ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

28
Ananindeua O paraíso é verde Ananindeua localiza-se dentro da região metropolitana de Belém. O segundo município do Pará, reserva aos visitantes um número enorme de opções de lazer e turismo. Para os amantes do turismo ecológico, o município conta com 13 ilhas fluviais é uma pequena mostra de toda a fauna e flora amazônica. São várias pequenas comunidades que habitam ilhas constituídas por terrenos de várzea. Os limites de Ananindeua se confundem com os limites de Belém. O acesso se dá pela rodovia BR-316, que corta a cidade no meio. Para quem está na cidade e não tem muito tempo para viajar para os lugares mais distantes, Ananindeua é uma ótima opção de lazer para os dias de julho e para os fins de semana do ano todo. Tão próximo do centro de Belém, é possível visitar uma região ainda pouca conhecida pelos moradores da cidade. Ananindeua é formada pelo centro nervoso comercial e residencial que se localiza ao redor da rodovia; uma área destinada a ser um grande pólo industrial: o Distrito Industrial; outra área de grande concentração populacional formada pelos conjuntos Cidade Nova, e outras áreas como o Corucambá e Maguari. A colonização do município se deu de forma esporádica. Os primeiros colonizadores foram os habitantes das margens do rio Maguari, (que antes recebia o nome de Maguary-Açú) importante ponto fluvial do município. Os primeiros moradores vieram de outros municípios e se constituíam de viajantes que passam Do rio nasce a vida em Ananindeua O nome do rio Maguari se deve ao pássaro Maguari, ave pernalta de grande porte de cor acinzentada e preta. Os primeiros habitantes deram este nome ao local por causa da constante presença do pássaro naquele rio. O pássaro também está presente no imaginário da população ribeirinha através das lendas e contos populares. A descoberta do município começa pelo Maguari, centro histórico e núcleo pioneiro da cidade. O rio possui cerca de 7 km de curso e corre na direção sul-nordeste. Muito piscoso, ele deságua no rio Benfica. Suas águas se originam principalmente nas águas da baía do Guajará. Foi ao redor do rio que se nasceu o germe do que hoje é um dos grandes municípios do Pará. Os registros históricos mostram que o povoamento do Maguari se deu no século XIX. Foi através do rio que chegaram os primeiros ribeirinhos e foi através dele também que nasceu a primeira indústria que profetizava a vocação econômica do município. Por volta de 1916, dois irmãos ingleses, os Saunders e Davids, se estabeleceram no Maguari e criaram o extinto Curtume Maguary. Os irmãos trouxeram o progresso à região e foram responsáveis pela época áurea do município. A empresa dos irmãos ingleses trouxe o título de Vila do Maguari, uma vila operária padrão onde os empregados e moradores da região desfrutavam das benesses do florescimento econômico. Eles tinham direito a assistência médica, moradias padronizadas construídas pelas empresas, esporte e lazer. Também no século passado foi criada no Maguari, a primeira escola do município. A quinta Carmita foi construída em um terreno de natureza abundante às margens do Maguary-Açu. Quem mandou construir a escola foi José Marcelino de Oliveira que se estabeleceu na localidade depois de vir do município do Acará. Na Quinta Carmita, os alunos contavam com a formação cristã, idiomas, música, canto, pintura e pirogravura. A escola era direcionada para alunos das famílias tradicionais de Belém. Em 1921 o terreno da escola foi transformado em uma granja onde havia a criação de galinhas, a comercialização do leite e da primeira marca de água mineral do Estado: a água Maguary, extraída da fonte existente no terreno. A área onde existia a Quinta Carmita era constituída por um bosque de árvores frutíferas que

Transcript of ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Page 1: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Ananindeua

O paraíso é verde

Ananindeua localiza-se dentro da região metropolitana de Belém. O segundo município do Pará, reserva aos visitantes um número enorme de opções de lazer e turismo. Para os amantes do turismo ecológico, o município conta com 13 ilhas fluviais é uma pequena mostra de toda a fauna e flora amazônica. São várias pequenas comunidades que habitam ilhas constituídas por terrenos de várzea. Os limites de Ananindeua se confundem com os limites de Belém. O acesso se dá pela rodovia BR-316, que corta a cidade no meio. Para quem está na cidade e não tem muito tempo para viajar para os lugares mais distantes, Ananindeua é uma ótima opção de lazer para os dias de julho e para os fins de semana do ano todo. Tão próximo do centro de Belém, é possível visitar uma região ainda pouca conhecida pelos moradores da cidade.

Ananindeua é formada pelo centro nervoso comercial e residencial que se localiza ao redor da rodovia; uma área destinada a ser um grande pólo industrial: o Distrito Industrial; outra área de grande concentração populacional formada pelos conjuntos Cidade Nova, e outras áreas como o Corucambá e Maguari.

A colonização do município se deu de forma esporádica. Os primeiros colonizadores foram os habitantes das margens do rio Maguari, (que antes recebia o nome de Maguary-Açú) importante ponto fluvial do município. Os primeiros moradores vieram de outros municípios e se constituíam de viajantes que passam

Do rio nasce a vida em Ananindeua

O nome do rio Maguari se deve ao pássaro Maguari, ave pernalta de grande porte de cor acinzentada e preta. Os primeiros habitantes deram este nome ao local por causa da constante presença do pássaro naquele rio. O pássaro também está presente no imaginário da população ribeirinha através das lendas e contos populares. A descoberta do município começa pelo Maguari, centro histórico e núcleo pioneiro da cidade. O rio possui cerca de 7 km de curso e corre na direção sul-nordeste. Muito piscoso, ele deságua no rio Benfica. Suas águas se originam principalmente nas águas da baía do Guajará. Foi ao redor do rio que se nasceu o germe do que hoje é um dos grandes municípios do Pará. Os registros históricos mostram que o povoamento do Maguari se deu no século XIX. Foi através do rio que chegaram os primeiros ribeirinhos e foi através dele também que nasceu a primeira indústria que profetizava a vocação econômica do município. Por volta de 1916, dois irmãos ingleses, os Saunders e Davids, se estabeleceram no Maguari e criaram o extinto Curtume Maguary. Os irmãos trouxeram o progresso à região e foram responsáveis pela época áurea do município. A empresa dos irmãos ingleses trouxe o título de Vila do Maguari, uma vila operária padrão onde os empregados e moradores da região desfrutavam das benesses do florescimento econômico. Eles tinham direito a assistência médica, moradias padronizadas construídas pelas empresas, esporte e lazer.

