IIISimpósio Mineiro de Ciência do Solo 13 - Intoxicação através do solo e... · Consumo água...
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IIISimpósio Mineiro de Ciência do Solo
Contaminantes químicos do solo e da água
Rúbia Kuno
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
Divisão de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental
Viçosa, 16 de abril de 2015
Origem das substâncias químicas presentes na água de consumo
Naturais Na As Hg U / Rn Agrotóxicos Toxinas algas
F Cl Br I
CHX3
Distribuição
Tubulação (Pb, Cu)
Reservatório (asbesto)
Princípios para priorizar as substâncias no gerenciamento de riscos
Dois principais critérios •Alta probabilidade de ocorrência na água - exposição do consumidor •Efeito danoso à saúde
Período de exposição considerado – efeitos de contaminantes em água de consumo são devidos à exposição a longo prazo
Estratégia de gerenciamento de risco – ex: se exposição pela água é insignificante, melhor controlar outra via mais importante, alimento
Dados locais e nacionais de vigilância em saúde e estudos epidemiológicos – p. ex. prevalência de alguma doença como arsenicose, deve-se investigar a água
Substâncias que degradam a qualidade estética (gosto, odor, aparência) ou causam problemas no sistema de tratamento (corrosão ou incrustação)
Limites com base na proteção da saúde humana
•Concentrações que em geral não têm impacto negativo à saúde se consumidas durante toda a vida
•A concentração de uma substância na água deve ser reduzida antes de chegar ao consumidor – processos físico, químicos e biológicos podem reduzir a concentração de contaminantes específicos entre suas fontes e os consumidores •A simples presença de uma substância química na água de consumo não necessariamente implica na exposição do consumidor a concentrações preocupantes. A concentração pode estar bem abaixo do limite.
Tabela – Substâncias com limites baseados em efeitos à saúde
Fatores que afetam as concentrações ao longo dos caminhos de exposição
Os contaminantes que ocorrem em mananciais não necessariamente estão presentes na água de consumo em concentrações significativas – processos naturais e de tratamento podem reduzir as concentrações
Processos naturais •Mistura e diluição •Volatilização – compostos orgânicos voláteis •Adsorção – orgânicos e inorgânicos adsorvidos a solo, sedimento, rochas, principalmente presença de argila ou de solos ou sedimento rico em carbono orgânico. Reduz mobilidade da substância no ambiente, reduz concentração na água. Tratamento para reduzir patógenos, floculação e filtração também reduz contaminantes •Condições químicas do ambiente – metais (Fe,Cu) mais solúveis em pH ácido; Al e Zn mais sol. Em pH alcalino •Degradação biológica •Vulnerabilidade da água subterrânea
Metais tóxicos
• Arsênio • Cádmio • Crômio • Chumbo • Mercúrio
Compostos inorgânicos
Arsênio – ocorre naturalmente, encontrado combinado com substâncias orgânicas e inorgânicas.
Compostos de As inorgânico são encontrados nos solos, sedimentos e água subterrânea. Esses
compostos ocorrem naturalmente ou são resultado da atividade minerária (ouro, prata, cobalto,
níquel, chumbo, cobre e antimônio), fundição de minério, e usos industriais do As. Usado na
produção vidros, ligas não-ferrosas, eletrônicos, preservantes de madeira, agrotóxicos, promotores
de crescimento aves e suinos (Roxarsone). Os compostos orgânicos de As são encontrados em
peixes e frutos do mar (não tóxicos para humanos).
Exposição – água e alimentos; contato com solo contaminado or madeira preservada com As.
Efeitos na saúde – níveis elevados de arsênio inorgânico: nausea, vômito, e diarréia evoluindo para
desidartação e choque. Exposição a longo prazo níveis elevados em água: lesões na pele e
aumento do risco de diabetes, pressão alta, e vários tipos de cancer.
Ocorrência de Arsênio
Fonte: BGS. British Geological Survey. www.bgs.ac.uk/arsenic/
Exposição crônica: escurecimento da pele e aparecimento de calos ou verrugas.
