Importancia Do Movimento Para as Crianças

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A IMPORTÂNCIA DO CORPO E DO MOVIMENTO PARA A APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS 1 A.S.S, co-autora – UESB/JQ E.O.S.C., co-autora – UESB/JQ G.O.A., autora– UESB/JQ T.S.N., co-autora – UESB/JQ Resumo Este artigo trata-se de um relato de experiências sobre o projeto pedagógico intitulado “a importância do corpo e do movimento para a aprendizagem das crianças”, direcionada para crianças de 01 à 03 anos de idade realizada com a turma do V semestre de Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, Campus Jequié. Tendo como objetivo possibilitar aos futuros professores um maior envolvimento em atividades relacionadas ao movimento, na perspectiva de desenvolver a multiplicidade de funções e manifestações através de atividades lúdicas, além de refletir sobre as posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas. Os referenciais teóricos foram baseados no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL/MEC, 1998), nos autores Maluf (1999), Mattos e Neira (2003), entre outros. As atividades desenvolvidas levaram à reflexão sobre a pedagogia do movimento e ao entendimento de como o trabalho com práticas corporais lúdicas ajudam a criança a agir e interagir no mundo. Palavras-Chave: Educação Infantil. Movimento. Ludicidade. Introdução O presente artigo relata as experiências vivenciadas projeto pedagógico intitulado “a importância do corpo e do movimento para a aprendizagem das crianças”, direcionada para crianças de 01 à 03 anos de idade, realizada com a turma do V semestre de Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, Campus Jequié. Esse projeto nasceu a partir de nossa proposta em trabalhar com o eixo Movimento contida no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL/MEC, 1998), idealizada pela professora ministrante da disciplina de Educação Infantil, com o objetivo de promover atividades lúdicas que propiciassem uma reflexão acerca da importância do movimento para a Educação Infantil. É muito comum percebermos em contexto escolar, que visando garantir uma atmosfera de ordem e harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento, impondo às crianças de diferentes idades, rígidas restrições posturais. Contudo, o movimento humano é mais que um simples deslocamento do corpo no espaço, constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. 1 Parte deste trabalho foi apresentado no VII ENELUD

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  • A IMPORTNCIA DO CORPO E DO MOVIMENTO PARA AAPRENDIZAGEM DAS CRIANAS1

    A.S.S, co-autora UESB/JQE.O.S.C., co-autora UESB/JQ

    G.O.A., autora UESB/JQT.S.N., co-autora UESB/JQ

    Resumo

    Este artigo trata-se de um relato de experincias sobre o projeto pedaggico intitulado aimportncia do corpo e do movimento para a aprendizagem das crianas, direcionada paracrianas de 01 03 anos de idade realizada com a turma do V semestre de Pedagogia daUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, Campus Jequi. Tendo como objetivopossibilitar aos futuros professores um maior envolvimento em atividades relacionadas aomovimento, na perspectiva de desenvolver a multiplicidade de funes e manifestaes atravs deatividades ldicas, alm de refletir sobre as posturas corporais implicadas nas atividadescotidianas. Os referenciais tericos foram baseados no Referencial Curricular Nacional para aEducao Infantil (BRASIL/MEC, 1998), nos autores Maluf (1999), Mattos e Neira (2003), entreoutros. As atividades desenvolvidas levaram reflexo sobre a pedagogia do movimento e aoentendimento de como o trabalho com prticas corporais ldicas ajudam a criana a agir einteragir no mundo.

    Palavras-Chave: Educao Infantil. Movimento. Ludicidade.

    IntroduoO presente artigo relata as experincias vivenciadas projeto pedaggico intitulado a

    importncia do corpo e do movimento para a aprendizagem das crianas, direcionada paracrianas de 01 03 anos de idade, realizada com a turma do V semestre de Pedagogia daUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, Campus Jequi. Esse projeto nasceu apartir de nossa proposta em trabalhar com o eixo Movimento contida no Referencial CurricularNacional para a Educao Infantil (BRASIL/MEC, 1998), idealizada pela professora ministranteda disciplina de Educao Infantil, com o objetivo de promover atividades ldicas quepropiciassem uma reflexo acerca da importncia do movimento para a Educao Infantil.

    muito comum percebermos em contexto escolar, que visando garantir uma atmosfera deordem e harmonia, algumas prticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento,impondo s crianas de diferentes idades, rgidas restries posturais. Contudo, o movimentohumano mais que um simples deslocamento do corpo no espao, constitui-se em umalinguagem que permite s crianas agirem sobre o meio fsico e atuarem sobre o ambientehumano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.