Também no século passado foi criada no Maguari, a primeira escola do município. A quinta Carmita foi construída em um terreno de natureza abundante às margens do Maguary-Açu. Quem mandou construir a escola foi José Marcelino de Oliveira que se estabeleceu na localidade depois de vir do município do Acará. Na Quinta Carmita, os alunos contavam com a formação cristã, idiomas, música, canto, pintura e pirogravura. A escola era direcionada para alunos das famílias tradicionais de Belém. Em 1921 o terreno da escola foi transformado em uma granja onde havia a criação de galinhas, a comercialização do leite e da primeira marca de água mineral do Estado: a água Maguary, extraída da fonte existente no terreno. A área onde existia a Quinta Carmita era constituída por um bosque de árvores frutíferas que ladeava o rio Maguari. O casarão da escola era feito todo em madeira e chamava atenção pela beleza da arquitetura da época. Hoje, o casarão já não existe mais, no local há somente o bosque com árvores centenárias que pode ser visitado com permissão prévia do proprietário.

Por trás do corredor de estrada que corta o centro de Ananindeua e por onde passamos que diariamente  no ir e vir da correria da vida urbana, existe uma verdadeira vida bucólica que brota nas margens do rio Maguari. O município possui 13 ilhas de natureza quase intocada que serve como um verdadeiro centro de reprodução de toda diversidade biológica da floresta amazônica. Para se chegar até o rio Maguari, em um de seus inúmeros pequenos portos, é só se dirigir à estrada do Curuçambá e perguntar onde fica o “Porto do Surdo”. Neste local é possível alugar barcos que podem levá-lo a conhecer a região das ilhas, onde é possível entrar em contato direto com a natureza e com o cotidiano da vida dos moradores de um rio amazônico. As ilhas de Ananindeua são quase todas habitadas. São pequenos povoados habitados por homens, mulheres e crianças que vivem na rotina do encher e secar das águas do rio Maguari. Em cada um destes povoados é possível encontrar uma igreja, um campo de futebol, uma pequena escola e muito verde. A estrada do povo ribeirinho é o próprio rio e o seu meio principal de locomoção são as canoas e os “pô-pô-pôs”, que levam e trazem o produtor, o aluno, o professor e o visitante pelos caminhos de rio. Tão próximo da cidade é possível presenciar a harmonia que a natureza construiu através dos igarapés, rios, furos e tijucos. Igarapé Grande, João Pilatos, Maritubinha um e Maritubinha dois e Sorocaba são apenas algumas das ilhas que ficam mais próximas do Porto do Surdo e onde o visitante poderá fazer um passeio muito agradável. A principal fonte de renda dos moradores destas ilhas vem da extração do açaí, da pesca e da produção de hortaliças. A extração do açaí quase perde seu espaço para extração do palmito que foi o responsável pelo desmatamento de grande parte dos açaizais que existiam nestas

Page 2: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

ilhas. A consciência de que somente uma exploração racional das palmeiras poderia evitar o desaparecimento dos açaizeiros acabou por falar mais alto e hoje é desta forma que acontece a exploração do fruto. Por ser uma das principais atividades extrativistas daquelas comunidades, a exploração do açaí tem seu ápice no mês de novembro, quando a comunidade de Igarapé Grande realiza o seu famoso Festival do Açaí. O festival já  está inserido dentro do calendário das atividades turísticas da região das ilhas de Ananindeua. Durante o festival, a comunidade mostra as inúmeras possibilidades da utilização do fruto do açaí. Doces, sucos, bolos, licores e muitas outras iguarias podem ser degustados durante o festival. É na comunidade de Igarapé Grande que acontece também, no segundo domingo de dezembro, o círio de Nossa Senhora das Graças, padroeira da comunidade. Durante as festividades, a imagem da santa é levada, de uma comunidade para outra, em procissão por uma trilha aberta no meio da floresta. Após a procissão acontece a festa que atrai público de todas as ilhas e municípios vizinhos. Um passeio pela região das ilhas de Ananindeua é uma ótima opção de lazer para quem está em Belém e quer conhecer um pouco mais da vida dos municípios vizinhos e da vida ribeirinha que acontece em torno de sua própria cidade. É lindo, econômico e culturalmente enriquecedor para quem se aventura. O passeio todo pode ser feito em apenas um dia

adrielsonfurtado.blogspot.com/

sábado, 12 de março de 2011

Manuel Nazareno: A maior fonte de informação oral da região insular de Ananindeua

Foto: Manuel Nazareno (Almeida, 2009)

No inicio dos anos de 1900, o musico Sr. Domiciano Farias foi tocar em uma festa na Ilha de São Pedro, lá ele conheceu a Senhorita Cristina dos Anjos Farias, filha de um dos funcionários da ilha. Após esse encontro os dois se casaram e compraram uma propriedade na ilha de João Pilatos da Sra. Bibiana, transformaram a área em um sitio que ficou conhecido como “Sitio Paraíso”, que no decorrer dos anos deu lugar a comunidade de Igarapé Grande.