Arsênio inorgânico – carcinógeno humano (OMS, USEPA); pulmão, pele, bexiga, fígado, rins e
próstata.
VMP = 0,01 mg/L (Portaria 2914, 12 de dezembro de 2011)
Doença dos pés pretos- somente Taiwan – relação com má nutrição Bangladesh – 27% dos poços > 0,05 mg/L Consumo água 1 em 100 pessoas morrem de cancer relacionado ao As
Compostos inorgânicos
Cádmio – metal tóxico, ocorrência natural com Zn. Sub-produto refino Pb, Zn e Cu,
galvanoplastia, estabilizador para cloreto de polivinila, pigmentos para plástico e vidros,
baterias de níquel-cádmio, ligas e outros.
Exposição – População geral: alimentos (solo, utensílios), cigarro, água e ar. Ocupacional:
produção de ligas, baterias, produção e uso de pigmentos, plásticos, fundição e
beneficiamento
Efeitos na saúde – aguda: sintomas parecidos com gripe, fibre, calafrios, dores musculares,
náuseas, vômitos, diarréias e dores abdominais. Crônica: acumula nos rins causando
doenças renais; fragilidade óssea.
A IARC classifica como carcinógeno humano (Grupo 1)
VMP = 0,005 mg/L (Portaria 2914)
Doença Itai-itai – Intoxicação por cádmio Toyama, Japão, década de 1950
Causa: liberação de Cd por mineradora no rio Jinzu. Mortandade de peixes e contaminação da água que irrigava plantações de arroz. Água também usada para abastecimento.
Casos relatados desde 1912. Atingiu principalmente mulheres na pós-menopausa. Efeitos: osteomalácia e osteoporose graves; danos renais
Compostos inorgânicos
Crômio – elemento natural encontrado em rochas, animais, plantas, solo, e poeiras e gases
vulcânicos. Formas mais comuns Cr (0), Cr(III) e Cr (VI). Os compostos de Cr não têm gosto
ou odor. Cr (III) é essencial e ocorre naturalmente no ambiente. Cr (VI) e Cr (0) geralmente
processo industrial. O metal Cr(0) usado na produção de aço inox. Cr (VI) e Cr (III) usados em
galvanoplastia, tintas e pigmentos, curtume e preservação da madeira.
Efeitos na saúde – A ingestão de grandes quantidades de Cr (VI) pode causar distúrbio
estomacal e úlcera, convulsão, danos renais e hepáticos e pode levar à morte. O Cr (VI) é
classificado por várias agências como carcinógeno humano.
Risco aumentado de câncer pulmonar.
VMP = 0,05 mg/L (Portaria 2914)
Compostos inorgânicos
Chumbo – metal cinza-azulado encontrado em pequenas quantidades na crosta
terrestre. Amplamente encontrado no ambiente, parte advinda de atividade
humana como queima de combustível fóssil, mineração e processos produtivos.
Usado na produção de baterias, munição, produtos metálicos (solda e tubos) e
material de proteção contra raio-X. Devido à sua toxicidade, o Pb foi retirado da
gasolina, produtos de pintura e cerâmica (em alguns países), utensílios de
cozinha, e soldas em encanamento foram drasticamente reduzidos nos últimos
anos.
Efeitos na saúde – O Pb afeta quase todos os órgãos e sistemas no corpo humano.
O mais sensível é o SNC, principalmente nas crianças. Os efeitos são os mesmos
quando inalado ou ingerido.
Adultos: decréscimo tempo resposta, fraqueza nos dedos, pulso e tornozelo, afeta a
memória, anemia; exposição a altos níveis afeta o sistema reprodutivo masculino e
pode causar danos no cérebro e rins.
Crianças: mais sensíveis, níveis altos podem levar a anemia, fortes dores de
estômago, fraqueza muscular e dano cerebral. Níveis baixos: afeta desenvolvimento
mental e físico.
Fetos e recém-nascidos: nascimento prematuro, baixo peso, decréscimo habilidade
mental, dificuldade de aprendizado, e redução do crescimento.
