof. Aldo Shimoya, D.Sc.
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – CAMPOS
___________________________________________________________________
Profa. Claudia Boechat Seufitelli, D.Sc.
INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 2019
AGRADECIMENTOS
A Deus, por estar sempre comigo, iluminando meus passos e meu caminho. À
minha família, por me apoiar nessa nova missão, e ser a razão e sentido de tudo.
Aos amigos do mestrado pela companhia nessa estrada, por seu apoio e
cumplicidade. Ao meu Mestre e orientador que mais do que me incentivar, me
ajudou a aprender a superar obstáculos, me ensinou a importância de esperar,
obrigado por acreditar e confiar em mim. Aos professores e funcionários desta
instituição, muito obrigado, pelo zelo com os alunos e para com o curso.
“Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros!
(1Pedro 4:10NTLH)
RESUMO
A insuficiência cardíaca é uma doença cardiovascular considerada como
problema global de saúde pública, acometendo, aproximadamente, milhões de
pacientes no mundo. O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento
bibliométrico a respeito dos artigos sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração
de ejeção reduzida” na base Scopus. Para tal, foi realizada uma pesquisa na base
de dados Scopus, utilizando-se a expressão-chave: "heart and failure and with and
reduced and ejection and fraction" e “a”. A busca foi realizada no dia 02 de agosto
de 2018, utilizando a opção de busca rápida, que resulta em publicações que
tenham a palavra digitada no título, no resumo ou nas palavras-chaves. A seguir,
foram identificados os dez primeiros contribuintes de autores; instituições; países;
áreas de interesse e veículos de comunicação. Também foram obtidas as taxas de
crescimento anual das publicações, considerando-se o intervalo de tempo de 2008 a
2017. Como resultado, percebeu-se que os Estados Unidos constituem o país que
mais tem publicações sobre o tema, enquanto o Brasil ocupa a 15a posição no
ranking dos países que mais publicam. Apesar do Brasil não ter uma posição de
destaque em termos de número de publicações, a taxa de crescimento anual do
Brasil é mais acelerada do que a verificada nos demais países. Observou-se que as
instituições que mais publicam no mundo são: VA Medical Center; Brigham and
Women’s Hospital; Duke University School of Medicine e, no Brasil, a Universidade
de São Paulo; Instituto do Coração e Universidade Federal Fluminense. Também foi
observado que mais de 90% das publicações estão relacionadas a área da
Medicina. Os principais veículos que publicam sobre o tema estão diretamente
relacionados à área da cardiologia, tanto no Brasil como no Mundo. Também foram
identificados os principais autores. Este trabalho poderia contribuir para o
mapeamento dos principais centros de pesquisa sobre o tema.
Palavras-chave: Bibliometria. Análise bibliométrica. Insuficiência cardíaca com fração
de ejeção reduzida.
ABSTRACT
BIBLIOMETRIC INDICATORS ON “HEART FAILURE WITH REDUCED EJECTION
FRACTION” THEME IN THE SCOPUS BASE
Heart failure is a cardiovascular disease considered as a global public health
problem, affecting approximately millions of patients worldwide. The objective of this
paper is to make a bibliometric survey about the articles on the theme "Heart failure
with reduced ejection fraction" in the Scopus database. To this end, a search of the
Scopus database was performed using the key phrase: "heart and failure and with
reduced and ejection and fraction" and "a". The search was performed on August 2,
2018, using the quick search option, which results in publications that have the word
typed in the title, abstract, or keywords. Next, the first ten contributors of the authors
were identified; institutions; countries; areas of interest and communication vehicles.
Annual growth rates of publications were also obtained, considering the time interval
from 2008 to 2017. As a result, it was noticed that the United States is the country
that has the most publications on the subject, while Brazil ranks 15th. ranking
position of the countries that publish the most. Although Brazil is not prominent in
terms of number of publications, Brazil's annual growth rate is faster than in other
countries. It was observed that the most published institutions in the world are: VA
Medical Center; Brigham and Women's Hospital; Duke University School of Medicine
and, in Brazil, the Universidade de São Paulo; Heart Institute and Universidade
Federal Fluminense. It was also observed that over 90% of publications are related
to the area of medicine. The main vehicles that publish on the subject are directly
related to the area of cardiology, both in Brazil and in the world. The main authors
were also identified. This work could contribute to the mapping of the main research
centers on the subject.
Keywords: Bibliometry. Bibliometric analysis. Heart failure with reduced ejection
fraction.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Progressão da doença em pacientes com IC............................................. 16
Figura 2- A mortalidade após hospitalização por insuficiência cardíaca aguda excede
a da maioria dos tipos de câncer. .............................................................................. 17
Figura 3- Número de hospitalizações por IC no Brasil em 2015. .............................. 18
Figura 4- Taxa de hospitalização por IC no Brasil em 2015. ..................................... 18
Figura 5- AIH na IC, custo e valor médio (Valor médio internações/ano/paciente- R$)
.................................................................................................................................. 19
Figura 6- I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca. Distribuição das etiologias
de insuficiência cardíaca no registro BREATHE. ...................................................... 21
Figura 7- Fluxograma de diagnóstico para pacientes com suspeita de insuficiência
cardíaca..................................................................................................................... 25
Figura 8- Sistemas envolvidos na fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca com
Fração de ejeção Reduzida (ICFeR). ........................................................................ 28
Figura 9- Algoritmo de tratamento da insuficiência cardíaca (IC) com fração de
ejeção (FE) reduzida. ................................................................................................ 30
Figura 10– Equações de regressão logarítmicas das produções sobre: (A) todos os
temas no Mundo; (B) todos os temas no Brasil; (C) o tema “insuficiência cardíaca
com fração de ejeção reduzida” no Mundo; (D) o tema “insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida” no Brasil. ........................................................................ 37
Figura 11– Taxas de crescimento anual sobre o tema “insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida” e todos os temas, tanto em todos os veículos, em
periódicos e em eventos, no Brasil e no Mundo. ....................................................... 38
Figura 12– Percentual de publicações por país sobre o todos os temas e sobre o
tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” ................................... 39
Figura 13– Instituições que mais publicam sobre o tema “insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida”, no mundo e no Brasil. ................................................... 41
Figura 14– Percentual de publicações sobre o tema “insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida” por área, no mundo e no Brasil. ..................................... 42
Figura 15- Principais veículos que publicam sobre o tema “insuficiência cardíaca
com fração de ejeção reduzida”, no mundo e no Brasil............................................. 43
Figura 16– Ranking de autores que mais publicam sobre o tema “insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida”, no mundo e no Brasil. ............................. 44
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Etiologia da IC. ......................................................................................... 22
Quadro 2- Sinais e sintomas da IC. ........................................................................... 23
Quadro 3- Critérios de Framingham para diagnóstico da IC. .................................... 24
Quadro 4- Classificação da IC de acordo com os estágios ACCF/AHA e classes
NYHA. ....................................................................................................................... 27
Quadro 5- Tratamento da insuficiência cardíaca (IC). O que não podemos deixar de
fazer? ........................................................................................................................ 32
LISTA DE ABREVIATURAS
AVCs Acidentes vasculares cerebrais
ACC/AHA American college cardiology /american heart association
ARM Antagonistas dos receptores mineralocorticoides
BRA Bloqueador do receptor de angiotensina
BRA Bloqueadores dos receptores da angiotensina
BRE Bloqueio do ramo esquerdo
CDI Cardiodesfibrilador implantável
CPMH Cardiomiopatia hipertrófica
DAC Doença arterial coronariana
ECG Eletrocardiograma
FA Fibrilação atrial
FE Fração de ejeção
FEVE Fração de ejeção ventricular esquerda
FC Frequência cardíaca
IM Infarto do miocário
IAM Infarto agud do miocárdio
IECA Inibidor da enzima conversora de angiotensina
IECA. Inibidores da enzima conversora da angiotensia
INRA Inibidores da neprilisina e dos receptores da angiotensina
- Insuficiência cardíaca - ic
ICFeP Insuficiência cardíaca com fracão de ejeção preservada
ICFeR Insuficiência cardíaca com fracão de ejeção reduzida
ICFeR Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida
MIBG Metaiodobenzilguanidina
NYHA New york heart association
BNP Peptídeo natriurético tipo-b
PN Peptídeos natriuréticos
PET Positronemissiontomography
RMC Ressonância nuclear magnética
SNS Sistema nervoso simpático
SRAA Sistema renina-angiotensina-aldosterona
TRC Terapia de ressincronização cardíaca
TCE Tronco de coronária esquerda
VE Ventrículo esquerdo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................ 12
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 13
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................... 13
1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................... 14
1.3 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO .......................................................... 14
2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 15
2.1 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA ...... 15
2.2.1 Definição............................................................................................... 15
2.2.2 Epidemiologia .......................................................................................... 15
2.2.3 Classificação ........................................................................................ 19
2.2.4 Fatores de risco e etiologia ................................................................ 20
2.2.5 Sinais/sintomas ................................................................................... 22
2.2.6 Diagnóstico .......................................................................................... 24
2.2.7 Estágios/classificações da doença .................................................... 27
2.2.8 Fisiopatologia ...................................................................................... 28
2.2.9 Tratamento da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção
Reduzida. ........................................................................................................... 29
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 36
4.1 ANÁLISE TEMPORAL .................................................................................... 36
4.2.1 Publicações por ano ............................................................................ 36
4.2.2 Taxas de crescimento anual ............................................................... 38
4.3 PUBLICAÇÕES POR PAÍS .......................................................................... 39
4.4 PUBLICAÇÕES POR INSTITUIÇÃO ........................................................... 41
4.5 PUBLICAÇÕES POR ÁREA DE CONHECIMENTO .................................... 42
4.6 PUBLICAÇÕES POR VEÍCULO .................................................................. 43
4.7 PUBLICAÇÕES POR AUTOR...................................................................... 44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 45
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais
pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra
causa. Estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças
cardiovasculares em 2015, representando 31% de todas as mortes em nível global.