O Sr. Domiciano e a Sra. Cristina tiveram 11 filhos, dentre eles a Sra. Maria Tomázia dos Anjos, que também teve 11 filhos, destes nasceu em 1943 o Sr. Manuel Nazareno Souza Farias.

Page 3: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Nazareno cresceu acompanhando seus pais em suas atividades de subsistência, assim ele aprendeu a lidar com os recursos disponíveis na floresta e nos rios, seus usos, suas épocas e formas de extração. Ouviu muitas histórias repassados pelas gerações através de relatos orais, além de vivenciar muitos momentos importantes e determinantes para o presente das famílias insulares.

Em sua juventude casou-se com Valdenora Assunção Navegante indo morar na ilha de Santa Rosa, local onde mais tarde passou a se chamar de Cajueiro.

Anos depois veio morar com sua família no Curuçambá. Sua maior contribuição ao bairro foi a doação de parte de seu terreno para a construção de uma escola. No ano de 1989, a escola foi inaugurada e recebeu o nome de “Príncipe da Paz”, que atualmente oferece ensino de 1° e o 2° grau.

Dentre as suas qualidades, o saber ouvir e o falar são as suas maiores virtudes, que o tornaram, ao longo dos últimos anos, na maior referência viva e facilitador da transmissão dos fatos e acontecimentos históricos da região onde nasceu. Auxiliando no desenvolvimento de diversos trabalhos como matérias de jornais, revistas, mapas, trabalhos acadêmicos, programas de televisão, etc.

Foto: Manuel Nazareno em entrevista ao Programa Expedição Fala Pará da TV Record Belém (Almeida, 2009).

Seus trabalhos ajudaram na legalização e fundação das comunidades insulares, nos projetos sociais, culturais e econômicos da administração municipal de Ananindeua.

O Sr. Ari Modesto costuma falar que nós somos os discípulos do saber do seu Nazareno. Ari como é conhecido é outro Amigo que também aprendeu muito com o Sr. Nazareno e ajudou-me no desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos.

Page 4: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

O Sr. Ari assim como o Sr. Nazareno dedicaram parte de seu tempo e trabalho na fundação de comunidades, associações, construção templos religiosos, barracões comunitários, trapiches, realização de festas e celebrações religiosas, além de intermediar entre o poder publico e as populações ribeirinhas. Seus esforços, insistência e dedicação ajudaram na construção de uma nova realidade para as famílias ribeirinhas.

Esta postagem é uma homenagem ao Sr. Manuel Nazareno, minha maior fonte de informações orais, que nos últimos anos ajudou-me a interpretar e a construir, com base nos dias atuais, parte do cenário histórico da região insular de Ananindeua.

Com ele aprendi que deter qualquer forma de conhecimento para si, achando que dessa forma serei grande e importante, é a forma mais errônea de garantir que o conhecimento adquirido torne-se reconhecido pelos outros num futuro próximo.

Postado por Adrielson Furtado às Sábado, Março 12, 2011 0 comentários Links para esta postagem

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ilha de São Pedro: Um sítio histórico entre Belém e Ananindeua.

Foto: Casarão da Ilha de São PedroFonte: Almeida (2008)

A ilha de São Pedro localiza-se ao sul da ilha do Mosqueiro, distante 27,8 km do centro de Belém. Possui uma área de 416.80 há, correspondendo a 4.168 Km² (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2007).

Page 5: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Foto: Vista da chegada a ilha de São Pedro

Durante as administrações municipais passadas, alguns dos gestores de Ananindeua consideravam que a ilha estava dentro dos seus limites territoriais. Divulgando seu nome e sua história em materiais impressos como mapa e folders.

Sua história possui forte e inseparável ligação com as ilhas de Ananindeua, principalmente Santa Rosa, Sororoca e João Pilatos, pois no processo de ocupação deste território insular a ilha de São Pedro foi uma das primeiras a ser ocupa e explorada economicamente (ALMEIDA,2006; ALMEIDA, 2008).

No século XVIII foi implantado um engenho para a produção de açúcar e cachaça pelos Alemães, que utilizavam as ilhas de João Pilatos, Santa Rosa e Sororoca para cultivar canas para a produção de açúcar (ALMEIDA,2006; ALMEIDA, 2008).

No século XIX os alemães deixaram a ilha que passou a pertencer ao português Manoel Coimbra que iniciou os seus trabalhos com ajuda de alguns dos antigos empregados. O português registrou em cartório a posse da ilha (ALMEIDA,2006; ALMEIDA, 2008).

Page 6: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Foto: Casarão da IlhaFonte: Almeida (2008)

Os empregados da ilha de São Pedro passaram a ocupar as ilhas próximas, constituindo famílias e fundando localidades e comunidades, como as comunidades de Igarapé Grande (Ilha de João Pilatos), Roldão e Remanso (Ilha de Santa Rosa) (ALMEIDA, 2008).

Com base nas informações orais, verifica-se que a ilha exerceu grande influência nos séculos anteriores em virtude de seus empreendimentos, configurando-se uma relação de coexistência com as demais ilhas de Ananindeua, que naturalmente as consideravam como parte integrante do mesmo território.

