Iconografia quinhentista

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ICONOGRAFIA QUINHENTISTA 17 de setembro de 2011 Luís Alberto Casimiro (FLUP) [email protected]

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Iconografia quinhentista

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Page 1: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

17 de setembro de 2011

Luís Alberto Casimiro (FLUP) [email protected]

Page 2: Iconografia quinhentista

O século XVI conhece profundas mudanças

• Atinge-se o Renascimento pleno (ao qual está associado o conceito

de Humanismo e Antropocentrismo)

• Surgem diversos tratados graças ao desenvolvimento do espírito

científico

• Dá-se a Reforma Protestante (1517)

• A Igreja responde através do Concílio de Trento (1545-1563).

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

Page 3: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

No campo artístico registam-se acontecimentos importantes:

• Os pintores conseguem a representação perfeita do espaço em

perspetiva, criando a ilusão da 3ª dimensão

• O realismo das obras é levado a um extremo (parece haver uma

disputa com a própria natureza)

• A escultura autonomiza-se face à arquitetura

• O conhecimento anatómico e o domínio técnico traduzem-se na

perfeição das formas humanas como nunca antes se observara

• A Europa protestante e a Europa católica seguem caminhos

diferentes no campo artístico

• O Renascimento dá lugar a outras expressões plásticas.

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Anunciação

Carlo Crivelli (c.1486)

Pintura representando um

espaço correctamente

perspetivado:

NOÇÃO DE

TRIDIMENSIONALIDADE

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Pranto sobre Cristo morto - Andrea Mantegna (c. 1490)

Page 6: Iconografia quinhentista

Teto da Capela Sistina - Miguel Ângelo (1508-1512)

Page 7: Iconografia quinhentista

Glorificação de Urbano VIII - Pietro da Cortona (1633-1639) Roma, Palácio Barberini

Page 8: Iconografia quinhentista

Pietà – Miguel Ângelo (1499)

Page 9: Iconografia quinhentista

Pietà – Miguel Ângelo (pormenores)

Page 10: Iconografia quinhentista

Pietà – Miguel Ângelo (pormenores)

Page 11: Iconografia quinhentista

Moisés Miguel Ângelo (c. 1514-1516)

Page 12: Iconografia quinhentista

ANALISE DE OBRAS DE ARTE

1- ANÁLISE ARTÍSTICA

(Composição, perspetiva, formas, luz, cor, movimento, volume…)

2- ANÁLISE ICONOGRÁFICA

(Aplicação do Método Iconográfico de Erwin Panofsky)

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

Page 13: Iconografia quinhentista

COMPOSIÇÃO

• Composição simétrica

• Composição assimétrica

• Composição fechada (centrípeta)

• Composição aberta (centrífuga)

• Composição segundo critérios geométricos: (Linear, Curvilínea,

Piramidal, Triangular, Circular, Oval, Rectangular … em forma de

carateres tipográficos: C - J - L - S - Z - Y ...)

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

1- ANÁLISE ARTÍSTICA

Page 14: Iconografia quinhentista

• COMPOSIÇÕES ORGANIZADAS PELA LINHA RECTA:

- HORIZONTAL (estabilidade, descanso, paz)

- VERTICAL (segurança, força, ascensão, espiritualidade)

- DIAGONAL (dinamismo, maior expressão dramática)

• COMPOSIÇÕES ORGANIZADAS PELA LINHA CURVA:

- Implicam graciosidade e movimento

- Podem estruturar-se em espiral ou

- Através de curvas e contracurvas em forma de «S»

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

1- ANÁLISE ARTÍSTICA

Page 15: Iconografia quinhentista

Senhora com o Menino e

dois Santos

Andrea del Sarto (1517)

Composição

simétrica

Page 16: Iconografia quinhentista

Última Ceia – Andrea del Castagno (c. 1447)

Florença, refeitório de Santa Apolónia

Composição linear

Page 17: Iconografia quinhentista

Última Ceia – Andrea del Castagno (c. 1447)

Florença, refeitório do convento de Santa Apolónia

Composição linear

Page 18: Iconografia quinhentista

Virgem com o Menino e S.

João Baptista

Rafael Sanzio

Composição

Triangular

Page 19: Iconografia quinhentista

Senhora e o Menino, Giovanni Belinni

Page 20: Iconografia quinhentista

Sagrada Família, Miguel Ângelo

Composição

Circular

Page 21: Iconografia quinhentista

Noli me tangere

Correggio (c. 1525)

Madrid, Museo del Prado

Dinamismo da

linha oblíqua

Page 22: Iconografia quinhentista

O Rapto das filhas de Leucipo – Peter Paul Rubens

Dinamismo das

linhas curvas e

em forma de «S»

Page 23: Iconografia quinhentista

Descimento da Cruz

Peter Paul Rubens

Composição em

«Y»

Page 24: Iconografia quinhentista

DESTACAMOS COMPOSIÇÕES QUE ATENDEM A CRITÉRIOS DE

PROPORÇÕES:

- A SECÇÃO ÁUREA (TAMBÉM CONHECIDA POR DIVINA

PROPORÇÃO OU REGRA DE OURO)