Desses óbitos, estima-se que 7,4 milhões ocorrem devido às doenças
cardiovasculares e 6,7 milhões devido a acidentes vasculares cerebrais (AVCs).Mais
de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em países de
baixa e média renda.Das 17 milhões de mortes prematuras (pessoas com menos de
70 anos) por doenças crônicas não transmissíveis, 82% acontecem em países de
baixa e média renda e 37% são causadas por doenças cardiovasculares . (ROHDE
et al.,2018).
A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida por meio da
abordagem de fatores comportamentais de risco – como o uso de tabaco, dietas não
saudáveis e obesidade, falta de atividade física e uso nocivo do álcool –, utilizando
estratégias para a população em geral.
Para as pessoas com doenças cardiovasculares ou com alto risco
cardiovascular (devido à presença de um ou mais fatores de risco como hipertensão,
diabetes, hiperlipidemia ou doença já estabelecida) é fundamental o diagnóstico e
13
tratamento precoce, por meio de serviços de aconselhamento ou manejo adequado
de medicamentos.
Dentre as doenças cardiovasculares a insuficiência cardíaca é um importante
problema global de saúde pública, acometendo, aproximadamente, mais de 23
milhões de pacientes no mundo. A sobrevida após cinco anos de diagnóstico é
estimada em 35%, sendo maior conforme a faixa etária. Apresentando prognóstico
ruim,a insuficiência cardíaca é uma das síndromes clínicas que mais dispensam
recursos nos Estados Unidos e na Europa, onde é responsável por cerca de 1% a
2% do orçamento geral da saúde. No Brasil, a insuficiência cardiaca é a principal
causa e mortalidade e morbidade segundo dados do DATASUS. Dados do Brazilian
Registry of Acute Heart Failure (registro BREATHE) mostram elevada taxa de
mortalidade hospitalar e como principal causa de re-hospitalização a má adesão
terapêutica básica (ALBUQUERQUE et al., 2015).
Por ser considerado um problema de saúde pública global, com alta taxa de
morbimortalidade, considera-se relevante serem avaliadas as tendências de
publicações sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida”,
sendo o uso da bibliometria uma ferramenta de avaliação estatística segura e eficaz,
sendo usado todos trabalhos científicos publicados em todos veículos na base de
pesquisa SCOPUS sobre o tema abordado.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral deste trabalho é apresentar indicadores bibliométricos a
respeito do tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” na base
Scopus.
14
1.2.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos deste trabalho foram:
- Realizar a pesquisa dos trabalhos científicos publicados em todos veículos na base
Scopus sobre o tema, e em específico em periódicos e eventos, no mundo e no
Brasil;
- Realizar a pesquisa de todos os trabalhos científicos publicados em todos veículos
na base Scopus, e em específico em periódicos e eventos, no mundo e no Brasil;
- Definir polos de estudo e pesquisa do tema, no mundo e no Brasil;
1.3 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho está estruturado em cinco capítulos. No presente capítulo é
apresentada a introdução e motivação, o objetivo geral e os específicos da pesquisa.
No Capítulo 2 é apresentada a revisão de literatura do tema pesquisado
insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.
No Capítulo 3 apresenta a metodologia aplicada para o desenvolvimento do
trabalho.
No Capítulo 4 são apresentados os resultados obtidos a partir de aplicações
de técnicas matemáticas e estatísticas aplicadas, com base na metodologia
apresentada no capítulo anterior.
E por fim, no capítulo 5, são apresentadas as considerações finais, com as
conclusões.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA
2.2.1 Definição
A Sociedade Europeia de Cardiologia define a insuficiência cardíaca como
uma anormalidade da estrutura ou da função cardíaca levando a insuficiência do
coração para fornecer oxigênio a uma taxa compatível com os requisitos dos tecidos
(McMURRAY et al., 2012). De acordo com o American College of Cardiology
Foundation/American Heart Association a insuficiência cardíaca e definida como
uma síndrome clínica complexa que resulta a partir de qualquer comprometimento
estrutural ou funcional de enchimento ventricular ou de ejeção de sangue (YANCY et
al., 2013).
2.2.2 Epidemiologia
A insuficiência cardíaca é um problema global de saúde pública que afeta um
número estimado de 21 milhões de pacientes em todo Estados Unidos e na União
Europeia (MOSTERD; HOES, 2007; MOZAFFARIAN et al., 2015). Nos Estados
16
Unidos, a prevalência da insuficiência cardíaca é de 2,2%, o que equivale a 5,7
milhões (sexo masculino:2,7milhões; sexo feminino:3,0 milhões). Um aumento
acentuado na prevalência de insuficiência cardíaca é observado em pacientes com
idade maior ou igual a 60 anos (MOZAFFARIAN et al., 2015). A prevalência da
insuficiência cardíaca está projetada para aumentar em 46% entre 2012 e 2030,
resultando em mais de 8 milhões de adultos com insuficiência cardíaca. Cerca de 15
milhões de pessoas na União Europeia têm insuficiência cardíaca, e a prevalência
continua a aumentar (BRAUNSCHWEIG; COWIE; AURICCHIO, 2011). Só nos
Estados Unidos, mais de 650.000 novos casos de insuficiência cardíaca são
diagnosticados anualmente (YANCY et al., 2013).A insuficiência cardíaca é uma
doença progressiva e está associada à alta mortalidade e morbidade (Figura 1).
Função e
qualidade de
vida ( QoL )
Declínio da fase crônica
Progressão da doença
Mortalidade
Episódios agudos Episódios agudos
Figura 1- Progressão da doença em pacientes com IC.
Fonte: Adaptado de Yancy. et al. (2013)
Cada episódio de descompensação pode resultar em lesão miocárdica
adicional e em disfunção ventricular esquerda progressiva (GHEORGHIADE;
TEERLINK; MEBAZAA, 2005). Aproximadamente, 40% dos pacientes com
insuficiência cardíaca internados no hospital morrerão ou serão internados
novamente dentro e um ano, e quase 50% dos pacientes com insuficiência cardíaca
morrem dentro de quatro anos após o diagnóstico (DICKSTEIN et al.,2008). A taxa
de sobrevida geral de cinco anos é tão ruim ou pior quanto a de um câncer
avançado (Figura 2) (ASKOXYLAKIS et al.,2010).
