III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira 127 · alto ângulo com mergulho para...

4
III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira 127 Figura III.34 – Mapa de anomalia Bouguer do segmento nordeste brasileiro e da margem continental entre as bacias de Sergipe–Alagoas e Jacuípe Figure III.34 – Bouguer anomaly map of the northeastern Brazil segment and the continental margin between the Sergipe–Alagoas and Jacuípe basins Figura III.35 – Seção sísmica na Bacia de Tucano Central, mostrando espessamento estratigráfico no depocentro controlado por falha de alto ângulo com mergulho para oeste Figure III.35 – Seismic section in the Central Tucano Basin, showing stratigraphic thickening in the depocenter controlled by high-angle, westward-dipping faults

Transcript of III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira 127 · alto ângulo com mergulho para...

III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira 127

Figura III.34 – Mapa de anomalia Bouguer do segmento nordestebrasileiro e da margem continental entre as bacias de Sergipe–Alagoase Jacuípe

Figure III.34 – Bouguer anomaly map of the northeastern Brazil segmentand the continental margin between the Sergipe–Alagoas and Jacuípebasins

Figura III.35 – Seção sísmica na Bacia de Tucano Central, mostrandoespessamento estratigráfico no depocentro controlado por falha dealto ângulo com mergulho para oeste

Figure III.35 – Seismic section in the Central Tucano Basin, showingstratigraphic thickening in the depocenter controlled by high-angle,westward-dipping faults

Parte I – Geologia128

controlada por grandes falhas de direção NE no embasamentopré-cambriano, que foram reativadas como falhas extensionaisnormais e direcionais (Radambrasil, 1983). A Fig. 37b mostrauma imagem de satélite (Landsat) com as feiçõesgeomorfológicas da região adjacente ao rifte. O preenchimentosedimentar dessa bacia é associado a ambientes continentaislacustrinos e fluviais, que preenchem diversos compartimentoscontrolados por falhas normais que apresentam alternânciasde polaridade (Marques, 1990). A idade da sedimentação éatribuída a eventos tectônicos iniciados no Eoceno, em funçãoda ocorrência de lavas ankaramíticas datadas de 50 Ma nabacia de Volta Redonda (Riccomini et al. 1992) e estende-seaté o Quaternário. A Fig. III.38 mostra uma linha sísmica naparte centro-sul da Bacia de Taubaté, caracterizando a falhamestre na borda sul do gráben, ao contrário de outrossegmentos do rifte, que apresentam controle por falha mestrena borda norte (Marques, 1990).

Vários outros pequenos grábens ocorrem ao longo damargem continental brasileira, desde a margem equatorial

(e.g., Gráben de Jacaúnas no Ceará, preenchido comsedimentos aptianos) até os grábens de Sete Barras e Cananéiana região oeste da Bacia de Santos (Almeida, 1976; MachadoJr., 2001), desenvolvidos entre o Terciário e o Quaternário.

Bacias sedimentares damargem continental

As bacias sedimentares da margem continental são analisadasnos seguintes segmentos:

Margem Equatorial (segmento transformante)Bacia da Foz do AmazonasBacia Pará–MaranhãoBacia de BarreirinhasBacia de Piauí–CamocimBacia do Ceará–MundaúBacia Potiguar

Figura III.36 – Modelo de arquitetura crustal ao longo do perfil AA’entre Tucano e Sergipe–Alagoas mostrando abrupto afinamentocrustal na região da margem continental

Figure III.36 – Crustal architecture model along the Tucano–Sergipe–Alagoas transect, showing abrupt crustal thinning in the continentalmargin region

III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira 129

Figura III.37 – (a) Mapa geológico esquemático da região continentalemersa adjacente ao segmento sudeste da margem divergentebrasileira; e (b) Imagem Landsat de detalhe da Bacia de Taubaté

Figure III.37 – (a) Schematic geological map of the onshore continentalregion adjacent to the southeastern segment of the divergent Brazilianmargin; and (b) Detailed Landsat image of the Taubaté Basin

(b)

(a)

Parte I – Geologia130

Margem Nordeste (segmento transversal)Bacia de Pernambuco–ParaíbaBacia Sergipe–AlagoasBacia de Jacuípe

Margem Leste, Sudeste e Sul (segmento divergente)Bacia de CamamuBacia de AlmadaBacia de JequitinhonhaBacia de CumuruxatibaBacia de MucuriBacia do Espírito SantoBacia de CamposBacia de SantosBacia de Pelotas

Margem Equatorial(segmento transformante)

A margem equatorial é caracterizada pela ocorrência de falhasda borda do rifte sub-paralelas às falhas transformantes dedireção E–W (e.g., falha de Sobradinho, em Barreirinhas).Alguns grábens (em particular os riftes de Cassiporé, Marajóe Potiguar) apresentam falhas de borda com direções distintasdas observadas nas bacias pull-apart da margem continental.

Os mapas de métodos potenciais indicam que a margemtransformante é caracterizada por segmentos de direção E–We segmentos de direção NW–SE, formando um padrão en-

echelon característico de bacias associadas a movimentaçõestranscorrentes ou margens transformantes (Gorini, 1993).

A Fig. III.24 apresenta a sucessão de colunas para amargem equatorial. Observa-se notável variação litológica entrea Bacia da Foz do Amazonas e a Bacia Pará–Maranhão noTerciário. Enquanto na Foz ocorreu interrupção da sedimentaçãocarbonática durante o Mioceno Superior, devido ao grandeaporte de siliciclásticos provenientes do Rio Amazonas, naBacia Pará–Maranhão a estabilidade tectônica e o baixo aportede siliciclásticos permitiram a deposição de carbonatos até oRecente (Silva e Rodarte, 1989).

Algumas bacias da margem equatorial são caracterizadaspor grandes espessuras sedimentares, notadamente na regiãoda Foz do Amazonas, onde a profundidade do embasamentolocalmente atinge mais de 18 km (Russo, 1999). Linhasregionais de resolução profunda, notadamente em Barreirinhase Pará–Maranhão, indicam que a espessura sedimentar podeatingir mais de uma dezena de quilômetros na direção daquebra da plataforma (Azevedo, 1991).

No aspecto tectônico a margem equatorial é bastantevariada, apresentando diversos estilos, desde falhas normaisde rifte até falhas inversas na porção oeste da Bacia do Ceará,com cinturões de dobramentos associados às falhas detranscorrência envolvendo o embasamento. Destaca-se tambémnotável cinturão de dobramentos associado à tectônicagravitacional, como observado na região além da quebra dotalude nas bacias da Foz do Amazonas, Pará–Maranhão eBarreirinhas (Guimarães et al. 1989; Zalán, 1999; Koyi, 2000;Zalán, 2001). É possível que essas feições estejam relacionadas

Figura III.38 – Seção sísmica na Bacia de Taubaté, mostrandoespessamento estratigráfico no depocentro controlado por falha dealto ângulo com mergulho para oeste

Figure III.38 – Seismic section in the Taubaté Basin, showingstratigraphic thickening in the depocenter controlled by high-angle,westward-dipping fault