Hoje Macau 26 JUN 2015 #3359

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB GONÇALO LOBO PINHEIRO JOSÉ SIMÕES MORAIS PUB Ter para ler DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 26 DE JUNHO DE 2015 ANO XIV Nº 3359 O ESPÍRITO DA CHINA ADDY CHAN VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS Há um grave problema de nsegurança governamental hojemacau O projecto da discórdia ASSÉDIO SEXUAL Uma Macaense Uyghur OPINIÃO ANDRÉ RITCHIE h PÁGINA 21 TERRENOS Chefe pede ao CCAC para investigar RESERVA FINANCEIRA Investir milhões via Guangdong POLÍTICA PÁGINA 4 ENTREVISTA PÁGINAS 2-3 ‘‘ SOCIEDADE PÁGINA 8 SOCIEDADE PÁGINA 7

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Hoje Macau N.º3359 de 26 de Junho de 2015

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2 hoje macau sexta-feira 26.6.2015entrevista

Comecemos pelo sistema de infra-estruturas do território. Considera que precisamos de mais contacto com o exterior, em termos do actual sistema de transportes, incluindo Zhuhai e Hong Kong?A ponte entre as três regiões é muito importante. A maioria vai focar-se nas pessoas e na necessidades que estas têm, mas temos que pensar em aspectos de logística, nomea-damente de trocas comerciais e negócios. Entre Macau e Hong Kong é uma viagem que se faz de barco numa hora. Com a ponte e se se conduzir a 120 quilómetros por hora, juntamente com o tempo de passar a fronteira e chegar a Central, deverá demorar o mesmo. No entanto, embora não pareça ser mais benéfico neste ponto, é-o em termos de mercadorias, quando se enviam mercadorias de Hong Kong para Macau costumam demorar pelo menos um dia de barco. Se for de camião, os procedimentos todos demorariam apenas duas horas, o que é melhor. O problema de Macau é que o nível do mar não permite que os grandes barcos com conten-tores aqui atraquem, o que afecta a internacionalização do sector de importações e exportações local.

Não tem receio que a ponte acabe, como todas as outras estruturas, por ser intransitável com a quan-tidade de automóveis? Esta é uma questão com a qual os designers [do projecto] têm que se preocupar. Todas elas têm grandes engarrafamentos automóveis e é preciso planearmos a longo prazo. Não apenas para os próximos dez anos, mas sim 20 ou 30. O número de carros e pessoas vai ser cada vez maior. É preciso pensar em grande escala e fazer as perguntas certas. Há demasiados carros na rua e as

Prioridade para o planeamento urbano, circulação de transportes públicos na nova ponte, menos tempo para a concessão de terrenos e que o problema do metro não seja escondido. São estes alguns dos pedidosde Addy Chan

Addy ChAn vice-presidente da associação dos engenheiros de Macau

“A concessão de terrenos deveria ser menor do que 25 anos”pessoas queixam-se da falta de estacionamentos. Talvez a rede de transportes públicos não satisfaça o suficiente para deixar os carros em casa. No caso da ponte, é preciso pensar como se vai processar o trânsito. Será mesmo preciso ir de carro pela ponte, ou um bom sistema de transportes poderia ser solução? Se existisse [isso], as pessoas não teriam que se preocupar com o carro e seria mais fácil para as desloca-ções. O Governo planeia criar uma série de instalações adjacentes para conforto dos passageiros, mas a verdade é que as pessoas, enquanto cidadãs, são preguiçosas. É nisto que o Governo, os engenheiros e os designers do projecto têm que pensar. Criar uma ideia muito sim-ples, confortável e ‘user-friendly’. Quando vamos a Hong Kong, é-nos muito fácil deslocar, porque o metro vai para todo o lado e é barato.

Que soluções podem ser impostas, então?É preciso repensar os postos fron-teiriços, entre os quais o das Portas do Cerco, o da Ilha da Montanha e o do Porto Interior. A ideia deve ser distribuir as pessoas pelas várias entradas que temos, fazendo com que só dois deles sofram com engarrafa-mentos e todos passem num mesmo sítio. Isto não pode é ser resolvido só por Macau, é um assunto que só se resolve com a cooperação da China, até porque se trata de fronteiras con-juntas. Fala-se tanto em estratégias de cooperação, mas estas são as coisas realmente importantes. Se Macau for uma cidade bem apetrechada, bonita, com estacionamentos, mas onde é impossível apanhar táxi, quem a quererá? Temos que perceber que quem vier a seguir vai ter os mes-mos problemas se eles não forem resolvidos.

Outra das coisas pensadas é uma estação de metro até à China. Isto faz sentido? O traçado original prevê uma para-gem perto da Ilha da Montanha e faz todo o sentido, até porque se Macau não acompanhar os passos largos que a China está a dar na área dos trans-portes, irá perder a importância que hoje em dia tem no país. Macau está a querer internacionalizar-se, mas as coisas têm todas que ir nesse sentido.

O Regime de Acreditação para os Arquitectos e Engenheiros em Macau vai entrar em vigor no próximo mês. Na sua opinião, o que vai mudar?Isto é necessário e nunca existiu, mas vai ser doloroso até que as pessoas aceitem e seja uma lei bem sucedida. Isto porque no passado,

os arquitectos e engenheiros locais não eram reconhecidos internacio-nalmente e, até hoje em dia, poucos são aqueles que o são. Podemos ver que as empresas e profissionais que vêm a Macau não confiam no trabalho dos engenheiros locais. Se têm experiência suficiente? Não, mas porque não vai ao encontro dos padrões internacionais. Ho-nestamente, acho que não podemos esperar muito com a implemen-tação [do regime], comparando com os de outras regiões. Serão precisos 20 ou 30 anos para que este sistema seja verdadeiramente eficaz. Quando for idoso, este será um regime estável e a profissão suficientemente internacional. A grande diferença, com a nova lei, é a necessidade de experiência dos recém-licenciados. Antes, funcionava apenas com um sistema de registo de quem tinha tirado o curso. Serão precisos cinco anos em part-time ou dois a tempo inteiro em regime de preparação.

Isto vai criar problemas à entrada destas pessoas ao exercício da profissão? Não creio, até porque o mais im-portante é a segurança, porque não podemos esquecer que estamos a lidar com a vida das pessoas. Pri-meiro, está a segurança e depois a experiência. É uma boa lei, mas é preciso tempo para que estabilize, até porque vai demorar para criar a comissão de aprovação, mas espero que lá coloquem pessoas da área, nomeadamente que estão neste momento a trabalhar com o mercado local. Sugiro que também haja académicos universitários. Há muitas faculdades no mundo que têm cursos de Arquitectura e Engenharia, mas será que todos os estudantes estão aptos para trabalhar? Há cursos inteiros de Engenharia Civil online... Isto é viável? Essa comissão terá que avaliar os seus conhecimentos. Os alunos que se licenciarem agora não

vão poder inscrever-se na base de dados através da nova lei, porque as inscrições estão fechadas e vai demorar até tudo estar em ordem. Depois de formarem a comissão, têm que simplificar o sistema, de forma a explicar aos mais novos o porquê de terem, ou não, sido seleccionados para começar a tra-balhar. O problema é, novamente, necessidade de clareza na lei.

Considera que os cursos destas áreas, oferecidos por universi-dades locais estão aptos a formar bons profissionais?Sim, mas julgo que isto é apenas o início e é preciso tempo para construir uma plataforma de estudos internacional. O mais importante é não só adaptar o ensino ao mercado da arquitectura e engenharia locais, mas também impor às universidades que leccionem o que se faz lá fora nesta área.

Como vê a desistência do Gover-no em reaver 16 terrenos devido à falta de requisitos para a sua caducidade?Já soube quais as alegadas razões para o cancelamento da reversão, mas como engenheiro, não me inte-ressam aspectos legais, mas sim se esta é uma situação que vai repetir--se outra e outra vez. É isso que não pode acontecer e para isso têm que se encontrar os verdadeiros problemas. Foi uma questão de prazos e atrasos, de erros nos projectos? Temos que saber. Às vezes não é um problema das pessoas, mas sim das políticas.

Alguns desses terrenos eram propriedade de conhecidos em-presários locais, nomeadamente patronato de operadoras de Jogo. Segundo sei, o Governo não di-vulgou nomes e o que realmente interessa é saber qual o destino e projectos pensados para os terrenos,

“Não se podem esconder os problemas debaixo do tapete, o Governo precisa de ir, como se faz em Hong Kong, à Assembleia Legislativa para explicar tudo[sobre o metro]”

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3 entrevistahoje macau sexta-feira 26.6.2015

Addy ChAn vice-presidente da associação dos engenheiros de Macau

“A concessão de terrenos deveria ser menor do que 25 anos”

qual a sua utilidade para a cidade e em quanto tempo estará pronto.

A concessão de terrenos deveria ser menor do que os 25 anos es-tabelecidos?Sim, sem dúvida. Os projectos po-dem facilmente começar num prazo de dois anos e caso não seja possível, devem ser devolvidos ao Governo. A pergunta é: será que estes terrenos podem ser revertidos de imediato e ser usados pelo Governo para construção? O mais relevante é criar construção nestes locais que não são aproveitados, porque já temos muito pouco espaço. No caso de conceder os terrenos a empresas, o Executivo tem que exigir à entidade aquilo que vai ser feito.

Em termos de planeamento urba-no, do que é que Macau precisa neste momento?Julgo que primeiro é preciso perce-

ber o tipo de cidade que queremos que Macau seja. O plano tem de ser a 20 anos e perceber se queremos uma cidade turística, uma platafor-ma para os Países de Língua Por-tuguesa, uma zona essencialmente residencial... O que vai ser Macau? Podemos até ter milhões de turistas daqui a uns anos e em Engenharia, tudo é, na prática, possível. É é preciso ter um plano bem delineado para depois se fazer.

Mas vai custar tempo e dinheiro.Neste assunto, essa não é uma des-

culpa válida porque o Governo está já no activo há 15 anos. Inicialmen-te, justificavam que era tudo novo, mas agora já não se pode.

Subiram novos Secretários ao poder há seis meses. Sendo en-genheiro em Macau, como vê a evolução desde então e qual a sua opinião sobre a performance de Raimundo do Rosário?Em termos gerais, diria que o ava-lio em 85%, de zero a cem. Hoje em dia, o processo de aprovação de apresentação de projectos, em concursos públicos, está bastante mais rápido e dantes eram precisos uns três meses para isso. Antes, qualquer pequeno problema con-duzia à rejeição do projecto, mas agora o Governo explica que partes estavam incorrectas e que precisam de ser melhoradas. Tornou-se num processo muito eficiente, porque é possível começar um projecto e ir

melhorando o que não está bem. O problema para o novo Secretário é que não é possível resolver proble-mas de 15 anos em seis meses. O [da Associação dos Engenheiros] é que ele peça a demissão antes de completar o mandato, porque sinceramente, se formos ver o seu passado profissional, estava bem colocado em Portugal e não tinha problemas, era um bom emprego. De repente teve que pegar neste cargo problemático e vai resolver, mas não de acordo com as expec-tativas da população, que creio que são demasiado altas, não condizem com a realidade. Não se pode fazer magia para resolver um problema instantaneamente.

Considera que Raimundo do Ro-sário devia ter dado prioridade à resolução de problemas deixados pelo Governo anterior?A questão é que muitos dos proble-mas não têm que ver com corrupção, como a população ficou a pensar na altura do caso Ao Man Long e sem confiar no Governo. O nosso sistema não é forte o suficiente, porque se fosse, não haveria espaço para corrupção. O sistema político precisa, claro, de ser suportado por uma actualização da moldura legal existente.

Que leis precisam de ser actua-lizadas? O Regulamento de Segurança con-tra Incêndios é um deles, que data de 1995. Porque é que as constru-toras de casinos não seguem a lei local, mas sim a dos EUA? Isto é já um problema em si e temos que perceber porque é que escolhem não usar o nosso sistema. Talvez isso seja uma pista... As empresas dizem que são questões de segu-radoras, mas se a nossa lei está, aparentemente, de acordo com os padrões europeus, porque é que não se usa? Outra tem que ver com as instalações eléctricas, que é um

regulamento em vigor desde 1974. Há muita coisa em cima da mesa do Secretário.

Em relação ao Reordenamento dos Bairros Antigos. O Governo extinguiu o Conselho Consultivo que tratava disto. O que propõe para a remodelação destas zonas? Voltamos ao planeamento urbano. Várias pessoas dizem que podemos seguir o exemplo de Taiwan ou da China, mas não se pode simplesmen-te copiar e colar ideias de uns países para os outros, porque são diferentes. Primeiro, as rendas em Taiwan são muito mais baixas do que aqui, que sobem imenso, rapidamente. Se o Governo quiser mesmo renovar a cidade, terá que ser a entidade activa, porque a população confia mais no Governo do que nos empresários. Várias empresas podem fundir-se para um projecto único e construir algo mais sólido. Se a reconstrução de um edifício der lugar a algo maior e melhor, cria-se mais espaço para revender. É assim que se cativa os habitantes que aí vivem. E se se relocalizar estas pessoas e lhes pagar as rendas enquanto a construção decorre e depois elas venderem os seus apartamentos renovados ao dobro do preço?

A questão do metro arrasta-se há já vários anos. Um dos problemas mais morosos é a construção da parque de oficinas, que continua a ter problemas e o Governo ainda não resolveu. Porque acha que isto acontece?O Governo sempre soube onde queria as coisas [do metro] e não é primeira vez que lida com a obra. O ponto é fazer as perguntas certas e é preciso que tanto a construtora, como a consultora e o Governo se resolvam. Não é preciso fazer inúmeros estudos e todos os pro-fissionais envolvidos no projectos são supostamente bons, não se sabe como o projecto está tão atrasado. Não se podem esconder os problemas debaixo do tapete, o Governo precisa de ir, como se faz em Hong Kong, à Assembleia Legislativa para explicar tudo. Há um grave problema de insegurança governamental.

E sobre os problemas que vieram do antigo Governo?Não distingo entre novo e velho Governo, porque para mim só difere a governação portuguesa e chinesa e já estamos sob poder da China há 15 anos. Um dos grandes problemas que detecto no Governo é a falta de comunicação interdepartamental, em que uns aprovam, mas desco-nhecem que outros rejeitaram. A bola está sempre a ser jogada para o departamento do lado. Dizem muitas vezes que é preciso um grupo de gestão interna, mas não, porque os problemas resolvem-se entre as pessoas.

Leonor Sá Machado [email protected]

“Em termos gerais, diria que avalio [Raimundo do Rosário] em 85%,de zero a cem”

“O problema para o novo Secretário é que não é possível resolver problemas de 15 anos em seis meses. O [da Associação dos Engenheiros] é que ele peça a demissão antes de completaro mandato”

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4 hoje macau sexta-feira 26.6.2015

O s activistas da Asso-ciação Novo Macau já têm pronto um projecto de lei contra

o assédio sexual e querem vê-lo subir à Assembleia Legislativa (AL) após uma petição online que começa hoje. Contudo, Jason Chao – que apresentou ontem a ideia – não tem o apoio dos deputados da mesma Associação, Ng Kuok Cheong e Au Kam san.