    1 Parte deste trabalho foi apresentado no VII ENELUD

  • Nesse sentido, entendemos que as instituies de educao infantil devem favorecer umambiente fsico e social onde as crianas se sintam protegidas e acolhidas e ao mesmo temposeguras para se arriscar e vencer desafios e ao lado das situaes planejadas especialmente paratrabalhar a motricidade. Alm disso, que essas instituies reflitam sobre o espao dado aomovimento em todos os momentos da rotina diria, incorporando diferentes significados que lheso atribudos pelos familiares e pela comunidade.

    Nessa mesma perspectiva, compreendemos que o carter ldico e expressivo dasmanifestaes da motricidade infantil poder ajudar o professor a organizar melhor suaprtica, levando em conta as necessidades motoras das crianas. De acordo Maluf (1999)atividade ldica toda e qualquer animao que tem como inteno causar prazer eentretenimento em que a prtica. Para Almada (1999, p.10) as atividades ldicas so

    indispensveis para a apreenso dos conhecimentos artsticos e estticos, poispossibilitam o desenvolvimento da percepo, da imaginao, da fantasia e dossentimentos.

    Indo de encontro com a ideia de que a prtica do movimento necessria para aEducao Infantil, por englobar os potenciais afetivos, sociais, intelectuais e motores dacriana, torna-se uma aliada das atividades ldicas, a partir do momento que possibilita acriana a experimentar experincias, que o ajude a compreender o mundo que o cerca.Porm, para que as crianas adquirem novos conhecimentos e desenvolva habilidades deforma natural e agradvel, essencial saber de que forma a atividade dirigida evivenciada, e o porqu de sua realizao, para justamente gerar um interesse em aprender,garantindo-lhes o prazer.

    Assim, partindo desses pressupostos, buscamos desenvolver a oficina com o objetivoprincipal de possibilitar aos futuros professores um maior envolvimento em atividadesrelacionadas ao movimento, na perspectiva de desenvolver a multiplicidade de funes emanifestaes atravs da motricidade alm de refletir sobre as posturas corporais implicadas nasatividades cotidianas.

    O Movimento na Educao InfantilComo dimenso humana, o movimento faz parte do desenvolvimento fsico, cognitivo e

    cultural do sujeito. Desde a vida intrauterina realizamos movimentos com o corpo, no qual vo seestruturando e exercendo grandes influencias no comportamento. a partir do movimento que a

  • criana amplia o uso significativo de gestos e posturas corporais, que expressa sentimentos eaes.

    Em especial estudos desenvolvidos por Mattos e Neira (2003), podemos constatar que asatividades motoras fazem parte do cotidiano das crianas em qualquer estabelecimento que se

    dedique tarefa educacional para infncia, eles ainda ressaltam que:

    O movimento, o brinquedo, os jogos tradicionais da cultura popularpreenchem de alguma forma determinadas lacunas na rotina das salas de aula.Em algumas escolas podemos encontrar as msicas coreografadas no inciodos trabalhos, o momento do parque livre ou dirigido, os caminhos com jogosou materiais ldicos. (MATTOS E NEIRA, 2003, p.176)

    Assim, compreendemos que ao falarmos sobre escola, em especial aquelas que atendemcrianas na idade de creche e pr-escola, o movimento e a ludicidade so fatores que atuamconjuntamente na sua educao. Dessa forma, o educador deve ter um olhar diferenciado paraessas questes, principalmente refletir sobre as diversidades de prticas pedaggicas quecaracterizam esse universo infantil e as funes atribudas ao movimento.

    Em algumas prticas qualquer gesto ou mudana de posio pode ser visto comodesordem ou indisciplina. Em outras prticas, para muitos professores, a repetio constante deexerccios essencial para que a criana se desenvolva. Neste sentido, Wallon (1975, apud,MALUF 1999), diz que as instituies, de uma maneira geral, persistem em imobilizar ascrianas em uma carteira ou mesa, restringindo a fluidez das emoes e do pensamento,imprescindveis para o desenvolvimento completo da pessoa. Para ele, o movimento dependebasicamente da organizao dos ambientes para as crianas se movimentarem, se expandirem. Amotricidade possui carter pedaggico pela propriedade do gesto e do movimento quanto a suarepresentao.

    H professores que quando querem ensinar conceitos dentro-fora, pedem a seus alunospara colarem papis coloridos, fazerem cruzes ou desenharem do lado de dentro ou de fora de umquadrado ou de qualquer desenho. Ao final, acham que as crianas assimilaram corretamenteestes termos e passam para outros itens que sero treinados da mesma maneira. Acreditam, com

    isto, que esto usando de todos os recursos da psicomotricidade para preparar os alunos para aescrita. Mas so, s vezes, exerccios totalmente desprovidos de significado para as crianas e noso nem precedidos de um trabalho mais amplo de conscientizao dos movimentos, de posturas,visando um desenvolvimento mental adequado.