No entanto, segundo o Diário Oficial do Estado do Pará, de 16 de dezembro de 1993, a ilha pertence ao município de Belém conforme a Lei nº 5.778. Reforçada pelas leis municipais n° 7.682 de 12 de janeiro de 1994, Lei n° 7.806 e 30 de julho de 1996, Lei nº 8.655, de 30 de julho de 2008, que instituem a região insular, a divisão político administrativa do município de Belém, em que a ilha de São Pedro passa a pertence ao Distrito Administrativo da Ilha do Mosqueiro (DAMOS) e o Plano Diretor de Belém (ALMEIDA,2006; ALMEIDA, 2008; PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2007). .Atualmente a ilha faz parte da Zona do Ambiente Natural 2 (ZAN) – Setor III, estabelecida pelo Plano Diretor Lei n° 7.684 de 12 de Janeiro de 1994, divida para fins de estudo, obedecendo às características comuns de forma a permitir a elaboração de atividades relacionadas à sua utilização, tendo como objetivo manter a ambiência paisagística e a preservação do seu sítio histórico, bem como, o uso racional dos seus recursos, que em conjunto com as outras ZAN visam à manutenção da qualidade de vida na cidade de Belém (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2007).

Page 7: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

A ilha de São Pedro é uma propriedade particular em que encontram- se as instalações da cerâmica, de um museu industrial, uma capela datada do século XIX e restaurada na década de 1930, as casas dos funcionários e, uma casa em estado de conservação construída pelos alemães e, habitada e administrada pelo português Elísio Capela, filho do português Manuel Coimbra.

Foto: Placa de sinalização do Museu IndustrialFoto: Almeida (2008)

Foto:Maquinario do Museu Industrial da Ilha de São PedroFonte: Almeida (2008)

Page 8: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Foto: Capela da Ilha de São PedroFonte: Almeida (2008)

Foto: Casas dos funcionários da Ilha de São PedroFoto: Almeida (2008)

Fontes:

ALMEIDA, Adrielson Furtado. Ananindeua e a sua identidade cultural. 2006. 108f Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Turismo) – Centro Sócio-Econômico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.

ALMEIDA, Adrielson Furtado. Diagnóstico sócio-ambiental da região insular de Ananindeua (PA): uma proposta de zoneamento turístico. 90f. (Monografia de Especialização em Gestão Ambiental). Núcleo de Meio Ambiente, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.

Page 9: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

PARÁ, Lei n° 5.778, 15 de dezembro de 1993. Define os limites político-administrativos e territoriais entre os municípios de Belém e Ananindeua e dá providências. Diário Oficial do Estado: Belém, n° 27.615, 16 de dez. 1993.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. Diagnóstico da região insular do município de Belém. SILVA, Sérgio Brazão (Org). Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão, Fundação de Apoio a Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias. Belém: 2007.

Postado por Adrielson Furtado às Sexta-feira, Março 04, 2011 0 comentários Links para esta postagem

domingo, 23 de janeiro de 2011

Abacatal: Terras de Herança

A Colônia Agrícola de Abacatal localiza-se nas coordenadas 48°21´ de latitude sul e 01°25´de longitude norte, às margens do igarapé Uriboquinha, que desemboca no rio Guamá. O acesso é feito a partir da Estrada Santana do Aurá, que dista 8 km do centro de Ananindeua.

Localização de AbacatalIlustração: Almeida (2008)

Na comunidade residem cerca de 75 famílias, que contam com escola, centro e barracão comunitário, casa de farinha, campo de futebol, etc.

Page 10: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Casa de AbacatalFoto: Almeida (2008)

No período colonial vários sítios e povoados são formados às margens de rios e igarapés (Guamá, Capim e Moju) por homens livres, brancos, cafuzos, índios e mamelucos. No século XIX, a população rural era representada por 45% de negros, fixados em fazendas, engenhos, pequenas vilas e na cidade.

Na origem histórica de Abacatal há dois protagonistas: o Conde Coma Mello e a escrava Olímpia, segundo informações orais das atuais gerações, da união desses dois personagens em 1790 nasceu uma menina. O senhor de escravo não tinha filhos e reconheceu as três filhas que teve com a escrava Olímpia deixando como herança as terras do Abacatal.

A fazenda do Conde correspondia a uma sesmaria equivalente a uma légua, na qual ele construiu um engenho com um casarão, com plantações de cana-de-açúcar e cacau.

As três filhas de Olímpia ou as três Marias eram: Maria do Ó Rosa Moraes, Maria Filismina Barbosa e Maria Margarida Rodrigues da Costa.

Com a abertura da estrada de ferro de Bragança, os moradores tiveram suas formas de comunicação alteradas, que antes era feita pelo rio Guamá até chegar aos portos da capital. De 1910 a 1956 utilizaram a rota pelo Uriboquinha para chegar a Marituba e a Belém. A partir desse ano os moradores foram impedidos de continuar transitando pelo igarapé.

Page 11: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Caminhos de AbacatalFoto: Almeida (2008)

Na década de 1940, com a retomada da política baseada no cultivo da Hevea, as terras adjacentes a Abacatal foram doadas pelo Estado à empresa Pirelli, que recebeu uma concessão de 7.300 há ao longo do rio Guamá, estendendo-se até o igarapé Uriboquinha, ficando o cemitério São Sebastião das famílias de Abacatal dentro das terras do empreendimento, bem como as ruínas do engenho do Uriboca pertencente a fazenda Castanhalzinho. Depois a Pirelli juntou-se a Companhia Industrial Brasileira originando a Guamá Agro-Industrial S/A.

Localização da área da PirelliIlustração: Almeida (2008)

Page 12: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Plantio de SeringueirasFoto: Almeida (2008)

Somente em 1974, foi aberta a estrada que liga Abacatal a Ananindeua, para facilitar a venda de pedra, madeira e carvão por meio de caminhões, tendo Luiz Mesquita o principal interessado, que juntamente com Justino foram responsáveis por vários conflitos de terra, motivados pela ausência de documentos que comprovasse o titulo de terras de Abacatal, onde restavam apenas à história oral dos fatos transmitidos ao longo das gerações.