O projecto de lei foi elaborado pela Novo Macau depois de uma consulta pública que durou um mês e onde foram questionadas 200 pessoas “da sociedade”. Apesar de admitir algumas posições con-tra – nomeadamente na ideia de tornar o assédio crime público, que a Novo Macau não quer – “80% das opiniões” mostra-se a favor da criação de uma lei específica para o assédio sexual, segundo dados apresentados por Jason Chao, membro da Associação.

Recorde-se que, actualmente, a questão do assédio sexual está in-cluída no âmbito do Código Penal, mas não é punida especificamente como assédio. A ideia dos activistas é alterar isso.

“Temos que reparar que o Comité contra a Tortura da Or-ganização Mundial das Nações Unidas (ONU) pediu ao Governo que forneça informações sobre que passos estão a ser dados para a elaboração de uma lei que espe-cificamente puna o assedio sexual em todos os sentidos”, começa por relembrar Chao.

Actualmente, o Governo diz estar estudar a revisão desta le-gislação e anunciou mesmo que iria criar um diploma próprio para o efeito. Questionado sobre a apresentação deste projecto iria entrar em conflito com o Governo e, consequentemente, não reunir apoio dos deputados, o activista foi peremptório.

“Até quando vamos esperar? Já houve demasiados casos de assédio sexual nos últimos meses, até há pouco tempo via-se imagens [no Facebook] de um idoso a apalpar uma estudante. Não há lei para a polícia actuar e Macau necessita urgentemente desta lei.”

Chao diz mesmo que a apro-vação desta lei “poderia ajudar o Governo a fazer um relatório melhor” para a ONU, relembrando que o Executivo tem até Outubro

Começa hoje uma petição online para procurar apoio ao projecto de lei contra o assédio sexual criado pela Novo Macau. Ambos os deputados da mesma Associação não apoiam este projecto e dizem que está mal feito

Assédio AssociAção Novo MAcAu teM projecto de lei seM Apoio de deputAdos

“Vai ser motivo de chacota”

para responder às questões da orga-nização sobre o assunto. “Até estou curioso para ver o que vai dizer se não tiver a lei”, ironiza o activista.

DeputaDos contraQuestionado pelo HM sobre se o projecto de lei elaborado pelos membros da Associação Novo Ma-cau reunia o apoio dos deputados da mesma Associação – Ng Kuok

Cheong e Au Kam san – Jason Chao diz não saber as opiniões “de um”, mas revela “que outro” dos membros da ala pró-democrata não gosta do diploma.

“Um deles não respondeu”, diz, referindo-se, ao que o HM conse-guiu apurar, a Ng Kuok Cheong. “O outro disse-me que eu tinha feito ‘uma grande tempestade, para uma chuva muito fraca’. Disse que

este projecto de lei estava mal feito e que se o apresentássemos ia ser motivo de chacota. ‘Como é que podemos mostrar isto ao público? As pessoas vão-se rir’”, explicou Jason Chao, citando – ao que o HM apurou – Au Kam san.

Ao telefone com o nosso jornal, Ng Kuok Cheong admitiu que não vai apoiar a sua Associação, ainda que concorde com a necessidade de

um diploma. “Não vamos competir com o Governo, que prometeu uma consulta pública. Esse é o primeiro passo e só se o Governo não cum-prir, é que considero [que pode ser feito um projecto], mas não vou dar apoio a este projecto, ainda que concorde com o âmbito da lei”, começou por dizer, defendendo que o projecto da Novo Macau não “está suficientemente bem feito”.

Ng Kuok Cheong disse ainda que Chao não tinha pedido qual-quer informação aos deputados da Novo Macau sobre o projecto, algo refutado pelo activista, que assegu-ra que ambos chegaram a participar em reuniões para o efeito.

Dois anos De caDeiaA Novo Macau propõe que a lei especifique os actos que devem ser considerados como assédio sexual, “tais como beijos e abraços força-dos ou toques nas ancas, seios ou partes íntimas sem consentimen-to”. Como punição – e com base na lei “de Taiwan e Hong Kong” – a Associação propõe uma pena de prisão até dois anos.

Os activistas não concordam com a criminalização do assédio sexual, porque dizem que esta é uma decisão que cabe apenas à vítima – “ao contrário da violência doméstica”-, excepto em situações de menores de 12 anos. E, também nestes casos, se o menor for vítima de familiares ou tutores a pena para estes deve subir 1/3.

A ideia da petição – que pode ser encontrada em goo.gl/forms/pLONOJM9Ai – é não só reunir apoio dos residentes, como “criar um lobby” entre os deputados para que estes levem a lei à AL, algo que não pode ser feito pela Asso-ciação Novo Macau. Jason Chao diz que vai reunir com “cada um” dos deputados para apresentar o projecto. A petição corre até finais de Agosto.

Joana [email protected]

pOlítica

“Não vamos competir com o Governo, que prometeu uma consulta pública. Esse é o primeiro passo e só se o Governo não cumprir, é que considero [que pode ser feito um projecto], mas não vou dar apoio a este projecto, ainda que concorde com o âmbito da lei”Ng KuoK CheoNg deputado

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5 políticahoje macau sexta-feira 26.6.2015

U ma lei que dá tra-balho. É assim que Cheang Chi Keong, presidente da 3.ª

Comissão Permanente da assembleia Legislativa, ca-racteriza o Regime Jurídico de Tratamento de Litígios decorrentes do Erro médico. O presidente explicou que a Comissão vai propor a criação de um Regime Dis-ciplinar que dite regras que os médicos devem cumprir, como uma espécie de Códi-go Deontológico, que não existe em macau.

“Vamos abordar com o Governo, para ver se é possível, no processo de reconhecimento profissio-nal, pedir a criação de um regime disciplinar, que dite quais são os deveres dis-ciplinares a cumprir pelos profissionais. (...) No caso de infracção desses deveres disciplinares pode então dar ao lugar ao cancelamento [da licença], por exemplo, pode até não ir à fase penal”, ex-plicou Cheang Chi Keong.

No caso de existir uma infracção a este regime que dita as regras será então detectado “um problema a nível profissional”, ou seja, um incumprimento. “É preciso encontrar um ponto de equilíbrio”, argumentou o presidente, reforçando a necessidade de criar uma lei que proteja utentes e médicos.

Comissão de foraDurante a reunião de ontem da Comissão que analisa a lei na especialidade, foi ainda analisado o acórdão sobre o caso do erro no diagnóstico de dois médicos do Kiang Wu que não foram conde-nados criminalmente. a Comissão “muito discutiu” o assunto e debruçou-se sobre os relatório de perícia.

a associação das mulhe-res de macau concorda

com a proposta de aumento das penas para consumo e tráfico de droga, ideia de-fendida no âmbito de uma reunião do Grupo de Tra-balho Especializado para a Revisão da Lei de Combate à Droga.

a associação, conside-ra, em comunicado, que o Governo “deveria pensar em melhorar os padrões na lei”, lembrando que a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o dia 26 de Junho como o Dia

Internacional contra o abu-so de Drogas, o que “mostra a importância do problema mundial das drogas”. a associação defende que “o aumento das penas mínimas e de outras penalidades pode aumentar o efeito dissuasor, por forma a atingir os objec-tivos da política criminal, e como forma de prevenção”.

É ainda pedido que sejam “definidos certos procedimentos” por forma a “optimizar os poderes da polícia e assegurar que todas as partes do processo estão conscientes de todo o

processo, dos seus direitos e obrigações”. apontando que factores como o “stress, a curiosidade ou o relacio-namento entre pares” podem levar ao consumo da droga, a associação pede que, caso se volte a repetir o crime, se agrave a pena para um ou dois anos de cadeia.

a associação defende também uma actualização da lista de estupefacientes por parte da ONU, para que se “possa prevenir da melhor forma os abusos de drogas em macau e melhorar a prevenção e tratamento”.

Função Pública asseguradas medidas de apoio em Julho

Erro Médico ProPosto regime disciPlinar. lei não chega este ano

ética para que te quero

“a intenção é, com a aprovação da proposta de lei, que em caso de erro médico seja apresentado um relatório feito pela Comissão de Perícia a criar para se saber e apurar

Droga mulheres concordam com penas mais pesadas

as responsabilidades de cada parte”, explicou o presidente, adiantando que assim seria evitável ter que ir a tribunal. “Se a lei for aprovada, há ainda um centro de mediação e deixa

de ser necessário ter que ir a tribunal, porque resolve-se rapidamente o problema em causa, porque as partes tam-bém não pretendem sujeitar-se a um longo processo de acção judicial. Para nós a questão do relatório de perícia é de facto uma matéria muitíssimo im-portante, como já várias vezes sublinhei”, argumenta.

Segundo explicou Cheang Chi Keong, esta comissão deve ser composta por mem-bros do exterior, devido às ligações de proximidade – consequência de um território pequeno - entre as partes envolvidas.

“Deve ser uma perícia que envolva peritos fora do território para apro-var as responsabilidades,

definindo se se trata de uma negligência ou se a responsabilidade não é im-putável aos prestadores dos cuidados de saúde, etc”, explicou, justificando que “em macau as pessoas são muito próximas e a com-posição da Comissão de Perícia deve ter uma com-posição mais adequada”. muitas vezes, defendeu, as pessoas conhecem-se e só uma comissão com ele-mentos do exterior poderá ser a solução viável.

Recorde-se que a propos-ta de lei actual congratula a existência de uma Comissão de Perícia que, no olhar da Comissão, “não está numa posição relevante”. Um atra-so na preparação da lei está ainda prevista pela Comis-são, pelo que o presidente assume que não há certezas da conclusão do trabalho até ao final do ano, conforme previsto anteriormente.

filipa araú[email protected]

“Se a lei for aprovada, há ainda um centro de mediação e deixa de ser necessário ter que ir a tribunal,porqueresolve-se rapidamenteo problemaem causa”chEang chi KEong Presidente da 3.ª comissão Permanente da aL

Um maior destaque no papel da Comissão de Perícia e a criação de um regime disciplinar que deverá ter funções como um Código Deontológico é o que pretende a 3.ª Comissão Permanente da aL, que vai fazer a sugestão ao Governo. a Lei do Erro médico não deverá chegar este ano

a partir de Julho, o Gover-no vai lançar mais medi-

das de apoio ao funcionários públicos das camadas mais baixas. Isso mesmo disse Sónia Chan, Secretária para a administração e Justiça, ontem.

Sónia Chan revelou que o Governo prepara o lança-mento de medidas de apoio aos funcionários públicos de categorias mais baixas, mas também para descendentes e idosos a seu cargo. Estas não são, contudo, permanentes.

“Estas medidas foram planeadas para serem lança-

das, o mais tardar, no início de Julho, depois da conclusão de alguns procedimentos admi-nistrativos”, pode ler-se num comunicado. “Estas subven-ções não são de natureza permanente e fixa e apenas os funcionários públicos que apresentem condições específicas poderão receber ajuda já que os respectivos encargos serão da responsa-bilidade dos Serviços Sociais da administração Pública de macau.”

a Secretária falou ainda da revisão do Regime dos Trabalhadores da Função

Pública, dentro do qual será feita uma revisão na carrei-ra especial “para ajustar e alterar as situações menos justas, incluindo um estudo para possibilitar um aumento de salários de acordo com os diferentes níveis”.

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Quem cometer uma infracção leve à Lei de Protecção dos Animais poderá pagar o mínimo previsto na lei, se pagar no prazo de dez dias. Este incentivo criado pelo Governo baseia-se no sistema de multas de trânsito

AnimAis Governo quer incentivos para paGamento de multas

se é leve, paga menos

A indA não exis-te uma decisão final, mas o Exe-cutivo pretende

criar incentivos para o pagamento de multas no âmbito da proposta de Lei

de Protecção dos Animais, mas apenas para casos em que sejam feitas infracções leves e não em maus tratos graves a animais.

nos casos mais leves as multas variam entre duas e

dez mil patacas, mas se o in-fractor pagar a infracção em dez dias, de forma voluntá-ria, o valor poderá limitar-se às duas mil patacas.

Esta foi uma das conclu-sões da reunião de ontem da

1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), mas segundo a de-putada Kwan Tsui Hang, presidente da Comissão, só a 20 de Julho será tomada uma decisão final.

“A Comissão concorda com esta opção, para reduzir os custos administrativos e incentivar a população a pa-gar o quanto antes. Esta será uma medida de incentivo tal como a que existe com as in-fracções de trânsito, em que se a pessoa pagar durante um determinado período, de for-ma voluntária, em dez dias, tem direito a um desconto”, explicou a deputada.

dentro do rol de infrac-ções leves incluem-se a utilização de animais para espectáculos sem a autori-zação do instituto para os Assuntos Cívicos e Muni-cipais (iACM), a captura de animais selvagens sem autorização do iACM ou a morte de um animal com doença ou defeitos congéni-tos que não seja feita por um

“Será uma medida de incentivo tal como a que existe com as infracções de trânsito, em que se a pessoa pagar durante um determinado período, de forma voluntária, em dez dias, tem direito a um desconto”KwAn Tsui HAng Deputada

veterinário. inclui-se ainda a venda de cães e gatos com idade inferior a três meses.

Outras mOldurasContudo, os deputados querem esclarecer quais

6 política hoje macau sexta-feira 26.6.2015

Os Governos de Macau e de Zhuhai con-tinuam sem um calendário concreto

para a elaboração de um plano que venha a resolver a questão das cheias no Porto interior. O assunto voltou a ser debatido no âmbito da 4ª reunião do Grupo de Trabalho sobre o Planeamento Urbanístico e Estudo do Tráfego Zhuhai-Macau. Um comunicado aponta que, apesar da Administração já ter adoptado várias medidas a curto prazo para resolver a questão da cheias que assolam o Porto interior ao longo de vários anos, devido à sua baixa cota, a “resolução a longo prazo desta questão depende da cooperação regional”.

na reunião, em que esteve presente o director das Obras Públicas (dssOPT),

Li Canfeng, e o seu homólogo de Zhuhai, Macau “apresentou o seu plano conceptual de reordenamento geral da orla costeira entre Wanzai (Zhuhai) e o Porto interior (Macau) para resolução do problema das cheias no Porto interior”. não só os representantes prometem “agilizar” um processo que se arrasta há décadas como prometem voltar a debater o assunto na 5ª reunião do grupo de trabalho, que deverá realizar-se no território no segundo semestre deste ano.

nesta reunião foi ainda debatido o pro-jecto de construção do túnel sub-fluvial de ligação entre a zona de Wanzai (Zhuhai) e o Porto interior (Macau), bem como o reordenamento do meio aquático entre as duas áreas. a.s.s.

Cheias do Porto interior ainda sem resolução

as infracções sujeitas a multas fixas. “Temos de ponderar melhor a moldura das multas e temos de ter uma sistematização das sanções, por isso demos mais tempo ao Governo. Para as infracções de trân-sito há uma multa fixa, que tem um desconto de dois terços. Mas nesta lei não há praticamente uma multa fixa para infracções leves ou graves”, referiu Kwan Tsui Hang.

Quanto à questão de esterilização dos animais, se deve ou não ser feita pelos proprietários dos estaleiros, a deputada referiu que foi pedido um estudo ao Go-verno sobre a matéria, não havendo ainda decisão final sobre o assunto.