- O RECTÂNGULO DE OURO E O PONTO DE OURO

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

1- ANÁLISE ARTÍSTICA

Page 25: Iconografia quinhentista

F F

F

F

PONTO DE OURO :Ponto que resulta do cruzamento das linhas que unem a

Secção Áurea dos lados maiores e menores

Ponto de Ouro

USANDO O PONTO DE OURO

Page 26: Iconografia quinhentista

F

F

F F

Ponto de Ouro

Page 27: Iconografia quinhentista

DIFERENTES LOCALIZAÇÕES DO PONTO DE OURO

Page 28: Iconografia quinhentista

DIFERENTES LOCALIZAÇÕES DO PONTO DE OURO

Page 29: Iconografia quinhentista

Velázquez

Page 30: Iconografia quinhentista

Rembrandt

Page 31: Iconografia quinhentista

A ponte de Courbevoie - Georges Seurat (1885) – Londres, Courtland Institutes Galleries

Page 32: Iconografia quinhentista

Narciso e Eco – John William Waterhouse

Page 33: Iconografia quinhentista

PERSPETIVA

Do latim item perspectiva que significa “olhar através”

Ou do latim perspicere que significa “ver claramente”

Conjunto de procedimentos que permitem representar numa

superfície plana (2D) o que na verdade existe na realidade (3D)

dando a ilusão de profundidade (perspectiva linear e perspectiva

espacial)

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

1- ANÁLISE ARTÍSTICA

Page 34: Iconografia quinhentista

Paolo Uccello - Batalha de S. Romão (c. 1450)

Page 35: Iconografia quinhentista

Paolo Uccello – A caça (c. 1465-70)

Page 36: Iconografia quinhentista

Paolo Uccello – Milagre da Hóstia profanada (1465-69) predela

Page 37: Iconografia quinhentista

Desenho em perspetiva usando 1 ponto de fuga

PERSPETIVA LINEAR

Page 38: Iconografia quinhentista

Desenho em perspetiva usando 2 pontos de fuga

PERSPETIVA LINEAR

Page 39: Iconografia quinhentista

Desenho em perspetiva usando 3 pontos de fuga

PERSPETIVA LINEAR

Page 40: Iconografia quinhentista

Um ponto de fuga

Aplicação prática

Page 41: Iconografia quinhentista

Dois pontos de fuga

Aplicação prática

Page 42: Iconografia quinhentista

Três pontos de fuga

Aplicação prática

Page 43: Iconografia quinhentista

Variantes da construção utilizando 3 pontos de fuga

Page 44: Iconografia quinhentista

PERSPETIVA ESPACIAL / AÉREA

Page 45: Iconografia quinhentista

Anunciação

Leonardo da Vinci (1472-1475)

Page 46: Iconografia quinhentista

Mona Lisa

Leonardo da Vinci

(1503-1506)

Page 47: Iconografia quinhentista

A ponte de Courbevoie - Georges Seurat (1885) – Londres, Courtland Institutes Galleries

Page 48: Iconografia quinhentista

Banhistas em Asnières - Georges Seurat (1884) – Londres, National Gallery

Page 49: Iconografia quinhentista
Page 50: Iconografia quinhentista

Linha do horizonte

Plano do quadro

Ponto de fuga

Linhas de fuga

Como desenhar as linhas horizontais ?

1: O artista deve desenhar o plano do quadro, a linha do horizonte, o

ponto de fuga e as linhas de fuga

CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO EM PERSPETIVA

Segundo Leon Battista Alberti (1435)

Page 51: Iconografia quinhentista

Alberti propôs um método auxiliar para desenhar as linhas horizontais:

2: Construção da vista de perfil

Vista lateral

Linha do Horizonte

Plano da pintura Observador

Pontos importantes do diagrama

Page 52: Iconografia quinhentista

Elementos da perspetiva segundo L. B. Alberti

Linha do Horizonte Plano da pintura

Vista lateral Vista em perspetiva

(pintura)

3: Justaposição dos dois esquemas anteriores

Page 53: Iconografia quinhentista

Jean Pélerin (Viator): De Artificiali Perspectiva (1505)

Processo simplificado para o desenho em perspetiva: usando

os pontos de distância

Page 54: Iconografia quinhentista

Usando este processo é possível desenhar um espaço em

perspetiva e conhecer as dimensões dos objectos

Ponto de fuga

Parede

Pavimento

Objecto «3-D»

Objecto «3-D»

Page 55: Iconografia quinhentista

Leonardo da Vinci – Estudo para a Epifania (c. 1481)

Page 56: Iconografia quinhentista

Estrutura arquitectónica desenhada em perspetiva com base no esquema anterior

Jan Vredeman de Vries - Livro de Perspectiva (1604-1605)

Page 57: Iconografia quinhentista

Estruturas arquitectónicas desenhadas em perspetiva

Jan Vredeman de Vries - Livro de Perspectiva (1604-1605)

Page 58: Iconografia quinhentista

F3

F1

F2

Rectângulo de Ouro e

Ponto de Fuga (F1)

Anunciação – Mestre da Sé de Viseu (c. 1502 – 1505), Viseu – Museu de Grão Vasco

Page 59: Iconografia quinhentista

D2

D1

PF

Verificação da corrcta construção da perspectiva utilizando os ponto de distância

d d

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Marte e Vénus (1570)

Louis Lagrenée

TRATAMENTO DA

LUZ

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

1- ANÁLISE ARTÍSTICA

Page 61: Iconografia quinhentista

A Ceia de Emaús – Caravaggio (c. 1596-1602)

Page 62: Iconografia quinhentista

Moisés defendendo as filhas de Jetro

Rosso Fiorentino (1523-24)

Movimento (linhas

curvas e

serpenteantes)

Page 63: Iconografia quinhentista

O anjo aparece a S. Roque

Gaspar Dias (c. 1584)

Movimento (linhas

diagonais)

Page 64: Iconografia quinhentista

ANALISE DE OBRAS DE ARTE

2- ANÁLISE ICONOGRÁFICA

(Aplicação do Método Iconográfico de Erwin Panofsky)

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

Page 65: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA

Origem, definição e objetivos

• O termo ICONOGRAFIA tem origem nas palavras gregas «eikón»

(imagem) e no termo «graphia» (escrita ou descrição)

• Etimologicamente, significa «escrita ou descrição de imagens»

• O objetivo da iconografia não é somente descrever as imagens,

mas também classificar, analisar, identificar (interpretar), e tentar

entendê-las dentro da cultura e da civilização da época a que

pertencem.