Trecho da estrada de acesso ao AbacatalFoto: Almeida (2008)

Page 13: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Portão de entrada do AbacatalFoto: Almeida (2008)

A titulação definitiva da área que ocuparam por quase dois séculos veio após três confrontos entre as famílias do Abacatal com os apropriadores das terras:

O 1º registro de terra foi expedido a favor de Justino Canuto dos Santos na data 02/12/1954 assinado pelo Governador Magalhães Barata, casado através do Decreto nº 2.285 de 12/06/1957. Justino instalou-se no Abacatal após manter relações familiar com alguns moradores.

O 2º titulo foi novamente cancelado em 14/10/1988, pertencente a Justino Canuto dos Santos, que teve seu nome ratificado judicialmente para Justino de Oliveira dos Santos.

O 3º ato informa a legalização de 204 ha a favor de Justino, que vendeu as terras à empresa de Transporte e Comércio Rio Castanho Ltda. fato este que ocasionou uma série de conflitos entre os anos de 1987 e 1988.

Por volta de 1710 a 1790, os escravos pertencentes ao Conde construíram um Caminho de Pedras que se estendia do igarapé Uriboquinha à casa do Conde. O caminho tornou-se o símbolo da escravidão e do território, fato este que comprovava na ausência de documentos a existência das terras herdadas pelas três Marias.

Page 15: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Caminho de PedrasFoto: Almeida (2008)

Em 1998, Abacatal teve suas terras regularizadas em 13 de maio de 1999, reduzida de 2.100ha para 310ha.

Ao longo dos séculos, Abacatal configurou-se um lugar de resistência resultante da colonização onde persistiram o modo de vida, a agricultura e as atividades extrativistas, sob a intervenção do Governo Provincial, da estrada de ferro de Bragança, a expansão da cidade de Belém, a “mercadorização” das terras, a construção da Alça Viária, o Parque Ambiental de Belém ou Parque Ecoturístico do Guamá (PEG) e a Área de Proteção Ambiental de Belém (APA-Belém). Configurando-se no final do século XX como uma terra de herança.

Fonte: MARIN. R. A; CASTRO, E. No caminho de pedras de Abacatal: experiência social de grupos negros no Pará. Belém: NAEA/UFPA, 2º ed. 2004.

Postado por Adrielson Furtado às Domingo, Janeiro 23, 2011 0 comentários Links para esta postagem

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CENSO 2010: Crescimento populacional do município de Ananindeua nos últimos 60 anos.

Em 1950, a população total segundo o CENSO 1950 era de 14.303 habitantes distribuidos nos distritos existentes: Ananindeua (7.743 hab.), Benevides (2.055 hab.), Benfica (2.055 hab.) e Engenho do Aracy (2.423 hab.), incluindo as colônias agricolas denominadas de Chicano, Carmo e Benevides (CRUZ, 1955).

Em 1960, a população total segundo o CENSO 1960 era de 20.478 habitantes, um aumento de 30% em relação ao CENSO DE 1950.

Page 16: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Moradores de Ananindeua (Fonte: IBGE)

Em 2000, a população era de 393.569 habitantes, representando um aumento de 95% em 40 anos.

Em 2010, segundo os primeiros dados do CENSO 2010, Ananindeua possui 471.744 habitantes, um aumento de 17% em relação ao CENSO 2000.

Em 1950, a população era composta em sua maioria por homens com 6.960 hab. (48,66%), enquanto as mulheres eram 6.343 hab. (44,34%). Após 60 anos, esse quadro enverteu, as mulheres são a maioria com 245.207 hab. (51,98%) em relação aos homens que são 226.537 hab. (48,02%).

No espaço de 60 anos, o crescimento populacional foi de 97%. Ananindeua em 2010 completou no dia 03 de janeiro 67 anos de municipalização, sendo o 2° município mais populoso do Estado do Pará, ficando atrás apenas da Capital Belém que possui 1.392.031 hab.

Esse aumento populacional é resultante do processo de deslocamento da expansão urbana iniciada na cidade de Belém em direção a Ananindeua e aos outros município da Região Metropolitana de Belém (RMB), habitando esses espaços por não conseguirem se estabelecer na capital, motivados pela busca de uma oportunidade de emprego, moradia, educação, saúde, etc.

Ananindeua tornou-se ao longo dos anos a grande oportunidade para aqueles que um dia deixaram suas cidades, vilas e lugarejos na busca da inclusão no processo urbanização impusionada pela capital.

Fonte:ALMEIDA, A. F. Ananindeua e a sua identidade cultura. 2006. 108pg. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Turismo) - Centro Sócio-Econômico, UFPA, 2006.

CRUZ, Ernesto. A estrada de Ferro de Bragança. Visão social, econômica e

Page 17: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

política. 1955. p. 75.

Primeiros Dados do CENSO 2010. Extraído do site: www.ibge.gov.br

Postado por Adrielson Furtado às Sexta-feira, Janeiro 07, 2011 0 comentários Links para esta postagem

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Região Insular de Ananindeua: 14 ou 9 ilhas?

Foto: Igarapé do Curuçambá (Almeida, 2010)

O texto a seguir foi extraido da dissertação de Almeida (2008)(pág. 13-14):

"Nas pesquisas realizadas por Almeida (2006), devido às dificuldades do trabalho de campo à época, a quantidade de ilhas registradas foram 14, pois ilhas que possuíam nome em duplicidade foram consideradas como sendo duas ilhas diferentes, como por exemplo, a ilha de Guajarina, também é conhecida como Jarina. Almeida (2006) também considerou como tal Arauarí e Santa Maria e, por último as ilhas de Periquitos e Redonda ou Tacho, a qual pertence aos municípios de Santa Bárbara do Pará e Benevides, respectivamente.