Com a sessão legislati-va a terminar em Agosto, Kwan Tsui Hang garantiu que pretendem concluir o diploma entretanto nos próximos meses. “Vamos lutar para que a proposta de lei seja aprovada antes do intervalo legislativo. Esperamos, mas não posso dar uma garantia, por isso fixámos reuniões para Julho”, concluiu a presi-dente.

andreia sofia [email protected]

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BNU e BOC assinam acordo para negócios lusófonos DSAL volta a organizar cursos profissionais diurnos“Curso de electricidade de instalações” e “Curso de electrónica de potência e telecomunicações”. São estes os dois cursos organizados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), com a duração de dois anos, que vão começar a receber candidaturas. As formações são destinadas a jovens entre os 14 e 24 anos, com habilitações académicas iguais ou superiores ao 9º ano, sendo que no final do curso ficarão com um diploma que lhes dá a equivalência ao 11º ano. Cada aluno vai receber uma bolsa de formação mensal de 3500 patacas.

O Secretário para a Eco- nomia e Finanças, Lionel Leong, afirmou que pretende investir

entre “10 a 20 mil milhões de yuan” (cerca de 25 mil milhões de patacas) da reserva financeira de Macau em projectos desenvolvidos pela província de Guangdong ou pelo Banco de Desenvolvimento da China (BDC).

As declarações do Secretário foram reproduzidas pelo jornal Ponto Final, mas num comunicado à imprensa, o Governo explica que o investimento nos projectos de Guangdong ainda se encontra em fase preliminar e, por isso, os detalhes concretos ainda neces-sitam de aguardar uma resposta e uma aprovação dos serviços competentes do Governo Central.

O Secretário relembrou que após a implementação de um acor-do, o Governo irá analisar, “pru-dentemente”, o tipo de projectos recomendados pela província vizi-nha, acrescentando que acredita ser mais aceitável aprovar projectos relacionados com infra-estruturas ou ligadas à vida da população.

Ainda assim, Lionel Leong, clarificou que é necessário apreciar os projectos, “sob princípios que assegurem um retorno financeiro, segurança, eficiência e estabilidade dos investimentos, nomeadamente, quais os mecanismos de substi-tuição e os prazos de revisão a realizar”.

Não é aNormalQuestionado sobre o assunto, o economista José Sales Marques afirma que é “evidente que na aplicação das reservas financeiras há uma parte que é aplicada na aqui-sição das obrigações, por exemplo, que podem ser emitidas por em-presas estatais ou pelas próprias província ou Estados”. Assim, esta situação “não é anormal”.

“Isto é uma situação perfeita-mente possível”, garantiu, adian-tando que só depois de tornados públicos os contratos é que será possível uma análise mais apro-fundada ao tipo de investimento.

“Não me parece que o Governo façaisto de ânimo leve, ainda por cima como Governo chinês. Os investimentosvão estar acautelados”AlbAno MArtins Economista

O Governo vai investir milhões da sua reserva financeira através de Guangdongou pelo Banco de Desenvolvimento da China. Ainda sem informações sobre os contratos, sabe-se apenas que os projectos devem estar ligados à vida da população.Investimento noutras províncias não é algo anormal para economistas

rEsErvA FinAncEirA Governo quer inveStir 25 miL miLhõeS AtrAvéS De GuAnGDonG

toma conta do meu dinheiro

“Se forem obrigações emitidas por empresas estatais ou pelos próprios Governos, ou estruturas regionais, o risco normalmente é muito baixo, portanto não foge muito daquilo que poderia ser uma aplicação de uma parte das reservas financeiras de Macau”, rematou.

Na opinião de Albano Martins, também economista, o que é im-portante é que haja uma garantia que o capital investido se mantenha e que a rentabilidade seja maior. “Quando se vai para activos reais – que são estes casos de projectos específicos da economia de um

país qualquer – é importante que o factor remuneração seja de tal modo atractivo que possa compen-sar alguma perda do investimento em si”, clarifica.

Para Albano Martins, o risco não será grande, estando por isso confiante. “(...) A taxa de inflação

em Macau é de 5%, se o [Governo] conseguir gerar mais rendimento, ou seja, uma taxa maior que 5%, vai-se perder dinheiro ao final do ano, ou seja, tecnicamente em ter-mos reais o dinheiro vale menos. O que o Governo está a tentar fazer é encontrar activos reais que nor-

malmente são aqueles que trazem maior rentabilidade”.

A ideia deste investimento é, para o economista, conseguir obter uma rentabilidade que permita assim pagar o custo da inflação de Macau. Cabe ao Governo en-contrar investimentos ou projectos que tragam garantias sólidas de que o capital investido não vá ser perdido. “Não me parece que o Governo faça isto de ânimo leve, ainda por cima com o Governo chinês. Os investimentos vão estar acautelados”, remata.

Filipa araú[email protected]

7sOciedadehoje macau sexta-feira 26.6.2015

o Banco nacional ultramarino (Bnu) e o Banco da China (BoC) acabam de assinar um protocolo “para a promoção de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Segundo um comunicado difundido pelo Bnu, a assinatura do protocolo “representa o início de uma mais profunda e abrangente relação de cooperação entre os dois bancos”, sendo que ambas as partes concordam que uma relação comercial mais próxima será benéfica também para o Governo no desenvolvimento de uma

plataforma de cooperação para o comércio e negócios entre estes países. “Através das redes globais da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a empresa-mãe do Bnu, e do BoC, uma plataforma de canais de informação e comunicação será criada para partilhar informações de mercado na China e Países de Língua Portuguesa, no sentido de promover referências cruzadas de oportunidades de negócio assim como reforçar a cooperação em matéria de liquidação financeira”, lê-se ainda no comunicado.

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EsclarEcimEnto:

tnr aumentam em mais de 25 mil No final de Maio, Macau tinha 179.416 trabalhadores não residentes, um aumento superior a 27 mil trabalhadores comparado com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Gabinete para os Recursos Humanos, citados pela Rádio Macau, e indicam que a China continental continua a ser a principal origem da mão-de-obra importada, com mais de 117 mil trabalhadores. Logo a seguir, com um universo superior a 22.803 pessoas, estão os cidadãos provenientes das Filipinas, que trabalham sobretudo como empregados domésticos. Em comparação com Maio do ano passado, o grupo de trabalhadores da China continental foi aquele que mais cresceu, sendo que há quase mais 20 mil trabalhadores do que havia em 2014.

C hui Sai On pediu uma investigação ao Comissa-riado contra a Corrupção (CCAC) sobre os 16

terrenos que o Governo diz não poder recuperar por não cumprirem os requisitos para a caducidade. O Chefe do Executivo anunciou ontem que o organismo liderado por André Cheong vai levar a cabo averiguações.

“Por despacho do Chefe do Executivo enviado hoje ao CCAC, [o organismo] fica encarregue da investigação plena sobre o caso recentemente muito discutido na sociedade relativo à concessão por arrendamento de 16 terrenos do Governo”, começa por dizer um comunicado enviado pelo CCAC.

Estes terrenos faziam parte da lista de 48 que o Executivo anun-ciou que ia recuperar, tendo depois voltado atrás nesta questão. O pe-dido de investigação foi feito pelo próprio líder do Governo e surge depois da controvérsia instalada na sociedade. Alguns terrenos perten-cem a deputados, como é o caso de um lote que estaria reservado para um parque temático da empresa Sociedade Macau Parque Temático e Resort de Angela Leong e Chan Chak Mo. A esta empresa esteve ainda ligado como administrador Chui Sai Cheong, irmão do Chefe

Terrenos CHui Sai ON pEdE iNvEStiGaçãO aO CCaC SObRE 16 LOtES

Acabar de vez com as dúvidasdo Executivo, que acabou por sair da companhia em 2008.

Studio City falha na entregade doCumentoSOutro dos terrenos diz respeito ao terreno onde está a ser construído o empreendimento Studio City. O hM pediu mais informações sobre este assunto, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter resposta da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes (DSSOPT).

De acordo com a lista de jus-tificações, o Governo diz que “o processo de revisão da concessão do terreno estava a decorrer”. Ao que foi possível apurar, foi em 2005 que esta revisão começou, “devido à apresentação de um novo plano de aproveitamento”, que contemplava a construção de um complexo hoteleiro de cinco es-trelas, além do centro de produção cinematográfica. Mas, os atrasos também se deveram ao Studio City.

Segundo um despacho no Bo-letim Oficial, o procedimento de revisão seguiu os seus trâmites, mas não chegou a concluir-se “por razões imputáveis à conces-sionária”, relacionadas “com a apresentação de uma alteração ao plano de aproveitamento subme-tido em 2005 e, posteriormente, com a falta de entrega do estudo de viabilidade económica e financeira do empreendimento proposto, soli-citado pela DSSOPT”. Esse estudo foi apresentado em 8 de Agosto de 2011, tendo a concessionária en-tregue em datas posteriores dados complementares solicitados pelo organismo.

Foi apenas em Maio de 2012 que a Comissão de Terras emitiu um parecer favorável ao deferi-mento do pedido, homologado nesta mesma data pelo Chefe do Executivo. O empreendimento está, actualmente, quase concluído.

Como manda a leiApós o pedido de Chui Sai On, André Cheong emitiu a instrução para o processo de averiguações, que serão “oportunamente divul-gadas ao público”. O comissário

garante que tudo será investigado conforme manda a lei.

“A eventual detecção de quais-quer actos ilegais ou infracções disciplinares será sujeita ao devido acompanhamento nos termos legais, sendo que igualmente será feita uma revisão sobre a legalidade e a racio-nalidade dos procedimentos admi-nistrativos em questão, assim como serão apresentadas sugestões para o respectivo aperfeiçoamento”, pode ler-se num comunicado do CCAC.

Segundo a rádio chinesa, Chui Sai On acredita que a investigação do CCAC pode assegurar a inde-pendência neste caso. O Governo

assumiu as culpas face à impossibi-lidade de reaver os terrenos. A lista de justificações da DSSOPT passa por atrasos na emissão das plantas de alinhamento oficial, pelos terrenos terem sido aproveitados para constru-ções precárias, pelo aproveitamento do terreno estar “praticamente con-cluído” faltando apenas a realização da vistoria, porque a Administração autorizou a transmissão do terreno quando faltava apenas um ano para terminar o prazo de aproveitamento – “o que era manifestamente insufi-ciente para concluir a construção” e por falta de resposta da Adminis-tração relativamente ao pedido do

O líder do Governo pediu ao CCAC que investigue o caso dos 16 terrenos que o Executivo não pode recuperar, por não preencheremos requisitosde caducidade.O Studio City éum deles, mas oatraso na revisãoda concessãodeve-se tambéma falhasda própria concessionária

8 sociedade hoje macau sexta-feira 26.6.2015

“Por despacho do chefe do Executivo enviado hoje ao ccac, [o organismo] fica encarregue da investigação plena sobre o caso recentemente muito discutido na sociedade relativo à concessão por arrendamento de 16 terrenos do Governo”ComuniCAdo do CCAC

a pedido de Chui Sai Cheong, vimos por este meio esclarecer o seguinte: no artigo da edição de quarta-feira do hm intitulado “terrenos | Pelo menos quatro dos 16 não recuperados pertencem a deputados” pode ler-se que Chui Sai Cheong estava ligado à empresa onde iria ser construído um parque temático, já que este “chegou a ser administrador da empresa”. o visado pede que se esclareça que “Chui Sai Cheong deixou em maio de 2008 de ser administrador da empresa, desempenhando meramente a função de fiscal único, cargo que deixou de desempenhar em Julho de 2010”. o hm insiste que não há qualquer erro no artigo, mas deixa aqui o esclarecimento ao abrigo do direito de esclarecimento da lei de imprensa.

concessionário de prorrogação do prazo de aproveitamento, entre outras razões, que passam até pela cedência de terrenos a terceiros.

Joana [email protected]

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9 sociedadehoje macau sexta-feira 26.6.2015

S abem-se agora as jus-tificações do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que deram razão ao Che-

fe do Executivo na anulação da concessão dos terrenos da Moon Ocean onde estava a ser construído o La Scala.

De acordo com o acórdão, on-tem analisado pelo HM, a Moon Ocean acusou o Chefe de usurpa-ção de poder, considerando que “este não podia unilateralmente” ter declarado a nulidade dos con-tratos e que isto teria de ser feito através dos tribunais. “A Adminis-tração usurpou o poder judicial”, contrapôs a Moon Ocean.

O TSI não concorda e alega que a decisão que foi anulada foi uma outra do próprio líder do Governo. “O que o acto recorrido declarou nada tem a ver com a invalidade dos contratos administrativos de conces-são de terreno, mas sim a nulidade dos actos do Chefe do Executivo que autorizaram a transmissão dos direitos [dos lotes]”, começa por apontar o tribunal, acrescentando ainda que a Administração pode, “movida por razões de interesse público”, agir através de um acto administrativo - como foi a decisão de Chui Sai On - sobre outro.

A empresa que pertencia a Jo-seph Lau alega que os terrenos do domínio privado da RAEM cabem

La ScaLa Decisão Do tribunal Destrói alegações Da Moon ocean

argumentos como tordosno âmbito do direito de propriedade, “que é protegido como direito fun-damental na Lei Básica” e diz que a acção de Chui Sai On em cancelar a adjudicação dos terrenos “despojou a [empresa] dos seus direitos sobre os lotes e as benfeitorias e construções já aí efectuadas”.

Argumentos que são, novamen-te, invalidados pelo TSI. “O prazo do arrendamento não pode ser superior a 25 anos. Por seu turno, o prazo das renovações nunca deverá exceder, para cada uma, dez anos. (...) Não obstante estes traços que apontam para a natureza real, não obstante o direito do concessioná-rio poder ser um direito real (...), a inviolabilidade do direito que a recorrente [alega] pressupõe que o direito se mostre adquirido”, sublinha o tribunal, que diz que esse direito não chegou a existir devido às ilegalidades praticadas.

EfEitos colatEraisA Moon Ocean queixa-se ainda que está a ser punida por consequências de um crime onde nem se pôde de-

fender – o de corrupção que levou à condenação de Ao Man Long no Tribunal de Última Instância (TUI) e que originou a anulação da con-cessão das terras -, mas o TSI diz que, apesar de ser verdade que só pode ser punido quem foi julgado, “nada impede que se retirem efei-tos colaterais de uma dada decisão condenatória num outro processo”. Mais ainda, o TSI diz que no âmbito do recurso interposto pela Moon Ocean, houve toda a hipótese de defesa, tendo sido até “sacrificada a celeridade da justiça”.

A Moon Ocean tenta ressalvar--se ainda com o facto de ter sido

Edmund Ho, anterior Chefe do Executivo, a assinar os despachos de concessão das terras e ter sido o ex-Secretário a ser condenado, para dizer que não se pode anular os actos do líder do Governo, mas o tribunal discorda. “Não estão em causa apenas as situações em que o acto administrativo em si preenche um tipo penal, mas todas aquelas em que envolva, na sua preparação ou execução, a prática de um crime, estando nessas circunstâncias, por exemplo, os actos que sejam pra-ticados mediante suborno ou por corrupção. Apesar de os despachos da autorização da transmissão de

direitos serem realizados pelo Che-fe do Executivo, a decisão feita por estes fundamentou-se no processo anterior (...)”.