Page 66: Iconografia quinhentista

• Em sintese, podemos dizer que a ICONOGRAFIA é a ciência que

permite:

Descrever

Classificar

Analisar

Interpretar

as imagens, procurando compreendê-las no contexto em que foram

criadas, independentemente da sua qualidade ou do seu autor.

ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA

Origem, definição e objetivos

Page 67: Iconografia quinhentista

• O termo ICONOLOGIA tem origem no grego «eikón» (imagem) e

no sufixo «logia» (de «logos» = razão, pensamento, teoria), o que

traduz a ideia de estudo e supõe um processo interpretativo

• A ICONOLOGIA procura atingir um nível de significado mais

profundo, interpretando o sentido último das imagens (explicar o

porquê da sua existência num determinado contexto e lugar)

• Este passo só se torna possível se conhecermos o

encomendante, o local para onde foi realizada a obra e os motivos

da sua encomenda.

ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA

Origem, definição e objetivos

Page 68: Iconografia quinhentista

Exemplificando:

Papel da ICONOGRAFIA: identificar o tema, as personagens, o

momento representado e o contexto em que ocorre o episódio

Papel da ICONOLOGIA: explicar o significado último da obra de arte

atendendo ao comitente (quem?), ao lugar para onde foi pensada

(para onde? e porquê?).

Page 69: Iconografia quinhentista

ANÁLISE ICONOGRÁFICA

MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY:

Pressupõe 3 níveis de significado

1- Nível Pré-Iconográfico (Significado primário ou natural)

2- Nível Iconográfico (Significado secundário ou convencional)

3- Nível Iconológico (Significado intrínseco ou conteúdo)

Page 70: Iconografia quinhentista

O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY

1- Nível Pré-Iconográfico (significado primário ou natural)

• Nesta fase é feito um reconhecimento da obra no sentido mais

elementar, recorrendo à experiência prática

• Descreve-se, em termos formais, o significado primário e natural

presente na imagem que se observa.

Page 71: Iconografia quinhentista

1- Nível Pré-Iconográfico

Page 72: Iconografia quinhentista

1- Nível Pré-Iconográfico

Page 73: Iconografia quinhentista

1- Nível Iconográfico

Page 74: Iconografia quinhentista

O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY

2- Nível Iconográfico (significado secundário ou convencional)

• Esta 2ª etapa consiste na análise iconográfica, propriamente dita, ou

«iconografia em sentido estrito»

• O objetivo é descobrir o conteúdo temático (o significado

convencional da obra de arte)

• Passa-se para o mundo do inteligível, sendo necessário recorrer às

tradições culturais, às fontes literárias da época, ou de épocas

anteriores, a símbolos, alegorias e personificações, para identificar

uma figura ou um acontecimento.

Page 75: Iconografia quinhentista

2- Nível Iconográfico

Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498)

Identifica-se o tema, o autor, as personagens, o momento representado

e o contexto em que ocorre o episódio

Page 76: Iconografia quinhentista

Je

su

s C

risto

Ba

rto

lom

eu

Tia

go

Me

no

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André

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Pedro

João

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Sim

ão

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2- Nível Iconográfico

Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498)

Identificação das personagens com base nos estudos de Leonardo daVinci

Page 77: Iconografia quinhentista

Estudos de Leonardo para a Última Ceia

Page 78: Iconografia quinhentista

Estudos das personagens para a Última Ceia

Page 79: Iconografia quinhentista

Vénus e Marte - Andrea Mantegna (1497)

2- Nível Iconográfico

Page 80: Iconografia quinhentista

ASPETOS A TER EM CONTA:

• À primeira vista trata-se de

um grupo de deuses da

Antiguidade

• Marte e Vénus estão de pé,

diante de um leito, sobre um

arco formado por um rochedo

• O Amor dispara uma

zarabatana para Vulcano que

se encontra à esquerda, na

sua forja

• À direita, no primeiro plano, Mercúrio encontra-se acompanhado de

Pégaso, o cavalo alado

• Ao centro do quadro, diante de Marte e Vénus dançam as nove musas

ao som da lira tangida por Apolo, que se encontra sentado sobre um

tronco.

Page 81: Iconografia quinhentista

2- Nível Iconográfico

Vanitas (1650)

Simon Renard de Saint André

ASPETOS A TER EM CONTA

Os elementos simbólicos e a

sua mensagem:

Alusão às Vaidades da Vida

Humana: tudo é transitório e

efémero

• A glória

• O prazer

• A riqueza

Page 82: Iconografia quinhentista

O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY

3- Nível Iconológico (significado intrínseco ou conteúdo)

• De início, Panofsky designa este nível como «iconografia em

sentido mais profundo», ou «Iconografia interpretativa»

• Mais tarde, vai classificá-lo como «Iconologia».