17
Todos os pacientes com uma primeira admissão a qualquer hopsital escocês em 1991 por IC, IM ou os quatro tipos mais comuns de câncer específicos para homens e mulheres foram identificados, e as taxas de sobrevida em 5 anos foram comparadas. IM: Infarto do Miocário
Figura 2- A mortalidade após hospitalização por insuficiência cardíaca aguda excede a da maioria dos
tipos de câncer.
Fonte: Stewart et al. (2001)
No Brasil, dados do DATASUS mostram que a prevalência da doença é
elevada, com um número de hospitalizações alto (Figuras 3 e 4) levando a custos
crescentes a cada ano (Figura 5).
18
91.365
51.320
48.601
16.370
11.212
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000
Sudeste
Nordeste
Sul
Centro-Oeste
Norte
Número de hospitalizações IC - 2015
Figura 3- Número de hospitalizações por IC no Brasil em 2015.
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Disponível
em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/.
177,46
116,45
113,59
96,68
70,67
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Sul
Centro-Oeste
Sudeste
Nordeste
Norte
Taxa de Hospitalização IC / 100.000 habitantes
Figura 4- Taxa de hospitalização por IC no Brasil em 2015.
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Disponível
em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/.
19
Figura 5- AIH na IC, custo e valor médio (Valor médio internações/ano/paciente- R$)
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/.
Dados do Brasil do registro BREATHE (Brazilian Registry of Acute Heart
Failure) (ALBUQUERQUE et al., 2015) mostraram como principal causa de re-
hospitalizações a má aderência à terapêutica básica para IC, além de elevada taxa
de mortalidade intra-hospitalar, posicionando o Brasil como uma das mais elevadas
taxas no mundo ocidental. A doença reumática e a doença de chagas (BOCCHI et
al, 2013) continuam presentes, gerando quadros graves. Estudo transversal em
programa de Atenção Primária corroborou a alta prevalência de pacientes com risco
para IC e também com disfunção ventricular assintomática, confirmando a
necessidade de intervenção precoce e adequada no serviço básico de saúde (SHEN
et al., 2017).
2.2.3 Classificação
A insuficiência cardíaca é descrita com base na medição da Fração de Ejeção
Ventricular Esquerda (FEVE). Essa FEVE é a percentagem de sangue a ser
bombeado para fora do ventrículo esquerdo em cada contração. Com base na
20
FEVE, de acordo com Bocchi et al. (2009), a insuficiência cardíaca pode ser
classificada como:
• Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFeR);
• Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFeP).
A American College of Cardiology Foundation/American Heart Association
define insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFeR) FEVE menor ou
igual a 40% (YANCY et al., 2013). As diretrizes da Europen Society Cardiology
apresentam um corte da fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) <=35% para
pacientes com insuficiência cardíaca com facão de ejeção reduzida (ICFeR)
(McMURRAY et al.,2012). A classificação baseada na FEVE é útil porque os
pacientes com ICFeR e com ICFeP diferem em comorbidades, prognósticos e em
resposta às terapias. (BOCCHI et al.,2009).
2.2.4 Fatores de risco e etiologia
A insuficiência cardíaca pode resultar de uma ampla variedade de lesões
cardiovasculares. A causa mais comum é a doença arterial coronariana,
representado cerca de dois terços dos casos. Outras causas incluem doença valvar
cardíaca, cardiomiopatias, hipertensão e diabetes (Figura 6) (FLYNN et al., 2009).
21
Figura 6- I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca. Distribuição das etiologias de insuficiência
cardíaca no registro BREATHE.
Fonte: Adaptado de Albuquerque (2015)
Sexo masculino, tabagista, padrão de bloqueio de ramo esquerdo no
eletrocardiograma, hipertrofia ventricular esquerda, doença coronariana prévia são
os principais fatores de risco associados à ICFeR (Quadro 1) (BOCCHI et al.,2009).
22
Etiologia Situação clínica
Doença isquêmica Especialmente na presença de fatores de risco, angina ou disfunção segmentar
Hipertensão
arterial
Frequentemente associada a hipertrofia ventricular e à fração de ejeção
preservada
Doença de Chagas Especialmente na presença de dados epidemiológicos sugestivos e BRD/BDAS
Cadiomiopatia Hipertrófica, dilatada, restritiva e displasia arritmogênica do ventrículo direito
Drogas Bloqueadores de canal de cálcio, agentes citotóxicos
Toxinas Álcool, cocaína, microelementos (mercúrio, cobalto e arsênio)
Doenças
endócrinas
Diabetes, hipo/hipertieroidismo, Cushing, insuficiência adrenal, feocromocitoma,
hipersecreção hormônio de crescimento
Nutricional Dificiência de selênio, tiamina, camitina, obesidade, caquexia
Infiltrativa Sarcoidose, amiloidose, hemocromatose
Doença extra-
cardíaca Fístula artério-venosa, beribéri, doença de Paget, anemia
Outras Periparto, miocardiopatia do HIV, doença renal crônica
Quadro 1- Etiologia da IC.
Fonte: BOCCHI et al. (2009)
2.2.5 Sinais/sintomas
Os sintomas são uma indicação subjetiva da doença, isto é, como o paciente
se sente. Os sinais são evidências objetivas da doença que estão visíveis ao
observador (BOCCHI et al.,2009). O Quadro 2 lista os sinais e sintomas típicos da
insuficiência cardíaca.
23
Situação Achado
Sintomas Dispneia, ortopneia, dispneia paraxística noturna, palpitações, síncope, dor
torácica
Fatores de risco História familiar, diabetes, hipertensão arterial, etilismo, tabagismo,
dislipidemia
Antecedentes Infarto do miocárido, operação/intervenções cardíacas
Estado geral Peso, enchimento capilar
Pulso Frequência, ritmo, amplitude
Pressão arterial Sistólica e diastólica
Sinais de
hipervolemia Pressão jugular, edema, crepitações, ascite, hepatomegalia
Pulmões Frequência respiratoria, crepitações, derrame pleural
Coração Íctus, presença de terceira/quarta bulha, sopro sugestivo de disfunção valvar
Quadro 2- Sinais e sintomas da IC.
Fonte: Bocchi et al. (2009)
A grande variedade de etiologias e formas de apresentação clínica da
insuficiência cardíaca faz com que haja graus variados de dificuldade na suposição
diagnóstica. Há pacientes com quadros típicos, mas em outros, especialmente os
idosos, os jovens, os obesos, os pneumopatas e aqueles com muitas comorbidades,
as queixas de dispneia e/ou edema podem gerar dúvidas.Seguramente a anamnese
e o exame clínico ganham relevância na atenção primária pela praticidade e
disponibilidade . Entretanto os sinais e sintomas têm baixa sensibilidade e
especificidade para o diagnóstico (ROHDE et al., 2018). O diagnóstico de
insuficiência cardíaca requer a presença simultânea de, pelo menos, dois critérios
maiores ou um critério maios em conjunto com dois critérios menores (BOCCHI et
al.,2009) (Quadro 3).
24
Critérios de diagnóstico de Framingham: 2
sinais maiores Critérios de diagnóstico de Framingham: 1 sinal maior
e 2 sinais menores
Critérios maiores Critérios menores
a) Dispneia paroxística notura a) Edema de tornozelo bilateral
b) Turgência jugular b) Tosse noturna
c) Crepitações pulmonares c) Dispneia a esforços ordinários
d) Cardiomegalia (à radiografia de tórax) d) Hepatomegalia
e) Edema agudo do pulmão e) Derrame pleural
f) Terceira bulha (galope) f) Diminuição da capacidade funcional em um terço da
máxima registrada previamente
g) Aumento da pressão venosa central (> 16cm H2 O no átrio direito)
g) Taquicardia (FC > 120 bpm) h) Refluxo hepatojugular
i) Perda de peso > 4,5 kg em 5 dias em resposta ao tratamento
Quadro 3- Critérios de Framingham para diagnóstico da IC.