A recorrente também apresen-tou provas para tentar compro-var que os membros do júri do processo de selecção não foram pressionados e que a proposta da recorrente até era a melhor, mas o TSI entendeu que isso não exclui que não tivesse havido suborno.

A Moon Ocean fala dos prejuízos derivados da anulação da concessão do terreno onde já havia obras e onde já tinham sido adquiridas casas, ar-gumentando que foram violados “os princípios da justiça e da boa-fé e os interesses públicos”. O TSI até ad-mite que é verdade que houve danos económicos que atingiram pessoas e empresas que nada têm a ver com o crime cometido e diz mesmo que “a Administração bem podia aproveitar tais investimentos”, Contudo, diz, “os tribunais não podem intervir na escolha da Administração nesse domínio”.

Recorde-se que Chui Sai On declarou a nulidade dos despachos exarados por Edmund Ho, em 2006, que autorizaram a transmissão dos cinco terrenos à Moon Ocean. Re-centemente, foi anunciado que a empresa perdeu o recurso.

Joana [email protected]

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 415/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora HO, LAI KUAN, portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 74426xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 71/DI-AI/2013 levantado pela DST a 10.07.2013, e por despacho da signatária de 11.06.2015, exarado no Relatório n.° 457/DI/2015, de 02.06.2015, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Seng Tou, n.° 401, Urbanização da Nova Taipa - Fase I, Bloco 25, 21.° andar D, Taipa onde se prestava alojamento ilegal. ---------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. -----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. -------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 11 de Junho de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 429/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora 袁淑珍, portadora do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W63773XXX, que na sequência do Auto de Notícia n.° 99.1/DI-AI/2013, levantado pela DST a 12.09.2013, e por despacho da Directora dos Serviços de Turismo de 16. 04.2015, exarado no Relatório n.° 273/DI/2015, de 1.04.2015, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório, por suspeita de angariar pessoas com vista ao seu alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida Doutor Mario Soares, n.° 269, Edf. Kuan Fat Fa Yuen, Bloco 2, 11.° andar G. ------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 2 do artigo 10.° do mesmo diploma. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Junho de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

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A China continua a ser o maior consumidor

mundial de carvão, mas foi também o que mais investiu em energias reno-váveis em 2014, superando a Europa e os Estados Unidos, indica um rela-tório divulgado ontem na imprensa oficial.

O investimento chinês em energias hídrica, solar e eólica cresceu 33,9% em 2014, para 83.300 milhões de dólares, mais do que os 57.500 milhões de dólares contabilizados na Europa e dos 38.300 milhões de dólares dos Estados Uni-dos, assinala a Renewable Energy Policy Network for the 21st Century, patroci-nada pela ONU.

No seu último relatório anual, aquela organização salienta que, pela primeira vez em quatro décadas, o crescimento económico

mundial (3%) não foi acompanhado por idêntico aumento nas emissões de dióxido de carbono.

A utilização de energias renováveis cresceu em 2014, mas poderia ter cres-cido ainda se os subsídios de mais de 550.000 milhões de dólares atribuídos anual-mente aos combustíveis fosseis e nucleares fossem eliminados, diz o relatório.

Mas “apesar do es-pectacular crescimento da capacidade instalada das energias renováveis em 2014, mais de 1.000 milhões de pessoas, ou 15% da população mun-dial, ainda não tem acesso a electricidade”, salienta também o documento.

Quase dois terços da energia consumida na China (64%), a segunda economia mundial, é pro-veniente do carvão.

A Rússia tornou-se o maior fornecedor de

petróleo à China, ultrapas-sando a Arábia Saudita, en-quanto Angola se mantém no segundo lugar, indicam estatísticas da Administra-ção-Geral das Alfândegas chinesas citadas ontem na imprensa oficial.

Em Maio passado, a China importou da Rús-sia uma média 927.000 barris de petróleo por dia, mais 20% do que no mês anterior, enquanto as suas importações da Arábia Saudita caíram 42%, para 722.000 barris/dia, du-rante o mesmo período. Um barril tem cerca de 159 litros.

Foi a primeira vez em quase uma década que a Rússia liderou as importa-ções chinesas de petróleo, assinalou o China Daily.

“A débil economia da Rússia necessita de aju-da da China. O petróleo tornou-se um instrumento efectivo da sua cooperação estratégica e politica”, disse um analista citado por aquele jornal.

A cooperação sino--russa na área da energia não se limita, contudo, ao petróleo.

O ano passado, os dois países assinaram um acor-do de 400.000 milhões de dólares para o fornecimen-to anual de 38.000 milhões de metros cúbicos de gás natural russo à China du-rante três décadas.

Segunda maior econo-mia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China já é também o segundo maior consumidor de petróleo do planeta e importa mais de metade do que consome.

O mais forte investidorem energias renováveis em 2014

Rússia tornou-se o maiorfornecedor de petróleo à China

O Governo chinês declarou o seu apoio a uma zona euro forte manifestando o desejo que a Grécia possa sair da crise a curto prazo. Um consórcio estatal chinês já investiu mais de 4.500 milhões de euros no Pireu

Pequim esPera que atenas “saia dePressa” da crise

Parceiro com interesses

A China manifes-tou-se ontem es-perançada que a Grécia possa

“sair depressa” da actual crise e reafirmou o apoio a uma “zona euro forte”.

“Esperamos que as ne-gociações e as consultas acerca da crise da divida grega avancem de modo a que Grécia saia da crise tão

depressão quanto possível”, disse o porta-voz do minis-tério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang, em resposta à uma pergunta da agência Lusa em Pequim.

“A China sempre foi a favor de uma zona euro forte”, acrescentou.

Segunda economia mun-dial, com as maiores reser-vas cambiais do planeta,

estimadas em mais de três biliões de dólares, a China é também um importante par-ceiro económico da Grécia.

A exploração de dois terminais de contentores do porto do Pireu, nos arredores de Atenas, foi entregue em 2010 à China Ocean Ship-ping Group (Cosco), através de um contrato de ‘leasing’ de 35 anos.

10 chinA hoje macau sexta-feira 26.6.2015

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Aquele consórcio estatal chinês já investiu cerca de 4.500 milhões de euros no Pireu e é candidato à com-pra de 67% do capital da Autoridade Portuária local.

boas expectativasQuestionado também sobre as expectativas de Pequim acerca da próxima cimeira União Europeia-China, na segunda-feira, em Bruxelas, o porta-voz do MNE chinês disse que a reunião “amplia-rá a compreensão mutua” e “irá forjar parcerias para novos avanços”.

Será a primeira cimeira desde que Jean-Claude Jun-cker assumiu a presidência da Comissão Europeia, suceden-do ao português José Manuel Barroso, e o ex-primeiro--ministro polaco Donald Tusk sucedeu a Herman van Rom-puy no cargo de presidente do Conselho Europeu, no final do ano passado

A União Europeia é o maior parceiro comercial da China, com um volume médio de transacções supe-rior a 1.000 milhões de euros por dia.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 371/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora U SIO HONG , portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 13331xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 26/DI-AI/2013 levantado pela DST a 03.03.2013, e por despacho da signatária de 16.06.2015, exarado no Relatório n.° 413/DI/2015, de 28.05.2015, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Malaca n.° 172, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 11, 12.° andar E onde se prestava alojamento ilegal. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Junho de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

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Pelo menos 13 mortosem incêndio em edifícioPelo menos 13 pessoas morreram e quatro ficaram feridas num incêndio registado ontem de madrugada no primeiro andar de um edifício residencial no centro da China. Segundo informaram ontem as autoridades locais, citadas pela agência oficial Xinhua, o fogo foi deflagrado às 02:50 no primeiro andar de um bloco de apartamentos da cidade de Zhengzhou, na província central de Henan. O incêndio teve início numcontador de luz.

Apelo para aliviar tensões bilateraisO Presidente dos Esta-dos Unidos apelou na

quarta-feira aos dirigentes chineses para que dêm “passos concretos” para reduzir a tensão por causa da pirataria informática e das reivindicações maríti-mas, no fim de três dias de negociações sino-norte--americanas.

Dirigentes norte-ame-ricanos exprimiram fortes preocupações a propósito das duas questões durante o diálogo estratégico e económico, que os dois Estados mantêm com carácter anual, para dis-cutir a evolução da relação bilateral.

Durante as conversa-ções com dirigentes chi-

A China e os Estados Unidos lançaram esta quarta-feira uma nova iniciativa conjunta para

proteger os oceanos, um assunto chave em que as duas nações dizem poder cooperar.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o conselheiro de Estado chinês Yang Jiechi presidiram o primeiro encontro de um grupo dedicado aos ocea-nos, no terceiro e último dia de diálogos estratégicos entre os dois países.

“Mais uma vez estamos a desbravar novos terrenos em que podemos cooperar, numa área de grande significado… para as pes-soas de toda parte”, disse Kerry.

Cerca de 400 funcionários chi-neses estão em Washington desde domingo para o diálogo estratégico

NOva iNiCiativa COm EUa Para PrOtEgEr OS OCEaNOS

Esta água é de todos

11 chinahoje macau sexta-feira 26.6.2015

“Temos aqui uma oportunidade real de unir esforços… para lidar com a protecção e conservação dos oceanos”John KErry Secretário de Estado dos EUA

e económico anual, um fórum que serve para os dois parceiros geri-rem os seus laços cada vez mais complexos.

A China e os Estados Unidos são duas das nações com mais actividade piscatória no mundo

neses, entre os quais dois vice-presidentes do Conse-lho de Estado (Governo), Liu Yandong e Wang Yang, Barack Obama “exprimiu as continuadas preocu-pações dos EUA com o comportamento da China, em termos de informática e marítimos, e apelou à Chi-na para que desse passos concretos para reduzir a tensão”, segundo um co-municado da Casa Branca.

As tensões entre os dois Estados aumentaram depois de os EUA acusarem a Chi-na de espionagem informá-tica, com as conversações desta semana a ocorrerem depois de serem divulgadas brechas significativas na rede informática da Admi-

nistração norte-americana, designadamente no serviço de gestão de pessoal.

O secretário de Esta-do norte-americano, John Kerry, que acolheu as con-versações com o seu par do Tesouro, Jacob Lew, disse que os ataques informáticos tinham levantado questões sobre a segurança e “preju-dicaram francamente as em-presas norte-americanas”.

Mas apesar de as partes terem realçado as suas divergências em vários assuntos, também men-cionaram áreas em que podem cooperar, como os esforços para conter a proliferação nuclear, nos casos do Irão e Coreia do Norte, ou o Afeganistão.

e líderes em ciência do oceano, lembrou Kerry.

“Temos aqui uma oportunidade real de unir esforços… para lidar com a protecção e conservação dos oceanos”, disse, acrescentando que este “pode ser um tema central

na redefinição das relações com a China”.

ElEmEnto vitalYang concordou, afirmando que os oceanos foram “uma terra partilhada pelo ser humano, vital para a nossa sobrevivência e desenvolvimento”.

Apesar do desacordo entre as duas maiores economias do mundo em alguns aspectos da política ma-rítima – em particular a reclamação territorial por Pequim da maior par-te do Mar do Sul da China – Kerry disse que “no ambiente marítimo

há uma necessidade urgente dos nossos países olharem em frente”.

“Os oceanos são parte de nós, todos nós”, disse Kerry.

Pequim e Washington estão a trabalhar juntos na criação de uma área marítima protegida na Antártica, no Mar de Ross, uma das últimas regiões do mundo verdadeiramente selvagens.

Kerry alertou para os perigos de um “colapso no sistema ecológico” e as ameaças para a vida marinha do planeta, apontando que um terço das águas estão em sobre exploração, en-quanto grande parte do resto está “no rendimento máximo sustentável”.

A China é o emissor de inves-timento directo estrangeiro para os EUA que mais tem crescido e, em 2014, as exportações norte-ameri-canas para aquele país atingiram os 110 mil milhões de euros.

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12 hoje macau sexta-feira 26.6.2015eventos

U m soldado regressa a casa de-pois da guerra com Desordem de Stress Pós-Traumático. Um Guerreiro é morto durante

a batalha, enquanto que uma espia é capturada durante a guerra. Estas três personagens dão corpo à história de “War Sum Up” (Teatro de Guerra), que estreia amanhã no Centro Cultural de macau (CCm) às 20h00.

Trata-se de um espectáculo da autoria da companhia dinamarquesa Hotel Pro Forma, há cinco anos em digressão. Em palco, não fala apenas de uma guerra específica, mas de todas elas e da forma como os seres humanos nela interagem. Kirsten Dehlholm, a directora artística da companhia, foi buscar elementos à cultura japonesa, como a arte manga ou o teatro Noh, porque representam uma espécie de fascínio pessoal.

“Todos sabemos que a cultura japonesa é bastante forte em termos visuais e estéticos. Quando comecei este projecto tinha o conceito da guerra e descobri, por acidente, uns livros que ensinavam a desenhar manga (cartoons japoneses). Então pude ver que uma simples expressão tornava possível contar uma história de como os homens se podem transformar em máquinas com uma guerra. Também trabalhei com uma pessoa que compreende o teatro Noh e fala japonês”, contou Kirsten Dehlholm num encontro com os média. “O espectáculo é de inspiração japonesa devido à poética e beleza que podemos encontrar na cultura japonesa, mas não há nada mais que se possa ligar ao Japão que não seja a estética”, revelou ainda Kirsten Dehlholm.

Conflitos por todo o lado Tratando-se de uma neo-ópera, o espectáculo é feito em parceria com

Há cinco anos que a companhia dinamarquesa Hotel Pro Forma leva ao palco o espectáculo “War Sum Up” (Teatro de Guerra), uma versão moderna de ópera onde a guerra e os seus actores são os protagonistas, mas onde a cultura japonesa é o pano de fundo

CCM EspEctáculo “War sum up” EstrEia amanhã

“E bonito, mas e sobre guerra”

o Coro Radiofónico da Letónia, que vai cantar em japonês. E porquê retratar um conflito bélico?

“Sempre tive grandes temas para os meus espectáculos, como a China ou o médio oriente, dinheiro, Da-rwin, educação. Não lido muito com casamentos e esse tipo de problemas. Quando começámos este projecto, há cinco anos, queria usar o conceito de guerra porque a Dinamarca estava na guerra no médio Oriente desde 2003. Eu, como dinamarquesa, nun-ca vivenciei a guerra, porque nasci a seguir à II Guerra mundial. mas agora vemos que pensamos mais so-bre a guerra e esta existe sempre em qualquer parte do mundo”, contou a mentora da Hotel Pro Forma. “Teatro de Guerra” é um espectáculo “bonito, mas é sobre guerra”, revela ainda.

