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PERÍODO JOANINO E
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Prof. Victor Creti Bruzadelli
Europa em contexto de Revolução
Era Napoleônica:
Consolidação do capitalismo na França;
Expansionismo napoleônico;
Bloqueio Continental (1806):
◼ Impedia os países europeus de manterem relações econômicas com a Inglaterra;
Consequências:
◼ Acordos comerciais entre Portugal e Inglaterra e a manutenção das relações econômicas;
◼ Tentativa de neutralidade do príncipe regente;
◼ Fuga da família real (1808).Retrato do Imperador Napoleão em Tulherias, de Jacques-Louis David (1812)
Europa em contexto de Revolução
Era Napoleônica:
A viagem:
◼ Cerca de 15 mil pessoas;
◼ Proteção inglesa durante o trajeto e da metrópole;
◼ Transferência do aparelho burocrático, tesouro real, arquivos do governo, bibliotecas, impressoras etc.;
Complicações da viagem:
◼ Navios abarrotados, falta de alimentos, água e roupas, infestação de piolhos.
Cena do filme Carlota Joaquina, Princesa do
Brazil, de Carla Camurati (1995)
Período Joanino (1808-21)
Período Joanino: período em que D. João permanece no Brasil;
Drásticas mudanças nas relações entre metrópole e coroa;
Primeiras medidas:
Abertura dos portos às nações amigas (1808):
◼ Liberação do comércio com a Inglaterra;
◼ Fim do grande contrabando entre Brasil e Inglaterra;
◼ Favorecimento dos produtos rurais de exportação (açúcar e algodão).
“Eu o Principe Regente [...] sou servido ordenar [...] o seguinte.
Primo: Que sejam admissiveis nas Alfandegas do Brazil todos e quaesquer generos, fazendas e mercadorias transportados, ou em navios estrangeiros das Potencias, que se conservam em paz e harmonia com a minha Real côroa, ou em navios dos meus vassalos [...].
Secundo: Que não só os meus vassallos, mas também os sobreditos estrangeiros possão exportar para os Portos, que bem lhes parecer a beneficio do commercio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaesquer generos e producções coloniaes”
(Carta Régia de 28 de Janeiro de 1808)
Período Joanino (1808-21)
“Na hora crucial de decidir entre a rica colônia, o Brasil que fornecia quatro quintos da receita do Tesouro, e o Reino, que produzia pouco mas recebia três quartos das despesas, D. João esqueceu os defeitos morais dos moradores coloniais, tantas vezes lamentados na documentação, e ficou com a realidade. Como tantos dos seus súditos plebeus nos séculos anteriores, enfrentou o Atlântico para tentar fazer a América. Foi acompanhado de 15 mil cortesãos – boa parte dos que recebiam dois terços das despesas do Erário. Sendo colônia, o Brasil remetia quase a totalidade de suas exportações para Lisboa. Na prática, esse fluxo garantia a vida comercial metropolitana: entre 80% e 90% de todo o comércio exterior português resultavam da reexportação de mercadorias brasileiras e da reexportação de mercadorias europeias para a colônia – o que torna compreensível tanto o motivo da mudança da Corte como o primeiro ato de D. João no Brasil, o da abertura dos portos, uma vez que a intermediação lisboeta se tornara inviável. Em pouco tempo as vendas para o Reino passaram a representar apenas uma fração das exportações brasileiras”
(CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil)
Período Joanino (1808-21)
Primeiras medidas:
Criação da Faculdade de
Medicina de Salvador
(1808);
Liberação das
manufaturas (1808):
◼ Facilitação de importação
de matérias-primas;
◼ Subsídios para a lã;
◼ Incentivo às invenções
tecnológicas.
“A [...] condição [imposta pela Grã Bretanha] foi a assinatura de um tratado de comércio e navegação, o futuro tratado de 1810, assinado em nome do comércio livre, mas definindo condições desiguais e assimétricas que analisaremos mais adiante. Estas duas medidas puseram fim ao monopólio português do comércio brasileiro. Salvar os direitos da Casa de Bragança e conservar o Brasil sob o seu domínio conduziu, contudo, a prazo, ao enfraquecimento político da Coroa e igualmente à ruptura do Império Luso-Brasileiro”
(PEREIRA, Miram Halpern. Coroa, Império e nação)
Período Joanino (1808-21)
Primeiras medidas:
Tratados de 1810:
◼ Sistema de cabotagem: incentivo ao comércio interno;
◼ Questão tarifária:
◼ Limitação do tráfico negreiro;
◼ Direito de visita: fiscalização e apreensão de navios negreiros;
Obs.: essas medidas representam o fim do sistema colonial.