Fonte: Adaptado de: MONTERA et al. (2009)
2.2.6 Diagnóstico
Não existe diagnóstico específico para insuficiência cardíaca. O diagnostico
clinico baseia-se em anamnese e exame físico minucioso, podendo-se levantar a
hipótese diagnostica de insuficiência cardíaca, mas também presumir se há
predomínio de insuficiência ventricular esquerda ou direita; padrão de cardiopatia
dilatada ou hipertrófica; sinais de baixo ou alto debito cardíaco; e a sugestão de
algumas etiologias, como alcoólica, a isquêmica e a chagásica (McMURRAY et al.,
2012).
Os critérios diagnósticos para insuficiência cardíaca necessitam de uma
avaliação do paciente no momento da apresentação e da historia do paciente por
meio de eletrocardiograma, radiografia de tórax, dosagem sanguínea de peptídeo
natriurético tipo-B (BNP) e/ou NT-proBNP e ecocardiograma (McMURRAY et
al.,2012; YANCY et al., 2013) (Figura 7).
25
Figura 7- Fluxograma de diagnóstico para pacientes com suspeita de insuficiência cardíaca
Fonte: Bocchi et al. (2009)
O eletrocardiograma está alterado em mais de 90% dos pacientes com
insuficiência cardíaca. Embora as alterações sejam inespecíficas, elas podem ajudar
na identificação da etiologia da insuficiência cardíaca (PONIKOWSKI et al.,2016).
A radiografia de tórax é mais útil para afastar doenças pulmonares como
causa da dispneia, porém pode evidenciar sinais de congestão venosa pulmonar
e/ou hipertensão pulmonar (McMURRAY et al.,2012; YANCY et al., 2013).
O ecocardiograma é um meio diagnóstico de baixo custo, ampla
disponibilidade e versatilidade, sendo o exame de escolha nos pacientes com
suspeita de insuficiência cardíaca. O ecocardiograma fornece informações sobre os
volumes das câmaras cardíacas, a função sistólica e diastólica ventricular, a
espessura das paredes do coração, o funcionamento das válvulas, a presença ou
ausência de cardiopatias congênitas. É o método mais amplamente aceito para a
identificação de disfunção sistólica e deve ser realizado após avaliação inicial para
confirmar a presença de insuficiência cardíaca (McMURRAY et al.,2012; YANCY et
al., 2013).
Os peptídeos natriuréticos têm alto valor preditivo negativo, porém baixo valor
preditivo positivo. Com isso são ótimos para afastar o diagnóstico de insuficiência
cardíaca, mas limitados em sua confirmação. Os níveis de BNP/NT-proBNP são
elevados quando a função do coração é inadequada ou quando ocorre uma
26
sobrecarga em qualquer das câmaras cardíacas. Para apresentação aguda o “cutoff”
é de 300pg/mL para NT-proBNT e de 100pg/dL para o BNP. Para os pacientes
crônicos o “cutoff” é de 125pg/dL para NT-proBNP e de 35pg/dL para o BNP.
(McMURRAY et al., 2012; YANCY et al., 2013).
A medicina nuclear com técnicas de SPECT (Single
photonemissiontomography) pode contribuir na insuficiência cardíaca
fundamentalmente de duas maneiras distintas: avaliação da perfusão miocárdica e
da função ventricular. Na avaliação da função ventricular usamos comumente o
SPECT sincronizado com o eletrocardiograma (ECG) (gated-SPECT) e a
ventriculografia radioisotópica. Cintilografia miocárdica de perfusão é mais utilizada
no diagnóstico de doença arterial coronariana (DAC),avaliando a presença e
quantificando a extensão da isquemia ou sua ausência e viabilidade miocárdica
(Tálio-201). A tomografia por emissão de pósitrons-PET
(Positronemissiontomography) é indicada na avaliação da viabilidade miocárdica,
sendo considerada como técnica de referência, mas pouco disponível. O 123I-MIBG
(metaiodobenzilguanidina) é um traçador utilizada para avaliar o envolvimento do
sistema adrenérgico no coração, mostrando-se útil no rastreamento de pacientes
com insuficiência cardíaca com alto risco para arritmias graves e/ou morte súbita
(BEANLANDS et al., 2007; BELLER; HEEDE, 2011).
A ressonância nuclear magnética (RMC) é validada para quantificar os
volumes, a massa e a função do ventrículo esquerdo e direito, apresenta alta
acurácia e reprodutibilidade, sendo extremamente úteis no acompanhamento dos
pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Apresenta, também, excelente
acurácia para avaliação de viabilidade miocárdica, bem como, nos casos de
miocardiopatia dilatada, definir a etiologia isquêmica ou não.
A ressonância nuclear magnética orienta o diagnóstico etiológico da
insuficiência cardíaca em diversas situações, entre elas, a cardiomiopatia
hipertrófica (CPMH), cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, mocardite,
miocardiopatia infiltrativas (sarcoidose,amiloidose) (SARA et al., 2014).
A tomografia computadorizada, na avaliação dos pacientes portadores de
insuficiência cardíaca, tem seu papel principal pelo uso da angiotomografia
coronariana, que apresenta alto valor preditivo negativo, quando à suspeição da
presença de doença arterial coronariana como causadora de disfunção ventricular
esquerda (SARA et al., 2014).
27
2.2.7 Estágios/classificações da doença
Utiliza-se, habitualmente, para avaliar a gravidade da insuficiência cardíaca a
classificação funcional da New York Heart Association (NYHA), que é baseada nos
sintomas dos pacientes e na capacidade de realizar atividades físicas e a
classificação do American College Cardiology /American Heart Association
(ACC/AHA) que é feita em estágios com base no desenvolvimento e progressão da
doença (Quadro 4) (YANCY et al., 2013).
Estágios da IC de acordo com ACC/AHA
A Alto risco/ sem cardiopatia estrutural
B Com cardiopatia estrutural/ sem sintomas
C Com cardiopatia estrutural/ com sintomas
D Falência do tratamento farmacológico
Classificação funional de acordo com NYHA
I Sem limitação aos esforços habituais
II Limitação discreta aos esforços habituais
III Confortável ao repouso, limitação moderada aos esforços habituais
IV Sintomático aos mínimos esforços ou mesmo em repouso
Quadro 4- Classificação da IC de acordo com os estágios ACCF/AHA e classes NYHA.
Fonte: Bocchi (2009)
28
2.2.8 Fisiopatologia
A insuficiência cardíaca inicia-se por uma agressão inicial ao coração, que
estimula mecanismos compensatórios frente à disfunção cardíaca. Ocorre a ativação
de duas vias neuro-hormonais, do sistema nervoso simpático (SNS) e do sistema
renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), além de uma terceira via neuro-hormonal,
o sistema de peptídeos natriuréticos (PN), que na fase inicial, neutraliza os efeitos
da ativação do SNS e do SRAA (Figura 8).
Figura 8- Sistemas envolvidos na fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca com Fração de ejeção
Reduzida (ICFeR).
Fontes: Levin et al. (1998); Nathisuwan et al. (2002); Schrier, et al. (1999); Kemp et al. (2012)
A hiperativação do SNS resulta na liberação de catecolaminas, que leva ao
aumento da frequência cardíaca, ao aumento da contratilidade cardíaca e à
vasoconstricção periférica bem como a ativação do SRAA, que aumenta a
vasoconstricção e promove a liberação de aldosterona, levando ao remodelamento
cardíaco e à fibrose miocárdica.
Quando o sistema PN é superado pelos SNS e SRRA, ocorre a retenção
hidrossalina e fenômenos congestivos, estando instalada a fase sintomática (estágio
C da ACC/AHA).
29
Anormalidades valvares podem ocorrer, agravando ainda mais a
hemodinâmica da síndrome de insuficiência cardíaca.