Sendo a primeira vez que está em macau, Kirsten Dehlholm diz

À venda na livraria portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

nunCa é tarde • Carlos CarneiroNum pachorrento almoço de domingo, um engenheiro reformado à beira de completar 70 anos surpreende o filho, viajante profissional, ao sugerir-lhe que façam juntos uma viagem. Depois de duas garrafas de vinho, estes dois homens, com concepções radicalmente distintas da vida e que o tempo se encarregou de afastar, decidem empreender a maior das aventuras: uma volta ao continente africano. Para tornar o desafio ainda mais complicado, escolhem como meio de transporte uma velha Renault 4L… Carlos Carneiro filho e Carlos Carneiro pai mal podem imaginar o que o futuro lhes reserva. mas, depois de anos de separação, esta aventura de 40 mil quilómetros, com as suas adversidades e peripécias, irá torná-los mais próximos do que nunca.

um pouCo mais de fé • patrícia Costa diasQuando uma jovem se vê imersa num comportamento compulsivo totalmente fora de controlo, os pensamentos de suicídio instalam-se, misturados com uma veia cínica perante a sociedade. Ao ser apanhada em flagrante pela família, a opção da morte torna-se verdadeiramente clara. Afinal, como viver sem a máscara de «linda menina», de «boazinha», que todos pensavam que era? Como revelar não ser uma força da natureza, mas tão-só humana, com erros cometidos e segredos terríveis por revelar? Verídica e contada na primeira pessoa, Um Pouco Mais de Fé é uma história de sofrimento, fé e amor.

Coro de Vianaem festival italianoo coro Viana Vocale vai participar na 4.ª edição do festival internacional “la Via dei concerti”, que decorre em itália, entre os dias 5 e 25 de Julho. a digressão vai passar por várias cidades italianas como milão, Verona, placenza, cremona e trento. o coro Viana Vocale, da academia de música de Viana do castelo, vai representar portugal a convite do maestro Juliàn lomban, director do conservatório de música de trento e responsável directo pela área musical e artística do evento. segundo a revista Glosas, especializada em música clássica, para itália viajam 30 membros do coro Viana Vocale que se vão juntar a mais de 70 coralistas de 13 nacionalidades distintas. para além de portugal, o coro integra elementos de Espanha, colômbia, Estados unidos da américa, áustria, França, hungria, méxico, Grécia, turquia, sul de áfrica, Bélgica e taiwan, entre outros. para acompanhar o coro internacional haverá uma orquestra, também ela formada por elementos dos diversos países que participam no festival com um total de 90 instrumentistas.

Rugby Torneioanual este sábadono Canídromo a associação de rugby de macau organiza este sábado um torneio anual da modalidade. o evento – o rugby tens - acontece no campo do canídromo, no Fai chi Kei, e junta uma dezena de equipas. Este é já um torneio habitual em macau, com o território a ser representado por duas equipas que competem contra rivais vizinhos, conforme explicou ao hm ricardo pina, presidente da associação de rugby de macau. “Este ano temos duas equipas seniores de macau e outras da província vizinha de Guangdong e de hong Kong.” mas, também os mais novos vão ser postos à prova, já que no mesmo dia tem ainda lugar um mini-torneio de sub-19 com três equipas de hong Kong. o primeiro jogo está marcado para as 10h30, sendo as finais das 15h00 às 17h00. a entrada é livre e, relembra ricardo pina, “toda a gente é bem-vinda” para apoiar macau.

“As pessoas simplesmente podem vir ver o espectáculo sem tentarem compreender tudo. É um espectáculo sobre o que é ser-se humano”

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13 eventoshoje macau sexta-feira 26.6.2015

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A exposição “Pantone 0022 M”, do pintor de Macau João Jor-

ge Magalhães, está desde ontem aberta ao público na Creative Macau. A mostra, que se foca na arte da cor e na forma como esta influen-cia as vivências humanas, está em exibição até 18 de Julho.

A ideia para o nome da mostra partiu da conhecida empresa de escala de cores, a Pantone. As pinturas ali expostas ganharam vida há alguns anos, aquando da publicação de um livro de João Aguiar, ilustrado por Magalhães. No entanto, as obras sofreram alterações, não só para condizer com o seu estilo de pintura mais moderno, mas também para dar outro impacto às mesmas.

“Os quadros, antes de o serem, eram ilustrações de um livro de João Aguiar so-bre Macau, no qual foi cria-da uma história que eu ilus-trei, a preto e branco. Agora pensei que seria interessante apresentar alguma cor e

Exposição João JorgE MagalhãEs aprEsEnta “pantonE” na CrEativE

Colorir Macau e as memórias

Há cinco anos que a companhia dinamarquesa Hotel Pro Forma leva ao palco o espectáculo “War Sum Up” (Teatro de Guerra), uma versão moderna de ópera onde a guerra e os seus actores são os protagonistas, mas onde a cultura japonesa é o pano de fundo

CCM EspEctáculo “War sum up” EstrEia amanhã

“E bonito, mas e sobre guerra”

estar bastante curiosa em relação às expectativas do público perante um espectáculo que, afinal, lhes pode dizer muito, por retratar a cultura japonesa.

“As pessoas simplesmente podem vir ver o espectáculo sem tentarem compreender tudo. É um espectáculo sobre o que é ser-se hu-mano. Passámos por Taiwan e ado-raram, tem sido mais bem recebido aqui do que na Europa”, rematou a autora que trabalha com performance art há cerca de 30 anos.

Andreia Sofia [email protected]

daí o nome da exposição”, disse Magalhães ao HM. “Cada uma das ilustrações tem uma cor e a ideia veio do facto de sermos capazes de nos lembrarmos de sítios, espaços ou situações atra-vés da cor. Como nasci em Macau, se me perguntarem onde fica o [antigo] Palácio do Governador, digo que fica ali na Praia Grande e é um edifício rosa-salmão”, explica. As Casas-museu da Taipa, descreve-as como sendo “verde-pistácio”. Os desenhos anteriores foram então transformados em quadros, mas não sem antes serem tratados com novos adereços e muita cor.

A SomA de todoS oS nomeSFoi a formação em De-sign que deu a João Jorge Magalhães a ideia de usar a Pantone como ponto de partida. Em exposição estão

oito trabalhos divididos em duas zonas, que ajudam a fazer a distinção entre dois estilos artísticos diferentes. O nome, esse, foi inspirado em três elementos: o pri-meiro alude à empresa re-ferida, a numeração ‘0022’ é o paralelo geográfico do território e a letra ‘M’ é a inicial de Macau. Questio-nado sobre o nome dado a cada uma das obras, o autor conta que, conjuntamente fazem um puzzle. “Se as pessoas tiverem atenção, verão que ao juntar todas as letras de cada quadro faz uma palavra”, diz.

A entrada na mostra é livre e, de acordo com o pintor e designer, a recepção do público foi positiva, pelo que as pessoas se mostraram “curiosas” em perceber a alma deste projecto.

Leonor Sá [email protected]

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hoje macau sexta-feira 26.6.2015

Q uando em Macau, na Casa Lou Kau encontramos o artesão chinês natural de Huaiyang, Sr. Xu Shuzhang,

a pintar figuras estilizadas de barro, logo veio à memória as rústicas peque-nas esculturas, que adquiri há vinte anos em frente ao Templo mausoléu de Tai Hao, dessa mesma cidade da província de Henan. Em Huaiyang, considerada a primeira cidade do mundo, celebrava-se então o aniversário de Fu Xi, cujo nome como divindade é Tai Hao. a feira, que ocupa toda a área entre o templo, o Rio Cai e o lago, é uma das mais anti-gas realizadas na China e foi aí que as comprei a um agricultor, habitante nas redondezas que andava com um cesto cheio dessas pequenas esculturas. São trabalhos com características de uma pureza infantil, de figuras com formas amórficas muito diversas, que logo nos transportaram para uma mitológica his-tória registada há mais de dois mil anos.

nu Wa, após o dilúvio e separada do seu irmão e companheiro Fu Xi, solitariamente vagueava pelo mundo onde não havia viva alma, já que todos os outros seres humanos tinham pere-cido, afogados nas turbulentas águas que subitamente tinham inundado a Terra. Quando tudo voltou ao normal, nu Wa vagueava na esperança de en-contrar alguém, mas apenas se depa-rava com uma imensa desolação. Sen-tindo-se muito só, ao ver-se reflectida nas águas do rio, pegou num bocado de lama e começou a moldá-la à sua ima-gem. Pousando-a, esta figura adquiriu vida e contente com a sua criação, con-tinuou a modelar mais e mais criaturas. Resolveu assim povoar o mundo, mas percebeu que a sua tarefa era imensa e nunca mais terminaria. Então, decidida a usar os seus poderes sobrenaturais, pegou num ramo de vime e passando-o pela lama fê-lo girar no ar e os salpi-cos ao tocar o chão transformaram-se em novos seres humanos. Percebendo o efémero das suas criações resolveu dividi-los entre homens e mulheres e assim, com um aparelho reprodutivo, puderam estes perpetuar a espécie hu-mana e daí surgiu de novo a humani-dade.

na feira, que para além do lado comercial tem uma parte de diversão, encontramos ainda os famosos tigres (ou seriam cães?) feitos pelos aldeãos com um tecido cor de laranja e orna-

ANCESTRAL GÉNESEE ESPÍRITO DA CHINA

mentados com pinturas. Pareciam uma produção actualizada com um novo desenho escultural, quando compara-dos com os pequenos objectos feitos de barro e pintados com fundo preto, de onde sobressaíam as cores vivas que lhes davam as feições. Entre a multidão, poucos eram já os camponeses, com cestas cheias, a vender estas pequenas esculturas e para chamar a atenção, iam com eles na boca usando-os como api-tos. São os ‘Cães do Mausoléu’, que por terem formas amórficas muito diversas, revelam ser provenientes de uma figu-ração muito antiga.

os Cães do Mausoléu, ou Cão de argila, também conhecido por Cão Ling é o nome que em Huaiyang se dá a estas figuras no seu todo, não importa a representação que têm. Está relacio-nado, segundo o conhecimento po-

pular, com o nome de Fu Xi, em cujo primeiro caractere (伏) existem dois radicais, um de homem (人) e outro de cão (犬). Segundo especulações de al-guns estudiosos, a tribo de Fu Xi tinha como totem o cão e após o seu chefe deixar esta vida, os cães tornaram-se as divindades que guardam o mausoléu, que Confúcio passado dois mil anos confirmou estar ali enterrado o corpo do inventor dos trigramas.

Património imaterial de Henan

Macau recebe a Mostra de Patrimó-nio Cultural Imaterial da Província de Henan entre 13 e 28 de Junho. Visitar esta província, situada na parte média do Huang he, ou Rio amarelo, é como entrar pelas primeiras páginas do Li-vro da História da China. Henan, que

significa a Sul do Rio, é um dos ber-ços da civilização chinesa, tendo nela vivido ilustres personagens como Fu Xi, o primeiro ancestral da Civiliza-ção Chinesa e nu Wa, ambos consi-derados os primeiros seres humanos, o pai e mãe do povo chinês, assim como Sui Renshi, o primeiro a fazer fogo e foi onde nasceu o Imperador amarelo, Huang di que, unindo as tribos, criou o povo chinês. albergou as capitais dos Soberanos Zhuan Xu e di Ku e das três pré-dinastias chinesas, a Xia, a Shang e a Zhou. Lao Zi, fundador do daoismo filosófico, aqui viveu tal como Zhuang Zi, Hua Mulan – heroína do tempo da dinastia do norte (386-581) e tantas outras personagens famosas da Histó-ria da China.

Com toda esta herança cultural, fundadora de uma das mais brilhantes

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15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 26.6.2015

José simões moraistexto e fotos

e ancestrais Civilizações, teve Macau o privilégio de assistir nas Ruínas de S. Paulo, a um espectáculo que ocor-reu nos dias 13 e 14 de Junho. Duran-te uma hora actuaram os Tambores de Kaifeng, uma sessão de Tai Chi Chuan e do Kungfu de Shaolin, não fosse esta a província de origem do boxe Shaolin e do boxe Taichi, dois dos boxes tra-dicionais chineses representados no Wushu, as Óperas Yu e Qu (Melodia Yu: Quhu, Shuixiu), a Dança Hua-tiao de Gushi e as dezoito Músicas de Gongos e Tambores. Até ao dia 27 de Junho podem ainda ser vistas na Casa de Lou Kau, durante a manhã, a Arte do Corte de Papel e a Escultura em Ar-gila (Cão em Argila de Huaiyang) e à tarde, as Xilogravuras de Ano Novo de Zhuxianzhen e a Arte das Lanternas de Bianjing. Já durante os dois fins-de-se-mana em que a mostra se encontra em Macau, a Casa do Mandarim recebe individualmente, em cada um dos dias, os quatro artistas que durante a semana se apresentam na Casa de Lou Kau. Es-tes são quatro elementos representati-vos do Património Imaterial da China, sendo as Xilogravuras de Ano Novo de

Zhuxianzhen, que tiveram origem na dinastia Song do Norte, o protótipo entre os vários estilos de xilogravura da China. Já as Lanternas Zhang de Bianjing têm sido fabricadas desde as dinastias Sui e Tang, tornando-se mui-to populares no período Song e estão associadas à boa fortuna. Quanto à arte do corte de papel de Yuxi, que faz uso da cor negra para conferir elegância, “está presente em diversos contextos quotidianos, incluindo em casamentos e comemorações de aniversários, quan-do se roga por bênçãos e por chuva, ou para evitar forças malignas” como é explicado num painel sobre essas expo-sições. Por fim, as esculturas em argi-la denominadas por Cão de Argila de Huaiyang, “abrangem temas variados, caracterizando-se pelas suas formas tradicionais e cariz enigmático. Acre-dita-se também que estas esculturas se-rão objectos simbólicos que represen-tam as oferendas feitas em honra dos antepassados humanos e no contexto do culto genital, bem como no âmbi-to de práticas totémicas. Existem mais de duzentas formas de diversos animais nesta arte escultórica, incluindo maca-

Macau recebe a Mostra de PatriMónio cultural iMaterial da Província de Henan entre 13 e 28 de JunHo. visitar esta Província, situada na Parte Média do Huang He, ou rio aMarelo, é coMo entrar Pelas PriMeiras Páginas do livro da História da cHina

cos com rosto humano, macacos em corpete, bem como Sibuxiang”, escul-tura que por misturar diferentes figuras não se parece com nenhuma e numa metamorfose cria uma nova figuração, desassombradamente moderna.

O artesãO Xu shuzhang

Na Casa de Lou Kau, encontramos o artesão Xu Shuzhang a pintar as suas fi-guras de barro, representativas do Cão Ling, que apenas se encontram na cida-de de Huaiyang. É reconhecido como

o último dos artesãos que trabalham nessas esculturas e por isso, representa Henan nas muitas exposições levadas a cabo por toda a China. E foi durante essas viagens, que percebendo haver pouca procura, tentou inovar e assim, em 2007, apareceu com uma nova fi-guração, mais atractiva para os actuais tempos. Sendo o único artesão que se encontra no activo a modelar e decorar tais figuras, foi-lhe outorgado em 2010 o título de Património Imaterial da pro-víncia de Henan.

Xu Shuzhang trabalha no bar-ro desde criança, actividade que a sua família há oito gerações se dedi-ca durante o período de interregno agrícola, ou após a labuta no campo, aproveitando essas horas de lazer para modelar as pequenas esculturas. Essas peças são feitas de argila retirada do que após as cheias do Rio Amarelo fi-cou depositado por baixo dos seixos. Barro de uma qualidade que não se encontra em mais lado nenhum tem vindo gradualmente a diminuir de quantidade. Após modelado, vão estas pequenas esculturas para um compar-timento a fim de secarem, sendo de-pois revestidas a tinta preta. Em segui-da são pintadas com cinco diferentes cores: vermelho, amarelo, branco, azul e verde, mas como afirma, os pig-mentos usados antigamente já não se conseguem encontrar e por isso, agora pinta com tinta acrílica.