    Tarefas deste tipo, na realidade, apenas desenvolvem a aquisio de gestos automticos ecertas tcnicas, sem preocupao com as percepes que lhe do o conhecimento do movimentodo corpo e, atravs deste, conhecimento do mundo que o rodeia. Os exerccios psicomotores,

  • atravs dos movimentos e dos gestos, no devem ser realizados de forma mecnica, devem serassociados com as estruturas cognitivas e afetivas, tudo apoiado pela conscincia.

    muito grande a influncia que a cultura tem sobre o desenvolvimento da motricidadeinfantil, no s pelos diferentes significados que cada grupo atribui a gestos expresses faciais,como tambm pelos diferentes movimentos aprendidos no manuseio de objetos especficospresentes na atividade cotidiana, como ps, lpis, bolas de gude, corda, estilingue etc. Os jogos,as brincadeiras, a dana e as prticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cadagrupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento aprendido esignificado.

    A dimenso subjetiva do movimento deve ser contemplada e acolhida em todas assituaes do dia-a-dia na instituio de educao infantil, possibilitando que as crianas utilizemgestos, posturas e ritmos, para se expressar e se comunicar. Alm disso, possvel criar,intencionalmente, oportunidades para que as crianas se apropriem dos significados expressivosdo movimento.

    As instituies devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos motores ebrincadeiras que contemplem a progressiva coordenao dos movimentos e o equilbrio dascrianas. Os jogos motores de regras trazem tambm a oportunidade de aprendizagens sociais,pois ao jogar, as crianas aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e arespeitar regras.

    A viso do RCNEI sobre o Movimento

    Pensando no desenvolvimento integral da criana, no que diz respeito aos seus aspectosfsicos, psicolgicos, intelectual e social, em 1998, o Ministrio da Educao criou o ReferencialCurricular Nacional para a Educao Infantil RCNEI, com o objetivo de servir como um guiade reflexo para os profissionais que atuam diretamente com crianas de 0 a 6 anos, respeitandoseus estilos pedaggicos e a diversidade cultural brasileira.

    Encontramos no volume III RCNEI (BRASIL, 1998), no eixo movimento, umreferencial que sugere um novo paradigma de para a educao da primeira infncia. Essaconcepo est voltada para ampliao da cultura corporal de cada criana, ou seja, ampliando osignificado do corpo, mostrando a importncia da variao tnica, da motricidade e daexpressividade presente no movimento das crianas na Educao Infantil.

    De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil(RCNEI/BRASIL,1998) o conceito de movimento :

  • [...] O movimento humano, portanto, mais do que simplesdeslocamento do corpo no espao: constitui-se em umalinguagem que permite s crianas agirem sobre o meiofsico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando aspessoas por meio de seu teor expressivo. (p. 15)

    Para as crianas pequenas, o movimento assume um papel importante, que significa

    muito mais do que movimentar partes do corpo ou deslocar-se no espao; elas se comunicam e seexpressam por meio de gestos e das mmicas faciais, e interagem utilizando fortemente o apoio docorpo.

    O RCNEI (BRASIL, 1998), apresenta, tambm, uma reflexo importante no que dizrespeito s diferentes concepes de movimento que so atribudas pelas creches, pr-escola edemais instituies, visto que cada instncia atribui diferentes significados em relao aomovimento, gestos e outras manifestaes corporais. (SANTOS, 2012). Muitas vezes omovimento compreendido como desordem, baguna desvalorizando assim o rico potencial quea criana pode alcanar atravs dele em vrias dimenses. Nessa perspectiva o RCNEI (1998, p.19), aponta que:

    [...] um grupo disciplinado no aquele em que todos semantm quietos e calados, mas sim um grupo em que osvrios elementos se encontram envolvidos e mobilizadospelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversase as brincadeiras resultantes desse envolvimento no podemser entendidos como disperso ou desordem, e sim comouma manifestao natural das crianas.

    Reforando essa ideia, Oliveira (2011) diz que, inicialmente o movimento na crianapequena apresenta uma agitao orgnica e uma hipertonicidade global, ocasionando uma

    relao como o meio ambiente de forma difusa e desorganizada. Pouco a pouco, comea a seexpressar atravs de gestos que esto ligados esfera afetiva e que so, portanto, o escape dasemoes vividas.