A síndrome de insuficiência cardíaca resulta de alterações hemodinâmicas (
pré-carga, pós- carga e contratilidade miocárdica), modelo hemodinâmico, e do
desequilíbrio neuro-hormonal, modelo neuro-hormonal, que levam ao
desenvolvimento dos sintomas e à progressão da doença.
2.2.9 Tratamento da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida.
O tratamento tem como objetivo à redução dos sintomas, à melhora da
qualidade de vida, à prevenção da progressão e à melhora dos índices de sobrevida.
O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível, pois os estudos
demonstram a alta morbi/mortalidade mesmo nos pacientes em classe funcional II.
Devemos identificar e corrigir os fatores causais e desencadeantes da síndrome de
insuficiência cardíaca (ROHDE et al.,2018).
Os pacientes devem buscar praticar atividades físicas, sendo apenas contra
indicado nos casos de insuficiência cardíaca aguda, o que mostra extremamente
benéfico ao paciente, principalmente quando inseridos em programas de reabilitação
cardíaca. Porém atividades prolongadas, exaustivas ou de competição deveram ser
evitadas. A interrupção do hábito de fumar e do uso de bebida alcoólica rotineira
deverá estar na meta terapêutica. Uma dieta objetivando uma alimentação
balanceada rica em fibras, pobre em sódio e sem excesso de líquidos, e em alguns
casos, a perda de peso, deverá ser orientada por profissional habilitado. Por isso
consideramos o tratamento da insuficiência cardíaca como de responsabilidade de
uma equipe multidisciplinar (ROHDE et al.,2018).
O tratamento farmacológico da insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida visa a redução da mortalidade, da morbidade e da melhora da qualidade de
vida (sintomas) (Figura 9) ( ROHDE et al.,2018).
30
Figura 9- Algoritmo de tratamento da insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção (FE) reduzida.
IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; BRA: bloqueador do receptor de angiotensina;
NYHA: New York Heart Associataion; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; VE: ventrículo
esquerdo; FC: frequência cardíaca; FA: fibrilação atrial; BRE: bloqueio do ramo esquerdo; TRC:
terapia de ressincronização cardíaca; CDI: cardiodesfibrilador implantável.
Fonte: ROHDE et al., 2018; Sociedade Brasileira de Cardiologia
Os fármacos que apresentam essa característica são:
• Inibidores da enzima conversora da angiotensia (IECA).
• Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA).
31
• Inibidores da neprilisina e dos receptores da angiotensina (INRA).
• Betabloqueadores adrenérgicos.
• Antagonistas dos receptores mineralocorticoides (ARM).
• Hidralazina com nitrato.
• Ivabradina.
Os fármacos que reduzem a morbidade e melhoram os sintomas são:
• Digital
• Diuréticos de alça e tiazídicos.
O Quadro 5 demonstra o que devemos fazer e as classes de recomendação
no tratamento farmacológico da insuficiência cardíaca.
32
Recomendações Classe
Programas de cuidado multidisciplinar I
IECA na disfunção de VE sintomática (FEVE < 40%) de qualquer etiologia I
BRAs na disfunção de VE sintomática (FEVE < 40%) de qualquer etiologia, se intolerância ou alergia à IECA I
BB (bisoprolol, carvedilol e succinato de metoprolol) na disfunção de VE sintomática (FEVE < 40%) de qualquer
etiologia
I
Antagonistas dos receptores mineralocorticoides na disfunção de VE sintomática (FEVE < 40%) de qualquer etiologia I
Hidralazina e nitrato para autodeclarados afrodescendentes na disfunção de VE sintomática (FEVE < 40%) em
classes funcionais avançadas (III-IV da NYHA)
I
Outros tratamentos que reduzem mortalidade total
Sacubitril/valsartana em lugar de IECA (ou BRA) para disfunção de VE sintomática já em uso terapêutica otimizada I
Hidralazina e nitrato na disfunção de VE (FEVE < 40%), para pacientes com contraindicação para uso de IECA ou
BRA, de qualquer raça
I
TRC para disfunção de VE grave (FEVE ≤ 35%) sintomática, em ritmo sinusal, com morfologia de bloqueio completo
de ramo esquerdo e duração de QRS ≥ 150 milissegundos, apesar de terapêutica otimizada
I
Cardiodesfibrilador implantável para prevenção secundária de morte súbita I
Cardiodesfibrilador implantável para prevenção primária de morte súbita na IC de etiologia isquêmica (FEVE ≤ 35%,
classe funcional II-III da NYHA, > 40 dias pós-IAM)
I
Revascularização miocárdica percutânea ou cirúrgica para disfunção de VE grave, quadro de angina de peito
limitante (classe III-IV) ou lesão de TCE (> 50%), com anatomia coronariana favorável para o procedimento escolhido
I
Revascularização miocárdica cirúrgica na IC com disfunção de VE grave (FEVE ≤ 35%) e lesões coronarianas
múltiplas passíveis de revascularização cirúrgica (sem angina limitante e sem lesão de TCE)
I
Tratamentos que melhoram a morbidade e qualidade de vida
Reabilitação cardiovascular para ICEFEr e ICFEp I
Vacinação anual para influenza e vacinação periódica para pneumococos I
Diuréticos para controle de congestão para ICEFEr e ICFEp I
Quadro 5- Tratamento da insuficiência cardíaca (IC). O que não podemos deixar de fazer?
IECA: inibidores da enzima conversora de angiotensina; VE: ventrículo esquerdo; FEVE: fração de
ejeção do ventrículo esquerdo; BRA: bloqueadores dos receptores da angiotensina; BB:
betabloqueador; NYHA: New York Heart Association; TRC: terapia de ressincronização cardíaca;
IAM: infarto agud do miocárdio; TCE: tronco de coronária esquerda; ICFEr: insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida; ICFEp: insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada.
Fonte: ROHDE et al.,2018; Sociedade Brasileira de Cardiologia
A terapia padrão atual deve ser baseada em um esquema tríplice com
inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) associada a B-
bloqueadores e/ou antagonistas dos mineralocorticoides (ARMs) conforme a
tolerância do paciente (McMURRAY et al., 2012; YANCY et al., 2013). Os IECAS
reduziram a mortalidade em 10-20% em comparação ao placebo em vários ensaios
clínicos (SOLVD-Investigators,1991). As evidências da diminuição de mortalidade
com os bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) são menos robustas
(HERAN;MUSINI;BASSET;TAYLOR;WRIGHT,2012). Por isso os inibidores da
33
enzima conversora de angiotensina (IECA) são a primeira linha de tratamento em
todas as diretrizes terapêutica para ICFeR, exceto quando ocorre intolerância aos
mesmos (McMURRAY et al., 2012; YANCY et al., 2013).
Mesmo com a terapia padrão recomendada pelas diretrizes, as taxas de
mortalidade e morbidade continuam elevadas nos pacientes com insuficiência
cardíaca, e tornando-se cada vez mais alta a cada nova descompensação e novas
reinternações. Por isso a insuficiência cardíaca é uma das patologias mais
estudadas e onde aplicam-se grandes investimentos da industria farmacêutica e do
desenvolvimento de equipamentos para que possam proporcionar maior redução da
morbidade e mortalidade e melhor qualidade de vida em comparação a terapêutica
padrão.
34
3 METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa utilizando a base de dados Scopus, para a coleta
de dados a expressão-chave: “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida”
e “a”, traduzidas para o inglês, respectivamente, "heart and failure and with and
reduced and ejection and fraction" e “a”. A busca foi realizada no dia 02 de agosto
de 2018, utilizando a opção de busca rápida, que resulta em publicações que
tenham a palavra digitada no título, no resumo ou nas palavras-chaves.