Efeito carcinogênico – IARC e USEPA : Pb elementar e compostos inorgânicos
prováveis carcinógenos humanos; IARC: compostos orgânicos Grupo 3 (não
classificáveis quanto a sua carcinogenicidade).
VMP = 0,01 mg/L (Portaria 2914)
Chumbo e desempenho escolar
21 mil estudantes das Esc. Públ. De Detroit. Ensino elementar e médio. MEAP – teste aplicado a todos estudantes de escola pública de Michigan. Detroit – Pb elevado em crianças, construções antigas e ainda com tintas com Pb. Fev/2013
Fonte: Detroit Free Press. http://archive.freep.com/article/20130225/NEWS06/302250140/High-lead-poisoning-linked-to-lower-test-scores-in-DPS
Compostos inorgânicos
Mercúrio – metal de ocorrência natural, Hg metálico (líquido prateado, inodoro),
aquecido gás incolor e inodoro; Hg inorgânico e Hg orgânico. Atividade bacteriana -
metilmercúrio. O Hg metálico é usado na produção de gás cloro e soda cáustica,
usado em termômetros, amálgamas dentárias e baterias. Os sais de Hg usados em
cremes clareadores e antissépticos e ungüentos.
Efeitos na saúde – Todas as formas de Hg afetam o SNC. As formas de
metilmercúrio e vapores de Hg metálico são mais tóxicas porque atingem mais
facilmente o cérebro. Níveis altos (todas as formas): dano permanente ao cérebro,
rins, e desenvolvimento do feto. Efeitos na função cerebral levam à irritabilidade,
timidez, tremores, alteração na visão e audição, e problemas de memória. A USEPA
considera o cloreto mercúrico e o metilmercúrio como possíveis carcinógenos
humanos.
VMP = 0,001 mg/L (Portaria 2914)
Convenção de Minamata - Mercúrio
A Convenção de Minamata, que aborda o controle, restrição e banimento, em alguns casos, do uso de mercúrio, foi aprovada em Genebra, na Suíça, em janeiro de 2013, em 5ª Reunião promovida pelo (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), PNUMA.
Proteger a saúde humana e o meio ambiente de emissões e
liberações antropogênicas de mercúrio e compostos de mercúrio
Assinatura em outubro (9 a 11) no Japão.
Cerca de 1000 delegados de 140 países
Banir a produção, exportação e importação de produtos que contêm Hg:
Baterias (exceção a baterias utilizadas em instrumentos médicos)
Lâmpadas fluorescentes
Sabões e cosméticos
Alguns instrumentos médicos não eletrônicos: termômetros, aparelhos
de pressão
ATÉ 2020:
Convenção de Minamata - Mercúrio
foto: W. Eugene Smith/ Aileen Archive
Doença de Minamata
Baía de Minamata altamente contaminada - anos 1950s – 1960s Despejos da fábrica da Chisso Corporation (ind. Química)
Principalmente metilmercúrio
Bioacumulação em peixes e bivalves
Mais de 10.000 pessoas afetadas após consumo destes organismos.
Distúrbios sensoriais nas mãos e pés, danos à visão e audição, fraqueza e, em casos extremos, paralisia e
morte
Children with Congenital Minamata Disease due to
intrauterine methylmercury poisoning.
Photo credit: Harada 1986.
http://capacity4dev.ec.europa.eu/unep/document/mercury-time-act
Área Urbana da Cidade de Minamata (Província de Kumamoto)
Cronologia da Doença de Minamata
1932: A Chisso Co. inicia a fabricação de Acetaldeído. 1953: Deixou de usar o Manganês (Mn) no processo industrial, uma vez que gerava muito precipitado no processo (resíduo sólido). 1953-1956: Pescadores começaram a apresentar os primeiros sintomas da doença de Minamata, mas os médicos atribuíram a problemas nutricionais. 21/04/1956: Menina de 5 anos e 11 meses de idade foi examinada pelo Hospital da Fábrica da Chisso Co.