Page 83: Iconografia quinhentista

O MÉTODO ICONOGRÁFICO DE ERWIN PANOFSKY

3- Nível Iconológico (significado intrínseco ou conteúdo)

Na sua plena aplicação permite:

• Interpretar a história representada

• Compreender o significado dessa história no contexto em

que foi criada.

Isto pressupõe:

• Conhecer o comitente

• O local original para onde foi realizada

• O programa iconográfico onde se inseria ...

Page 84: Iconografia quinhentista

Papel da ICONOLOGIA: explicar o significado último da obra de arte

atendendo ao comitente (quem?), ao lugar para onde foi pensada

(para onde? e porquê?).

3- Nível Iconológico

Última Ceia - Leonardo da Vinci (1495-1498)

Page 85: Iconografia quinhentista

Última Ceia (1495-1498) - Leonardo da Vinci

Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão

Page 86: Iconografia quinhentista

Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão

Page 87: Iconografia quinhentista

Planta do complexo do Convento de Santa Maria delle Grazie – Milão

Esquema geométrico do refeitório

Page 88: Iconografia quinhentista

Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão

Page 89: Iconografia quinhentista

Crucifixão (1495) - Giovanni Donato da Montorfano

Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie - Milão

Page 90: Iconografia quinhentista

Vénus e Marte - Andrea Mantegna (1497)

3- Nível Iconológico

Page 91: Iconografia quinhentista

• Associar Marte, Vénus, Vulcano, Mercúrio, Pégaso, Apolo e as 9

Musas obedece a intenções que se devem tentar compreender no

devido contexto histórico: finais do século XV, em Mântua, na corte

dos Gonzaga.

• A cena contém, apenas,

personagens mitológicas,

mas não tem equivalente na

Antiguidade

• Haverá, pois, um objetivo,

um significado próprio que

explique esta associação?

3- Nível Iconológico

Page 92: Iconografia quinhentista

• Isabel d’Este, esposa de Gian Francesco Gonzaga, encomendou

esta pintura a Andrea Mantegna para decorar um gabinete privado

destinado à meditação e ao estudo

• O objectivo destas obras era criar uma harmonia temática entre o

gabinete, a sua decoração, as coleções que encerrava (por vezes

muito valiosas) e a identidade do seu proprietário

• Para compreender a pintura é necessário remetê-la para o seu

espaço original e relacioná-la com a sua proprietária e a coleção que

possuía e o projeto figurativo de que o quadro faz parte.

Page 93: Iconografia quinhentista

Isabel d’Este, era uma mulher:

• Erudita

• Dedicada à leitura de textos latinos

• Amante da música e da dança

• Possuidora de uma valiosa coleção de relevos antigos (destacava-se

um sarcófago com figuras mitológicas)

• Possuía estátuas de bronze, réplicas de originais (entre eles uma de

Apolo de Belvedere)

Para acompanhar estas obras escolheu como mote da pintura um tema

inspirado na Antiguidade, ao qual deu um sentido novo.

Page 94: Iconografia quinhentista

• Francesco Gonzaga, como militar, surge representado com os traços

de Marte e a sua esposa como Vénus, mas uma Vénus virtuosa,

protectora das Artes como testemunha a presença das Musas que

dançam aos pés do divino par

• O infortúnio conjugal de

Vulcano está remetido

para segundo plano, em

benefício de uma

representação que faz de

Marte e de Vénus os pais

da Harmonia.

Page 95: Iconografia quinhentista

• O casal aparece rodeado de frutos e flores de carácter simbólico:

murta (flor de Vénus) marmelos e limões (associados ao matrimónio)

e o loureiro (associado às Musas)

• As cores dos tecidos do

leito, azul, vermelho e branco

são, respetivamente, as

cores dos planetas Vénus,

Marte e Mercúrio, assim

como as das duas famílias: a

de Este e a dos Gonzaga.

Page 96: Iconografia quinhentista

A presença de Pégaso e de

Mercúrio estão associados à

representação da constelação

e do planeta que presidiram

ao casamento dos noivos.

Page 97: Iconografia quinhentista

• Assim, a pintura, além de ser uma representação alegórica da corte

que confere aos príncipes uma aparência divina, apresenta-se,

também, como um sistema de referência múltiplas:

• Um código de cores

• Um código vegetal

• Um código astrológico

Que funcionam em paralelo e contribuem para especificar a

identidade do par e as circunstâncias que envolvem a pintura

SÍNTESE ICONOLÓGICA: A pintura, onde triunfa Marte e Vénus,

constitui uma alegoria da corte de Mântua, para celebrar a união de

Isabel d’Este com Gian Francesco Gonzaga.

Page 98: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

Episódios mais representados

RELIGIOSOS:

• Temática veterotestamentária

• Temática Cristológica

• Temática Mariana

• Temática Hagiográfica

Page 99: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

Episódios mais representados

PROFANOS:

• Mitologia

• Natureza-Morta

• Retrato

• Alegorias

Page 100: Iconografia quinhentista

TEMAS RELIGIOSOS: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

(Textos Bíblicos ou afins)

• Bíblia Sagrada

• Biblia Pauperum

• Bíblia Moralizada

• Apócrifos do Antigo Testamento

• Evangelhos Apócrifos

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

Page 101: Iconografia quinhentista

• Vita Christi de Ludolfo de Saxónia

• Speculum humanae Salvationis (Ludolfo de Saxónia ?)