As sintaxes de busca pelas informações, que se encontram neste trabalho,
podem ser representadas pelas seguintes expressões booleanas:
Title-abs-key (heart and failure and with and reduced and ejection and fraction)
and (limit-to (doctype , "ar")) and (limit-to (srctype , "j")): 6651
Title-abs-key (heart and failure and with and reduced and ejection and fraction)
and (limit-to (doctype , "ar")) and (limit-to (srctype , "j")) and (limit-to (affilcountry ,
"brazil")): 147
Para fins de comparações com as demais publicações contidas na base de
dados Scopus foi realizada outra busca com o termo-chave “a”, este representa toda
produção cadastrada na base, partindo do princípio de que todas as produções
contém a letra “a”. As sintaxes podem ser representadas pela seguintes expressões
booleanas:
Title-abs-key (a) and (limit-to (doctype , "ar")) and (limit-to (srctype , "j")):
36531101
35
Title-abs-key (a) and (limit-to (doctype , "ar")) and (limit-to (srctype , "j")) and (limit-
to (affilcountry , "brazil")): 641284
Para identificar informações relacionadas às análises quantitativas de:
publicações; autores; instituições; países; áreas de interesse; veículos de
comunicação; idiomas; as buscas foram refinadas nos campos disponibilizados pela
base, realizando a comparação dos dez primeiros contribuintes de cada caso.
Para análise temporal de crescimento anual foram geradas equações de
regressão exponenciais: da quantidade de publicações sobre o tema no Brasil e
todas publicações sobre o tema em função do ano; da quantidade total de
publicações no Brasil contidas na base e todas a publicações contidas na base em
função no ano. O período abrangido para a análise temporal foi de 10 anos (2008 a
2017). Com base nestas equações de regressão, os valores de cada variável foram
linearizados mediante a aplicação de logaritmo, sendo a taxa de crescimento
calculado a partir dos valores estimados pela Equação 1.
%100x1y
y%Tx
1)inicial_anofinal_ano(
'inicial_ano
'final_ano
−
=
−−
Equação 1 - Equação de regressão exponencial para cálculo da taxa de crescimento
Sendo:
Tx% = taxa média de crescimento anual
'final_anoy = número de publicações no ano final estimado pela equação
'inicial_anoy = número de publicações no ano inicial estimado pela equação
ano_final = último ano considerado para obtenção da regressão
ano_inicial = primeiro ano considerado para obtenção da regressão
36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ANÁLISE TEMPORAL
4.2.1 Publicações por ano
37
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
1900000
1800000
1700000
1600000
1500000
1400000
1300000
1200000
1100000
Ano
Nº d
e a
rtig
os (
tod
os o
s t
em
as -
Mu
nd
o)
log Y = - 336,9 + 103,8 log X (P<0,001; R²=97,2%)
(A)
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
55000
50000
45000
40000
35000
30000
Ano
Nº d
e a
rtig
os (
tod
os o
s t
em
as -
Bra
sil)
log Y = - 450,6 + 137,8 log X (P<0,001; R²=97,9%)
(B)
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
800
700
600
500
400
300
200
Ano
Nº d
e a
rtig
os (
H F
R E
F -
Mu
nd
o) log Y = - 1014 + 307,8 log X (P<0,001; R²=98,2%)
(C)
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
20
15
10
5
Ano
Nº d
e a
rtig
os (
H F
R E
F -
Bra
sil) log Y = - 1132 + 342,9 log X (P=0,007; R²=56,5%)
(D)
Figura 10– Equações de regressão logarítmicas das produções sobre: (A) todos os temas no Mundo;
(B) todos os temas no Brasil; (C) o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” no
Mundo; (D) o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se pela análise dos gráficos apresentados na Figura 3 um
crescimento exponencial das publicações de artigos “todos os temas” no mundo e
no Brasil e em relação ao nosso tema de dissertação, “Insuficiência Cardíaca com
Fração de Ejeção Reduzida” verifica-se também um crescimento exponencial do ano
de 2008 a 2017, dada a importância do tema.
38
4.2.2 Taxas de crescimento anual
5,3%
7,1%
16,5%
18,6%
0%
5%
10%
15%
20%
Mundo Brasil Mundo Brasil
Todos os temas . HFREF
Taxa g
eom
étr
ica d
e c
rescim
ento
anual
Figura 11– Taxas de crescimento anual sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida” e todos os temas, tanto em todos os veículos, em periódicos e em eventos, no Brasil e no
Mundo.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se, análisando-se a Figura 9 que a taxa geométrica de crescimento
anual de publicações,referente a “todos temas”, no Mundo e no Brasil, uma taxa de
5,3% e 7,1% respectivamente. Quando compara-se a taxa do tema insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida, no Mundo e no Brasil, obtem-se valores de
16,5% e 18,6% de crescimento, respectivamente. Isso demonstra a importância do
tema, possivelmente por tratar-se de uma patologia com altos índices de mortalidade
e morbidade, mesmo comparando-se aos diversos tipos de neoplasias terminais.
Por isso, justifica a pesquisa continua e, com isso, as publicações, na busca da
redução dos desfechos primários e secundários, bem como na melhora da qualidade
de vida.
Quando são avaliadas as publicações de “todos os temas” no Mundo quando
comparada ao Brasil observa-se maior percentual das publicações no Brasil 7,1% e
39
5,3% no Mundo. Quando o tema especifico da nossa dissertação, “insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida”, avaliando as publicações Mundo e Brasil,
observa-se que no Brasil o percentual também é maior, 18,6% comparado a 16,5%
no Mundo.
Avaliando-se as publicações no Mundo de “todos os temas” com o tema
específico de “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, observa-se um
aumento exponencial do percentual inquestionável de 5,3% para 16,5%. Avaliando-
se as publicações no Brasil, da mesma forma, observa-se uma diferença ainda
maior desse percentual: 7,1% para 18,6%.
4.3 PUBLICAÇÕES POR PAÍS
26,9%
9,4%
7,3%
6,5%
6,1%
4,5%
3,8%
3,5%
3,0%
2,8%
1,8%
36,7%
12,5%
10,4%
9,4%
7,0%
6,4%
5,5%
5,0%
5,0%
4,0%
2,2%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
1º EUA
2º China
3º Reino Unido
4º Japão
5º Alemanha
6º França
7º Canadá
8º Itália
9º Índia
10º Austrália
...
15º Brasil
1º EUA
2º Alemanha
3º Itália
4º Reino Unido
5º Japão
6º Canadá
7º China
8º Holanda
9º França
10º Suécia
...
16º Brasil
To
do
s o
s t
em
as
.H
FR
EF
% das publicações
Figura 12– Percentual de publicações por país sobre o todos os temas e sobre o tema “insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida”
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se, na Figura 10, que o país com maior publicação científica quando
referente a “todos temas” é o Estados Unidos da América com 26,9% de todas as
40
publicações, estando o Brasil na 15ª colocação com 1,8%. Quando observa-se o
tema específico de insuficiência cardíaca com fração e ejeção reduzida, os Estados
Unidos são responsáveis por mais de 1/3 de todas publicações (36,7%), estando o
Brasil na 16ª colocação com 2,2% das publicações. Observa-se esforço contínuo
das Sociedades de Cardiologias Mundiais em conjunto com a indústria farmacêutica
na pesquisa e desenvolvimento de novas drogas e/ou dispositivos, com o objetivo de
reduzir a morbi/mortalidade dessa patologia avassaladora, que quando
diagnosticada, em 5 anos, 50% dos pacientes vão a óbito.
Os Estados Unidos da América lideram o ranking das publicações, tanto em
“todos os temas”,26,9%, bem como em elação ao tema de “insuficiência cardíaca
com fração e ejeção reduzida”,36,7%, sendo que nesse último ultrapassa mais que
1/3 das publicações mundias.
O Brasil encontra-se em 15º lugar no ranking com 1,8% das publicações
referente a “todos os temas” e 16º lugar no ranking com 2,2% das publicações
referente ao tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” . Observa-
se uma pior colocação no ranking quando comparam-se as publicações de “todos os
temas” com “ insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” mesmo com um
aumento do percentual de publicação desse ultimo tema,2,2% comparado a
1,8%.Isso encontra-se em acordo com a Figura 9, que demonstra uma taxa
crescimento maior das publicações no Brasil do tema “insuficiência cárdica com
fração de ejeção reduzida” quando comparado ao Mundo.