    De acordo com Wallon (apud, OLIVEIRA, 2011, p. 33), sempre a ao motriz que

    regula o aparecimento e o desenvolvimento das formaes mentais. Portanto, na evoluo da

    criana, a dimenso corporal integra-se ao conjunto da atividade da criana, em que o ato motorrelaciona-se com funes expressivas, instrumental ou de sustentao s posturas e aos gestos.

    Na faixa etria de um a trs anos, quando aprendem a andar, a criana parece toencantada com sua nova capacidade que se diverte em locomover-se de um lado para outro, semuma finalidade especfica. O exerccio dessa capacidade, somado ao progressivo amadurecimento

  • do sistema nervoso, propicia o aperfeioamento do andar, que se torna cada vez mais seguro eestvel, desdobrando-se nos atos de correr, pular e suas variantes; a criana dessa idade aquelaque no pra, mexe em tudo, explora, e pesquisa.

    No plano da conscincia corporal, nessa idade a criana comea a reconhecer a imagemde seu corpo, o que ocorre principalmente por meio das interaes sociais que estabelece e dasbrincadeiras que faz diante do espelho. Segundo Oliveira (2011):

    O corpo uma forma de expresso da individualidade. A crianapercebe-se e percebe as coisas que a cercam em funo de seu prpriocorpo. Isto significa que, conhecendo-o, ter maior habilidade para sediferenciar, para sentir diferenas. Ela passa a distingui-lo em relaoaos objetos circundantes, observando-os, manejando-os.

    Portanto, nessas situaes, ela aprende a reconhecer as caractersticas fsicas que integrama sua pessoa, o que fundamental para a construo de sua identidade. De quatro a seis anos deidade, constata-se uma ampliao do repertrio de gestos instrumentais, os quais contam comprogressiva preciso. Atos que exigem coordenao de vrios segmentos motores e o ajuste aobjetos especficos, como recortar, colar, encaixar pequenos peas etc., sofisticam-se.Ajuriaguerra (apud, OLIVEIRA, 2011, p.34) diz que pela motricidade e pela viso que a crianadescobre o mundo dos objetos, e manipulando-os que ela redescobre o mundo; porm, estadescoberta a partir dos objetos s ser verdadeiramente frutfera quando a criana for capaz desegurar e de largar, quando ela tiver adquirindo a noo de distncia entre ela e o objeto que elamanipula, quando o objeto no fizer mais parte de sua simples atividade corporal indiferenciada.

    Meu Movimento, Meu Ritmo

    O projeto pedaggico intitulado a importncia do corpo e do movimento no processo deensino/aprendizagem das crianas, foi desenvolvido para um grupo de quarenta alunos do curso

    de Pedagogia da UESB Campus Jequi, em 2012, com a finalidade de fomentar discusses comfuturos (as) educadores (as) sobre a importncia do movimento na Educao Infantil, tendo comoperspectiva prtica, a ludicidade, cuja fundamentao terica e pedaggica oportunizou avivncia de sua expressividade corporal, como meio de ampliarem o seu campo de conhecimentoe entendimento, com vistas qualidade de ensino e aprendizagem das crianas na sala de aula.

  • Para tanto, este trabalho, num primeiro momento, buscou como referencial terico aabordagem interacionista, Scio-Histrico Cultural, que toma como referncia ostrabalhos de Vygotsky (1998), Wallon (2008) cujas abordagens, melhor elucidam asconcepes do trabalho com o corpo e com a ludicidade, os quais certamente poderopromover uma formao de docentes que favoream desafios e possibilidades (re)construo de esquemas e integrao de novos conhecimentos

    No segundo momento, partimos para o desenvolvimento da oficina, na qual foramrealizadas dinmicas envolvendo a percepo dos movimentos automticos, que soaqueles realizados voluntariamente sem que exija um trabalho rigidamente mental, ouseja, movimentos realizados no dia- a dia, representados por diversos objetos e msicas.Os recursos utilizados foram brinquedos de diversas formas, para que proporcionasse aemisso de sons e ritmos realizados no dia-a-dia, e msicas para que danassem deacordo com o ritmo.

    Durante a realizao das atividades ldicas corporais foi utilizado o recurso de msicas.Para um melhor desenvolvimento das brincadeiras foi sugerido que se organizassem em gruposde no mximo cinco pessoas, e reproduzissem atravs dos brinquedos disponveis e/ou atravs doprprio corpo, possveis movimentos sonoros realizados no dia-a-dia. Foi determinado um tempomximo de 10 minutos para integrao do grupo e definio dos movimentos a serem realizados,e lembrando que ficaram livres para reproduzir o movimento que quisessem. Todos participaramativamente da atividade, e foi possvel destacar alguns movimentos sonoros reproduzidos como,escovar os dentes, andar, correr, tomar caf, etc.