• Revelationes de Santa Brígida

• Biblia Pauperum

• Hortus Deliciarum de Herrade de Hohenburg

• Legenda Áurea de Jacopo da Varazze

• Horae (Livros de Horas)

• Flos Sanctorum

TEMAS RELIGIOSOS: A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

Page 102: Iconografia quinhentista

Ciclo do Nascimento de Jesus Cristo:

- Natividade

- Adoração dos pastores

- Adoração dos Reis Magos (Epifania)

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 103: Iconografia quinhentista

Ciclo da Infância de Jesus Cristo:

- Apresentação de Jesus no Templo

- Circuncisão

- Fuga para o Egipto

- Regresso do Egipto

- Jesus entre os Doutores da Lei

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 104: Iconografia quinhentista

Ciclo da Vida pública de Jesus Cristo:

- Baptismo

- Bodas de Caná

- Tentações no deserto

- Vocação dos Apóstolos

- Transfiguração

- Pregação e Milagres

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 105: Iconografia quinhentista

Ciclo da Paixão de Jesus Cristo:

- Entrada de Jesus em Jerusalém

- Expulsão dos vendedores (Purificação do Templo)

- Última Ceia

- Oração de Jesus no Horto das Oliveiras (Agonia de Jesus)

- Prisão de Jesus Cristo (Beijo de Judas)

- Flagelação

- Coroação de espinhos

- Ecce Homo (cont.).

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 106: Iconografia quinhentista

Ciclo da Paixão de Jesus Cristo (cont.):

- Senhor da Cana Verde (Varão das Dores)

- Cristo a caminho do Calvário

- Verónica limpa o rosto de Cristo

- Jesus Cristo é pregado na Cruz

- Crucifixão

- Descimento da Cruz (Cristo é descido da Cruz)

- Lamentação sobre Cristo Morto (Pranto sobre Cristo Morto)

- «Pietá»

- Jesus é deposto no sepulcro (Deposição no túmulo).

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 107: Iconografia quinhentista

Ciclo da Ressurreição e Glorificação de Jesus Cristo:

- Ressurreição

- Descida de Cristo ao Limbo

- Aparições de Cristo ressuscitado:

- À Virgem Maria

- A Maria Madalena

- Aos Apóstolos

- Cristo e os discípulos de Emaús (Ceia de Emaús)

- Incredulidade de Tomé.

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 108: Iconografia quinhentista

Ciclo da Ressurreição e Glorificação de Jesus Cristo:

- Ascensão

- Juízo Final (Jesus Senhor do Universo)

Representações da Santíssima Trindade

- Trindade Terrena e Trindade Divina

- Trindade Dolorosa

- Trindade «Paternitas»

- Trindade «Trono da Graça»

- Trindade Triunfante.

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Episódios representados com mais frequência:

Page 109: Iconografia quinhentista

- Encontro de Joaquim e Ana na porta dourada de Jerusalém

- Natividade da Virgem Maria

- Apresentação da Virgem no templo de Jerusalém

- Esponsais da Virgem Maria (Desposórios da Virgem Maria)

- Anunciação do Senhor

- Visita de Maria a Santa Isabel (Visitação)

- Dormição (passamento ou morte) da Virgem Maria

- Assunção de Maria ao Céu

- Coroação da Virgem Maria.

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA

Episódios representados com mais frequência:

Page 110: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA

Outros temas representando a Virgem Maria:

- Pentecostes

- Imaculada Conceição

- Virgem com o Menino

- Virgem do Leite

- Virgem da Misericórdia

- …

Page 111: Iconografia quinhentista

Apresentação da Virgem no Templo de Jerusalém

• Proto-Evangelho de Tiago – Cap. VII

• Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. IV

• Evangelho da Natividade de Maria – Cap. VI.

Evangelhos Apócrifos

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:

A IMPORTÂNCIA DAS FONTES: EXEMPLOS

Page 112: Iconografia quinhentista

Ticiano (1534-1538)

APRESENTAÇÃO DA VIRGEM NO TEMPLO (Fonte Apócrifa)

Page 113: Iconografia quinhentista
Page 114: Iconografia quinhentista

Vestes sacerdotais com

peitoral e tintinábulos, ver:

Ex 28, 17-20

Page 115: Iconografia quinhentista

Apresemtação da Virgem no Templo - Cima da Conegliano (c. 1500) – 15 degraus

Page 116: Iconografia quinhentista

ANUNCIAÇÃO

(Fonte Bíblica e Apócrifas)

• Fonte Bíblica: Lc 1, 26-38

• Fontes Apócrifas: Proto-Evangelho de Tiago – Cap. IX, 2 (na fonte)

• Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. IX, 1-2 (1º na fonte; 2º em casa)

• Evangelho Arménio da Infância – Cap. V, 2-3 (em 2 momentos)

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:

A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

Page 117: Iconografia quinhentista

Anunciação no Poço / Fonte (mosaico)

Page 118: Iconografia quinhentista

Anunciação no Poço / Fonte (Ícone)

Page 119: Iconografia quinhentista

Anunciação

Gregório Lopes

(c. 1531-1540)

Presença de

objetos

retirados dos

Evangelhos

Apócrifos

Page 120: Iconografia quinhentista

Mestre de Abrantes

(c. 1548-1550)

Presença de

objetos

retirados dos

Evangelhos

Apócrifos

Page 121: Iconografia quinhentista

Duccio

Presença dos

arcos e do

«baldaquino»

Page 122: Iconografia quinhentista

Spinello Aretino

Presença do

«baldaquino»

Page 123: Iconografia quinhentista

Jorge Afonso (atr.)