Como Tudo Começou...
Carbeto Água
Acetileno
+
Ácido Clorídrico
Metil Mercurio
Cloreto de Mercúrio
Sulfato de Mercúrio
Água Metil Mercúrio
Cloreto de Vinila
Acetaldeído
Policloreto de vinila
Ácido Acético
Acetato de Vinila
Octanol
Dioctil ftalato
Processo de Fabricação da Chisso Co.
Local do Lançamento do Efluente pela Chisso Corporation em Minamata, Japão
Os efluentes tóxicos da Chisso Co. foram lançados sem tratamento por 36 anos (1932 a1968) que incluíam:
Selênio (Se) Tálio (Tl) Manganês (Mn) Metil Mercúrio (CH3Hg) A quantidade de Metil mercúrio
lançada é estimada em 400 - 600 toneladas.
Resumindo
Área recuperada (58 ha)
48,5 bilhões de ienes (aprox. US$ 410 milhões * Jan.2014)
13 anos de execução do projeto.
Projeto para Despoluicao da Baía de Minamata (1977-1990)
Área de dragagem dos sedimentos/lodo da Baía de Minamata
e a área recuperada
Eco Park Minamata Área Recuperada da Baía de Minamata [58 ha]
Embaixo da Área Recuperada
Foram enterrados cerca de 1,51 bilhões de m3 de lodo contendo Hg embaixo da área recuperada.
Estima-se que são 100 toneladas de Hg, a maioria na forma de sulfeto (HgS) e uma pequena quantidade na forma de Metil Mercúrio (CH3Hg).
Os tambores foram cobertos com terra e cercados com células de chapas de aço inox (para evitar vazamentos).
Não se sabe quanto tempo esta cobertura é segura. Portanto, não se pode dizer que é seguro.
Província de Kumamoto monitora a área anualmente.
Um comitê de especialistas avalia a resistência dos tambores aos terremotos e sua degradação.
Grupo de 6 fibras minerais, silicatos fibrosos que contêm Fe, Mn, Ca, Na. Amosita, crisotila,
crocidolita, tremolita, actinolita e antofilita. Fibras fortes e flexíveis, resistentes ao fogo.
Usado na produção de telhas, cimento amianto, revestimentos, produtos de fricção como
peças de automóveis. Atinge a água pela dissolução de minerais contidos no asbesto,
efluentes industriais, contaminação atmosférica, tubulações de C/A usadas nos sistemas de
distribuição de água, caixas d'água.
Efeitos à saúde – Inalação de fibras: asbestosis (trabalhadores)-lesão do tecido pulmonar e
pleura. Carcinógeno humano (pulmão e mesotelioma), agravamento com fumo. Ingestão:
Pouca evidência que asbesto ingerido causa dano à saúde. A USEPA propõe um limite de 7
milhões de fibras/L (fibras comprimento >10um)
Asbestos (Amianto)
Cloro
O cloro é produzido em grandes quantidades e amplo uso industrial e doméstico como
importante desinfetante e branqueador. Usado na desinfecção de piscinas e como
desinfetante e oxidante no tratamento de água para consumo. Na água o cloro reage para
formar ácido hipocloroso e hipocloritos.
Efeitos na saúde – Não foram observados efeitos adversos em pessoas e animais expostos
ao cloro pela ingestão de água. IARC - Grupo 3 (não classificável quanto a carcinogenicidade
para humanos)
VMP = 5 mg/L (Portaria 2914)
Trialometanos
Os trialometanos (THMs) são sub-produtos da cloração da água de abastecimento, sendo
formados a partir de compostos orgânicos naturalmente presentes na água bruta. A
formação dos THMs depende da temperatura, pH e concentração de íons Cl e Br.
Efeitos na saúde – Aumento do risco de câncer em animais, e estudos epidemiológicos
apontam para associação entre THMs e câncer de bexiga e cólon, abortos, defeitos
nascimentos e baixo peso ao nascer.
