IBBP Escola Bíblica Dominical

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IBBP Escola Bíblica Dominical Data 15/08/10 Livro: A Vida na Casa do Pai Cap. 9: Como preservar a unidade do corpo Texto Base: Fp. 4. 2,3 Paulo exorta: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos, ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Fp. 1.27). Fica aparente nessas passagens que os cristãos em Filipos não desfrutavam a unidade que deveriam ter. Na verdade, parece provável que havia ressentimento, amargura e conflito aberto entre alguns deles. Essa suspeita é confirmada em Filipenses 4.2,3, quando Paulo cita o nome de duas mulheres que estavam em conflito entre si. O problema entre Paulo e Evódia não só fazia mal a elas próprias, mas à igreja como um todo. Note também que Paulo as descreve no versículo 3 como aquelas que “juntas se esforçaram comigo no evangelho”. A palavra grega traduzida por “esforçar-se” é uma forma intensificada de athleo, que originou a palavra atleta. Ela expressa uma vontade de participar em intensa competição. A questão é que podem ocorrer conflitos e contendas entre dois cristãos, mesmo que eles sejam comprometidos com Cristo e O estejam servindo há muitos anos. A desunião e a dissensão também podem acontecer em qualquer igreja, não importa o quanto esta igreja tenha sido fiel ao Senhor no passado. Como isso acontece? Se quisermos evitar tal desunião na igreja, será útil entender como os relacionamentos humanos que fluem bem se tornam uma avalanche de discórdia aparentemente irreparável. A resposta é falta de capacidade de resolver conflitos interpessoais de modo bíblico. Alguns tipos de conflitos são inevitáveis em qualquer relacionamento que envolva duas pessoas pecadoras, mas uma abordagem correta da dificuldade resolve o problema e

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IBBP Escola Bíblica DominicalData 15/08/10Livro: A Vida na Casa do Pai

Cap. 9: Como preservar a unidade do corpoTexto Base: Fp. 4. 2,3

Paulo exorta: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos, ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Fp. 1.27). Fica aparente nessas passagens que os cristãos em Filipos não desfrutavam a unidade que deveriam ter. Na verdade, parece provável que havia ressentimento, amargura e conflito aberto entre alguns deles.

Essa suspeita é confirmada em Filipenses 4.2,3, quando Paulo cita o nome de duas mulheres que estavam em conflito entre si. O problema entre Paulo e Evódia não só fazia mal a elas próprias, mas à igreja como um todo. Note também que Paulo as descreve no versículo 3 como aquelas que “juntas se esforçaram comigo no evangelho”. A palavra grega traduzida por “esforçar-se” é uma forma intensificada de athleo, que originou a palavra atleta. Ela expressa uma vontade de participar em intensa competição.

A questão é que podem ocorrer conflitos e contendas entre dois cristãos, mesmo que eles sejam comprometidos com Cristo e O estejam servindo há muitos anos. A desunião e a dissensão também podem acontecer em qualquer igreja, não importa o quanto esta igreja tenha sido fiel ao Senhor no passado.

Como isso acontece? Se quisermos evitar tal desunião na igreja, será útil entender como os relacionamentos humanos que fluem bem se tornam uma avalanche de discórdia aparentemente irreparável. A resposta é falta de capacidade de resolver conflitos interpessoais de modo bíblico. Alguns tipos de conflitos são inevitáveis em qualquer relacionamento que envolva duas pessoas pecadoras, mas uma abordagem correta da dificuldade resolve o problema e aproxima as duas partes. Contudo se um conflito inicial não é tratado de maneira adequada, o problema vira uma bola de neve e acaba levando a uma avalanche de desentendimentos.

EXEMPLO 1: Luz vermelha no carroEXEMPLO 2: Jogo de futebol, entrada dura, o outro desconta, fica mal -estarEXEMPLO 3: Alguém que se ofende por algo que outro lhe falou e liga pra uma 3ª pessoa pra contar tudo

O que aconteceu entre Evódia e Síntique provavelmente foi algo assim. Uma pequena discordância virou um problema grande o suficiente para a notícia se espelhar até Roma, onde Paulo escreveu sua carta aos Filipenses.