(c. 1515)

Page 124: Iconografia quinhentista

Fra Angelico

Page 125: Iconografia quinhentista

Fernão Gomes (c. 1594)

Page 126: Iconografia quinhentista

Adoração dos Reis Magos

- Evangelhos Canónicos: Mt 2, 1-12

- Evangelhos Apócrifos:

- Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. XVI, 1-2

- Evangelho Arménio da Infância – Cap. XI, 1-3

- Livro Sobre a Infância do Salvador – nº 91-92

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:

A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

Page 127: Iconografia quinhentista

Evangelho de Pseudo-Mateus – Cap. XVI, 1-2:

“Cada um ofereceu uma moeda de ouro ao Menino”

Evangelho Arménio da Infância – Cap. XI, 1-3:

“O primeiro era Melkon, rei dos persas; o segundo

Gaspar, rei dos índios; e o terceiro Baltazar, rei dos árabes. […]

As tropas que os acompanhavam somavam doze mil homens”

Livro sobre a infância do Salvador – nº 91-92:

“[…] saudaram o Menino, depois puseram-se a adorá-lo

[…] e cada um beijou o pé do Menino”

Page 128: Iconografia quinhentista

Adoração dos Reis Magos

Mestre da Sé de Viseu

(c. 1502-1505)

Page 129: Iconografia quinhentista

Adoração dos Reis Magos

Vicente Gil e Manuel Vicente

(início séc. XVI)

Page 130: Iconografia quinhentista

Adoração dos Reis Magos

Pintor desconhecido (c. 1530)

Torres Vedras - Museu

Municipal

Page 131: Iconografia quinhentista

Fuga para o Egipto

Fonte Bíblica:

Mt 2, 13-16

Fontes Apócrifas:

Ev. Arménio da Infância, XV

Ev. Árabe da Infância, IX

Ev. Pseudo Mateus, XVII

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:

A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

Page 132: Iconografia quinhentista

Gregório Lopes (c. 1527)

Page 133: Iconografia quinhentista

Gregório Lopes

(c. 1530)

Ev. Pseudo Mateus XX

Page 134: Iconografia quinhentista

Esc. Luso-Flamenga,

(c. 1500)

Ev Pseudo Mateus XXII

Ev. Árabe da Infância X, 2

Page 135: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA:

IMPORTÂNCIA DAS FONTES GRÁFICAS

Ascenção de Jesus - Biblia Pauperum

Page 136: Iconografia quinhentista

Ascenção de Jesus

Mestre Sé Viseu (c. 1502-1505)

Page 137: Iconografia quinhentista

Ascenção de Jesus

Vicente Gil e Manuel Vicente

(Início séc. XVI)

Page 138: Iconografia quinhentista

Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda –

Arouca (finais do século XV)

Oração de Jesus no Horto

(finais séc. XV)

Flagelação

(finais séc. XV)

Coroação de espinhos

(finais séc. XV)

Page 139: Iconografia quinhentista

Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda –

Arouca (finais do século XV)

Cristo a caminho do Calvário

(finais séc. XV)

Crucifixão

(finais séc. XV)

Cristo aparece a Maria

Madalena

(finais séc. XV)

Page 140: Iconografia quinhentista

Apresentação de Jesus no Templo

(finais séc. XV) Missa de S. Gregório

(finais séc. XV)

Pinturas do Museu da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda –

Arouca (finais do século XV)

Page 141: Iconografia quinhentista

Flos Sanctorum de 1513

fol. 44v

Page 142: Iconografia quinhentista
Page 143: Iconografia quinhentista

Flos Sanctorum de 1513

fol. 3v

Page 144: Iconografia quinhentista
Page 145: Iconografia quinhentista

Flos Sanctorum de 1513

fol. 6v

Page 146: Iconografia quinhentista
Page 147: Iconografia quinhentista

Flos Sanctorum de 1513

fol. 7

Page 148: Iconografia quinhentista
Page 149: Iconografia quinhentista

Flos Sanctorum de 1513

fol. 7v

Page 150: Iconografia quinhentista
Page 151: Iconografia quinhentista

Flos Sanctorum de 1513

fol. 8

Page 152: Iconografia quinhentista
Page 153: Iconografia quinhentista

CONCÍLIO DE TRENTO

(13 de Dezembro de 1545 - 4 de Dezembro de 1563

Sessão XXV (Dezembro de 1563)

O Purgatório/ A Invocação e Veneração das Sagradas Relíquias dos

Santos e das Sagradas Imagens / Os Religiosos e as Monjas / As

Indulgências, a Mortificação, o Índice e o Lugar dos Embaixadores

DECRETOS DO CONCÍLIO DE TRENTO E OS

TRATADOS PÓS TRIDENTINOS

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA: TRATADOS

Page 154: Iconografia quinhentista
Page 155: Iconografia quinhentista
Page 156: Iconografia quinhentista
Page 157: Iconografia quinhentista
Page 158: Iconografia quinhentista

• ANDREA GILIO - Dialogo degli errori e degli abusi de’Pittori circa l’Istoria (1564)

• CASTELLANI – De imaginibus et miraculis sanctorum (1569)

• CARLOS BORROMEO – Insctrutiones fabricae et supellectilis

ecclesiasticae (1577)

• GABRIELLE PALEOTTI – Discorso intorno alle imagini sacre e profane (1582)

• JEAN MOLANUS – De picturis et imaginibus sacris (De historia SS.

Imaginum et picturarum pro vero earum usu contra abusus, 1570)

• JERÓNIMO NADAL – Evangelicae Historiae Imagines (1593)

• FEDERICO BORROMEO – De Pictura Sacra (1625)

• FRANCISCO PACHECO – Arte de la pintura, su antigüedad y grandezas (1649)

• Fr. JUAN INTERIÁN DE AYALA - El Pintor cristiano y erudito (1730).