VMP = 0,1 mg/L (Portaria 2914)
Cloreto de Vinila
É uma substância sintética, pode ser produzida a partir do tricloroetano, tricloroetileno e
tetracloroetileno. Usado na produção de cloreto de polivinila (PVC), matéria-prima de
produtos plásticos, incluindo tubos, revestimento de fios e cabos, e material para embalagem.
Efeitos na saúde – Biotransformação no organismo resulta em compostos mutagênicos.
Considerando um risco de câncer (angiosarcoma hepático) de 10-5 , calculou-se VMP de
cloreto de vinila na água para consumo de 2 ug/L (Portaria 2914).
Classificado pelo IARC como Grupo 1(carcinógeno humano).
Fluoretos
O fluoreto ocorre naturalmente, usado na síntese de outros compostos, é adicionado à água
de abastecimento e a produtos dentários (creme dental e antissépticos) para prevenir cáries.
Efeitos à saúde – Pequenas quantidades de fluoreto previne cáries (0,7 – 1,2 mg/L), mas em
grande quantidade causa danos à saúde. Adultos: problemas ósseos. Crianças: ingerir grandes
quantidades de Fluoreto durante a formação dos dentes (antes dos 8 anos) causa fluorose
dentária.
VMP = 1,5 mg/L (Portaria 2914)
Nitrito e Nitrato Fonte principal – íons de ocorrência natural que fazem parte do ciclo do nitrogênio.
O nitrato é usado principalmente em fertilizantes inorgânicos, e o nitrito de sódio é
usado na preservação de alimentos, especialmente em carnes curadas.
Efeitos à saúde: O efeito mais preocupante é a formação de metemoglobinemia,
“síndrome do bebê azul.” O nitrato é reduzido a nitrito no estômago de lactentes, e
o nitrito tem a capacidade de oxidar a hemoglobina (Hb) para metemoglobina
(MHb), incapaz de transportar o oxigênio para os tecidos, levando a cianose e asfixia.
A IARC classifica o nitrato e nitrito ingeridos sob condições que resultem em nitrosação
endógena no Grupo 2A, prováveis carcinógenos humanos.
A Portaria 2914 estabelece VMP na água de consumo humano para nitrato (expresso como
N) de 10mg/L e para o nitrito (expresso como N) 1 mg/L. A OMS sugere um valor máximo
de 50 mg/L para o nitrato (expresso como nitrato) e 3 mg/L para o nitrito (expresso como
nitrito), para proteção de lactentes contra a MHb e o valor provisório de 0,2 mg/L para
nitrito para exposição a longo prazo.
Nitrito e Nitrato
Gerenciamento de riscos
•Grande variedade de substâncias pode atingir água consumo causando sérios efeitos à saúde •Análise química tanto na água bruta como na tratada é demorada, complexa e custosa. Impraticável e cara somente a análise química é insuficiente para proteger a saúde pública Estratégia de prevenção (captação à torneira) para assegurar a qualidade da água, engloba: proteção dos mananciais, controle dos processos de tratamento, gerenciamento da distribuição e manipulação da água
PLANO DE SEGURANÇA DA ÁGUA
Plano de segurança da água
•Avaliação completa do sistema para determinar se atinge os limites estabelecidos com base na saúde •Identificação das medidas para controlar os riscos e assegurar que os limites estabelecidos sejam atendidos •Desenvolvimento de planos de gestão que descrevam ações durante operação normal ou incidente, avaliação do sistema (atualizações e melhorias), planos de monitoramento e comunicação e programas de apoio
Agrotóxicos
Fonte principal – agricultura
Outros – Saúde Pública: controle de larvas de insetos (malária e tifo) e disposição
inadequada de resíduos.