Sendo actualmente o único artesão no activo a modelar e decorar tais figu-ras, foi-lhe em 2010 outorgado o título de Património Imaterial da Província de Henan e por isso, tem viajado ao longo da China mostrando a sua arte, como único representante da herança cultural transmitida desde Nu Wa.

Ao apresentar-lhe as esculturas an-tigas por nós compradas na feira de Huaiyang, os seus olhos brilharam pois confessou não mais existir quem as faça e por isso, são peças museológi-cas. Confessa que em sua casa tem uma grande variedade delas guardadas, que poderiam servir para criar um museu. Inspiradas no mito de Nu Wa, desde tempos imemoriais os camponeses de Huaiyang modelavam estas figuras, transmitindo nessa primitiva arte, de formas difusas e coloridas com elemen-tos de uma simbologia já quase inde-cifrável, uma ancestral herança. Pegan-do numa das esculturas que trazemos, mostra-nos a cabeça, que diz ser de macaco e apontando os três pontos re-vela estarem estes ligados ao sexo, que a figura representa. Depois explicou as linhas yang e yin que ali estavam pin-tadas e o tempo rapidamente se escoou no deslindar da simbologia das figuras que trouxéramos de Huaiyang.

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16 hoje macau sexta-feira 26.6.2015

A indA e sempre, visualizando um mundo inteligível por camadas. Aí, onde a estética do sublime vive nas orlas extremas. As mais inalcançáveis

arriscadas e fugidias. A mais elevada (as esferas mais altas de nietzsche) e intangível porque voláctil, a esfera do utópico sonhado, que pre-coniza a morte da filosofia porque idealmente se teriam desenrolado todos os nós do confli-to pelo entendimento da vida, sentido e fim, e aquela que os filósofos amantes do saber per-seguem. Amam-na perseguindo a sua morte. O que é uma curiosa forma de amor. Como noutras em que o apaziguamento traz no final a mudez dos não sentimentos. A morte por se alcançar a inutilidade final. Ou aquela outra dimensão mais subterrânea de onde se desentranham ver-dades dolorosas, conclusões parciais no limite do suportável, do encarável. O domínio da na-tureza humana como fundamento de todas as complexidades sem mais responsabilidades a remeter para fora do estritamente humano. O remexer nas perplexidades inerentes e como tal sem solução excepto do ponto de vista do saber interior ao ser. Sem uma lógica ou uma razão física ou metafísica para o desenrolar de questões, para além dos próprios mecanismos do intelecto humano. Se não é o universo a estabelecer as bases para a sua própria interro-gação mas as condicionantes humanas, o que sobra é fútil, é um encadeado de elucubrações e devaneios da alma do indivíduo colectivo, inútil e vã como pressuposto universal. Ou o universo se dimensiona por referência ao homem na sua insuficiência, por incapaz de se entender a si mesmo. A filosofia é o que é imperfeito, o que é desconhecido, misterioso. “Só conhecemos o que a si próprio se conhe-ce” como diz novalis. E descer às profundezas é penoso e atemorizante.

depois há todo um universo intermédio, à superfície, que é o domínio do pitoresco. O co-

lorido, alegre e paisagístico, feito de formas e elementos naturais, lúdicos, onde se situam os viciados no discurso pelo discurso, e nas pala-vras pelas palavras de um modo decorativo e hedonista. Como na pintura, o excesso de co-res a conduzir para uma progressiva dissolução do sentido. Cinco cores, cinco palavras-chave. Seria o ideal. nem demais nem de menos. Tudo o resto são as cambiantes de claro-escuro que tornam complexo. Que modelam as formas em volumes mais suaves ou mais acidentados conforme a expressão. As palavras bonitas e os conteúdos frescos, apaixonados feéricos e em-briagadores de onde não podemos senão resva-lar, como da beira de um penhasco, conduzidos pelo flautista de Hamlin, e cair em desamparo da futilidade ligeira, para o pântano tenebroso das questões profundas. diria dessa camada do meio, o verdadeiro limbo. A fuga em frente. E das outras camadas, céu e inferno em simultâ-neo. Quantos infernos tinha dante? nove ca-madas de sofrimento entranhadas nas profun-dezas da terra.

Mas como nas dualidades externamente es-tabelecidas como reverso umas das outras, na sua inextricável vivência a duas faces, dos opos-tos só faz sentido perceber as relações entre eles estabelecidas e desfeitas, a sucessiva deslocação de um ponto de vista para o outro, um olhar cubista que recuando se ilude na mistura de to-dos eles num mesmo plano. E esse é um exer-cício retórico. Assumir a validade de, em cada momento, nos resignarmos ou pelo contrário desafiarmos a lógica inalcançável das coisas, ao olhar através de um só desses ângulos parece ser uma imperfeição mais humana e possível. Sal-tar agilmente de face para face, de camada para camada sem perder contudo de vista a possibi-lidade das outras. Ou nos perdermos. Mesmo que desse sítio do mundo visível, tudo nos seja apresentado ao negro. Ou ao rubro. de outro modo seria às cegas.

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Ao negro, Ao rubro ou às cegAs

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17 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 26.6.2015

de tudo e de nada AnAbelA CAnAs

anabela canas

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18 publicidade hoje macau sexta-feira 26.6.2015

Anúncio﹝43/2015﹞

1. Entidade adjudicante: Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau.

2. Entidade que põe a obra a concurso: Instituto de Habitação (IH).3. Modalidade do concurso: Concurso público.4. Designação do concurso: Prestação de serviços de administração de edifícios

para a Habitação Social de Seac Pai Van – Edifício Lok Kuan. 5. Objectivo: Concurso para a prestação de serviços de administração de edifícios,

nomeadamente serviços de limpeza, segurança, reparação e manutenção das partes comuns e dos equipamentos colectivos, para a Habitação Social de Seac Pai Van – Edifício Lok Kuan, por um período de dois anos, a partir do dia 1 de Dezembro de 2015 até o dia 30 de Novembro de 2017.

6. Requisitos gerais dos concorrentes: Podem concorrer ao presente concurso as empresas que se encontrem registadas na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis, prestando os serviços de administração de propriedades no seu âmbito de actividade, total ou parcial, e que não sejam titulares da licença de segurança nem exerçam a actividade de segurança privada, nos termos da lei.

7. Obtenção do programa e processo do concurso: Podem consultar e obter o respectivo processo do concurso, na recepção do IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.° 102, Ilha Verde, Macau, nas horas de expediente. A obtenção da foto-cópia dos documentos acima referidos, é mediante o pagamento da importância de $ 200,00 (duzentas patacas), em numerário, para os custos das fotocópias ou podem proceder download gratuito na página electrónica do IH (http://www.ihm.gov.mo).

8. Visita ao local e esclarecimento por escrito: A visita ao local será realizada no dia 30 de Junho de 2015, às 10:30 horas. Os concorrentes devem chegar ao local indicado, à data e hora acima mencionadas e serão acompanhados pelos trabalhadores do IH. Durante a visita não serão prestados esclarecimentos. Caso os concorrentes tenham dúvidas sobre o conteúdo do presente concurso, devem apresentá-las, por escrito, à entidade que põe a obra a concurso, antes do dia 6 de Julho de 2015. Os concorrentes devem dirigir-se à recepção do IH ou ligar para o telefone n.º 2859 4875, nas horas de expediente, antes do dia 29 de Junho de 2015, para proceder à marcação prévia para a participação na visita ao local.

9. Caução provisória: O valor da caução provisória é de $ 704 000,00 (setecentas e quatro mil patacas). A caução provisória pode ser prestada por garantia bancária legal ou por depósito em numerário através da conta em nome do IH, na sucursal do Banco da China em Macau.

10. Local, data e hora para entrega das propostas: As propostas devem ser entregues a partir da data da publicação do presente anúncio até às 17 horas do dia 29 de Julho de 2015, no IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, nas horas de expediente.

11. Local, data e hora do acto público do concurso: IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, às 10 horas do dia 30 de Julho de 2015.

12. Critérios de adjudicação:─ Preço: 50%─ Experiência (incluindo a experiência na gestão global e manutenção dos sistemas dos edifícios, na execução dos trabalhos e serviços necessários para este efeito, e na prestação dos serviços do concurso, bem como a estrutura e dimensão da empresa e a sua capacidade de gestão profissional): 10%─ Plano para a execução de serviços de administração (incluindo os planos para o controlo de entrada e saída do edifício, fiscalização e segurança, limpeza, manutenção do sistema dos equipamentos, os recursos humanos e os equipamentos para a prestação de serviços, bem como os planos de qualidade para a prestação de todos os serviços mencionados): 40%

13. Outros assuntos: Os pormenores e quaisquer assuntos a observar sobre o respec-tivo concurso encontram-se disponíveis no processo do concurso. Informações posteriores sobre o presente concurso serão publicadas na página electrónica do IH (http://www.ihm.gov.mo).

O Presidente,

Ieong Kam Wa17 de 06 de 2015

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tempo aguaceiros ocasionais min 27 max 31 hum 70-95% • euro 8.94 baht 0.23 yuan 1.28

João Corvofonte da inveja

Aconteceu Hoje 26 de JUNHO

Surge a onu, recorda-seo incidente de Stonewall• A 26 de Junho de 1945, representantes de 50 países assinaram a Carta de São Francisco. Apoiada na tradição idealista norte-americana e com a tese de manter a segurança colectiva e a paz mundial, a Carta propunha a criação da Organização das Nações Unidas.Após o fracasso da Liga das Nações (1919-1946) (da qual os Estados Unidos nunca se tornaram membro), a Organização das Nações Unidas foi criada oficialmente em Outubro de 1945 para manter a paz internacional e promover a cooperação internacional na solução dos problemas económicos, sociais e humanitários. Os primeiros planos concretos para uma nova organização mundial foram iniciados sob a égide do Departamento de Estado dos Estados Unidos em 1939. O termo “Na-ções Unidas” foi usado pela primeira vez em Janeiro de 1942 por Winston Churchill e Franklin D. Roosevelt em Washington, quando 26 governos assinaram a Carta do Atlântico, comprometendo-se a continuar o esforço de guerra. A ONU entrou oficialmente em existência após a ratificação da Carta pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (França, República da China, União Soviética, Reino Unido e os Estados Unidos) e pela maioria dos outros 46 países signatários. Neste dia, em 1994, um milhão de homossexuais recordam em diferentes países o vigésimo quinto aniversário do incidente de Stonewall, que marcou o início do movimento gay. A Rebelião de Stonewall foi um conjunto de episódios de con-flitos violentos entre gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros e a polícia de Nova Iorque que se iniciaram com uma carga policial em 28 de Junho de 1969 e duraram vários dias. Teve lugar no bar Stonewall Inn e nas ruas vizinhas e é largamente reconhecido como o conjunto de eventos catalisadores dos modernos movimentos em defesa dos direitos civis LGBT. Stonewall foi um marco por ter sido a primeira vez em que um grande número de pessoas LGBT se juntou para resistir aos maus tratos da polícia contra a comunidade.

Em termos de música, tirem-me tudo, mas não o hip hop. E não mo tirem, porque assim temos álbuns destes – a seguir a tantos outros e no meio daqueles todos – que nos enchem a alma com música falada em Português. Sam The Kid é um dos poetas modernos lusitanos e brinda-nos com um liricismo absolutamente incrível. Em “Pratica(mente)” traz-nos músicas como “Juventude é Mentalidade”, “Abstenção”, “Negociantes”, “Slides”, entre muitas outras que valem a pena pela mensagem e perícia demonstrada pelo rapper na sua poesia. joana Freitas

“PrAticA(mente)”(SAm tHe Kid, 2006)

O que fazer esta semana?HojeApRESENTAçãO DA OBRA “MASSAGEAND THE WRITER” Livraria portuguesa, 17h00entrada livre

INAUGURAçãO DA ExpOSIçãO “TRANSvERSAL:INSTALAçãO DE víDEO DE ROBERT CAHEN”Museu de Arte de Macau, 18h30 (até 20/09)entrada a cinco patacas, gratuita aos domingos e feriados

ExpOSIçãO “MIDNIGHT SUMMER’S DREAM”DE JOSé DRUMMOND E pENG YUN Fundação Oriente, das 18h00 às 22h00entrada livre

SábadoARRAIAL DE SãO JOãOBairro de São Lázaro, 14h00 às 23h00entrada livre

WORkSHOp DE SUMINAGASHI(TéCNICA DE pINTURA JApONESA) COM ANA JACINTOEscola portuguesa de Macau, 10h00custos entre as 50 e as 100 patacas

“TEATRO DE GUERRA”Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das cem às 300 patacas

Domingo DIA DE ADOpçãO pELA ANIMAEdifício Flower City, 14h30 às 17h30

ARRAIAL DE SãO JOãOBairro de São Lázaro, 14h00 às 23h00entrada livre

Diariamente ExpOSIçãO “UM NOvO SéCULO JUNTOS CONSIGO” (BNU) Consulado de portugal em Macau entrada livre

ExpOSIçãO “SAUDADE”(ATé 30/9)MGM Macau entrada livre

“A ARTE DE IMpRIMIR” (ATé DEzEMBRO)Centro de Ciência de Macauentrada livre

ExpOSIçãO “AO RISCO DA COR - CLAUDE vIALLATE FRANCk CHALENDARD”Galeria do Tap Seac (até 9/08)entrada livre

ExpOSIçãO “WHO CARES” (ATé 28/07)Armazém do Boi, 16h00entrada livre

ExpOSIçãO “DE LORIENT AO ORIENTE - CIDADES pORTUáRIAS DA CHINA E FRANçA NA ROTAMARíTIMA DA SEDA” Museu de Macau (até 30/08) entrada livre

ExpOSIçãO DE ARTES vISUAIS DE MACAU (ATé 2/8)pintura e Caligrafia ChinesasEdifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00entrada livre

MUSICAL “A BELA E O MONSTRO”(ATé 26/6, DE qUINTA A DOMINGO)venetian Macau Bilhetes entre as 280 a 680 patacas

ExpOSIçãO “MURMúRIO DA IMpERMANêNCIA”,pINTURAS A óLEO DE ANDRé LUI CHAk kEONG (ATé 27/06)Fundação Rui Cunhaentrada livre

ExpOSIçãO “vALqUíRIA”, DE JOANA vASCONCELOS(ATé 31 DE OUTUBRO)MGM Macau, Grande praça entrada livre

C i N E M ACineteatro

Sala 1ted 2 [c]Filme de: Seth MacFarlaneCom: Mark Wahlberg, Amanda Seyfried, Morgan Freeman14.30, 16.30, 19.30 21.30

Sala 2Spl 2: a timeS for conSequenceS [c]FALADO EM CANTONêS/MANDARIM LEGENDADO EM CHINêS E INGLêSFilme de: Cheang pou-soiCom: Tony Jaa, Louis koo, Simon Yam Wu Jing, zhang Jin14.30, 16.45, 19.15

juraSSic world [b]Filme de: Colin TrevorrowCom: Chris pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan khan21.30

Sala 3

far from the madding crowd [b]Filme de: Thomas vinterbergCom: Carey Mulligan, Matthias Schoenaerts, Tom Sturridge14.30, 16.45, 19.15, 21.30

TED 2

Não ser nunca foi uma questão.