Conforme a Lei n° 5.778/93 (PARÁ, 1993), que define os Limites Político-Administrativos e Territoriais entre os municípios de Belém e Ananindeua, as ilhas do Mutá, Arauarí, Sororóca e São José da Sororóca não pertenciam ao município de Ananindeua. Porém, no ano de 2000, o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) ao realizar o censo nesta região, os ribeirinhos informaram que a ilha onde residiam pertencia ao município de Ananindeua e não ao município de Benevides.

Page 18: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Segundo informação oral dos ribeirinhos, a Prefeitura de Benevides na época deixou de administrar estas ilhas. Desde então tais ilhas passaram a ser consideradas pertencentes ao município de Ananindeua e, estão sendo incluídas no planejamento administrativo da Prefeitura Municipal.

Portanto, a área insular em questão possui 12 (doze) ilhas, sendo 3 (três) pertencentes aos municípios de Benevides (ilha Redonda), Belém (ilha de São Pedro) e Santa Bárbara do Pará (ilha dos Periquitos), e 9 (nove) pertencentes ao município de Ananindeua."

As noves ilhas são:1 - Viçosa2 - João Pilatos3 - Santa Rosa4 - Mutá5 - Arauarí6 - São José da Sororoca7 - Sororoca8 - Sassunema9 - Guajarina

Fontes citadas:

ALMEIDA, Adrielson Furtado. Ananindeua e a sua identidade cultural. 2006. 108fTrabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Turismo) – Centro Sócio-Econômico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.

ALMEIDA, Adrielson Furtado. Diagnóstico sócio-ambiental da região insular de Ananindeua (PA): uma proposta de zoneamento turístico. 90f. (Monografia de Especialização em Gestão Ambiental). Núcleo de Meio Ambiente, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.

PARÁ, Lei n° 5.778, 15 de dezembro de 1993. Define os limites político-administrativos e territoriais entre os municípios de Belém e

Limite Municipal de Ananindeua

Ananindeua fica situado na microrregião de Belém e, mesorregião Metropolitana de Belém. Possui uma área de 177,42 Km² e dista de Belém 17,75 km. Seus limites são:Norte: oeste e sul: Limita-se com o município de Belém;Leste: Limita-se com os municípios de Benevides, Marituba e Santa Bárbara;Sul: Limita-se com o Rio Guamá.

A área urbana possui os seguintes setores: 40 horas, Águas Lindas, Ananindeua Centro, Aura, Cristo Redentor, Cidade Nova Alta, Cidade Nova Baixa, Curuçambá,

Page 19: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Distrito Industrial, Guanabara, Icuí Guajará, Jaderlândia, Levilândia, PAAR, Una.

Após a criação do município em 1943 as questões dos limites Belém-Ananindeua, tiveram a sua primeira delimitação em 31 de dezembro de 1948. Sendo alterada em 11 de março de 1955, mas, foi desconsiderada pelo Supremo Tribunal Federal que fez permanecer vigente a Lei n° 1.58/48. Em 29 de dezembro de 1961 houve uma reordenação dos municípios paraenses e manteve intacto o limite entre os municípios de Belém e Ananindeua.

A partir de 1980, com o acelerado crescimento urbano relacionado diretamente ao processo de metropolização de Belém, provocou a conurbação com Ananindeua, que se tornou a principal área de expansão da capital. Dessa forma, ficou difícil identificar onde termina o município de Belém e onde começa o município de Ananindeua, tanto que em 16 de dezembro 1993 houve uma revisão dos limites através da lei que define os novos limites políticos administrativos e territoriais entre os dois municípios, publicada no Diário Oficial do Estado. Mesmo assim, a questão da identificação dos limites só é possível através de mapas ou pela legislação vigente.

Foto: Mapa básio da área urbana de AnanindeuaFonte: COHAB/1997

Veja na integra a definição dos limites municipais entre Belém e Ananindeua:

“Começam na foz do rio Aurá no Rio Guamá, ponto de Coordenadas P1 (9.839.100n e 789.400E), seguem montante pelo leito natural do rio Aurá até sua