    A proposta dessa atividade foi de favorecer aos futuros professores a percepo dosmovimentos que essencial para o processo da formao cognitiva e motora da criana e areflexo sobre as manifestaes da motricidade infantil compreendendo seu carter ldico eexpressivo. Refletir tambm sobre as possibilidades posturais e motoras oferecidas no conjuntodas atividades planejadas e voltadas para aspectos mais especficos do desenvolvimento corporale motor.

    No terceiro momento da atividade, foram selecionadas msicas com diferentes ritmoscomo, sertanejo, ax, pagode, romnticas, samba e de cunho infantil, que mudavam rapidamente,em frao de segundos. A proposta que todos danassem livremente de acordo com os ritmosmusicais, e que percebessem a mudana que ocorre no corpo enquanto muda-se de um ritmo parao outro, e tambm demonstrar o quanto importante prestar ateno nos movimentos e nos sonsque reproduzir-se voluntariamente.

  • ConclusoO trabalho proposto pela professora responsvel da disciplina Educao Infantil e

    orientao pedaggica dispensada, o processo de planejamento e elaborao realizados pelosdiscentes, e o suporte terico para a compreenso da psicomotricidade, levou-nos a refletir sobrea pedagogia do movimento e entender como o trabalho/ vivncia com prticas corporais ldicasajuda a criana a agir e interagir no mundo.

    Durante a oficina tivemos a oportunidade de desenvolver diversas habilidades no planomotor e ampliar as possibilidades expressivas do movimento, utilizando vrios gestos e o ritmocorporal nas brincadeiras, danas, jogos e demais situaes de interao. Foi possvel tambm autilizao expressiva intencional do movimento nas situaes cotidianas e em brincadeiras.Percebemos que todos os alunos da turma participaram e se envolveram nas atividades proposta,sendo a vivncia proveitosa e harmoniosa.

    Percebemos tambm, por meio desse projeto, que no s o aluno se beneficia comatividades ldicas corporais, mas tambm o professor, por propiciar uma aula prazerosa, seja commsicas, exerccios, jogos, entre outras atividades, trabalhando didaticamente a aprendizagem deforma divertida, e ao mesmo tempo educativa. Possibilitando assim, aos futuros pedagogos, apercepo da importncia de atividades ldicas, que envolvam o movimento, para odesenvolvimento motor das crianas.

    O movimento, como fora visto e vivenciado, ajuda a criana a adquirir conhecimento domundo que a rodeia atravs do seu corpo, de sua percepo e sensaes. Por estar ligado aaspectos afetivo ou relacional, o contato da criana com o adulto, com o ambiente fsico e comoutras crianas, d condies para que ela se desenvolva em seu ambiente. O corpo, portanto, uma forma da criana expressar a sua individualidade, reconhecer-se a si mesma e perceber ascoisas que a cerca. Nessa etapa de desenvolvimento, o trabalho com o ldico pode serdirecionado num contexto de jogos motores, musicalizao e arte, que aliado s atividadesdidtico-pedaggicas, mostra-se um instrumento educativo imprescindvel para a aprendizageminfantil.

    As vivncias corporais favorecem a aprendizagem, uma vez que por meio das quaispode-se experimentar sensaes e explorar o movimento do corpo e do espao adquirindo umsaber concreto, de maneira significativa para o educando. Cabe ao professor compreender econhecer o agir da criana atravs de seus aspectos psicolgicos, psicomotores, emocionais,cognitivos e sociais, para poder mediar e organizar atividades que abordem diferentes

  • conhecimentos, atravs de estratgias que lhes permitam vivenciar situaes de ensino-aprendizagem desafiadoras com a integrao do corpo e da mente.

    RefernciasALMADA, D. Arte: esta brincadeira coisa sria. Revista Criana do Professor deEducao Infantil. Braslia: Ministrio da Educao, n.32, 1999.

    BRASIL, Ministrio da Educao e do Desporto. Secretria de Educao Fundamental.Referencial curricular nacional para a Educao Infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998.MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades ldicas para Educao Infantil: conceitos,orientaes e prticas. 2. ed. Petrpolis,RJ: Vozes,2009.OLIVEIRA, Gisele de Campos. Pscicomotricidade: educao e reeducao num enfoquepsicopedaggico. 16. Ed. Petrpolis, RJ: Vozes, 2011WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Petrpolis: Vozes, 2008.

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