Observa-se que as publicações a respeito do tema, estão em sua grande
maioria, em países desenvolvidos, onde estão localizados os maiores centros de
pesquisas, devido à alta complexidade das mesmas. Pode-se sugerir também que
onde se encontram os maiores centros de pesquisas da indústria farmacêutica
mundial e de fabricação de novos dispositivos, onde todos buscam reduzir a
morbidade e mortalidade e melhora da qualidade de vida dessa grave enfermidade
mundial.
41
4.4 PUBLICAÇÕES POR INSTITUIÇÃO
296
255
203
175
164
160
146
141
136
129
66
45
14
12
11
10
8
8
5
0 50 100 150 200 250 300 350
VA Medical Center (EUA)
Brigham and Women's Hospital (EUA)
Duke University School of Medicine (EUA)
Harvard Medical School (EUA)
Duke Clinical Research Institute (EUA)
Mayo Clinic (EUA)
University of Glasgow (Escócia)
Imperial College London (Reino Unido)
Inserm (EUA)
Charité – Universitätsmedizin Berlin (Alemanha)
USP (SP)
INCOR (SP)
UFF (RJ)
UNIFESP (SP)
UFRGS (RS)
HC - Porto Alegre (RS)
UFRJ (RJ)
UFMG (MG)
UNESP (SP)
Mundo
.B
rasil
Nº de publicações
Figura 13– Instituições que mais publicam sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida”, no mundo e no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se, na Figura 12, que as instituições que mais publicam no mundo
são: VA Medical Center; Brigham and Women’s Hospital; Duke University School of
Medicine, etc. No Brasil: Universidade de São Paulo; Instituto do Coração;
Universidade Federal Fluminense, etc. Observa-se que todas instituições
apresentadas estão ligadas diretamente a ensino médico.
Observa-se que no Mundo, as instituições que mais publicam sobre o tema,
de 10 instituições, 7 estão localizadas nos Estados Unidos da América, sendo que
as 6 primeiras são norte-americanas.
Observa-se no Brasil, as instituições que mais publicam sobre o tema, 7 estão
localizadas na região sudeste (4 em São Paulo,2 no Rio de Janeiro e 1 em Minas
Gerais) e 2 na região sul do pais ( 2 no Rio Grande do Sul), sendo 7 universidades
públicas e 2 hospitais universitários públicos.
42
4.5 PUBLICAÇÕES POR ÁREA DE CONHECIMENTO
93,3%
11,9%
3,9%
2,2%
1,3%
90,5%
19,0%
5,4%
5,4%
4,8%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
Medicina
Bioquímica e Genética
Farmacologia
Enfermagem
Ciência Biológicas
Medicina
Bioquímica e Genética
Neurociência
Enfermagem
Imunologia e Microbiologia
Mundo
.B
rasil
% das publicações
Figura 14– Percentual de publicações sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida” por área, no mundo e no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se, na Figura 15, que quando as publicações são produzidas por
área de conhecimento, o tema insuficiência cardiaca com fração de ejeção reduzida,
por ser um tema muito específico da área médica, as publicações em mais de 90%
estão relacionadas a área da Medicina. Algumas poucas publicações na área de
Bioquímica/Genética,Neurociência, Enfermagem, etc.
43
4.6 PUBLICAÇÕES POR VEÍCULO
288278
253 251
218
183163
148133
86
17
8
5 54 4 4
3 32
0
50
100
150
200
250
300
350
Am
erica
n J
ourn
al O
f C
ard
iolo
gy
Eu
rop
ean
Jo
urn
al O
f H
eart
Fa
ilure
J.
Am
. C
oll.
Ca
rdio
l.
Circu
latio
n
Inte
rna
tio
na
l Jo
urn
al O
f C
ard
iolo
gy
Am
erica
n H
eart
Jo
urn
al
Circu
latio
n H
eart
Fa
ilure
Jo
urn
al O
f C
ard
iac F
ailu
re
Eu
rop
ean
Hea
rt J
ourn
al
Am
. J.
Ph
ysio
l. H
eart
Circ.
Ph
ysio
l.
Arq
uiv
os B
rasile
iro
s D
e C
ard
iolo
gia
Inte
rna
tio
na
l Jo
urn
al O
f C
ard
iolo
gy
Circu
latio
n
Eu
rop
ean
Jo
urn
al O
f H
eart
Fa
ilure
Am
. j. p
hysio
l. R
egu
l. in
teg
r. c
om
p. p
hysio
l.
Bra
z.
J.
Me
d.
Bio
l. R
es.
J.
Am
. C
oll.
Ca
rdio
l.
Am
erica
n J
ourn
al O
f C
ard
iolo
gy
Plo
s O
ne *
Mundo . Brasil
Nº
de
art
igo
s (
Mu
nd
o)
0
5
10
15
20
25
Nº
de
art
igo
s (
Bra
sil
)
Figura 15- Principais veículos que publicam sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de
ejeção reduzida”, no mundo e no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se na Figura 16 que os principais veículos que publicam o tema
“insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida” estão diretamente
relacionados à área da Cardiologia, tanto no Brasil como no Mundo. São periódicos
destinados à publicação de artigos na área de Cardiologia e alguns específicos ao
tema abordado, bem como ligados as Sociedades de Cardiologias locais.
44
4.7 PUBLICAÇÕES POR AUTOR
117
105 104
9389 88
7470 68 68
8
7
6
5 5 5
4 4 4 4 4 4 4 4 4
0
20
40
60
80
100
120
140
McM
urr
ay, J.J
.V.
Sw
edberg
, K
.
Solo
mon, S
.D.
Gheorg
hia
de, M
.
Fonaro
w, G
.C.
Zannad, F
.
Butler,
J.
Ponik
ow
ski, P
.
O'C
onnor,
C.M
.
Pfe
ffer,
M.A
.
Bocchi, E
.A.
Mesquita, E
.T.
Solo
mon, S
.D.
Bacal, F
.
Cla
usell,
N.
Marin-N
eto
, J.A
.
Bio
lo, A
.
Cunha-N
eto
, E
.
Desai, A
.S.
Mady, C
.
Mart
inez, F
.
Pitt, B
.
Rib
eiro, A
.L.P
.
Salg
ado, H
.C.
Sw
edberg
, K
.
Mundo . Brasil
Nº
de a
rtig
os (
Mu
nd
o)
0
2
4
6
8
10
12
Nº
de a
rtig
os (
Bra
sil)
Figura 16– Ranking de autores que mais publicam sobre o tema “insuficiência cardíaca com fração de
ejeção reduzida”, no mundo e no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018)
Observa-se na Figura 16 que os principais autores que publicam sobre o tema
“insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida no Mundo são:
McMurray,J.J.V. (117 artigos); Swedberg,K. (105 artigos); Solomon,S.D. (104
artigos),etc. No Brasil: Bocchi, E.A. (8 artigos); Mesquita, E.T. (7 artigos) e
Solomon,S.D. (6 artigos).
45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto às taxas de crescimento anual das publicações na base Scopus,
verificou-se que o Brasil apresenta taxas superiores às médias mundiais, tanto
considerando quaisquer temas quanto o tema específico “insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida”. Ainda, o tema apresenta crescimento mais acelerado do
que a média dos demais temas.
O país com maior publicação científica quando referente a todos temas e ao
tema espe´cifico estudado é o Estados Unidos da América com 26,9%. O Brasil, de
forma geral, está na 15ª colocação com 1,8% e, em relação ao tema específico, o
Brasil na 16ª colocação com 2,2% das publicações.
As instituições que mais publicam no mundo são: VA Medical Center; Brigham
and Women’s Hospital; Duke University School of Medicine. Das 10 principais
instituições, 7 estão nos EUA. No Brasil, as instituições com mais publicações sobre
o tema são a Universidade de São Paulo, o Instituto do Coração e a Universidade
Federal Fluminense. Dentre as 10 instituições que mais publicam sobre o tema, 7
estão localizadas na região sudeste e 2 na região sul do país.