Page 20: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

nascente no ponto de coordenadas P2 (9.844.189N e 789.400E), daí seguindo na direção Norte até alcançar a estrada de Santana do Aurá no ponto de coordenadas P3 (9.844720N e 792.180E), deste ponto segue à esquerda pelo eixo da estrada Santana do Aurá até chegar ao ponto de coordenadas P4 (9.844.130N e 781.200E), daí seguem à direita pelo eixo da Estrada Santana do Aurá até o ponto de coordenada P5 (9.844.370N e 791.145E), no entroncamento da referida Estrada com a Travessa São Raimundo, daí seguem à esquerda pelo eixo da estrada até a distância de 750 metros, ponto de coordenadas P6 (9.844.160N e 790.420E), deste ponto, por uma reta de 1.135 metros, sentido noroeste (NW), alcançam o entroncamento da Rua Minas Gerais com a Rua Maceió, ponto de coordenadas P7 (9.845.220N e 790.040E), daí seguem à direita pelo eixo da Rua Maceió até a Avenida Amazonas no ponto de coordenadas P8 (9.846.100N e 790.000E), deste ponto segue à esquerda pelo eixo da Avenida Amazonas até a Rua Osvaldo Cruz, ponto de Coordenadas P9 (9 845.940N e 789.600E), deste ponto seguem à esquerda pelo eixo da rua Osvaldo cruz até ultrapassar em 160 metros a avenida Ceará, ponto de coordenadas P10 (9.845.130N e 789.620E), deste ponto, por uma reta de 500 metros no sentido sudoeste (SW) ao ponto a 115 metros ao sul do entroncamento da Passagem União com a rua Jardim providência, ponto de coordenadas P11 (9.844.890N e 789.195E), deste ponto por outra reta de 380 metros no mesmo sentido, alcançam o entroncamento da Passagem Boa Esperança com a Rua celestino Rocha, no ponto de coordenadas P12 (9.884.895N e 788.865E), seguem pelo eixo da Passagem Boa esperança até a Rua Ricardo Borges no ponto de coordenadas P13 (9.844.300N e 78.560E), seguem à direita pelo eixo da Avenida Ricardo Borges até o entroncamento com a Passagem Iracema no ponto de coordenadas P14 (9.844.300N e 78.560E), seguem à direita pelo eixo da passagem Iracema até a Estrada Pedreirinha no ponto de coordenadas P15 (9.844.130N e 788.240E), seguem no sentido norte pelo eixo da Estrada Pedreirinha até atingir a margem direita do Igarapé Água Preta no ponto de coordenadas P16 (9.845.860N e 788.220E), deste ponto seguem para a jusante pela margem direita do Igarapé Água Preta até encontrar o eixo de prolongamento da Passagem Santa Isabel no ponto de coordenadas P17 (9.844.255N e 787.710E), Seguem no sentido norte pelo eixo da Passagem Santa Izabel até a passagem Simões no ponto de coordenadas P18 (9.845.360N e 787.680E), seguem na direção oeste pelo eixo da Passagem Simões até a Rua Parabor no ponto de coordenadas P19 (9.845.350N e 787.430E), deste ponto segue no sentido sul pelo eixo da Rua da Parabor até a Travessa Tiradentes no ponto de coordenadas P20(9.845.115N e 787.435E), seguem pelo eixo da Passagem Tiradentes até encontrar a Rua do Fio no ponto de coordenadas P21 (9.845.120N e 787.340E), seguem no sentido sul pelo eixo da Rua do Fio até encontrar o Linhão da AT da ELETRONORTE no ponto de coordenadas P22 (9.844.680N e 787.340E), seguem à direita pelo eixo central do Linhão da AT da ELETRONORTE até encontrar o eixo da Estrada Moça Bonita no ponto de coordenadas P23 (9.844.400n e 786.680E), deste ponto seguem na direção norte pelo eixo da Estrada Moça Bonita até encontrar o eixo da Rodovia BR 316 no ponto de coordenadas P24 (9.845.270N e 786.620E), seguem no sentido geral oeste, pelo eixo da Rodovia BR 316 até encontrar o eixo da Passagem Jarbas

Page 21: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Passarinho no ponto de coordenadas P25 (9.844.680N e 786.620E), seguem no sentido geral Norte pelo eixo da Passagem Jarbas Passarinho até a Passagem Tupi no ponto de coordenadas P26 (9.845.560N e 786.040E), seguem pelo eixo da Passagem Tupi até a Rua Santa Odília no ponto de coordenadas P27 (9.845.560N e 786.000E), seguem na direção norte pelo eixo da Passagem Santa Odília até a Passagem São Raimundo no ponto de coordenadas P28 (9.845.740N e 786.050E), seguem pelo eixo da Passagem São Raimundo sentido geral Oeste até a Passagem Snapp no ponto de coordenadas P29 (9.845.600N e 785.880E), seguem pelo eixo da Passagem Snapp no sentido geral norte até a Passagem 1° de Maio no ponto de coordenadas P30 (9.846.360N e 786.060E), seguem pelo eixo da Passagem 1° de Maio até a Rua do Una (Rod. Transcoqueiro), no ponto de coordenadas P31 (9.846.840N e 785.480E), seguem pelo eixo da Rodovia do Una até a passagem Jarbas Passarinho no ponto de coordenadas P32 (9.847.660N e 766.040E), seguem pelo eixo da Passagem Jarbas Passarinho até encontrar a Rua Haroldo Veloso no ponto de coordenadas P33 (9.847.420N e 786.240E), seguem pelo eixo da Rua Haroldo Veloso (Rod. Transcoqueiro) até alcançar a Rodovia do Coqueiro no ponto de coordenadas P34 (9.848.540N e 787.010E), seguem pelo eixo da Rodovia do Coqueiro no sentido geral nordeste até alcançar o igarapé do Ariri no ponto de coordenadas p35 (9.851.320N e 784.860E), seguem pela jusante pelo talvegue do Igarapé Ariri até sua foz no Furo do Maguari ou Caratateua no ponto de coordenadas P36 (9.855.500N e 786.700E), seguem no sentido geral norte pelo curso do Furo do Maguari até a Baia de Santo Antônio, continuando pela costa oriental da Baia de Santo Antônio até alcançar o Furo das marinhas, seguem pelo curso das Marinhas, costeado a ilha de São Pedro que fica para Belém, até a Boca do Furo do Mutum ou Mutá”.

ALMEIDA, A. F. Ananindeua e a sua identidade cultural. (Trabalho de Conclusão do Curso de Turismo)Centro Sócio-Econômico:UFPA, 2006.

Postado por Adrielson Furtado às Quarta-feira, Junho 02, 2010

é um município brasileiro do estado do Pará. Localizado na Grande Belém,

é o segundo mais populoso município do estado e o terceiro da Amazônia. Sua população

estimada é de 498.095 habitantes, está a uma latitude 01º21'56" sul e a uma longitude

48º22'20" oeste.Possui uma área de 191,42,9 km².

O nome Ananindeua é de origem tupi, deve-se a grande quantidade de árvore chamada

Anani, uma árvore que produz a resina de cerol utilizada para lacrar as fendas das

embarcações. A cidade é originária de ribeirinhos, começou a ser povoada a partir da

antiga Estrada de Ferro de Bragança.

