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Transcript of I cPPSt É BOM S A B E R I T ScfJA'rlATAS o vírus que ... · que S°Á,das reses doentes. ......
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Scf"JA'rlATAS
o vírus que enfraquece o gadoLeucose bovina reduz resposta imunotogica, aumentando risco de infecções
,
Um dos problemas que preocupam pes-quisadores dedicados à área da pecuária
- principalmente a pecuária leiteira - éa leu cose cnzoótica bovina, também
chamada de leucemia bovina. Essa doen-ça infecciosa pode causar sérios pre-
juízos econômicos, já que reeluz a res-posta imunológica elos animais, aumen-
tando o risco ele infecções e dificultandotambém a comercialização do rebanho.
A doença é causada por um retroví-
rus denominado vírus da leu cose bovina(VLm. Os retrovírus têm esse nome por-que usam a enzima transcriptase reversa
para sintetizar DNA a partir de seu mate-rial genético, composto de RNA. A leu-
cose pode se m.mifcstur de duas formas:
a linfocitosc persistente, dctccrud« em
cerca de 30% dos animais ínfectadose caracterizada pela formação de agre-gados de linfócitos neoplásicos (célu-
las brancas do sangue com crescimcn-to anormal), e o linfossarcoma (tumormaligno), que raramente atinge mais doque S°Á,das reses doentes. Os tumorespodem se desenvolver na pele do ani-
mal e em órgãos internos como estôma-go, corncào, útero e outros.
Formas de transmissãoO VLB é transmitido através de linfócitoscontaminados. A "transferência de san-
gue, mesmo em pequenas quantida-
des, é a principal fonte de dissemina-çào da doença. Isso significa que a apli-caçào de vacinas, as injeções de medi-
camentos, as descamas (corte dos chi-
fres) e todo tipo de cirurgia podem trans-mitir o vírus, caso sejam usadas agulhase materiais contaminados.
Alguns trabalhos científicos indicama possibilidade de transmissão do vírus
através do leite, mas o fato é bastante
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raro. Também foi observado o aumentoda disseminação da leucose nos mesesde verão, o que sugere a participação ele
insetos hematófagos (que se alimentamde sangue). Tais insetos (moscas) apre-sentam intensa proliferação nessa épocado ano. Outros modos de infecção são ouso de sêmen e embriões contaminados- na inserninaçâo artificial e na trans-ferência de embriões - e o uso de sanguecom o vírus em premunições (técnica ele
imunização na qual se transfere para
animais sadios o sangue de outros, por-tadores dos agentes da doença conhe-cida como tristeza parasitária dos bo-vinos).
Todas as raças de bovinos são sus-
cetíveis à doença, embora ela ataquecom maior freqüência o gado leiteiro,devido ao estreito contato entre os ani-mais no rebanho. Como a doença é deevolução lenta, os sintomas clínicos ge-ralmente são observados nos animaismais velhos. Com a evolução da doença,formam-se tumores em diversos órgãos,que podem até levar o animal à morte.Nas pesquisas realizadas 'não foi ob-
servada nenhuma suscetibilidade hu-mana ao vírus da leucose bovina.
Como diagnosticarA leucose bovina pode ser diagnostícada
através de vários exames de laboratório.Desde a descoberta de que a doença écausada por um vírus, os testes soro-lógicos têm sido adota elos como método
ele diagnóstico. O de uso mais geral, porser prático, eficiente e de baixo custo, éo teste de imunodifusão em gel de ágar.
Outro método bastante usado é o Elisa(sigla de enzyme-linleed imrtnosorbentassay), teste imunoenzimático maissensível que o de imunodifusào, embora
de custo mais elevado.Para aumentar a confiabilidade dos
resultados, muitos pesquisadores re-
comendam a repetição ou a combinaçãoelos testes. Atualmente, os avanços dagenética molecular permitem realizartestes diretos de diagnóstico, como a
~ AGOSTO DE 1997
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reação ele polirncrasc em cadeia, quedetecta, com certeza, a presença ou au-sência do vírus. O uso desse tipo deteste, no entanto, torna-se inviávcl por
seu alto custo, ficando restrito a pesqui-sas científicas.
Prevenção e controleExistem várias maneiras de prevenir econtrolar a disseminação da leu cose. Aerradicaçào dos animais portadores dovírus é um método eficiente, mas às
vezes impraticável. Por isso, é mais co-mum segregar os animais intcctndos eclimin.i-los do rebanho de Iorm.: lcnt.r.A proihicào da corncrci.iliz.rçào de re-
banhos infcctados também pode impe-dir a transferência do vírus para outrasfazendas e outras regiões. No Brasil, tulproibição não existe.
Outras formas importantes de prc-vençào da doença sào o controle adequa-
do ele insetos hematófagos, o cuidadona manipulaçào de instrumentos queentram em contato com o sangue (co-mo agulhas e pistolas de vacinação), ouso de sangue testado nas premuniçõese a realização periódica de testes paradiagnosticar o problema no rebanho.
Um fator importante a ser consideradono controle e crradicarào da docnca é :\
relação custo-benefício. Alguns paísesque já se livraram da leucose bovina eoutros que desenvolvem programas parasua erradicaçào (como Uruguai e Chile)
impõem barreiras sanitárias contra ani-
mais e seus produtos de rebanhos ondeo problema existe, o que torna cada vezmais difícil o comércio.
Uma possível vacinaVárias proteínas que compõem o vírusforam ideruificadas, o que permitiu obtersua produção em leveduras, através detécnicas ele DNA recornbinante. A
seqüência elos genes do VL13também jároi determinada, possibilitando compu-rações com out ros rcrrovírus conheci-dos, como o J-ITLV(que ataca células dosistema imunológico humano), o ATLV
(que arac.i o .•sistema imunológico deanimais). Tais comparações revelaramlonc semelhança entre eles, e portantoa provável existência de um ancestral
comum. Os estudos sobre a composiçãogenética do vírus mostraram ainda bai-xa taxa de mutação, o que pode facilitaro desenvolvimento de uma vacina.
Observações em rebanhos com ani-mais infectados indicaram a existênciade uma marcante tendência familiar pa-ra o desenvolvimento da linfocitose, su-gerindo que animais de algumas linha-gens seria l1l 11l:\ is suscetíveis que os deoutras. /\ hipótese provocou polêmica:\t(· fin.rl dos anos HO, quando pesquisa-dores comprovaram que a resistência e
a suscetibilidade ~ doença são contro-l.idas geneticamente. Tal controle, alémde explicar por que alguns portadoresdo vírus não apresentam a neo-plasia,poderá permitir a seleção ele animais
mais resistentes, ainda no estágio em-brionário.
Como as pesquisas com vacinas queenvolvem proteínas virais produzidasatravés de técnicas de DNA recombinantesào recentes, seus produtos ainda não
foram testados em bovinos. No entanto,
alguns resultados positivos já foramobtidos com a imunização ele coelhos e
ovinos. Essa linha de pesquisa é pro-missora na área da imunologia e contro-le de doenças infecciosas.
Antonio Junqueira TambascoCentro de Pesquisa de Pec/lária' do Sudeste,Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuâria
(Enibrapa).
Daniella DeBenedetti Tambasco
Departamento de Genética e EUa/lição,
Unincrsidadc Federal de São Cartas.
Márcia Cristina de Sena Oliveira
Centro de Pesquisa de Pecuária do Sudeste,
Einbrapa.
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