Agrotóxico Portaria MS Nº 2914 (µg/L)
Valor orientador OMS (µg/L)
Observações (OMS)
Alaclor 20 20ª
Aldicarbe + Aldicarbesulfona + Aldicarbesulfóxido
10 10 Aplicável para o Aldicarbe sulfóxido e sulfona
Aldrin + Dieldrin 0,03 0,03 Para o Aldrin e Dieldrin somados
Altrazina 2 2
Bentazona 300 -
Carbendazim + benomil 120 -
Carbofurano 7 7
Clordano (isômeros) 0,2 0,2
Clorotoluron - 30
Clorpirifós - 30
Clorpirifós + clorpirifós- oxon 30 -
Cianazina - 0,6
2,4- D + 2,4,5 T 30 30 Aplicável para o ácido livre
2,4- DB - 90
1,2- Dibromo-3-doropropano - 1ª
1,2- Dibromoetano - 0,4ª (P)
1,2- Dicloropropano (1,2-DCP) - 40 (P)
1,3- Dicloropropeno - 20ª
Agrotóxico Portaria MS Nº 2914 (µg/L)
Valor orientador OMS
(µg/L)
Observações (OMS)
Diclorprop - 100
Dimetoato - 6
DDT + DDD + DDE 1 -
Diuron 90 -
Endossulfan (α e β sais) 20 -
Endrin 0,6 0,6
Fenoprop - 9
Glifosato + AMPA 500 -
Isoproturon - 9
Lindano (- BHC) 2 2
Mancozebe 180 -
MCPA - 2
Mecoprop - 10
Metamidofós 12 -
Metolacloro 10 10
Metoxicloro - 20
Molinato 6 6
Parationa metílica 9 -
Agrotóxico Portaria MS Nº 2914 (µg/L)
Valor orientador OMS (µg/L)
Observações (OMS)
Pendimetalina 20 20
Pentaclorofenol - 9ª (P)
Permetrina 20 300 Somente aplicável quando usado como larvicida em saúde publica
Profenofós 60 -
Piriproxifem - 300 Valor guia não usado quando o piriproxifem é adicionado a água em saúde pública
Simazina 2 2
Tebuconazol 180 -
Terbufós 1,2 -
Terbutilazina - 7
Trifluralina 20 20
a: Para as substâncias que são consideradas carcinogênicas o valor orientador é calculado para um risco de câncer de 10-5, para exposições durante toda a vida; (P): Valor orientador provisório
• Substâncias químicas que podem interferir no sistema hormonal. Mimetizam ou antagonizam um hormônio, alteram a taxa de síntese ou metabolismo de um hormônio, ou induz genes que alteram a função hormonal. •Estudos pop. americana – altera idade de início da puberdade, função tireóide, níveis de hormônios sexuais e aumento da incidência de diabetes associada a níveis de PCB, 3 organoclorados (DDE, hexaclorobenzeno e mirex) e chumbo. • Diversas classes químicas, tanto naturais quanto sintéticas. Comunidade Européia: mais de 500 substâncias suspeitas de atuarem como alteradores endócrinos
Interferentes endócrinos
Contaminantes emergentes
Os compostos químicos da vida moderna e que na sua maioria não são legislados, chamamos de emergentes.
COMPOSTOS EMERGENTES
Substâncias químicas de origem natural ou antropogênica, encontradas em matrizes ambientais e biológicas. Potencial para causar efeitos adversos na exposição a longo prazo.
Fonte principal contaminação: atividade antropogênica
Impacto na saúde humana é pouco conhecido.