19hoje macau sexta-feira 26.6.2015 (F)utilidades

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contramãoIsabel [email protected]

H á semelhanças assustado-ras entre o início e o fim da vida. A vida começa e acaba num estado extremo de fragilidade, como se o entretanto não tivesse ser-vido para nada. No entre-tanto, entre o princípio e o fim, andamos demasiado ocupados a viver a vida

que inventámos para nos lembrarmos de que o princípio e o fim são demasiado parecidos. Há momentos em que a realidade nos invade e aí deixas o orgulho com que empurras o carrinho do bebé e usas a tua força para não chorares enquanto fazes a cadeira de rodas deslizar pelos corredores do hospital.

No entretanto esquecemo-nos do que fomos e do que vamos voltar a ser. A de-pendência inconsciente do nascimento não deixa marcas para recearmos a dependência atordoada do fim, aquela de que todos temos conhecimento, mas que preferimos ignorar no entretanto. Temos ainda tendência para achar que o entretanto dura sempre, não tem

entretanto

fim, apesar de o entretanto acabar quando menos a gente espera.

Temos um modelo social que não faz qualquer sentido. E sofre de falta de lógica desde a primeira hora: o nascimento não é um momento familiar, não é humanizado, não é o momento mais importante das vidas que ali estão, mas sim um acto médico como outro qualquer. Despacha-te que a seguir vêm outros.

Os primeiros dias dos nossos também não são da melhor qualidade. Nesta cidade, ter filhos ou não ter é mais ou menos irrelevante em matéria de legislação laboral, concede-se o tempo do puerpério e depois já está, volta ao trabalho que há outros à espera, agora até querem dar uns dias a mais em casa mas é se as mães não respirarem, não comerem, não derem de comer aos filhos, que são dias livres de encargos para quem as emprega. Despacha-te e não olhes para trás.

Porque os patrões ainda não descobriram que mães e pais felizes são trabalhadores sos-segados, também não há dessas modernices de horários reduzidos, possibilidades de redução

salarial se nos primeiros anos houver necessi-dade de ficar mais por casa, não interessa se os filhos dos outros são bonitos e rechonchudos ou frágeis e doentes. O que conta é o entretanto e o entretanto é a despachar.

No entretanto os anos passam e a malta vê os filhos de manhã e talvez à noite, que bem que estão a crescer, a creche do bairro faz bem o trabalho, a escola onde anda continua

a fazer bem o trabalho, olha que grande que já está, olha só, cresceu tanto e nem deste por isso. O entretanto passa depressa, nós aqui entretidos a tentarmos ser os melhores, não porque nos apeteça mas porque tem de ser, é este o mundo em que vivemos, um mundo que não se compadece com entretantos, um mundo que não se compadece nem com o princípio, nem com o fim. Já não há espaço para dores, para alegrias. Ninguém anda descalço na terra. Ninguém se deita na relva ao sol, porque não nos deixam.

As imagens que foram postas a circular na Internet no fim-de-semana passado: há uma filha enraivecida que espanca uma mãe indefesa numa cadeira de rodas, uma filha que grita, grita, eu não sei chinês mas não interessa, percebe-se tudo o que ali está. E grita e volta a gritar, está no meio da rua e os outros não têm nada que ver com o assunto, a mãe é dela e ela bate-lhe se quiser, já bateu, mete-te na tua vida, que isto é um entretanto.

O Governo reagiu, o que aquela mulher fez é um caso de polícia, a mãe precisa de ajuda, a filha de certeza que também precisa. Faz-se o relato da vida difícil da agressora, apuram-se as causas, procura-se uma ex-plicação para semelhante raiva, como se a raiva carecesse de fundamentação. Caso resolvido, voltamos ao entretanto.

Esquecemo-nos dos velhos cada vez mais frágeis, dos que são agredidos e dos que são ignorados, dos que não são nem uma coisa nem outra mas queriam ser aquilo que já não podem ser e, por isso, não são felizes, esquecemo-nos de que o entretanto não dura sempre, de que também nós, egoístas, vamos ter rugas e perder a força nas pernas, a força nas mãos. Esquecemo-nos do que é morrer e do que é nascer, porque não fomos ainda capaz de perceber a vida, de saber viver. Não nos deitamos na relva em dias de sol.

Prometem-nos mais apoios sociais, mais atenção a casos como o da mãe espancada – que história de vida teve ela, que já se conjuga no passado? –, uma maior sensibilização e coisa e tal e nós dizemos que sim, sabemos que isso é preciso, sabemos que são coisas que fazem falta aqui e noutro sítio qualquer, os filhos estão perto mas não têm tempo, não têm paciência, depois há os filhos que estão longe e também não podem. Mas o que faz falta, mesmo, é pararmos e olharmos para o que temos à nossa volta, se o PIB nos basta, se a educação que damos aos nossos filhos é suficiente, se é neste mundo de entretantos que nos queremos entreter, a deixar para amanhã o que já devíamos ter sentido ontem, o que já devíamos ter mudado ontem.

Macau – e às tantas o resto do mundo também, mas do resto do mundo sei pouco – é uma terra pouco educada para as pessoas, para as outras pessoas, para os outros. Não se decide nada a pensar nos outros, não se pensa nos outros, há só o entretanto que é meu, só meu, eu quero lá saber de ti, dos teus filhos, dos teus velhos, dos teus.

A relva é minha, não é nossa e nela não te esticarás ao sol.

20 opinião hoje macau sexta-feira 26.6.2015

Macau é uma terra pouco educada para as pessoas, para as outras pessoas, para os outros. Não se decide nada a pensar nos outros, não se pensa nos outros, há só o entretanto que é meu, só meu, eu quero lá saber de ti

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21 opiniãohoje macau sexta-feira 26.6.2015

sorr indo sempreAndré ritchie

E xistE um ditado chinês que, em tradução livre, diz: “não se receie uma vida mal destinada; receie-se antes um nome mal escolhido”. (*)

Pretende este ditado sublinhar a importância que a escolha do nome tem para os chineses, tratando-se de um processo meticuloso e

profundo em que são analisados os significa-dos de cada caracter, bem como o sentido, a sonoridade e o número de traços do conjunto todo. É uma operação que reflecte perfeita-mente a riqueza da cultura milenar chinesa.

todavia, é comum por estas bandas a adopção de um nome em inglês para facilitar a interacção diária, já que no nosso ambiente multicultural essa é frequentemente a língua veicular utilizada. Neste contexto, o que até hoje ainda não consegui perceber é por que razão o mesmo cuidado não é tido na escolha desses nomes adoptivos em inglês.

Por cá existem indivíduos com nomes ingleses fantasticamente surreais. se o ca-ríssimo leitor desconhece esse fenómeno, tenho então a seguinte proposta a fazer: vá ao McDonald’s mais próximo de si e veja os nomes que os funcionários ao balcão trazem no peito. Já vi Zombie, Milk e até Wasabi.

Falo, naturalmente, de forma generaliza-da. Há também casos interessantes em que o nome em inglês é coerentemente escolhido em função da sonoridade do nome em chi-nês. Por exemplo, conheço uma rapariga chamada Mak Hoi Lan (para quem não sabe: Mak é apelido e Hoi Lan é nome) que se chama Helen Mak em inglês. O resultado parece-me bastante feliz.

Delicio-me com essas coisas que são para mim de grande interesse pois evidenciam a cultura híbrida a que estamos expostos aqui nesta parte do mundo.

Feita essa introdução, vou agora falar das caricatas situações que enfrento por causa do meu nome. Não o faço por egocentris-mo, quando muito para expor o que nós, macaenses, temos de aturar dada a nossa natureza mestiça.

O meu nome – André – foi sempre uma dificuldade para os chineses. Fui criado por várias empregadas chinesas e nenhuma foi capaz de pronunciar o meu nome correc-tamente. O melhor que se conseguiu foi An-te-Lé.

sendo André um nome difícil para os chineses, toda a gente me trata por Ritchie, muito mais fácil por ser inglês (**). Como tal, sempre que qualquer chinês me pergunta pelo nome, digo “Ritchie”. E aqui começa a confusão, pois assumem que Ritchie é um nome de adopção, semelhante a Zombie ou Wasabi.

Para complicar as coisas, na comunicação social em língua chinesa fiquei conhecido pelo nome Lei On tak, concebido em 2003 quando regressei a Macau. Assim, tudo somado, frequentemente sou identificado como o Mr. Ritchie Lei.

Uma Macaense Uyghur

O problema é o trabalho que dá fazer as rectificações quando necessárias, pois tipicamente ficam a olhar para mim com um ar incrédulo. Até já fui contrariado: uma rapariga que, apontando para a face em chinês do meu cartão de visita, insistiu que o meu nome não era como eu dizia que era. Haja paciência.

Entretanto, sou diariamente confrontado com um outro problema que já todos co-nhecem: a famosa vírgula do BiR. De um momento para o outro, em Macau passei a chamar-me “xavier sales Ritchie, André Duarte”.

Aborrece-me o facto de, mesmo depois de séculos de presença portuguesa em Ma-cau, a malta ser incapaz de perceber que nos nossos nomes o apelido principal é o último nome, e não o primeiro.

Passei a ser Mr. xavier. E o facto de xavier ser um nome muito difícil para os chineses também não ajuda em nada. “Zei-vier”, “Sáfiar”, “Ex-Eivier”, já me chamaram esses nomes todos.

No outro dia recebi a chamada de um desconhecido que iniciou a conversa da pior forma, em inglês: “Hello! is it Mr. Zei... Errr... saf... Ahm...”. tive de o acudir, mas fi-lo em cantonense e com um tom proposi-tadamente seco: “Ouça, eu sou o Mr. Ritchie. Falo chinês. Vamos falar em chinês?”

Pobre coitado... Ora, como poderia ele adivinhar que, com um nome tão compli-

cado, do outro lado da linha encontrava-se afinal um sujeito fisicamente oriental e perfeito falante de cantonense?

Contudo, os meus dramas não se limi-tam a Macau. também sofro em Portugal: quantas vezes não me fizeram elogios des-propositados, do género “Oh, mas o senhor fala tão bem português, fala português como um português!”

Normalmente ignoro. Mas às vezes não me controlo e respondo torto: “Muito obrigado. O senhor também fala muito bem português. Onde aprendeu a falar tão bem?”. É antipático, eu sei. E as pessoas não têm culpa. só que a paciência tem limites.

Entretanto, como Ritchie não é um ape-lido português, em Portugal nem sempre é pronunciado correctamente: já me chama-ram de Ricky, Rí-xe ou Rís-ti. Aliás, quantas vezes não tive de soletrar o meu apelido em serviços públicos, bancos ou simples reservas de mesa?

Um dia armei-me em esperto e, ao telefone com um funcionário da telepi-zza, identifiquei-me como “André sales”, sendo este o meu apelido que vem antes do Ritchie. Reacção do outro: “sales é com um L ou com dois L’s?”. Apeteceu--me dizer um palavrão.

Felizmente, nem tudo no meu nome está mal: pelo menos não tenho nenhuma preposição. A minha mulher, por exemplo, tem o apelido “de Jesus” e é vítima de uma situação espectacularmente pitoresca: por causa da tal vírgula do BiR, em Macau passou a ser Ms. De! E como De (leia-se “dí”) soa a compatriota do interior da China, com as feições que tem devem pensar que é Uyghur!

isto tudo tem muita piada, mas também não tem: um conterrâneo meu esteve perto de perder um voo porque nos altifalantes fartavam-se de chamar pelo Mr. De e ele, naturalmente, não se apercebeu que era o destinatário da mensagem. Portanto, se o caríssimo leitor tem como apelido “dos santos” ou “da silva”, esteja atento e não diga que não avisei: passou a ser Mr. Dos ou Mr. Da.

Enfim... Conheço inúmeras histórias semelhantes, mas fico por aqui e vou fechar o artigo regressando àquele ditado chinês para dizer o seguinte: (1) a minha vida está bem destinada, muito obrigado; e (2) não, apesar de tudo, não acho que o meu nome tenha sido mal escolhido.

Quando muito acho que nós, macaenses, somos uma grande contradição. Frequen-temente os nossos nomes não batem certo com as nossas feições que, por sua vez, não batem certo com a nossa forma de ser e de estar na vida.

Em qualquer parte do mundo, até mesmo em Macau, ninguém consegue compreender que laia de gente somos nós.

De resto, acho que nem nós próprios nos compreendemos.

Sorrindo SempreNo ginásio que frequento há um tirano que tem a mania que tudo o que lá está foi feito para o uso exclusivo dele. No seu universo os outros utentes não existem.

Entra na sauna e, sem o consentimento dos presentes, deita água em grande quan-tidade para cima das pedras. Mas depois não se aguenta nem um minuto: abandona o recinto, deixando os outros lá dentro a ferver com as altas temperaturas. Eu fervo a dobrar: de calor e de raiva.

sorrindo sempre, é verdade. Mas no ou-tro dia coloquei um travão: enquanto corria na minha máquina preferida, que tem uma televisão à frente, o dito chega, instala-se na máquina ao lado e decide mudar de canal sem me dizer nada.

Quer dizer, estava eu muito bem a assis-tir a passagens de modelos do Fashion tV com umas mulheres bestiais e, de repente, tenho pela frente um crocodilo do National Geographic a comer um animal vivo, com sangue a jorrar por todo o lado?

Com muita calma, paro a máquina de corrida, saco o comando da televisão e mudo novamente para o Fashion tV. Mais: tiro as pilhas do comando e meto-as no bolso. isso tudo sem dirigir um único olhar ou palavra ao tirano. Chupâ ovo.

Retomo tranquilamente o meu exercício. Quando acabo, recoloco as pilhas no co-mando e, como o tirano ainda corria, mudo para o National Geographic. O crocodilo estava morto e todo aberto, a ser analisado em laboratório. Ele acenou e sorriu para mim (o tirano, não o crocodilo).

Às vezes, viver em Macau é também assim. O conceito da multi-secular amizade abarca essas situações. Não se trata apenas de nos entendermos bem com o próximo. Acima de tudo, temos é de nos desentender bem. E foi assim durante séculos.

sorrindo sempre.

(*) 唔怕生壞命,最怕改壞名 (ng pa sáng wai meng, choi pa koi wai méng).(**) Na verdade, não é inglês porque Ritchie deriva de Ricci: o meu antepassado era italiano e veio de Palermo no séc. XIX

Quando muito acho que nós, macaenses, somos uma grande contradição. Frequentemente os nossos nomes não batem certo com as nossas feições que, por sua vez, não batem certo com a nossa forma de ser e de estar na vida

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O mais importante patrimó-nio que Portugal deixou em Macau, para além das pessoas, é a língua, o linguajar português, de Camões, de Pessa-nha e de Wenceslau de Moraes, só para citar alguns dos que por aqui o abrilhantaram e trans-

mutaram nalguma da mesma bela poesia e da mais pungente prosa que a nossa literatura teve oportunidade de produzir.

Sem a língua portuguesa perder-se-ia uma parte importante, para não dizer fun-damental, da identidade de Macau. É que, ainda que ela não exista predominante, do-minadora ou exaltada, não deixa por isso, na sua aparente insignificância, de se revestir de um estatuto cujas raízes mergulham fundo nesta cidade.