Países de origem Taxa de importação
Inglaterra 15%
Portugal 16%
Demais países 24%
Período Joanino (1808-21)
Inversão colonial: colônia como sede do império;
Expansão territorial:
Aproveitando-se das Guerras de Independência D. João inicia um processo de expansão;
Invasão da Guiana Francesa (1809);
Invasões da Cisplatina (1811 e 1816) e incorporação do território (1821).
Revista das Tropas Destinadas a
Montevidéu na Praia Grande, de Jean
Baptiste Debret (1816)
Período Joanino (1808-21)
Rio de Janeiro como sede do Império;
Melhora das condições de vida e investimentos públicos na colônia, com destaque para o Rio de Janeiro;
Transformações Urbanas:
Casa da Moeda;
Banco do Brasil: abertura de empresas;
Jardim Botânico;
Academia Militar;
Intenso crescimento populacional urbano;
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815).
“A sociedade refinava-se, de outro lado, não apenas pelas novidades que lhe traziam os estrangeiros, mas igualmente pelos salões que se vinha abrindo, para as reuniões elegantes, promovidas pela nobreza chegada com a corte. As residências, em consequência, já apresentavam um bom-tom, que diferia profundamente das pobres moradias do período anterior”
(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil)
Período Joanino (1808-21)
Vida cultural na capital:
Circulação de ideias: biblioteca Real, Liberação da tipografia e Gazeta do Rio de Janeiro;
Desenvolvimento de teatros e academias literárias e científicas;
Presença de censores e inquisidores;
Viajantes naturalistas:
◼ John Mawe, Auguste de Saint-Hilaire etc.
◼ Missão artística francesa (1816);
◼ Missão científica austro-alemã (1817-20).
“Para conhecer toda a beleza das florestas tropicais é necessário penetrar nesses retiros tão antigos como o mundo. Nada aqui lembra a cansativa monotonia de nossas florestas de carvalhos e pinheiros; cada árvore tem, por assim dizer, um porte que lhe é próprio; cada uma tem sua folhagem e oferece frequentemente uma tonalidade de verde diferente das árvores vizinhas. Vegetais imensos, que pertencem a famílias distantes, misturam seus galhos e confundem sua folhagem”
(SAINT-HILAIRE, Auguste. Viagem pelas províncias do RJ e MG)
Período Joanino (1808-21)
“A miséria cultural, educacional e literária produzida pelo governo central português permitiu ao governante coroado, que até a véspera impedira tudo, apresentar-se em terras coloniais como alguém progressista, interessado em ilustrar a vida de seus súditos. Mas seria uma ilustração seletiva. Com a impressora também desembarcaram os censores, de modo que o recurso acabaria sendo aproveitado apenas por amigos autorizados. No mesmo ano de seu desembarque, a prensa foi colocada em funcionamento, possibilitando que as ideias de alguns raros alfabetizados brasileiros ganhassem a forma de livro. Por isso não admira que esses primeiros livros contivessem rasgados elogios ao governante – e a instituição criada para abrigar a máquina foi chamada Impressão Régia (atual Imprensa Nacional)”
(CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil)
Congresso de Viena (1815)
Congresso que reunia os principais países absolutistas;
Objetivo: reorganizar a Europa aos moldes pré-napoleônicos;
Participantes: Metternich (Áustria), Alexandre I (Rússia), Guilherme III (Prússia), Talleyrand (França) e Catlereagh (Inglaterra);
Princípios:
Legitimidade: dinastias depostas voltam ao poder;
Restauração: retomada dos limites territoriais;
Equilíbrio: garantia de equilíbrio entre as nações europeias;
Solidariedade: Criação da Santa Aliança.
Missão Artística Francesa (1816)
Organizada por Joachim Lebreton, sob indicação de Alexander von Humboldt;
Objetivos:
1. Substituição do modelo jesuítico de arte e ensino;
2. Modernização do país;
3. Retomada dos laços políticos entre Portugal e França;
4. Formação de uma Academia de Belas-Artes.
Retrato de Joachim Lebreton,
de Franços Gérard (1812)
Missão Artística Francesa (1816)
Motivada pela queda do regime napoleônico;
Com