EMERGENTES
LIBERAÇÃO NO AMBIENTE
Efluentes industriais
Estações de tratamento de esgoto
Esgoto in natura
• Antrópicos: Ftalatos, Alquilfenóis, Bisfenol, Parabenos • Naturais: Fitoestrógenos (lignanas e isoflavonas), Estrógenos (estradiol, estriol e estrona), PCBs, PBDEs, dioxinas e furanos – Organoestânicos – Pesticidas – HPAs – Metais ( Cd, Hg, Pb, Zn) – Fármacos contraceptivos ou de reposição hormonal
Algumas classes de interferentes endócrinos
Efeitos dos IE
• Descritos há mais de 25 anos • Alguns efeitos – Biota (principalmente peixes, répteis e aves) • Alteração na taxa de fertilização e eclosão de ovos, histopatologias (fígado, rins e gônodas), imunodepressão, desenvolvimento anormal de órgãos sexuais – Humanos • Aumento de certos tipos de cânceres de mama, próstata e testículos, redução da fertilidade masculina, anormalidades no desenvolvimento sexual, ovários policísticos e endometriose
Outros agentes estrogênicos • Bisfenol A – Utilizado na produção de policarbonato e em resinas de uso odontológico – Em diversos países • Água superficial: 0,07 a 5,6 μg/L • Água potável: 0,5 a 2 ng/L – Araraquara • ETA entrada : 11,7 a 16,8 μg/L • ETA saída: 6,2 a 7,3 μg/L – Campinas • ETA entrada: 2 a 64 μg/L • ETA saída: 2 a 3,6 μg/L
Alquilfenóis
• Principalmente nonil e octilfenóis • Os alquifenóis etoxilados: produtos de uso industrial e doméstico: detergentes, emulsificantes, amaciantes, sabão em pó, etc • Aporte contínuo ao ambiente via esgoto domiciliar
Aporte ao ambiente
• Principais vias de ingresso: Esgoto urbano e industrial • Tratamentos convencionais de esgoto e efluentes são eficientes na remoção? – Resíduos sólidos aterros
Concentrações ambientais
• 17 b-estradiol – Aporte contínuo (excreta humana e animal) – Efeitos relatados para concentrações a partir de 1 ng/L para biota aquática – Esgoto doméstico • Entrada ETE : 0,5 – 20 ng/L • Saída ETE: 0,5 – 7 ng/L BILA,D.M., DEZOTTI, M. Quim. Nova, Vol. 30, No. 3, 651-666, 2007
Atividade Estrogênica
Atividade estrogênica
Yeast Estrogen Screen (YES)
Bioluminescence Yeast Estrogen Screen (BLYES)
Avaliação da atividade estrogênica
Uso no monitoramento
PORTARIA DO MS No. 2914/2011 - Consumo humano
RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005
Classes que englobam conjunto de usos concomitantes:
Consumo humano com ou sem tratamento;
Recreação;
Dessedentação de animais;
Irrigação;
Proteção da vida aquática;
Aquicultura;
CONAMA 396/2008 – Água subterrânea
CONAMA 430/2011 – Efluentes e complementa 357
Programas de monitoramento de qualidade dos rios
e reservatórios – desde 1974
356 pontos de amostragem desde 2006
http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/124-programa-de-monitoramento
Rede Básica - 163 pontos de amostragem de água; • Monitoramento Regional - 124 pontos de amostragem de água; • Monitoramento Automático – 13 pontos de amostragem de água; • Balneabilidade de Reservatórios e Rios – 33 praias e • Rede de Sedimento – 23 pontos de amostragem.
Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas 282 poços e nascentes dos diversos aquíferos
São analisados + 50 parâmetros físicos, químicos e biológicos dessas águas, sendo que
na Bacia do Alto Tietê - UGRHI 6 e no município de Paulínia são também monitorados
substâncias tóxicas orgânicas.
http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/Programa-de-Monitoramento/7-Pontos-de-Rede-de-Monitoramento-de-Qualide
CONTAMINAÇÃO DO SOLO – Áreas contaminadas no Estado de São Paulo
Constatações de grupos de contaminantes – dezembro de 2013
CRITÉRIO ADOTADO PARA PARA SOLOS E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO ESTADO DE SÃO PAULO -Valores Orientadores –
Concentração da substância que define um solo
como limpo ou a qualidade
natural da água subterrânea
VALOR DE REFERÊNCIA DE
QUALIDADE - VRQ
Concentração da substância acima da qual podem ocorrer
alterações prejudiciais à
qualidade do solo e da água
subterrânea
VALOR DE PREVENÇÃO - VP
Concentração da substância acima da qual existem riscos potenciais à saúde humana
VALOR DE INTERVENÇÃO - VI
http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/legislacao/6-valores-orientadores
RESOLUÇÃO Nº 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009
Dispõe sobre critérios e valores orientadores do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
OBRIGADA!