TRATADOS ARTÍSTICOS PÓS-TRIDENTINOS

Page 159: Iconografia quinhentista

Crucifixão - Agnolo Gaddi (c. 1396)

Antes de Trento: a Virgem desmaiada é sustentada por João e as santas mulheres

Page 160: Iconografia quinhentista

Descimento da Cruz - Roger van der Weyden (c. 1435)

Page 161: Iconografia quinhentista

Crucifixão

Escola de Viseu

(c. 1520-1530)

Page 162: Iconografia quinhentista

Crucifixão

Vasco Fernandes

(c. 1530-1535)

Page 163: Iconografia quinhentista

Crucifixão

Paolo Veronese

(c.1580)

Mesmo depois do

Concílio de Trento, os

pintores não seguem as

normas definidas em

que, segundo os textos

Bíblicos a Virgem

deveria ser

representada de pé.

Nesta pintura continua

desmaiada e sustentada

por João e as santas

mulheres

Page 164: Iconografia quinhentista

6- Representações da Santíssima Trindade

- Trindade Terrena e Trindade Divina

- Trindade Dolorosa

- Trindade «Paternitas»

- Trindade «Trono da Graça»

- Trindade Triunfante.

ICONOGRAFIA DOS MISTÉRIOS DE JESUS CRISTO

Page 165: Iconografia quinhentista

A Trindade Celeste e a Trindade Terrena

Hieromimus Wierix (séc. XVI)

Page 166: Iconografia quinhentista

Bartolomé Esteban Murillo

(1675-82)

Page 167: Iconografia quinhentista

Colijn de Coter (séc. XVI)

TRINDADE DOLOROSA

Page 168: Iconografia quinhentista

El Greco (1577)

Page 169: Iconografia quinhentista

TRINDADE «PATERNITAS»

Mestre desc.

(Icone)

Page 170: Iconografia quinhentista

Bíblia Iluminada (séc. XII)

Page 171: Iconografia quinhentista

TRINDADE «TRONO DA GRAÇA»

Cristóvão de Figueiredo

Fundamentação Bíblica:

(Carta aos Hebreus 4, 16)

Page 172: Iconografia quinhentista

Albrecht Dürer (1511) (porm.)

Page 173: Iconografia quinhentista

TRINDADE TRIUNFANTE

Garcia Fernandes

Page 174: Iconografia quinhentista

Francisco Venegas

(c. 1570)

Page 175: Iconografia quinhentista

ICONOGRAFIA QUINHENTISTA

FINAIS DO SÉCULO XVI:

BARROCO ITALIANO (Contra-Reforma)

PINTURA NÓRDICA (Reforma)

Page 176: Iconografia quinhentista

Glorificação de Urbano VIII - Pietro da Cortona (1633-1639) Roma, Palácio Barberini

O BARROCO ITALIANO

Page 177: Iconografia quinhentista

O papel de Santo Inácio na expansão do nome de Deus no mundo (Apoteose de Santo Inácio)

Andrea Pozzo (1691-1694) – Roma, Igreja de Santo Inácio de Loiola

Page 178: Iconografia quinhentista
Page 179: Iconografia quinhentista
Page 180: Iconografia quinhentista
Page 181: Iconografia quinhentista
Page 182: Iconografia quinhentista
Page 183: Iconografia quinhentista
Page 184: Iconografia quinhentista

Retrato de Dama nobre - Barthel Bruyn, o Velho (1530-35)

A PINTURA NÓRDICA:

O contraste nas técnicas

e nos temas

Page 185: Iconografia quinhentista

Retrato de Nobre - Barthel Bruyn, o Velho (1531)

Page 186: Iconografia quinhentista

Natureza-morta (Vanitas)

Barthel Bruyn, o Velho (1542)

Page 187: Iconografia quinhentista

Caveira num nicho

Barthel Bruyn (c. 1515)

Page 188: Iconografia quinhentista

Vanitas - Pieter Claesz (1630)

Page 189: Iconografia quinhentista

Vanitas - Pieter Claesz (1630)

Page 190: Iconografia quinhentista

Vanitas com esfera de vidro – Pieter Claesz (c. 1630)

Page 191: Iconografia quinhentista

Vanitas – Harmen Steenwyck (c. 1645)

Page 192: Iconografia quinhentista

Natureza-morta com queijo e fruta - Floris Claesz Van Dyck (1615-20)

Page 193: Iconografia quinhentista

Natureza-morta com Instrumentos musicais - Claesz Pieter (1623)

Page 194: Iconografia quinhentista

Natureza-Morta: mesa posta - Willem Claesz Heda (1635)

Page 195: Iconografia quinhentista

A Leiteira

Jan Vermeer (1660)

Page 196: Iconografia quinhentista
Page 197: Iconografia quinhentista

Guilda dos Ourives de Amsterdam – Thomas de Keyser (1627)

Page 198: Iconografia quinhentista

A Companhia do Capitão Reyner Reael - Frans Hals e Pieter Codde (1637)

Page 199: Iconografia quinhentista

Banquete dos Oficiais - Bartholomeus van der Helst (1648)

Page 200: Iconografia quinhentista

O MÉTODO GEOMÉTRICO

• O Método Geométrico é um complemento do Método Iconográfico.

Enquanto este nos descreve e explica o significado dos vários

elementos, o Método Geométrico permite justificar

• A sua localização

• As suas proporções

• A relação entre os vários elementos e mesmo conhecer as

opções dos pintores quanto às dimensões da obra e as

respectivas leis internas.