Originalmente considerada "cidade dormitório", apresentou um considerável

desenvolvimento nos últimos anos, decorrente da falta de espaço para a construção de

FOTOS

 

Page 22: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

novas moradias em Belém. Teve seu maior incremento polpulacional a partir da

construção ba BR-010 (Belém-Brasília)na década de 1960, na qual as industrias

localizadas em Belém começaram a se estabelecer ao longo desta rodovia. Na década de

1970, inicia a construção do primeiro conjunto habitacional Cidade Nova, programa de

habitação de ambito Federal, sob responsabilidade da Companhia Habitação do Estado

do Pará (COAHB), foi uma espécie de ordenamento da periféria. A área foi adquirido aos

poucos, pertencia em sua maioria a japones e nordestinos, que possuim hortas e granjas,

a COHAB comprou os terrenos e foi inaugurando as Cidades Novas, que ao todo são 9

(nove). Depois foi inaugurado o conjunto Guajará, em seguida seria inaugurado o

conjuto PAAR (Pará, Amapá, Amazonas e Roraima), no entanto, em sua fase final foi

invadido por populosos e por um breve período da história do município foi considerado

como a maior invasão da América Latina, hoje ele é considerado um conjuto

habitacional. As margens desse processo, surgiram as áreas de invasões expontaneas,

localizadas principalmente próximas aos conjutos habitacionais. hoje a area continetal

de Ananindeua concentra mais de 90% da população do município (ALMEIDA, Adrielson

Furtado. Ananideua e a sua identidade cultural. Belém: UFPA. 2006)

A área insular de Ananideua, fica ao norte do município, sendo composta por 9 ilhas, são

elas: Viçosa, João Pilatos, Santa Rosa, Mutá, Arauari, São José da Sororóca, Sororóca,

Sassunema e Guajarina. É ´formada por inúmeros rios, com destaque para o Maguari, e

furos, com destaque para o da Bela Vista e das Marinhas, e igarapés. (ALMEIDA,

Adrielson Furtado. Proposta de zoneamento turistico para a região insular de

Ananindeua/PA. Belém: UFPA. 2008)

Nenhum vídeo cadastrado no momento

 

AGENDA CULTURAL 

Nenhum registro encontrado!  

Na Região Metropolitana de Belém, um município esconde surpresas para quem está acostumado a só ver um aglomerado urbano.

A metrópole amazônica, às vésperas do terceiro milênio, ainda preserva hábitos caboclos. Em tempos de "shopping-centers", assim mesmo, em inglês, e hiper-mercados, a pouca distância do burburinho da cidade grande, é possível se encontrar comunidades que mantêm o sustento como seus ancestrais, convivendo com o moderno sem alterar seus costumes. É o caso das comunidades existentes em Ananindeua: os moradores das ilhas de São José (ou Santa Rosa) e João Pilatos, e os descendentes dos escravos na colônia do Abacatal. Ananindeua é mesmo um lugar de contrastes:

experimentando, hoje, um surto de progresso, fruto do trabalho desenvolvido pelo prefeito Manoel Pioneiro, é, na verdade, um município que abriga ao mesmo tempo as maiores concentrações habitacionais da região, um Distrito Industrial a caminho da expansão, instituições de pesquisa de renome internacional e uma zona rural que lembra o mais distante interior do Estado. Além de ser um celeiro de mulheres bonitas, com um número expressivo de vencedoras de concursos de beleza. Tudo isso numa área de 191,4 quilômetros quadrados e num município que é ainda bastante jovem, apesar de estar situado na área de colonização mais antiga do Estado Tudo começou com a construção da Estrada de Ferro de Bragança e a instalação de uma estação de embarque e desembarque numa região habitada por ribeirinhos que ocuparam a região a partir dos episódios da Cabanagem. Em 1916, a área passou a receber levas de nordestinos, vindos para trabalhar no Curtume Maguari, criado pela firma inglesa Sounders &

Page 23: ILHA IGARAPÉ GRANDE - Ananindeua

Davids. A Vila do Maguari, construída para abrigar os operários do Curtume, é considerada o núcleo urbano mais antigo da cidade. A transformação do antigo distrito de Santa Izabel em município se deu durante o governo do interventor Magalhães Barata, por Decreto, em 30 de Dezembro de 1943. A instalação foi em 3 de Janeiro de 1944. O nome, Ananindeua, originário da língua Tupi, quer dizer " lugar de Anani", Symphonia globulifera árvore da família das gutiferáceas que produz uma resina conhecida como " cerol", muito utilizada na calafetação de embarcações. A árvore que deu o nome ao município já não é encontrada com facilidade e o município criado por Magalhães Barata ficou tão ligado a Belém que se torna difícil determinar os limites dos dois municípios. A pequena população, formada no início por fugitivos dos confrontos da Cabanagem e operários do curtume, está hoje estimada em 550 mil habitantes. O Conjunto Residencial Cidade Nova começou com uma pequena área e hoje já chega a 9 conjuntos com o mesmo nome; o bairro do PAAR ( de Pará, Amapá, Amazonas e Roraima) é a maior área de ocupação da América Latina, com 22 mil residências cadastradas e o que começou com ocupações desordenadas começa a ganhar ares de urbanidade. É em Ananindeua que está situado o Distrito Industrial, para receber as novas indústrias que se instalarem na metrópole e onde o Instituto Nacional de Primatas escolheu uma área para funcionar, em pesquisas de importância para as ciências do mundo inteiro. Ananindeua ainda abriga mansões de famílias ricas que preferiram viver num ambiente mais bucólico, clubes de lazer, um haras com cavalos puro sangue português, isso tudo sem esquecer as comunidades da zona rural. Assim é um município metropolitano que cresce sem esquecer seu passado caboclo, com muito orgulho!