Constatou-se também que mais de 90% estão relacionadas a área da
Medicina, com algumas poucas publicações na área de Bioquímica/Genética,
Neurociência e Enfermagem.
Os principais veículos que publicam o tema “insuficiência cardíaca com fração
de ejeção reduzida” estão diretamente relacionados à área da Cardiologia, tanto no
Brasil como no Mundo.
46
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, D.C.D. et al. I Brazilian Registry of Heart Failure-Clinical Aspects, Care Quality and Hospitalization Outcomes. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 104, n. 6, p. 433-42, 2015.
ASKOXYLAKIS, V. et al. Long-term survival of cancer patients compared to heart failure and stroke: a systematic review. BMC Cancer, London, n. 105, p. 10-11, 2010.
BAYÉS-GENÍS, A. et al. Soluble Neprilysin Is Predictive of Cardiovascular Death and Heart Failure Hospitalization in Heart Failure Patients. Journal of the American College of Cardiology, Amsterdam, v. 65, p. 657-65, 2015.
BEANLANDS, R. S. et al; PARR-2 Investigators.F-18-fluordeoxyglucose pósitron emission tomografhy imaging assisted management of patients with severe left ventricular dysfunction and suspected coronary disease: a randomazed,controlled Trial (PARR-2). J Am Coll Cardiol, Amsterdam, v. 50, n. 20, p. 2002-12, 2007.
BELLER, G. A.; HEED, R. C. SPECT imaging for detecting coronary artery disease and determining prognosis by noninavasive assessment of myocardial perfusion and myocardial viability. J Cardiovasc Transl Res, Chicago, v. 4, n. 4, p. 416-24, 2011.
BOCCHI, E. A. et al. III Diretriz brasileira de insuficiência cardíaca crônica. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 93, p. 1-71, 2009.
BRAUNSCHWEIG, F.; COWIE, M. R.; AURICCHIO, A. What are the costs of heart failure? Europace, Oxford, v.13, p. 13-17, 2011.
CIBIS-II-Investigators. The Cardiac Insufficiency Bisoprolol Study II (CIBIS-II): a randomised trial. Lancet, London, v. 353, p. 9-13, 1999.
CONSENSUS-Investigators. Effects of enalapril on mortality in severe congestive heart failure: results of the Cooperative North Scandinavian Enalapril Survival Study (CONSENSUS). N Engl J Med, Waltham, v. 316, n. 9146, p. 1429-35, 1987.
DICKSTEIN, K. et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2008: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2008 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association of the ESC (HFA) and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine (ESICM). Eur Heart J, Oxford, v. 29, p. 2388-442, 2008.
47
FLYNN, K. E. et al. Outcomes, health policy, and managed care: relationships between patient-reported outcome measures and clinical measures in outpatients with heart failure. Am Heart J, Oxford, v. 158, n. 4, S64-S71, 2009.
GHEORGHIADE, M.; TEERLINK, J. R.; MEBAZAA, A. Pharmacology of new agents for acute heart failure syndromes. Am J Cardiol, Amsterdam, v. 96, n. 6A, p. 68-73, 2005.
GRANGER, C. B. et al. Effects of candesartan in patients with chronic heart failure and reduced left-ventricular systolic function intolerant to angiotensin-converting-enzyme inhibitors: the CHARMAlternative trial. Lancet, London, v. 362, n. 9386, p. 772-6, 2003.
HEIDENREICH, P. A. et al. Forecasting the impact of heart failure in the united states a policy statement from the american heart association. Circulation: Heart Failure, Philadelphia, v. 6, p. 606-19, 2013.
HERAN, B. S. Angiotensin receptor blockers for heart failure. Cochrane Database Systematic Reviews, 2012. CD003040.
KAUFMAN, R. A. V. et al. Evolution of Heart Failurerelated Hospital Admissions and Mortality Rates: a 12-Year Analysis. Int J Cardiovasc Sci, Shiraz, p. 28, 2015.
KEMP, C. D.; CONTE, J. V. The pathophysiology of heart failure. Cardiovasc Pathol, Amsterdam, v. 21, n. 5, p. 365-71, 2012.
LEVIN, E. R.; GARDNER, D. G.; SAMSON, W. K. Natriuretic peptides. N Engl J Med, Waltham, v. 339, n. 5, p. 321-8, 1998.
McMURRAY, J. J. Clinical practice. Systolic heart failure. N Engl J Med, Waltham, v. 362, n. 3, p. 228-38, 2010.
McMURRAY, J. J. et al. Angiotensin–neprilysin inhibition versus enalapril in heart failure. N Engl J Med, Waltham, v. 371, n. 11, p. 993-1004, 2014.
McMURRAY, J. J. et al. Effects of candesartan in patients with chronic heart failure and reduced left-ventricular systolic function taking angiotensin-converting-enzyme inhibitors: the CHARM-Added trial. Lancet, London, v. 362, n. 9386, p. 767-71, 2003.
McMURRAY, J. J. et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: The Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur Heart J, Oxford, v. 33, n. 14, p. 1787-1847, 2012.
McMURRAY, J. J. Improving outcomes in heart failure: a personal perspective. Eur Heart J, Oxford, v. 36, n. 4, p. 3467-3470, 2015.
48
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Disponível em: www2.datasus.gov.br/DATASUS/. Acesso em: 20 sept. 2016.
MONTERA, M. W. et al. II Brazilian Guidelines on Acute Cardiac Insufficiency. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 93, n. 3, p. 2-65, 2009. Suppl. 3
MOSTERD, A.; HOES, A. W. Clinical epidemiology of heart failure. Heart, London, v. 93, p. 1137-46, 2007.
MOZAFFARIAN, D. et al. Heart Disease and Stroke Statistics-2015 Update A Report From the American Heart Association. Circulation, Philadelphia, v. 131, n. 4, p. E29-E322, 2015.
O’CONNOR, C. M.; KOCH, W. J.; MANN, D. L. Highlights of the 2010 Scientific Sessions of the Heart Failure Society of America, San Diego, California, September 12–15, 2010. J Cardiac Fail, London, v. 17, p. 92-9, 2011.
PITT, B. et al. The effect of spironolactone on morbidity and mortality in patients with severe heart failure. Randomized Aldactone Evaluation Study Investigators. N Engl J Med, Waltham, v. 341, n. 10, p. 709-17, 1999.
ROGER, V. L. Epidemiology of heart failure. Circ Res, Philadelphia v. 113, n. 6, p. 646-59, 2013.
ROHDE, L. E. P. et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz brasileira de insuficiência cardíaca crônica e aguda. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 111, n. 3, p. 436-539, 2018.
SARA, L. et al. Sociedade Brasileira de Cardilogia;Colégio Brasileiro de Radiologia.II Diretriz de ressonância magnética e tomografia computadorizada cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do Colégio Brasileiro de radiologia. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 103, n. 6, p. 1-86, 2014. supl. 3
SCHRIER, R. W.; ABRAHAM, W.T. Hormones and hemodynamics in heart failure. N Engl J Med, Waltham, v. 341, p. 577-85, 1999.
SOLVD-Investigators. Effect of enalapril on survival in patients with reduced left ventricular ejection fractions and congestive heart failure. N Engl J Med, Waltham, v. 325, p. 293-302, 1991.
STEWART, S. et al. More ‘malignant’than cancer? Five-year survival following a first admission for heart failure. Eur J Heart Fail, Hoboken, v. 3, n. 3, p. 315-22, 2001.
SWEDBERG, K. et al. Ivabradine and outcomes in chronic heart failure (SHIFT): a randomised placebo-controlled study. Lancet, London, v. 376, n. 9744, p. 875-885, 2010.
49
WEINBERGER, M.; ODDONE, E.Z.; HENDERSON, W.G. Does increased access to primary care reduce hospital readmissions? N Engl J Méd, Waltham, v. 334, n. 22, p.1441-7, 1996.
YANCY, C. W. et al. 2013 ACCF/AHA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol, Amsterdam, v. 62, n. 16, p. e147-e239, 2013.