O governo chinês, sabiamente, manteve o Português como língua oficial, garantindo a sua permanência. De algum modo, por esta atitude, a língua foi vivificada após a

Da boa e da má língua

transferência de soberania, a sua importân-cia sublinhada, muitas vezes contra alguns “inimigos” cujo objectivo nunca foi per-feitamente claro, parecendo as suas acções brotarem mais da emoção do que da razão.

Mas Pequim foi mais longe. Entendendo a funcionalidade do Português na América do Sul e em África, encarregou Macau, através do Fórum, de utilizar esta sua língua oficial como veículo de negócios e de diplomacia, tornando a RAEM no principal centro chinês de difusão da língua portuguesa. E tudo isto faz um imenso sentido e demonstra uma enorme capacidade de preparar o futuro.

No entanto, apesar do crescimento expo-nencial que o Português tem tido nos últimos anos, é frequente darmos pela língua assas-sinada, em alguma da comunicação oficial e das empresas de maior impacto público. A verdade é que boa vontade não chega e os falantes de Português não podem deixar de se sentir tristes e mesmo um pouco ofen-didos perante o espectáculo da sua língua maltratada, em certos casos como se fosse uma tradução feita por um Google apressado.

Afinal, este é um dos bens mais preciosos que a cultura lusitana possui e qual de nós não assinaria por baixo que “a minha pátria é a língua portuguesa” (Fernando Pessoa)?

Há muito tempo que se fala de um Ob-servatório da Língua, que corrigisse os erros sistemáticos e as grosserias gramaticais. Mas até hoje nada foi feito. Não foi feito pelo Governo da RAEM, nem pelo IPOR, nem pela Casa de Portugal, nem pelos conselheiros portugueses Fernando Gomes e Pereira Coutinho, nem por qualquer outra

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

22 opinião hoje macau sexta-feira 26.6.2015

a outra faceCarlos Morais José

Manter viva a nossa língua é um dever de todos e,ao mesmo tempo, um garante da nossa permanência e do factode não nos tornarmos, dentro em pouco, obsoletos

associação com responsabilidades e fundos como, por exemplo, a que fala no seu nome da instrução dos macaenses, a APIM.

Ninguém fez nada. E a língua portuguesa continua a ser, “oficialmente” e diariamente, tratada com alguma descortesia, para ser suave. Seria difícil montar um grupo de 10 ou 15 pessoas, com formação séria na área para tomar conta desta ocorrência e corrigir os erros? Parece-nos que não. Implicaria alguma despesa, mas nada que fosse mossa importante nos cofres.

Se estamos a falar de uma língua oficial, convinha que fosse tratada com a dignidade que as coisas oficiais merecem. O modo como Macau escreve Português é também reflexo da importância que as pessoas dão às coisas, a forma como as administram e o carinho que lhes dedicam. O Português, enquanto língua, faz parte do património de Macau e como tal deve crescer, ser protegido e bem tratado. Imagine-se que era permitido desenhar grafitis nos edifícios classificados. Ora é exactamente isso que se passa quando olhamos para o respeito dado à nossa língua. Oficial, não se esqueçam.

Se o que foi escrito, tem uma relação séria com o Governo da RAEM, já a nossa comunidade, as nossas associações e as nos-sas empresas terão uma dobrada obrigação de utilizar o português constantemente como uma das línguas de comunicação. De facto, parece estranho que sejam portugueses os primeiros a esquecer de onde vêm e do que aqui representam.

Quero dizer com isto que cada um de nós deveria sentir a responsabilidade de utilizar a língua portuguesa o mais possível, dentro dos limites do bom senso e da boa educação. Manter viva a nossa língua é um dever de todos e, ao mesmo tempo, um garante da nossa permanência e do facto de não nos tornarmos, dentro em pouco, obsoletos. É uma perspectiva antolhada pelo imediato, pelo presente, a crença de que se deve usar exclusivamente o inglês, para atalhar nas traduções. No limite, tal significa um me-nor respeito não apenas ao Português mas também ao Cantonense/Mandarim.

Na passada quarta-feira, o BNU inaugu-rou uma exposição na residência consular de Portugal. O seu presidente discursou em Inglês para os presentes, evitando a tradução. Dói-nos, obviamente, esta atitude da parte de uma das instituições portuguesas mais poderosas nesta cidade e temos dificuldade em compreendê-la. Parece-nos que deveria existir da parte do banco uma atenção maior ao uso da língua do seu país em Macau. Já que desistiram de o usar na sua publicidade, pelo menos poderia ter surgido no discurso. Não aconteceu. Foi em Inglês. Salvou-se o facto de o ter feito com um sotaque incon-fundivelmente lusitano.

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hoje macau sexta-feira 26.6.2015 23Perfil

T odos os dias a cabeça de Antonieta sam trabalha com dois mundos completamente diferentes numa

área que, para muitos, é por si só uma dor de cabeça. No meio dos juízes e cabeçalhos de direito, Antonieta traduz e interpreta do Chinês para o Português os crimes e as sentenças que calham a culpados e inocentes. o rodopio das leis em duas línguas não a faz desistir. Bem pelo contrário: sempre quis ser tradutora e pretende continuar a sê-lo.

Numa altura em que o Português está na moda e a tradução e interpretação é um curso muito procurado, mais por uma questão prática do que pelo que dita o coração, Antonieta sam prefere ter esta profissão porque gosta.

Nunca o fez pela segurança de um emprego bem pago no Governo, até porque quando optou por frequentar o terceiro programa de formação de tradu-ção e interpretação das Línguas Chinesa e Portuguesa, organizado pelos serviços de Administração e Função Pública (sAFP) em colaboração com a direcção-geral da interpretação da União Europeia (UE), já trabalhava na Função Pública, como oficial

de justiça. Há 15 anos que trabalha para o Governo e há apenas dois que é intérprete--tradutora nos tribunais da RAEM.

“É um grande desafio para mim, so-bretudo na tradução simultânea. Gosto, é algo muito interessante, mas ainda estou a aprender. Ainda tenho muita margem de sucesso para o meu trabalho. Quando comecei a fazer interpretação simultânea achei muito difícil, mas tive de ultrapassar isso porque gosto muito do meu trabalho”, contou ao HM.

o curso dos sAFP terminou-o em 2004 e a experiência que passou, ao estar umas temporadas em Pequim, Bruxelas e Portugal, só a enriqueceu ainda mais. “Aquele curso foi de um ano e durante cinco meses estudei interpretação e depois tradução. Tive dois meses e tal em Bruxelas e um tempo em Portugal e isso foi uma boa experiência para mim. Como passei por isso, depois de voltar a Macau, pensei mudar de área, já que antes trabalhava mais com a tradução e depois passei mais para a interpretação”, recorda.

Ao contrário de muitos jovens, que só têm contacto com o idioma de Camões quando entram no ensino secundário ou

na universidade, Antonieta sam começou a aprendê-lo desde criança, quando Macau ainda tinha o seu liceu.

“Não achei difícil [fazer o curso de tradução e interpretação], porque comecei a estudar Português desde muito cedo, logo no jardim infantil, e na primária. Estudei sempre em Português e sempre falei em Português e Chinês. A minha família não me aconselhou muito sobre isto, porque quando comecei a estudar para ser traduto-ra já estava a trabalhar. Então eles não me disseram nada, se era algo bom ou mau.”

Antonieta, ou Eta, como é tratada pelos amigos, recorda com saudade os tempos de um ensino que não era tão exigente como agora. “o ensino não era assim muito pu-xado. Tinha o meu tempo de estudo mas tinha muito tempo para me divertir e não tinha muita pressão. Vejo os alunos hoje em dia e acho que têm muita pressão, por-que ainda têm de estudar quando chegam a casa. Gostava da minha vida escolar.”

Macau MudouHoje em dia não só o sistema de ensino está diferente, como a própria Macau que Antonieta sempre conheceu mudou muito.

A intérprete-tradutora conta que passa os fins-de-semana e tempos livres nas zonas da Taipa e Coloane, como forma a fugir ao caos do dia-a-dia na península.

“Penso que Macau está pior em termos de qualidade de vida, mas a vida econó-mica está melhor (risos). Temos falta de espaço para diversões no fim-de-semana, não temos muitos sítios para ir. só temos os hotéis e casinos como opção. Na Almeida Ribeiro há imensos turistas e quase não podemos caminhar lá e nos fins-de-semana costumo ficar na Taipa e em Coloane”, diz. “Prefiro, porque em Macau não dá para andar de carro, não dá para nada.”

Apesar dos anos de Administração que tem, Antonieta sam quer continuar a aprender numa área onde passa muitas vezes despercebida, mas onde o seu tra-balho é essencial para manter o segundo sistema de Macau.

“Antes o nosso trabalho era muito monótono, mas agora é mais diversifica-do. Tenho de procurar conhecer mais, ter mais bagagem para enfrentar os desafios no trabalho”, conclui.

andreia Sofia [email protected]

AnTonieTA SAm, TrAduTorA-inTérpreTe nA Função públicA

“Tenho que Procurarconhecer mais”

Page 24: Hoje Macau 26 JUN 2015 #3359

cartoonpor Stephff

hoje macau sexta-feira 26.6.2015

Cotai Intersecçãoonde morreuportuguês cortadaao trânsito A intersecção do Cotai onde ocorreu um recente acidente que causou a morte a um cidadão português que circulava de mota vai ser bloqueada ao trânsito automóvel. Quem o confirmou foi Kou Kun Pang, membro do Conselho Consultivo para o Trânsito. “Há, de facto, algum perigo naquela intersecção em frente ao Galaxy e por isso, com base nessa situação, a DSAT decidiu bloquear essa intersecção temporariamente. O mais brevemente possível. A DSAT diz que vai primeiro bloquear primeiro a intersecção e vamos ver como é que acontece depois com o trânsito e que tipo de ajustamentos teremos que fazer na zona”, disse Kou KunPang à TDM.

Japão executa12.º condenadoà morte desde 2012O Japão executou ontem por enforcamento um condenado à morte, o 12.º desde a chegada ao poder, em 2012, do primeiro-ministro conservador Shinzo Abe, confirmou o Ministério da Justiça nipónico. O réu é o primeiro condenado à pena capital a ser executado desde a aplicação, a 29 de Agosto de 2014, da pena capital a dois homens condenados por homicídio. O Japão é, juntamente com os Estados Unidos, o único país industrializado e democrático que mantém a pena de morte, a qual conta no país asiático com o apoio d e 85% da população, segundo as últimas sondagens citadas pela agência Efe.

A s intensas reuniões dos dois últimos dias entre a Grécia e as instituições que compõem a troika

resultaram numa significativa aproximação entre as duas partes, mas que não foi ainda suficiente para a obtenção do acordo. Já depois das 15h00 desta quinta--feira, os ministros das Finanças suspenderam novamente a reunião do Eurogrupo, à espera de novas propostas de Atenas.

Durante as reuniões que Alexis Tsipras manteve na quarta e quinta--feira com os líderes da Comissão Europeia, FMI e BCE, a troika apresentou a sua resposta à pro-posta grega. Inicialmente avançava com alterações muito significativas em várias áreas, mas as horas de negociações foram esbatendo as diferença.

No final, um documento pre-parado pelas instituições da troika mantinha diversas objecções às propostas gregas, como o imposto extraordinário de 12% sobre os lucros das empresas acima de 500 mil euros, a subida do IRC para 29% (aceita só 28%) ou a manutenção do IVA a 13% na hotelaria e restauração, insistindo que Atenas tem de substituir essas medidas por cortes na despesa.

Contudo, a troika também cedeu em algumas posições, aceitando

Grécia EUrOGrUPO COnClUíDO SEM ACOrDO

À espera do final feliz

Ruben Micael com estreia na China este domingo

O futebolista internacional português Ruben Micael

vai estrear-se no domingo pelo shijiazhuang Everbright, frente ao Guangzhou Evergrande, atual campeão, anunciou on-tem o clube que o contratou ao sporting de Braga.

Ruben Micael é esperado na sexta-feira em shijiazhuang, capital da província de Hebei, e “se as formalidades correrem bem”, já no próximo dia 28 irá vestir a camisola n.º10 do clube local e defrontar o Guangzhou Evergrande, equipa que nos últimos três anos tem dominado o futebol chinês e que desde há cerca de um mês é orientada pelo técnico brasileiro Luís Felipe scolari.

O anúncio foi feito através do sina Weibo, o Twitter chinês.

Ruben Micael, com 29 anos de idade e 17 internacionaliza-ções ao serviço da selecção por-tuguesa, jogava anteriormente no sporting de Braga.

A superliga chinesa, dispu-tada por 16 equipas, decorre de Abril até ao final de Outubro.

No final da 15.ª jornada, o shijiazhuang encontra-se no oitavo lugar da classificação, a dez pontos dos três líderes da prova: Guangzhou Evergrande, Beijing GuoAn e Xangai sIPG, este último dirigido pelo o sueco sven-Goran Eriksson.

A contratação de Ruben Mi-cael coincide com um crescente investimento do governo chinês no futebol, modalidade em que a China está longe do estatuto de grande potência que já adquiriu noutros desportos.

Mais de duas dezenas de brasileiros jogam na superliga chinesa e o actual líder dos melhores marcadores - Aloísio, do shandong Luneng - veio também do Brasil.

A província chinesa de Hebei, que confina com Pequim, tem o dobro da área de Portugal e cerca de 75 milhões de habitantes.

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nato vai triplicar tamanhoda força de reacção

que a eliminação dos suplementos de reformas seja mais progressiva e que o IVA fique abaixo de 23% em mais bens do que inicialmente tinha previsto.

No entanto, as diferenças que persistem – e o facto de não haver ainda um entendimento em rela-ção à questão da reestruturação da dívida – continuam a impedir um acordo.

Por isso, no Eurogrupo, a troi-ka entregou um documento com as suas propostas, mas que não conta com a aprovação grega. Os ministros das Finanças, depois de uma reunião em que avaliaram essa proposta, e a compararam com a proposta grega, suspenderam no-vamente os trabalhos e esperam agora por novas cedências gregas.

Mais no fiM-de-seManaHá várias indicações de que um novo Eurogrupo poderá ser mar-cado para o fim-de-semana. O mi-nistros das Finanças da Finlândia, Alexander stubb, escreveu na sua conta do Twitter que “o Eurogrupo volta mais tarde, mas não hoje”, assinalando que o trabalho vai continuar agora do lado das insti-tuições e da Grécia.

Tudo isto acontece ao mesmo tempo que os líderes dos Gover-nos europeus iniciam o Conselho

Europeu que decorre em Bruxelas nesta quinta e sexta-feira. A Grécia não faz parte dos temas agendados para este encontro, mas inevitavel-mente o tema será debatido entre os responsáveis.

À chegada, as declarações dos líderes dividiram-se entre expres-sões de esperança e de prudência. A chanceler Angela Merkel afirmou que tinha a impressão de que “a Grécia tinha recuado em alguns temas”. Alexis Tsipras lembrou a história de “desentendimentos, negociações e compromissos” da União Europeia. O presidente do Conselho, Donald Tusk foi o mais optimista, dizendo que tem “um palpite de que a história grega, ao contrário das tragédias de sófocles, vai ter um final feliz.” público