Page 201: Iconografia quinhentista

O MÉTODO GEOMÉTRICO

Recorre a «ferramentas» próprias das ciências exatas:

1- Leis da perspetiva linear

2- Construção do «marco» da pintura, determinação do «módulo»

e suas divisões harmónicas

3- Existência de formas geométricas

O objetivo é conhecer o «esquema geométrico de composição»

que esteve na génese estrutural da pintura e, assim, perceber

melhor o pensamento original do pintor.

Page 202: Iconografia quinhentista

Anunciação

Jorge Afonso (atr.)

(c. 1520-1525)

O Método Iconográfico

não dá resposta a muitas

questões.

Exemplo:

Porque a pomba do

Espírito Santo se

encontra naquele lugar?

Page 203: Iconografia quinhentista

Marco do Rectângulo e estrutura

interna

O Método Geométrico

justifica a localização da

pomba do Espírito Santo:

A estrutura geométrica

consiste num quadrado

sobrepujado por dois

«Rectângulos de Ouro».

O centro do círculo está

relacionado com estas

formas geométricas.

Page 204: Iconografia quinhentista

Anunciação

Vasco Fernandes

(c. 1506-1511)

O Método Iconográfico não explica o

corte do medalhão do lado esquerdo

com a figura de Adão

Page 205: Iconografia quinhentista

Marco do Rectângulo e estrutura

interna

O Método Geométrico permitiu

descobrir um corte de 6 cm

efectuado do lado esquerdo o que

seria suficiente para a

representação totoal do medalhão.

Permite também perceber a relação

entre o círculo inscrito no quadrado:

o divino que se inscreve no

humano, ou seja, a Incarnação do

Verbo de Deus.

(para detalhes ver a Tese no site

indicado no último slide).

Page 206: Iconografia quinhentista

Annunciação

Francesco del Cossa

(1470)

AVANÇANDO UM

POUCO MAIS…

O Metodo

Geométrico permite

verificar a diferença

entre o espaço

pictórico e o espaço

real

Page 207: Iconografia quinhentista

Annunciação - Francesco del Cossa

Vista superior (por Loic Richalet)

Anjo Gabriel

Virgem Maria

Coluna central

Espaço pictórico Espaço real

Caracol

CONCLUSÃO: No espaço real o Anjo Gabriel não vê a Virgem Maria

Page 208: Iconografia quinhentista

Adaptação pessoal do método de Piero della Francesca: duas vistas da

mesma realidade : a Vista em Perspetiva e a Vista Superior

Ponto de fuga

Face superior

(= vista em perspetiva)

Face frontal

(= vista superior)

Do método de Piero della

Francesca selecionámos o

CUBO PERSPETIVO:

Page 209: Iconografia quinhentista

Estrutura arquitectónica em perspetiva...

(Vredeman de Vries)

… e a sua projeção horizontal

(Vista superior)

Exemplificando - usando o processo do cubo de Piero

Page 210: Iconografia quinhentista

Anunciação - Bartolomeo della Gatta (c. 1500)

• O Anjo Gabriel parece estar diante da porta e da Virgem Maria

• O espaço onde se encontram as personagens parece-nos ser rectangular

• A cadeira parece estar colocado por detrás da Virgem Maria

A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO

Page 211: Iconografia quinhentista

Anunciação

Bartolomeo della Gatta (c. 1500)

Vista superior (ou projeção horizontal)

CONSTRUÍNDO A VISTA SUPERIOR E COMPARANDO-A

COM A PINTURA:

Espaço pictórico

Espaço real

Page 212: Iconografia quinhentista

O ESPAÇO REAL

• O Anjo não está

colocado directamente

à frente da Virgem

Maria nem diante da

porta.

• As personagens

estão no interior de um

espaço quadrado

• A cadeira não está

por detrás da Virgem

Maria

Page 213: Iconografia quinhentista

Anunciação - Sandro Botticelli (c. 1490)

A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO

Page 214: Iconografia quinhentista

Anunciação - Sandro Botticelli (c. 1490)

A VISÃO DO ESPAÇO PICTÓRICO

• O Anjo Gabriel parece estar posicionado diante da Virgem Maria e diante da entrada (que parece ser bastante ampla)

• O espaço onde se encontram as personagens parece-nos ser bastante reduzido em profundidade

• As colunas centrais parecem ter secção quadada

Page 215: Iconografia quinhentista

Anunciação Sandro Botticelli (c. 1490)

Vista superior (ou projeção horizontal)

Espaço pictórico

Espaço real

CONSTRUÍNDO A VISTA SUPERIOR E COMPARANDO-A

COM A PINTURA:

Page 216: Iconografia quinhentista

• O Anjo Gabriel não está à

frente da Virgem Maria

nem diante da porta

• O compartimento é mais

profundo do que

aparentava ser

• As quatro colunas

centrais têm uma secção

rectangular

• A porta é muito pequena

• O Anjo só consegue ver a

Virgem Maria através de

um pequeno espaço entre

a 2ª e a 3ª colunas.

O ESPAÇO REAL:

Page 217: Iconografia quinhentista

• Motivos para estas opções dos pintores?

• Nada disto seria perceptível se não fosse analisado

em termos geométricos !!!

• Conclusão?

Page 218: Iconografia quinhentista

Uma interacção que permite compreender melhor as

pinturas e os segredos que elas encerram

ENDEREÇO ELETRÓNICO DA TESE:

http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/18025

Fim