O Princípio da responsabilidade mútua

Paulo diz: “ Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente”. Ele considera que ambas são responsáveis pela situação irreconciliável. Ele tem o cuidado de não tomar partido, porque sabia que ambas tinham uma parcela de culpa no

problema. Evódia pode ter sido a primeira a tratar friamente ou criticar Síntique. No entanto, se Síntique reagiu inadequadamente ao pecado de Evódia e se ressentiu, ou fez fofoca sobre a situação, ela também estava pecando.

Se você não reage de modo bíblico aos maus tratos e conseqüente ressentimento, você está tão errado quanto a pessoa que o maltratou

As maneiras pelas quais nos frequentemente contribuímos para que haja conflito, podem ser agrupada em três categorias: retaliação, inércia e confronto sem sabedoria.

Retaliação

Quando alguém nos magoa, nossa tendência é revidar de alguma maneira. Essa tendência é produto de nossa carne pecaminosa (Gl. 5.19,20), contra a qual devemos sempre lutar no poder do espírito (Gl. 5.22,23). Paulo resumiu os ensinamentos de Cristo sobre esse assunto quando escreveu aos Romanos: “abençoai aos que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis... não torneis a ninguém mal por mal... não vos vinguei a vos mesmos, mas daí lugar a ira; por que esta escrito: A Mim me pertence a vingança, eu retribuirei diz o Senhor. Pelo contrário, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; por que fazendo isto, amontoará brasas vivas sobre a sua cabeça” (Rm. 12.14-20).

Essa e outras passagens nos ordenam que nunca retaliemos contra alguém que nos feriu. A retaliação é sempre um pecado contra a pessoa que nos feriu e contra Deus. No entanto frequentemente acrescentamos esse pecado ao pecado inicial, o que piora muito o problema. Geralmente revidamos com a nossa boca, soltando insultos sutis ou diretos contra aqueles que nos ofenderam, ou falando de maneira negativa sobre eles com outras pessoas que não precisavam ser envolvidas na situação ( LER Tg 3.8-10, Pv. 25.9 e Mt. 18.15).

Inércia

Você pode não retaliar e ainda assim piorar a situação não fazendo nada. Essa é uma armadilha comum entre os cristãos. Num esforço de “dar a outra face”, eles frequentemente ignoram a ofensa porque exige tempo demais e é difícil confrontá-la. Do mesmo modo, quando se trata do ofensor, geralmente ele ignora o problema, esperando que a outra parte venha até ele, ou desejando que o problema seja esquecido.

Seja você o ofensor ou o ofendido, a bíblia diz que você não deve jamais correr da pessoa ou do problema que fere seu relacionamento, mas que você deve ir até a outra parte e fazer o que for possível para resolver o problema.

Evitar retaliação é recomendável, mas só isso não resolvera o problema no Corpo.conflitos entre membros de uma igreja devem ser confrontados e discutidos em amor para que a reconciliação tenha lugar. (LER Mt. 5.23-24)

Confronto sem sabedoria

Algumas vezes os crentes reconhecem o pecado da vingança e a necessidade de se fazer algo em relação ao problema, mas acabam por atacá-lo de modo errado. O modo, o conteúdo e a hora da confrontação podem não ser totalmente bíblicos e isso, com freqüência, agrava o conflito tanto quanto a retaliação ou a inércia.

EXEMPLO: Amigo 1 confronta a situação no momento errado piorando ainda mais a situação.

No exemplo eles estavam corretos ao decidir abordar os problemas entre eles, mas confrontaram-se sem sabedoria, o que acabou piorando o problema. Note também como ambos são responsáveis pelo conflito crescente. Para resolver o conflito eles precisam começar com um reconhecimento mútuo dos erros e confessa-los.

Se você está envolvido num conflito na igreja a primeira coisa que deve fazer é examinar-se a si mesmo para ver se há uma trave em seu olho. E se você tiver a oportunidade de ajudar outros a resolverem conflitos, comece ajudando ambas as partes a verem as responsabilidades que tem no problema e na sua solução. (LER Mt. 7.1-5 e Pv. 15.1).